O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Licoes de Politica Economica, licoes de Historia Economica - Professora Dilma

Depois das excelentes lições de Política Econômica (e de Economia Política) que tivemos, na semana anterior, mostrando cabalmente a esses incultos, temerosos e incompetentes europeus, como se pode, muito facilmente, vencer uma crise sem entrar em recessão, sem aumentar o desemprego, sem criar sofrimentos inúteis para uma população desejosa de sempre mais prosperidade, graças aos fundos públicos -- que como se sabe são sempre inesgotáveis, e fáceis de serem mobilizados, bastando dar ordens às autoridades tributárias para aumentar a arrecadação -- e que, graças à sapiência acumulada dos brasileiros em matéria de produtividade, de competitividade e de eficiência nos serviços públicos -- que, como todo mundo sabe, no Brasil, são realmente excelentes, não deixando nada a desejar aos melhores países do mundo, aos mais avançados bastiões da social-democracia europeia, benemérita e generosa, aliás melhores ainda do que naqueles países escandinavos frios --, depois de todas essas maravilhas apregoadas a gregos e goianos -- inclusive pelo ex-presidente, que como todo mundo também sabe não é doutor honoris causa (por uma carrada de universidades, e ainda virão mais) por nada, e sim por uma sapiência comprovada em matéria de gestão econômica e excelência administrativa em todos os domínios conhecidos das ciências da gestão, e da falação -- depois de tudo isso, e como se não bastasse, temos agora a nossa nova professora, cultíssima, PhD em várias coisas, dando aulas de História Econômica, para maior gáudio dos ignorantes (que somos nós, claro), que desconheciam por completo que o FMI -- uma entidade sempre perversa, amiga da recessão e da pobreza --, naqueles tempos obscuros do neoliberalismo, tinha ordenado ao Brasil interromper completamente os investimentos quando da crise da dívida externa nos anos 1980 e das crises financeiras dos anos 1990, tudo isso, obviamente, apenas para causar maior sofrimento aos brasileiros, que não tinham ainda conhecido os méritos, as vantagens e a generosidade da política econômica que veio a ser aplicada a partir de 2003, que como todo mundo também sabe, abandonou os cânones estreitos do neoliberalismo e da subserviência aos especuladores de Wall Street e aos monetaristas do FMI, para finalmente, tchan, tchan, tchan, para maior glória dos brasileiros, finalmente, enveredou pelo crescimento, pela distribuição, pelo aumento dos salários e das rendas, e das pensões das viúvas abandonadas, e dos políticos aposentados, e dos sem-terra, dos sem-teto, dos sem-emprego, dos sem-sindicatos, dos sem-vergonhas, enfim de todos aqueles que colaboram e, justamente, passaram a se beneficiar da generosidade governamental e da magnanimidade presidencial.
Ufa! Desculpem pela frase longuíssima, sem ponto no meio, a la Saramago, mas é que eu precisava, eu tinha de dar esse testemunho pessoal sobre como nós, simples brasileiros, cidadãos pagadores de impostos -- enfim, um pouco altos, mas nada nesta vida é de graça, não é mesmo, como dizia aquele americano, como é mesmo o nome dele?, there is no free lunch in this life, and in the other life also -- como nós somos felizes e realizados de contar com professores tão preclaros, tão sapientes em matéria econômica -- e em todas as demais matérias também -- que estão sempre nos ensinando, aproveitando, no meio do caminho, para corrigir a História, essa madrasta sempre enganosa, pois nos queriam fazer acreditar que tínhamos entrado em crise por nossa própria culpa, quando a culpa, comprovada, sempre foi do FMI, que nos obrigou, contra a nossa vontade, a interromper investimentos, diminuir gastos governamentais, cortas despesas inúteis, tudo isso só para nos ver sofrer, para nos diminuir, para chutar a escada que nos levaria ao mesmo desenvolvimento dos países avançados -- vejam vocês, algo que eles jamais poderiam aceitar, como eles iriam permitir que nós fossemos igualmente prósperos, e os igualassem em riqueza e consumo, eles tinham de nos manter na pobreza, para melhor nos explorar -- enfim, tudo de mau que sempre foi cometido contra os pobres nesta terra maravilhosa, e que só agora, finalmente, podemos lograr avançar, com esses professores maravilhosos que nos governam.
Ufa, uma segunda vez! Desculpem essa nova frase longuíssima, mas é que eu não pude resistir aos encantos de mais uma aula magnífica, que vai aqui reproduzida para melhor colaborar com o conhecimento de vocês.
Como escrito no alto deste blog, ele é pelas ideias inteligentes. O que de mais inteligente pode haver senão estas sábias palavras que agora vocês podem ler?
Paulo Roberto de Almeida 

