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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Senado: fim dos emprestimos secretos, nada mais do que uma obrigacao constitucional

Os argumentos dos "amigos" dos empréstimos secretos, e das ditaduras, são patéticos.
Empréstimos secretos são uma aberração no sistema do BNDES.
Os que já foram feitos devem ser trazidos à luz, imediatamente.
Paulo Roberto de Almeida

Senado Federeal, 24/04/2015

Comisión aprueba el fin del sigilo en préstamos a otros países

Las condiciones de préstamos hechos por instituciones financieras públicas brasileñas a Estados extranjeros deberán ser de conocimiento público, según el Proyecto de Ley del Senado 26/2014 – Complementaria, que recibió el jueves (23) el apoyo de la Comisión de Relaciones Exteriores y Defensa Nacional (CRE). De autoría del senador Álvaro Dias (PSDB-PR), la propuesta aún será analizada por las Comisiones de Constitución, Justicia y Ciudadanía (CCJ) y de Asuntos Económicos (CAE) antes de llegar al Plenario.
Según el proyecto – que fue aprobado en la comisión con los votos contrarios de los senadores Jorge Viana (PT-AC), Lindbergh Farias (PT-RJ), Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) y Hélio José (PSD-DF) –, no estarán protegidas por el sigilo bancario las operaciones efectuadas por instituciones financieras controladas por entidades de derecho público interno cuando “la contraparte sea Estado extranjero” o cuando “la operación cuente con garantía directa o indirecta de Estado extranjero”.
Caso ya estuviera vigente, la norma no permitiría la existencia de clausulas secretas como las existentes en el acuerdo de financiamiento para la ampliación del Puerto de Mariel, en Cuba. La obra se hizo posible tras la concesión de préstamo de US$ 800 millones a Cuba por el Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social (BNDES). Esa operación financiera estuvo en el centro de los debates sobre el proyecto en la comisión.
Transparencia
El relator de la propuesta, el senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), presentó voto favorable, invocando la necesidad de “absoluta transparencia en el uso de recursos públicos”. Luego en el inicio del debate, sin embargo, Lindbergh criticó el proyecto, observando que el BNDES ya ofrece más transparencia que la mayoría de los bancos extranjeros. Él añadió aún que el financiamiento permitió la creación de 150 mil empleos en Brasil, en empresas nacionales contratadas para la realización de la obra.
Jorge Viana recordó que diversos otros países ofrecen préstamos con condiciones sigilosas, beneficiando sus empresas en el exterior. Al oponerse al sigilo, él dijo, citando el dramaturgo Nélson Rodrigues, que Brasil mantendría su “complejo de perros callejeros”. De la misma forma, Hélio José defendió la manutención del sigilo bancario en las operaciones internacionales. Vanessa, por su vez, defendió la “solidaridad internacional” a pequeños países y sugirió la realización de audiencia pública sobre el proyecto – propuesta rechazada por la comisión con el voto decisivo del presidente de la comisión, el senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
A favor de la aprobación del proyecto, el senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) acusó el BNDES de “no querer abrir su caja negra al pueblo brasileño”. El senador Cristovam Buarque (PDT-DF) dijo que no era contra el préstamo a Cuba, pero condenó el sigilo en operaciones hechas con recursos públicos. La senadora Ana Amélia (PP-RS) señaló que en aquel momento no se discutía Mariel, pero el principio de la transparencia. Por último, el senador Magno Malta (PR-ES) alertó que, en tiempo de crisis política, el posible rechazo de hacer públicos los datos de financiamiento externos “parece sospechoso”.
Marcos Magalhães

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Contra os emprestimos secretos do BNDES: Adolfo Sachsida entra na Justica...

