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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Fidel Castro: a vida capitalista (mais, nababesca) de um ditador comunista

Um ditador ordinário leva uma vida extraordinária, não na ilha miserável que ele administra como uma fazenda mal cuidada, mas na sua ilha privada, particular, pessoal, exclusiva, indecente.
Mas reparem: Cuba não é miserável por que o seu ditador ordinário tem uma ilha particular, com todos os luxos da aristocracia do dinheiro. Cuba é miserável por causa do regime socialista.
Fidel, como presidente, ou mesmo como ditador ordinário, poderia ter a sua ilha paradisíaca e sua vida de nababo, e ainda assim o povo cubano desfrutar de uma vida razoável, se estivesse num sistema capitalista ordinário.
Mas, o que eles tem, naquela ilha infeliz, é um socialismo miserável, ordinário, disfuncional, afrontoso do ponto de vista dos direitos humanos, da democracia, da simples razão e do bom senso.
E pensar que os companheiros protegem, sustentam, subsidiam, gostam desse ditador, sancionam o tipo de vida miserável que ele imprime ao seu povo.
Os companheiros devem ser esquizofrênicos, ou então de muita má fé, totalitários em potencial...
Paulo Roberto de Almeida

Usina de Letras, 29/06/2014
às 19:00 Vasto Mundo

UM ESPANTO: Fidel Castro e sua inacreditável ilha particular (que não é Cuba)

