O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

China is Not the Soviet Union - Amitai Etzioni

Amitai Etzioni é um dos melhores e maiores especialistas em relações internacionais nos EUA. Concordo absolutamente com ele, e fico surpreendido com a paranoia estúpida do Pentágono e das agências de inteligência e segurança dos EUA, ao tentar renovar para a China as mesmas obsessões equivocadas que os mesmos personagens mantinham em relação à URSS durante a Guerra Fria. Acho que impérios quando ficam velhos também ficam estúpidos: bem os EUA exibem apenas pouco mais de cem anos de desempenho imperial, mas como agora tudo corre mais rápido, pode ser que seus declínio também será rápido. Mister Trump faz tudo para acelerar o processo...
Paulo Roberto de Almeida


The National Interest, August 13, 2018  Topic: Security  Region: Asia 

China is Not the Soviet Union

Some are talking about China in the same expansionist terms as the late USSR—these assessments are wrong.
In evaluating recent alarmed assessments of China’s ambitions, one must recall that for decades the American intelligence community, in particular the Central Intelligence Agency (CIA), vastly exaggerated the power and hence threat posed by the Soviet Union. These assessments were the basis of huge military outlays by the United States, as well as its military interventions in places such as Vietnam and Afghanistan, which Washington feared were the next “dominoes” to fall. These concerns were scaled back only after the USSR collapsed, mainly under its own weight. We are now told, in an article published in Newsweek , that “China is waging a ‘cold war’ against the United States and trying to displace it as the world’s leading superpower” according to Michael Collins, the deputy assistant director of the CIA's East Asia Mission Center. Newsweek adds that “His comments echo those of other U.S. intelligence chiefs, who earlier warned of the challenge posed by China’s bid for global influence.”
These claims fly in the face of a key observation: during the Cold War the USSR was an expansionist power, which strongly believed that it was called upon to impose its kind of regime on other nations—if need be, to occupy them to bring about the needed changes. The USSR openly sought to dominate the world. China shared this expansionist ideology but abandoned it decades ago. It has not invaded nor occupied any nation and although it prides itself on having developed its own kind of regime (authoritarian capitalism, my words)—it has shown few signs that it seeks to impose this kind of regime on other nations, let alone the world. 
The CIA official cited by Newsweek provides no evidence in support of his claims. It is provided by a leading anti-China hawk Elizabeth Economy, director for Asia studies at the Council on Foreign Relations, in an article published in the Wall Street Journal . She asserts that China has “destabilized the region” by militarizing seven artificial islands. However, where are the signs that the region has been significantly affected, let alone destabilized? There have been no regime changes in any of the countries in the area. None of them have allied themselves with China. On the contrary, the United States has increased its military presence and ties in several of these countries, including Vietnam, Thailand, the Philippines and India. Freedom of navigation has not been curbed, despite various claims of exclusive zones. 
Ms. Economy repeats the often-cited fact that China opened one military base in Djibouti. The United States happens to have one in the same country, and—more than one hundred bases in other countries in the region. Economy is also alarmed by China’s Belt and Road Initiative: “Railroads, ports, pipelines and highways built by Chinese workers and funded by Chinese loans are already connecting countries across six global corridors.” It is true that China—which is highly dependent on a steady flow of energy and raw materials, because it has little of its own—is seeking to develop a variety of pathways to secure this flow. However, the various nations involved benefit from the improved infrastructure and enhanced trade. Economy finds that “Chinese state-owned companies have assumed control or a controlling stake in at least 76 ports in 35 countries” which is part of China’s drive to secure a steady and reliable flow of imports. Economy adds that “despite Beijing’s claims that such ports are only for commercial purposes, Chinese naval ships and submarines have paid visits to several of them.” It is a ritual all powers engage in, to show their feathers, to demonstrate friendly relationships, but hardly evidence of a Cold War. It would be a rather different story if Chinese warships were stationed in these countries. However, so far this is true only for American ones and those of its allies.
China has been reluctant to assume global responsibilities. It presents itself as a developing nation that needs to focus on its own growth. However, in recent years it has significantly increased its contributions to peacekeeping forces, foreign aid, humanitarian aid, and fights against piracy and terrorism. 
To the extent that China does loom larger on the global scene, it is largely due to the leadership vacuum created by President Trump. It is China that now is championing free trade, forging free trade agreements in its own region and with the EU. And it works with Russia and the EU to save the agreement with Iran. The Cold War metaphor seems hardly appropriate. 
Amitai Etzioni is a University Professor and Professor of International Relations at The George Washington University. He is the author of Avoiding War with China. A short film summarizes his international relations work.