Todo o meu apoio: esses empréstimos secretos a Cuba e a Angola são um escárnio contra toda a população brasileira, e me surpreende que o Congresso, especialmente o Senado, que tem a obrigação de aprovar todas as operações financeiras externas, aceite passivamente essa situação.
Nunca fomos tão humilhados em nossa condição de cidadãos desamparados em face da prepotência de um partido que pretende manipular impunemente todos os recursos que recolhe da sociedade, para emprestá-los sem critérios claros a regimes corruptos ou ditatoriais, que provavelmente não pagarão o que devem ao Brasil. Isso sem considerar aspectos ainda mais escabrosos dessas operações, que nunca ficam muito claros.
Se formos medir pelo "padrão Petrobras" de corrupção companheira, tudo se torna ainda mais preocupante.
Todo o meu apoio ao gesto corajoso do economista Adolfo Sachsida numa matéria que me interessa como contribuinte, como eleitor, como cidadão brasileiro consciente de seus direitos.
Paulo Roberto de Almeida

Blog do Adolfo Sachsida - Opiniões, terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sachsida Contra os Empréstimos Secretos do BNDES: Agora a Briga é na Justiça!

Para quem acompanha o blog não é novidade alguma as críticas que faço em relação as políticas adotadas pelo BNDES. Já disse e reafirmo, o próximo governo deve suspender imediatamente as transferências entre Tesouro e BNDES. Outras críticas ao BNDES também foram feitas aqui. Mas, de todas as operações do BNDES, nenhuma é mais absurda do que os empréstimos secretos. Você pode ler sobre tais empréstimos aqui, aqui, e aqui. Apenas para dar alguns exemplos.

Graças a ajuda do advogado Dr. Antônio Gomes protocolei ação contra esse procedimento do governo brasileiro e do BNDES. O pedido é simples: quero saber dos detalhes que envolvem a transferência de vultosos recursos públicos que, apenas em 2012, implicaram num desembolso do BNDES da ordem de US$ 875 milhões para Cuba e Angola.

A sociedade brasileira tem o direito de saber dos termos desse acordo. A sociedade brasileira tem o direito de saber para onde vão os recursos coletados de seus impostos. O governo brasileiro e o BNDES devem satisfações à sociedade. Minha briga com o BNDES agora é na justiça. Abaixo a cópia da página inicial da ação. Faça você também a sua parte, entre com ações judiciais contra os desmandos do governo petista. Ajude a sociedade brasileira a saber para onde vão os recursos de nossos impostos!!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Traficantes do dinheiro publico tem seus segredos revelados: ops, se trata do BNDES

Não importa. São traficantes igual.
Afinal, se trata do meu, do seu, do nosso dinheiro...
Paulo Roberto de Almeida 

Transparência

Justiça obriga BNDES a dar detalhes de seus empréstimos à população

Banco se negava a fornecer informações sobre crédito, inclusive, ao Ministério Público; segundo juíza, sigilo bancário não se aplica quando se trata de dinheiro público

Veja.com, 21/08/2014

Prédio do BNDES no Rio de Janeiro
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP/VEJA)
Segundo juíza, sigilos bancário e empresarial não se aplicam quando se trata de dinheiro público
A Justiça Federal do Distrito Federal condenou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a tornar públicas todas as informações sobre empréstimos concedidos a empresas públicas ou privadas nos últimos dez anos — e de hoje em diante. O BNDES alega sigilo bancário como argumento para não fornecer informações sobre os empréstimos. Contudo, a juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20ª Vara, concluiu que o sigilo não deve ser cumprido quando se trata de dinheiro público. 
Entre as informações que deverão ser públicas nos termos da Lei de Acesso à Informação estão os valores emprestados, os prazos do investimento, o grau de risco, as taxas de juros, os valores de aquisição de ações, a forma de captação do recurso utilizado, as garantias exigidas, os critérios ou justificativas de indeferimento de eventuais pedidos de apoio financeiro e a compatibilidade do apoio concedido com as linhas de investimento do Banco.
A sentença também condena o BNDES a repassar ao Ministério Público Federal as informações requisitadas sobre as atividades realizadas pela instituição ou suas sua subsidiária – a BNDESPAR, algo que não ocorria até então. A multa de descumprimento da sentença é de 50 mil reais por dia.
A decisão foi tomada após análise da ação civil pública que questionava o banco por sua atuação na tentativa de fusão entre o Carrefour e o Pão de Açúcar, operação na qual o BNDES investiria 4,5 bilhões de reais. O banco tem utilizado, ao longo da década, dinheiro público emprestado a juros subsidiados para financiar grupos privados sem qualquer função de desenvolvimento social. Questionado pelo MP à época, o banco se negou a passar informações sobre o negócio. Em julho, a instituição autorizou 2,7 bilhões de reais para a B2W, empresa de e-commerce dona de Lojas Americanas e Submarino. O banco também financiou a construção do porto de Mariel, em Cuba, sem informar o exato destino dos recursos.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Emprestimos secretos a Cuba sao constitucionais?: o caso do porto deMariel


