A petição dos fabricantes de velas
Frédéric Bastiat
Instituto Von Mises Brasil, 6/12/2009
Aos Membros da Câmara de Deputados.
Cavalheiros:
Estais no caminho certo. Rejeitais as teorias abstratas e tendes pouca consideração para com a abundância e a barateza. Preocupais-vos, sobretudo, com os interesses do produtor. Desejais protegê-lo da concorrência externa e quereis reservar o mercado nacional para a indústria nacional.
Vimos oferecer-vos uma maravilhosa oportunidade para aplicardes a vossa - como diremos? A vossa teoria? Não, nada é mais enganador que a teoria. A vossa doutrina? O vosso sistema? O vosso princípio? Mas vós não gostais de doutrinas, tendes horror aos sistemas, e, quanto aos princípios, vós negais que eles existam na economia. Diremos, pois, a vossa prática - a vossa prática, sem teorias e sem princípios.
Estamos sofrendo a intolerável concorrência de um rival estrangeiro que, ao que parece, se beneficia de condições muito superiores às nossas para a produção de luz, com a qual ele inunda completamente o nosso mercado nacional a um preço fabulosamente baixo. No momento em que ele surge, as nossas vendas cessam, todos os consumidores recorrem a ele, e um ramo da indústria francesa, cujas ramificações são inumeráveis, é subitamente atingido pela mais completa estagnação. Este rival, que vem a ser ninguém menos que o sol, faz-nos uma concorrência tão impiedosa, que suspeitamos ser incitado pela pérfida Inglaterra (boa diplomacia nos tempos que correm!), visto que tem por aquela esnobe ilha uma condescendência que se dispensa de ter para conosco.
Pedimos-vos encarecidamente, pois, a gentileza de criardes uma lei que ordene o fechamento de todas as janelas, clarabóias, frestas, gelosias, portadas, cortinas, persianas, postigos e olhos-de-boi; numa palavra, de todas as aberturas, buracos, fendas e fissuras pelas quais a luz do sol tem o costume de penetrar nas casas, para prejuízo das meritórias indústrias de que nos orgulhamos de ter dotado o país - um país que, por gratidão, não poderia abandonar-nos hoje a uma luta tão desigual.
Certos estamos, nobres deputados, de que não tomareis o nosso pedido por uma sátira, e não o rejeitareis sem ao menos escutar as razões que exortaremos em seu apoio.
Em princípio, e se fechardes, o máximo possível, todo o acesso à luz natural, criando assim uma demanda por luz artificial, qual indústria francesa não se sentirá estimulada?
Se mais sebo for consumido, terá de haver mais gado bovino e ovino; e, consequentemente, ver-se-á multiplicarem-se as pastagens, a carne, a lã, o couro e, sobretudo, o estrume, que é o alicerce de toda a riqueza agrícola.
Se mais óleos forem consumidos, ver-se-á expandir-se a cultura da papoula, da oliveira e do nabo. Estas plantas ricas e erosivas oportunamente nos permitirão aproveitarmo-nos da crescente fertilidade que o rebanho adicional trará às nossas terras.
Nossos campos cobrir-se-ão de árvores resinosas. Numerosos enxames de abelhas recolherão, nas nossas montanhas, tesouros perfumados que emanam das flores - as quais hoje desperdiçam suas fragrâncias no ar desértico. Não haverá, pois, um único ramo da agricultura que não se beneficiará enormemente de tal política.
A mesma observação vale para a navegação: milhares de barcos dedicar-se-ão à caça de baleias e, em pouco tempo, haveremos de ter uma frota capaz de manter a honra da França e de gratificar as aspirações patrióticas dos peticionários abaixo assinados: os fabricantes de vela e outros.
Mas que diremos nós dos artigos manufaturados em Paris? Já podemos visualizar os enfeites dourados, os bronzes, os cristais nos candelabros, nos lampadários, nos lustres e nos candeeiros brilhando em espaçosos magazines, face aos quais as lojas de hoje não passam de meras butiques.
