O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Decreto Bolivariano: companheiros insistem nos sovietes do partido totalitario...

E o governo vai atrás dos companheiros, mesmo sabendo que a sociedade rejeita esse tipo de sovietização, se tivesse consciência do que significa.
O problema é que a maioria da população não sabe distinguir a realidade ditatorial do partido neobolchevique e se deixa enganar pelas promessas de "participação social".
Paulo Roberto de Almeida

Governo tentará barrar projetos que sustam decreto de Dilma sobre participação social
Da Redação, Senado Federal, 1/07/2014

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta terça-feira (1°) que o governo tentará impedir a votação de projetos de decreto legislativo que sustam a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema de Participação Social. A criação da política por meio de decreto do Executivo é criticada por parlamentares, inclusive da base do governo, que argumentam que o tema deveria ser objeto de projeto de lei enviado ao Congresso.
- O governo vai atuar no sentido de não permitir a aprovação desses dois decretos legislativos, que têm o mesmo objetivo. Acredito que, por meio do debate, da discussão, conseguiremos mostrar aos senadores e deputados que, na verdade, estamos reforçando os mecanismos democráticos e de forma alguma comprometendo o poder do Congresso – afirmou o líder do PT.
Decreto 8.243/2014, editado no fim de maio, consolida a participação social como método de governo e fortalece instâncias como os conselhos e as conferências. Apesar de elogiarem o texto de Dilma, muitos parlamentares se pronunciaram contra a regulação do tema por decreto, inclusive o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Há projetos de decreto legislativo para sustar o decreto do Executivo tramitando na Câmara (PDC 1.491/2014) e no Senado (PDS 117/2014). O projeto em exame no Senado, apresentado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), já tem relatório favorável de Pedro Taques (PDT-MT) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Para Alvaro Dias, o governo deveria anular seu próprio decreto e admitir que é um retrocesso.
- Enquanto não aprovarmos os projetos de decreto legislativo, o decreto está vigorando e há um retrocesso, que não contribui para aprimorar o regime democrático. É uma cópia do modelo cubano e bolivariano - criticou.
Na manhã desta terça-feira, após reunião com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que o governo não pretende voltar atrás. Segundo ele, o Executivo não enviará projeto de lei sobre o tema ao Congresso.
Na Câmara, a oposição promete obstruir os trabalhos enquanto não for votado o projeto que susta a iniciativa do Executivo. A obstrução deve se estender à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015.
Audiência Pública

Na CCJ, o tema seria debatido nesta quarta-feira (2), mas a audiência pública não foi confirmada e deve ocorrer em outra data a ser marcada. Segundo Alvaro Dias,  o debate terá a participação de três expositores indicados pelo PT e três indicados pela oposição.

Eleicoes 2014: o candidato a vice da oposicao, um guerrilheiro que fez autocritica...

E os companheiros, quando eles vão fazer autocrítica como o Senador Aloysio Nunes Ferreira?
Paulo Roberto de Almeida

‘Mateus’ na ditadura, Aloysio Nunes atuou com Marighella e considera luta armada um erro
Senador tucano foi anistiado em 2006 e é contra revisão da Lei de Anistia, que permitiu seu retorno ao Brasil
Evandro Éboli – O Globo, 1/07/2014

BRASÍLIA - O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), indicado vice na chapa de Aécio Neves (PSDB), atuou ao lado de Carlos Marighella, fundador do grupo armado Ação Libertadora Nacional (ALN) na ditadura. Nunes pegou em armas e usou o codinome Mateus nos anos de chumbo. Foi preso algumas vezes, mas nunca torturado. Deixou o Brasil no autoexílio para a França, em 1967, antes do AI-5, e obteve a condição de anistiado político em 2006, num julgamento da Comissão de Anistia, recebendo prestação única no valor de R$ 100 mil. O valor foi uma reparação referente aos 15 anos, 7 meses e 22 dias de perseguição sofrida, entre 1966 a 1979. Teve também direito de voltar à faculdade e concluir curso de Ciências Sociais.

Na certidão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de Aloysio - um resumo da documentação dos órgãos da ditadura nos arquivos sobre aquela pessoa - consta que o senador fez parte do Grupo Tático Armado (GTA) da "organização subversivo-terrorista" Aliança Libertadora Nacional (ALN).

- Se tivesse ficado no Brasil, teriam me matado. Era muito visado - disse o senador ao GLOBO, numa entrevista em outubro de 2011. - No GTA, era operário mesmo - diz ele, numa referência ao trabalho pesado que executava. Seu nome estava espalhado em cartazes com os dizeres "Terroristas assassinos".

O senador tucano não se arrepende da luta do passado, mas disse, em entrevista ao GLOBO, que a luta armada foi um equívoco.

- Participei de ações armadas. Mas não quero bancar herói. Estávamos profundamente equivocados. O que derrubou a ditadura foi a luta de massas, a luta democrática. Mas o que está feito, está feito. Não me arrependo - afirmou.

Durante o regime militar, foi indiciado várias vezes por atos subversivos e, em 1975, condenado a três anos de cadeia e dez anos de suspensão dos direitos políticos. Só retornou ao Brasil com a Lei de Anistia, em 1979.

Há três anos, Aloysio Nunes foi o relator no Senado do projeto que criou a Comissão Nacional da Verdade. Ele defende a manutenção da Lei de Anistia. Declarou não ser a favor de punições para antigos agentes do Estado que cometeram violações na ditadura.

