O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Dilmanomics: duas apostas ingênuas...

A matéria abaixo é de três dias atrás, eu sei, mas não importa para os propósitos desta nota inicial (que os AAs, os adesistas anônimos classificariam de maldosa), que visa apenas chamar a atenção para dois fatos da vida, ou melhor, hipóteses de trabalho.

O BC deu um cavalo de pau nos juros com duas "assumptions" -- como diriam os main stream economists -- no mínimo arriscadas, no limite irresponsáveis. Elas são as de que:
(a) a recessão mundial vai ser tão forte que vai necessariamente produzir um redução do crescimento no Brasil e, portanto, redução da inflação, que o próprio governo criou;
(b) o governo que está aí fala sério quando anuncia que está reduzindo gastos e fazendo economias para enfrentar os tempos duros, ou seja, fazendo ajuste fiscal.

A primeira hipótese é no mínimo arriscada, e ainda que fosse verdade, como sabe até um aprendiz de economista da UniCamp (desculpem os mais sérios), o coeficiente de abertura externa da economia brasileira é tão baixo (por protecionismo atávico) que os movimentos externos têm influência reduzida aqui; ainda que fosse maior, as fontes de crescimento no Brasil, como não se cansam de alardear os mesmos aprendizes de economistas (mas desta vez no governo; sorry UniCamp), são basicamente da demanda interna e vêm sendo irresponsavelmente estimuladas pelo próprio governo, que induz o povão a gastar por conta, esquecendo de avisar -- o que seria o dever de todo governo sério -- que os "dez vezes sem juros" são uma fraude monumental, e que o infeliz cidadão está pagando dois televisores e levando só um para casa (sem falar de todas as outras maldades tributárias e perversões protecionistas).

A segunda hipíotese, não é uma hipótese séria de trabalho e sim uma piada: o governo "realiza" -- extorquir seria um verbo mais exato -- uma extração tributária 20% maior do que no exercício precedente, para um crescimento do PIB inferior a 4%, e depois anuncia que vai "poupar" 10% para fazer "superávit fiscal".
O governo pensa que somos idiotas, ou o quê.
O Banco Central está brincando de se iludir, ou pretende mesmo tungar 7% da renda dos brasileiros este ano, e outro tanto no ano que vem?
Adesistas Anônimos: só argumentos substantivos, por favor. Xingamentos só nos blogs do governo...
Paulo Roberto de Almeida


Analistas elevam expectativa de inflação e reduzem previsão do PIB
 Victor Martins
Correio Braziliense, 6/09/2011

O mercado iniciou mais uma queda de braço com o Banco Central (BC). Enquanto a instituição aposta todas as suas fichas no corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) para salvar o crescimento do país, analistas e economistas ligados a entidades financeiras torcem o nariz para a estratégia e já passaram a projetar expansão menor do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) e mais inflação para 2011 e 2012.

O Boletim Focus, publicação semanal na qual o BC coleta as expectativas de mais de 100 instituições, trouxe uma elevação de 0,07 ponto percentual na previsão para este ano do índice oficial de carestia, o IPCA, que chegou a 6,38%. Para 2012, a projeção passou de 5,20% para 5,32%. A expectativa para o crescimento do PIB caiu de quase 4%, há um mês, para 3,67%. A estimativa para o próximo ano recuou de 3,90% para 3,84%. Foi o primeiro levantamento feito após a mudança da trajetória dos juros.

Para Rubens Sardenberg, economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Boletim Focus mostrou um mercado ainda confuso com a “surpreendente” decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a Selic de 12,50% para 12% ao ano. “Ainda que o BC tenha adiantado boa parte da sua argumentação em seu comunicado, o mercado parece aguardar a ata da reunião para refazer as suas apostas em relação à evolução da Selic”, disse.

O mercado, a despeito das críticas e da pressão política sobre o BC identificada antes da última reunião do Copom, entende que a autoridade monetária tenta se antecipar a um possível agravamento da crise internacional. Entretanto, ponderam que a aposta do BC é arriscada, principalmente em um cenário em que a inflação acumulada em 12 meses está furando o teto da meta, fixado em 6,5%.

“Os números do PIB mostraram como o consumo está aquecido, e reduzir juros num momento desses, ainda com inflação alta, não é algo favorável”, avaliou Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Ranting. “O governo está vendo algo muito grave lá fora. Porém, algumas pessoas acham que ele está tomando atitude antes do fato, tentando se antecipar”, afirmou. Refletindo a incerteza internacional, o dólar fechou o dia ontem com alta de 0,86%, cotado a R$ 1,650 para a venda.

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Aliás, depois de escrever o que escrevi acima, e de postar essa matéria "passada", fui ler o editorial do Estadão de hoje:

Uma ata ruim para o Copom
Editorial - O Estado de S.Paulo, 9/09/2011


O Banco Central (BC) continua devendo uma boa explicação para o corte de juros anunciado na semana passada. Os motivos para classificar essa decisão como um lance de alto risco são ainda tão fortes quanto na semana passada, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) baixou de 12,5% para 12% a Selic, a taxa referencial da economia brasileira. Divulgada ontem, a ata daquela reunião é decepcionante. A justificativa poderia não convencer, mas esperava-se pelo menos uma argumentação bem elaborada, talvez surpreendente. O longo arrazoado ficou longe disso e reforçou duas suspeitas: o BC passou a agir sob pressão política e o regime de metas de inflação está ameaçado. Se a política monetária continuar nesse rumo, o sistema de metas poderá ser nominalmente mantido, mas sem relevância prática.
A decisão do Copom foi baseada em três apostas: 1) a crise internacional, mais persistente e menos aguda que a de 2008-2009, causará uma desinflação e esse efeito será transmitido ao Brasil; 2) a demanda interna perderá vigor e deixará de alimentar a alta de preços; e 3) o governo vai cumprir as promessas de austeridade e as contas públicas serão um fator de ajuste da economia nacional.
Nenhum argumento de peso foi apresentado a favor dessas expectativas. Ao contrário: o texto contém um bom número de razões para se manter o aperto monetário ainda por algum tempo. Não haveria grande perda para a economia se os juros fossem mantidos até se delinear mais claramente o quadro internacional. Mas uma redução precipitada pode ter um custo elevado, se as pressões inflacionárias forem mais persistentes do que esperam os defensores do corte imediato da Selic.
Dois dos cenários mencionados na ata - o de referência, construído pelo pessoal do BC, e o de mercado - indicam para 2011 inflação maior que a estimada em julho e, portanto, mais distante do centro da meta, de 4,5%. Nos dois casos, a inflação ficará "em torno" da meta em 2012 e assim continuará no primeiro semestre de 2013. Em outras palavras, inflação no centro da meta, no fim do próximo ano ou no começo do seguinte, ainda seria uma previsão muito otimista. Detalhe: no quadro de referência a taxa Selic é mantida em 12,5% e o dólar vale R$ 1,60. Só num terceiro cenário, chamado de alternativo, a crise internacional derruba os preços, impõe um freio à economia brasileira e permite conter a inflação interna mesmo com juros menores.
Não há como desprezar essa possibilidade, mas também não há como justificar a decisão de cortar os juros por conta de uma desinflação externa ainda hipotética. Além disso, o impacto da crise internacional no Brasil será equivalente a um quarto do observado em 2008-2009, segundo o tal cenário alternativo.
A ata menciona várias vezes a forte demanda interna e o descompasso entre o seu crescimento e o da oferta. Menciona também o reduzido desemprego, a pequena folga no mercado de trabalho e a expansão da massa de salários como fatores de sustentação de uma forte demanda. Aquele descompasso, segundo o texto, envolve "riscos relevantes", mas em seguida, sem nenhum argumento convincente, esses perigos são descritos como "decrescentes". O texto contém apenas arremedos de argumentos. O nível do uso da capacidade instalada tem diminuído. Mas não convence usar essa referência, quando a utilização permanece acima de 80% e a variação é marginal. Outro motivo de otimismo é "o processo de consolidação fiscal". Esse ponto é mencionado várias vezes, como se os autores da ata ignorassem dois conjuntos de fatos evidentes: 1) a folga fiscal deste ano resulta de um enorme aumento real da arrecadação e só isso explica o aumento de R$ 10 bilhões no superávit primário programado; e 2) a proposta de Orçamento para 2012 é expansionista, o governo admite recorrer mais uma vez a um desconto contábil para cumprir a meta fiscal, há pressões por novos aumentos salariais e a gastança tende a crescer por causa das eleições municipais.
Apesar de todos esses fatos, o Copom decidiu reduzir os juros agora, como se a mudança na gestão das contas públicas fosse um fato. Pagou adiantado numa demonstração notável de confiança ou foi pressionado a agir dessa forma? A ata não deslinda nenhuma das dúvidas vexatórias.

Obamanomics: uma pergunta ingenua...

Leio:

White House: President Barack Obama unveiled a proposed $450 billion job-creation package in an address before a joint session of Congress last night. 

Pergunto:
De onde vão sair os 450 bilhões de dólares?

O governo Obama possui uma árvore que produz dólares, asi no más?
Ele descobriu a cornucópia da felicdade eterna, o moto perpétuo, a fábrica de dinheiro infinito?
Acho que sim...
Não seria melhor ele deixar esse dinheiro com os seus donos -- ou seja, os empresários e trabalhadores que literalmente make money -- e deixar que eles mesmos gastem ou invistam, criando empregos, em consequência?
Será que ele acredita, realmente, que governos têm o poder de, ao arrancar dinheiro da sociedade, produzir mais riqueza do que destróem?
Será que ele acredita que burocratas governamentais sabem melhor do que os empresários como se criam postos de trabalho, renda e riqueza?

Acho que sim.
Obama é a coisa mais próxima dos franceses que os americanos tiveram nos últimos 230 anos...
Sorte dos franceses, que ao menos terão companhia, no seu longo caminho para o declínio...
Paulo Roberto de Almeida


Wikileaks Brasil-EUA:mas que injustica com a "Justica" brasileira...