Dilma critica FMI e países desenvolvidos no combate à crise

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Folha online, 13/10/2011
A presidente Dilma Rousseff (PT) criticou nesta quinta-feira (13) a "ingerência do FMI [Fundo Monetário Internacional]" sobre os investimentos do governo brasileiro durante os anos 1980 e 1990, quando o Brasil vivia uma crise econômica.
"Nós sabemos o quanto nós perdemos de oportunidades nas duas décadas em que estivemos sob a ingerência do FMI", declarou.
Dilma também comparou a situação de então com a atual crise dos países europeus e dos EUA.
"O Brasil passou por um momento muito difícil em 1982, com a crise da dívida soberana. A Europa passa por algo similar."
Para Dilma, falta "uma convicção política uniforme" aos líderes internacionais sobre como lidar com a atual crise econômica. "Nós já vimos uma parte desse filme. Nós sabemos o que é a supervisão do FMI. Nós sabemos o que é proibir que o país faça investimentos."
A presidente criticou a limitação dos investimentos federais imposta pelo FMI, e disse que o Brasil só voltou a crescer quando começou a investir e a incluir mais pessoas na classe média.
"É isso que nos torna fortes; esse mercado interno da proporção que nós temos."
INFLAÇÃO
Dilma disse que o Brasil irá resistir à crise econômica porque tem "bancos fortes, uma política fiscal consolidada e reservas internacionais".
A presidente afirmou que o país deve continuar "olhando a inflação com um olho e o crescimento com o outro".

Blog da Presidencia: por uma vez, sinceridade...


Brasil: el blog de la Presidencia es atacado con mensajes contra la corrupción

Tecnologia,internet,informatica,ordenador
Infolatam/Efe
Río de Janeiro, 13 de octubre de 2011
Las claves
  • Los mensajes fueron ilustrados con una fotografía en la que aparecen varios manifestantes con escobas de color amarillo y verde, consideradas como un símbolo de la lucha contra la corrupción.
  • "Brasileños, crean en ustedes mismos. Salven a Brasil", proclamó el "hacker", que defendió la necesidad de que candidatos con condenas en firme no puedan concurrir a unos comicios.
El blog de la Presidencia brasileña fue atacado  por un “hacker”, que emitió proclamas en favor de la transparencia política horas después de que miles de personas marcharan por todo el país para protestar contra la corrupción.
Los mensajes fueron ilustrados con una fotografía en la que aparecen varios manifestantes con escobas de color amarillo y verde, consideradas como un símbolo de la lucha contra la corrupción y exhibidas en las protestas celebradas este miércoles.
El portal (http://blog.planalto.gov.br), que ofrece información sobre la agenda de la presidenta, Dilma Rousseff, y divulga comunicados sobre las medidas y acciones impulsadas por el Gobierno brasileño, recuperó su función y su aspecto en la mañana de hoy.
“¡El político debe ser íntegro, incorruptible! Voto abierto en el congreso”, era una de las proclamas escritas en la página y firmadas por “@DonR4UL EL HACKER BELLEZA”.
Los mensajes contra la corrupción estaban intercalados con temas del músico brasileño Raul Seixas, una de las principales voces del rock nacional en los años setenta y ochenta.
“Brasileños, crean en ustedes mismos. Salven a Brasil”, proclamó el “hacker”, que defendió la necesidad de que candidatos con condenas en firme no puedan concurrir a unos comicios.
El pasado mes de junio trascendió que la Presidencia brasileña repelió un ataque de grupos de piratas informáticos a su página de internet y a los portales de la administración federal de impuestos y del oficial Portal Brasil.
Las invasiones a las webs oficiales se registraron cuatro días después de que otro grupo de piratas atacara el banco de datos del Ejército brasileño y publicara en Twitter informaciones personales de cerca de mil funcionarios de las Fuerzas Armadas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dados, dados, muitos dados: World Bank Development Indicators