- Para punir, tem que se mudar a Lei de Anistia ou acionar o Poder Judiciário. Não deve ser mexida a Lei de Anistia. Ela foi base do processo de redemocratização, referendada e ampliada na convocação da Constituição. Se dizia que foi aprovada num Congresso manietado e não representativo. Não foi. Por ela, pude voltar ao país. Tenho outra visão - disse na entrevista ao GLOBO.


Na década de 80, já reeleito deputado federal pelo PMDB, respondeu a um processo no Superior Tribunal Militar (STM) por ter, em 1982, num comício em São Paulo, “incitado à subversão da ordem, à animosidade entre as Forças Armadas e instituições civis, por propalar fatos que sabia inverídicos para denegrir a imagem das instituições militares e ofender a honra do sr. Presidente da República (João Figueiredo)”. Foi absolvido em abril de 1986.

A Exame faz o exame das contas companheiras: gastaram USD 15 bilhoes para ganhar USD 400 milhoes

Um balanço, ainda preliminar, das contas públicas dos companheiros, ou seja, os resultados entre despesas e receitas vinculadas à Copa do Mundo.
Somando tudo, eis o que Lula e Dilma produziram.
Só gastaram "30 bilhões", como relatado mais abaixo, porque não conseguiram completar 70% dos empreendimentos, por pura incompetência. Do contrário, imaginem o que teriam gasto...
Mais uma herança maldita dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida

Veja que grande negócio o PT trouxe para o nosso país.
Já estamos na metade da copa e, até agora, os turistas só trouxeram 804 milhões de reais para o Brasil. Se gastarem o dobro (o que não vai acontecer, pois os hotéis já foram pagos e os gastos, daqui por diante, deverão ser só com comida e extras), ainda assim o prejuízo será colossal ! Em troca, o Brasil gastou mais de 30 bilhões de reais para recepcioná-los. Mais um grande negócio deste governo do PT (como aquela refinaria de petróleo nos EUA).

Vai sair cara esta aventura da reeleição !

Clique aqui:

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/estrangeiros-ja-gastaram-r-804-milhoes-desde-inicio-da-copa


Ministério do Planejamento aponta que 30% das obras do Mundial foram concluídas

• Somente 24 das 70 ações programadas estão prontas. Mobilidade urbana foi a área com menor avanço

Danillo Fariello – O Globo, 1/07/2014

BRASÍLIA — Dois em cada três empreendimentos com verbas federais previstos para facilitar a movimentação de brasileiros e turistas pelo país não ficaram prontos para a Copa do Mundo. Segundo levantamento do Ministério do Planejamento, feito a pedido do GLOBO, das 70 obras de mobilidade urbana, de aeroportos ou de portos, que somam R$ 14,38 bilhões, apenas 24 foram concluídas, no valor total de R$ 3,26 bilhões — ou seja, menos de um quarto do volume financeiro total previsto.

Entre os empreendimentos que menos avançaram estão os de melhoria da mobilidade urbana. Das 35 obras previstas no planejamento do governo federal, apenas nove foram concluídas e outras 11 estão parcialmente em operação, como o BRT Transcarioca, no Rio, que ainda não está totalmente pronto. Quinze obras de mobilidade, que somam R$ 2,8 bilhões, continuam em execução, como o monotrilho de Manaus e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá — cidades em que todos os jogos já foram realizados.

Anteriormente, chegaram a ser 51 as obras de mobilidade prometidas para a Copa. Mas o número acabou encolhendo ao longo dos meses que antecederam o evento.

Feriados para desafogar o trânsito
Para Claudio Frischtak, fundador da empresa de consultoria Inter.B, desde que o Brasil ganhou o direito de organizar a Copa já se trabalhava com a possibilidade de os governos decretarem feriados em dias de jogos nas cidades-sede, o que tem sido adotado como alternativa para desafogar os modais de transporte urbano disponíveis.

— Temos feriado em cima de feriado, de meio dia ou dia todo. Afastam-se os trabalhadores e habitantes em geral e alivia-se o sistema. Isso resolve o problema da Copa, possibilitando até a oferta de facilidades como a gratuidade no metrô do Rio — disse Frischtak.

Nos segmentos de portos e aeroportos, o Ministério do Planejamento informa que todas as obras foram concluídas ou estão em operação. A indicação “em operação” significa que a obra, mesmo não totalmente concluída, já começou a aumentar a capacidade de portos ou aeroportos. Mas, exceto pelo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, não houve construção de empreendimento totalmente novo que possa ser considerado apenas em execução, e não em operação. Dos 29 empreendimentos em aeroportos, 13 foram concluídos (44% do total). E dos seis empreendimentos em portos, dois apenas foram concluídos.

Ao longo dos últimos meses, a Matriz de Responsabilidades da Copa foi sofrendo alterações. Foram descartados empreendimentos que não serviriam mais à recepção de turistas para os jogos, ou por pedido de governos regionais para se alterar o tipo de intervenção urbana. Exemplo de obras descartadas são os novos píeres para turistas do Rio, que sequer ficarão prontos para a Olimpíada de 2016. Entre as unidades da federação que resolveram substituir obras estão Distrito Federal e Mato Grosso. Os números apresentados pelo Planejamento levam em conta a versão mais atual da matriz.

De acordo com o governo federal, a Matriz de Responsabilidades foi elaborada com empreendimentos que já seriam necessários para o desenvolvimento do país, mas que deveriam ser priorizados ou antecipados por ocasião da Copa. União, estados e municípios assinaram os princípios da matriz ainda em 2010. O resultado dessas obras seria um legado dos jogos para o país.