Desde o princípio havia informações circulando na mídia sobre as operações sigilosas que acompanham as ações de financiamentos bilionários do governo brasileiro para outros países, curiosamente países comandados pela esquerda, o ultimo fato foi o anúncio do financiamento de parte da maior usina hidrelétrica da Nicarágua, que custará cerca de US$ 1 bilhão, sendo parte deste total bancado pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Nomenclatura curiosa, não? Já que tem sido usado tanto para desenvolvimento de países “amigos”. Será que o desenvolvimento nacional acontece construindo grandes obras em outros países?
Agora, suspeitas que corriam sobre uma das operações de financiamento internacional feitas pelo BNDES de sigilo acabam por ser confirmadas. O Porto de Mariel, em Cuba, financiado por R$ 1 bilhão pelo Brasil, teve suas informações de financiamento ordenadas para caráter sigiloso por 30 anos.
Documento mostra alguns detalhes da operação financeira para bancar porto
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já repassou o equivalente a mais de R$ 1 bilhão à construtora Odebrecht pela reforma do porto de Mariel, em Cuba, um negócio mantido em sigilo, por até 30 anos, pelo governo brasileiro, que considera que a revelação dos detalhes do financiamento “põe em risco as relações internacionais do Brasil” e pode “levantar questionamentos desnecessários”, conforme extrato de classificação de documentos.
Esses papéis mostram que uma parte do custo do financiamento envolveu parcelas pagas “a fundo perdido pela União” – o governo diz que isso não motivou sigilo.
A empreiteira baiana ainda tem o equivalente a mais de R$ 500 milhões a receber do governo brasileiro por essa obra em Cuba.
Para modernizar o porto de Mariel, o governo cubano, dos irmãos Fidel e Raul Castro, escolheu a construtora brasileira. Depois, o BNDES financiou o empreendimento de US$ 957 milhões com US$ 692 milhões (R$ 1,5 bilhão), repassando os valores integralmente à Odebrecht. Mas os detalhes da operação, como garantias e prazos de pagamento, são mantidos em sigilo pelo Brasil.
Um empréstimo da construtora a uma empresa de consultoria, que o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) considera como possibilidade de “desvio de recursos públicos”, deve ser um dos temas de audiência pública com o presidente do banco, Luciano Coutinho, na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara, na quarta-feira (28). O negócio foi revelado pelo Congresso em Foco no último dia 19.
Em janeiro, Dilma Rousseff e o presidente Raul Castro inauguraram a reformulação do porto cubano. De acordo com o BNDES, a obra está “praticamente concluída” e, por isso, nem todo o dinheiro foi repassado à Odebrecht, mas só 70%. Os desembolsos são feitos à medida que a construção vai ficando pronta. O BNDES diz que não financia o governo cubano, mas “o exportador brasileiro” de obras e serviços. Em caso de eventual calote de Cuba, hipótese abraçada pela oposição no Congresso, a Odebrecht não será responsabilizada.
Dois anos após iniciar as obras no porto, a Odebrecht concedeu um empréstimo de R$ 3 milhões a uma consultoria, a Noronha Engenharia.