PARAÍSO SECRETO — Localizada a 15 quilômetros do litoral sul de Cuba, Cayo Piedra é, desde a década de 60, o refúgio particular e preferido de Fidel Castro (Foto: Reprodução/VEJA)
PARAÍSO SECRETO — Localizada a 15 quilômetros do litoral sul de Cuba, Cayo Piedra é, desde a década de 60, o refúgio particular e preferido de Fidel Castro (Foto: Reprodução/VEJA)
A ILHA DO CARA
Revelado o segredo dos altos índices de desenvolvimento humano em Cuba.
Eles devem estar sendo medidos na ilha privativa de Fidel Castro, um paraíso nababesco
Reportagem de Leonardo Coutinho publicada em edição impressa de VEJA
Cultuado pelos partidos de esquerda do Brasil e da América Latina, Fidel Castro vende com facilidade a falsa imagem do revolucionário despojado, metido antes em farda de campanha e, agora, na decrepitude, em agasalhos esportivos Adidas que ganha de presente da marca alemã.
Inúmeros relatos de pessoas que privaram da intimidade de Fidel haviam arranhado a aura de asceta do ditador cubano. Sabia-se que ele manda fazer suas botas de couro, sob medida, na Itália; que tem um iate e um jato particulares; come do bom e do melhor – enfim, nada diferente da vida luxuosa levada, em despudorado contraste com a miséria do povo, por tantos ditadores de todos os matizes ideológicos no decorrer da história.
Mas, como manda o manual do esquerdismo latino-americano, que nunca conseguiu se afastar do culto ao caudilhismo populista, se a realidade sobre Fidel desmentir a lenda, que prevaleça a lenda. Assim, a farsa sobrevive. Assim, as novas gerações vão sendo ludibriadas.
Resta ver se a farsa vai resistir às revelações sobre a corte de Fidel que aparecem na autobiografia de um ex-guar­da-costas do ditador, Juan Reinaldo Sánchez. O livro, que está chegando às livrarias brasileiras no fim de junho com o título A Vida Secreta de Fidel (Editora Paralela), revela excentricidades que seriam aberrantes mesmo para um bilionário capitalista.
Algum rentista de Wall Street tem uma criação particular de golfinhos destinados unicamente a entreter os netos?
Fidel tem.
Os líderes das empresas mais valorizadas do mundo, Google e Apple, que valem centenas de bilhões de dólares, são donos de ilhas particulares secretas, vigiadas por guarnições militares e protegidas por baterias antiaéreas?
Com um total de 1,5 quilômetro de extensão, as duas ilhotas têm uma estrutura luxuosa e recebem exclusivamente familiares e amigos íntimos do ditador (Foto: Reprodução/VEJA)
Com um total de 1,5 quilômetro de extensão, as duas ilhotas têm uma estrutura luxuosa e recebem exclusivamente familiares e amigos íntimos do ditador (Foto: Reprodução/VEJA)
Fidel tem tudo isso em sua ilha – e não se está falando de Cuba, que, de certa forma, é também sua propriedade particular.
O que o ex-guarda-costas revela em detalhes é a existência de uma ilha ao sul de Cuba onde Fidel Castro fica boa parte do seu tempo livre desde a década de 60. Nada mais condizente com uma dinastia absolutista do que uma ilha paradisíaca de usufruto exclusivo da família real dos Castro.
Juan Reinaldo Sánchez narra a liturgia diária do séquito de provadores oficiais que experimentam cada prato de comida e cada garrafa de vinho que chegam à mesa do soberano para garantir que não estejam envenenados. “A vida inteira Fidel repetiu que não possuía nenhum patrimônio além de uma modesta cabana de pescador em algum ponto da costa”, escreve Sánchez no seu livro.
A modesta cabana de Fidel é uma imensa casa de veraneio de 300 metros quadrados plantada em Cayo Piedra, ilha situada a 15 quilômetros da Baía dos Porcos, no mar caribenho do sul de Cuba. Quando Fidel conheceu Cayo Piedra, logo depois do triunfo de sua revolução de 1959, o lugar lhe pareceu o refúgio ideal para alguém decidido a nunca mais deixar o poder.
Eram duas ilhotas desertas sobre um banco de areia com uma rica fauna marinha. Condições excelentes para a caça submarina, um dos passatempos do soberano resignatário de Cuba. Muito se especulava sobre a existência do resort de Fidel, mas sua localização só se tornou conhecida agora, depois da publicação do livro de Sánchez.
O escritor colombiano Gabriel García Márquez, falecido recentemente, frequentava esse refúgio e, claro, nunca revelou o segredinho do amigo Fidel.
As coordenadas da casa principal de Cayo Piedra são: latitude 21°57¿52.06″N e longitude 81°7¿4.09″O. Além dela, o paraíso caribenho de areias branquinhas e mar transparente foi equipado com alojamento para a guarda pessoal, casa de criados, estação de geração de energia, baterias antiaéreas, um viveiro de tartarugas (Fidel as adora numa sopa), uma casa de hóspedes de 1 000 metros quadrados, piscina semiolímpica e um delfinário – que podemos apelidar, por que não, de a “Sea World do castrismo”.
Um lazer obsceno, quando se sabe que os cubanos não têm recursos para frequentar praias, reservadas aos turistas estrangeiros e seus dólares. Quando vão à praia, é para tentar um bico como guia ou se prostituir.
Em Cayo Piedra há também um heliporto, que serve apenas para o recebimento de suprimentos e para uma eventual emergência. Segundo Sánchez, Fidel só viajava para a ilha a bordo de seu iate – pelo menos até o seu câncer no intestino se agravar, em 2006.
Aquarama II é uma versão melhorada e ampliada de uma embarcação que ele confiscou de um milionário local depois de derrubar o governo de Fulgencio Batista, em 1959. Construído nos anos 70, o iate de Fidel tem 27,5 metros de comprimento e leitos para dezesseis pessoas, as mais privilegiadas no conforto de duas suítes.
O interior é revestido de madeiras nobres de Angola e há quatro motores – presentes do então líder soviético Leonid Brejnev – capazes de desenvolver a velocidade de 78 quilômetros por hora. No salão principal estão seis poltronas de couro negro. Uma delas, a maior, era exclusiva de Fidel. Ele costumava passar os 45 minutos da viagem bebendo uísque da marca Chivas Regal, o seu preferido, com gelo.
OSTENTAÇÃO — Fidel, em 1988, com o guarda-costas Juan Reinaldo, autor do livro devastador sobre o luxuoso estilo de vida do ditador socialista, ídolo do PT (Foto: SIPA Press)
OSTENTAÇÃO — Fidel, em 1988, com o guarda-costas Juan Reinaldo, autor do livro devastador sobre o luxuoso estilo de vida do ditador socialista, ídolo do PT (Foto: SIPA Press)
Em Cuba, uma garrafa custa 45 dólares, o dobro do salário mensal de um cidadão comum. Iate, mesmo que setentão? Um luxo, sem dúvida, ainda mais num país em que até os pescadores são proibidos de ter canoas, para evitar que fujam para os Estados Unidos, a 200 quilômetros de Cuba.
A residência de Fidel em Havana é uma casa de dois pavimentos com área construída de cerca de 1 200 metros quadrados e situada no centro de uma propriedade de 30 hectares, o equivalente a 36 campos de futebol. Conhecida como Ponto Zero, a área concentra ainda um conjunto de mansões onde vivem alguns de seus filhos.
Há casas de hóspedes, academia de ginástica, piscina, lavanderia industrial e até uma sorveteria exclusiva para a família Castro. As ruas dos arredores são inacessíveis para qualquer outro morador da cidade. O sítio urbano e cercado por muralhas de Fidel também tem um pomar, uma horta orgânica, um galinheiro e um curral.
O ditador é obcecado por suas vacas. No período em que Sánchez frequentou sua casa, cada integrante da família bebia o leite de uma vaca específica. A do ditador era a de número 5, o mesmo da camisa de basquete que ele usava na juventude.
Fidel dizia que o leite de cada vaca tinha um nível de acidez e que, depois de muitos testes e cruzamentos genéticos, ele havia encontrado o sabor de leite ideal para cada um dos cinco filhos que teve com Dalia del Valle, sua segunda mulher, com quem vive até hoje. (No total, Fidel tem nove filhos, incluindo um do primeiro casamento e três de relações extraconjugais.)
A farra das vacas leiteiras de Fidel é um acinte em um país em que apenas crianças de até 7 anos têm acesso garantido ao leite, e ainda assim limitado a 1 litro por dia.
Houve um tempo, conta o seu ex-se­gurança, em que Fidel guardava suas preciosas vacas na mesma casa em que morava uma de suas amantes, a revolucionária de primeira hora Celia Sánchez, no bairro de Vedado, um dos melhorzinhos de Havana. Celia, falecida em 1980, ocupava o 4º e último andar de um dos melhores imóveis da quadra.
No 3º andar, ficavam quatro vacas, que foram alçadas ao estábulo especial por meio de guindastes. Elas tinham em seus aposentos mais espaço do que a maioria dos seres humanos da capital, onde é comum que duas ou mais famílias sejam obrigadas a dividir um apartamento no qual deveria caber apenas um casal com dois filhos.
A relação obsessiva de Fidel com as vacas limita-se, aparentemente, à produção de leite. Uma delas, que chegou a figurar no Guinness por produzir 109 litros de leite em um único dia, está exposta no Museu da Revolução. Empalhada. À mesa, o ditador preferia peixe, lagosta, presunto espanhol e ovelha, enquanto os seus súditos se consideram afortunados quando têm carne de porco e, ainda mais raramente, de frango para comer.
Frutos do mar, para os cubanos, só em restaurantes turísticos e ao custo de um salário mensal. Não é difícil encontrar em Havana adultos que nunca comeram um bife de boi ou um assado de ovelha na vida. Pelo menos eles não convivem com a paranoia de morrer envenenado, como ocorre com Fidel, que exige que cada prato feito por seus dois chefs particulares seja provado antes por um funcionário ou pelo guarda-costas. Suas roupas, depois de lavadas e passadas, são submetidas a um teste de detecção de radiação.
Com o fim dos repasses de dinheiro da União Soviética para Cuba, no início da década de 90, conta o ex-guarda-costas, Fidel organizou um esquema de venda no mercado negro de diamantes contrabandeados de áreas de conflito na África e passou a vender serviços a traficantes colombianos. “Para Fidel, o narcotráfico era uma arma de luta revolucionária antes de ser um meio de enriquecimento ilícito”, escreveu Sánchez, que trabalhou com Fidel entre 1977 e 1994.
Ele foi demitido depois que o seu irmão fugiu de balsa para os Estados Unidos. Para Fidel, era inadmissível ter ao seu lado alguém que não previu que dentro de sua família havia “traidores da revolução”. Sánchez foi preso. Depois de dois anos na cadeia, passou uma década tentando fugir do país. Conseguiu em 2008, e levou consigo alguns segredos de Fidel.