INEDITO no BRASIL: CRIMINOSOS foram Ministros da Fazenda - Notícia e Paulo Roberto de Almeida

Primeiro vejam esta notícia que recuperei do blog do Antagonista. Depois leiam o meu comentário abaixo.

MANTEGA VIRA RÉU NA LAVA JATO


Sergio Moro acolheu a denúncia contra Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos petistas. Segundo a acusação do MPF, Mantega editou a “MP da crise” para favorecer a Odebrecht em troca de propina de R$ 50 milhões. Esse valor teria ficado à disposição dele na “conta geral de propinas do PT” mantida pela empreiteira.
É a primeira vez que o ex-ministro da Fazenda se torna réu na Lava Jato. Moro rejeitou a mesma denúncia contra Antonio Palocci, preso desde 2016. 

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Demorou, mas chegou, embora pelo mínimo e apenas parcialmente. A população brasileira precisa tomar consciência de que, pela PRIMEIRA VEZ na história do Brasil, ao contrário de toda a história anterior, com ministros da Fazenda mais ou menos competentes, ou declaradamente incompetentes, mas normais, digamos assim, nós tivemos, durante todo o período lulopetista, dois ministros que se sucederam, Palocci e Mantega, justamente, que USARAM A MÁQUINA DO ESTADO, não para desenvolver e implementar medidas universais, impessoais, e puramente administrativas, mas, PRESTEM ATENÇÃO, medidas governamentais – leis, decretos, portarias, medidas provisórias, regulamentos, disposições administrativas, enfim, toda a panóplia da burocracia – voltadas PRECIPUAMENTE para o ASSALTO AO ESTADO, ou seja, práticas CRIMINOSAS, confirmando que eles não eram ministros da Fazenda do BRASIL, mas ministros das finanças do PARTIDO, ou seja, fazendo tudo aquilo, cuidadosamente planejado, cientificamente preparado, especificamente voltado para dar vantagens, recursos públicos, desgravações tributárias, tarifas protetoras, financiamentos do BNDES, subsídios setoriais (no caso, por ramo, ou até por unidade empresarial), TODOS DIRECIONADOS a carrear milhões, centenas de milhões, quiçás BILHÕES, para os capitalistas promíscuos dispostos a fazer "DOAÇÕES LEGAIS" e PROPINAS ILEGAIS, em cash ou em depósitos no Brasil e no exterior, no sentido de alimentar os cofres do partido criminoso e as contas dos mafiosos lulopetistas. ISTO É INÉDITO NO BRASIL, e confirma que a criminalidade lulopetista não pode ser colocada no mesmo nível da corrupção "normal" dos demais políticos e partidos, do tipo: "Ah, todo mundo faz...". NÃO FOI ASSIM: o PT e seus líderes criminosos se estabeleceram no poder para ROUBAR, o máximo possível.
Digo mais: É IMPOSSÍVEL compreender a história do Brasil, de 2003 a 2016, se não admitirmos, se não assumirmos, que o país foi governado, nesse período, por uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA cientificamente planejada. 
Não temos PROVAS DOCUMENTAIS da IMENSA ROUBALHEIRA perpetrada pela ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA travestida de partido político, mas se os jornalistas investigativos analisarem CADA UMA das medidas tomadas pelos dois ministros das finanças do PT poderão constatar que a maior parte delas estava destinada a ROUBAR, pelo Partido e para seus líderes, de forma planejada, deliberada, cientificamente calculada.  O que temos, e eu afirmo sem medo de errar, que são COMPELLING EVIDENCES,  evidências aplastantes da atividade criminosas dos  dois ministros. QUE ELES SEJAM CONDENADOS A 300 ANOS DE CADEIA, e que suas fotos sejam retiradas da galeria de ministros do Ministério da Fazenda. 
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13 de agosto de 2018

Valerio Mazzuoli: A Constituicao de 1988 e o Direito Internacional


O estudo que agora vem à luz visa demonstrar o real estado-da-arte da aplicação do Direito Internacional Público no Brasil, apenas compreensível mirando a evolução da matéria desde a promulgação da Constituição de 1988 até os dias atuais. Em especial, verificar-se-á como os tribunais brasileiros incorporam as normas do Direito das Gentes no plano da ordem jurídica interna, bem assim se o método de aplicação judiciária das normas internacionais levado a cabo no Brasil segue a linha do que vem desenvolvido pela doutrina.


https://www.academia.edu/37191078/MAZZUOLI_Valerio_de_Oliveira._A_Constituição_brasileira_de_1988_e_o_direito_internacional_público._In_Editora_Forense_Org._._30_anos_da_Constituição_Federal_e_o_direito_brasileiro._Rio_de_Janeiro_Forense_2018_p._81-106?auto=download&campaign=weekly_digest 