Esta vai ser difícil de engolir, para gregos e goianos, ou seja, para os dois lados e vários outros lados também, inclusive os AAs (não, não são os alcóolicos anônimos, e sim os anônimos adesistas): esperamos agora sorrisos amarelos de parte e outra, desculpas de um lado, frieza de outra, e vamos em frente, que a vida é assim mesmo...
Paulo Roberto de Almeida


Carta de embaixador dos EUA mostra preocupação com corrupção no governo Lula

Documento de diplomata americano foi revelado pelo site WikiLeaks esta semana

Jamil Chade / CORRESPONDENTE / GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 09 de setembro de 2011 | 0h 05
A diplomacia americana considera que a corrupção durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva era "generalizada e persistente" e atingia todos os Três Poderes. A avaliação foi revelada em uma carta enviada há um ano e meio pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, ao procurador-geral americano, Eric Holder.
Na carta, que servia como uma preparação para a visita de Holder ao Brasil, Shannon fez ainda um raio X da Justiça brasileira, acusando-a de "despreparada" e "disfuncional". O documento foi revelado esta semana pelo WikiLeaks.
Essa não é a primeira revelação sobre os comentários da diplomacia americana sobre a corrupção no Brasil. Documentos de 2004 e 2005 revelaram a mesma preocupação e mesmo o risco de os escândalos do mensalão acabarem imobilizando o governo.
Mas o que fica claro é que, mesmo no último ano do governo Lula, a percepção americana não havia mudado sobre a presença da corrupção na administração. E o fenômeno não se limitaria aos Três Poderes. Segundo Shannon, as forças de ordem também seriam prejudicadas por "falta de treinamento, rivalidades burocráticas, corrupção em algumas agências e uma força policial muito pequena para cobrir um país com 200 milhões de habitantes".
Outra constatação da diplomacia americana foi sobre os problemas enfrentados pela Justiça no Brasil. "Apesar de muitos juristas serem de alto nível, o sistema judiciário brasileiro é frequentemente descrito como sendo disfuncional, permeado por jurisdições que se acumulam, falta de treinamento, burocracia e atrasos", escreveu o embaixador.
Para Shannon, "polícia, procuradores e juízes precisam de treinamento adicional" no Brasil. "Procuradores e juízes, em especial, precisam de treinamento básico para ajudá-los a caminhar em direção a um sistema acusatório mais eficiente", escreveu.

Anonimos adesistas: estudem, antes de aderir; informem-se, antes de rebater...

Existem pessoas que pretendem ser ouvidas, e ficam furiosas quando ouvem ou lêem fatos ou opiniões que não coincidem com as suas próprias.
Ainda mais furiosos ficam quando ouvem ou lêem coisas que se opõem ao que eles acreditam ser verdade e se dedicam a esse exercício que alguém já chamou de "servidão voluntária" ao tentar provar que eles estão certos, e que a autoridade a que servem só quer o nosso bem, e que todos deveríamos aderir ao novo mantra.
Pois eu não me canso de denunciar falcatruas intelectuais, e roubo de propriedade alheia, quando vejo exemplos desse tipo de fraude, ainda mais patente em quem não conhece história e sequer economia.
Vejamos portanto o que um desses adesistas tem a dizer sobre algumas das opiniões ou fatos aqui expressos.
Ele (AA) vai em itálico; eu (PRA) sigo em normal: 


1) AA: "Uai, mas quem diz que a questão é binária? "
PRA: Pois é, justamente quem escreve: "Sou governista porque acho que a coisa tá andando, muito mais rápido que em qualquer outra época brasileira, e penso que a alternativa teria sido uma tragédia (Índio da Costa? Silas Malafaia? E isso o que sobrou de Malan e Arida?)." Acho que já está respondido...


2) AA: "Pode existir corrupção, e existe, e tem que ser combatida, e essas pessoas têm que ir pra cadeia. Até no Japão descobrem corrupção, e quero pros corruptos petistas o mesmo tratamento que têm os corruptos japoneses (sem seppuku)."
PRA: Pois é: o chefe máximo afaga a cabeça de "aloprados" (na verdade criminosos), e diz de certo corrupto que ele "não é uma pessoa normal"; recomendo que conte quantos petistas corruptos estão na cadeia; ou como fazer com todos aqueles que antes eram considerados corruptos vis, e que agora são aliados dos "éticos" desonestos...


3) AA: "No caso da China, uma das decisões mais acertadas do Lula, with hindsight, foi diversificar nossas exportações e concentrar na China, mas também no Mercosul, no resto da Ásia e na África."
PRA: My God! O AA não sabe a diferença entre comprar e vender, e não sabe sequer que quem vende não é o governo, e sim empresários e empresas privadas. Se o Brasil não existisse, a China não deixaria de se abastecer de minério de ferro ou de soja em qualquer outro mercado. Não é o Brasil que está vendendo, muito menos o governo Lula (ou qualquer outro): é a China, ou empresas chinesas que estão comprando soja e minério de ferro nos mercados mundiais, como aliás quaisquer outras commodities, sem que os "donos" das commodities possam fazer qualquer coisa para influenciar os mercados.
Aliás, o "hindsight" fabuloso do Guia Genial dos Povos não previu que, às vésperas de sua primeira viagem à China, os seus "parceiros estratégicos" iriam dar um golpe para derrubar os preços da soja, acusando as exportações brasileiras de falsa contaminação cruzada entre OGMs e naturais.
Sugiro que o AA consulte os manuais de economia para saber distinguir entre compra e venda, entre oferta e demanda. Ele também poderia aprender que quem vende são empresas, não o governo.
Aliás, "concentrar" na China é especialmente inteligente: cria uma dependência típica do "intercâmbio desigual" que certos "economistas" dessa tropa acusavam existir entre países avançados e países em desenvolvimento. A China, como se sabe, é diferente: ela não mantém "intercâmbio desigual" e só quer o nosso bem, se prontificando voluntariamente a manter o equilíbrio das trocas...