Segundo o Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), do total de R$ 25,6 bilhões em investimentos previstos para a organização da Copa (entre recursos federais, estaduais e municipais), R$ 17 bilhões foram efetivamente pagos. Esse valor é composto, principalmente, por aeroportos (R$ 6,8 bilhões), estádios (R$ 5,9 bilhões) e mobilidade urbana (R$ 3,4 bilhões). Segundo a CGU, o valor efetivamente investido em mobilidade corresponde à metade dos R$ 6,75 bilhões previstos.

Obras não concluídas vão para o PAC
O Ministério do Planejamento diz que as obras da Matriz de Responsabilidades que não foram concluídas para a Copa foram incorporadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que garante que os recursos para esses empreendimentos estão livres de contingenciamento (bloqueio de repasses) para sua conclusão no futuro.

— Essas obras são para a população brasileira, juntamente com as outras obras que selecionamos no pacto de mobilidade, que alcança R$ 143 bilhões. Isso (falta de mobilidade) é um dos principais problemas urbanos brasileiros — disse a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, semana passada, na apresentação do balanço do PAC.

Como diversas obras não foram terminadas a tempo da Copa, Frischtak tem agora pouca expectativa quanto à conclusão dessas obras pelo PAC. Para ele, a situação fiscal do país põe em risco até mesmo empreendimentos do PAC em 2015, ano em que se prevê um controle mais rígido das contas públicas.

— Em 2015, será outro mundo. O que potencialmente vai acontecer, independentemente de quem venha a assumir o governo, é que o ritmo de execução dessas obras e de financiamentos vai mudar. Isso vai pôr a conclusão dessas obras em xeque — disse Frischtak.


Para o consultor, ainda é necessário rediscutir as obras mais ou menos prioritárias entre as que deveriam ficar prontas para a Copa. A mobilidade de turistas para estádios, por exemplo, não deve mais ser levada em conta para indicar a relevância de um empreendimento.

Brasil, contas externas: deterioracao da balanca comercial - Banco Itau

A despeito da relativa melhoria no mês de junho, a tendência é preocupante.
Mais uma herança maldita?
Paulo Roberto de Almeida 

BRASIL - Balança comercial apresenta superávit em junho

O mês de junho teve superávit comercial de US$ 2,4 bilhões, abaixo das nossas expectativas e do consenso do mercado (US$ 2,9 bi e US$ 2,75 bi, respectivamente). As exportações somaram US$ 20,5 bi apresentando um crescimento de 1,2% frente a maio (após ajuste sazonal) e as importações somaram US$ 18,1 bi, mostrando um recuo de 2,6% frente a maio.
Em relação ao mesmo período do ano passado, controlando pelo número de dias úteis, houve recuo nas exportações (-3,2%) e nas importações (-3,8%). No primeiro semestre de 2014, a balança comercial acumula déficit de US$ 2,5 bilhões, ligeiramente inferior ao déficit de US$ 3,1 bilhões observado nos primeiros seis meses de 2013.
Nas exportações, o destaque positivo ficou por conta dos básicos que reverteram a tendência recente de queda e apresentaram crescimento de 9,5% na média diária em comparação com junho de 2013. Essa melhoria foi puxada pelas vendas de petróleo bruto, carne suína e bovina, soja (farelo e grão) e café. Os manufaturados, por sua vez, recuaram 19,3% em relação ao ano passado, com o destaque negativo sendo novamente nas vendas de automóveis de passageiros e autopeças cujo principal mercado é a Argentina. Os semimanufaturados também registraram novamente retração (-1,9%).
As importações ex-combustíveis recuaram 2,8% em relação a maio (com ajuste sazonal), revertendo a alta que havia sido observada no mês anterior, em um movimento consistente com a moderação da atividade econômica esperada no segundo trimestre desse ano. Após o ajuste sazonal, observou-se redução mensal das importações em quatro das cinco categorias de uso. As compras de bens de capital, bens intermediários, bens de consumo não duráveis e duráveis, recuaram 1,1%, 7,8%, 0,2% e 4%, respectivamente.
As importações de combustíveis e lubrificantes, por sua vez, somaram US$ 3,3 bilhões em junho, um aumento de 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, parte do aumento das compras de combustíveis e derivados foi compensada pelo aumento das exportações de petróleo bruto. No mês o saldo comercial de petróleo bruto foi ligeiramente superavitário em US$ 59 milhões.
Em relação ao comércio com os principais parceiros, continua destacando-se a redução das exportações para a Argentina que no primeiro semestre já recuaram 20% em relação ao mesmo período de 2013. As exportações para os Estados Unidos e para a China, por outro lado, vem compensando parte dessas perdas e avançaram no ano 10,5% e 4%, respectivamente.
Em suma, o saldo comercial de junho, apesar de um pouco abaixo das expectativas, mostrou melhora em relação aos meses anteriores. As exportações continuam em queda em comparação com 2013, mas a redução das importações compensou parte dessa retração. Esperamos resultado ligeiramente superavitário na balança comercial em 2014.