DadosEconomicosWOrldBank


World Bank, subset of World Development Indicators (WDI)
Economy
Environment
Global links
People
States and markets
World view

Mercados livres, justica expedita: o exemplo dos EUA

Apenas para registrar que se o caso ocorresse no Brasil, a Justiça provavelmente demoraria cinco anos para julgar, prescrevendo algumas acusações no meio do caminho...


Economy/Business News Alert: Hedge fund billionaire sentenced to 11 years in insider trading case 
October 13, 2011 11:27:30 AM
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Hedge fund founder Raj Rajaratnam was sentenced Thursday to 11 years in prison for his involvement in what prosecutors labeled the biggest hedge fund insider trading case in U.S. history.

Democracia 'a moda petista: meios de comunicacao

Como sempre, quem tem genes autoritários não se redime: está sempre tentando encontrar uma fórmula para submeter pessoas e veículos livres à sua sanha totalitária.
Acredito que o Brasil está livre desse fantasma, mas no processo muitos jornalistas rastaqueras se rendem a fórmula liberticida.
Não com o meu silêncio...
Paulo Roberto de Almeida 

'Democratização', não controle

Editorial O Estado de S.Paulo,  
13 de outubro de 2011 | 3h 06
O PT já percebeu que pega mal falar de "controle social da mídia". Agora, o que reivindicam os petistas é a "democratização dos meios de comunicação". Claro, o termo "controle" tem uma desagradável conotação autoritária. É melhor defender a mesma ideia usando uma expressão mais simpática, sedutora. Afinal, não se pode ser contra a "democratização", seja lá do que for. Portanto, sai "controle", entra "democratização". Por exemplo, o presidente nacional do PT, Ruy Falcão, em entrevista à imprensa dias atrás, anunciou a realização, no âmbito dos debates sobre o marco regulatório da comunicação eletrônica, um seminário que deverá reunir em São Paulo "todas as entidades, organismos e parlamentares interessados na democratização dos meios de comunicação". Da comunicação eletrônica? Não, dos meios de comunicação, tout court.
O esperto floreio de linguagem apenas camufla a irreprimível vocação autoritária do PT, que na verdade não admite uma imprensa livre criticando seus programas e seu governo e por isso quer "democratizar" os veículos de comunicação. Uma clara demonstração do uso que o partido faria da "democratização" dos meios de comunicação que preconiza são as recentes tentativas da ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Iriny Lopes, de interferir numa peça publicitária protagonizada pela modelo Gisele Bündchen e no enredo da novela "Fina Estampa", da TV Globo, sob a alegação de que em ambos os casos a condição feminina estaria sendo colocada numa posição de "subalternidade". Seria o Estado decidindo o que constitui ou não a dignidade da condição feminina.
É notável também a insistência do PT em colocar num mesmo balaio duas questões absolutamente distintas, na tentativa de se valer da confusão para impor sua visão autoritária a respeito do controle da mídia. Uma coisa é o problema da atualização do marco regulatório da comunicação eletrônica, necessária em razão da enorme defasagem da legislação vigente em relação aos avanços tecnológicos na área. Outra coisa é a tentativa de regulação - censura, em português claro - dos conteúdos veiculados por todas as mídias, inclusive a impressa. E é isso que se tentará colocar em pauta no seminário anunciado pelo presidente petista.
Esse seminário, quem sabe, poderá lançar luzes sobre o verdadeiro significado de "democratizar" a mídia. Se a grande imprensa brasileira não é democrática, como acusa o PT, isso significa o quê? Que falsifica a realidade em benefício de interesses escusos, por exemplo, quando denuncia escândalos que obrigam a presidente a demitir ministros? Ou quando participa do debate político e das campanhas eleitorais, criticando os excessos do PT?
Se é isso que pensa o PT, está em clara divergência com a presidente Dilma Rousseff. Em primeiro lugar, pela razão óbvia de que ela foi eleita, apesar de não ter contado com o apoio da grande mídia. Mais do que isso, porém, porque Dilma, desde a campanha eleitoral do ano passado, jamais deixou de expressar, de maneira absolutamente cristalina, seu repúdio a qualquer tentativa de controle da mídia e a sua confiança na imprensa livre que existe hoje no País.
Quando era candidata à Presidência, em outubro do ano passado, Dilma Rousseff declarou: "A imprensa pode falar o que bem entender. Eu, o máximo que vou fazer, quando achar que devo, é protestar dizendo: está errado o que disseram por isso, por isso e por isso. Usando uma coisa fundamental que é o argumento". Em seu discurso de posse, proclamou: "Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. As críticas do jornalismo livre ajudam ao País e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório". Em setembro, em visita aos Estados Unidos, ao assinar uma parceria com o governo norte-americano pela transparência e pela fiscalização das ações dos poderes públicos, garantiu: "Conta-se também com a positiva ação vigilante da imprensa brasileira, não submetida a qualquer constrangimento governamental".
Dilma e o PT que se entendam.