 

jueves, 22 de mayo de 2014


LA VERDADERA VIDA DE FIDEL CASTRO: YATES, RESIDENCIAS LUJOSAS Y VIAJES CON MILLONARIOS

 
Su guardaespaldas durante 17 años cuenta que el dictador cubano “nunca ha renunciado al confort del capitalismo ni ha vivido con austeridad”.
 
 
(LD/AGENCIAS).- “En contra de lo que siempre dice, nunca ha renunciado al confort del capitalismo ni ha elegido vivir con austeridad”, escribeJuan Reinaldo Sánchez, que durante 17 años fue guardaespaldas de Fidel Castro y que ahora publica un libro sobre la vida privada del líder de la revolución cubana.
 
 
Yates lujosos, una veintena de residencias repartidas por toda la isla o partidas de caza “a lo Luis XV”, tanto en las frondosas provincias del norte como en los privilegiados fondos marinos, son algunos de los detalles que saca a la luz La cara oculta de Fidel Castro, escrito junto al periodista francés Axel Gyldén y que estará en las librerías francesas el próximo día 28.
 
El comandante se cuidó mucho de mantener lejos de la vista de los cubanos su vida privada, “el secreto mejor guardado de la Revolución”, asegura Juan Reinaldo Sánchez, según los extractos del libro que ha podido consultar Efe.
 
 
El hombre que acompañó casi a diario a Fidel entre 1977 y 1994 describe el lujoso yate del líder, Aquarama II, copiado del de un allegado del régimen de Fulgencio Batista (presidente de Cuba entre 1940-1944 y de facto en 1952-1959), con cuatro motores, que le regaló el dirigente soviético Leónidas Breznev.
 
 
Fondeado en su puerto privado de Bahía de Cochinos, cada paseo del barco implica todo un despliegue, que incluye otros dos navíos, uno de ellos totalmente medicalizado, una patrullera militar y varios aviones en alerta para evitar que el comandante sufra un atentado.
 
 
En general, el Aquarama II sirve para dar agradables paseos marítimos, pero también para ir a Cayo Piedra, una pequeña isla situada en el sureste de Cuba, un “paraíso para millonarios” en el que Castro reposa rodeado de lujo. Fidel Castro ha dado a entender que la Revolución no le dio ningún respiro, ningún placer; que ignoraba y despreciaba el concepto burgués de vacaciones. Mentía”, afirma Sánchez.
 
El guardaespaldas relata que él estuvo “cientos de veces” en ese “pequeño paraíso”, donde era el encargado de escoltar al comandante durante sus numerosas batidas de caza submarina en unos fondos marinos casi vírgenes.
 
 
En cuanto el tiempo era clemente, Fidel y su esposa Dalia acudían casi cada fin de semana a Cayo Piedra, mientras que en la temporada de lluvias el comandante prefería la caza del pato en la mansión La Deseada, situada en la provincia de Pinar del Río.
 
“En agosto, los Castro se instalaban durante un mes en su isla de ensueño”, desde la que el líder acudía a La Habana en helicóptero si algún imperativo así lo exigía, añade.
 
Ningún cubano de a pie penetró en la secreta isla de Castro, a la que solo un reducido grupo de privilegiados, casi todos extranjeros, fueron invitados.
 
 
Reinaldo Sánchez recuerda al expresidente colombiano Alfonso López Michelsen, al empresario francés Gérard Bourgoin, conocido como el “rey del pollo”, el propietario de la CNN Ted Turner o el dictador de la República Democrática Alemana Erich Honecker. Aunque los más habituales del lugar eran el escritor Gabriel García Márquez y el héroe de la revolución Antonio Núñez Jiménez.
 
En una de esas visitas, indica el autor, Fidel propuso a Gabo lanzarse a la conquista de la presidencia colombiana con el apoyo de Cuba, pero el escritor “prefería disfrutar de los placeres de la vida quedándose confortablemente al margen de la política”.
 
 
Lo que no consiguió con García Márquez, tener un peón en Colombia, lo logró años más tarde con Hugo Chávez en Venezuela, señalaReinaldo Sánchez, quien asegura que el líder cubano “siempre tuvo en la línea de mira el petróleo” de ese país. “Sabía que era la clave para financiar su sueño internacionalista de oponerse a Estados Unidos, agrega.
 