No ano seguinte, sem que o débito fosse quitado, a construtora firmou um contrato de R$ 3,6 milhões para que a empresa carioca avaliasse a qualidade das estruturas do porto. Mas um email atribuído ao setor financeiro da empreiteira cobra da Noronha a devolução de R$ 2,5 milhões desses valores. Os “pagamentos-espelho” foram negados pela Odebrecht, que disse não reconhecer a autenticidade da mensagem eletrônica e negou a devolução de dinheiro. Já a Noronha respondeu que os pagamentos eram atrelados ao serviço em Cuba como forma de quitar o empréstimo anterior. O Coaf, porém, estranha a operação. Deputados do Solidariedade e do PPS prometem questionar Luciano Coutinho sobre o assunto.
Os pegadores de carona que não fazem nada mais do que ‘dar o tapa e esconder a mão’
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), diz que a alegação de segredo não pode impedir a fiscalização do negócio pelo Congresso Nacional. “Tudo isso com que os bancos se blindam é o tal do sigilo bancário. A comissão pede as informações, em sigilo, para saber se houve crime ou não, se houve privilégio ou não”, disse o deputado ao site. Bueno pede a aprovação de uma Proposta de Fiscalização e Controle (PFC), espécie de mini-CPI dentro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, e pretende questionar Luciano Coutinho sobre o assunto na audiência da Comissão de Fiscalização e Controle. “Queremos tirar essa blindagem do sigilo e partir para a investigação.”
Simplício Araújo (SD-MA) disse que vai fazer um requerimento formal do BNDES para esclarecer o negócio da consultoria que atestou as obras da Odebrecht. “Parece negociação de prefeito corrupto do interior”, diz Simplício.
Fundo perdido
O BNDES se negou a informar ao Congresso em Foco em quantas parcelas emprestou os US$ 692 milhões a Cuba para a construção do porto de Mariel e quando vencem a primeira e a última prestações. “Questões relativas a condições financeiras de contratos são protegidas pela lei de sigilo bancário”, disse a assessoria do banco.
Um Termo de Classificação de Informação produzido há dois anos pelo gabinete do então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Fernando Pimentel, e obtido pelo Congresso em Foco mostra alguns detalhes da operação. De acordo com ele, o empréstimo acertado em 2008 era um pouco menor, de US$ 600 milhões, para serem usados durante quatro anos. Há condições específicas para Cuba, como prazo de pagamento para começar a quitar o empréstimo e as contrapartidas dos cubanos no negócio.
O documento menciona que as condições de financiamento envolvem o custo da operação. E que essa operação é formada também por uma parcela paga, “a fundo perdido pela União”, do Programa de Financiamento à Exportação (Proex), na modalidade Equalização. Nesse sistema, o programa, cujo agente é o Banco do Brasil, o Proex “assume parte dos encargos financeiros, tornando-os equivalentes àqueles praticados no mercado internacional”, conforme definição constante em outros documentos do MDIC.
Procurada, a assessoria do ministério afirmou que o sigilo das informações foi motivado porque a publicidade do caso “comprometer a condução de outras negociações e as relações internacionais do Brasil”, com base na Lei de Acesso à Informação. “Não há que se falar que a classificação dessas informações se deu por se tratar de recurso “a fundo perdido”.
“Questionamentos desnecessários”
De acordo com o Termo de Classificação, o negócio foi classifico com o grau de “sigilo secreto”. Por isso, deve ficar em segredo por 15 anos a partir de 2008, prazo prorrogável uma vez, ou seja, até 2038.
