Domingo, dia de viagem, numa Peugeot 308, alugada na esquina, a diesel, e bastante confortável.
Foram 7h30 de viagem, incluídas paradas para restauração, pedágio, etc. No total, 754kms, o que dá uma média aparente de 100kms por hora.
Roteiro: Paris, A-6, direção a Lyon, depois A7, direção Marselha, com desvio em Salon de Provence, onde nos encontramos neste momento, num hotel Ibis dos arredores da cidade, conhecida por ser o local de nascimento de Nostradamus, o célebre "científico" do Renascimento, homem de muitas artes, entre elas a astronomia, e um pouco de astrologia.
Ele ficou famoso pelas suas "Centúrias", nas quais fazia algumas "previsões" estapafúrdias, irracionalmente repetidas por muitos, na atualidade, como prenunciadoras de catástrofes e outros acontecimentos fora do comum.
Pedro Paulo me diz que existem controvérsias sobre se seriam, de verdade, previsões quanto ao futuro, quando elas poderiam ser apenas comentários políticos sobre eventos e processos contemporâneos de Nostradamus.
Enfim, amanhã veremos tudo isso, na sua casa, hoje museu e biblioteca.
Salon de Provence, 27.09.2009
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
domingo, 27 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
1396) Referencia de estudos: nao estou ganhando nada com isso
Antes que alguém pense que eu pedi para ser mencionado, ou que entrei em negociações com um conhecido curso preparatório para os exames de ingresso na carreira diplomática para figurar na página de referências (Links Úteis) do referido curso (cujo nome não menciono para evitar publicidade indevida), esclareço, formal e explicitamente, que jamais autorizei ninguém, nem fui consultado em qualquer tempo, época e lugar para ter meu nome (e meu site) inscrito no cursinho em questão, como abaixo.
Paulo Roberto de Almeida
Paris, 27 de setembro de 2009
Links Úteis (apenas existentes no post original do cursinho, não nesta minha transcrição, que segue a título informativo, apenas)
Instituto Rio Branco - IRBr
Ministério das Relações Exteriores - MRE
Fundação Alexandre Gusmão - Funag
Instituto Brasileiro de Relações Internacionais - IBRI
Centro Brasileiro de Relações Internacionais - CEBRI
Guia de estudos e edital do Concurso de 2009
Organizações Internacionais
Acordo de Livre Comércio da América do Norte - Nafta
Acordo de Livre Comércio entre as Américas - Alca
Anistia Internacional
Associação de Nações do Sudeste Asiático - Asean
Banco Mundial
Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF
Fundo Monetário Internacional - FMI
Greenpeace
Mercado Comum do Sul - Mercosul
Organização dos Estados Americanos - OEA
Organização Mundial do Comércio - OMC
Organização Mundial da Saúde - OMS
Organização das Nações Unidas - ONU
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO
Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN
Pacto Andino
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA
União Européia
Outros
Associação Brasileira de Relações Internacionais
Associação dos Diplomatas Basileiros
Centro Brasileiro de Relações Internacionais
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília - Cespe
Columbia International Affairs Online - CIAO
FAQ do Candidato a Diplomata
Instituto Brasileiro de Relações Internacionais
Modern History Sourcebook
Mundo RI
O Debatedouro
Observatório Político Sul-americano
OECD Economic Outlook
Paulo Roberto de Almeida (Diplomata)
Laboratório de Análises em Relações Internacionais da UnB - LARI
Portal de Periódicos da CAPES
Rede Brasileira de Relações Internacionais - Relnet
South American Daily
Mundorama
Paulo Roberto de Almeida
Paris, 27 de setembro de 2009
Links Úteis (apenas existentes no post original do cursinho, não nesta minha transcrição, que segue a título informativo, apenas)
Instituto Rio Branco - IRBr
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1395) Turismo academico: flaneries em Paris
Batendo pé em Paris (mas em melhores condições do que George Orwell...)
Creio que foi Walter Benjamin, o conhecido crítico literário alemão que disse que gostava de "flâner" em Paris, ou seja, de percorrer suas ruas a esmo, apreciando a arquitetura, o povo e os costumes.
Eu também. Nesta sequência de minhas crônicas de viagem (confira o post 1389, para ver minhas tribulações para chegar até aqui), apenas posso complementar pouca coisa, posto que Paris não necessita de muitas descrições ou dicas: a cidade mais universal do mundo -- alguns diriam, depois de New York, mas a competição é diferente, e se dá em outra escala -- tem quase tudo do que você humanamente precisa para viver bem, descontando, talvez lugares para estacionar o carro, mas este não era o meu problema desta vez.
Minha única ocupação neste sábado 26 de setembro, ensolarado e suficientemente quente para dispensar o paletó que levei (mais para carregar a carteira, mapa, passaporte, óculos de sol, caderno de anotações, do que por necessidade), foi justamente aquilo que Benjamin recomendava a turistas culturais como nós: flâner dans Paris.
George Orwell também se dedicou a esse esporte, mais ou menos na mesma época que Walter Benjamin, mas ele ainda não se chamava George Orwell, nem tinha vários cartões de crédito, assim que não pode aproveitar como eu os prazeres de uma cidade quase perfeita.
Minha flânerie consistiu, tout simplement, em entrar em todas as livrarias que encontrava pelo caminho (e percorrer as mesas dos sebos nas calçadas), e ler de tudo um pouco, ao gosto do momento: romances, história, filosofia, economia, enfin presque tout ce qu'il peut avoir d'intéressant...
Não esquecer a gastronomia, também: retornamos, depois de praticamente 15 anos, ao mesmo restaurante grego da rue Mouffetard, que frequentamos nos anos 1990, Olympiades, para matar a saudade. Calamares fritos de entrada (mas apenas ligeiramente pannés, comme il faut, sem aquela crosta de chapelure que costuma sobrecarregar demais outros calamares menos felizes por aí), moussaka, poisson du jour, gambas à la grecque (não confundir com gambás gregos, que não sei se existem por lá). Le tout arrosé par un Retsina, que para quem não sabe é o vinho branco grego que bate no céu da boca e deixa um gostosa sensação de quero mais.
Mais tarde, mais um pouco de flânerie, mais livrarias e uma exposição sobre mangas japoneses da mais alta qualidade: a tropa de quatro desenhadoras do grupo Clamp, um must para quem conhece o gênero.
Sim, antes do almoço, na primeira livraria que entrei, comprei o último livro de Stéphane Courtois, Communisme et Totalitarisme (Paris: Perrin, 2009), com uma compilação de seus melhores artigos e contribuições sobre o tema. Para quem também não sabe, o historiador Courtois foi o coordenador do Livre Noir sur le Communisme, com Nicolas Werth, Jean Louis Panné e outros (1997), que teve imenso sucesso em desmascarar os crimes, o terror e a repressão dos regimes comunistas desde sua origem até os nossos dias.