4) AA: "Se tivéssemos ouvido os Srs liberais em 2005 e "priorizado os mercados mais dinâmicos, que compram manufaturados", hoje estaríamos sem vender manufaturados e sem vender commodities..."
PRA: My God 2! O AA não sabe que as exportações da China caíram 40% no auge da primeira crise dos países avançados; e que suas empresas compensaram essas perdas concentrando vendas em países como o Brasil (nós, como somos bonzinhos ajudamos a China, claro, nosso parceiro estratégico).
Recomendo ao AA que leia manuais introdutórios de economia, para saber que não "vendemos" commodities: somos "comprados", tão simples assim. Quanto a manufaturados, nossos industriais são justamente penalizados pela sanha extorsiva de um Governo que não consegue renunciar às suas drogas: os impostos...
Aliás, pergunto ao AA como anda a venda de "manufaturados brasileiros", e por que, exatamente, a gente não consegue ser tão dinâmico quanto os chineses. Se a resposta for inteligente, eu posto aqui; se for a baboseira habitual que ouço e leio de AAs, me permito ignorar...


5) AA: "O PT vai continuar aprovando essas coisas até 2050, mas ninguém quer fechar seu blog, tá? Eu garanto."
PRA: Que magnânimo! o AA provavelmente pretende que eu o agradeça por me "conceder" liberdade de opinião. Ora, vá plantar batatas...
Certas pessoas são tão autoritárias em pensamento, que elas até "concedem" liberdade aos outros, como se isso fosse um dom que totalitários em germe oferecem aos outros como concessão. Eles não conseguem pensar fora da sua estreiteza mental que consiste em pensar a liberdade de opinião como sendo uma bondade de quem vive no poder.
Meu blog serve justamente para denunciar esses aprendizes de ditadores e cerceadores em potencial da opinião alheia.


6) AA: "Ora, o fato de vir aqui não me obriga a concordar com tudo o que o Sr diz, como ir lá nos blogs da esquerda não me obriga a ser a favor de estatizar o sistema financeiro ou outras maluquices..."
PRA: My God 3! Quem disse que eu escrevo para que os outros concordem comigo?
Eu escrevo o que eu quero. Aliás, costumo, em 90% do espaço, transcrever fatos, apenas fatos, mas tem pessoas que não gostam dos fatos, e se revoltam com a sua revelação e os meus comentários, o que já revela um pouco do seus espírito censor, controlador, tutelar e potencialmente autoritário.
Mas, já que o AA menciona: quem exatamente era a favor de estatizar o sistema financeiro e outras maluquices do gênero? Quem mudou? Quem não estudou economia mas ainda assim (ou mesmo assim)se rendeu às simples evidências da vida? Quem não tinha nada a propor e se apropriou das ideias e das políticas alheias? Quem saiu, na crise de 2008, anunciando aos americanos as vantagens de um PROER que antes tinha sido atacado como "salva banqueiro"? Quem hoje está salvando banqueiros? Quem comete agora falcatruas pouco (ou nada) intelectuais, ao se apropriar de tudo o que foi feito de correto no passado, quando antes condenava como "perverso" e até pretendia barrar no STF com demandas ridículas? Quem tinha sido contra o Plano Real? Quem se opôs à Lei de Responsabilidade Fiscal? Quem disse que o Plano Real era um "estelionato eleitoral", e que "não iria durar seis meses"? Quem dizia que "bolsa" isso, ou "bolsa" aquilo era "esmola para pobre", feito para enganar os pobres? Quem se uniu aos "picaretas"?
Quem defendia maluquices? (aliás ainda defende, como um "fundo soberano", que não é fundo, nem soberano, apenas recursos públicos travestidos para escapar de controles orçamentários normais?).


7) AA: "Venho aqui porque aprendo, uai, e comento porque o espaço existe."
PRA: Bem, não cobro nada por isso. Mas eu recomendaria estudar economia, e conhecer um pouco mais dos fatos históricos antes de comentar. 
Sabe como é: o Blog prefere ideias inteligentes e comentários idem. Eu até posto ideias malucas, de vez em quando, mas é justamente para depois oferecer meus serviços didáticos, de tentar juntar os neurônios de certos AAs e mostrar para eles como eles fariam melhor em abandonar suas ideias malucas de antigamente e aderir simplesmente, não a este blog, mas à simples verdade dos fatos, à realidade da vida, não continuar mantendo as mesmas ideias emboloradas, e crenças esclerosadas que mantinham antes, e que alguns ainda insistem em defender, sem reconhecer o quanto estão roubando dos que antes atacavam e que ainda atacam, em pura desonestidade intelectual.
Este blog (e este blogueiro, totalmente voluntário, não pago, como muitos por aí) tem certa ojeriza à burrice, mas ele tem mais horror ainda das fraudes e desonestidades intelectuais cometidas por certas pessoas, que antes falavam umas coisas e agora defendem outras. Enfim, todo mundo tem o direito de mudar, e eu também mudei. Mas não acho que as pessoas têm o direito de mentir, de deformar a história, e de construir uma versão manipulada, fraudulenta e mentirosa da história, apenas para não reconhecer que estão emprestando ideias dos outros e apresentando-as como se fossem suas, e como se elas tivessem inventado tudo o que está aí.
Este blog vai continuar denunciando essas falcatruas ideológicas e essas mentiras oficiais...


