O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Trem bala e "tlem-bala": dois artigos sobre realidade na China e projeto no Brasil

O "tlem-bala" é obviamente o chinês, sobre o qual transcrevo um artigo do Shanghai Daily. Já está pronto e começa a funcionar entre Shanghai e Beijing (mas já funciona entre Shanghai e Nanjing). Eu mesmo andei em trem magnético do aeroporto de Pudong-Shanghai e a cidade (na verdade uma estação de metro, bem antes do centro): deve ser completamente deficitário, mas serviu para testar tecnologia chinesa (em parte pirateada, claro) nessa área.
Quanto ao nosso trem bala, do qual sou um total opositor, por diversas razões, transcrevo um artigo do economista Mansueto de Almeida (no relationship), cujos argumentos acato inteiramente, e até acrescentaria mais um: politicos adoram esses super-projetos, pois onde mais haveria como oportunidades de superfaturamento e desvios de dinheiro?
Paulo Roberto de Almeida

Bullet train testing set to begin on Beijing link
By Dong Zhen
Shanghai Daily, February 21, 2011

CHINA'S high-speed railway development took another stride forward yesterday with the power being switched on in Shanghai and nearby cities to enable test runs on the Shanghai-Beijing high-speed rail link to start.

The line will be fully tested from March 20 when bullet trains traveling at more than 400 kilometers per hour will make the trip to iron out any problems and make adjustments before the new line opens to the public on June 20.

The trains will run between Shanghai's Hongqiao Railway Station and Beijing's South Railway Station during the tests, the national railway authority said yesterday.

The 1,318-kilometer link will cut the journey between Shanghai and the capital to less than five hours from the current 10 to 18 hours.

The line, which runs through Tianjin Municipality and Hebei, Shandong, Anhui and Jiangsu provinces, will also increase capacity in the northern, eastern and middle regions of the country.

There will be 24 stops on the route including regional transport hubs such as Bengbu Station in Anhui Province and Xuzhou in Jiangsu Province.

There will be some non-stop shuttles between Shanghai and Beijing in the future and the railway authority also plans to launch direct trains between Shanghai and other major cities along the way, including Tianjin, Jinan and Nanjing.

The power grid to facilitate the train operation in Shanghai and nearby cities was switched on yesterday, the authority said, and warning signs and posters have been erected along the route. The grid will be carrying 27,500 volts of electricity and people have been warned not to get near the power supply facilities. Balloon and kite flying is also prohibited in an area 300 meters from the tracks.

The new line is designed with a travel speed of 350kph and above. A train reached 486.1kph during a previous test on a stretch between Shandong and Anhui provinces, the railway authority said.

It is not yet known how much tickets will cost. Flights between Shanghai and Beijing cost around 1,200 yuan at present with a journey time of 1.5 hours.

The Shanghai-Beijing bullet train project is said to have cost 220.9 billion yuan (US$33.6 billion), the highest expenditure on a national infrastructure project to date.

Liu Zhijun, a leading initiator of high-speed railway expansion, was removed from his post as railways minister earlier this month in connection with a probe into suspected corruption. Liu said last month that another 700 billion yuan would be invested in construction this year to build more high-speed links and improve facilities.

The railway ministry said it was to boost capacity on the Shanghai-Nanjing and Shanghai-Hangzhou high-speed rail lines to make travel to the city's two neighboring provinces easier. There will be an increase in the number of train services from beginning of next month and the extra trains will stop at Changzhou and Wuxi in Jiangsu Province, as well as Haining and Hangzhou in Zhejiang Province.

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Trem Bala: o debate
Blog do Mansueto, 19/02/2011

Para aqueles intressados no debate sobre a construção do Trem Bala recomendo a leitura do meu artigo (“Hoje, projeto não é prioritário“) publicado no Jornal Folha de São Paulo contra esse projeto, que reproduzo abaixo, e o artigo do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo (“o Brasil precisa e merece“), a favor do projeto.

A minha posição neste debate é direta e simples. Acho esse meio de transporte muito agradável, mas acho que hoje temos outras prioridades. O Brasil é um país com muitos recursos, mas esses recursos não nos tem propiciado melhora substancial da nossa educação, serviços de saúde, invstimentos em infraestrutura e desoneração tributária da folha salarial e do investimento.

Trens de alta velocidade são investimentos muitos caros e precisam de subsídios para sua operação (é assim no mundo todo). Como no Brasil as pessoas acham que nada tem custo, o debate correto deveria ser colocado talvez nestes termos: “Você apoiaria a volta de uma CPMF para finaciar a construção e subsidiar a operação de trens de alta velocidade no Brasil”?

Recomendo também a leitura do artigo (High-Speed Rail Is a Fast Track to Government Waste) do colunista da Newsweek, Robert Samuelson, que mostra vários furos dos projetos de trem bala nos EUA. Em um momento no qual os estados americanos estão cortando gastos com educação e serviços sociais, o governo que construir uma rede nacional de trens de alata velocidade por US$ 53 bilhões.

Por fim, em condições normais de temperatura e pressão, já sabemos que no próximo ano, pela regra atual, o salário mínimo irá para valor próximo a R$ 620, o que siginifca uma gasto extra de R$ 22,5 bilhões sem contar com o crescimnto vegetativo da folha do INSS. Ou a receita cresce muito este ano ou descofio também em uma possível volta da CPMF.

O trem-bala deve ser construído?
NÃO: Hoje, projeto não é prioridade
MANSUETO ALMEIDA
Folha de São Paulo, 19 de fevereiro de 2010

Não há dúvida de que é agradável viajar em trens de alta velocidade. Esse tipo de transporte é pouco poluente, rápido e confortável. No entanto, sabe-se também que é ainda melhor morar em um país que possui escolas públicas de boa qualidade para qualquer criança, independente do local de nascimento ou do poder aquisitivo da família, como ocorre na Finlândia.

É também agradável morar em um país em que os hospitais são tão bons que não se sabe quais deles são públicos ou privados, como acontece na Alemanha. O ideal seria morar em um país que possuísse boa infraestrutura, inclusive com disponibilidade de trens de alta velocidade, boas escolas, com professores capacitados, e excelente serviço de saúde pública.

Infelizmente, o Brasil ainda está longe de ser esse país; assim, não pode se dar ao luxo de embarcar em aventura de elevado custo, cujo retorno social é altamente incerto. O projeto do trem-bala não é prioritário para um país que ainda sofre para melhorar a qualidade do seu ensino, melhorar os serviços de saúde e recuperar a infraestrutura que tira a competitividade do setor privado, devido à carência de investimentos em portos, aeroportos, energia e rodovias, como mostraram vários estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (comunicados nº 48, 50, 51, 52 e 54).

Projetos de trens de alta velocidade são caros em qualquer lugar do mundo, e o Brasil não é exceção. O projeto do trem-bala brasileiro está orçado em R$ 33 bilhões, mas nesse valor não está incluída a parcela de reserva de contingência para arcar com eventuais custos não programados do projeto.

Some-se a isso os fatos de o projeto envolver subsídios de até R$ 5 bilhões para as concessionárias e de a maior parcela do financiamento ser de recursos do BNDES, que não os tem e vai precisar de mais um empréstimo do Tesouro Nacional, como autorizado pela medida provisória nº 511, de 5 de novembro de 2010, que empresta R$ 20 bilhões para o BNDES financiar o projeto.

É bom olhar o exemplo dos casos dos trens de alta velocidade da Itália, que começaram como projetos de parceria público-privada e terminaram sendo absorvidos integralmente pelo setor público, devido a sucessivos aumentos no custo de tal projeto. Isso levou a um aumento da dívida pública e do deficit público em mais de um ponto percentual do PIB.

No Brasil, o custo do trem-bala é tão incerto que a medida provisória acima mencionada dá carta branca para que o ministro da Fazenda renegocie esse empréstimo para 20, 30, 40 anos ou mais para compatibilizar o fluxo caixa do banco ao financiamento do projeto.

Adicionalmente, o artigo 4º dessa mesma medida estabelece que, no caso de não pagamento, o BNDES será perdoado da dívida, que será arcada, integralmente, pelo Tesouro Nacional (leia-se nós, contribuintes).
Projeto de trens de alta velocidade têm elevado custo fiscal e não se sustentam sem elevados subsídios públicos. Esse não é um investimento prioritário para o Brasil neste e nos próximos anos, principalmente quando se reconhece que ainda precisamos avançar, além dos investimentos em saúde, educação e infraestrutura, na agenda de desoneração tributária da folha salarial e do investimento, que ainda não avançou por conta da impossibilidade de o governo abrir mão de receita fiscal.

Insistir no projeto do trem-bala é mais uma prova de que ainda sofremos um pouco da megalomania do “Brasil do futuro” da década de 70, que nos levou à década perdida.

MANSUETO ALMEIDA é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Villafane e a construcao do Brasil: um "founding academic"?

Revisões de mitos sempre são bem-vindas. Eu, pelo menos, me considero um iconoclasta e um anarquista histórico, ainda que o revisionismo, para ser consistente, necessite estar embasado em sérias pesquisas e frutificar ao longo de uma reflexão bem argumentada. Esse é o caso do livro do historiador Luis Claudio Villafane, aqui resenhado por um jornalista.
Ele simplesmente começa a revisar um dos nossos maiores mitos, já que figura no Panteão virtual da pátria, junto com Tiradentes e alguns poucos mais.
Até 2012, quando comemoraremos os cem anos da morte do barão, no Carnaval justamente, teremos oportunidade de voltar ao assunto. Louve-se, em todo caso, o início deste debate na obra de Villafane, que poderia ser designado, desde já, como nosso "founding academic".
Cheers!
Paulo Roberto de Almeida

Como Rio Branco inventou o Brasil
MARCOS GUTERMAN
O Estado de S.Paulo, 19 de fevereiro de 2011

Em tempos de ufanismo revisitado, que a propaganda estatal reduz ao "orgulho de ser brasileiro" em relação ao resto do mundo, o livro recém-lançado O Dia em Que Adiaram o Carnaval (Unesp), do diplomata e historiador Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, revela-se um ensaio precioso, ao reconstituir a invenção da nacionalidade brasileira.

O título da obra diz respeito à curiosa ordem do governo republicano de adiar o carnaval em respeito à morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, em 10 de fevereiro de 1912. Rio Branco tinha status de astro, porque lhe era atribuído o feito de ter desenhado as fronteiras do País - isto é, de ter dado um "corpo" à pátria que estava sendo criada.

Villafañe faz uma reflexão sobre o mito do Barão como construtor da nacionalidade e sua identificação com uma "certa ideia de Brasil" quase um século depois da independência. Trata-se de uma "paralisadora herança", como comentou o embaixador Rubens Ricupero a propósito da persistente imagem de um país que atua no exterior tendo como lastro o genoma da "tolerância natural do brasileiro", descrito por Stefan Zweig em Brasil, País do Futuro (1941).

O modo como o Brasil se enxerga no mundo, traduzido em sua política externa, é portanto o eixo em torno do qual Villafañe trabalha. A construção política dessa entidade, mostra o autor, começa como afirmação antilusitana e, ao mesmo tempo, como contraponto monárquico "ordeiro" ao "caos" republicano dos vizinhos latino-americanos. A "nação brasileira" que surge daí é formada por brancos europeus ricos. A escravidão criará o desconforto de uma imensa massa de pessoas que estão em toda parte, mas não integram a nação.

O sentido nacional só se completará no período republicano, mas a desigualdade social dificultou drasticamente a legitimidade do Estado. A "invenção" do Brasil, naquela oportunidade, dividia-se entre o passado português e a afirmação do mundo americano, sem lugar, contudo, para os brasileiros comuns.