La cara oculta de Fidel Castro no describe solo el lujo de la vida del dictador cubano, sino que también analiza otros aspectos de su régimen, la dinastía familiar, seguida por la de su hermano Raúl. El ex guardaespaldas también se centra en la costumbre que tenía Fidel de grabar a todos sus colaboradores y allegados o su intento por extender la revolución a Nicaragua.
 
Reinaldo Sánchez cayó en desgracia en 1994 por pedir la retirada y la jubilación. Fue encarcelado y, tras múltiples peripecias, logró escapar en 2008 para reunirse con su familia en Estados Unidos.
 
 
NOTA: Las imágenes y destacados no corresponden a la nota original.

Leia mais textos sobre o magnata-tirano que é líder da América Latrina:

OBS: Você está recebendo este e-mail porque está cadastrado na relação de distribuição do autor Félix Maier (ttacitus@hotmail.com)

Eleicoes 2014: o patrimonio dos candidatos, do mais rico ao mais pobre (zero patrimonio)

Eymael tem maior patrimônio, e Rui Costa Pimenta declara não ter bens

Dados fazem parte de documentos apresentados no registro de candidatura.
Aécio tem R$ 2,5 milhões; Dilma, R$ 1,7 milhão; e Campos, R$ 546 mil.

Do G1, em Brasília, 8/07/2014
PATRIMÔNIO DOS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA
Candidato
Valor declarado
Eymael (PSDC)
R$ 17.009.306,11
Aécio Neves (PSDB)
R$ 2.503.521,81
Dilma Rousseff (PT)
R$ 1.750.695,64
Levy Fidelix (PRTB)
R$ 649.638,19
Eduardo Campos (PSB)
R$ 546.799,50
Eduardo Jorge (PV)
R$ 412.453,12
Mauro Iasi (PCB)
R$ 204.348,57
Luciana Genro (PSOL)
R$ 185.189,95
Pastor Everaldo (PSC)
R$ 121.391,41
Zé Maria (PSTU)
R$ 20.000,00
Rui Pimenta (PCO)
R$ 0,00
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
O político e empresário José Maria Eymael (PSDC) tem o maior patrimônio entre os candidatos à Presidência da República - R$ 17 milhões, segundo declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no registro de candidatura. Entre os 11 postulantes ao Planalto, Rui Costa Pimenta é o que tem menor patrimônio: declarou à Justiça não possuir nenhum bem neste ano.
Os dados fazem parte dos documentos entregues pelos candidatos para concorrer à Presidência – o prazo terminou no sábado (5) – veja abaixo a lista completa dos candidatos à Presidência e o valor dos respectivos patrimônios.
No patrimônio de Eymael estão imóveis no estado de São Paulo, quatro carros, ações, aplicações e uma balsa salva-vidas, além de um barco.
Aécio Neves tem o segundo maior patrimônio entre os presidenciáveis. Ele declarou ter dois apartamentos e lotes em Minas Gerais, um Land Rover, joias de família, aplicações e ações. Em nota, o senador informou que o patrimônio cresceu em relação à eleição de 2010 porque recebeu herança do pai, falecido em outubro de 2010.
Dilma Rousseff declarou bens que totalizam R$ 1,75 milhão. Há imóveis, lote, um carro e jóias. Ela declarou ter R$ 172 mil em espécie. Em seguida aparece Levi Fidelix, com patrimônio de R$ 649 mil. Ele afirma ter um carro e valores em contas em vários bancos.
Eduardo Campos, que declarou R$ 546 mil, informou ter dois imóveis, lotes, dois carros e cotas de uma agropecuária, além de dinheiro no banco. O candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, declarou que os bens somam R$ 412 mil – entre eles, estão uma casa, um terreno, dois carros e dinheiro no banco.