8) AA: "Se não gosta, basta não permitir comentários."
PRA: Eu geralmente publico, mesmo os comentários mais debiloides, e desonestos, pois eles provam justamente certas opiniões aqui expressas. Certas pessoas pensam que o mundo, o Brasil, o Maranhão foram inventados em 2003, e que todas as bondades foram feitas depois disso, e que antes só existiam perversidades voluntárias de quem desejava explorar o povo e vender o Brasil para o FMI. 
Pergunto ao AA onde estão aqueles corruptos e coronéis do atraso que antes aderiam ao governo anterior? (a qualquer governo, aliás). Quem é que os promoveu a vestais da governabilidade? Quem pratica assistencialismo eleitoreiro? Quem frauda a história?


OK, não precisa agradecer pelas pequenas aulas de economia: tudo isso está em qualquer manual de economia para aprendizes. Aliás, basta ler os jornais sem viseiras ideológicas para aprender economia.
Paulo Roberto de Almeida 

Sindicalistas iludidos e os verdadeiros inimigos

Leio isto no boletim eletrônico da UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES
cujo presidente é: RICARDO PATAH


DISCREPÂNCIA: qual a discrepância cambial entre Brasil e China? Segundo estimativas do Instituto Peterson ela é abismal, nada menos do que 40% (quarenta por cento mesmo!), o que, em termos de competitividade industrial, é um exagero. Esses 40% são compostos por 25% de desvalorização do yuan frente ao dólar e mais 15% de valorização do real frente ao mesmo dólar. Essa posição da moeda chinesa não deixa de ser um subsídio disfarçado. Há inúmeras formas de compensar essas assimetrias, mas, parece, as medidas têm sido insuficientes. Ultimamente, o governo brasileiro se mostra mais disposto a aplicar sanções e tem tomado atitudes compensatórias, como a elevação de tarifas ou a valoração aduaneira dos produtos importados (para fins tributários). Todavia, continuamos sendo inundados por bugigangas chinesas.


Respondi isto a eles:


Isto, simplesmente, não é verdade: 
"Todavia, continuamos sendo inundados por bugigangas chinesas."

Os chineses exportam para o Brasil exatamente as mesmas mercadorias que exportam para o resto do mundo. 
Se vocês entrarem num Wall Mart dos EUA, qualquer um, vão encontrar 95% de produtos "made in China". Vão dizer que os americanos estão consumindo "bugigangas chinesas"?
Será que o mundo todo consome bugigangas chinesas?
Quanta ingenuidade!
Todos consomem produtos chineses porque eles são mais baratos, e porque são de qualidade mediana, que compensa seu custo baixo com alguma satisfação. Mas estão deixando de ser, rapidamente, bugigangas, para se converter em produtos normais.
NINGUEM, no mundo, consome produtos chineses para fazer bondade aos chineses, por generosidade ou por alguma conspiração chinesa. As pessoas consomem produtos chineses porque eles são aceitáveis e mais baratos do que os locais, tão simples assim.

Por que vocês, sindicalistas, não reconhecem uma coisa absolutamente transparente?: o Brasil se tornou um país muito caro, por causa da extorsão tributária do governo, e por causa dos custos laborais, em parte porque vocês, sindicalistas, foram bem sucedidos em aumentar o preço da mão-de-obra.
Não podem reclamar agora que as pessoas prefiram produtos chineses aos produtos caros que vocês, empresários e trabalhadores, produzem, com essa "pequena ajuda" tributária de 40% por parte do governo.
Quando é que vocês vão reconhecer a realidade e atacar seus verdadeiros inimigos, o governo e os politicos que os saqueiam? 
Os inimigos não são os chineses: olhem para dentro, por uma vez...

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Paulo R. de Almeida

PS.: Acrescento agora isto:
Mesmo a chamada defasagem cambial, que existe, também pode ser atribuída ao governo, pelo menos a parte da "valorização do real". Não é culpa dos chineses, nem dos americanos, aliás, que os nossos juros sejam de 12%, e que por isso dezenas de bilhões de dólares continuem a afluir ao Brasil. Se não fosse pela voracidade gastadora do governo, provavelmente os juros seriam muito inferiores ao que são...

Um governo ladrao: adivinhem qual?

Fui consultar meu extrato bancário, hoje, e descobri uma coisa extraordinária: o governo está roubando o meu dinheiro -- como sempre está, aliás, mas teoricamente para prestar algum serviço em contrapartida.
Desta vez não: se trata de um roubo gratuito, deliberado, criminoso, eu diria.

Transferi, como faço ocasionalmente, um dinheiro para uma pessoa da família, tudo dentro do mesmo banco -- esse que o governo usa para fazer demagogia, tendo mesmo constituído um soi-disant "Banco do Povo", que só gastou dinheiro com propaganda, e provavelmente com corrupção, também, e depois fechou, sem a propaganda inicial -- e sem maiores burocracias, tudo feito online, portanto sem nenhuma despesa ou favor desse governicho.
Eis o que encontro agora:
01/09/11  Cobrança de juros 0,09
01/09/11  Cobrança de IOF  0,26

Ou seja, apenas por isso, o governo me rouba 35 centavos, e suponho que esteja roubando também de outros correntistas, de qualquer correntista, de qualquer banco, que faça uma operação implicando transferência de recursos de um CPF a outro.
Bandidos! Assaltantes!
Será que o governo quer me fazer usar dinheiro vivo, agora?
Ladrões de casaca! (talvez nem usem casaca...)
Paulo Roberto de Almeida