Mais tarde, passei na Fnac e comprei o novo sistema operacional da Apple, o Snow Leopard, que já instalei e ainda preciso testar para ver como funciona (até agora tudo em ordem).
Sim, na primeira hora da manhã, fui alugar um carro, que pretendo pegar neste domingo e viajar ao sul, para a Provence, e depois Itália. Um domingo de viagem em lugares históricos e literários. Depois en conto...
Agora um pouco de Skype e depois dodô...
Paris, 26 de setembro de 2009
Creio que foi Walter Benjamin, o conhecido crítico literário alemão que disse que gostava de "flâner" em Paris, ou seja, de percorrer suas ruas a esmo, apreciando a arquitetura, o povo e os costumes.
Eu também. Nesta sequência de minhas crônicas de viagem (confira o post 1389, para ver minhas tribulações para chegar até aqui), apenas posso complementar pouca coisa, posto que Paris não necessita de muitas descrições ou dicas: a cidade mais universal do mundo -- alguns diriam, depois de New York, mas a competição é diferente, e se dá em outra escala -- tem quase tudo do que você humanamente precisa para viver bem, descontando, talvez lugares para estacionar o carro, mas este não era o meu problema desta vez.
Minha única ocupação neste sábado 26 de setembro, ensolarado e suficientemente quente para dispensar o paletó que levei (mais para carregar a carteira, mapa, passaporte, óculos de sol, caderno de anotações, do que por necessidade), foi justamente aquilo que Benjamin recomendava a turistas culturais como nós: flâner dans Paris.
George Orwell também se dedicou a esse esporte, mais ou menos na mesma época que Walter Benjamin, mas ele ainda não se chamava George Orwell, nem tinha vários cartões de crédito, assim que não pode aproveitar como eu os prazeres de uma cidade quase perfeita.
Minha flânerie consistiu, tout simplement, em entrar em todas as livrarias que encontrava pelo caminho (e percorrer as mesas dos sebos nas calçadas), e ler de tudo um pouco, ao gosto do momento: romances, história, filosofia, economia, enfin presque tout ce qu'il peut avoir d'intéressant...
Não esquecer a gastronomia, também: retornamos, depois de praticamente 15 anos, ao mesmo restaurante grego da rue Mouffetard, que frequentamos nos anos 1990, Olympiades, para matar a saudade. Calamares fritos de entrada (mas apenas ligeiramente pannés, comme il faut, sem aquela crosta de chapelure que costuma sobrecarregar demais outros calamares menos felizes por aí), moussaka, poisson du jour, gambas à la grecque (não confundir com gambás gregos, que não sei se existem por lá). Le tout arrosé par un Retsina, que para quem não sabe é o vinho branco grego que bate no céu da boca e deixa um gostosa sensação de quero mais.
Mais tarde, mais um pouco de flânerie, mais livrarias e uma exposição sobre mangas japoneses da mais alta qualidade: a tropa de quatro desenhadoras do grupo Clamp, um must para quem conhece o gênero.
Sim, antes do almoço, na primeira livraria que entrei, comprei o último livro de Stéphane Courtois, Communisme et Totalitarisme (Paris: Perrin, 2009), com uma compilação de seus melhores artigos e contribuições sobre o tema. Para quem também não sabe, o historiador Courtois foi o coordenador do Livre Noir sur le Communisme, com Nicolas Werth, Jean Louis Panné e outros (1997), que teve imenso sucesso em desmascarar os crimes, o terror e a repressão dos regimes comunistas desde sua origem até os nossos dias.
Mais tarde, passei na Fnac e comprei o novo sistema operacional da Apple, o Snow Leopard, que já instalei e ainda preciso testar para ver como funciona (até agora tudo em ordem).
Sim, na primeira hora da manhã, fui alugar um carro, que pretendo pegar neste domingo e viajar ao sul, para a Provence, e depois Itália. Um domingo de viagem em lugares históricos e literários. Depois en conto...
Agora um pouco de Skype e depois dodô...
Paris, 26 de setembro de 2009
1394) Comunismo religioso: a fé é a última que morre...

À ESPERA DE UM MILAGRE
Da esquerda para a direita (com todo o respeito): Ivan Pinheiro, Heloísa Helena, José Maria, Renato Rabelo e Rui Costa Pimenta. O personagem deitado na cama, para quem não sabe, é Marx
O título é meu, claro. Eu também acho que esse pessoal é inofensivo, contrariamente aos que acreditam que eles pretendem implantar o comunismo no Brasil.
Para que?, pergunto eu: eles sobrevivem muito melhor com o capitalismo, pois todos eles estão empregados, ganhando dinheiro do Estado, de empresas, de capitalistas e banqueiros, enfim, gozando do que existe de melhor no capitalismo, coisas que eles nunca teriam se o Brasil fosse socialista ou comunista.
A única coisa que eles conseguem é atrasar um pouco mais o Brasil, pois com todas essas mordomias e transferências de rendas, os capitalistas não conseguem investir pesadamente no crescimento e na criação de empregos.
Mas, para que?, eles já conseguiram os seus empregos e as suas rendas...
Brasil
O socialismo não morreu (para eles)
Para um bloco de partidos nanicos de esquerda, o marxismo
está mais vivo do que nunca e o capitalismo caminha inexoravelmente
para seu fim. Eles são inofensivos, apesar desse delírio
Veja, 30 de setembro de 2009
Um fantasma ronda a América Latina: o fantasma do comunismo. Pelo menos é o que acreditam os militantes de um punhado de partidos nanicos de esquerda que ainda sobrevivem na política brasileira. Para esse pessoal, não há nada mais importante do que impedir que as ideias de Karl Marx sejam devoradas pelo fungo e pelo bolor. Os esquerdistas radicais formam um grupo tão curioso quanto inofensivo. A grande aspiração dessa turma é assistir ao dia em que o socialismo, finalmente, vai se tornar o sistema econômico e político dominante no planeta. E esse dia estaria mais próximo, com o capitalismo perto de seus estertores, como demonstraria a crise financeira do ano passado. Apesar de animados, os nossos marxistas não pretendem se esforçar para acelerar a Grande Revolução Vermelha. Acham que basta sentar e esperar, visto que a marcha da história se encarrega de fazer o trabalho pesado.
O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), que integra esse bloco, é provavelmente a única agremiação marxista do mundo fundada depois da virada do século. Sua maior estrela é a ex-senadora Heloísa Helena. Com pouco mais de cinco anos de existência, o partido é um balaio de gatos. Abriga socialistas, trotskistas-cristãos, trabalhistas e até brizolistas. Com tantas correntes, é difícil afinar um discurso homogêneo, mas a maioria dos militantes concorda em um ponto: é preciso implantar um regime socialista no Brasil quanto antes. "Achamos que não há condições de fazer isso agora, mas um bom jeito de começar a transição socialista seria reestatizar a Vale do Rio Doce e expulsar o capital privado da Petrobras", diz o secretário de mobilização do PSOL, Roberto Robaina, reproduzindo um pensamento que, infelizmente, ronda o Palácio do Planalto.