Mesmo a república, porém, não ofereceu à massa, de imediato, um lugar na construção da identidade nacional brasileira. Foi preciso que houvesse a difusão das culturas ditas "subalternas", contaminando a atmosfera da elite com o carnaval e o futebol como elos da nacionalidade. Foi necessário ainda criar "heróis" para representar o evangelho republicano - e Tiradentes foi o primeiro deles, embora tenha sido representante de um movimento que nem de longe era nacionalista; mas o alferes (ou a imagem que foi criada para ele) era alguém construído para simbolizar a união dos cidadãos, a participação popular e a luta autêntica pela independência.

A identidade internacional do Brasil, diz o autor, tem como referência fundamental, desde seu início como país independente, a América - entendida primeiramente como os EUA e depois como as repúblicas latino-americanas. O Brasil foi o único país americano que, em sua independência, não desenvolveu proximidade com a ideia de ruptura com o modo de vida europeu. Com a república, o antiamericanismo monárquico foi substituído pela defesa do "espírito americano". É justamente com Rio Branco que a aliança com os EUA se consolida, sob a perspectiva de domínio geral estadunidense nas Américas e na hegemonia brasileira no nível sul-americano.

A partir de Getúlio Vargas, e desde então com esporádicos intervalos, a política externa brasileira se fundaria na dimensão do desenvolvimento econômico nacional em contraponto ao Hemisfério Norte, num apenas aparente afastamento do evangelho de Rio Branco. No início da Guerra Fria, o Brasil viu-se em condições de invocar o americanismo do Barão para cobrar tratamento preferencial dos EUA. A frustração com a resposta vaga de Washington a esse pleito - e também à promessa de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, feita pelo presidente Franklin Roosevelt a Vargas - empurrou o Brasil para uma aproximação maior com os demais países latino-americanos e para a ideia de que havia um bloco regional de subdesenvolvidos, entre os quais os brasileiros passaram a se incluir, que precisavam ser ouvidos.

Esse bloco se considerava moralmente superior às potências globais, porque seria vítima da corrida armamentista e das guerras imperialistas. Tal movimento rompeu a bipolaridade Leste-Oeste da Guerra Fria e estabeleceu a complexidade do debate Norte-Sul, com a defesa de um modelo de desenvolvimento fortemente estatal, em contraponto à doutrina democrático-liberal que se consideraria vitoriosa na queda do Muro de Berlim e que se fazia representar pelos EUA, justamente o "outro" na relação com a América Latina ao longo do século 20.

A identificação latino-americana, de tão importante para a nova etapa da ideia de nação brasileira, foi inscrita na Constituição de 1988. O discurso do Brasil hoje, sobre seu lugar no mundo, é fincado essencialmente na afirmação da liderança continental, ainda tendo como referência os EUA, numa inequívoca demonstração da resistência, mesmo controversa, da herança do Barão do Rio Branco - o nosso "Founding Father".

Aquecimento global (antropico): a visao cetica... (800 papers)

A coleção de artigos (centenas) referenciada (parcialmente) abaixo, pretende se oferecer como um contrapeso ao "pensamento único" atualmente dominante quanto aos efeitos catastróficos do aquecimento global antrópico (ou seja, criado pelo homem). Não que ele não possa ser catastrófico, mas é que se formou uma coalizão de ecologistas, cientistas e profetas do apocalipse que nos anunciam, todo santo dia (com perdão dos crentes) que "o fim está próximo" (vocês sabem: aqueles malucos barbudos, de túnicas brancas, carregando um cartaz: "The End is Near", ao que os milenaristas e salvacionistas agregariam "Repent Yourself!").

Transcrevo aqui apenas a parte introdutória e o link para o conjunto.
Paulo Roberto de Almeida

850 Peer-Reviewed Papers Supporting Skepticism of "Man-Made" Global Warming (AGW) Alarm
Popular Technology Net, FRIDAY, JANUARY 14, 2011

The following papers support skepticism of AGW or the negative environmental or socio-economic effects of AGW. Addendums, comments, corrections, erratum, replies, responses and submitted papers are not included in the peer-reviewed paper count. These are included as references in defense of various papers. There are many more listings than just the 850 counted papers. This list will be updated and corrected as necessary.

AGW Alarm: (Defined) negative environmental or socio-economic effect of AGW, usually exaggerated as catastrophic.

Criticisms: All criticisms of this list have been refuted or a change made to correct the issue. Please see the notes following the list for defenses of common criticisms. I make every attempt to defend the list where possible, in many cases my comments correcting the misinformation stated about the list are deleted and I am blocked from replying. Please email me if you have any questions or need me to address something, populartechnology (at) gmail (dot) com.

Disclaimer: The inclusion of a paper in this list does not imply a specific personal position to any of the authors. The reason for this is a small minority of authors on the list would not wish to be labeled skeptical yet their paper(s) or results from their paper(s) support skeptic's arguments against AGW alarm.

Formatting: All papers are cited as: "Paper Name, Journal Name, Volume, Issue or Number, Pages, Date and Authors". All "addendums, comments, corrections, erratum, replies, responses and submitted papers" are preceded by a " - " and italicized. Ordering of the papers is alphabetical by title except for the Hockey Stick, Cosmic Rays and Solar sections which are chronological.

Peer-Reviewed: (Defined) of or being scientific or scholarly writing or research that has undergone evaluation by other experts in the field to judge if it merits publication.

Purpose: To provide a resource for peer-reviewed papers that support skepticism of AGW or the negative environmental or socio-economic effects of AGW and to prove that these papers exist contrary to widely held beliefs.

Todos os papers neste link.

A 2000-year global temperature reconstruction based on non-treering proxies (PDF)
(Energy & Environment, Volume 18, Numbers 7-8, pp. 1049-1058, December 2007)
- Craig Loehle

- Correction to: A 2000-Year Global Temperature Reconstruction Based on Non-Tree Ring Proxies (PDF)
(Energy & Environment, Volume 19, Number 1, pp. 93-100, January 2008)
- Craig Loehle, J. Huston McCulloch

Serviço de internet é cortado na Líbia: ja vimos esse filme...

Todas as ditaduras se parecem?
Talvez sim: no ridículo...

Serviço de internet é cortado na Líbia
19 Feb 2011 09:04 AM

O serviço de internet na Líbia foi cortado neste sábado (19), informam as agências internacionais de notícias. A rede vinha sendo utilizada por manifestantes para convocar a população às ruas e protestar contra o governo

Pausa para... piadas cubanas (absolutamente deprimentes)

Essas "piadas" cubanas não merecem, de nenhuma forma, o termo, pois são horríveis, deprimentes, totalmente sem graça.
Algum amigo de Fidel poderia dizer: "Claro!: são piadas contrarrevolucionárias, feitas pelos "gusanos" de Miami, inimigos do socialismo e aliados do império".
Pode até ser.
Mas elas não deixam de revelar o tipo de "brincadeira" que os cubanos inventam para "hacer broma" com sua situação alimentar pavorosa, e sua condição material simplesmente delirante.
Paulo Roberto de Almeida

Piadas Cubanas

Em Cuba, um menino chega da escola faminto e pergunta à sua mãe :
— Mamãe, o que vamos comer ?
— Nada, filhinho.
O menino vê o papagaio da casa e diz :
— Nem papagaio com arroz ?
— Não temos arroz, filhinho.
— E papagaio assado ?
— Não temos gás.
— Assa na churrasqueira elétrica !
— Não temos eletricidade, filho.
— Que tal papagaio frito ?
— Não temos óleo, querido.
Grita o papagaio :
— VIVA FIDEL !!! VIVA FIDEL !!!

***

Professora cubana mostra aos alunos um retrato do presidente Bush, e pergunta à classe:
— De quem é este retrato ?
Silêncio absoluto.
— Eu vou ajudar vocês um pouquinho. É por culpa deste senhor que nós estamos passando fome.
— Ah, professora ! É que sem a barba e o uniforme não dava para reconhecer!

***

Fidel está fazendo um de seus famosos discursos:
— E a partir de agora teremos de fazer mais sacrifícios!
Diz alguém na multidão :
— Trabalharemos o dobro!
— ... E temos de entender que haverá menos alimentos!

Diz a mesma voz:
— Trabalharemos o triplo!
— ... E as dificuldades vão aumentar!

Completa a mesma voz:
— Trabalharemos o quádruplo!

Aí o Fidel pergunta ao chefe de segurança:
— Quem é esse sujeito que vai trabalhar tanto?
— O coveiro, mi comandante.

***

O governo revolucionário vai tomar todas as providências para que
nenhum cubano vá para a cama sem comer :
Claro - vai recolher todas as camas.

***

O pai cubano pergunta ao filho pequeno :
— O que você quer ser quando crescer ?
— Estrangeiro.

***

Putin foi a Cuba e ficou impressionado com o número de pessoas usando sapatos com solas furadas, rasgados em cima, etc...
Estranhou que, depois de passados 40 anos de “melhoras”, as pessoas ainda estavam com sapatos rasgados e maltratados.
Perguntou a Fidel a razão disso. Fidel, indignado, respondeu com uma pergunta :
— E na Rússia, não é a mesma coisa ? Vai me dizer que lá todo mundo tem sapato novo ?
Putin disse a Fidel que fosse à Rússia para conferir. E se ele encontrasse um cidadão qualquer com sapatos furados,
tinha a permissão para matar essa pessoa. Fidel tomou um avião e se mandou para Moscou. Quando desembarcou,
a primeira pessoa que viu estava com sapatos rasgados e furados, que pareciam ter pertencido ao avô. Não titubeou.
Tirou a pistola e matou o sujeito. Afinal, tinha permissão de seu colega Putin para fazer isso.
No dia seguinte os jornais anunciaram :
“”PRESIDENTE de CUBA MATA SEU EMBAIXADOR no AEROPORTO””.

***

Fidel Castro morre e chega no céu, mas não estava na lista. Assim, São Pedro o manda ao inferno.

Quando chega lá, o diabo em pessoa o recebe e diz :
— Olá, Fidel, seja bem-vindo. Eu estava à sua espera. Aqui você vai se sentir em casa.
— Obrigado, Satanás, mas estive primeiro no céu e esqueci minhas malas lá em cima, na portaria.
— Não se preocupe. Vou enviar dois diabinhos para pegar suas coisas.
Os dois diabinhos chegam às portas do céu, mas as encontram fechadas, porque São Pedro tinha saído para almoçar.

Um dos diabinhos diz ao outro:
— Olha, é melhor pularmos o muro. Aí pegamos as malas sem perturbar ninguém.
Os dois diabinhos começam a escalar o muro. Dois anjinhos passavam por ali, e ao verem os diabinhos, um comenta com o outro:
— Não faz nem dez minutos que Fidel está no inferno, e já temos refugiados.

"Progressos" da educacao brasileira (e como...)

Sem comentários (e precisa?)...

O professor que levou o narcotráfico, a cocaína e o tráfico de armas para dentro da escola!
Reinaldo Azevedo, 19/02/11

Um professor de matemática da escola João Octávio dos Santos, que fica no Morro do São Bento, em Santos, resolveu aplicar uma estranha prova, conforme vocês verão abaixo. Leiam com atenção. Volto em seguida:

Por Talita Bedinelli, na Folha:
“Zaroio tem um fuzil AK-47 com um carregador de 80 balas. Em cada rajada ele gasta 13 balas. Quantas rajadas ele poderá disparar?”

A questão acima fazia parte de uma avaliação diagnóstica voltada para alunos de 14 anos de uma escola estadual de Santos (litoral de São Paulo), segundo pais e estudantes ouvidos pela Folha. O professor queria testar os conhecimentos em matemática dos alunos do ensino médio no primeiro dia de aula, na última segunda-feira.

Além da questão, eles deveriam responder a outros cinco problemas que versavam sobre a fabricação de cocaína e o lucro com a sua venda, o consumo de crack, a venda de heroína “batizada” e o dinheiro recebido por um assassinato encomendado. A prova, que teria conteúdo quase idêntico ao de mensagem que circula pela internet satirizando o crime organizado no Rio, teria sido aplicada em ao menos duas salas (uma de 3º ano e outra de 1º), com cerca de 80 alunos.