No termo, o gabinete de Pimentel afirma, em 18 de junho de 2012, que memorandos de entendimento, protocolos, cartas, pareceres, correspondências e notas técnicas sobre o financiamento, à época avaliado em US$ 600 milhões, devem ficar em sigilo porque as informações “põem em risco” as relações internacionais, outras negociações entre Brasil e Cuba e ainda revelarão papeis de outros Estados e organismos internacionais fornecidos em caráter reservado. A divulgação das condições do empréstimo pode “inviabilizar outros projetos e levantar questionamentos desnecessários” e “resultar em constrangimentos diplomáticos”.
Operações com outros países poderiam ficar prejudicadas, porque as condições específicas seriam outras, “apesar de seguirem parâmetros internacionais”.
Exportações
A assessoria do MDIC disse que “dados referentes ao financiamento de exportações brasileiras” foram considerados sigilosos, e listou três documentos que estão nesta situação, inclusive Cuba. De acordo com a assessoria, os valores desembolsados não estão sob segredo e podem ser acessados no site do BNDES.
Na página do banco, observa-se que foram exportados para Cuba, com apoio do banco, US$ 802 milhões entre 1998 e 2013. No segundo governo Fernando Henrique (PSDB), de 1998 a 2002, o volume de exportações bancadas pelo BNDES para Cuba foi de US$ 7,5 milhões por ano. Já na era Lula-Dilma (PT), de 2003 a 2013, a média anual saltou para US$ 69,5 milhões.
Vistorias
Assim como o BNDES, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio não comentou a operação financeira entre a Odebrecht e a consultoria. O banco disse ao site que, por padrão de controle, fiscaliza as obras que financia por meio de vistorias in loco e conferência de gastos na execução do projeto. A assessoria do BNDES disse que a empreiteira já havia sido escolhida pelo governo cubano para reformar o porto de Mariel e só depois pediu o financiamento bancário, cuja aprovação “obedeceu aos ritos ordinários de concessão de qualquer empréstimo” na instituição dirigida por Luciano Coutinho.
O banco frisou que o dinheiro não saiu do Brasil, mas foi integralmente usado em empresas nacionais. “O Brasil atua de modo análogo à maioria dos países, já que o apoio às exportações por meio de instituições estatais é parte de estratégia nacional para promover o desenvolvimento”, disseram, em artigo no Valor Econômico, a superintendente e o chefe de Comércio Exterior do banco, Luciene Machado e Luiz de Castro Neves. Pelas normas divulgadas no site da instituição, a construção de portos financiada pelo banco exige nacionalização de pelo menos 60% das peças.
Seguro
O presidente da Odebrecht, Marcelo Odbrecht, que esteve com Dilma Rousseff na inauguração do porto de Mariel, defendeu o sigilo, em artigo na Folha de S.Paulo. “As únicas informações que não são públicas são as usuais das operações bancárias, como o valor do seguro, eventuais contragarantias e taxas que compõem a operação”.
Dados do BNDES mostram que, no ano passado, a instituição teve lucro líquido de R$ 8,15 bilhões. A inadimplência foi de apenas 0,01%. Marcelo Odebrecht rebateu as especulações sobre um eventual calote cubano, responsável por pagar o empréstimo canalizado para a empreiteira. “A ocorrência de calotes não está relacionada a alinhamentos ideológicos: os maiores defaults recentemente enfrentados vieram dos EUA e Chile”, disse o presidente da construtora. (Fonte: Congresso em Foco, editado e acrescentado por Revolta Brasil).