Uma das agremiações mais barulhentas é o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Seu líder, José Maria de Almeida, foi candidato duas vezes a presidente da República. Em 1998, teve 0,30% dos votos. Em 2002, alcançou 0,47%. Zé Maria não se preocupa com essa falta de mais-valia nas urnas: "O importante é a revolução. Ela está chegando, e nós estamos preparados. Haverá uma insurreição do povo. Vamos derrubar o governo e mudar o regime". Uma revolução no Brasil? "É isso mesmo. Nos últimos anos houve conflagrações no Equador, na Argentina e na Bolívia. Eles só continuam capitalistas porque quando o povo foi para as ruas não havia partidos capazes de guiar a transição para o socialismo. Esse será o nosso papel quando a hora chegar", acrescenta um Zé Maria animadíssimo.
A foice e o martelo também continuam em riste nas mãos da velha guarda do PCB (Partido Comunista Brasileiro). "Nunca fez tanto sentido ser comunista quanto agora", garante o secretário-geral da legenda, Ivan Pinheiro. Pare ele, a crise econômica dos últimos doze meses é a senha para a ressurreição do modo de vida soviético. "O capitalismo não vai dar conta dessa crise. Digo mais: haverá uma próxima crise, muito maior. Quando isso acontecer, os trabalhadores do mundo todo vão perder seus empregos e terão de voltar a se organizar para lutar. Isso vai acontecer antes do que se imagina", entusiasma-se Ivan, o Terrível.
O giro da roda da história (eles não julgam que seria para trás) é questão prioritária também nas plenárias do PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Renato Rabelo, seu presidente, está convicto de que a queda do Muro de Berlim, em 1989, não representou o fim do marxismo: "Quando a União Soviética desabou, houve quem achasse que o socialismo tinha morrido. Que nada! Só alguém sem visão histórica nenhuma pode pensar assim". Para Rabelo, a aventura socialista mal começou: "O capitalismo levou 300 anos para superar o feudalismo. O marxismo tem pouco mais de 100 anos de existência. Ou seja, podemos precisar de mais 200 anos para tornar o mundo comunista". Nem o senador Eduardo Suplicy aguentaria mais dois séculos desse debate.
Essa confraria esquerdista se completa com uma obscura organização chamada PCO (Partido da Causa Operária). Como se fossem soldados da Coreia do Norte, seus militantes dificilmente saem em público, não dão bom-dia aos vizinhos e soltam a voz ao cantar a Internacional. Sua única face conhecida é o comissário-geral Rui Costa Pimenta, que em todas as eleições aparece na TV repetindo o slogan: "Quem bate cartão não vota em patrão". Uma rima, não uma solução, para continuar no pão com macarrão.
As ideias disparatadas desses partidecos dão certo colorido à democracia brasileira, nada mais. Ao sonharem com o pesadelo da restauração socialista, seus militantes conseguem apenas criar para si próprios uma imagem folclórica. Perderiam menos tempo se dessem ouvidos ao próprio Marx, objeto de sua devoção, que dizia que alguns fatos históricos podem acontecer duas vezes: na primeira, desenrolam-se como tragédia; na segunda, como farsa. O socialismo não voltará à vida. Está morto e enterrado, juntamente com milhões de cidadãos que, ao longo de setenta anos, pereceram sob sua mão de ferro. Ele só sobrevive como alucinação.
1393) Uma confusao jamais vista nos anais de uma Casa austera...

O pesadelo é nosso
Otávio Cabral e Duda Teixeira
Veja, edição 2132 - 30 de setembro de 2009 (publicada: 26.09.2009)
Na contramão da tradição diplomática nacional, o Brasil se intromete na política interna de outro país e o faz da pior maneira possível: como coadjuvante de Hugo Chávez
Lula tem na política o instinto matador que caracteriza os grandes artilheiros do futebol tão admirados por ele. Na semana passada, essa habilidade abandonou o presidente da República. Ele esteve em Nova York para discursar na abertura da 64ª Assembleia-Geral da ONU, palco privilegiado para fazer aquilo de que mais gosta e que faz como poucos: enaltecer o Brasil aos olhos do mundo. Em sua fala, Lula assinalou os avanços no uso de energias limpas no Brasil e mesmerizou os burocratas internacionais com ataques à caricatura do mercado onipotente. Ficou nisso. A maior parte do tempo passado sob os holofotes foi dedicada por Lula a falar de um país estrangeiro, Honduras, uma nação paupérrima sem nenhuma relação especial com o Brasil. Politicamente instável, Honduras vem de ejetar do posto e exilar um presidente, Manuel Zelaya, pela tentativa de desrespeitar a Constituição e, por meio da convocação de um plebiscito, perpetuar-se no poder.
Caso típico da contaminação ideológica patrocinada pelo venezuelano Hugo Chávez, Zelaya vendeu a Caracas seu pouco valorizado passado de latifundiário direitista. De repente, começou a se pautar pela cartilha populista chavista de miséria moral e material, supressão de liberdades individuais, desrespeito às leis, aos costumes civilizados, associação com o narcotráfico e, claro, eternização no poder – receita que estranhamente passou a ser chamada de esquerda na América Latina. Em uma operação comandada por Chávez, Zelaya foi conduzido de volta a Honduras e se materializou com numerosa comitiva na casa onde funciona a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Esse hóspede incômodo, de aparência bizarra e com sinais evidentes de distúrbios mentais – ele se diz vítima de ataques por radiação de alta frequência e gases tóxicos que ninguém mais percebe –, foi o grande assunto de Lula em Nova York. O Brasil pode esperar outra oportunidade.
Zelaya é um problema dos hondurenhos que encurtaram seu mandato antes que ele o espichasse indefinidamente. É um problema também de Chávez, que não se conforma em perder o investimento feito na conversão dele ao seu credo. É um problema dos Estados Unidos pela proximidade geográfica e por estar na sua esfera de influência histórica. Pois a semana acabou com Zelaya sendo um problema e constrangimento para o Brasil. Golpe de mestre de Chávez, que evitou alojar Zelaya na Embaixada da Venezuela, ordenando a seus amigos na paradiplomacia brasileira chefiada por Marco Aurélio Garcia que o acolhessem na representação brasileira. "Hoje, o Brasil tem um problema em Honduras e Chávez, que o produziu, não tem nenhum", diz Maristela Basso, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo. Chávez age como o líder do subcontinente americano. Faz troça dos Estados Unidos e ignora Lula.