Relacoes Brasil-China: Perspectiva Historica - Eric Vanden Bussche, 20/08, 15hs, Itamaraty

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) têm o prazer de convidar para a palestra-debate “Relações Brasil-China: Uma Abordagem Histórica”, a ser proferida pelo Dr. Eric Vanden Bussche, professor da Sam Houston State University (Texas, EUA); co-autor de Baxi Yu Zhongguo: Shijie Zhizu Biandongzhong de shuangfang guanxi (Brasil e China: Relações Bilaterais numa Ordem Mundial em Tranformação) e co-organizador deCritical Han Studies: The History Representation, and Identity of China’s Majority. A palestra será feita no Auditório Paulo Nogueira Batista, no Anexo II do Itamaraty, no dia 20 de agosto, às 15h00.


Relações Brasil-China: Perspectiva Histórica
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) convidam para a palestra "Relações Brasil-China: Perspectiva Histórica", com Eric Vanden Bussche, em 20/08 às 15h00 no auditório Paulo Nogueira Batista. 

Possivelmente o maior especialista brasileiro em história chinesa, Eric Vanden Bussche é professor na Universidade Sam Houston, EUA. Fez doutorado em Stanford sobre negociação da fronteira China-Myanmar, um mestrado na Universidade de Pequim e outro em Columbia, e é graduado em história pela USP: www.shsu.edu/academics/history/faculty/eric-vanden-bussche-phd
As inscrições podem ser feitas aqui: www.funag.gov.br/sisev

Eric Vanden Bussche é doutor em história da China pela Universidade Stanford e professor da Sam Houston State University nos EUA. Lecionou durante vários anos na Universidade Stanford, onde recebeu um prêmio por sua disciplina “The Making of Nationalism in China” (2010). Foi também professor visitante da Universidade de Pequim (2006-07) e pesquisador visitante do Instituto de História Moderna da Academia Sinica em Taipé, Taiwan (2010-11).  
Eric Vanden Bussche realiza pesquisas nas áreas de história moderna e contemporânea da China, história das relações Brasil-China e império britânicona Ásia. Ele é co-autor de Baxi Yu Zhongguo: Shijie Zhixu Biandongzhong de shuangfang guanxi (Brasil e China: Relações Bilaterais numa Ordem Mundial em Tranformação; Shijie Zhishi Press, 2001)e co-organizador da obra Critical Han Studies: The History Representation, and Identity of China’s Majority(University of California Press, 2012). Seu livro sobre a delimitação da fronteira entre a China e Myanmar será lançado em breve.

Books by Eric Vanden Bussche

Politica externa brasileira após as eleições - Serguey Monin (Sputniks Brasil)

Nada a comentar, vindo do Sputniks Brasil...
Paulo Roberto de Almeida 

Do apagão à retomada: qual será o papel do Brasil no mundo após as eleições 2018?

Serguey Monin
Sputnik Brasil, 7/08/201

Em edição especial sobre as eleições presidenciais de 2018, a Sputnik Brasil traz uma análise sobre o papel da diplomacia brasileira no atual cenário político. Os brasileiros podem esperar uma ruptura e maior engajamento do país nos assuntos internacionais?