A Secretaria Estadual de Educação diz que o professor de matemática foi afastado e o caso será investigado. A prova deveria ser respondida e entregue ao professor, mas uma das alunas, de 14 anos, sem entender os enunciados, levou para a casa e pediu ajuda aos pais. “Fiquei chocada. Nas questões o crime só dá lucro”, diz a mãe da menina que procurou a direção da escola e registrou um boletim de ocorrência na polícia.

Segundo os estudantes, o professor dá aulas na escola há pelo menos cinco anos e já foi vice-diretor. Os estudantes dizem considerá-lo bom. “A gente viu as questões e deu risada. Se fosse algo mais suave ninguém teria prestado atenção”, diz Renato dos Santos Menezes, 18, estudante da sala do 3º ano que também fez a prova.

Uma aluna diz que em 2010 ele aplicou um exercício com conteúdo parecido. A questão, vista pela Folha, pedia para os estudantes calcularem quantas rotas de fuga teria uma quadrilha que vai assaltar uma joalheria em um shopping center.

A escola João Octávio dos Santos fica no Morro do São Bento, região com problemas de criminalidade. A Folha não localizou o professor, que pode ser indiciado por apologia ao crime.

Voltei [Reinaldo Azevedo]
E aí? Uma das cascatas mais vigaristas e influentes da educação reza que o “educador” deve respeitar o “universo do educando”, usando elementos do seu cotidiano para, a partir daí, fazer uma reflexão política. É coisa de esquerdopata, é óbvio. Seu maior teórico foi Paulo Freire, secretário da educação de Luíza Erundina na prefeitura de São Paulo e homem que introduziu em São Paulo o que ficou conhecido como “progressão continuada” — sim, é obra do PT!

Eis aí… Se o professor não é só um vapor barato do narcotráfico ou maluco, então tem na cabeça um monte dessas titicas paulo-freirianas. Ainda voltarei a esse assunto em outros posts: o dito-cujo é apenas a expressão mais pontualmente escandalosa de mal mais geral.

Relacoes Brasil-EUA: a caminho da normalidade?

Parece um pouco ridículo, mas o Brasil ainda tem gente -- jornalistas, acadêmicos, "populares", em geral -- que ainda mantêm uma visão maniqueísta em torno das relações bilaterais, alguns vendo os perigos de sempre (dominação "imperial", "dependência", essas bobagens), outros achando que disso depende nossa afirmação no mundo, nosso crescimento, etc. Nem uma coisa, nem outra, obviamente.
Teve até um falador contumaz (não preciso dizer quem era) que queria "libertar" o Brasil da "dependência" do comércio com os EUA, como se isso fosse positivo. O chanceler seguiu o falastrão nessa bobagem imensa, e saiu a proclamar a tal de "nova geografia comercial", uma coisa tão ridícula que nem precisa comentar mais.
Acho que a entrevista com o Embaixador americano recoloca a questão das relações bilaterais no plano certo, isto é, normal. A despeito do tom burocrático, quase enfadonho em ressaltar em diplomatês as convergências, fica num plano correto, normal, enfim.
Paulo Roberto de Almeida

Thomas Shannon: "Manipular a moeda está errado"
Helio Gurovitz
Revista Época, 19/02/2011

QUEM É
Diplomata de carreira, é embaixador dos Estados Unidos no Brasil desde fevereiro de 2010. É casado e tem dois filhos

O QUE FEZ
Doutorou-se em ciência política pela Universidade de Oxford (Reino Unido). Foi assessor especial da Embaixada em Brasília (1989-1992) e secretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental (2005-2009)

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, deixou escapar uma palavra em português durante a entrevista que concedeu a ÉPOCA na embaixada, em Brasília: inédito. Foi assim que ele definiu o pacote oferecido pela Boeing ao governo brasileiro para tentar vencer a concorrência na renovação da frota de caças da Força Aérea. É claro que o presidente americano, Barack Obama, não vem ao Brasil em março falar apenas de caças. Depois de divergências significativas entre Brasil e Estados Unidos durante o governo Lula, Shannon considera a visita um marco nas relações entre os dois países e um sinal do “respeito americano pela presidenta Dilma Rousseff”. A seguir, os principais trechos da entrevista.

ÉPOCA - Por que Obama vem ao Brasil?
Thomas Shannon – Será sua primeira viagem à América do Sul. E a primeira parada será o Brasil. É um claro sinal do interesse e respeito americano pelo Brasil, pela presidenta (Dilma) Rousseff. E o desejo de reforçar uma emergente parceria global cada vez mais importante, à medida que o Brasil consolide sua posição de líder mundial. É um claro reconhecimento de que o Brasil não é só um ator regional, mas mundial. Há ainda o desejo de aprofundar e expandir a parceria que os dois países já têm, com um olho no futuro. O terceiro motivo seria o desejo de melhorar nossas relações comerciais e de investimento. Embora os países estejam negociando mais do que nunca em números absolutos, em números relativos tem havido uma queda.

ÉPOCA - A China ultrapassou os EUA como maior parceiro comercial do Brasil.
Shannon – Temos de abordar isso. Acreditamos que nossas relações comerciais com o Brasil são importantes. Nossa economia e nossas empresas estão se tornando cada vez mais interdependentes. Há outro fenômeno interessante: o crescimento conjunto de nossas sociedades e o modo como estão conectadas. Podemos vê-las por meio do comércio e dos investimentos, pelo nível das universidades ou da pesquisa científica. E até entre as igrejas, em especial igrejas evangélicas, um movimento social e religioso forte no Brasil e nos EUA. Mas também vemos isso no turismo. O Brasil é o país que mais manda turistas para a Flórida. E não apenas a Flórida. Os brasileiros vão a Nova York, Las Vegas, Los Angeles e, à medida que conhecerem mais os Estados Unidos, irão a mais lugares. E, por causa da Copa e das Olimpíadas, mais americanos virão ao Brasil.

ÉPOCA - E a relação com a China?
Shannon – A China é um ator muito importante no mundo e na América do Sul, além de um parceiro dos EUA e do Brasil. Ambos têm o interesse comum de construir relações positivas com a China, que lhe permitam inserir-se na economia mundial e no ambiente político de uma forma positiva. Esse é um desafio significativo, dado o tamanho da economia chinesa e a quantidade de suas reservas cambiais.

ÉPOCA - E, claro, a taxa de câmbio que mantém essas reservas altas...
Shannon – O secretário (do Tesouro, Timothy) Geithner teve boas conversas com o ministro (Guido) Mantega (da Fazenda), com o presidente (Alexandre) Tombini, do Banco Central, e, claro, com a presidenta Rousseff. Concordamos que a manipulação da moeda para fins comerciais é errada e distorce mercados. E aqueles que arcam com o ônus disso são economias emergentes como a brasileira. Por causa da boa gestão econômica, das fortes políticas anti-inflação e do controle de capital em outros lugares do mundo, elas se tornam um ímã para dólares. Isso tem impacto econômico, com a apreciação do real, sentido aqui e lá fora.

ÉPOCA - Dilma é diferente de Lula?
Shannon – A relação Brasil-EUA está num rumo positivo, como no governo Lula. Mas o desafio não está apenas entre Brasil e EUA. Está no resto do mundo. O que definirá nossa relação com a presidenta Rousseff não é tanto uma questão de boas intenções, porque elas existem e sempre existiram, mas sim os desafios que ambos enfrentaremos. Porque está havendo mudanças. Vemos isso agora no Egito e no Oriente Médio.

ÉPOCA - A presidenta Dilma mudou a posição brasileira em relação ao Irã?
Shannon – Há aspectos de continuidade e de mudança. Houve mudança na forma como o Brasil lida com os direitos humanos, seja em relação ao apedrejamento de Sakineh (Ashtiani, condenada no Irã por adultério), seja, de uma forma mais ampla, quanto à repressão de atividades políticas. A posição da presidenta Rousseff tem sido marcante. Mas ainda temos diferenças em relação ao Irã. O ponto positivo é que ambos temos uma melhor compreensão da questão agora. No caso do Egito, a posição brasileira foi cautelosa, prudente.

ÉPOCA - Há alguma chance de os EUA derrubarem as barreiras a nosso etanol?
Shannon – Espera-se que sim. Mas é uma questão complicada. Uma das áreas de interesse de cooperação e inovação é a busca de meios para ir além das tradicionais matérias-primas para fabricar biocombustíveis, milho e cana. Em alguns aspectos, essa é uma solução para a questão das tarifas. Em última instância, se os biocombustíveis se tornarem parte da matriz energética, eles precisam ser feitos a partir de outras matérias-primas.

ÉPOCA - O senhor ainda tem esperança de que o Brasil compre os caças F-18, da Boeing, para renovar sua frota?
Shannon – A competição ainda está em andamento e a Boeing está nela. Acreditamos que fez a melhor oferta. Primeiro, porque é o melhor avião. Segundo, a transferência de tecnologia é melhor que a das outras empresas. Por causa da natureza extensiva de nossa oferta, e das garantias políticas. Há um ponto interessante que permite que alguns componentes críticos da aeronave sejam produzidos aqui. Isso cria uma parceria para a produção do F-18 tal que a Boeing vai precisar do Brasil tanto quanto o Brasil precisará da Boeing. É algo inédito (Shannon usa a palavra em português). Se a Boeing entrar nesse mercado, vai construir uma parceria duradoura com o Brasil. No debate sobre os caças, há algumas questões falsas. Dizem que o Brasil tem de escolher um avião inferior para obter o melhor acordo de transferência de tecnologia. Em outras palavras, usar uma decisão de política de defesa para fazer política industrial. Mas vocês podem escolher o melhor avião e trazer um pacote de transferência de tecnologia muito interessante. É o que a Boeing oferece. Um país grande como é o Brasil, com o tipo de espaço aéreo que tem de controlar, tanto na terra quanto no mar, precisa de uma aeronave capaz de sobrevoar todo o país, que possa ser lançada de porta-aviões, usada em múltiplas missões e tenha a capacidade de lutar contra qualquer outra aeronave. É obviamente o que o F-18 oferece. Um país como o Brasil não pode se contentar com o segundo melhor.

ÉPOCA - O Brasil tem a oportunidade de exportar urânio. Isso lhe parece um risco?
Shannon – Vejo como um produto natural do sucesso do compromisso brasileiro em relação ao uso pacífico de energia nuclear civil. O Brasil é um parceiro muito confiável em termos nucleares. À medida que desenvolve sua indústria nuclear, ela se tornará atraente para outros países.

ÉPOCA - E o programa do foguete brasileiro, de lançamento de satélites?
Shannon – Para um país com a capacidade e o tamanho do Brasil, desenvolver uma tecnologia dessas é natural.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Democracias ma non troppo: os casos de Brasil e India

Recomendo a leitura deste trabalho:

Rising powers and the future of democracy promotion: the case of Brazil and India
Oliver Stuenkel, Visiting Professor, Institute of International Relations, University of São Paulo (USP), Brazil
Jabin T. Jacob, Senior Research Fellow, Institute of Peace and Conflict Studies, New Delhi, India

Portuguese Journal of International Affairs, AUTUMN/WINTER 2010, n. 4, p. 23-30.