Com as eleições marcadas para o próximo dia 29 de novembro, o governo interino que derrubou Zelaya se preparava para reconduzir o país à normalidade democrática. O candidato ligado a Manuel Zelaya aparecia até bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Seria uma saída rápida e democrática para um golpe, coisa inédita na América Latina. Seria. Agora o desfecho da crise é imprevisível. O mais lógico seria deixar o retornado sob os cuidados dos amigos brasileiros até depois das eleições, que, se legítimas, convenceriam a comunidade internacional das intenções democráticas dos golpistas. E, claro, com-binar isso com os apoiadores e detratores de Zelaya nas ruas (veja a reportagem da enviada especial de VEJA, Thaís Oyama), já que elas costumam ter sua própria e volátil dinâmica. O Brasil, que poderia ser parte da solução da crise de Honduras, tornou-se, graças a Chávez, o problema. A embaixada brasileira agora tem um hóspede que ouve vozes e uma paradiplomacia que ouve ditadores estrangeiros.
"O Brasil passou à condição de refém de Zelaya. Ele jamais quis nossa proteção, tudo o que quer é usar a embaixada como palanque eleitoral", definiu na sexta-feira passada o embaixador Marcos Azambuja, expoente do passado de diplomacia profissional de padrão mundial que um dia prevaleceu no Itamaraty. O ministro-conselheiro Francisco Catunda Resende, único diplomata brasileiro em Honduras, foi quem recebeu Zelaya, acompanhado da mulher, Xiomara, filhos e bagagem, às 11 horas da manhã de segunda-feira. Catunda Resende já tinha sido informado, em termos misteriosos, da iminente chegada de um visitante ilustre, conforme VEJA apurou no Itamaraty. O que não estava combinado era que Zelaya transformaria a embaixada em comitê de campanha, com centenas de correligionários acampados dentro do prédio. Ele deu entrevistas dentro da embaixada e proferiu um discurso da varanda do 2º andar. Disse que lutaria pelo cargo até a morte e conclamou a população a resistir. Tomou conta do lugar com tal desfaçatez que seu pessoal se recusou a dividir com os funcionários brasileiros a comida enviada pela ONU. A situação é inédita nas relações internacionais (veja o quadro). Em geral, um país dá asilo em sua embaixada a alguém que é perseguido e corre risco no país. Não é o caso de Zelaya, que estava em segurança na Nicarágua e resolveu voltar para Honduras, onde há um mandado de prisão contra ele. A versão oficial do Itamaraty é que está "abrigando o presidente Zelaya numa situação peculiar, na qual ele corre risco" e que ele "não é um asilado". "Se eu estivesse lá, deixaria o presidente deposto entrar na embaixada e o manteria lá. O que não tem cabimento é a chegada de 300 aliados políticos, que passaram a utilizar a embaixada como um comitê", diz Roberto Abdenur, que foi embaixador em Washington.
A ajuda a Zelaya é a confirmação da primazia da ideologia sobre o interesse nacional no governo Lula. Honduras só tem importância na retórica e nos planos de Chávez, que procura ampliar sua influência entre os pequenos países centro-americanos. Honduras não está na agenda diplomática do Brasil – aliás, de nenhum país exceto seus vizinhos e a Venezuela – porque não tem importância política ou econômica. É um exportador de bananas e, com sua instabilidade crônica, serviu de modelo para a criação da expressão "república bananeira". Praticamente, só conta com um parceiro comercial, os Estados Unidos. A crise é um daqueles casos em que os dois lados envolvidos não têm razão. Incentivado por Chávez, Zelaya tentou modificar uma cláusula pétrea da Constituição e instituir a reeleição. O Congresso e o Judiciário proibiram um plebiscito sobre o tema, que foi mantido por Zelaya. A Suprema Corte, então, decretou sua prisão. Em vez de prendê-lo, porém, um comando militar invadiu sua casa durante a madrugada e o expulsou do país, ainda de pijama. Em seu lugar foi empossado Roberto Micheletti, presidente do Congresso e membro do mesmo partido de Zelaya.
Houve um golpe de estado? Sim. País pequeno e pobre, Honduras foi transformada num caso exemplar do repúdio da comunidade internacional aos golpes de estado. Foi castigada com sanções econômicas e congelamento nas relações diplomáticas. Exceto por isso, o problema não era tão grande. A medida de força foi, até certo ponto, justificável pelas leis do país. Até o momento do golpe, o maior perigo para a democracia era o presidente Manuel Zelaya. Ele seguia os passos de Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales, e queria reescrever a Constituição para ampliar o próprio mandato. Não foi um golpe revolucionário, que rasga a Constituição, militariza o Poder Executivo e elimina a liberdade de expressão. Ao contrário, o objetivo era preservar as instituições. As eleições foram mantidas, com a presença da oposição, em 29 de novembro. Havia calma nas ruas, apesar de o país sentir o peso das sanções econômicas. A situação em Honduras só tinha importância para Zelaya. Se as eleições fossem realizadas, um novo presidente assumiria e o deposto cairia no anonimato. Em entrevista a VEJA, o americano Peter Hakim, do Diálogo Inter-Americano, um centro de estudos em Washington, colocou a questão em termos realistas: "Honduras pode ter cometido um pecado, mas não é a Sérvia ou Darfur. A comunidade internacional deveria focar no retorno da melhor democracia que eles possam ter". O governo Lula preferiu apoiar os planos de continuísmo de Zelaya. Essa intervenção jogou lenha na fogueira e pôs Honduras à beira da anarquia.
Manuel Zelaya é o mais improvável dos ícones adotados pela esquerda pró-Chávez. Um homem rico, dono de fazendas e madeireiras, anda sempre de botas, guayabera (a camisa típica da América Central) e chapéu branco, de abas largas. Com quase 2 metros de altura, bigodão de mexicano em filme americano, ele cultiva a imagem de um homem do campo honesto e trabalhador. Gosta de ser chamado de "Comandante Vaqueiro". Filho de uma família tradicional de fazendeiros, Zelaya filiou-se ao Partido Liberal, o mais à direita de Honduras, em 1970. Seu pai tinha sido do mesmo partido, mas teve suas ambições políticas frustradas quando passou sete anos na cadeia. Foi condenado como mandante do assassinato de dois padres e treze agricultores sem-terra que haviam invadido sua propriedade. A aproximação com Chávez ocorreu em 2008 e contou, no início, com apoio no Congresso. Em troca de 130 milhões de dólares, 4 milhões de lâmpadas e 100 tratores, Honduras entrou para a Alba, a associação de amigos de Chávez.
Os hondurenhos desconheciam então que o presidente também recebera de Chávez conselhos perversos sobre como se utilizar de mecanismos democráticos, como eleições e plebiscitos, para aniquilar a democracia e se perpetuar no poder. Um comunista diria que faltaram ao chavista neófito as condições objetivas para aplicar o modelo bolivariano de tomada do poder. Em fim de mandato, com popularidade baixa (30%), andava às turras com os companheiros liberais e, quando não conseguiu cooptar o chefe das Forças Armadas para a realização do plebiscito, ele fez a besteira de demiti-lo sumariamente. É um mistério como ele pretendia ser aceito como caudilho sem ter o apoio do Judiciário, do Legislativo, das Forças Armadas e da população. É difícil deduzir se Zelaya se atrapalhou por esperteza ou ingenuidade. Não se deve descartar a hipótese de que o homem seja um lunático. Como sugere sua queixa, na semana passada, de que "um grupo de mercenários israelenses" estava perturbando seu cérebro com "radiações de alta frequência". A paranoia dos raios mentais é um sintoma clássico de esquizofrenia. O certo é que Zelaya não cabe no figurino de um mártir da democracia.