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Emprestimo do Brasil a Angola: qual o papel do Senado?

Segundo a Constituição, o Senado Federal tem responsabilidade exclusiva pela aprovação de operações financeiras externas. A norma constitucional tem sido seguida?
Paulo Roberto de Almeida

Governo brasileiro abre nova linha de crédito a Angola

Diário Digital, quarta-feira, 18 de Junho de 2014

O governo brasileiro abriu uma nova linha de crédito para Angola, no valor de dois mil milhões de dólares (1,47 mil milhões de euros), destinada ao setor de construção e energia, anunciou hoje o ministro das Finanças angolano.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cuba: emprestimos secretos sao inconstitucionais

PPS pede a ministério informações sobre empréstimos concedidos pelo Brasil a outros países sem ônus para o tomador, como o financiamento à obra da Odebrecht em porto de Cuba
POR EDUARDO MILITÃO· Congresso em Foco, 06/06/2014
[fotografo]Roberto Stuckert Filho/PR[/fotografo]
Dilma e Raul Castro inauguraram obra do porto de Mariel em Cuba. Termos da ajuda brasileira serão mantidos em segredo por até 30 anos
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), apresentou à Mesa Diretora da Casa um requerimento para que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) esclareça valores pagos em empréstimo a fundo perdido – ou seja, sem nenhum ônus para o tomador – para projetos no exterior, como o porto de Mariel, em Cuba.
O pedido, que será examinado pelo presidente Henrique Eduardo Alves, é baseado em reportagem doCongresso em Foco que revelou que até US$ 107 milhões de dinheiro público foram usados para reduzir os juros pagos pelo governo cubano ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O dinheiro serviu para a construtora Odebrecht, já escolhida por Cuba, modernizar o terminal portuário.
Além disso, o PPS quer saber por que o empréstimo foi elevado de US$ 600 milhões para US$ 692 milhões, como mostrou o site. Um documento obtido peloCongresso em Foco revelou que o projeto era mais barato para os cofres do BNDES do que o anunciado ao final. Mas o MDIC se nega a explicar o motivo, alegando sigilo do negócio, decretado pelo período de 15 a 30 anos pelo então ministro Fernando Pimentel.
“É preciso conhecer as explicações do ministro Fernando Pimentel em relação ao envio desses recursos ao exterior,  principalmente porque tais acordos podem ser lesivos aos cofres do Tesouro”, afirmou Bueno, no pedido de esclarecimentos.
O líder do partido solicitou os dados de empréstimos a fundo perdido nos últimos 20 anos, mas em valores separados por projeto. Os valores, publicados no siteda Câmara de Comércio Exterior (Camex) do ministéri,  são agregados apenas por país destino das exportações. “São recursos retirados de toda a sociedade brasileira para serem investidos em outros países sem a contrapartida direta de retorno desses montantes”, justificou Bueno.
Documento interno do MDIC ainda revela que os valores do empréstimo deveriam ser “utilizados durante quatro anos”. O ministério se negou a explicar se isso se refere ao prazo para pagamento do empréstimo ou ao período de desembolsos do crédito pelo BNDES. O PPS quer esclarecimentos sobre isso.
Falta de luz
O líder entende que as reportagens do Congresso em Foco “colocaram luz sobre esse tipo de modalidade de repasse de recursos  ao divulgar os termos do acordo firmado entre o Brasil e Cuba para a construção do porto de Mariel”. Entretanto, algumas informações não foram esclarecidas ao site e, por extensão, a toda a sociedade.
“Algumas, inclusive, foram consideradas reservadas e só poderão ser conhecidas por toda a sociedade brasileiras daqui a alguns anos”, disse o líder oposicionista.
Uruguai
Na segunda-feira (2), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) usou a tribuna do plenário para criticar o projeto do BNDES de financiar um porto no Uruguai. Ele entende que isso pode prejudicar a economia gaúcha e brasileira.
A obra deve receber US$1 bilhão do banco brasileiro, de acordo com noticiário recente. Para Simon, “apoiar um superporto no Uruguai” poderá “furtar cargas dos terminais brasileiros, notadamente do Porto de Rio Grande”.
“O apoio do Brasil, repetindo um financiamento feito a um porto de Cuba, deverá ser forte”, disse o senador. Ele disse que, assim como em Cuba, o terminal poderá ter subsídios do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), usando dinheiro público para tornar a taxa de juros compatível com as do mercado internacional.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Governo desrespeita a Constituicao ao manter emprestimos secretos

A Constituição diz que quaisquer acordos internacionais com efeitos gravosos precisam ser aprovados pelo Congresso antes de serem efetivados. Ponto.
Paulo Roberto de Almeida

Cidadania está de olho nos empréstimos do BNDES
Governo tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e Angola. “Um absurdo de falta de transparência e respeito com os cidadãos brasileiros pagadores dos impostos”
Jorge Maranhão
Congresso em Foco, 16/03/2015