Uma opiniao sobre o momento politico - Joao Bosco Leal


Responsabilidades políticas
João Bosco Leal
8/09/2011

Tenho percebido, claramente, um pequeno despertar da sociedade brasileira com as ocorrências políticas dos últimos anos. Convocações para marchas e manifestações começam a surgir sistematicamente, com algumas sendo realizadas, principalmente contra a corrupção.
Algumas propostas de desobediência civil também já aparecem, mas por ser radicalmente contra, sequer discuto o mérito da questão, pensando ser esse caminho, o daqueles que continuam com idéias baseadas em princípios ideológicos guerrilheiros, que já foram testados e fracassaram em diversas partes do mundo.
O país precisa, pelo contrário, de brasileiros que, legalmente, se candidatem e assumam todos os cargos públicos que estiverem aptos a executar e, com isso, realizar uma verdadeira faxina nesse país, pois entendo que a mudança precisa ser em todos os níveis, de todos os poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo.
Não se pode mais conviver com a situação atualmente posta, quando José Sarney está em seu quarto mandato como presidente do Senado, sua família há décadas comanda politicamente o Maranhão, estado mais pobre e atrasado do país, mas, quando acusado, não poder ser tratado "como qualquer um", como disse o ex-presidente Lula, por já haver sido Presidente da República.
Nos últimos dez anos a corrupção tomou proporções jamais vistas no país, tanto que atualmente já estamos vendo até ministros e senadores se dirigirem a um quarto de hotel para audiências com aquele que o Procurador Geral da República acusa de "Chefe da Quadrilha" do Mensalão do PT.
Alguns afirmam que a corrupção sempre existiu e que não se pode responsabilizar um determinado governo ou partido, mas o que facilmente se constata, até por notícias recentemente publicadas, é que nenhum ex-presidente do chamado "regime militar" saiu do governo com algum bem material a mais do que quando entrou. Todos eram e continuaram sendo homens de poucas posses e assim morreram. Literalmente, isso não é o que recentemente assiste a população brasileira.
Não estou defendendo o regime militar, simplesmente fazendo constatações e, sem dúvida, essa foi a época em que mais se investiu na infraestrutura brasileira, como pode ser facilmente comprovado pela época das construções de todas as nossas principais hidrelétricas, rodovias, ferrovias e hidrovias. Após décadas sem investimentos e com as manutenções insuficientes, o que vemos atualmente no país é um verdadeiro fracasso, quando se refere aos investimentos nessas áreas fundamentais para qualquer projeto de crescimento.
Enquanto os cidadãos conscientes da população brasileira não se rebelarem e, como verdadeiros donos do poder, remover de seus cargos essas pessoas, como estão fazendo nos países árabes com seus tiranos e aqui já fizemos com o Presidente Collor, essa situação não será alterada.
Porém, como não vejo cidadãos brasileiros dispostos a assumir os cargos públicos hoje dominados pelos corruptos, penso que a questão fundamental a ser tratada é a conscientização política da população e o incentivo à introdução dos homens de bem na vida pública.
Derrubar os corruptos sem que cidadãos patriotas e bem intencionados assumam seus postos, certamente provocará um caos ainda maior no país, com pessoas mais inescrupulosas assumindo esses cargos.
Precisamos mudar o quadro atual, colocando os corruptos em seu devido lugar, a cadeia, mas, além disso, precisamos de um projeto duradouro, de longo prazo, para que o país não volte a ter pessoas assim, com cargos em nenhum dos poderes constituídos.
Só exterminaremos definitivamente a corrupção nos cargos públicos, com a entrada, na vida pública, de homens de bem, com intenções exclusivamente patrióticas, como alguns que já governaram este país.
João Bosco Leal        www.joaoboscoleal.com.br

Pequeno retrato da eficiencia governamental (ou de certos governistas)

Certos governistas anônimos (et pour cause) ficam furiosos com alguns comentários que coloco neste blog, precedendo a simples transcrição de matérias de imprensa, em princípio apenas informativas e razoavelmente objetivas.
Eles se apressam em me criticar, e me xingar também, ainda que de maneira enviesada, apenas porque me permito -- o que é um direito que me é assegurado pela Constituição -- de criticar o governo que está aí, mesmo sendo um funcionário do Estado.
Pois é: tem gente que não suporta sinceridade, ou independência de espírito e de opinião. Se pudessem ele amordaçariam todos os descontentes, desviantes e dissidentes.
Bem, vamos ver o que esses governistas anônimos têm a dizer -- em defesa do governo, quero dizer -- a respeito da matéria que vai abaixo.
Vão me acusar de ser do contra.
Pode ser...
Paulo Roberto de Almeida