Desde que foi deposto e expulso do país, em 28 de junho, Zelaya conta com a ajuda do Brasil. O presidente Lula e o senador José Sarney o receberam em Brasília com honras de chefe de estado. Um exagero, mas ainda dentro do razoável. Lula é obcecado por fazer do Brasil um protagonista no cenário mundial. Daí a mania de dar palpite em temas sobre os quais seria melhor ser discreto. O Brasil está bem equipado para desempenhar um papel mais ativo. Uma das dez maiores economias do mundo, o país é uma democracia de dimensões continentais. Seu presidente, por sua vez, é festejado e bem-vindo no exterior. Pode-se contar também com o apoio dos Estados Unidos, que veem o fortalecimento do Brasil como uma boa forma de conter a influência de Chávez no continente. Se o país é humilhado pelos vizinhos, tem suas riquezas roubadas impunemente e acumula derrotas nos organismos internacionais, é porque o presidente e seus diplomatas escolheram o caminho da ideologização da diplomacia nacional (veja o quadro). Qualquer regime minimamente antiamericano conta com o apoio tático do governo brasileiro – ainda que esteja envolvido em genocídio, como o do Sudão, ou seja tratado como pária mundial, como o do Irã. As estripulias dos governantes de esquerda da região – mesmo que eles estejam agindo contra os interesses brasileiros – são toleradas em silêncio pelo presidente Lula. "Por causa dessa política externa, estamos sempre a reboque dos acontecimentos", disse a VEJA Rubens Barbosa, que foi embaixador brasileiro em Washington. O Brasil poderia ser protagonista de uma solução pacífica em Honduras, cujo formato foi definido por Oscar Arias, Prêmio Nobel da Paz e presidente da Costa Rica, com o apoio dos Estados Unidos e da Organização dos Estados Americanos. Chávez foi mais convincente. Na Assembleia-Geral da ONU, em rompante, Lula chegou a dar ultimato ao governo de Honduras. Vai mandar os fuzileiros navais? Seria a suprema vitória de Chávez na armadilha que armou para Lula.
Com reportagem de Thomaz Favaro
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Especial Honduras: Protestos, populismo e pizza
Veja, edição 2132 - 30 de setembro de 2009 (publicada: 26.09.2009)
A volta de "Mel" virou a capital de um dos países mais pobres das Américas de cabeça para baixo. Não que ela estivesse muito melhor antes de toda essa confusão
Thaís Oyama, de Tegucigalpa
"LULA, LEVA DAQUI ESTA MULA"
A frase foi gritada por manifestantes pró-Micheletti. Sobrou também para Chávez
Mesmo numa cidade em que guardas privados exibem nas ruas escopetas e metralhadoras como se fossem estilingues, é assustador o aparato de segurança que cerca a embaixada brasileira em Tegucigalpa, a capital de Honduras. Mais de uma centena de soldados do Exército, armados de fuzis e escudos e divididos em quatro barreiras, bloqueia os acessos para a rua tranquila e arborizada que abriga a representação diplomática: o sobrado avarandado ocupa um terço do quarteirão, agora permanentemente sobrevoado por helicópteros militares. Lá dentro, com seu chapelão de caubói, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, dá entrevistas, faz reuniões, recebe aliados políticos e devora pizzas da cadeia Pizza Hut. Desde que retornou ao país numa viagem patrocinada pelo seu chefe, o venezuelano Hugo Chávez, Zelaya instalou-se na Embaixada do Brasil como se estivesse em casa – mostra-se à vontade demais até mesmo para o enorme espírito de solidariedade bolivariana do chanceler brasileiro Celso Amorim.
A volta de Mel, apelido pelo qual é conhecido por simpatizantes, virou Tegucigalpa de cabeça para baixo. O conflito entre os "zelaystas" e os "camisas brancas", como são chamados os que apoiam Roberto Micheletti, o ex-presidente do Congresso que assumiu o governo, já fez dois mortos. O que mais se ouve em Tegucigalpa é que "Zelaya está com os pobres e Micheletti defende os ricos" – um eco do sempre eficiente marketing produzido nas oficinas chavistas. Na capital de Honduras, 50% da população se encontra abaixo da linha de pobreza. Muitos dos bairros ainda não têm sequer água encanada. Nas lojas do centro, a falta de notas fiscais, ou mesmo de registros de compra, denuncia o estratosférico grau de informalidade da economia e, nas ruas, metade dos táxis em circulação é clandestina (o que parece já ter sido absorvido pela população – ao solicitar o recibo de uma corrida, a reportagem de VEJA ouviu do motorista uma resposta indignada: "Sou ilegal, como vou ter recibo?"). Para a população mais pobre, Zelaya é o presidente "que aumentou o salário mínimo e deu remédios aos velhos". Dar esmolas assistencialistas não mudou nada na essência, nem de Honduras, nem de Zelaya, mas serviu para retocar a imagem do político oriundo da oligarquia hondurenha que, agora, se apresenta como mártir da esquerda do continente.
Seguidor disciplinado do figurino de Chávez, Zelaya joga para a plateia. Na quarta-feira, em entrevista ao jornal Miami Herald, declarou estar com fortes dores de garganta devido aos "gases tóxicos" que mercenários israelenses a serviço de Micheletti estariam injetando no interior da embaixada para envenená-lo. Também disse que estava sendo submetido a radiações de alta frequência. No dia seguinte, em entrevista a VEJA (leia o quadro abaixo), declarou já estar se sentindo melhor, dado que sua "denúncia" havia tido o efeito de cessar o envenenamento. Na tarde de sexta, Zelaya voltou a falar em gás. Desta vez, haveria pessoas sangrando e com dificuldade para respirar. O assistente de chancelaria da embaixada, José Wilson Batista, disse que de fato sentiu um cheiro de gás e um ressecamento da garganta por volta do meio-dia, mas que isso durou "só uns quinze minutos" e que ele não viu ninguém sangrando.