Faz tempo que uma conta não fecha, dentre tantas outras mal explicadas pelo governo federal: o custo para o Brasil dos empréstimos feitos pelo BNDES a investimentos em outros países.
O tema já vinha sendo discutido em alguns círculos mais restritos, mas ganhou repercussão maciça nas redes sociais quando a presidente Dilma visitou Cuba para a inauguração de um porto, em janeiro deste ano, que conta com maciços investimentos brasileiros.
Sabemos que pouco mais de um bilhão de dólares foram emprestados para esses interesses nas terras dos irmãos Castro. Infelizmente, não sabemos muito mais do que isso, pois o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em junho de 2012, tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e de Angola. Um absurdo de falta de transparência e respeito com os cidadãos brasileiros pagadores dos impostos que, em última análise, estão bancando tudo isso.
Já basta o espantoso valor de R$ 190 bilhões emprestados pelo BNDES somente em 2013, dos quais mais de 60% foram destinados a empresas de grande porte, em sua maioria em contratos sem dar muitas satisfações à sociedade.
Mas a cidadania continua de olho e têm obtido seus primeiros resultados no Supremo Tribunal Federal. Primeiro, o ministro Ricardo Lewandowski concedeu no fim de fevereiro uma liminar ao jornal Folha de S. Paulo, para que este tivesse acesso aos relatórios de análise para a concessão de empréstimos e financiamentos de valor igual ou superior a R$ 100 milhões. Ou seja, praticamente todos os empréstimos internacionais do banco.
Segundo Lewandowski, “a negativa generalizada de fornecimento dos referidos relatórios, mesmo com relação às partes que não contenham informações abrangidas pelos sigilos fiscal e bancário, atentaria, sem sombra de dúvida, contra o direito à informão e a liberdade de imprensa”. Disse tudo.
Logo em seguida, um senador de oposição, Alvaro Dias, decide colocar mais lenha nessa fogueira, ao protocolar também no STF um pedido para receber informações sobre os empréstimos feitos pelo banco especificamente aos governos cubano e angolano. Diz o senador que, antes de recorrer ao Supremo, pediu esses esclarecimentos por vias administrativas, sempre negados sob a alegação de sigilo imposto pelos governos daqueles países.
Ou seja, países de muito menor peso político e importância comercial que o Brasil podem impor cláusulas de sigilo contra os cidadãos brasileiros, numa clara interferência à nossa soberania e às nossas leis que exigem transparência e amplo acesso às informações públicas?
Depois da grande indignação nas ruas contra o “padrão Fifa” imposto aos estádios das cidades-sede da Copa, será que os governantes do momento não entenderam que a transparência no trato com a coisa pública é obrigação intrínseca aos seus cargos, e não um favor?
Ainda que pese o fato de estarmos em ano eleitoral e, com isso, o jogo político fica mais exaltado prematuramente, não há justificativa plausível para que se escondam os reais motivos para o aporte de recursos públicos para a atuação em outros países.
A cidadania continuará de olho nesses pontos obscuros do BNDES.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Emprestimos secretos dos companheiros a governos companheiros de Cuba eAngola



Publicado em 08/11/2013


"Antes mesmo da Lei de Acesso à Informação já existia na legislação a classificação em diversos graus de sigilo, mas essa foi primeira vez, como reconheceu o Ministério do Desenvolvimento, que se aplicou o carimbo de "secreto" em casos semelhantes.

A justificativa do ministério para o sigilo sobre os papéis é de que eles envolvem informações "estratégicas", documentos "apenas custodiados pelo ministério" e dados "cobertos por sigilo comercial". Segundo o órgão, o ineditismo do uso do carimbo de "secreto" se deu porque havia "memorandos de entendimento" entre Brasil, Cuba e Angola que não existiam nas outras operações do gênero.

Para o deputado João Leite (PSDB), o sigilo aplicado apenas a esta transação, que envolve tanto dinheiro, gera desconfiança. "Nós estamos diante de um dos maiores escândalos da republica brasileira. O sigilo do governo federal sobre os empréstimos a Angola e Cuba nos permitem pensar de tudo! O que vai acontecer com esse dinheiro? Qual o caminho que esse dinheiro está fazendo? Ele vai ficar lá? Ou ele volta para uma campanha eleitoral? Com o sigilo, podemos pensar de tudo! A decisão do ministro Pimentel de tornar secretos estes empréstimos é, sem dúvida, um grande desastre. A população, que paga seus impostos, tem o direito de saber para quem o Brasil está emprestando, onde e em quê está investindo nosso dinheiro. É lamentável.", reflete o deputado.

Sobra lá, falta aqui

Em falas de seus discursos em Angola e Cuba, Dilma revelou alguns investimentos a serem feitos em Angola e Cuba com o dinheiro fornecido pelos brasileiros. Em Havana, onde esteve em janeiro para encontro com o ditador Raúl Castro, ela afirmou que o Brasil trabalhava para amenizar os efeitos do embargo econômico a Cuba. Ele contou ainda que o país ajudaria em boa parte da construção do Porto de Mariel.

Apesar do sigilo sobre as transações, segundo fontes oficiais de Cuba, as instalações de Mariel poderá chegar a U$ 800 milhões de dólares.

Na visita a Luanda, em Angola, Dilma falou em 2011 que "os mais de US$ 3 bilhões disponibilizados pelo Brasil fazem de Angola o maior beneficiário de créditos no âmbito do Fundo de Garantias de Exportações" do BNDES.

Em maio deste ano, Dilma anunciou o perdão e reestruturação da dívida externa de 12 países, no valor de US$ 480 milhões. No mesmo mês houve a concessão de crédito de US$ 176 milhões do governo federal do PT para a modernização de 5 aeroportos em Cuba."