Julia Gottlieb
Economista

Argentina, muy amiga? - Senadora Katia Abreu

Muy amiga

ESCREVI NESTA coluna, ainda em fevereiro, sobre as dificuldades econômicas e políticas enfrentadas pela Argentina. Defendi que é interesse do Brasil apoiar, de alguma forma, o país vizinho. Mas isso não significa que a interdependência das duas economias venha a determinar as escolhas do Brasil na condução de sua política de comércio exterior.
Não por acaso, o conceito de amizade consagrado pela filosofia grega fala em “igualdade harmônica”. Em se tratando de comércio internacional, nada mais atual. É o que o Brasil deve buscar em sua relação comercial com as nações amigas.
Desde 2000, temos um entendimento com os sócios do Mercosul de negociar, em conjunto, acordos comerciais internacionais. Isso fazia sentido no contexto da criação de uma união aduaneira. Passados 23 anos, porém, o comércio intrabloco não está totalmente livre e a tarifa externa comum está repleta de exceções às regras do Mercosul.
Enfim, nossa caminhada rumo ao mercadocomum não ultrapassou sequer as primeiras fases de livre-comércio e união aduaneira.
É nesse contexto que, desde o ano passado, a Argentina impede que os sócios do Mercosul negociem em separado, com a União Europeia (UE), suas listas de produtos livres de impostos no comércio bilateral. Insiste numa oferta conjunta com o Brasil, o Paraguai e o Uruguai que nunca chegou aos critérios mínimos acertados entre as partes.
As negociações teriam muito mais chance de avançar se cada um apresentasse a sua lista, em separado. O próprio Mercosul já usou essa tática em negociações com países andinos.
Agora, porém, a insistência argentina em uma oferta comum fez adiar para o próximo ano um acordo com a UE.
As eleições europeias alteraram o cenário atual favorável à parceria com o Mercosul. O acordo com o Canadá e as negociações com Ucrânia, Japão e EUA vão reduzir o poder de barganha do Brasil, principalmente nos temas agropecuários.
Estamos abrindo mão da oportunidade única de conquistar um mercado grande como o da UE para os produtos brasileiros.
São 506 milhões de consumidores com alto poder aquisitivo que importaram, em 2013, cerca de US$ 2,3 trilhões em produtos estrangeiros. Só em bens agropecuários, foram quase US$ 140 bilhões. Os próprios europeus estimam que um acordo com a UE pode render ao Mercosul aumento de 40% nas exportações.
Sem preferências tarifárias, nosso comércio com a UE está caindo. Em 2013, exportamos US$ 47,7 bilhões, resultado 3,6% menor do que no ano anterior. Mesmo assim, as trocas comerciais com a UE totalizaram US$ 99 bilhões, o dobro do contabilizado no Mercosul.
A indústria tem sido fator determinante na prioridade conferida ao Mercosul. Os números demonstram, porém, que os nossos vizinhos não são os únicos clientes da indústria brasileira.
Nesta última década, exportamos, em produtos industrializados, o mesmo valor para o Mercosul e para a UE: cerca de US$ 20 bilhões anuais, em média. E isso contando com a Venezuela, que só entrou no bloco em 2012.
Desde 2011, os argentinos adotam restrições cambiais e barreiras burocráticas e alfandegárias que reduzem as exportações brasileiras em bilhões de dólares. Só nos primeiros cinco meses do ano, nossas vendas para a Argentina caíram 18,6%. Para o Mercosul, a queda também foi expressiva: 10,2%.
Economistas estimam que, para cada 10% de redução das exportações brasileiras para a Argentina neste ano, o impacto será de 0,2 ponto percentual a menos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
No agronegócio, os prejuízos superam a questão financeira. Os hermanos argentinos alegam, sem fundamento, questões sanitárias para barrar as importações da nossa carne bovina e tentam negociar cotas de importação de carne suína e de outros produtos agropecuários. Um prejuízo à imagem do agro.
Com isso, a busca de novos mercados torna-se mais urgente. A prevalecerem os interesses só da Argentina nas decisões do Mercosul, o princípio da harmonia que sustenta o equilíbrio entre nações amigas não será nada além de utopia.
kátia abreu
Kátia Abreu é senadora (PMDB-TO) e a principal líder da bancada ruralista no Congresso. Formada em psicologia, preside a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Escreve aos sábados

Espionagem americana (NSA): o Brasil nao esta sozinho, mas com outros 192 paises

Enfim, já é um consolo saber disso...
Paulo Roberto de Almeida

The N.S.A. Can Spy on These 193 Foreign Governments

CIA World Factbook
The Washington Post has published a 2010 government document indicating that the National Security Agency was authorized, by the Foreign Intelligence Surveillance Court, to intercept information “concerning” 193 foreign governments. According to The Post, the N.S.A. can “intercept through U.S. companies not just the communications of its overseas targets but any communications about its targets as well.”
That’s every single country except Britain, Canada, Australia and New Zealand. They’re listed below.