Copa do Mundo: com brasileiro nao ha quem possa - Guilherme Fiuza

A taça é deles (e a conta é nossa)
Guilherme Fiuza
O Globo, 6/07/2014

País gastou com os estádios da Copa mais do que Alemanha e África do Sul juntas. Com brasileiro não há quem possa
Os pessimistas e a elite branca deram com os burros n’água: a Copa do Mundo no Brasil é um sucesso. A bola está rolando redondinha, os gramados estão todos verdinhos e o país chegou até aí batendo mais um recorde: gastou com os estádios da Copa mais do que Alemanha e África do Sul juntas. Com brasileiro não há quem possa.
Aos espíritos de porco que ainda têm coragem de reclamar do derrame sem precedentes de dinheiro público promovido pelos faraós brazucas, eis a resposta definitiva e acachapante: a Copa no Brasil tem uma das maiores médias de gols da história. Fim de papo. De que adianta ficar economizando o dinheiro do povo, evitando os superfaturamentos e as negociatas na construção dos estádios, para depois assistir a um monte de zero a zero e outros placares magros? Fartura atrai fartura. Depois da chuva de verbas, a chuva de gols. É a Copa das Copas. Viva Messi, viva Neymar, viva Dilma.
Está todo mundo feliz, e o país mais uma vez se renderá a Lula. O oráculo afirmou que era uma babaquice esse negócio de querer chegar de metrô até dentro do estádio. Que o brasileiro vai a jogo até de jegue. O filho do Brasil mais uma vez tinha razão.
O país teve sete anos para usar a agenda da Copa e investir seriamente em infraestrutura de transportes. Sete anos para planejar e executar uma expansão decente do metrô nas capitais saturadas, por exemplo — obras caras que dependem do governo federal. Ainda bem que nada disso foi feito, e as capitais continuaram enfrentando sua bagunça a passo de jegue. Seria um desperdício, porque todo mundo sabe que essa mania de querer chegar aos lugares de metrô é uma babaquice da elite branca. Felizmente, o dinheiro que seria torrado nessa maluquice foi bem aplicado nos estádios mais caros do mundo, entre outros investimentos estratégicos.
Agora a Copa deu certo, o brasileiro está sorrindo e a popularidade de Dilma voltou a subir — provando de uma vez por todas que planejamento sério é uma babaquice. O que importa é bola na rede.
Nos anos que antecederam a Copa das Copas, os pessimistas encheram a paciência do governo popular com a questão dos aeroportos. Mas o PT resistiu mais uma vez à conspiração dessa burguesia ociosa que reclama de tudo. E deixou para privatizar (que ninguém nos ouça) os aeroportos às vésperas da Copa. Foi perfeito, porque sobrou mais tempo para o bando da companheira Rosemary Noronha parasitar o setor da aviação civil, proporcionando aos brasileiros o que eles mais gostam: ser maltratados nos aeroportos em ruínas, se possível derretendo com a falta de ar-condicionado (o que Dilma chamou carinhosamente de “Padrão Brasil”).
Os pessimistas perderam mais essa. Na última hora, com um show vertiginoso de remendos e puxadinhos (Brasil-sil-sil!), os aeroportos nacionais não obrigaram nem uma única delegação estrangeira a vir para a Copa de jegue. Todas as seleções entraram em campo — a televisão está de prova. E, no que a bola rolou, quem haveria de memorizar detalhes insignificantes, como metade dos elevadores da Favela Antonio Carlos Jobim enguiçados, além de algumas esteiras e escadas rolantes interditadas, entre outros desafios dessa gincana Padrão Brasil?
Ora, calem a boca, senhores pessimistas. A Copa deu certo. A Rosemary também.
Quem vai cronometrar o tempo dos otários nas filas monumentais? Os cronômetros só medem a posse de bola. E bem feito para quem ficou preso nos engarrafamentos a caminho do estádio, de casa ou de qualquer lugar. Lula avisou para ir de jegue. Você ficou engarrafado porque é um membro dessa elite branca que contribui para o aquecimento global. Além de tudo, é ignorante, porque ainda não entendeu que o combustível no Brasil foi privatizado pelos companheiros e seus doleiros de estimação. Como diria o petista André Vargas ao comparsa Alberto Youssef, o petróleo é nosso.
Além de jegue e jabuticaba, o Padrão Brasil tem feriado. Muito feriado. Quantos o freguês desejar. Pode haver melhor legado que esse para a mobilidade urbana? Se todo mundo andar de jegue e ninguém precisar ir trabalhar, acabaram-se os problemas viários. Poderemos ter Copa todo mês. E os brasileiros não precisarão mais correr riscos com obras perigosas como os viadutos — que, como se sabe, desabam.
A Copa no Brasil tem tido jogos realmente emocionantes. É o triunfo do único inocente nessa história — o futebol. Viva ele. Os zumbis que ficavam gemendo pelas ruas que “não vai ter Copa” sumiram na paisagem do congraçamento das torcidas. Mas é claro que isso será entendido pela geleia geral brasileira como... gol da Dilma! É a virada dos companheiros, a vitória dos oprimidos palacianos sobre as elites impatrióticas etc. A taça é deles. E a conta é nossa.
Se você não suporta mais essa alquimia macabra, que faz qualquer sucata populista virar ouro eleitoral, faça como os atletas do Felipão: chore.
Guilherme Fiuza é jornalista 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Ironias da Historia: nazistas retrataram um bebe judeu como perfeito representante da raca ariana...

Os nazistas foram perfeitos criminosos, seres indignos da Alemanha, ou simplesmente da "raça" humana.
Eles o foram por preconceito, aliás debilóide, estúpido, ignorante no mais alto grau, ao pretenderem dividir a humanidade em raças, muito embora certa ciência do século 19 também afirmasse a existência de raças.
Até aí, seria apenas preconceito. Mas os nazistas foram além: pretenderam escravizar "raças inferiores" e exterminar uma raça em especial, além de várias outras categorias de seres humanos que eles julgavam indignos de continuar vivendo.
Mao Tsé-tung e Stalin mataram muito mais, infinitamente mais, do que Hitler, inclusive aliados e supostos inimigos de classe, e por diversas outras motivações, mas eles o fizeram contra o seu próprio povo, em nome de projetos de engenharia social e atendendo a uma ideologia violenta, como é o marxismo e sua teoria da luta de classes.
Mas só Hitler, como poucos na história da humanidade, pretendeu eliminar radicalmente todo um povo, ou mesmo mais de um povo, talvez uma civilização inteira, como eram os judeus europeus. Foi um monstro, sem dúvida.
O fato de que os nazistas estúpidos tenham sido enganados por um dos representantes de um povo submetido é altamente irônico, mas demonstra, mais uma vez, como são falhos os julgamentos humanos baseados nas aparências.
Os companheiros petistas, e os militantes da causa negra, estão cometendo mais um crime racial no Brasil, felizmente sem exterminação. Mas eles também dividem a sociedade em afrodescendentes e todo o resto, o que é um racismo estúpido e criminoso contra a história do Brasil. Fica sendo uma das heranças malditas dos companheiros, junto com os racistas da causa afrodescendente, que terá de ser superada mais adiante.
Por enquanto fiquem com esta boa história num dos blogs do Washington Post.
Paulo Roberto de Almeida
The ‘perfect Aryan’ child used in Nazi propaganda was actually Jewish
Morning Mix, July 7 at 5:12 AM
The newlyweds came to Berlin as students, a pair of Latvian Jews who wanted to make it big in singing. In 1934, just after Adolf Hitler took control of Germany, the young Jewish woman became pregnant with a child who would soon become known as the “perfect Aryan.”
The photo was everywhere. It first adorned a Nazi magazine that held a beauty contest to find “the perfect Aryan” and then was later splashed across postcards and storefronts.