Alguns destaques:

"Democracy promotion is, for obvious reasons, not an issue in Russia and China. The case is however, more surprising with respect to Brazil and India, two vibrant democracies whose leaders have often been personally involved in the fight for democratic rights. (...) There is in fact, little discernible difference between Brazilian and Indian ties to democratic countries such as South Africa and to non-democratic ones such as Russia, with which both Brasília and New Delhi have cordial relations. Brazil is on good terms with leaders such as Cuba’s Raúl Castro, Iran’s Mahmoud Ahmadinejad, and Venezuela’s Hugo Chávez, and it has been notoriously reluctant to endorse measures to prevent genocides in Rwanda, Sudan and
former Yugoslavia." (p. 25)
"Democracy promotion,... plays virtually no role in their efforts. In this respect, the activities of Brazil, India and China are more or less indistinguishable from each other." (p. 27)
"While India and Brazil believe liberal and human rights abiding democracies are the best regime type, they have almost no missionary zeal to promote democracy abroad, in contrast to the United States, whose national security strategy prominently features democracy promotion. As Venezuela’s Hugo Chávez turns his country into an autocracy, Brazil has at no point voiced any concerns about the problems in that country, including jailed opposition figures, lack of freedom of the press, large-scale arms purchases or ties to the FA RC guerrilla that seeks to undermine the Colombian state." (p. 27-28)
"In the short-run, it does seem likely that the rise of emerging powers will contribute to the decreasing importance of democracy promotion in the international political discourse. African dictators will show little inclination to accept loans laden with conditions if they can opt for Chinese, Indian or Brazilian loans without any strings attached, and Central Asian despots will seek to take advantage of instability in their neighborhood or the fear of possible chaos in their own country to play one power against the other." (p. 29)

Ou seja, a pergunta fica: o Brasil vai continuar apoiando ditaduras e ditadores, e continuar desprezando direitos humanos?
Tudo leva a crer que não, mas seria preciso ver na prática como a transição vai se dar...
Leiam a íntegra do paper neste link:
PJIA 4: Democracy Promotion: the case of Brazil and India
Oliver Stuenkel and Jabin T. Jacob, "Rising powers and the future of democracy promotion: the case of Brazil and India" (Portuguese Journal of International Affairs, No. 4, Autumn/Winter 2010): 23-30.

Wikileaks: Brasil-EUA e o resto da regiao: ciumes e subterfugios...

A informação relativa à Colômbia já tinha sido postada aqui. Os demais países é novidade, mas não surpresa, nem novidade. Qualquer observador mais atento já teria percebido que o ativismo lulista, ou brasileiro, despertaria preocupações na região.
O que não se sabia era da atuação do ex-chanceler em favor do Sudão...
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia de Lula irritou sul-americanos
Jamil Chade, correspondente
O Estado de S.Paulo, 8 de fevereiro de 2011

EUA escutaram de Colômbia, Paraguai e Chile pedidos para ‘conter’ o Brasil, revela WikiLeaks

GENEBRA - Telegramas secretos da diplomacia americana revelam que, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, países sul-americanos se incomodaram com a liderança brasileira e chegaram a pedir a Washington que "contivesse" as ambições do Brasil na região. Os despachos foram divulgados pelo grupo WikiLeaks. Entre os que solicitaram à diplomacia americana que atuasse contra o aumento da influência do Brasil estão Colômbia, Chile e Paraguai.

Em 11 de fevereiro de 2004, numa conversa entre o então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e uma delegação do alto escalão da diplomacia dos EUA, o incômodo com as ambições de Lula ficou claro. "Uribe disse que sua relação com Lula é complicada", relata o telegrama. O ex-líder de Bogotá e forte aliado de Washington alertou na ocasião para a agenda externa de seu colega brasileiro: "Lula se esforça para construir uma aliança antiamericana na América Latina", teria dito Uribe.

"Lula é mais pragmático e mais inteligente do que (Hugo) Chávez, mas é conduzido por seu histórico de esquerda e pelo ‘espírito imperial’ do Brasil para se opor aos EUA", acusou o ex-presidente colombiano. Em outro trecho, Uribe ainda acusa o presidente brasileiro de não ter cumprido sua promessa de lutar contra o narcotráfico.

Quatro anos mais tarde, as desconfianças em relação a Lula continuariam na Colômbia. Em um telegrama de 2008, o governo americano afirma que foi informado por militares de Bogotá sobre o projeto de criação de um Conselho de Defesa da América do Sul pelo Brasil. "A desconfiança é que seja um projeto, no fundo, de Chávez", teriam alertado os militares.

Em telegrama de 19 de maio de 2005, a então chanceler do Paraguai, Leila Rachid, queixou-se ao embaixador americano em Assunção, Dan Johnson, sobre o comportamento de seu colega brasileiro, Celso Amorim, e sua ideia de convocar uma cúpula entre países árabes e sul-americanos. Johnson, por sua vez, disse que o evento promoveria "gratuitamente tensões entre a comunidade árabe e judaica no Brasil". Ele pediu ainda que, na declaração final, elogios ao Sudão fossem evitados.

"Rachid afirmou que o Brasil teve uma ‘grande disputa’ com vários chanceleres (da América do Sul), incluindo a ministra colombiana (Carolina) Barco e o chileno (Ignacio) Walker, quando Amorim pediu que eles reduzissem as objeções que tinham sobre o Sudão e o processo de paz no Oriente Médio", descreve o embaixador americano.

Rachid diz que gostaria de falar com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, sobre "preocupações em relação à política externa e comercial do Brasil". "Ela (Rachid) estava preocupada com as ambições do Brasil de se tornar uma voz de liderança na região e pediu que os EUA se posicionassem para conter o Brasil."

Good-bye to all those jobs? Uma tendencia que veio para ficar...

Uma visão preocupante para aqueles que gostariam de ter empregos garantidos para o resto da vida (enfim, isso só em setores protegidos como no serviço público brasileiro).

OPINION
Is Your Job an Endangered Species?
By ANDY KESSLER
The Wall Street Journal, FEBRUARY 17, 2011

Technology is eating jobs—and not just obvious ones like toll takers and phone operators. Lawyers and doctors are at risk as well.

So where the heck are all the jobs? Eight-hundred billion in stimulus and $2 trillion in dollar-printing and all we got were a lousy 36,000 jobs last month. That's not even enough to absorb population growth.

You can't blame the fact that 26 million Americans are unemployed or underemployed on lost housing jobs or globalization—those excuses are played out. To understand what's going on, you have to look behind the headlines. That 36,000 is a net number. The Bureau of Labor Statistics shows that in December some 4,184,000 workers (seasonally adjusted) were hired, and 4,162,000 were "separated" (i.e., laid off or quit). This turnover tells the story of our economy—especially if you focus on jobs lost as a clue to future job growth.

With a heavy regulatory burden, payroll taxes and health-care costs, employing people is very expensive. In January, the Golden Gate Bridge announced that it will have zero toll takers next year: They've been replaced by wireless FastTrak payments and license-plate snapshots.

Technology is eating jobs—and not just toll takers.

Tellers, phone operators, stock brokers, stock traders: These jobs are nearly extinct. Since 2007, the New York Stock Exchange has eliminated 1,000 jobs. And when was the last time you spoke to a travel agent? Nearly all of them have been displaced by technology and the Web. Librarians can't find 36,000 results in 0.14 seconds, as Google can. And a snappily dressed postal worker can't instantly deliver a 140-character tweet from a plane at 36,000 feet.

So which jobs will be destroyed next? Figure that out and you'll solve the puzzle of where new jobs will appear.

Forget blue-collar and white- collar. There are two types of workers in our economy: creators and servers. Creators are the ones driving productivity—writing code, designing chips, creating drugs, running search engines. Servers, on the other hand, service these creators (and other servers) by building homes, providing food, offering legal advice, and working at the Department of Motor Vehicles. Many servers will be replaced by machines, by computers and by changes in how business operates. It's no coincidence that Google announced it plans to hire 6,000 workers in 2011.

But even the label "servers" is too vague. So I've broken down the service economy further, as a guide to figure out the next set of unproductive jobs that will disappear. (Don't blame me if your job is listed here; technology spares no one, not even writers.)

• Sloppers are those that move things—from one side of a store or factory to another. Amazon is displacing thousands of retail workers. DMV employees and so many other government workers move information from one side of a counter to another without adding any value. Such sloppers are easy to purge with clever code.

• Sponges are those who earned their jobs by passing a test meant to limit supply. According to this newspaper, 23% of U.S. workers now need a state license. The Series 7 exam is required for stock brokers. Cosmetologists, real estate brokers, doctors and lawyers all need government certification. All this does is legally bar others from doing the same job, so existing workers can charge more and sponge off the rest of us.

But eDiscovery is the hottest thing right now in corporate legal departments. The software scans documents and looks for important keywords and phrases, displacing lawyers and paralegals who charge hundreds of dollars per hour to read the often millions of litigation documents. Lawyers, understandably, hate eDiscovery.

Doctors are under fire as well, from computer imaging that looks inside of us and from Computer Aided Diagnosis, which looks for patterns in X-rays to identify breast cancer and other diseases more cheaply and effectively than radiologists do. Other than barbers, no sponges are safe.

• Supersloppers mark up prices based on some marketing or branding gimmick, not true economic value. That Rolex Oyster Perpetual Submariner Two-Tone Date for $9,200 doesn't tell time as well as the free clock on my iPhone, but supersloppers will convince you to buy it. Markups don't generate wealth, except for those marking up. These products and services provide a huge price umbrella for something better to sell under.

• Slimers are those that work in finance and on Wall Street. They provide the grease that lubricates the gears of the economy. Financial firms provide access to capital, shielding companies from the volatility of the stock and bond and derivative markets. For that, they charge hefty fees. But electronic trading has cut into their profits, and corporations are negotiating lower fees for mergers and financings. Wall Street will always exist, but with many fewer workers.

• Thieves have a government mandate to make good money and a franchise that could disappear with the stroke of a pen. You know many of them: phone companies, cable operators and cellular companies are the obvious ones. But there are more annoying ones—asbestos testing and removal, plus all the regulatory inspectors who don't add value beyond making sure everyone pays them. Technologies like Skype have picked off phone companies by lowering international rates. And consumers are cutting expensive cable TV services in favor of Web-streamed video.

Like it or not, we are at the beginning of a decades-long trend. Beyond the demise of toll takers and stock traders, watch enrollment dwindle in law schools and medical schools. Watch the divergence in stock performance between companies that actually create and those that are in transition—just look at Apple, Netflix and Google over the last five years as compared to retailers and media.

But be warned that this economy is incredibly dynamic, and there is no quick fix for job creation when so much technology-driven job destruction is taking place. Fortunately, history shows that labor-saving machines haven't decreased overall employment even when they have made certain jobs obsolete. Ultimately the economic growth created by new jobs always overwhelms the drag from jobs destroyed—if policy makers let it happen.

Mr. Kessler, a former hedge fund manager, is the author most recently of "Eat People And Other Unapologetic Rules for Game-Changing Entrepreneurs," just out from Portfolio.

Afro-euro-descendentes? Acho que nao vai "colar"...

Segundo esse estudo genético, ou seja, dotado de todas as garantias que a ciência pode fornecer atualmente, os supostos (como diriam os jornalistas) afrodescendentes brasileiros têm tanta herança genética europeia quanto africana. Ou seja, somos mais iguais do que parece.
Isso destrói, quase completamente, uma das bases legitimadoras da campanha viciosa e viciada de militantes da causa racialista (e racista) negra em favor de políticas de ação afirmativa com base unicamente num corte "racial", ou fenotípico, em favor da comunidade em causa.
Acho que não vai detê-los, pois vão continuar argumentando sobre a dívida histórica, a injustiça da discriminação social, etc.
Mas pelo menos acaba com essa coisa de afrodescendente...
Paulo Roberto de Almeida

DNA de negros e pardos do Brasil é muito europeu
Reinaldo José Lopes
Folha de S.Paulo, 18/02/2011

No Brasil, faz cada vez menos sentido considerar que brancos têm origem europeia e negros são “africanos”. Segundo um novo estudo, mesmo quem se diz “preto” ou “pardo” nos censos nacionais traz forte contribuição da Europa em seu DNA. O trabalho, coordenado por Sérgio Danilo Pena, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), indica ainda que, apesar das diferenças regionais, a ancestralidade dos brasileiros acaba sendo relativamente uniforme. “A grande mensagem do trabalho é que [geneticamente] o Brasil é bem mais homogêneo do que se esperava”, disse Pena à Folha.