Portal G1, 8/09/2011
Auditoria especial da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou 66 irregularidades em 17 processos de licitações e contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec, estatal do setor ferroviário.
De acordo com o resultado da auditoria, anunciado nesta quinta-feira (8), as irregularidades identificadas “apontam prejuízo potencial de R$ 682 milhões”. Essa cifra representa 13,3% do valor total fiscalizado, de R$ 5,1 bilhões (leia aqui resumo da auditoria divulgado no site da CGU).
A fiscalização dos contratos foi determinada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ele foi um dos quase 30 demitidos após a revelação, em junho, de um suposto esquema de superfaturamento de obras e direcionamento de licitações.
No relatório, a CGU aponta que o encarecimento das obras é fruto da “precariedade” dos projetos de engenharia.
“É possível constatar a precariedade dos projetos de engenharia - fato reiteradamente apontado pela CGU - e o modo como essas deficiências contribuem para a geração de superestimativas nos orçamentos de referência da própria Administração, daí para o sobrepreço nos contratos, e como, por fim, podem levar, ao superfaturamento das obras, com prejuízo aos cofres públicos”, diz nota publicada pelo órgão nesta quinta.
Outra causa, diz a CGU, é “o grande número de projetos antigos em estoque, que acabam sendo licitados já defasados em relação ao volume médio diário de tráfego, ao nível de serviço, às localizações de jazidas e às necessidades de desapropriações, o que, inevitavelmente, conduz à necessidade de aditivos contratuais, consequência das necessárias revisões de projeto em fase de obra”.
O relatório afirma que “raríssimos são os empreendimentos em que não há acréscimos de custos, muitos dos quais se aproximam do limite legal, algumas vezes até superando-os, tornando sem efeito os descontos obtidos nos processos licitatórios”. Pela Lei de Licitações, as obras não podem encarecer mais que 25% do preço original.
Propina
A CGU, no entanto, ressaltou que a auditoria não apurou denúncias sobre  pagamento e recebimento de propina. Segundo o órgão, esse trabalho cabe aos órgãos policiais, e depende de autorizações judiciais. A fiscalização feita, diz, é uma “etapa prévia” para essa investigação.
“O trabalho da auditoria constitui, nesses casos, uma etapa prévia, que chega até a identificação das condições que podem gerar as ’sobras’ (as chamadas ‘gorduras’), que podem decorrer de licitações direcionadas, fraudadas, de orçamentos superestimados, de superfaturamento, de pagamento por serviços mal feitos ou não realizados etc.”.
As informações, informou a CGU, serão agora encaminhadas ao Ministério dos Transportes, Dnit e Valec, Casa Civil, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Ministério da Justiça e Polícia Federal, Advocacia-Geral da União e à Comissão de Ética Pública.
A CGU diz que as informações da auditoria deverão agora subisidiar processos disciplinares em andamento ou a serem abertos dentro do próprio Ministério dos Transportes contra servidores suspeitos. Como são administrativos, esses processos podem levar somente à demissão definitiva dos funcionários, já que vários foram apenas afastados das funções que ocupavam.
Obras
A CGU informou que, além de obras com supostas irregularidades noticiadas pela imprensa, fiscalizou também “casos considerados emblemáticos e representativos”. Além das obras em estradas da BR-280 (SC), BR-116 (RS), e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, foram auditadas também obras da BR-101 (PE) e obras do Contorno de Vitória (ES).
Em Pernambuco, a obra de de restauração e duplicação do lote 7 da BR-101 apresentou 14 diferentes tipos de irregularidades, como deficiências no projeto executivo, serviços de terraplenagem superestimados, superfaturamento, pagamento por serviços não realizados, além de execução de serviços sem cobertura contratual, segundo a CGU. Os prejuízos teriam alcançado cerca de R$ 53,8 milhões e o valor total da obra passou para R$ 356 milhões.
No projeto, o traçado da rodovia passava dentro de um açude da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que abastece a cidade de Ribeirão.
Na Valec, a auditoria encontrou mais problemas na licitação da Ferrovia Integração Oeste-Leste, como restrição à competitividade e superestimativa de R$ 52,2 milhões no orçamento de referência para os lotes 01, 02 e 03.
O órgão investigou ainda supostas irregularidades em unidades estaduais do Dnit, no Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Além disso, foi analisada licitação para estruturação de Postos de Pesagem Veicular, contratação de empresas terceirizadas pelos órgãos, contratação de empresa para fornecimento de trilhos, e construção da Ferrovia Norte-Sul.

Minusculo tratado da cara de pau (ou a moral dos imorais) - Reinaldo Azevedo

O título acima é meu, e tem pouco a ver com o que vai transcrito abaixo.
Os que acompanham os meus trabalhos, sabem que eu tenho uma série de... digamos, trabalhos -- que eu chamaria, na verdade, de "divertimentos" -- que eu chamei de minitratados, querendo com isso significar que constituem pequenas sínteses sobre questões divertas que simplesmente me dão prazer de elaborar.
Quem estiver interessado, pode olhar neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/04/minitratados-um-exercicio-ludico.html
Creio que o último é este aqui: 
Minitratado do Inusitado


O que vai abaixo, entretanto, não é um minitratado meu, mas um pequeno tratado de um jornalista conhecido, que resume, provavelmente de maneira irrespondível, a moral dos imorais, ou seja, dos desonestos e fraudadores contumazes, que pretendem roubar um pouco da dignidade do povo brasileiro, justificando roubalheiras e falcatruas que cometem, cometeram e ainda cometerão, em nome de sua causa que só não é totalitária porque não permitimos, mas que é certamente autoritária e eticamente abjeta.
Fica o meu protesto, registrado, assinado, reiterado.
Governistas anônimos: não se dêem o trabalho de criticar ou de protestar.
Desonestidade não tem justificação aqui neste blog, nem hipocrisia ou mentiras.
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 08/09/2011 16:29:10

Além de a rede petralha organizada na Internet fazer pouco das ações de protesto contra a corrupção, seus próceres indagam: “E não havia corrupção nos governos anteriores?” Ora, claro que sim! E também havia  protestos… CONTRA A CORRUPÇÃO, de que  UNE, CUT e movimentos sociais eram parte ativa. Hoje, os dinheiristas estão calados. Não é que fossem contra a corrupção; eles se opunham à corrupção dos seus adversários.