A idiotice nacional do momento: a restricao a compras de terras por estrangeiros

Não são apenas os franceses, especialmente os socialistas, que têm o direito de ser idiotas. Brasileiros também, sobretudo os soberanistas, nacionalistas, e paranoicos, nesta ordem ou em qualquer outra.
Parece que os chineses estavam se preparando para fugir com terras brasileiras debaixo dos seus braços pequenos e redondos...
Não contavam com a astúcia dos Chapolins brasileiros: todos os movimentos desses idiotas são friamente calculados. Vão morrer contentes, sem se dar conta de sua idiotice fundamental...
Paulo Roberto de Almeida 


Projeto vai restringir compra de terras por estrangeiros

- As pessoas físicas e jurídicas estrangeiras só poderão adquirir, cada uma, imóveis de até, respectivamente, 2.500 e 5.000 hectares no Brasil e vão precisar da aprovação do Conselho de Defesa Nacional se os imóveis forem localizados na Amazônia ou em áreas de fronteira. Também não poderão regularizar imóveis já adquiridos se estiverem na lista negra do trabalho escravo ou tiverem cometido crime ambiental. Ou ainda se ocuparem terras de marinha (litorâneas), como acontece com resorts no nordeste.

Essas são as linhas gerais do substitutivo do projeto de lei que será apresentado pelo deputado Beto Faro (PT-PA) em audiências previstas para a próxima semana com representantes da Casa Civil e da Secretaria de Assuntos Institucionais da Presidência da República. Beto Faro é autor do PL 2289/07, que trata do assunto.

O relator adiou, de terça-feira (11) para até 15 dias o seu parecer como relator da subcomissão da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados que analisa a compra de terras brasileiras por estrangeiros. Ele vai conversar também com técnicos da Ad-vocacia Geral da União (AGU). Levantamento do Incra indica que cerca de 35 mil propriedades rurais pertencem a estrangeiros. À frente estão japoneses (23%), norte-americanos, argentinos e chineses (cada um com 1%).

O número de imóveis deve ser bem maior, pois, de 1997 a 2010, os cartórios de registros não comunicaram ao órgão as terras compradas por estrangeiros, devido a uma interpretação da lei.

Segundo informações obtidas pelo DCI, o substitutivo deve listar uma série de exigências para a regulamentação das terras adquiridas por estrangeiros nesse período de 1997 a 2010. O teto para a compra de terras por estrangeiros ficou estabelecido na forma de módulo rural, que é o tamanho mínimo de uma propriedade para assegurar a sobrevivência de uma família. Dependendo da região, os módulos rurais variam de 5 (Sul e Sudeste) a 110 hectares (Amazônia). O substitutivo estabelecerá que as pessoas físicas estrangeiros só poderão adquirir até 35 módulos fiscais até o limite de 2.500 hectares, enquanto as pessoas jurídicas estrangeiras ficam limitadas a adquirir até 100 módulos fiscais até o limite de 5 mil hectares.