De Belém (PA) a Porto Alegre, a ascendência europeia nunca é inferior, em média, a 60%, nem ultrapassa os 80%. Há doses mais ou menos generosas de sangue africano, enquanto a menor contribuição é a indígena, só ultrapassando os 10% na região Norte do Brasil.

QUASE MIL
Além de moradores das capitais paraense e gaúcha, foram estudadas também populações de Ilhéus (BA) e Fortaleza (compondo a amostra nordestina), Rio de Janeiro (correspondendo ao Sudeste) e Joinville (segunda amostra da região Sul). Ao todo, foram 934 pessoas. A comparação completa entre brancos, pardos e pretos (categorias de autoidentificação consagradas nos censos do IBGE) só não foi possível no Ceará, onde não havia pretos na amostra, e em Santa Catarina, onde só havia pretos, frequentadores de um centro comunitário ligado ao movimento negro.

Para analisar o genoma, os geneticistas se valeram de um conjunto de 40 variantes de DNA, os chamados indels (sigla de “inserção e deleção”). São exatamente o que o nome sugere: pequenos trechos de “letras” químicas do genoma que às vezes sobram ou faltam no DNA. Cada região do planeta tem seu próprio conjunto de indels na população -alguns são típicos da África, outros da Europa. Dependendo da combinação deles no genoma de um indivíduo, é possível estimar a proporção de seus ancestrais que vieram de cada continente.

Um partido balzaquiano (no mau sentido da palavra, claro...)

Apenas para registro de uma realidade nacional:

A trajetória do PT
Editorial - O Estado de S.Paulo
17 de fevereiro de 2011

Quando foi fundado, o Partido dos Trabalhadores (PT) se proclamou agente das transformações políticas e sociais que, pautadas pelo rigor da ética e pelo mais genuíno sentimento de justiça social, mudariam a cara do Brasil. Trinta e um anos depois, há oito no poder, o PT pode se orgulhar de ter contribuído - os petistas acham que a obra é toda sua - para melhorar o País do ponto de vista do desenvolvimento econômico e da inclusão social. Mas nada no Brasil mudou tanto, nessas três décadas, como a cara do próprio PT. O antigo bastião de idealistas, depois de perder pelo caminho todos os mais coerentes dentre eles, transformou-se numa legenda partidária como todas as outras que antes estigmatizava, manobrada por políticos profissionais no pior sentido, e, como nem todas, submissa à vontade de um "dono", porque totalmente dependente de sua enorme popularidade. Esse é o PT de Lula 31 anos depois.

Uma vez no poder, o PT se transformou em praticamente o oposto de tudo o que sempre preconizou. O marco formal dessa mudança de rumo pode ser considerado o lançamento da Carta ao Povo Brasileiro, em junho de 2002, a quatro meses da eleição presidencial em que pela primeira vez Lula sairia vitorioso. Concebido com o claro objetivo de tranquilizar o eleitorado que ainda resistia às ideias radicais e estatizantes do PT no âmbito econômico, entre outras coisas a Carta arriou velhas bandeiras como o "fora FMI" e passou a defender o cumprimento dos contratos internacionais, banindo uma antiga obsessão do partido e da esquerda festiva: a moratória da dívida externa. Eleito, Lula fez bom uso de sua "herança maldita". Adotou sem hesitação os fundamentos da política econômico-financeira de seu antecessor, redesenhou e incrementou os programas sociais que recebeu, barganhou como sempre se fez o apoio de que precisava no Congresso e, bafejado por uma conjuntura internacional extremamente favorável, bastou manejar com habilidade os dotes populistas em que se revelou um mestre para tornar-se um presidente tão popular como nunca antes na história deste país.

E o balzaquiano PT? O partido que pretendia transformar o País passou a se transformar na negação de si mesmo. E foi a partir daí que começaram as defecções de militantes importantes, muitos deles fundadores, decepcionados com os novos rumos, principalmente com os meios e modos com que o partido se instalou no poder. O mensalão por exemplo.

Os anais da recente história política do Brasil registram enorme quantidade de depoimentos de antigos petistas que não participaram da alegre festa de 31.º aniversário do partido - na qual o grande homenageado foi, é claro, ele - porque se recusaram a percorrer os descaminhos dos seguidores de Lula. Um dos dissidentes é o jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, ex-dirigente da legenda, ex-deputado federal, ex-vice-prefeito de São Paulo. Em depoimento à série Decanos Brasileiros, da TV Estadão, Bicudo criticou duramente os partidos políticos brasileiros, especialmente o PT: "O Brasil não tem partidos políticos. Os partidos, todos, se divorciaram de suas origens. E o PT é entre eles - digo-o tranquilamente - um partido que começou muito bem, mas está terminando muito mal, porque esqueceu sua mensagem inicial e hoje é apenas a direção nacional que comanda. Uma direção nacional comandada, por sua vez, por uma só pessoa: o ex-presidente Lula, que decide tudo, inclusive quem deve ou não ser candidato a isso ou aquilo, e ponto final".

Bicudo tem gravada na memória uma das evidências do divórcio de seu ex-partido com o idealismo de suas origens. Conta que, no início do governo Lula, quando foi lançado o Bolsa-Família, indagou do então todo-poderoso chefe da Casa Civil, José Dirceu, os objetivos do programa. Obteve uma resposta direta: "Serão 12 milhões de bolsas que poderão se converter em votos em quantidade três ou quatro vezes maior. Isso nos garantirá a reeleição de Lula".

De qualquer modo, há aspectos em que o PT é hoje, inegavelmente, um partido muito melhor do que foi: este ano, com base na contribuição compulsória de seus filiados, pretende recolher a seus cofres R$ 3,6 milhões. Apenas 700% a mais do que arrecadava antes de assumir o poder.

O PT está completamente peemedebizado.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mercosul: duas noticias contraditorias

Registre, apenas en passant, que o Mercosul é um tratado de integração econômica, supostamente com o objetivo de formar um mercado comum, o que pressupõe, antes de mais nada a liberalização comercial completa entre os membros.
Se ele se desvia para outras funções, de caráter político, que seja humanitário, está se desviando do núcleo original de suas propostas e tentando maquiar o fracasso quanto à meta principal.
Abaixo, dois blocos de questões: a pretensa unidade do Mercosul, em temas que nada tem a ver com o comércio e a integração econômica, e a realidade do protecionismo argentino, tolerado pelo Brasil, que vai pouco a pouco minando o Mercosul.
Paulo Roberto de Almeida

(A) A suposta unidade do Mercosul:

Mercosul busca unidade e preservação dos direitos humanos
Jornal do Brasil, 16/02/2011

Em meio à crise política que se alastra pelos países árabes, o Mercosul caminha para a unidade, a defesa dos direitos humanos e a busca pelo equilíbrio econômico regional. O secretário-geral do Mercosul, Augustin Colombo, disse à Agência Brasil que há um clima de otimismo com a chegada da presidente Dilma Rousseff por ela ter anunciado que a prioridade na política externa será a América Latina.

“Estamos muitos confiantes e acreditando que neste ano vamos avançar muito e em várias áreas”, afirmou o secretário. “Esse otimismo se estende também às relações entre o Mercosul e a União Europeia no que diz respeito às negociações comerciais [paralisadas por quase uma década, retomadas no ano passado e novamente em compasso de espera]”.

Para Colombo, a crise econômica de 2002/2003 acabou fortalecendo o Mercosul porque os países da região buscaram alternativas comuns e adotaram medidas mais homogêneas para superar as consequências da instabilidade econômica global. Segundo ele, isso deu ao bloco "mais voz" no cenário mundial.

A mesma situação, disse o secretário, repetiu-se recentemente. “O comportamento [dos países que integram o Mercosul] indicando que as economias da região buscaram a estabilidade mostra que os nossos países estão mais desenvolvidos e fortes para as negociações”, acrescentou.

Em março, os negociadores do Mercosul e da União Europeia retomam as discussões sobre a redução da carga tributária que incide sobretudo nos produtos agrícolas da região. Os países sul-americanos querem que as tarifas sejam reduzidas, os europeus insistem em mantê-las para a preservação do próprio mercado.

Segundo Colombo, apesar do impasse, há disposição de ambos os lados de chegar a um consenso. “A tendência é a definição de um sistema de quotas”, disse. Na prática, é a adoção de redução gradual de tributos sobre alguns produtos específicos. Para o secretário, as negociações por parte do Mercosul ganharam mais força com a nomeação do embaixador brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães para o cargo de alto representante do bloco.

Ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e ex-secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Pinheiro Guimarães levará nas discussões a bagagem de anos de negociações bilaterais e multilaterais. “A escolha do embaixador foi mensagem bastante forte da presidenta Dilma, pois ele é um dos nomes mais respeitados na área internacional. É uma mensagem interna e externa”, disse.

Para Colombo, outra demonstração de prioridade do Mercosul foi a reunião das presidentas Dilma e Cristina Kirchner, da Argentina, no último dia 21. Além de elas terem firmado 14 protocolos de intenção em áreas distintas, houve uma reunião com as mães e avós da Praça de maio – símbolo da resistência à ditadura argentina e de luta por justiça. “Definitivamente a questão da preservação dos direitos democráticos estreitou ainda mais as relações entre os países”, afirmou.
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(B) A realidade do protecionismo argentino:

Argentina decide aumentar barreiras contra importações
DCI, 16/02/2011

O governo da Argentina decidiu aumentar as barreiras contra importações, conforme medida publicada no Diário Oficial de ontem. O Ministério de Indústria anunciou a ampliação da lista de produtos atingidos pelo sistema de Licenças Não Automáticas (LNA), de 400 para 600 itens.

Este sistema exige a aprovação prévia do governo para a entrada dos produtos no mercado doméstico. A nova lista inclui produtos metalúrgicos, siderúrgicos, eletrônicos, linhas, tecidos, automóveis de luxo, vidros, bicicletas, motos, entre outros.

Os automóveis atingidos são os que possuem motores acima de 3.000 centímetros cúbicos, no caso dos que são movidos a gasolina, e os superiores a 2.500 centímetros cúbicos para os movidos a diesel. Na realidade, a importação de automóveis de luxo pela Argentina está paralisada desde o início de fevereiro.

Assessores da ministra de Produção, Débora Giorgi, explicaram que "a medida não afeta os automóveis provenientes do Brasil e México". Porém, segundo levantamento realizado pela consultoria Investigações Econômicas Setoriais (IES), as importações de autopeças cresceram 61,7% em 2010 frente a 2009.

Com as restrições, o governo pretende pressionar os empresários para que realizem investimentos no país e produzam mais autopeças nacionais. Em nota oficial, Giorgi explicou que a medida tem o objetivo de "preservar os produtos nacionais no mercado interno" e o "processo de reindustrialização". Ela diz que as novas licenças serão aplicadas em setores nos quais a Argentina tem uma produção nacional capaz de satisfazer a demanda.

"A estratégia de comércio administrado para resguardar os postos de trabalho deu resultados satisfatórios à nossa indústria, que conseguiu substituir importações no valor de US$ 9,2 bilhões, no último ano", afirmou a ministra. Ela detalhou, ainda, que "os setores cujas importações têm licenças não automáticas são os que mais aportaram para a substituição de produtos importados, como o automobilístico, eletrônicos, linha branca, calçados e têxteis". Débora Giorgi ressaltou que a medida "não significa que não se possa importar."