Essa é a grande diferença. Os que protestam agora não são petistas, tucanos ou sei lá o quê. São pessoas sem partido — e aí está sua força e também a sua fragilidade; já  explico —, que se opõem a qualquer corrupção. Como não têm de justificar seus aliados nem obrigação de combater seus adversários, podem se apegar ao aspecto moral e ético da questão: roubar é feio, roubar é inaceitável, roubar é injustificável.

O que começa a surgir — é ainda incipiente, e, reitero, não sei aonde vai dar — é a consciência de que não há causa boa que justifique o assalto aos cofres públicos. Pessoas comuns se deram conta de que não há causa social que explique a roubalheira, entenderam? Essa gente não agüenta mais olhar para a cara de Lula a abençoar todas as lambanças dos seus amigos, atribuindo tudo quanto é falcatrua a governos passados — como se, exceção feita aos oito anos de governo FHC — ele não fosse hoje aliado de TODOS OS GOVERNOS PASSADOS!

Então voltamos à questão: “Mas foi o PT, por acaso, que inventou a corrupção?” Claro que não! Quer dizer que, porque não foi invenção do PT, os petistas e petralhas podem, então, ser seus alegres usuários, afirmando simplesmente: “Ah, foram eles que começaram!”?
Não! O PT não inventou a corrupção, não! A obra do PT é de outra natureza. Adhemar de Barros, Paulo Maluf e Fernando Collor — para usar exemplos tornados clássicos de certo tipo de coisa — não ousaram chegar aonde os petistas chegaram: TRANSFORMAR A CORRUPÇÃO NUMA ÉTICA DE RESISTÊNCIA! Aí está a originalidade do método petista.

Se roubam, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se cobram propina, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se tentam comprar o Congresso com o mensalão, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se recorrem a aloprados, é para o bem do país e para combater os reacionários.

Ora, já chega a quantidade de mentiras que esses caras contaram sobre si mesmos e sobre os outros, não é? Para ser extremamente sintético:

- posam (vocês sabem como Emir Sader escreveria isso…) de autores da estabilidade, quando, de fato, a sabotaram;
- posam de pais dos programas sociais, quando, de fato, os chamavam de “esmola”.
E tentam agora naturalizar a corrupção como desdobramento necessário e até óbvio de seu amor pelo povo?

Não dá! Qual será o alcance dessa nova consciência que começa a surgir? Não sei! O que sei é que é crescente o número de pessoas que repudiam essa abordagem, que desprezam os setores da imprensa condescendentes com esse ponto de vista e que vêem com suspeição os setores da oposição que chamam de “diálogo maduro” o adesismo, a falta de combatividade e a falta de coragem.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Obras de Paulo Roberto de Almeida em Mandarim

Por acaso, encontrei a lista abaixo de títulos de livros e de trabalhos meus (neste link), traduzidos para o chinês. Descobri que a lista foi feita por meu amigo Zhou Zhiwei, secretário do Centro de Estudos Brasileiros (neste link), do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Chinese Academy of Social Sciences, em Beijing, onde estive duas vezes, fazendo palestras, quando me encontrava residindo em Shanghai, em 2010...
Agradeço ao Zhou Zhiwei, e coloco-me à disposição para eventualmente receber mais trabalhos meus traduzidos para o Mandarim. Sempre é bom conservar registro de tudo o que sai publicado no exterior sobre suas obras. Sinal de que elas podem servir para algo útil de conhecimento do Brasil no exterior.
Meu abraço ao Zhou Zhiwei.
Paulo Roberto de Almeida

巴西Paulo Roberto de Almeida教授捐赠的书单

1, Relações Brasil-Estados Unidos:Assimetrias e Convergências
巴美关系:不对称性和一致性
2, Mercosul, Nafta e Alca: A Dimensão Social
南共市、北美自由贸易区和美洲自由贸易区:社会视角
3, O Crescimento das Relações Internacionais no Brasil
巴西国际关系发展
4, Os Primeiros Anos do Século XXI: O Brasil e as Relações Internacionais Contemporâneas
21世纪初:巴西与当代国际关系
5, Relações Internacionais e Política Externa do Brasil
国际关系与巴西对外政策
6, O Estudo das Relações Internacionais do Brasil
巴西国际关系研究
7, Formação da Diplomacia Econômica no Brasil
巴西经济外交的形成
8, Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI), No.1, 2009
《巴西国际政治杂志》(2009年第一期)
9, Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI), No.2, 2009
《巴西国际政治杂志》(2009年第二期)
10, Interesse Nacional, No.6 2009.
《国家利益》(2009年第6期)



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Addendum em 9/09/2011: 
Mensagem recebida de meu amigo Zhou Zhiwei:
O senhor entende o que significa o titulo dessa lista: 巴西Paulo Roberto de Almeida教授捐赠的书单, se for traduzido em portugues, seria assim: A Lista dos livros doados pelo professor brasileiro Paulo Roberto de Almeida para Centro de Estudos Brasileiros, esse arquivo foi divulgado em site do Centro de Estudos Brasileiros(www.centrobrasil.com) que foi lancado em julho 2011. Eu acho que o senhor deve lembrar que o senhor me mandou alguns livros seus por meio da Embaixada do Brasil em Pequim durante seu estadia na China no inicio de 2010 (Expo Shanghai). Essa lista é a mesma da lista dos seu livro que o senhor doou ao CEB nessa vez. Eu só traduzi o título do seu cada livro de português a chinês para que os chineses possam entender o tema de cada livro, se alguém interessar em  algum livro,  o Centro de Estudos Brasileiros pode emprestá-lo.