Recadastramento

Beto Faro já afirmou que é favorável a um recadastramento obrigatório de propriedades rurais no Brasil, a fim de verificar quantas delas estão nas mãos de pessoas ou empresas estrangeiras. A sugestão do recadastramento foi feita pelo juiz da Corregedoria Nacional de Justiça Ricardo Chimenti. Ele participou do debate promovido pela subcomissão. Chimenti ressaltou que um parecer da Advocacia Geral da União foi o responsável pela falha no encaminhamento dos registros ao Incra.

"Conforme a Lei 5.709/71, a partir de determinada dimensão [três módulos de exploração indefinida], quando adquirida por estrangeiro, essa terra tinha que estar cadastrada em registros próprios, tanto no Incra quanto nos cartórios imobiliários. Como isso não foi feito num período, em razão de uma orientação da própria Advocacia Geral da União, a ideia é que esse recadastramento fosse feito em cima de terras a partir dessas medidas, de 2010 até 1997", disse.

Beto Faro afirmou que, antes disso, é necessário adequar as estruturas dos cartórios de registros de imóveis. "Há necessidade de uma reformulação total no sistema", alertando que não será simples preparar os cartórios para "fazer esse registro e identificar qual é o capital internacional que entra nesse sistema".

Soberania nacional

A aquisição de terras por estrangeiros é prevista na Constituição, mas, segundo o presidente da Subcomissão que analisa o assunto, deputado Homero Pereira (PR-MT), o objetivo é elaborar um projeto que dê segurança jurídica ao investidor estrangeiro que queira comprar terras no Brasil e, ao mesmo tempo, preserve a soberania nacional.

O presidente da subcomissão afirmou que os parlamentares precisam saber como são as leis que tratam da compra de terras por estrangeiros em outros países. O objetivo é comparar as diferentes legislações para que os deputados façam prevalecer o princípio da reciprocidade quando forem propor uma nova lei

Faro disse que os vários especialistas deram depoimentos em audiências públicas da subcomissão, mas ele quer saber qual é a posição política do Executivo.

"Nós queremos ouvir a posição do Executivo. Aqui tem parlamentares de estados em que temos essa questão de compra de terras por estrangeiros envolvidos, e estamos nessa fase numa primeira elaboração de um parecer, sem uma posição efetiva."

Para Faro, a questão da venda de terras a estrangeiros não pode ser disciplinada apenas por um parecer da AGU, mas por uma legislação que a regulamente.

O coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó, se comprometeu a enviar à subcomissão informações sobre as normas de diversos países.

O idiota do momento: o "terceiro socialista" frances

Bem, a novidade francesa do momento (já que o camembert e o foie-gras permanecem fundamentalmente os mesmos) é o candidato socialista que chegou em terceiro lugar nas primárias do PSF esta semana: Arnaud Montebourg.
Ele tem vergonha de se proclamar protecionista. 
Então ele diz que pretende, apenas e tão somente, "reguler la mondialisation".


Bem, não devemos decepcionar esse idiota. Apenas desejamos sucesso na empreitada.
Ele poderia começar convocando uma conferência diplomática internacional para propor sua fabulosa agenda de "regulação da globalização".


Allez Montebourg, on vous suit (mais de l'autre côté...)



O Estado brasileiro a favor da corrupcao...

Sinto muito, mas é a única conclusão a que posso chegar ao olhar, com olhos de neófito, de total outsider, para esses eventos, processos, fatos que vejo desenrolando-se aos meus olhos, apenas lendo notícias de corrupção pelos jornais, e constatando que todos, absolutamente todos os envolvidos, continuam fora das grades, alegres e lampeiros, em empregos públicos, em cargos eletivos, sonhando e burlando das leis e da Constituição. Tudo isso com com a ajuda do governo, do Judiciário e de outras altas instâncias.
Sim, o Estado brasileiro é a favor da corrupção, torce pela corrupção, vive da e na corrupção, se refestela na corrupção e até se dá muito bem nisso tudo.
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 12/10/2011 - 15:58:15