Não adianta dizer e reclamar: Escãndalo! Desonestidade! Corrupção! Pra eles isso tem um significado: é a voz da moral burguesa e vazia. A mente deles é esquizóide, já não detecta nada que seu mestre não mandar.

domingo, 23 de junho de 2013

Emprestimos secretos a Cuba e Angola: Senado precisa fazer o seu dever - FSP, Senador Alvaro Dias

O Senado Federal é o órgão constitucionalmente mandatado para aprovar, ou não, todas as operações financeiras externas do Brasil, inclusive a dos Estados. Ou seja, a União, ou o Executivo, não pode perdoar dívidas de países, ou conceder empréstimos externos sem que o Senado aprove, ou desaprove, a operação.
Parece que o Senado não anda fazendo o seu papel...
Paulo Roberto de Almeida

FOLHA TRANSPARÊNCIA
Medida foi assinada pelo ministro Fernando Pimentel um mês após entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação
BNDES fez operações com 15 países em 2012, mas só as dos dois países receberam o carimbo de 'secreto'
RUBENS VALENTEDE BRASÍLIAFolha de S.Paulo, 9 de Abril de 2013

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e de Angola. Com a decisão, o conteúdo dos papéis só poderá ser conhecido a partir de 2027.
O BNDES desembolsou, no ano passado, US$ 875 milhões em operações de financiamento à exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para Cuba e Angola. O país africano desbancou a Argentina e passou a ser o maior destino destes recursos.
Indagado pela Folha, o ministério disse ter baixado o sigilo sobre os papéis porque eles envolvem informações "estratégicas", documentos "apenas custodiados pelo ministério" e dados "cobertos por sigilo comercial".
Os atos foram assinados por Pimentel em junho de 2012, um mês após a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação. É o que revelam os termos obtidos pela Folhapor meio dessa lei.
Só no ano passado, o BNDES financiou operações para 15 países, no valor total de US$ 2,17 bilhões, mas apenas os casos de Cuba e Angola receberam os carimbos de "secreto" no ministério.
Segundo o órgão, isso ocorreu porque havia "memorandos de entendimento" entre Brasil, Cuba e Angola que não existiam nas outras operações do gênero.
O ministério disse que o acesso a esses outros casos também é vetado, pois conteriam dados bancários e comerciais já considerados sigilosos sem a necessidade dos carimbos de secreto.
INEDITISMO
Antes da nova Lei de Acesso, já existia legislação que previa a classificação em diversos graus de sigilo, mas é a primeira vez que se aplica o carimbo de "secreto" em casos semelhantes, segundo reconheceu o ministério. O órgão disse que tomou a decisão para adaptar-se à nova lei.
O carimbo abrange quase tudo o que cercou as negociações entre Brasil, Cuba e Angola, como memorandos, pareceres e notas técnicas.
As pistas sobre o destino do dinheiro, contudo, estão em informações públicas e em falas da presidente Dilma.
Em Havana, onde esteve em janeiro para encontro com o ditador Raúl Castro, ela afirmou que o Brasil bancava boa parte da construção do porto de Mariel, a 40 km da capital, obra executada pela empreiteira Odebrecht.
Ela contou ainda que o Brasil trabalhava para amenizar os efeitos do embargo econômico a Cuba. "Impossível se considerar que é correto o bloqueio de alimentos para um povo. Então, nós participamos aqui, financiando, através de um crédito rotativo, US$ 400 milhões de compra de alimentos no Brasil."
Na visita a Luanda, em Angola, Dilma falou em 2011 que "os mais de US$ 3 bilhões disponibilizados pelo Brasil fazem de Angola o maior beneficiário de créditos no âmbito do Fundo de Garantias de Exportações" do BNDES.
O Desenvolvimento diz que os financiamentos têm o objetivo de estimular e dar competitividade às empresas brasileiras nas vendas ao exterior. A Folha não conseguiu falar com as embaixadas de Cuba e de Angola.
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Pronunciamento do Senador Álvaro Dias a respeito da operação, num plenário praticamente vazio: 
https://www.youtube.com/watch_popup?feature=player_embedded&v=3DE9E8LVuAo