Image excerpted from the video testimony of Hessy Taft. (Courtesy of USC Shoah Foundation)

Less well-known, however, was the fact that the “Aryan” girl was actually Jewish.
As remarkable as that revelation is, more remarkable is the story that accompanies it. The girl, now 80 and named Hessy Levinsons Taft, recently presented the magazine cover, emblazoned with her baby photo, to the Yad Vashem Holocaust Memorial in Israel and offered her tale to the German newspaper Bild. But the extended version of what happened is found in anoral history she gave to the United States Holocaust Museum in 1990.
It begins in 1928 when her parents came to Berlin. Both were singers. The father, Jacob Levinsons, crooned a chocolate-smooth baritone. His wife, Pauline Levinsons, had studied at the renowned Riga Conservatory in Latvia.
Jacob had accepted a position at a local opera house and taken the stage name of Yasha Lenssen, his daughter recalled in the lengthy interview with the Holocaust Museum. It was the time of surging anti-Semitism in Berlin, and when “they found out that his name really was Levinsons,” she said, “they decided to cancel his contract.”
“Without any money” and living in a “very, very cramped one-room” apartment, the young couple gave birth to Hessy Levinsons on May 17, 1934. She was beautiful. So when she was 6 months old, the parents decided to have her picture taken. “My mother took me to a photographer,” she told the museum. “One of the best in Berlin! And he did — he made a very beautiful picture — which my parents thought was very beautiful.”
They liked it so much, they framed it and propped it up on the piano her father had given her mother as a present after Hessy was born. They had thought the picture was a private family photo. But soon after, a woman who helped clean the apartment arrived to deliver some surprising news.
“‘You know,’” the woman said, “‘I saw Hessy on a magazine cover in town.’”
Hessy’s mother found that impossible to believe. A lot of babies look the same, the mother explained, and surely the helper was mistaken. But she wasn’t.
“‘No, no, no, no,’” the helperexplained to Taft’s mother. “It’s definitely Hessy. It’s this picture. Just give me some money, and I’ll get you the magazine.”
Money changed hands, and the helper soon returned with a magazine. A headline that said “the Sun in the Home” stretched across the top with the same picture that was there, resting on the piano. “The magazine was published out of Leipzig [in central Germany] and was very definitely one of the few magazines allowed to circulate at the time,” Taft said in the oral history, “because it was a Nazi magazine.” She said the pages brimmed with images of “men wearing swastikas” and even one of Hitler himself “reviewing the troops.”
The parents were terrified. Why was their Jewish infant on the cover of a Nazi magazine lauding Hitler’s exploits?
They contacted the photographer, according to Hessy’s account. “‘What is this?’” the daughter says her mother asked. “‘How did this happen?’”
The photographer told her to quiet down. “‘I will tell you the following,’” the story went. “‘I was asked to submit my 10 best pictures for a beauty contest run by the Nazis. So were 10 other outstanding photographers in Germany. So 10 photographers submitted their 10 best pictures. And I sent in your baby’s picture.’”
“‘But you knew that this is a Jewish child,’” the mother exclaimed.
“‘Yes,’” he said, explaining there had been a competition to find the “‘perfect example of the Aryan race to further Nazi philosophy…. I wanted to allow myself the pleasure of this joke. And you see, I was right. Of all the babies, they picked this baby as the perfect Aryan.’”
Family stories are always prone to hyperbole, distortion and exaggeration — but this appears to be true. Taft has reams of photographs that show her in numerous publications and cards. “I can laugh about it now,” the Telegraph quotes Taft, now a chemistry professor at St. John’s University in New York, as saying. “But if the Nazis had known who I really was, I wouldn’t be alive.”
The parents were equally shocked and “amazed at the irony of it all.” In the weeks afterward, the picture was everywhere. It was in storefront windows, in advertisements and on postcards. One time, Taft says her aunt went to the store to buy a birthday card for her first birthday in May of 1935 only to find a card with Taft’s baby picture on it. “My aunt didn’t say another word, but she bought the postcard which my parents brought with them throughout the years.”
Eventually, the family fled Europe and found refuge in Cuba for years before immigrating to the United States in the late 1940s and settling in New York City. Hessy Levinsons got married and became Hessy Taft. But the father stayed behind in Havana to operate a business, which eventually foundered under the rise of Fidel Castro. “He always said, ‘I have survived Hitler; I will survive Castro,’” Taft said. “And he did. He did.”

Terrence McCoy is a foreign affairs writer at the Washington Post. He served in the U.S. Peace Corps in Cambodia and studied international politics at Columbia University. Follow him on Twitter here.

Pesquisa: o que voce mudaria na Historia do Brasil? - Stephen Kanitz

Apenas agora, 3 1/2 anos depois, tomo conhecimento desta "pesquisa" feita pelo jornalista Stephen Kanitz em seu blog "Artigos para se Pensar".
Interessante, pois vários anos atrás eu escrevi uma primeira versão do que eu pretendia ser um livro completo contendo uma história virtual do Brasil, com uma introdução metodológica (http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1075HistoriaVirtualIntro.html) e um resumo geral dos grandes pontos  (http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1064HistVirtualBr.html).
Em todo caso, vale a pena transcrever a nota de Stephen Kanitz, pois ela ainda é um exercício que pertence ao mesmo universo dos "big ifs", ou seja, "o que teria acontecido se...?".