Leiam o que informa Luciana Marques, na VEJA Online. Comento no próximo post:
A segunda marcha contra a corrupção realizada este ano em Brasília reuniu cerca de 20.000 pessoas [segundo estimativa final da Polícia Militar do DF] no centro da capital, segundo estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. As vias do Eixo Monumental foram fechadas durante três horas para a passagem dos manifestantes. Eles partiram do Museu da República rumo ao Congresso Nacional por volta das 11 horas munidos de vassouras, apitos e vestindo fantasias ou camisetas pretas, simbolizando luto. A estimativa da organização do movimento, que se declara apartidário, era chegar a 19.000 manifestantes até o fim do protesto - mesma quantidade reunida na primeira manifestação, em 7 de setembro. O número, porém, foi inferior.
Além de protestar contra políticos corruptos O Movimento Todos Juntos Contra a Corrupção tem alvos definidos. Os principais são o fim do voto secreto no Congresso, a aprovação da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF) e a manutenção do poder de fiscalização do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre os juízes, que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). As poucas tentativas de partidarizar a manifestação acabaram em vaias. Foi o que aconteceu quando bandeiras do Psol apareceram.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, que participou da caminhada, reclamou da falta de transparência no Judiciário. “A sociedade está pedindo ao Judiciário que cumpra sua parte e seja transparente”, declarou. “Retirar os poderes do CNJ é tornar um passado negro dentro da estrutura do Judiciário, em que tudo era colocado para debaixo do tapete”. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu a aprovação imediata da Lei da Ficha Limpa no STF. “A Ficha Limpa tem que valer para a eleição no ano que vem”, afirmou.
Vaias
As poucas tentativas de partidarizar a manifestação acabaram em vaias. Foi o que aconteceu quando bandeiras do Psol apareceram. Marcus Rodrigues, 20 anos, um dos organizadores, diz que o objetivo imediato do grupo é a aprovação dos projetos anticorrupção no Congresso e a defesa das ações pela transparência no Judiciário. “Ainda não temos condições de apresentar um projeto popular, porque precisamos de um milhão de assinaturas”, observa. “Esse é nosso plano para o futuro. Por enquanto, queremos a aprovação do que permanece engavetado no Congresso”.
“Que País é Esse?”
Um dos alvos dos manifestantes foi o domínio político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “Sarney, ladrão, devolve o Maranhão”, gritavam. Há uma semana, o ex-presidente da República também foi criticado publicamente durante o Rock in Rio. Outro alvo foi o deputado petista cassado José Dirceu que, embora seja acusado de comandar o mensalão, ainda exerce grande influência em algumas esferas do governo. “Esse movimento é contra essas figuras”, diz a servidora pública Cristia Lima. “É preciso respeitar isso aqui”, completou, apontando para um exemplar da Constituição que trouxe de casa.
Também participaram da marcha dezenas de grupos que protestam contra outros aspectos da roubalheira nacional. É o caso dos mascarados que reclamam da relação promíscua do governo com grandes empresas. “Representamos um sentimento coletivo”, declara um desses manifestantes, recusando-se a dizer o nome para não “personificar” o movimento. “Temos uma única voz e um único rosto”.
A advogada Aline Oliveira levou os filhos, de 10 e 3 anos, com o objetivo de transformar esse Dia das Crianças no início de uma vivência democrática. “Isso vai marcar a formação deles”, acredita. “Meus pais me levaram para ver as Diretas Já, nos anos 80, o que foi muito importante para mim”.




Reinaldo Azevedo, 12/10/2011 - 16:52:18

DE OLHOS BEM ABERTOS - Milhares que participaram da Marcha Contra a Corrrupção protestam em frente ao Palácio da Justiça, em Brasília (Foto: Gustavo Miranda/O Globo)
Em Brasília, estima-se em 20 mil (ver post anterior) os que marcharam contra a corrupção; em São Paulo, 2,5 mil. Havia protestos marcados em outras cidades. Não há um balanço geral. De todo modo, à diferença do que diz a canalha oficialista, é bastante gente, sim! Até porque, sabemos, os ditos “movimentos sociais” e as organizações de caráter sindical, inclusive a UNE, não só estão fora do movimento como o sabotam. “O diferencial é que este é um movimento do povo, sem vinculações com sindicatos ou partidos. A UNE nem nos procurou porque está comprada pelo PT”, afirmou ao jornal O Globo a organizadora do evento em Brasília, Daniela Kalil, de 32 anos, corretora de imóveis.