O chapeleiro maluco está cercado de coelhos assustadiços. Um brasileiro que se encontra na embaixada relatou à reportagem que a comitiva do presidente deposto anda com os nervos à flor da pele. "Na madrugada de quinta-feira, a tensão era tamanha que uma simples queda de energia desencadeou uma histeria geral, com gente correndo e gritando pelas salas, como se fosse ocorrer uma invasão", contou o funcionário. O Exército de Micheletti dá sua contribuição para manter a alta voltagem no ambiente: de madrugada, pelotões marcham em frente à embaixada, batendo os escudos. Embora os confrontos de rua tenham cessado desde quinta-feira e as últimas manifestações na capital hondurenha tenham sido pacíficas, o toque de recolher continua. A partir das 7 da noite, as ruas do centro ficam desertas e escuras como se fosse madrugada. Já na periferia de Tegucigalpa, à escuridão e ao silêncio soma-se a presença maciça de soldados – o governo de Micheletti sabe que é dali que pode vir confusão de verdade.
"Desativaram os aparatos que me estavam adoecendo"
VEJA conversou por telefone com o presidente Manuel Zelaya, que, na quarta-feira, declarou estar sendo torturado na embaixada brasileira por agentes a mando das forças de Micheletti.
Como está a sua saúde, presidente?
Está melhorando, está melhorando.
Mas o senhor disse que estava sendo torturado por radiações de alta frequência e por gases tóxicos introduzidos na embaixada por mercenários israelenses.
Depois que denunciei isso, penso que desativaram os aparatos que me estavam adoecendo.
Até quando o senhor está disposto a ficar na embaixada? Um mês, um ano?
Penso que não será necessário tanto tempo. Estamos caminhando para uma solução. As coisas estão ficando claras para todos: a população de Honduras
já disse nas ruas o que quer.
Há brasileiros em Tegucigalpa dizendo-se hostilizados pelo fato de o Brasil tê-lo recebido na embaixada. O que o senhor tem a dizer a eles?
Que o Brasil tem meu reconhecimento pelo exemplo que deu ao mundo – um gesto que agora é seguido por muitos países e que confirma a vocação democrática do presidente Lula.
1392) Poder nuclear do Brasil para defender o petroleo do pre-sal, segundo o vice-presidente
Dispenso-me de comentários, e remeto aos comentários do jornalista Reinaldo Azevedo, de cujo blog transcrevo a matéria sobre a opinião (sim, uma mera opinião) do vice-presidente sobre a capacitação nuclear do Brasil.
Não contem para Obama: Arma nuclear pode proteger pré-sal, diz Alencar
Reinaldo Azevedo | VEJA.com 9/25/09 5:51 AM
O presidente interino, José Alencar, defendeu ontem que o Brasil desenvolva armas nucleares como instrumento de dissuasão e para proteger as reservas de petróleo encontradas na camada do pré-sal. Segundo Alencar, o governo ganhou respeitabilidade e credibilidade no cenário internacional para discutir o assunto.
“Do ponto de vista da dissuasão é importante [desenvolver armas nucleares], não adianta. O Brasil para ser um país realmente forte tem que avançar nisso aí. Especialmente para fins pacíficos. E mesmo a arma nuclear utilizada como instrumento dissuasório é de grande importância para um país que tem 15 mil quilômetros de fronteiras a oeste, tem um mar territorial e agora esse mar do pré-sal de 4 milhões de quilômetros quadrados de área”, disse.
Alencar afirmou que hoje o Brasil não enfrenta problemas com outros países, mas que essa realidade pode mudar pela “cobiça” que o pré-sal pode gerar em outras nações. “Estamos vendo aí o que tem sido feito da nossa fronteira, pessoas que entram com todo tipo de droga e não fazemos nada. O que é isso? Nós temos que tomar conta disso direito”, afirmou.
Ele citou o Paquistão, dizendo que o país “senta na mesa” com grandes nações porque tem armas nucleares.
“Nós dominamos a tecnologia da energia nuclear, mas ninguém aqui tem uma iniciativa para avançar nisso. O Paquistão tem coisas muito avançadas, mas são muito pobres [...] Eles sentam à mesa porque eles têm arma nuclear. É vantagem? É”, concluiu.
Alencar disse que o Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Para ele, a defesa do desenvolvimento de armas nucleares para fins pacíficos não entra em contradição nem com o tratado nem com a Constituição.
Ele defende que o governo “carimbe” recursos do Orçamento para as Forças Armadas. “Acho que [deve ser fixada] alguma coisa entre 3% e 5% do PIB. O sistema de defesa está abandonado há muito tempo.”
Comento (RA)
Não pensem que Alencar está falando o que lhe deu na telha. Isso é coisa debatida no governo. Como já ironizei aqui, Lula tem medo que roubem o petróleo do pré-sal. Vocês sabem, é coisa fácil de fazer…
Não contem para Obama: Arma nuclear pode proteger pré-sal, diz Alencar
Reinaldo Azevedo | VEJA.com 9/25/09 5:51 AM
O presidente interino, José Alencar, defendeu ontem que o Brasil desenvolva armas nucleares como instrumento de dissuasão e para proteger as reservas de petróleo encontradas na camada do pré-sal. Segundo Alencar, o governo ganhou respeitabilidade e credibilidade no cenário internacional para discutir o assunto.
“Do ponto de vista da dissuasão é importante [desenvolver armas nucleares], não adianta. O Brasil para ser um país realmente forte tem que avançar nisso aí. Especialmente para fins pacíficos. E mesmo a arma nuclear utilizada como instrumento dissuasório é de grande importância para um país que tem 15 mil quilômetros de fronteiras a oeste, tem um mar territorial e agora esse mar do pré-sal de 4 milhões de quilômetros quadrados de área”, disse.
Alencar afirmou que hoje o Brasil não enfrenta problemas com outros países, mas que essa realidade pode mudar pela “cobiça” que o pré-sal pode gerar em outras nações. “Estamos vendo aí o que tem sido feito da nossa fronteira, pessoas que entram com todo tipo de droga e não fazemos nada. O que é isso? Nós temos que tomar conta disso direito”, afirmou.
Ele citou o Paquistão, dizendo que o país “senta na mesa” com grandes nações porque tem armas nucleares.
“Nós dominamos a tecnologia da energia nuclear, mas ninguém aqui tem uma iniciativa para avançar nisso. O Paquistão tem coisas muito avançadas, mas são muito pobres [...] Eles sentam à mesa porque eles têm arma nuclear. É vantagem? É”, concluiu.
Alencar disse que o Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Para ele, a defesa do desenvolvimento de armas nucleares para fins pacíficos não entra em contradição nem com o tratado nem com a Constituição.
Ele defende que o governo “carimbe” recursos do Orçamento para as Forças Armadas. “Acho que [deve ser fixada] alguma coisa entre 3% e 5% do PIB. O sistema de defesa está abandonado há muito tempo.”
Comento (RA)
Não pensem que Alencar está falando o que lhe deu na telha. Isso é coisa debatida no governo. Como já ironizei aqui, Lula tem medo que roubem o petróleo do pré-sal. Vocês sabem, é coisa fácil de fazer…
1391) Discurso de Lula na AGNU, setembro de 2009
Destaco apenas a parte de economia e política internacional do discurso do Presidente Lula no Debate Geral da 64ª Sessão da Assembléia-Geral das Nações Unidas (Nova York, 23/09/2009), para comentários ulteriores...