Afghanistan; Albania; Algeria; Andorra; Angola; Antigua and Barbuda; Argentina; Armenia; Austria; Azerbaijan; Bahamas; Bahrain; Bangladesh; Barbados; Belarus; Belgium; Belize; Benin; Bhutan; Bolivia; Bosnia and Herzegovina; Botswana; Brazil; Brunei; Bulgaria; Burkina Faso; Burma (Myanmar); Burundi; Cambodia; Cameroon; Cape Verde; Central African Republic; Chad; Chile; China; Colombia; Comoros; Congo, Democratic Republic; Congo, Republic; Costa Rica; Cote d’Ivoire; Croatia; Cuba; Cyprus; Czech Republic; Denmark; Djibouti; Dominica; Dominican Republic; East Timor (Timor-Leste); Ecuador; Egypt; E1 Salvador; Equatorial Guinea; Eritrea; Estonia; Ethiopia; Fiji; Finland; France; Gabon; Gambia; Georgia; Germany; Ghana; Greece; Grenada; Guatemala; Guinea; Guinea-Bissau; Guyana; Haiti; Honduras; Hungary; Iceland; India; Indonesia; Iran; Iraq; Ireland; Israel; Italy; Jamaica; Japan; Jordan; Kazakhstan; Kenya; Kiribati; Korea, Democratic Peoples Republic of (DPRK); Korea, Republic of (ROK); Kosovo; Kuwait; Kyrgyzstan; Laos; Latvia; Lebanon; Lesotho; Liberia; Libya; Liechtenstein; Lithuania; Luxembourg; Macedonia; Madagascar; Malawi; Malaysia; Maldives; Mall; Malta; Marshall Islands; Mauritania; Mauritius; Mexico; Micronesia; Moldova; Monaco; Mongolia; Montenegro; Morocco; Mozambique; Namibia; Nauru; Nepal; Netherlands; Nicaragua; Niger; Nigeria; Norway; Oman; Pakistan; Palau; Panama; Papua New Guinea; Paraguay; Peru; Philippines; Poland; Portugal; Qatar; Romania; Russia; Rwanda; Saint Kitts and Nevis; Saint Lucia; Saint Vincent and the Grenadines; Samoa; San Marino; Sao Tome and Principe; Saudi Arabia; Senegal; Serbia; Seychelles; Siena Leone; Singapore; Slovakia; Slovenia; Solomon Islands; Somalia; South Africa; Spain; Sri Lanka; Sudan; Suriname; Swaziland; Sweden; Switzerland; Syria; Taiwan; Tajikistan; Tanzania; Thailand; Togo; Tonga; Trinidad and Tobago; Tunisia; Turkey; Turkmenistan; Tuvalu; Uganda; Ukraine; United Arab Emirates; Uruguay; Uzbekistan; Vanuatu; Vatican City (Holy See); Venezuela; Vietnam; Western Sahara; Yemen; Zambia; Zimbabwe.

Senador Ricardo Ferraco: "Vivemos um apagao na politica externa" - Entrevista Paginas Amarelas (Veja)

Abaixo, o link da entrevista do Senador Ricardo Ferraço nas páginas amarelas de Veja desta semana.


Tian An-Mein em Hong Kong? O pequeno David democrata contra o gigante tirano Golias?

Os jovens de Hong Kong, muitas das vezes filhos daqueles chineses do continente que fugiram anos atrás, décadas antes, da ditadura e da miséria comunista, não se sentem chineses. Eles querem ser, querem preservar o que são: livres, democratas, autônomos, capitalistas de verdade.
Será que a pequena ilha é que vai transformar o imenso e democraticamente atrasado continente que fica atrás?
Não sabemos ainda. A História dá muitas voltas e nunca se repete.
Mas, certas coisas são imutáveis: a sede pela liberdade do ser humano, por exemplo.
Em todo caso, esses jovens começam bem...
Paulo Roberto de Almeida

Huge Crowds Turn Out for Hong Kong Pro-Democracy March
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A huge throng of people, mostly young, took to Hong Kong’s streets Tuesday, defying Beijing’s dwindling tolerance for challenges to its control.

HONG KONG — Hundreds of thousands of people held one of the largest marches in Hong Kong’s history on Tuesday to demand greater democracy, defying intermittent tropical downpours and Beijing’s dwindling tolerance for challenges to its control.
A nearly solid river of protesters — most of them young — poured out of Victoria Park through the afternoon and into the evening, heading for the heart of the city. The sea of protesters showed their determination by waiting unflinchingly and with barely a complaint for hours under a succession of deluges just for their chance to walk through the skyscraper-lined canyons of downtown Hong Kong, carrying banners calling for the introduction of full democracy and “Say No to Communist China.”


Enquanto isso, do outro lado da cerca, mas na mesma pequena ilha:

By MICHAEL FORSYTHE

Two people who turned out for a pro-Beijing rally in Hong Kong said they were paid to attend the event.

Ex-presidente detido por trafico de influencia e corrupcao

Calma pessoal: infelizmente não é no Brasil, nem poderia ser, obviamente, por muitas razões, todas elas más...
Paulo Roberto de Almeida 

Nicolas Sarkozy detained in a probe of a political scandal
Nicolas Sarkozy is being held as part of a probe into influence peddling, Agence France-Presse reported, making it the first time a former French president has been detained.
Repeated calls to French prosecutors’ offices and to Sarkozy’s spokeswoman went unanswered. Sarkozy’s lawyer Thierry Herzog was detained yesterday as part of the same probe.
The probe is centered on whether some judges were keeping Sarkozy and Herzog informed about the state of play of investigations into the former president’s campaign financing, Le Monde reported yesterday. Magistrates have up to 48 hours to decide whether to charge Sarkozy.
“Nicolas Sarkozy is a citizen like any other,” French government spokesman Stephane Le Foll said on i-Tele television. “He benefits from the presumption of innocence.” Le Foll denied that the current government has anything to do with the probes into Sarkozy.
Television footage showed Sarkozy arriving at 8 a.m. this morning in Nanterre to be questioned by a special anti-corruption team of magistrates.
Paris judges are working on three cases involving the former president, Le Monde said. They’re probing whether his campaign got illegal political funding from Libya’s former leader Muammar Qaddafi; the circumstances surrounding money Sarkozy is alleged to have received from L’Oreal SA heiress Liliane Bettencourt; and his role in former-Finance Minister Christine Lagarde’s decision on an arbitration settlement with French businessman Bernard Tapie.
It was the telephone tapping used as part of the Qaddafi probe that led to the influence-peddling investigation, Le Monde said.
After initially saying he’d quit politics following his loss to Francois Hollande in the presidential election of May 2012, Sarkozy has made trips across France since the start of this year, and even had a meeting with German Chancellor Angela Merkel, hinting at his intention to run for office in 2017.
To contact the reporter on this story: Gregory Viscusi in Paris atgviscusi@bloomberg.net
To contact the editors responsible for this story: Alan Crawford atacrawford6@bloomberg.net Vidya Root, Heather Smith