Na mosca! Como afirmei no dia 8 de setembro, a UNE e os ditos movimentos sociais não comparecem porque estão contando dinheiro. E dinheiro oficial, que sai do bolso dos brasileiros, as vítimas dos corruptos. A lógica cristalina indica, pois, que aquela gente que já foi chamada, um dia, “sociedade civil” é, hoje, sócia da corrupção.
O PT privatizou quase todas as organizações da dita sociedade civil; tornaram-se aparelhos do partido, meros porta-vozes do oficialismo. Isso responde, como sabem, àquela questão já tornada clássica de Juan Arias, correspondente do jornal El País no Brasil: “Por que os brasileiros não se indignam?” Eles se indignam, sim. Ocorre que a “massa na rua” nunca é um fenômeno que se dá por geração espontânea; sempre há os profissionais da organização, que são os líderes de sindicatos e movimentos sociais. Como essa gente toda está no bolso do PT - e com os respectivos bolsos cheios -, então se tem essa impressão de pasmaceira.
É por isso que afirmo que os 20 mil de Brasília - ou mesmo os 2,5 mil de São Paulo - são uma medida de sucesso do movimento. De fato, como fica a cada dia mais evidente, estamos falando de cidadãos não-engajados no melhor sentido que a expressão pode ter: NÃO ESTÃO NA RUA A SERVIÇO DE NINGUÉM, A NÃO SER DA PRÓPRIA INDIGNAÇÃO. Se querem saber, intimamente, os petralhas temem mais uma reação como essa do que um eventual movimento organizado da oposição. Nesse caso, eles catalogariam facilmente o protesto: “É coisa de tucano; é coisa de democratas”. Bem, o que se vê nas ruas é coisa de quem está com o saco cheio da corrupção oficial e do modo como se faz política - é bem possível que os que protestam não morram de amores nem pela oposição, o que seria absolutamente compreensível.
Os petralhas gostam de ironizar os indignados, de submetê-los ao ridículo, porque temem que esse sentimento difuso em defesa da ética, da moralidade e da decência se espalhe. Fica mais difícil combater o que eu chamaria de uma “pauta imaterial”, que tem a ver com valores - a oposição jamais conseguiu trabalhar esse elemento da política; atém-se a uma crítica puramente administrativista do governo, sugerindo que fará mais e melhor quando chegar ao poder… É por isso que não faz verão e que acaba comida pelo PT e seus aparelhos…
Os que têm coragem de ir para as ruas não devem desanimar. Ignorem todas as críticas que sustentarem que o movimento é tímido demais, que não vai dar em nada; ignorem todos os conselhos para que vocês se subordinem a grupos, a partidos ou o que seja. Sua força está justamente em não dever nada a ninguém. Caso alguém lhes pergunte algo assim: “Mas, afinal, o que é que vocês querem?”, não tenham receio de dizer:  “Queremos decência!”
É um bom motivo para tomar as ruas.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

As duas "América Latinas": a que olha para a frente, a que olha para tras...

Existem duas América Latinas: uma que olha para a frente e outra que olha para trás.
Fácil de identificar: a que olha para a frente, faz acordos de livre comércio e se integra na globalização.
A que olha para trás, retorna a velhas receitas substitutivas, industrializantes, protecionistas.
Nem preciso dizer quais são os países que estão na primeira opção (pois se trata de uma opção, de estadistas responsáveis), e quais estão na segunda, alguns perto de nós.
Vamos estar, no entorno imediato, com governos que vão continuar olhando para trás pelos próximos dez anos pelo menos.
Enfim, líderes e políticos já fizeram opção pelo atraso.
Lamento por eles.
Pena que eu também seja afetado por decisões equivocadas...
Paulo Roberto de Almeida

Mais uma bobagem: pagar para saber como o imperio americano vai decair...