Em 28 de outubro o Brasil conhecerá quem governará o país até 2022. Enquanto vão se firmando as principais candidaturas para a presidência, se acirra o debate sobre os projetos de governo, bem como a incerteza sobre o futuro do país. Mas onde fica a política externa neste debate e qual será o papel do Brasil no mundo nos próximos anos? 
À margem das eleições
Mergulhado em uma crise política e econômica, o Brasil se arrasta na instabilidade desde que Michel Temer assumiu a presidência. Nesse processo, é bastante consensual que a política externa ficou marginalizada nos últimos anos, sendo quase inexistente, com atuações bastante pontuais. Com a proximidades das eleições, é notável o silêncio dos principais candidatos sobre a política internacional.
O professor de Relações Internacionais da UFRJ, Fernando Brancoli, conversou com a Sputnik Brasil sobre a relação das eleições presidenciais no Brasil e o trato que os assuntos internacionais tem recebido pelos candidatos e pela população. 
"A gente diz tradicionalmente que política externa não entra na eleição, independente do momento. Ela vinha aparecendo, mesmo que de maneira mais tímida […], com investimentos em países da região, com o papel do BNDES, e alianças feitas pelo PT que foram vistas como positivas, como o BRICS, que foi capitaneado pelo Lula. Mas no presente momento a política externa está completamente ignorada pela opinião pública", disse o especialista. 
Segundo ele, há uma relação entre o desinteresse da população em relação a assuntos internacionais e a atual projeção do Brasil na arena internacional. Com isso, até mesmo a tímida menção a temas internacionais durante a campanha eleitoral teria um cunho de preocupação interna. 
"A gente pode imaginar que ela vai aparecer um pouco mais reforçada no caso dos imigrantes refugiados venezuelanos no norte do país, mas isso vai ser muito localizado. A política externa está bem deixada de lado. Eu acho que isso também é um sinal de um certo desinteresse da população, desinteresse que está ligado a uma projeção cada vez menor do Brasil dentro do cenário internacional", acrescentou o acadêmico, destacando que com a saída do PT do poder, "a pauta da Venezuela foi internalizada para a política brasileira", criando   
Política externa X política interna
O mestre em Relações Internacionais e coordenador pedagógico do curso Clio Internacional, Tanguy Baghdadi, em entrevista à Sputnik Brasil, segue a mesma linha de raciocínio, observando que em períodos eleitorais a política internacional é tratada sob o prisma da preocupação interna. Para ele, mesmo quando assuntos internacionais são abordados, é o modelo de Brasil que está sendo discutido pelos candidatos. 
"Sempre em períodos eleitorais, a política externa perde um pouco de força e relevância. Se a gente pegar os últimos debates eleitorais, você pode perceber que a gente só fala em assuntos internacionais para falar sobre assuntos como Venezuela, Cuba. E no final das contas a gente não está falando nem sobre Venezuela, nem sobre Cuba, a gente está falando sobre o Brasil, sobre o modelo de Brasil. Quando se fala 'vai pra Cuba!', ninguém está falando sobre Cuba, mas sobre o modelo político e econômico brasileiro", argumentou. 
Já Fernando Brancoli lamentou o distanciamento entre a política interna e a política externa na opinião pública, argumentando que o sistema político brasileiro sairia mais fortalecido se houvesse uma maior compreensão da sociedade sobre os impactos das relações internacionais nas nossas vidas. 
"É uma falha do nosso sistema político a gente não conseguir explicar melhor à população os impactos profundos que o cenário internacional tem na nossa vida. Eu falo aqui do Rio de Janeiro, sou professor de uma universidade do Rio de Janeiro, e por exemplo, a variação nos preços do petróleo, que tem muito a ver com a política do Oriente Médio, tem um impacto direto na capacidade do Estado de pagar salários. Ou outro exemplo, se tratando de cidades grandes como São Paulo, Rio de Janeiro, a violência pública está ligada de maneira direta com o tráfico de drogas e com o tráfico de armas, que tem a ver com o Brasil controlar a suas fronteiras. Então é um tema internacional também", afirma Brancoli. 
"O Brasil exporta muita commoditie, para China principalmente. A variação no preço dessas commodities tem impacto nas nossas vidas. Então eu acho que cabe também à comunidade política, nós acadêmicos, conseguir divulgar melhor como é que uma mudança de política na China tem impacto no nosso preço do combustível, como que uma guerra na Síria vai ter uma variação do Estado do Rio de Janeiro de pagar os seus salários", exemplifica.  
O combate à corrupção como possível elo entre política interna e externa
A Sputnik Brasil também conversou com o pretendente à diplomacia brasileira, bacharel em Relações Internacionais pela PUC-Rio, Pedro Braga Soares, que se prepara para o concurso Rio Branco este ano. Ele comentou alguns pontos da política externa que considera importantes para o desenvolvimento do país, mencionando temas de grande interesse da sociedade brasileira que têm o potencial de transbordar para uma atuação mais pró-ativa do Brasil na esfera internacional.  
"Eu acho que certamente seria interessante que fossem debatidos mais temas de política externa, não tanto temas pontuais em relação a um acontecimento específico, ao posicionamento do governo brasileiro em relação a um evento em particular […] então eu acho que seria interessante sim democratizar mais a política externa, que às vezes é um pouco infensa ao debate público, justamente porque não suscita muito interesse das pessoas. Eu acho que seria sim interessante que houvesse um debate mais abrangente sobre a inserção brasileira no mundo e meio que uma doutrina de política externa mais geral, com repercussões para assuntos que são importantes para a população em conexão com a política interna, como, por exemplo, o desenvolvimento, que tem sido um tema historicamente importante na política externa brasileira", comentou.