Stanley E. Hilton: um grande historiador, uma bela homenagem (Fort Polk, LA)

Homenagem a um amigo:

LSU professors receive Commander’s Award

Fort Polk, 5.09.2014

LSU professors receive Commander's Award
From left to right: Louisiana State University Drs. Stanley E. Hilton, Karl Roider and William A. Clark receive the Commander's Award for Public Service May 9 at Fort Polk. The professors received the award for their commitment and dedication to the Master of Arts in liberal arts program at Fort Polk

FORT POLK, La. - Three Louisiana State University professors, who have long supported Fort Polk and the Joint Readiness Training Center, were awarded the Commander’s Award for Public Service during a ceremony May 9 at Fort Polk.
Drs. Karl Roider, William A. Clark and Stanley E. Hilton received the award from Col. Timothy J. McAteer, commander of Operations Group at the JRTC.
The three professors were recognized for their commitment to continued education for service and family members stationed at Fort Polk. Collectively the professors have been making the three-hour drive from Baton Rouge to Fort Polk since 1993.
“It was just a really wonderful program. It never would have happened if it were not for these gentlemen and what they did. They would drive here on Friday night … they would drive all the way up here, teach the class, drive back on Sunday night and then go teach,” said McAteer. 
The LSU program offered a graduate degree of Master of Arts in liberal arts and has graduated 217 students during its tenure. Notable alumni from the program went on to achieve high ranking within the U.S. military to include a U.S. Army general and numerous U.S. Army colonels.
Roider has been teaching at for LSU for 46 years and was the creator of the LSU Master of Arts in liberal arts graduate program here at Fort Polk. The program ran for 21 years starting in 1993 and will graduate its last alumnus with one final student waiting to take his final exam. Accompanying Roider, was Hilton who became director of the program in 1998 and had been with the university for 38 years. Hilton retired from the university last year.
True to their dedication to teaching, the professors gave a leader professional development class to the leaders of operations group prior to the awards ceremony. The purpose of the class was to discuss Eastern and Western European history, culture and their impact to current international politics. The class was coordinated by the Operations Group as several members of the unit are alumni of this program. 
The LPD was conducted by Roider and Clark. Clark has been with the university for 23 years and has been teaching at the Fort Polk campus for the last 15 years. All three men expressed their pride in having been associated with the program at Fort Polk. 
The Commander's Award for Public Service is awarded to recognize service or achievements that contribute significantly to the accomplishment of the mission of an Army activity, command or staff agency.

Read more: http://www.dvidshub.net/news/130089/lsu-professors-receive-commanders-award#.U7IxnI1dXyJ#ixzz36BaX7HdO

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Football, or rather, soccer: the beautifull game comes to America - Steven Malanga (City Journal)

STEVEN MALANGA
Grassroots Soccer Mania
American soccer skeptics are missing the big picture.
The City Journal, 30 June 2014