Paulo Roberto de Almeida 


Pesquisa: Como Você Mudaria A História do Brasil?

(20 January 2011)


Coloquei tempos atrás esta pergunta no ar: 

Imagine que você tem uma máquina do tempo e poderia ir para alguma data do passado, e mudar algum evento histórico do Brasil.
Qual seria este evento? 
Infelizmente tivemos menos que 30 respostas, muitos criticaram a própria pergunta como masturbação histórica. Não é.
Nas nossas escolas de História, prevalece a ideia Marxista de determinismo histórico, que a história segue um percurso mais ou menos previsível, aquela prevista pelo economista Karl Marx, baseada nos inúmeros livros que ele estudou no Museu de Londres.
É tão dominante esta tese no Brasil, que é muito difícil aceitarmos outra tese vindo da teoria de complexidade, que simples eventos podem gerar mudanças espetaculares.
Muitos irão lembrar a frase, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas, tipo um tufão na Indonésia.
Que eventos poderiam ter sido diferentes e que mudariam o Brasil?
A maioria dos votos foi para o Descobrimento dos Portugueses.
Se tivéssemos sido descobertos pelos holandeses ou ingleses, acham que tudo seria diferente.
Talvez, mas como comenta X, as colônias inglesas da África estão piores que o Brasil.
As outras respostas foram: A guerra do Paraguai, a Decretação da República, mudança do governo para Brasília, o nascimento de Getúlio Vargas e a queda do Barão de Mauá que viu a industrialização da Inglaterra antes dos americanos.
Uma opinião interessante vem de Edgar Antonio Sbrogio
Ele opina que foi a Lei da Informática que atrasou o Brasil uns 15 anos, que atrasou a formação de jovens especialistas em software e TI, achando que o futuro seria hardware.
Sbrogio sabe o que diz, segundo a Revista Época.
Revista Época. Da participação de Luciano Coutinho no governo Sarney, o que ficou para a posteridade foi a assinatura da Lei de Informática.
Como secretário executivo do recém-criado Ministério da Ciência e Tecnologia entre 1985 e 1988, Coutinho optou por impedir a entrada de novas tecnologias no país – no momento em que a indústria de computadores pessoais se tornava uma realidade internacional – para estimular o fortalecimento de uma indústria nacional. Não se conhece até hoje uma autocrítica à experiência.
A amigos, ele diz acreditar que estava certo.
Bom, eu endosso a autocrítica de Edgar Antonio Sbrogio.
Minha opção particular seria a mudança para Brasília, mas ainda acho que esta discussão deveria continuar.
Vamos fazer uma segunda rodada, por favor coloquem as suas opiniões.


Politica externa brasileira: um debate envenenado desde o comeco

O "debate" começou, como se sabe, pela entrevista do Senador Ricardo Ferraço à revista Veja, aqui sinalizada:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/07/senador-ricardo-ferraco-vivemos-um.html

Depois, o chanceler paralelo, ou talvez o chanceler oficioso, como querem alguns, tentou responder ao senador, com palavras muito duras, o que foi aqui registrado:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/07/debate-sobre-politica-externa-e-seu.html

Agora, um economista liberal responde ao assessor presidencial, neste link, também transcrito abaixo.



03/07/2014
 às 20:29 \ ComunismoLiberdade de ImprensaPolíticaSocialismo

Marco Aurélio Garcia: apenas um bom aluno de Gramsci, mas com enorme poder de estrago!