PRA
(...)
Senhor Presidente,
Há exatamente um ano, no limiar da crise que se abateu sobre a economia mundial, afirmei desta tribuna que seria um grave erro, uma omissão histórica imperdoável, cuidarmos apenas das conseqüências da crise sem enfrentarmos as suas causas.
Mais do que a crise dos grandes bancos, essa é a crise dos grandes dogmas.
O que caiu por terra foi toda uma concepção econômica, política e social tida como inquestionável.
O que faliu foi um insensato modelo de pensamento e de ação que subjugou o mundo nas últimas décadas.
Foi a doutrina absurda de que os mercados podiam auto-regular-se, dispensando qualquer intervenção do Estado, considerado por muitos um mero estorvo. Foi a tese da liberdade absoluta para o capital financeiro, sem regras nem transparência, acima dos povos e das instituições. Foi a apologia perversa do Estado mínimo, atrofiado, fragilizado, incapaz de promover o desenvolvimento e de combater a pobreza e as desigualdades. A demonização das políticas sociais, a obsessão de precarizar o trabalho, a mercantilização irresponsável dos serviços públicos.
A verdadeira raiz da crise foi o confisco de grande parte da soberania popular e nacional – dos Estados e dos governos democráticos – por circuitos autônomos de riqueza e de poder.
Afirmei que era chegada a hora da política.
Disse que governantes – e não tecnocratas arrogantes – deveriam assumir a responsabilidade de enfrentar a desordem mundial.
O enfrentamento da crise e a correção de rumo da economia mundial não poderiam ficar apenas a cargo dos de sempre. Os países desenvolvidos – e os organismos multilaterais onde eles eram hegemônicos – foram incapazes de prever a catástrofe que se iniciava e, menos ainda, de preveni-la.
Os efeitos da crise se espalharam por todo o mundo, golpeando inclusive, e sobretudo, àqueles que há anos vinham reconstruindo suas economias com enormes sacrifícios.
Não é justo que o custo da aventura especulativa seja assumido pelos que nada têm a ver com ela – os trabalhadores e as nações pobres ou em desenvolvimento.
Passados doze meses, constatamos que houve alguns progressos mas que persistem muitas indefinições. Ainda não há uma clara disposição para enfrentar, no âmbito multilateral, as graves distorções da economia global.
O fato de ter sido evitado o colapso total do sistema parece ter provocado em alguns um perigoso conformismo.
A maioria dos problemas de fundo não foi enfrentada. Há enormes resistências em adotar mecanismos efetivos de regulação dos mercados financeiros.
Países ricos resistem em realizar reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial. É incompreensível a paralisia da Rodada de Doha, cujo acordo beneficiará sobretudo as nações pobres. Há sinais inquietantes de recaídas protecionistas. Pouco se avançou no combate aos paraísos fiscais.
Mas muitos países não ficaram de braços cruzados.
O Brasil – um dos últimos, felizmente, a sentir os efeitos da crise – é hoje um dos primeiros a sair dela.
Não fizemos nenhuma mágica. Simplesmente havíamos preservado nosso sistema financeiro do vírus da especulação. Havíamos reduzido nossa vulnerabilidade externa, passando da condição de devedores à de credores internacionais. Decidimos, junto com outros países, aportar recursos para que o FMI empreste dinheiro aos países mais pobres sem os condicionamentos inaceitáveis do passado.
Mas, sobretudo, desenvolvemos antes da crise, e depois que ela eclodiu, políticas anti-cíclicas. Aprofundamos nossos programas sociais, especialmente os de transferência de renda. Aumentamos os salários acima da inflação. Estimulamos, por meio de medidas fiscais, o consumo para impedir que se detivesse a roda da economia.
Já saímos da breve recessão. Nossa economia retomou seu ímpeto e anuncia um 2010 promissor. As exportações recuperam seu vigor. O emprego se recompõe de forma extraordinária. O equilíbrio macroeconômico foi preservado sem afetar as conquistas populares.
O que o Brasil e outros países demonstraram é que também nos momentos de crise precisamos realizar audaciosos programas sociais e de desenvolvimento.
Mas não tenho a ilusão de que poderemos resolver nossos problemas sozinhos, apenas no espaço nacional. A economia mundial é interdependente. Estamos todos obrigados a atuar além de nossas fronteiras. Por isso, é imprescindível refundar a ordem econômica mundial.
Nas reuniões do G20 e nos muitos encontros que mantive com líderes mundiais tenho insistido sobre a necessidade de irrigar a economia mundial com importantes créditos. Tenho defendido a regulação financeira, a generalização de políticas anti-cíclicas, o fim do protecionismo, o combate aos paraísos fiscais.
Com a mesma determinação, meu país propõe uma autêntica reforma dos organismos financeiros multilaterais.
Os países pobres e em desenvolvimento têm de aumentar sua participação na direção do FMI e do Banco Mundial. Sem isso não haverá efetiva mudança e os riscos de novas e maiores crises serão inevitáveis. Somente organismos mais representativos e democráticos terão condições de enfrentar complexos problemas como os do reordenamento do sistema monetário internacional.
Não é possível que, passados 65 anos, o mundo continue a ser regido pelas mesmas normas e valores dominantes quando da conferência de Bretton Woods.
Não é possível que as Nações Unidas, e seu Conselho de Segurança, sejam regidos pelos mesmos parâmetros que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.
Vivemos um período de transição no âmbito internacional.
Caminhamos em direção ao mundo multilateral. Mas também multipolar, seguindo as experiências de integração regional, como ocorre na América do Sul com a constituição da UNASUL.
Esse mundo multipolar não será conflitante com as Nações Unidas.
Ao contrário. Poderá ser um fator de revitalização da ONU.
De uma ONU com a autoridade política e moral para solucionar os conflitos do Oriente Médio, garantindo a coexistência de um Estado Palestino com o Estado de Israel.
De uma ONU que enfrente o terrorismo sem estigmatizar etnias e religiões, mas atacando suas causas profundas e promovendo o diálogo de civilizações.
De uma ONU que assuma a ajuda efetiva a países – como o Haiti – que buscam reconstruir sua economia e seu tecido social depois de haver recuperado a estabilidade política.
De uma ONU que se comprometa com o Renascimento africano que hoje assistimos.
De uma ONU capaz de adotar políticas eficientes de preservação e ampliação dos Direitos Humanos.
De uma ONU que possa avançar no caminho do desarmamento estabelecendo um real equilíbrio entre este e a não-proliferação.
De uma ONU que lidere cada vez mais as iniciativas para preservar o ambiente.
De uma ONU que, por meio do ECOSOC, incida nas definições sobre o enfrentamento da crise econômica.
De uma ONU suficientemente representativa para enfrentar as ameaças à paz mundial, por meio de um Conselho de Segurança renovado, aberto a novos membros permanentes.