Além disso, ele acrescenta que temas novos e muito próximos às preocupações políticas dos brasileiros poderiam ser uma plataforma para a política internacional ser mais presente no processo eleitoral, como o combate à corrupção. 
"O combate à corrupção é possivelmente uma frente de política externa na qual o Brasil poderia se empenhar mais, poderia ter mais protagonismo, seja celebrando acordos multilaterais, acordos bilaterais, e isso repercutir internamente", observa. 
"Até porque é um assunto muito atual na política interna brasileira e de muito interesse do público atualmente. Inclusive essa proposta de instrumentalização da política externa para o combate à corrupção já foi levantada, proposta pelo professor da FGV, Matias Spektor. Ele levantou essa questão de que o combate à corrupção poderia ser um tema interessante de interface entre a política interna e a política externa, mas que infelizmente ainda é pouco explorada", acrescentou Pedro Braga. 
Os projetos de política internacional na disputa eleitoral 
De acordo com especialistas, é difícil pensar no cenário da política internacional traçada pelo futuro governo brasileiro, mas é possível identificar três cenários a partir da trajetória dos candidatos e algumas declarações pontuais das principais candidaturas.  
O professor Tanguy Baghdadi observou que os projetos dos principais candidatos nas eleições presidenciais de 2018 indicam modelos bem distintos para a política externa brasileira. 
"É curioso, porque se a gente for pegar as eleições desse ano, não se tem ideia de quem vai ganhar, tudo pode mudar daqui para frente, e a gente tem 3 modelos absolutamente diferentes. A gente tem um governo que seria o do Ciro Gomes (PDT), que seria um governo mais de centro-esquerda, que talvez se aproximasse de uma política externa do Lula, muito provavelmente com uma proximidade a países latino-americanos, países periféricos, sem negligenciar de forma alguma os países centrais", comenta.  
De acordo com ele, os projetos de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) possuem semelhanças pela tendência a se aproximarem da política externa adotada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por conta de "uma aproximação a países centrais". Baghdadi ressalta que este modelo pode indicar "uma certa revitalização da política brasileira, um reforço da credibilidade brasileira com organismos internacionais". 
Fernando Brancoli, por sua vez, reforça a projeção de que um eventual governo tucano olharia para a Europa e os EUA como aliados em potencial, alguém com quem o Brasil deve procurar uma relação especial. De acordo com ele, o governo de Marina Silva, identificada juntamente com Alckmin no bloco de centro-direita, seguiria a tendência de privilegiar uma política na órbita dos EUA, mas com uma ênfase nas questões ambientais. 
"Então, se a Marina vence certamente vai ter uma política ambiental não sei se mais positiva, mas certamente mas midiatizada. A presidente vai tentar de alguma maneira lidar com isso. Se a gente tiver o Alckmin eleito, certamente a pauta de liberalização econômica, de aproximação com a Europa e os EUA, vai aparecer como algo que o Brasil possa oferecer ao mundo", completa.  
Apesar dos presidenciáveis não se manifestarem claramente sobre um plano de política externa até então, é possível identificar dois cenários que seriam uma espécie de continuidade de governos anteriores. Por um lado, um governo de centro-direita, seja na presidência de Marina Silva ou Geraldo Alkmin, buscando uma liberalização econômica e promovendo uma aproximação com EUA e União Europeia. E, por outro, um governo de Ciro Gomes ou do PT (Lula ou Haddad) teria uma tendência de continuidade da política externa petista, promovendo um maior multilateralismo e relação internacionais não hierárquicas.   
'Trump brasileiro'?
Já o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que aparece como um dos favoritos para chegar ao segundo turno das eleições, fez algumas declarações mais contundentes ligadas à política internacional, ora afirmando que queria refletir as posições nacionalistas do presidente norte-americano, Donald Trump, no Brasil, ora manifestando forte apoio a Israel — também invocando os passos do líder dos EUA ao dizer que transferiria a embaixada brasileira de Tel Aviv pra Jerusalém na primeira semana de governo. 
​Esse desejo de espelhar a trajetória de Trump ficou mais evidente na última semana, quando o filho de Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo, publicou no Twitter uma foto com Steve Bannon, ex-braço-direito de Trump, e afirmou que Bannon é um entusiasta da campanha do pai. "Conversamos e concluímos ter a mesma visão de mundo", escreveu o filho de Jair Bolsonaro. 
Tal relação entre Bolsonaro e Trump, no entanto, soa contraditória para Brancoli, que identifica como paradoxal o caráter protecionista da política de Trump e a vontade de Bolsonaro de se aproximar dos EUA com um discurso liberal.
"Os investimentos seriam mais difíceis de serem feitos, já que o governo americano do ponto de vista econômico se fechou mais e, inclusive, tranca crianças brasileiras em centros de detenção de imigrantes. Não vi grandes manifestações do Bolsonaro a respeito disso. Mas o argumento dele é de que nós deveríamos nos aproximar desses países", completa.   
Já em relação aos comentários de Jair Bolsonaro sobre Israel e a contundente declaração de querer transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém na primeira semana de governo, o especialista afirma que trata-se mais de uma forma de angariar um eleitorado evangélico do que uma compreensão sobre os conflitos no Oriente Médio, destacando que parte de comunidade evangélica no Brasil tem esse vínculo com o país de maioria judia.
Diplomacia do encolhimento