Nova lista de restrições deve reduzir vendas do Brasil para a Argentina
Marta Watanabe | De São Paulo
Valor Econômico, 17/02/2011

Débora Giorgi, ministra da Indústria da Argentina: intenção é proteger o mercado argentino da concorrência desleal

A ampliação de 400 para 600 itens na lista de produtos submetidos à licença prévia de importação pela Argentina pegou de surpresa importantes segmentos exportadores brasileiros. Divulgada às vésperas de reuniões bilaterais entre Brasil e Argentina, que serão realizadas hoje e amanhã, a lista com os 200 novos produtos sujeitos à restrição inclui desde automóveis de luxo, motocicletas, autopeças e acessórios, a máquinas de lavar roupa, ventiladores, celulares, computadores, laptops e produtos químicos e vidros.
"A nova medida argentina deve afetar 50% das exportações brasileiras do setor para a Argentina", diz Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Ele lembra que as restrições agora alcançam celulares e microcomputadores, dois itens que são muito comprados pelos argentinos.

Para Barbato, o resultado será a redução das exportações ao país vizinho. No ano passado, diz, as vendas para os argentinos no segmento elétrico e eletrônico somaram US$ 2,2 bilhões, com crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior. Itens como monitores de vídeo, porém, que já estavam na lista anterior de exigência de licença prévia, tiveram redução de 53% nas vendas. Houve também queda de 27% nas exportações brasileiras à Argentina no ano passado. Com a ampliação da restrição também para os celulares, Barbato acredita em nova redução das vendas do produto aos argentinos.

O presidente da Abinee lembra que a medida deve desestimular ainda mais a fabricação de celulares no Brasil. "As regras do jogo não são respeitadas, o que está fazendo as indústrias se mudarem para a Terra do Fogo."

"Recebemos com surpresa a notícia ontem à noite", diz Antonio Carlos Meduna, que tem acompanhado as negociações bilaterais pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Ele lembra que a agenda de reuniões entre os dois países inclui encontros hoje e amanhã para tratar de questões do setor automotivo. A expectativa, conta, era discutir nas reuniões restrições de comércio para alguns componentes, como sistemas de embreagem e freios, por exemplo. A medida argentina, porém, acabou criando restrições adicionais com a extensão da licença prévia para vários produtos do setor.

Meduna diz que o Sindipeças ainda não levantou a representatividade da nova lista no total exportado pelo setor aos argentinos, mas diz que a diversidade é grande. Segundo ele, a restrição atinge não apenas os grandes sistemistas, mas também os fabricantes das chamadas "commodities" do setor, com peças menores como pistões e anéis. Um dos receios, diz, é de que os fabricantes brasileiros de autopeças percam espaço no mercado de reposição de peças argentino. As montadoras, lembra, terão maior facilidade para importação não só para a fabricação de veículos como também para venda no mercado de reposição. Com a imposição da licença prévia, que causa atrasos no desembaraço das mercadorias, há risco de desabastecimento no mercado argentino, o que fará os consumidores adquirirem peças de reposição nas concessionárias. Para Meduna, as medidas argentinas aumentam as expectativas em relação à reunião, que deverá ser a primeira do governo Dilma, num ambiente de mercado aquecido tanto no Brasil quanto no país vizinho.

Domingos Mosca, coordenador da área internacional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), acredita que a nova restrição divulgada às vésperas da reunião é um sinalizador de que a Argentina continuará dura para as negociações bilaterais. Para Mosca, o Brasil deveria mudar sua estratégia de negociação com o país vizinho. "Em vez de negociar licença por licença e produto a produto, no varejo, é preciso tentar negociar o assunto como um todo, de acordo com as normas do comércio internacional."

Segundo a Abit, a ampliação da lista de licença prévia atinge US$ 24 milhões dos US 392 milhões exportados do Brasil aos argentinos no ano passado, com a inclusão de tecidos e fios, principalmente. Com a nova listagem, o segmento fica com 230 produtos têxteis e confeccionados sob o regime de licenciamento não automático.

Wikileaks: Brasil-Colombia-EUA: entre dois imperios...

Wikileaks: Colômbia reclamou com EUA do `espírito imperialista brasileiro`
UOL, Thu, 17 Feb 2011 11:11:33 -0200

Em 15 de dezembro de 2004, entre as 17h30 e 18h (15h30 e 16h em Brasília), o então presidente colombiano Álvaro Uribe participou de uma reunião de alto nível no palácio presidencial com o então subsecretário-adjunto do Departamento de Estado dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Charles Shapiro, o subsecretário-adjunto para o combate às drogas Jonathan Farrar e o embaixador norte-americano em Bogotá, William B. Wood, além do diretor de temas andinos, David Henifin.
O fato é relatado em um dos documentos obtidos pelo Wikileaks aos quais esta repórter teve acesso. São despachos da diplomacia norte-americana que tratam das relações entre o Brasil e outros países sul-americanos. Em vários deles, a resistência de algumas nações em relação à influência brasileira é evidente, embora também haja quem a veja com bons olhos e como contraponto aos EUA.

Na época da reunião, Uribe estava há dois anos no cargo e empreendia a política que chamou de “segurança democrática”, para combater os grupos armados que atuam no país. A política, abertamente apoiada pelos EUA, fortaleceu o Exército do país e liberou estradas colombianas antes controladas pelas guerrilhas, empurrando os combatentes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional) para as montanhas.
O principal tema da reunião foi a ajuda norte-americana na luta contra as FARC. Uribe afirmou, na reunião, que os grupos armados não poderiam resistir mais que cinco anos à pressão militar. O presidente colombiano também se queixou de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. A certa altura a conversa chegou ao Brasil.

“Uribe disse que a sua relação com [o então presidente] Lula é complicada pelos esforços de Lula em construir uma aliança anti-EUA na América Latina”, relata o documento. Em seguida, Uribe afirma que o Brasil teria pretensões imperialistas: “Lula é mais prático e inteligente que Chávez, mas é levado pelo seu passado de esquerda e o ‘espírito imperial’ brasileiro a se opor aos EUA”.

O ex-presidente colombiano disse ter pouca influência sobre Lula ou Chávez porque eles o veriam como um amigo dos EUA. Mesmo assim, afirmou que continuaria a pressionar Chávez a tomar ações contra narcotraficantes. Afirmou ainda que Lula não cumpriu suas promessas de lutar contra o narcotráfico.

Conselho de Defesa Sul-Americano
Essa não foi a única vez que o alto escalão do governo colombiano reclamou do Brasil com diplomatas norte-americanos. Outro despacho, datado de 9 de maio de 2008, revela a desconfiança do ex-ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos (presidente da Colômbia desde junho de 2010) em relação à proposta de criação do Conselho de Defesa Sulamericano (CDS), defendida pelo Brasil.

Noticias do Imperio: nem tudo sao mas noticias...

Pois é, nem tudo está perdido no império, como prova esta estudo da consultoria McKinsey, que revela números otimistas quanto ao progresso da produtividade, e portanto do crescimento e inovação na economia americana, bem mais do que várias outras economias do mundo.

Blueprint for a Renewed U.S. Economy
An exclusive preview of results from the McKinsey Global Institute study.
BY MCKINSEY GLOBAL INSTITUTE | FEBRUARY 16, 2011
Se trata de uma série de quadros, que cabe visualizar neste link.
Também se pode ver que, perto dos EUA e da China, a UE e o Japão têm de fazer muito mais esforços para retomar o crescimento econômico e da produtividade.
Mas seria preciso melhorar a infra-estrutura. Aliás, o Brasil deve estar nos últimos lugares nessa área...
Vocês têm alguma reclamação quanto ao serviço de internet banda larga?
Pois é, o Brasil nem aparece nas comparações internacionais, e nem é por falta de graça...
Viajando pelo mundo, ou olhando esse tipo de informação, tomamos consciência de como estamos atrasados ainda.
Em alguns setores, o atraso é justificável e fazemos força para avançar.
Em outros, como educação, por exemplo, o fato é que estamos andando para trás...
Não deixem de dormir por isso, ou talvez sim: durmam menos e estudem mais...
Paulo Roberto de Almeida

Noticias do Imperio: ficando parecido com o Brasil...

Bem, parecido é um exagero, pois eles ainda não conseguiram ter um Congresso como o nosso (embora eles tenham tantos caipiras quanto temos aqui), e ainda não conseguiram alcançar nossos níveis de corrupção, esses verdadeiramente inigualáveis.
Mas, quanto a dívida pública e comprometimento de recursos orçamentários com o seu serviço, ou seja, pagamento de juros sobre o montante assustador da dívida, aí sim, o Império se aproxima perigosamente do Brasil.
Leiam a importante matéria abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

Obama budget plan shows interest owed on national debt quadrupling in next decade
By Steven Mufson
Washington Post Staff Writer
Thursday, February 17, 2011; 1:59 AM

Interest payments on the national debt will quadruple in the next decade and every man, woman and child in the United States will be paying more than $2,500 a year to cover for the nation's past profligacy, according to figures in President Obama's new budget plan.

Starting in 2014, net interest payments will surpass the amount spent on education, transportation, energy and all other discretionary programs outside defense. In 2018, they will outstrip Medicare spending. Only the amounts spent on defense and Social Security would remain bigger under the president's plan.

The soaring bill for interest payments is one of the biggest obstacles to balancing the federal budget, pushing the White House and Congress to come up with cuts deeper than previously imagined. Unlike with discretionary spending or even entitlement programs, the line item for interest payments cannot be altered except through other budget cuts.

The phenomenon is a bit like running up the down escalator. Without interest payments, the president's plan would balance the budget by 2017. But net interest payments that year are expected to reach $627 billion, up from $207 billion in the current fiscal year.

"This goes to the heart of why we have to address our fiscal problems," said Mark Zandi, co-founder and chief economist at Moody's Economy.com. "If we don't, we're going to get swamped by our interest payments."

Benjamin Friedman, a Harvard economic professor and author of "Day of Reckoning," about U.S. economic policy, said, "I think it's a reminder that we have a very serious problem and that the budget that's on the table does not address that problem."

Even with the cuts in Obama's budget, relief would not come until 2021, when the deficit as a percentage of gross domestic product would stop rising and plateau at 3.4 percent.

The explosion of interest payments comes from a double whammy of economic factors. First, the nation's debt is growing faster than the economy. Second, interest rates are rising. Over the next decade, net interest payments will amount to nearly 80 percent of the debt added, an indication of how past borrowing is forcing the country deeper into debt.

"We're running a gigantic deficit, and we're not growing very fast," said Kenneth Rogoff, an economics professor at Harvard University and former chief economist at the International Monetary Fund. "We're on a dramatically unsustainable path."

The Obama administration's latest forecasts starkly illustrate the phenomenon of generation shifting, moving today's costs to future taxpayers. The borrowing the United States did over the past decade - to pay for the 2001 tax cut, the wars in Iraq and Afghanistan, and propping up the economy during the steep 2009 downturn - is coming due this decade.

As bad as the outlook is in the Obama budget proposal for fiscal year 2012, it could get worse. So far, interest payments have been relatively low because of the willingness of global investors to lend the U.S. government money at abnormally low interest rates. But that could change.

"The scary scenario - which I am not predicting but is a real possibility - is an incident of capital flight, where investors lose confidence in the U.S., causing interest rates to rise precipitously and pushing the budget deficit even further into the red," said N. Gregory Mankiw, a Harvard economics professor and former chairman of President George W. Bush's Council of Economic Advisers.

The Obama budget's assumptions include a substantial increase in rates. It predicts that the interest rate on 10-year Treasury notes will climb from 3 percent this year to 3.6 percent next year. It forecasts rates of 5 percent by 2015 and 5.3 percent at the end of the decade.

Short-term rates will rise even more sharply, from nearly zero now to 4 percent by 2015 in the Office of Management and Budget assumptions.

Rogoff calls the administration's forecast "reasonable," but he warns that the actual number is hard to know with any certainty.

"The basic issue is that when you hold a lot of debt you're vulnerable to shifts in sentiment and sharp rises in the interest rates," Rogoff said.