Every four years, as World Cup fever grips the United States, Americans ask whether this will be the year that soccer begins to rival our major professional sports—basketball, baseball, and especially football—in popularity. Just as predictably, a host of voices quickly reject that notion, arguing that the game known to the rest of the world as football will never approach comparable popularity here. Soccer’s just not interesting enough for Americans, they say. It lacks the “individual beau geste that marks truly American games,” as one former sportswriter recently put it in the Wall Street Journal. Statisticians pipe in, comparing the TV ratings and merchandise sales of professional soccer with those of the NFL—as ESPN’s FiveThirtyEight.com did before the tournament—to remind us how far soccer still has to go. And late-night comics have their say, as when Conan O’Brien observed that he couldn’t wait for the World Cup to be over, so that Americans could go back to hating soccer.
All this, however, vastly underestimates how popular soccer has become in the United States. More broadly, it misunderstands how cultural trends emerge and reshape society. A sport doesn’t grab the public from the top down, reflected first in TV ratings for those playing at elite levels. Like a political movement, a game gathers adherents from the bottom up, as a grassroots crusade. And at the grassroots level, soccer has sown impressive seeds in the last few decades.
Measured by participation, soccer is already among the big four sports in America. Today, nearly 7 million kids under 18 are playing organized soccer in the United States, according to surveys by the Sports & Fitness Industry Association. In this regard, soccer is running neck and neck with basketball as America’s most popular sport. Baseball, with its long and glorious history, trails, with about 5.6 million organized players. Football lags well behind these three, with 3 million participants.
Soccer and basketball do so well, in part, because both appeal to girls in great numbers. Soccer, in particular, benefits from being a latecomer. It didn’t begin to approach the participation rates of the other major American sports until the mid-1990s—just as youth programs began reaching out to girls. Nearly as many girls play organized soccer today as boys. Meanwhile, football suffers from the opposite problem—few girls play it and now, with the sport’s well-chronicled concussion problems, the NFL is struggling to stem a decline in boys’ participation, too. And while involvement in youth sports today has leveled out in the U.S. and is declining among many sports (thanks to the rise of computer games and a general dwindling in physical activity among kids), soccer can still boast some recent gains, including a more than 7 percent increase in high school participation over the last five years. The sport’s growth potential remains strong.
None of this should be surprising to anyone who gets out to have a look. On any given Saturday and Sunday morning in the fall or spring, you’ll have little trouble finding youth soccer matches, whether you’re wandering the lots of urban immigrant communities or the tailored green fields of well-to-do suburbs. Many communities boast both recreational leagues—where local boys and girls compete against one another—and more serious teams, where players take on rivals from other towns.
But the numbers, charted over the decades, also tell us why this participation hasn’t yet produced the blockbuster TV ratings we see for the NFL. We are essentially only one generation into the emergence of soccer as a significant participatory sport in America. How long does it take for that to translate into rich media contracts and endorsement deals for players? Well, for one thing, learning to be loyal to a professional sports franchise filled with players with whom you have no personal connection isn’t easy. American football, for instance, was popular at the college and inter-scholastic levels long before the NFL broke through. The league, formed in 1922 with 18 franchises, most of which have since disappeared, struggled for decades to gain a popular foothold. Today, the NFL’s Hall of Fame, in Canton, Ohio, is a reminder of the league’s unstable birth—Canton was the site of one of the early NFL’s failed franchises.
Major League Soccer teams face a similar challenge: staying afloat long enough to create a tradition that kids playing the game today will embrace as adults. Talk to a fan of a pro baseball or football franchise, and they will probably tell you how they developed their rooting interest when a relative introduced them to the game. Something similar happens with soccer around the world. Listen to the opening words of English writer Nick Hornsby’s famous soccer (football) novel, Fever Pitch, and you’ll hear a familiar story: “I fell in love with football as I was later to fall in love with women: suddenly, inexplicably, uncritically . . . just after my eleventh birthday, [when] my father asked me if I’d like to go with him to the FA Cup Final.” That generational dynamic hasn’t played out for soccer in the U.S.—not yet.
After several false starts at the professional level in the United States, soccer is making gains that reflect its grassroots popularity. Average match attendance in the MLS—founded in 1993 to fulfill an American commitment to create a professional league in exchange for hosting the 1994 World Cup—is now nearly 19,000, up from about 13,000 a decade ago. That might not sound like much compared with the NFL, but it’s more than the NBA and the NHL average per game and more than what a handful of major league baseball teams drew last year, too. The MLS Seattle Sounders, in fact, draw nearly twice as many fans per match as baseball’s Seattle Mariners. The MLS also sports a brand-new $600 million multiyear TV package with ESPN and Fox. Some 40 percent of MLS TV viewers are under 34, young by comparison with sports like baseball.
But charting soccer’s popularity by media deals and professional stadiums misses the point. The Nobel Prize-winning economist F. A. Hayek once wrote that man’s fatal conceit was to imagine he can discern and understand all the currents of society and organize them from the top down. But whether we’re talking policy, politics, or cultural trends, it’s still a bottom-up world—as the rise of soccer in America shows.