(...)
PRA
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Senhor Presidente,
Há exatamente um ano, no limiar da crise que se abateu sobre a economia mundial, afirmei desta tribuna que seria um grave erro, uma omissão histórica imperdoável, cuidarmos apenas das conseqüências da crise sem enfrentarmos as suas causas.
Mais do que a crise dos grandes bancos, essa é a crise dos grandes dogmas.
O que caiu por terra foi toda uma concepção econômica, política e social tida como inquestionável.
O que faliu foi um insensato modelo de pensamento e de ação que subjugou o mundo nas últimas décadas.
Foi a doutrina absurda de que os mercados podiam auto-regular-se, dispensando qualquer intervenção do Estado, considerado por muitos um mero estorvo. Foi a tese da liberdade absoluta para o capital financeiro, sem regras nem transparência, acima dos povos e das instituições. Foi a apologia perversa do Estado mínimo, atrofiado, fragilizado, incapaz de promover o desenvolvimento e de combater a pobreza e as desigualdades. A demonização das políticas sociais, a obsessão de precarizar o trabalho, a mercantilização irresponsável dos serviços públicos.
A verdadeira raiz da crise foi o confisco de grande parte da soberania popular e nacional – dos Estados e dos governos democráticos – por circuitos autônomos de riqueza e de poder.
Afirmei que era chegada a hora da política.
Disse que governantes – e não tecnocratas arrogantes – deveriam assumir a responsabilidade de enfrentar a desordem mundial.
O enfrentamento da crise e a correção de rumo da economia mundial não poderiam ficar apenas a cargo dos de sempre. Os países desenvolvidos – e os organismos multilaterais onde eles eram hegemônicos – foram incapazes de prever a catástrofe que se iniciava e, menos ainda, de preveni-la.
Os efeitos da crise se espalharam por todo o mundo, golpeando inclusive, e sobretudo, àqueles que há anos vinham reconstruindo suas economias com enormes sacrifícios.
Não é justo que o custo da aventura especulativa seja assumido pelos que nada têm a ver com ela – os trabalhadores e as nações pobres ou em desenvolvimento.
Passados doze meses, constatamos que houve alguns progressos mas que persistem muitas indefinições. Ainda não há uma clara disposição para enfrentar, no âmbito multilateral, as graves distorções da economia global.
O fato de ter sido evitado o colapso total do sistema parece ter provocado em alguns um perigoso conformismo.
A maioria dos problemas de fundo não foi enfrentada. Há enormes resistências em adotar mecanismos efetivos de regulação dos mercados financeiros.
Países ricos resistem em realizar reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial. É incompreensível a paralisia da Rodada de Doha, cujo acordo beneficiará sobretudo as nações pobres. Há sinais inquietantes de recaídas protecionistas. Pouco se avançou no combate aos paraísos fiscais.
Mas muitos países não ficaram de braços cruzados.
O Brasil – um dos últimos, felizmente, a sentir os efeitos da crise – é hoje um dos primeiros a sair dela.
Não fizemos nenhuma mágica. Simplesmente havíamos preservado nosso sistema financeiro do vírus da especulação. Havíamos reduzido nossa vulnerabilidade externa, passando da condição de devedores à de credores internacionais. Decidimos, junto com outros países, aportar recursos para que o FMI empreste dinheiro aos países mais pobres sem os condicionamentos inaceitáveis do passado.
Mas, sobretudo, desenvolvemos antes da crise, e depois que ela eclodiu, políticas anti-cíclicas. Aprofundamos nossos programas sociais, especialmente os de transferência de renda. Aumentamos os salários acima da inflação. Estimulamos, por meio de medidas fiscais, o consumo para impedir que se detivesse a roda da economia.
Já saímos da breve recessão. Nossa economia retomou seu ímpeto e anuncia um 2010 promissor. As exportações recuperam seu vigor. O emprego se recompõe de forma extraordinária. O equilíbrio macroeconômico foi preservado sem afetar as conquistas populares.
O que o Brasil e outros países demonstraram é que também nos momentos de crise precisamos realizar audaciosos programas sociais e de desenvolvimento.
Mas não tenho a ilusão de que poderemos resolver nossos problemas sozinhos, apenas no espaço nacional. A economia mundial é interdependente. Estamos todos obrigados a atuar além de nossas fronteiras. Por isso, é imprescindível refundar a ordem econômica mundial.
Nas reuniões do G20 e nos muitos encontros que mantive com líderes mundiais tenho insistido sobre a necessidade de irrigar a economia mundial com importantes créditos. Tenho defendido a regulação financeira, a generalização de políticas anti-cíclicas, o fim do protecionismo, o combate aos paraísos fiscais.
Com a mesma determinação, meu país propõe uma autêntica reforma dos organismos financeiros multilaterais.
Os países pobres e em desenvolvimento têm de aumentar sua participação na direção do FMI e do Banco Mundial. Sem isso não haverá efetiva mudança e os riscos de novas e maiores crises serão inevitáveis. Somente organismos mais representativos e democráticos terão condições de enfrentar complexos problemas como os do reordenamento do sistema monetário internacional.
Não é possível que, passados 65 anos, o mundo continue a ser regido pelas mesmas normas e valores dominantes quando da conferência de Bretton Woods.
Não é possível que as Nações Unidas, e seu Conselho de Segurança, sejam regidos pelos mesmos parâmetros que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.
Vivemos um período de transição no âmbito internacional.
Caminhamos em direção ao mundo multilateral. Mas também multipolar, seguindo as experiências de integração regional, como ocorre na América do Sul com a constituição da UNASUL.
Esse mundo multipolar não será conflitante com as Nações Unidas.
Ao contrário. Poderá ser um fator de revitalização da ONU.
De uma ONU com a autoridade política e moral para solucionar os conflitos do Oriente Médio, garantindo a coexistência de um Estado Palestino com o Estado de Israel.
De uma ONU que enfrente o terrorismo sem estigmatizar etnias e religiões, mas atacando suas causas profundas e promovendo o diálogo de civilizações.
De uma ONU que assuma a ajuda efetiva a países – como o Haiti – que buscam reconstruir sua economia e seu tecido social depois de haver recuperado a estabilidade política.
De uma ONU que se comprometa com o Renascimento africano que hoje assistimos.
De uma ONU capaz de adotar políticas eficientes de preservação e ampliação dos Direitos Humanos.
De uma ONU que possa avançar no caminho do desarmamento estabelecendo um real equilíbrio entre este e a não-proliferação.
De uma ONU que lidere cada vez mais as iniciativas para preservar o ambiente.
De uma ONU que, por meio do ECOSOC, incida nas definições sobre o enfrentamento da crise econômica.
De uma ONU suficientemente representativa para enfrentar as ameaças à paz mundial, por meio de um Conselho de Segurança renovado, aberto a novos membros permanentes.
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