Ao comentar o processo histórico recente da política externa brasileira, Fernando Brancoli identificou uma ruptura do governo Temer em relação à gestão da política externa do PT, no sentido de aumentar o tom contra países de esquerda, principalmente a Venezuela, mas destaca que essa hostilidade foi discreta e "de uma maneira geral, muito discursiva", deixando a diplomacia brasileira muito apagada nos últimos anos.  
De acordo com ele, "a política externa depois da saída do [José] Serra ficou bastante apagada, tendo em vista que o governo Temer passou por uma crise atrás da outra, sobretudo com as denúncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista". (…) "A política externa hoje no Brasil é uma política externa praticamente inexistente", destaca.  
Brancoli lembra que em nenhum momento o Brasil esteve envolvido ou chamado como mediador nas principais crises da região, como no caso do acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC, ou numa tentativa de mediação na Venezuela. "Isso tem a ver um pouco com o Brasil perder esse posto como alguém reconhecido para diálogo, o que tem a ver com o caos político que o país vem vivendo", argumenta.
A visão de uma política externa apagada nos últimos anos é compartilhada pelo mestre em Relações Internacionais e coordenador pedagógico do curso Clio, Tanguy Baghdadi, segundo o qual, "o Brasil suspendeu, de uma certa forma, a sua política externa desde que o Temer assumiu a presidência".
O coordenador do Clio, curso que prepara os alunos para o concurso Rio Branco, disse à Sputnik Brasil que, no contexto da crise política e econômica do Brasil, "a política externa acabou sendo a última das prioridades, o que já tinha começado no governo da Dilma, que já negligenciou bastante a política externa, mas vinha numa toada, numa certa tendência do governo Lula, que foi muito ativo na política externa". 
"Mas o Temer de fato não conseguiu dar nenhuma atenção a temas relacionados à agenda exterior do Brasil. Então já é um tema que normalmente não tem muita importância, não influencia muito o voto de ninguém, talvez até por um traço histórico, o Brasil nunca foi um país que teve um grande protagonismo internacional", destacou. 
Ruptura ou continuidade?
No que diz respeito à projeção para o futuro da diplomacia brasileira, o candidato a futuro membro do corpo diplomático brasileiro Pedro Braga comenta que, apesar da incógnita do processo eleitoral, os últimos anos indicaram uma ruptura na diplomacia brasileira após os governos do PT por ter ministros que não são diplomatas de carreira. Ele destacou, no entanto, a força institucional do Itamaraty como um fator de estabilidade para a condução da política externa brasileira, que pode ficar imune a certas posições mais extremadas, se referindo às declarações mais enfáticas de Bolsonaro e sua relação com Trump.   
"Certamente a ausência da política externa no debate público e eleitoral favorece uma certa continuidade, porque o tema acaba não sendo tão polarizado, e isso faz com que este tipo de extremismo que é muitas vezes não só eleitoral, mas que quer apelar para uma base de apoio do candidato acabe ficando mais isolado da condução da política externa. Certamente o Itamaraty desempenha um papel importante nessa continuidade dado que ele tem um corpo funcional que é de excelência conhecidamente, que conduz a política externa, e pela continuidade da instituição dá certamente alguma inércia em um sentido da condução da política externa, ou seja, evita rupturas muito grandes", destacou. 
Já Tanguy Baghdadi afirmou que "é muito difícil falar de ruptura ou continuidade, porque não tem política externa, o Brasil realmente não faz nenhuma política externa, absolutamente nada". 
"A palavra que eu diria é que vai ter uma retomada da política externa. As iniciativas de política externa que a gente têm tido são absolutamente pontuais. O próximo governo vai ter política externa, vai ser eleito, um governo mais legítimo. Se tudo se mantiver da maneira que estamos esperando, vai ter uma retomada de algum caminho de política externa", concluiu o coordenador do Curso Clio.  
Destino de potência média: 'Brasil não precisa ser superpotência'
Apesar da discreta atuação e limitada relevância nas grandes decisões da política internacional, sobretudo com a crise política e econômica que tomou conta do país nos últimos anos, é consenso entre os especialistas que o Brasil é uma potência média, que, por um lado, não tem peso para competir com superpotências na arena internacional, como EUA e China, mas, tem mais importância que países regionais menores, como Venezuela e Argentina.
Argumenta-se que o Brasil tem uma presença no exterior que é, no mínimo, condizente com os seus recursos de poder, sem ser uma superpotência, mas com uma atuação que condiz com os seus recursos de poder. É o que conclui Pedro Braga, que diz que a atuação do Brasil no mundo, inclusive, "talvez seja um pouco mais pronunciada do que se esperaria, olhando a economia brasileira, a renda per capita, indicadores de crescimento econômico, recursos militares". "Então dada a escassez do Brasil, eu acho que tem uma presença que é importante e tenta contribuir ativamente para vários temas da agenda internacional, além de ter como norte sempre a promoção do interesse nacional", completa.
Já o professor Fernando Brancoli reforça a tese de que o Brasil não precisa aspirar a ser uma superpotência na arena internacional, mas que é importante voltar a ter uma participação ativa, dado o "encolhimento" de sua presença nas relações internacionais.   
"Então o que eu reforçaria é que o Brasil não precisa virar uma superpotência, mas a gente pode ser relevante para a mediação de conflito, mandar tropas para operações de paz, a gente pode mandar diplomatas experientes para OMC para discutir liberalização econômica […] Se a gente fosse escutado nesses tópicos, e fazer o mundo escutar o Brasil nesses temas, já seria bastante relevante. O que acontece hoje em dia é que a gente não está sendo escutado em tópico nenhum", destacou o professor de Relações Internacionais da UFRJ.  