Alguns acadêmicos americanos -- Noam Schomsky, Immanuel Wallerstein, e alguns outros menos conhecidos -- adorariam ver o império, o seu império, declinar, e desaparecer no mesmo pó de outros impérios do passado.
Não sei se é anti-imperialismo compulsivo, ingenuidade primária ou apenas idiotice costumeira, mas essa epidemia, a do declinismo imperial, está contaminando espíritos aqui mesmo, na periferia, com a desculpa de que somos os explorados, a materialização da teoria da dependência, e portanto, temos todo o direito de ficar contentes com o declínio imperial, já que isso vai significar nossa liberação do império, a autonomia soberana, e outras bobagens do gênero. Estaremos muito melhor, claro, com um mundo chinês, ou russo, ou brasileiro, do que com esse detestável mundo dos McDonalds e dos iPads. Que horror, não é mesmo?
Quem se disporia a pagar para ouvir bobagens desse quilate?
Aqui o anúncio de um desses cursos:


Curso a distância. 
"Decadência Americana", "O Pouso da Águia" e outras afirmações fazem parte da tentativa de explicar a perda da hegemonia dos EUA nos últimos trinta anos. Immanuel Wallerstein se debruça há algumas décadas sobre tal processo alicerçado na Análise dos Sistemas-Mundo (ASM) elaborada a partir das contribuições de Fernand Braudel e de Nicolai Kondratieff. Ao mesmo tempo, a ASM surgiu como uma critica à Teoria do Desenvolvimento no final dos anos 1950.
I. Wallerstein desde então, vem provocando um grande debate nas Ciências Humanas com sua abordagem que, segundo ele, não é uma teoria.
É o scholar norte-americano que desde meados dos anos 1990 aponta para o declínio dos EUA, fato que vem se comprovando nos últimos anos. O presente curso a distância tem como objetivo apresentar o trabalho intelectual de Immmanuel Wallerstein na construção da Análise dos Sistemas-Mundo e na compreensão da crise capitalista atual.
Carga horária: 20h (quatro semanas)


Programa do Curso
Módulo 1 - As Origens das Análises dos Sistemas-Mundo
Módulo 2 - A Análise dos Sistemas-Mundo e os Ciclos Sistêmicos de Acumulação
Módulo 3 - O Declínio da Hegemonia dos EUA
Módulo 4 - A Utopística

Bem, não tenho nada a acrescentar, a não ser desejar aos pagantes um bom curso. E depois, muita paciência. Acho que vai demorar mais uns 150 anos para vermos o declínio do império. Mas, enfim, tem gente com tempo para esperar pela decadência imperial...
Paulo Roberto de Almeida 

Outra bobagem, desta vez do Congresso americano: Lei da Moeda Desalinhada (pois é...)

Creio que a "lei da moeda desalinhada" vai contribuir para desalinhar um pouco o comércio dos EUA com aA China...



Congresso americano caminha para uma crise comercial com o principal parceiro dos EUA.

E a definição:

(2) DESIGNATION OF FUNDAMENTALLY MISALIGNED CURRENCIES.
—With respect to the currencies of countries that have significant bilateral trade flows with the United States, and currencies that are otherwise significant to the operation, stability, or orderly development of regional or global capital markets, the Secretary shall determine whether any such currency is in fundamental mis-alignment and shall designate such currency as a fundamentally misaligned currency. 

Grandes idiotas agradam outros idiotas: sim, ele mesmo:

Eu até ia colocar o discurso desse idiota aqui, mas acho que não vale a pena. Afinal de contas este blog é suposto discutir apenas ideias inteligentes e ele não entra nesse critério sob nenhum critério, por mais que abaixemos os critérios.
Da última vez que chamei esse filósofo de araque de grande idiota, outros idiotas vieram aqui em seu socorro.
Por isso mesmo, não vou fazer. Vai o link para quem gosta de perder tempo ou ler estupidezes sem fim:
http://boitempoeditorial.wordpress.com/2011/10/11/a-tinta-vermelha-discurso-de-slavoj-zizek-aos-manifestantes-do-movimento-occupy-wall-street/
Já perdi preciosos minutos tentando entender se havia alguma ideia racional em toda a sua algaravia da Praça Tahir dos bobalhões de Wall Street e não encontrei nada, absolutamente nada.
Como é que pessoas normais conseguem elogiar o que não entendem?
Confesso que eu não entendo.
Só podem ser idiotas, talvez não como ele, mas submetidos a bobalhões como esse supremo idiota do pensamento alternativo.
Paulo Roberto de Almeida