He said that combined federal, state and municipal debt in the United States is at a record high, beyond the famous post-World War II levels. Unlike interest payments made then, however, a huge portion of interest payments are flowing to investors in other countries, draining funds out of the U.S. economy. (There are other interest payments made to the Social Security fund, but because they shift money from one pocket of the government to another, they are not counted in the net interest numbers.)

Some positive developments could ease the interest payment crisis, including faster-than-expected economic recovery, higher-than-expected tax receipts and lower-than-expected government borrowing rates.

Ultimately, Rogoff said, the federal government should aim to reduce the amount of debt as a percentage of GDP. But for now, the U.S. government is still borrowing just to meet the interest payments on earlier borrowing.

"We are in a self-reinforcing, vicious cycle," Zandi said.

He compared the United States to European nations such as Greece or Portugal, or developing nations that in the past have received bailouts from the European Central Bank or the IMF.

"But there's no one we can get help from," Zandi said, noting that no economy is bigger than the U.S. economy. "There's no sugar daddy out there for us."

Google e censura no Brasil: uma retificação importante

Agradeço ao leitor e comentarista Fernando Marés de Souza, responsável por um excelente blog chamado Roteiro de Cinema News, pela retificação importante e qualificação necessária, que fez em relação a este meu post:

Google: minha solidariedade, meu protesto contra a censura (16/02/2011)

Abaixo, seu post que desmente as informações alarmistas, e recomendo sua leitura na fonte, por inteiro, com gráficos, tabelas e quadros reproduzindo as principais matérias a respeito.

Só posso chegar a uma conclusão evidente: não podemos mais confiar sequer nos grandes jornais para uma informação correta sobre questões importantes.
Ceticismo sadio, portanto.
Paulo Roberto de Almeida

A VERDADE SOBRE O GOOGLE E A SUPOSTA CENSURA DE NOTÍCIAS NO BRASIL
Roteiro de Cinema News - Fernando Marés de Souza
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Estado de São Paulo, a Veja, incluindo o blog do Reinaldo Azevedo, e a Exame noticiaram hoje que o Brasil “é recordista de notícias censuradas no Google”, que o "Google foi obrigado por autoridades brasileiras a tirar do ar 398 textos jornalísticos". Os veículos apresentam como fato que "398 matérias" foram deletadas dos servidores Google por ordem das “autoridades”. Seria um fato escandaloso se fosse verdade, mas não é.

Por motivos que não compreendo, os grandes veículos de imprensa online não “linkam” suas fontes, não permitem que o leitor vá direto ao dado original para checar por si mesmo e para que possa interpretá-lo e inclusive levar adiante novas abordagens, como é o costume entre blogueiros independentes. Porém, fazendo uma pesquisa rápida, um "fact-check" de rotina, facilmente se descobre que o “fato” noticiado pelos três veículos - e por mais de cinqüenta outros veículos que foram na onda dos três - não é verdadeiro.

UPDATE: Depois de ler as informações publicadas aqui, o jornalista Gabriel Manzano corrigiu parcialmente a informação equivocada do Estadão sobre Google e suposta Censura de Notícias no Brasil. Veja, Reinaldo e Exame ainda não. Mesmo corrigindo a matéria, creio que não tenha sido eficiente. Notas ao final.

UPDATE 2: O jornalismo brazuca online, do "gillette press", do "ctrl C + ctrl V", das "matérias kibadas", foi todo na onda do Manzano e os veículos publicando desinformação e fatos não verdadeiros sobre "notícias censuradas no google" já se pode contar às dezenas, no mínimo 59, incluindo G1, UOL, Zero Hora, Portal Imprensa - clientes da Agência Estado - Coletiva Net, Folha de Ibitinga, Rio News, Comunique-se, entre outras, procure no Google News "censura + google".

UPDATE 3: Veja não reconhece publicamente que disseminou informação não verdadeira mas altera texto para versão mais próxima ao texto revisado do Estadão. Considero falta de ética da Editora Abril não publicar nota de esclarecimento sobre as informações equivocadas que publicou no site durante horas e lançou no Twitter, mensagem que foi retuitada por centenas de pessoas, como documentado nesta matéria.

O dado reportado é supostamente baseado em relatório elaborado pelo argentino Carlos Lauria, do Committee to Protect Journalists - que não fala em 398 "matérias jornalísticas", e sim "content" - informação que por sua vez é baseada em relatório do próprio Google, que pode ser facilmente acessada e “linkada” pela URL: http://www.google.com/transparencyreport/governmentrequests/?p=2010-06&r=BR&t=DETAIL

Pois bem, abaixo está o screenshot do relatório. Segundo os dados publicados pelo Google nenhuma “notícia” ou "matéria" foi censurada ou retirada do site (Google News = 0), o número expressivo de 398 pedidos de remoção de conteúdo dos servidores Google é formado por páginas do Orkut (99 pedidos de remoção por ordens judiciais e 220 extra judiciais, num total de 319), vídeos do Youtube (47 pedidos no total), fotos do Picasa (1 pedido), etc. As remoções são baseadas na legislação brasileira de direito de propriedade intelectual, de privacidade e/ou de personalidade. Nada tem a ver com censura, como bradam os jornalistas desinformados.

(ler a integra neste link)

Politica externa: mudancas na continuidade... Entrevista Manuel Sanches

Entrevista:
Manuel Sanchez: Política externa brasileira
Global 21, 16/02/2011

Manuel Sanchez: O entrevistado tem uma leitura de rara objetividade acerca da política externa brasileira, na qual aponta os prováveis caminhos que o Brasil irá trilhar na gestão Dilma Rousseff.

Global 21- Em recente notícia veiculada pelo Jornal do Brasil a afirmação de que "Discurso do Itamaraty é dos anos 60" é atribuída ao senhor. Em que sentido? Isto se refere aos atores da cúpula do MRE?

Manuel Sanches - Na verdade, o que eu disse foi que o Itamaraty, desde o final da Segunda Grande Guerra, tenta transformar o Brasil em uma potência regional, fato que vem conseguindo, diga-se de passagem. O Brasil foi o único país da América do Sul a enviar tropas para lutar na Europa, o que já era um indício de que tinha condições militares para ser uma potência regional. A entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados foi o resultado de muita negociação e o Itamaraty teve um papel importante na decisão final.

No corpo da notícia isto ficou claro, mas o título passou a impressão de que havia uma crítica genérica quanto a política atual do Itamaraty. A minha crítica não foi genérica, mas específica ao fato da posição dominante durante o governo Lula ter sido pouco prática e de resistência a maiores e melhores relações com a ALCA.

G21 - A ideologização da política de relações exteriores do governo Lula se perpetuará fazendo com que a ALCA permaneça em banho-maria?

MS - Com esta sua pergunta voltamos ao ponto básico. A política externa durante o governo Lula foi demasiadamente ideologizada, mas tudo indica que no governo Dilma a posição será mais técnica. Com isso, pode-se esperar que a questão da ALCA reapareça tanto no cenário diplomático como no cenário do comércio exterior, particularmente no comércio de produtos agrícolas.

G21- No seu entender as relações comerciais e políticas do Itamaraty permanecerão focadas nas relações sul - sul ou os atuais dirigentes terão a flexibilidade necessária para retomarem as relações norte-sul?

MS - Acredito que as perspectivas são de mudança. A própria escolha do Ministro Patriota já foi um sinal do novo governo de que o Itamaraty voltaria a ter uma posição mais técnica, tanto do ponto de vista político como do ponto de vista comercial, onde, neste último caso, o Itamaraty dever ter um papel coadjuvante em relação aos ministérios do setor produtivo.

Sempre existe uma relação entre a diplomacia e o comércio. Dizer-se que o comércio deve determinar a diplomacia ou ao contrario que a diplomacia deve determinar o comércio é uma visão estreita. As relações entre nações são sempre mais complexas e envolvem, além dos dois setores citados, a cultura, a língua, a história e a tecnologia.

As relações sul-norte não são apenas reflexos de uma dependência política, mas são também resultado de uma história que não pode ser apagada. Estas relações se manterão fortes nas próximas décadas, ainda que as relações sul-sul também possam e devam crescer. A crise iniciada em 2008 prejudicou um pouco as relações comerciais com os Estados Unidos e com a Europa mais isto deveu-se a uma menor capacidade de compra por parte de nossos parceiros.

G21 - Qual a leitura que o senhor faz acerca da vinda do presidente Obama e de seus principais assessores econômicos e políticos ao Brasil?

MS - Os americanos podem voltar a falar sobre a Alca, e certamente procurarão retomar um comércio mais intenso com o Brasil. O nosso país, por outro lado, não pode imaginar substituir o mercado americano ou europeu, pelo chinês, ou pelo cone sul. Primeiro porque o mercado americano é muito amplo e quando o consumo voltar a se aquecer será impossível conter as nossas exportações. Segundo porque, em relação à China, a América está mais próxima e os custos de transportes vão pesar favoravelmente para o comércio com os EUA.

O mesmo se pode dizer com relação à Europa. Quanto ao Cone Sul, especialmente a Argentina, este é o mercado próximo. Mas o mercado americano, quando aquecido, é mais forte. E também porque as relações comerciais com os EUA são históricas, os empresários se sentem mais seguros, não temem nenhuma reviravolta política ou econômica. Nos países do Cone Sul nunca se sabe. A morte de um líder, uma crise econômica, tudo pode resultar em um protecionismo prejudicial às relações comerciais internacionais.

O interesse de uma maior relação entre Brasil e Estados Unidos existe dos dois lados. Por isto, é claro que o Presidente Obama vai expressar os interesses dos empresários americanos em ampliar nossas relações comerciais, interesse que, como em toda a relação comercial, também existe do nosso lado.

G21 - A política comercial brasileira deverá permanecer capitaneada pelo Ministério de Relações Exteriores?
MS - Não acredito. O Ministério de Relações Exteriores tem uma missão mais nobre, digamos assim, uma missão de médio e longo prazo. E o corpo diplomático do Itamaraty sabe disso. Eles não querem ser comerciantes e sabem que a ação do Ministério, no caso comercial, é mais como coadjuvante e de definição de linhas de longo prazo.

Esta presença forte do Itamaraty na atividade comercial durante o governo Lula diminuiu de alguma maneira a missão da diplomacia. Devido à ideologização que ocorreu, é possível que os diplomatas tenham sofrido baixas que não sofreriam se atuassem dentro de suas linhas clássicas. Por exemplo, o desejo brasileiro de participar do Conselho de Segurança da ONU, trabalho que o Itamaraty desenvolve há décadas sofreu com o apoio dado ao Iran. E não acredito que tenhamos tido nenhum benefício comercial com os países árabes pelo fato de termos apoiado o Iran.

Também não acho que os ministérios da área de produção devam supor que podem direcionar a diplomacia brasileira. Seria muita presunção e os diplomatas são muito ciosos de suas funções. Agora, como parece que o Itamaraty volta àquilo que sempre fez e quis, os produtores e exportadores brasileiros vão poder aproveitar para também cumprir o seu papel de buscar mercados, seja no Norte ou no Sul.

G21 - Na administração Dilma Roussef as políticas de relações exteriores tendem a ser mais pragmáticas do que ideológicas?

MS - Seguindo a mesma linha de raciocínio anterior, acho que a política de relações exteriores será mais pragmática, para ficarmos nesta oposição entre pragmatismo e ideologia.
Dito isto, devemos ressaltar que o pragmatismo também é uma ideologia. Por outro lado, quando se supera o pragmatismo e se olha a longo prazo, é possível ver melhores parceiros no futuro. Acho que esta é a postura quanto ao futuro é aquela que tanto Itamaraty como exportadores devem ter com relação aos mercados americanos e europeus, mercados que superarão a crise atual e voltarão a ser interessantes para os brasileiros.