Este dia na Historia: construção do Muro de Berlim, 13 de agosto de 1961

Uma pequena nota sobre a construção do muro de Berlim, em 1961, mas antes, para quem desejar ler, a ficha meu artigo sobre a mesma questão, 20 anos depois da queda do muro de Berlim.

2048. “Outro mundo possível: alternativas históricas da Alemanha, antes e depois do muro de Berlim”, Paris-Digne-Asti-Veneza-Torino-Lisboa, 25 setembro-6 outubro 2009, 18 p. Ensaio preparado como texto guia para o seminário “Além do Muro” (UnB, 12 de novembro de 2009). Revisto em 25.10.2009. Revista Espaço Acadêmico (ano 9, n. 102, Novembro 2009, ISSN: 1519-6196, p. 25-29; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8586/4777). Relação de Publicados n. 930. Feita versão resumida em 7 p., sob o titulo “Vinte anos da queda do muro de Berlim: uma visão retro-prospectiva”, para publicação na revista digital Prismas (Empresa de Consultoria dos Estudantes de RI da PUC-SP; novembro de 2009; link: http://prismajr.wordpress.com/2009/11/25/novembro-2009-queda-do-muro-de-berlim/).
Paulo Roberto de Almeida

Começa a construção do Muro de Berlim





Em 13 de agosto de 1961, soldados soviéticos começam a construção do Muro de Berlim

Começa a construção do Muro de Berlim
As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas (Reprodução/Infoescola)

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As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor “herdou” um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.
Tal situação gerou uma configuração inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o setor capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha Oriental, formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista, complicando as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal dificuldade acentuou-se quando do lançamento do Plano Marshall, destinado a ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guerra, pois Stalin, contrariado pela negativa de cobertura do plano aos países socialistas, resolve impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando todas as vias de comunicação. O objetivo dos russos era forçar os aliados a abandonar o controle de seu setor da cidade, porém tal manobra não deu os resultados desejados, pois os americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas aéreas destinadas a abastecer e manter o status de Berlim Ocidental.