Na Copa da economia, Brasil ja entrou perdendo - Ilan Goldfajn


Tem de querer
Ilan Goldfajn
O Globo - O Estado de São Paulo, 1/07/2014

Não foi nos últimos seis minutos da virada espetacular da Holanda que o México começou a perder o jogo. Começou quando o treinador mexicano Miguel Herrera substituiu o atacante Giovani dos Santos e recuou exageradamente o time. Ele deixou de querer mais e perdeu a vantagem no placar. Acabou perdendo também a chance histórica de classificar o México para as quartas de final da Copa do Mundo.
Na economia deixamos de querer mais já há algum tempo. Os jornais do fim de semana comemoraram os 20 anos do Plano Real. O plano foi um marco, saímos da inflação alta e começamos a enxergar o futuro. Mas anos depois, faltou dar-lhe sequência. Alguns mecanismos de indexação persistiram, o gasto público nunca parou de crescer, e nos contentamos em manter o centro da meta de inflação em 4,5% (para que baixar mais?). O tempo foi passando e fomos recuando. Introduzimos novos mecanismos de indexação, nos acomodamos no teto da meta de inflação (6,5%) e reintroduzimos controles de preços que nunca funcionaram no combate à inflação (na verdade, só pioraram). 
Com o time recuado, começamos a duvidar da sua qualidade. A inflação ainda é alta... deve ser algum problema estrutural. Os juros sobem e a inflação permanece alta... deve ser a falta de eficácia da política monetária. Afinal, vivemos um paradoxo: a inflação hoje é alta e a atividade fraca (como pode haver inflação numa economia fraca?).
De fato, a inflação ronda o teto da meta de 6,5%, apesar do controle de preços administrados, cuja inflação é de apenas 4,1%. No mês de junho a inflação nos últimos doze meses atinge 6,5% e deve ficar acima do teto da banda até dezembro. Para os próximos anos, as expectativas são de inflação ainda alta. A inflação esperada calculada a partir dos títulos indexados encontra-se em 5,9% para os próximos anos. A pesquisa Focus mostra que as expectativas para 2015 estão em 6,1%.
E a atividade vai na direção contrária. O sinal é inequívoco. Um conjunto amplo de indicadores coincidentes para o segundo trimestre — incluindo, entre outros, indicadores para a produção industrial, setor de serviços, demanda por crédito e confiança de empresários e consumidores — aponta para uma retração da atividade econômica (projetamos queda de 0,2%). Assim, no primeiro semestre a economia deve ter estagnado. Os índices de confiança de empresários e consumidores atingiram os menores níveis desde a crise financeira internacional.
O Banco Central (BC) baixou a projeção de crescimento para 1,6% em 2014 no último Relatório de Inflação. Mas com o resultado mais fraco do PIB no primeiro trimestre, bem como esta perspectiva para o segundo trimestre e a análise dos fundamentos econômicos, vai ser difícil a economia conseguir crescer acima de 1% em 2014. É necessária uma recuperação vigorosa no segundo semestre para alcançar essas projeção (uma queda da atividade de -0,2% no segundo trimestre requer uma recuperação de 0,5% por trimestre para a economia ainda crescer 1% neste ano).
A verdade é que não há paradoxo. A princípio, qualquer fenômeno que venha a reduzir a oferta tende a diminuir a produção enquanto eleva os preços. Uma queda da produtividade da economia leva à atividade fraca e inflação alta. O mesmo ocorre quando há uma queda dos termos de troca (preços de exportação sobre importações). Ambos parecem ter afetado a economia brasileira nos últimos anos.
Mas mesmo sem choques de oferta, seria difícil espantar-se com a resistência da inflação. A subida recente de juros ocorreu após uma forte queda nos últimos anos, uma parte é apenas correção de rumos. E, quando vista em conjunto, a política econômica não tem contribuído plenamente para a queda da inflação.
O problema é que apenas um jogador ficou na frente: o Banco Central. O combate à inflação é um jogo de equipe. O aumento de gastos e a queda do superávit primário do governo, associados a incentivos ao consumo privado, têm prolongado o descompasso entre a demanda e a oferta no País.
Nos últimos anos, o superávit primário caiu de 3 a 4% do PIB para 1 a 2%. Em maio, o déficit primário atingiu 11 bilhões (2,5% do PIB), e o acumulado em 12 meses, 1,5%. Estimamos que o superávit recorrente - aquele que é sustentável - atingiu apenas 0,5% do PIB. Neste ano, com a queda da arrecadação devido à atividade mais fraca, será muito difícil atingir a meta fiscal de 1,9%.
 O uso de controles de preços para combater a inflação tem sido um verdadeiro gol contra. Controles mantêm acesa a perspectiva de reajustes de preços administrados no futuro. Não se acredita na queda futura da inflação, apesar da atividade fraca. Com expectativas de inflação em alta, é mais difícil reduzir a inflação corrente (quem quer abdicar de reajuste com perspectiva de inflação em alta?). 
Mas o jogo não está perdido. Longe disso. Estamos distantes das ameaças hiperinflacionárias de décadas atrás. E a sociedade fica incomodada com as altas de inflação que reduzem o seu poder de compra, atuando como um verdadeiro imposto regressivo.
Para a frente, apesar de teoricamente possível, não acredito na persistência prolongada da inflação alta, com queda da atividade. Os preços livres vão acabar cedendo e afetando a inflação. Mas a política econômica tem de atuar em conjunto com um objetivo bem definido. E é importante atuar nas expectativas para reduzir o custo da desinflação. Para isso é necessário desembaraçar a questão dos preços administrados para evitar manter as altas expectativas de inflação. Afinal, tem de querer para avançar.

Ilan Goldfajn é economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco.

Eleicoes 2014: chapa de oposicao completa, Aecio Neves + Aloysio Nunes

Dizendo com clareza: Dudu Campos e a beata da selva Marina Silva não são oposição ao PT: ambos foram ministros de Lula, e não torceram o nariz nem com o mensalão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira. Portanto, chega de conversa mole: Aécio e Aloysio são a oposição. Realismo nunca fez mal a ninguém, ao contrário do utopismo idealista, que só deixou desgraças (com abundantes exemplos históricos):

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, anunciou nesta segunda-feira, 30, o nome do senador Aloysio Nunes (PSDB) para compor a chapa na vice.
A escolha do senador ocorre no prazo limite determinado pela Lei Eleitoral e foi baseada na possibilidade de Nunes conquistar votos para a campanha presidencial do PSDB em São Paulo, maior colégio eleitoral do País. O senador paulista tem como legado uma votação histórica nas últimas eleições, quando conquistou 11,1 milhões de votos no Estado.
A indicação passou pelo crivo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Aécio foi o último candidato a definir quem ficaria com a vice. Seus principais adversários, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB), terão na chapa o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e a ex-ministra Marina Silva (PSB), respectivamente.
Além da votação expressiva para o Senado em 2010, Aloysio Nunes carrega em seu currículo atuação como deputado estadual pelo PMDB em duas ocasiões: de 1983 a 1987, quando foi líder do governador Franco Montoro na Assembleia Legislativa e; de 1987 a 1991. Também foi eleito deputado federal pelo PMDB de 1995 a 1999. Já pelo PSDB, teve mandatos de 1999 a 2003 e de 2003 a 2007.
No Executivo, o tucano ocupou entre 1991 a 1994 o cargo de vice-governador de São Paulo, no período em que o Estado foi governado por Luiz Antônio Fleury (PMDB). Na ocasião, ele também comandou a secretaria estadual dos Transportes.
Na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Aloysio Nunes atuou como ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República de 1999 a 2001 e o Ministro da Justiça, em 2001 e 2002. Três anos depois voltou para São Paulo, onde foi secretário de governo da prefeitura em 2005 e 2006.
Considerado como uma pessoa próxima a José Serra, em 2010, o senador também ocupou o cargo de Secretário Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo.
Aécio também afirmou ter convidado o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), para ser o coordenador da sua campanha. O DEM realiza também nesta segunda-feira convenção em que será anunciada a adesão à chapa tucana. (Estadão).