Marco Aurelio Garcia
A Argentina e a Venezuela são dois países altamente democráticos, completamente distantes de qualquer tirania autoritária, e com uma imprensa livre, crítica e independente. Essa é a hilária mentira que Marco Aurélio Garcia conta, e ainda temos que prender o riso!
O “chanceler de fato”, responsável pela desgraça de nossa política externa totalmente ideologizada, escreveu uma resposta à entrevista de Ricardo Ferraço publicada nas páginas amarelas de Veja semana passada. Penso no consumo de óleo de peroba após um texto desses. Diz o filhote de Gramsci:
Tal qual uma Mãe Dinah das relações internacionais, Ferraço prognostica que Argentina e Venezuela, apesar de seus Governos terem sido eleitos pelo voto popular, caminham para uma ditadura. Menciona o cerco à imprensa nos dois países, ocultando, por exemplo, que em Caracas e Buenos Aires os principais órgãos de imprensa – El Nacional, El Universal, Clarín e La Nación, respectivamente – são há anos duros opositores dos governos de Nicolás Maduro e de Cristina Kirchner.
Oh, God! Há “excesso de democracia” na Venezuela! Bem, se o sujeito em questão elogia o modelo cubano, podemos ter em mente o tipo de “democracia” que ele defende, não é mesmo? Os veículos de imprensa citados são perseguidos há anos, como o mais desatento dos leitores sabe. A imprensa é alvo dos mais absurdos ataques por parte desses governos.
Fico a pensar: quem que o “top top” quer enganar? Não é possível que alguém acredite nele. Nem mesmo os típicos leitores desse site chapa-branca. Mas o cara-de-pau continua:
Já que o “comunismo” deixou de ser fantasma, como nos tempos da Guerra Fria, Ferraço levanta como novo espantalho o “bolivarianismo”, que não explica o que é.
Como é? Gramsci na veia! Como alguns sabem, Garcia é o ideólogo gramsciano por excelência no Brasil, um dos principais responsáveis pela disseminação da tática comunista de “comer pelas beiradas”, dominar a cultura, produzir dissonância cognitiva e doutrinação ideológica, solapar a democracia “burguesa” de dentro (e tem tido grande sucesso, não podemos negar).
Ora, bolivarianismo precisa ser definido? É a bandeira da própria esquerda jurássica que o chanceler apóia! O tal “socialismo do século 21″, nas palavras do falecido Hugo Chávez. Esses que repetem que o Muro de Berlim já caiu são os mais canalhas, pois querem convencer os leigos que falar em ameaça vermelha ou comunista é coisa de paranoico preso no tempo, enquanto são eles mesmos que ainda pregam exatamente essa ideologia carcomida e fétida, ignorando a queda do Muro!
Espantalho? O sonho de todo comunista é ninguém mais acreditar na ameaça comunista. Assim ele pode avançar em paz, sem resistência, sem obstáculo, já que “não existe”. Não? E a Venezuela? Bolívia? Equador? Argentina mesmo? Todos caminhando cada vez mais na direção de Cuba, uma ditadura comunista há mais de meio século! Hei, mas o comunismo… acabou. Onde? Na Coreia do Norte?
Garcia escreve:
Ricardo Ferraço utiliza informações a seu gosto. Desconhece a ação conjunta que os Governos do Brasil e da Bolívia têm desenvolvido nos últimos anos no combate ao narcotráfico. Prefere insultar o Presidente Evo Morales que deve seu mandato ao voto popular.
Bom, vamos então citar um trecho do ótimo livro recém-lançado, A vida secreta de Fidel, de ninguém menos que Juan Reinaldo Sánchez, que foi guarda-costas particular do ditador cubano por 17 anos, gozando do círculo seleto de sua confiança:
Nada menos que um enorme tráfico de drogas era praticado no topo do Estado! [...] Foi como se o céu caísse em cima da minha cabeça. Estupefato, incrédulo, petrificado, eu preferiria acreditar que tinha ouvido mal ou que estava sonhando, mas infelizmente era verdade. Em poucos segundos, todo o meu mundo, todos os meus ideais, ruíram. Entendi que o homem a quem eu sacrificava minha vida desde sempre, el líder que eu venerava como um deus e que, a meus olhos, era mais importante que minha própria família, estava envolvido no tráfico de cocaína a ponto de comandar operações ilegais como um verdadeiro mafioso. [...] Para ele, o narcotráfico era uma arma de luta revolucionária antes de ser um meio de enriquecimento ilícito.
Isso, não custa lembrar, de uma testemunha presencial, que escutou do próprio Fidel uma conversa sobre o assunto com seu ministro de confiança, que logo depois foi oficialmente “julgado” (em quatro dias, sob controle do próprio ditador) e condenado por tráfico, como bode expiatório, e fuzilado, para não deixar rastros. Basta pensar nas Farc para constatar que os comunistas latino-americanos jamais tiveram problemas com o tráfico de drogas, visto por eles como fonte legítima de recursos “revolucionários”.
Por fim, Garcia mostra sua visão rousseauniana de democracia e “interesse nacional”, deixando claro que não tem nenhum apreço por limites constitucionais impostos ao estado. Para ele, se a “presidenta” foi eleita, ponto final: ela é o interesse nacional em pessoa, e pode tudo:
O interesse nacional que alguns gostam tanto de citar para justificar posições político-partidárias não é fruto de mentes supostamente iluminadas. É, antes, expressão da vontade geral e esta, em uma democracia, resulta da expressão popular que as urnas periodicamente recolhem. O resto é apagão.
Apagão é ser governado por gente assim, extremamente perigosa, autoritária, que usa a mentira como tática deliberada o tempo todo. Um defensor da ditadura mais antiga e cruel do continente afirmar que preza a democracia é algo tão chocante que produz um efeito anestésico em muitos, confundindo suas mentes. Um homem que tece os maiores elogios a Fidel Castro e logo depois acusa o outro de não ser democrata é um espanto tão grande que paralisa o raciocínio de muitos.
Marco Aurélio Garcia não mereceria um segundo de meu tempo, não fosse o “chanceler de fato”, responsável pela completa destruição de nossa política externa e do Mercosul, hoje apenas uma camisa de força ideológica que tanto prejudica a economia de nosso país.
Só nos resta refrescar a memória com a surra intelectual que o gramscista levou de Roberto Campos no programa Roda Viva: http://www.youtube.com/watch?v=tgTcREyhEcE

Rodrigo Constantino
Retomo:
Bem, como diriam os cubanos, "a luta continua", e, no nosso caso, "o debate continua", mas a impressão que eu tenho é que não se trata bem de um debate, mas de uma troca de acusações.
Creio ser importante retornar à entrevista original do Senador Ricardo Ferraço, às Páginas Amarelas de Veja, e verificar cada uma de suas críticas à política externa do governo petista, para ver se ele está errado ou certo, nos seus argumentos.
Muitos deles podem ser subjetivos, ou impressionistas, como o de "apagão" na política externa, uma vez que se acredita que o Itamaraty não esteja dormindo, ou apenas entregando flores.
Mas cabe sim verificar o que está sendo feito.
Vemos, por exemplo, uma contínua erosão das liberdades democráticas e um profundo desrespeito aos direitos humanos num país membro do Mercosul, e temos o direito de perguntar o que o Itamaraty está fazendo em relação a isso.
Talvez coubesse lembrar um pouco a cláusula democrática no Mercosul, que foi acionada em toda a sua potência contra a destituição legal de um ex-presidente paraguaio, ao passo que no caso da Venezuela nada está sendo feito, pelo menos publicamente.
Talvez seja o caso de invocar a imagem dos três macacos...
Paulo Roberto de Almeida