Turquia vs USA, ou Erdogan vs Trump: um combate assimétrico -

Erdogan fights a losing battle with Trump

Ishaan Tharoor, The Washington Post, August 13, 2018


On Friday, the Turkish lira suffered its biggest one-day devaluation in nearly two decades, dropping more than 14 percent against the dollar. The minister of finance — the son-in-law of Turkish President Recep Tayyip Erdogan — couldn’t avert the slide, delivering a halting speech that did little to boost confidence.
But Erdogan, as he so often does, placed the blame on a foreign scapegoat: the United States.
“Shame on you, shame on you,” he declared at a rally. "You are swapping your strategic partner in NATO for a pastor.”
The pastor in question is Andrew Brunson, an American clergyman who has been in Turkish custody since 2016. He is charged with espionage and other crimes — charges that he and U.S. officials reject. Attempts to win his freedom have so far failed.
According to my colleagues, Ankara hoped to swap Brunson for Hakan Atilla, a banker convicted in the United States for his role in a scheme that skirted U.S. sanctions on Iranian oil. But the Trump administration resents Turkey’s use of Brunson as a political hostage. A high-level meeting in Washington last week with a visiting Turkish delegation ended abruptly after the Americans demanded the pastor’s immediate release.
President Trump then announced increased tariffs on Turkish aluminum and steel, which sent the value of the lira plummeting to a historic low. Turkey’s economic woes are of its own making, but the tariffs made things worse — and Trump was only too happy to take credit.
Erdogan continued his complaints in a New York Times op-ed, railing against “unilateral actions against Turkey by the United States, our ally of decades.” He recited the familiar catalog of affronts, including Washington’s unwillingness to hand over Fethullah Gulen, a Muslim cleric accused of fomenting a failed 2016 coup against Erdogan, and continued American support for Syrian Kurdish factions. He then delivered a clear threat, urging Washington to “give up the misguided notion that our relationship can be asymmetrical and come to terms with the fact that Turkey has alternatives.”
If the United States won’t change its approach, Erdogan warned, Turkey will “start looking for new friends and allies.” Indeed, the Turkish president has beefed up ties with Russia, attempted to mend fences with key Western European governments and, as a significant importer of Iranian oil, could undermine American efforts to isolate Tehran.
But this posturing will win him even more enemies in Washington, where Erdogan is already a deeply unpopular figure. Congress has passed legislation making a critical sale of F-35 jets to Turkeycontingent upon terms that include Brunson’s immediate release. Erdogan critics in U.S. foreign-policy circles loathe his creeping authoritarianism. And Trump, unlike previous presidents, has shown an endless willingness to bully erstwhile allies whenever he disagrees with them.
“Washington has generally tried to calm global markets in such moments, especially when investors are gripped by fear of contagion,” noted the Wall Street Journal. “Trump instead squeezed Ankara further.” This had global ramifications: Turkey’s wobbles stoked wider fears of fragility in other emerging markets and raised alarms among some major European banks that hold Turkish debt.
In an interview with Bloomberg News, Aaron Stein, a Middle East expert at the Atlantic Council, suggested Erdogan had badly miscalculated the situation. “The power balance is asymmetric, totally in the U.S. favor,” Stein said. “There are no guard rails to escalation on the U.S. side, and that’s where the Turks have completely, completely messed up in their understanding of what’s going on in the U.S.”
Erdogan’s appeals to NATO partnership ring especially hollow, given both Erdogan’s testy relations with Europe and Trump’s carping about the alliance. "For an administration or a president that doesn’t give much value to NATO, the value of Turkey as a staunch NATO ally also has declined,” Jacob Funk Kirkegaard of the Peterson Institute for International Economics told Bloomberg News. “The Trump administration isn’t going to walk an extra mile to save an organization it doesn’t value.”
Analysts hope cooler heads prevail. “Turkey’s economic and legal problems are obvious, but sanctions by the U. S. are unlikely to help anything,” observed Turkish commentator Mustafa Akyol. “Rather they may be counterproductive, boosting Turkey’s nationalist mood and pushing the country further towards the Russian axis. More diplomacy is needed, not sanctions.”
But productive diplomacy is in short supply. Much of Erdogan’s politics now hinge on stirring nationalist sentiment to justify his tightening grip on the country. He won re-election in June with the backing of ultra-nationalists, arguing that greater control would help him steer Turkey’s flagging economy out of trouble. Instead, things have only gotten worse.
“The current crisis is the culmination of Erdogan’s reckless stewardship. Fixing it will take years — a task that will require new leadership and an entirely different mentality,” wrote Aykan Erdemir, a senior fellow at the Foundation for the Defense of Democracies in Washington and an Erdogan critic.
Nevertheless, even as Turkey suffers, Erdogan may not take much of a political hit. “Turkey’s toothless opposition ... fails to provide much hope,” Erdemir noted. “Without strong political forces to push him out, Erdogan will almost certainly continue to dig himself and the Turkish economy into a deeper hole.”
Trump also may gain more by refusing to compromise. He may relish the chance to act tough and appeal to his core supporters by squeezing a prominent Muslim leader over the fate of an American pastor.
“Backing Brunson plays to the American president’s base — all the more conspicuously so given that NASA scientist Serkan Golge, a dual Turkish–U.S. citizen, is also being held in Turkey, serving out a seven-and-a-half-year sentence for charges similar to those being brought against Brunson,” wrote Elmira Bayrasli, a professor of international affairs at Bard College.
Of course, she noted, there’s a key difference: “Golge is Muslim, unlike Brunson, whom Trump has called ‘a great Christian’ and ‘innocent man of faith.’ The Trump administration has said nothing about Golge’s detention.”