* Manuel Sanches é Professor Adjunto de Ciência Política, Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo cursado o Mestrado em Administração Pública na John Kennedy School, em Harvard e o Curso de Doutorado em Planejamento em Cornell.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Google: minha solidariedade, meu protesto contra a censura

A Google não precisa da minha solidariedade, claro, mas eu gostaria que existisse um instrumento constitucional que viabilizasse que essa companhia pudesse processar um juiz, e puni-lo pecuniariamente, frente a um Conselho de Justiça credível, por exemplo (não essa associação entre amigos que existe atualmente), cada vez que um desses censores togados violasse a Constituição proibindo a divulgação de notícias verdadeiras (não boatos).
Paulo Roberto de Almeida

Brasil bate recorde de censura ao Google
Gabriel Manzano
Estado de S.Paulo, 16/02/2011

Só na primeira metade do ano passado, o Google foi obrigado por autoridades brasileiras a tirar do ar 398 textos jornalísticos. Foi recorde mundial do período. O dobro do segundo da lista, a Líbia. O dado está no relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), divulgado ontem em São Paulo.

Além disso, nos dias finais da corrida eleitoral brasileira os juízes do País emitiram 21 ordens de censura, revela uma pesquisa do Centro Knight para o Jornalismo, do Texas (EUA). Muitas agências de notícias foram também multadas ou tiveram de remover conteúdos. “Esse quadro mostra que a censura e a autocensura, que vem junto, estão atingindo níveis muito sérios no Brasil”, resumiu Carlos Lauria, coordenador do CPJ, que veio ao Brasil apresentar o levantamento Ataques à Imprensa em 2010. Ele distribuiu ainda outro texto menor sobre a situação na América Latina, em encontro promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). “Nossos levantamentos apontam 44 jornalistas mortos em serviço e 145 presos, em todo o mundo, no ano passado”, resumiu.

A censura ao Estado, hoje em seu 565.º dia, é o destaque de abertura do levantamento sobre o continente. “É espantoso que, num país como o Brasil, um dos maiores jornais seja proibido de noticiar um grande escândalo, que envolve figuras políticas conhecidas. Não consigo imaginar o The Washington Post sendo proibido de publicar algo sobre um ex-presidente americano”, disse ele. Lauria vai a Brasília amanhã, onde se reunirá com autoridades do Planalto, da Secretaria das Comunicações e dos Direitos Humanos. A agenda inclui uma visita ao Supremo Tribunal Federal.

Artifício. Os levantamentos do comitê, nos cinco continentes, apontam um novo artifício dos governos para impedir o trabalho da imprensa: eles enquadram os jornalistas em crimes de outra ordem, como subversão ou atos contra o interesse nacional, nos quais as leis sobre imprensa não se aplicam. Isso tem ocorrido no Oriente Médio, no Casaquistão, na África.

Stanley Ho: so os muito ricos tem o privilegio de ter bandidos na propria familia...

Pois é, ainda bem que você, eu e a maior parte dos que nos lêem, não temos tanto dinheiro assim. Tem suas vantagens, claro, mas também pode ser perigoso...

Ho family feud takes new twist
Shanghai Daily, February 17, 2011

ASIAN casino magnate Stanley Ho has filed a new lawsuit in an attempt to get back a US$1.45 billion stake in his Macau gambling empire that he says was seized by members of his own family.

It's yet another twist in a family feud that erupted in late January over who will control Ho's interests in the world's biggest gambling market.

The 89-year-old Ho, who was hospitalized for seven months after reportedly undergoing brain surgery in August 2009, has 16 surviving children by four women he calls his wives. The ongoing drama highlights a power struggle among different branches of the family for control of his gambling business.

Ho's law firm said yesterday it had filed legal proceedings for a second time in Hong Kong's High Court. The first suit was withdrawn after Ho's relatives promised to try to negotiate an agreement.

The firm's senior partner, Gordon Oldham, told reporters that it went back to the courts again because no deal had been reached.

"Dr Ho is very annoyed, very disappointed that in spite of two weeks of discussion between the four families, no resolution has been brought to him," he said.

The firm said that Pansy and Daisy Ho, two of Ho's daughters by his second wife, have broken their promise to return the stake.

The two are named as defendants in a writ filed with the court, along with two companies controlled by the families of Ho's second and third wives, and Lanceford, a company that held Ho's stake in Hong Kong-listed casino operator Sociedade de Jogos de Macau, or SJM.

Controversy erupted when SJM said most of Ho's shares in Lanceford were being transferred to the companies controlled by the families of the second and third wives.

Ho says he wants to divide his assets equally among his four families.

Oldham reiterated that Ho was misled into signing over the shares.

"Dr Ho was not aware of what he was being asked to sign, he was not aware of the nature of the documents and we have to draw our own conclusions as to the influence of Pansy and Daisy or others," he said.

The law firm said the legal action would continue until Ho's shares are returned and other family members may be added "unless their full cooperation is forthcoming."

The high-stakes drama has fascinated Hong Kong residents with its glimpse into the private life of one of the city's wealthiest men. Forbes earlier this year estimated Ho's fortune at US$3.1 billion.

Macau's economy has boomed since it broke up its gambling monopoly eight years ago. Ho's casinos are still the market leaders, accounting for about 30 percent of the city's gambling revenue, which surged to a record US$23.5 billion last year.

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Argentina: retrocendo no protecionismo, desmantelando o Mercosul

Sem comentários...

Argentina decide aumentar barreiras contra importações
Da Redação - DCI, 17/02/2011

O governo da Argentina decidiu aumentar as barreiras contra importações, conforme medida publicada no Diário Oficial de ontem. O Ministério de Indústria anunciou a ampliação da lista de produtos atingidos pelo sistema de Licenças Não Automáticas (LNA), de 400 para 600 itens.

Este sistema exige a aprovação prévia do governo para a entrada dos produtos no mercado doméstico. A nova lista inclui produtos metalúrgicos, siderúrgicos, eletrônicos, linhas, tecidos, automóveis de luxo, vidros, bicicletas, motos, entre outros.

Os automóveis atingidos são os que possuem motores acima de 3.000 centímetros cúbicos, no caso dos que são movidos a gasolina, e os superiores a 2.500 centímetros cúbicos para os movidos a diesel. Na realidade, a importação de automóveis de luxo pela Argentina está paralisada desde o início de fevereiro.

Assessores da ministra de Produção, Débora Giorgi, explicaram que "a medida não afeta os automóveis provenientes do Brasil e México". Porém, segundo levantamento realizado pela consultoria Investigações Econômicas Setoriais (IES), as importações de autopeças cresceram 61,7% em 2010 frente a 2009.

Com as restrições, o governo pretende pressionar os empresários para que realizem investimentos no país e produzam mais autopeças nacionais. Em nota oficial, Giorgi explicou que a medida tem o objetivo de "preservar os produtos nacionais no mercado interno" e o "processo de reindustrialização". Ela diz que as novas licenças serão aplicadas em setores nos quais a Argentina tem uma produção nacional capaz de satisfazer a demanda.

"A estratégia de comércio administrado para resguardar os postos de trabalho deu resultados satisfatórios à nossa indústria, que conseguiu substituir importações no valor de US$ 9,2 bilhões, no último ano", afirmou a ministra. Ela detalhou, ainda, que "os setores cujas importações têm licenças não automáticas são os que mais aportaram para a substituição de produtos importados, como o automobilístico, eletrônicos, linha branca, calçados e têxteis". Débora Giorgi ressaltou que a medida "não significa que não se possa importar."

Passaportes diplomaticos: voce tambem quer um?

Parece que a festa, ou a farra, segundo alguns, foi farta...

Em 5 anos, Itamaraty deu 328 passaportes especiais
Por Matheus Leitão
Folha de S.Paulo, 16/02/11

O Itamaraty concedeu 328 passaportes diplomáticos em caráter excepcional e por “interesse do país” de 2006 a 2010, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os beneficiados estão ex-vice-presidentes, ex-governadores, vice-governadores, 11 prefeitos de “grandes capitais”, presidentes de partidos, ministros aposentados de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União, líderes religiosos, diretores e secretários-gerais do Congresso Nacional. O detalhamento consta da resposta assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e enviada ao Ministério Público Federal no Distrito Federal.

No dia 6 de janeiro, a Folha revelou que os filhos de Lula Marcos Cláudio, 39, e Luís Cláudio, 25, receberam o superpassaporte em caráter excepcional. O pedido foi feito pelo então presidente, com a justificativa de ser “interesse do país”. Outros três filhos e três netos de Lula também receberam o benefício dado pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Depois da reportagem publicada, o Ministério Público pediu a anulação dos passaportes diplomáticos concedidos para pessoas não contempladas pelo decreto 5978/ 2006 e o controle da emissão do documento por “interesse do país”. O decreto previa que o documento fosse dado a presidentes, vice-presidentes, ministros, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, funcionários da carreira diplomática, ministros dos tribunais superiores, procurador-geral da República, subprocuradores-gerais, ex-presidentes e seus dependentes (filhos até 21 anos -e até 24 anos, no caso de estudantes).

Patriota admite em sua resposta que os familiares de Lula receberam o documento em condição excepcional. Ele afirma ainda que o ex-presidente é uma “personalidade que continua a ter grande prestígio nacional e internacional”. Na resposta ao Ministério Público, o Itamaraty lista outras pessoas que também têm o superpassaporte.
São eles: diretores executivos do Banco do Brasil, do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da Organização Internacional do Café, da Organização Internacional de Madeiras Tropicais, da Interpol, do FMI (Fundo Monetário Internacional) e até da Fifa. Dos 328 casos excepcionais, 148 são funcionários da Presidência da República.

CARDEAIS
Para justificar os 22 líderes religiosos na lista de beneficiários, Patriota diz que é para manter a simetria aos “cardeais” da CNBB, que recebem o benefício do Vaticano. A Folha mostrou que o bispo Romualdo Panceiro, segundo na hierarquia da Igreja Universal do Reino de Deus, recebeu o documento.

Livros: renda-se ao primeiro impulso, mas no Kindle...

Continuando a minha novela da compra de uma tradução pavorosa deste livro, por 89 reais, eu poderia ter comprado esta versão, imediatamente:

Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West - Kindle Edition - Kindle eBook (Mar. 25, 2008) by Anthony Pagden
Buy: $11.90
Auto-delivered wirelessly

Ou seja, poderia, até deveria, ter comprado essa versao: custaria menos de 20 reais, com entrega imediata e eu poderia até ler no escurinho do cinema...

Pode-se até baixar uma versão demonstração, antes de comprar, e ler o essencial...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Livros: compre originais na Abebooks, varias vezes mais barato que edicoes brasileiras

Recebi vários comentários e algumas demandas paralelas, por isso retomo o assunto que já foi objeto de alguns posts abaixo: as péssimas, horrorosas, pavorosas (com poucas exceções) traduções brasileiras de livros estrangeiros, sobretudo especializados.
Se fosse só a qualidade da tradução, seria parte do problema, ainda que o principal. Mas o custo é igualmente extorsivo (em grande medida por culpa do governo).

Por isso recomendo a todos que comprem livros da maior rede de sebos do mundo:

Abebooks.com

Tem também na França (Abebooks.fr), na Grâ-Bretanha (.uk), na Alemanha (.de) etc., etc., etc.
Podem conferir: para qualquer título corrente que vocês imaginarem, tem pelo menos 50 ofertas, de 4 a 40 dólares, enfim, todos os preços. Tem livros praticamente novos sendo vendidos por menos de 10 dólares.
Mesmo agregando um frete para o Brasil que pode ficar entre 10 e 15 dólares, dependendo do peso do livro, ainda assim fica pelo menos a metade do preço do equivalente brasileiro, se houver, quando não três vezes menos.

Não se deixem mais roubar, pelo preço e pela tradução, por edições brasileiras.