O pobre resineiro, no alto do litoral, ou o triste mineiro, no fundo da sua negra galeria, irão regozijar-se com maiores salários e com seu bem-estar aumentado.
Querei refletir sobre isto, cavalheiros; e ficareis convencidos de que não há talvez um só francês, do mais opulento proprietário de minas de carvão ao mais humilde vendedor de fósforos, a quem o sucesso da nossa petição não traga melhorarias de condição.
Prevemos as vossas objeções, cavalheiros; mas sabemos que vós não nos oporeis uma única objeção que não tenhais retirado daqueles decadentes livros utilizados pelos defensores do livre comércio. Ousamos desafiar-vos a pronunciar uma só palavra contra nós que não se volte imediatamente contra vós próprios e contra os princípios que norteiam toda a vossa política.
Dir-nos-eis que, se por um lado nós ganhamos com esta proteção que buscamos, por outro a França só terá a perder com ela, uma vez que o consumidor arcará com as despesas.
Responder-vos-emos:
Não mais tendes o direito de invocar os interesses do consumidor. Pois sempre que o interesse deste se viu em confrontação com o do produtor, sacrificastes sempre o próprio consumidor - e assim procedestes, de maneira sábia, para estimular o trabalho e aumentar o emprego. Pelo mesmo motivo, deveis de novo fazê-lo.
Haveis respondido vós próprios à objeção. Quando vos diziam que o consumidor está interessado na livre importação do ferro, do carvão, do sésamo, do trigo, dos têxteis, vós dizíeis: "sim, mas o produtor está interessado na sua exclusão". Pois bem! Se os consumidores estão interessados na livre admissão da luz natural, os produtores de luz artificial estão igualmente interessados na sua proibição.
Porém, novamente, vós podereis dizer ao povo que o produtor e o consumidor são indivisíveis. Se o fabricante ganhar com a proteção, fará do agricultor também um ganhador. E se a agricultura prosperar, abrir-se-ão mercados para as fábricas. Destarte, se nos conferirdes o monopólio da iluminação durante o dia, compraremos muito sebo, carvão, óleo, resina, cera, álcool, prata, ferro, bronze e cristal para alimentar a nossa indústria. Além disso, nós e os nossos numerosos fornecedores, enriquecidos, consumiremos muito e espalharemos a prosperidade por todos os ramos da indústria nacional.
Se disserdes que a luz do sol é uma dádiva da natureza, e que rejeitar tais dádivas seria o mesmo que rejeitar a própria riqueza sob o pretexto de se estar estimulando os meios de adquiri-la, então teremos de alertar-vos que estais pondo em risco toda a vossa própria política.
Notai que até agora haveis sempre rejeitado o produto estrangeiro exatamente por ele se aproximar da dádiva gratuita. Para aquiescerdes às exigências dos outros monopolistas, não foram necessários motivos; e rejeitar-nos fundamentando-vos precisamente naquilo em que estamos mais fundamentados que os outros seria como adotar a equação: + × + = - . Em outras palavras, seria acumular absurdo sobre absurdo.
A natureza e o trabalho humano cooperam em proporções diversas (dependendo dos países e dos climas) para a criação de um produto. A parte que corresponde à natureza é sempre gratuita; é a parte executada pelo trabalho humano que dá valor ao produto e é por ela que se paga.
Se uma laranja de Lisboa é vendida pela metade do preço de uma laranja de Paris, é porque o calor natural, e por consequência gratuito, faz por uma o que o calor artificial, e por isso custoso, precisa fazer pela outra
Assim, quando uma laranja nos chega de Portugal, podemos dizer que metade nos é dada gratuitamente e a outra metade, com custos; em outras palavras, ela chega a nós pela metade do preço da laranja de Paris.
Ora, é precisamente essa "semi-gratuidade" (perdão pela palavra) que deve ser repudiada. Vós direis: Como poderia a mão-de-obra nacional suportar a concorrência da mão-de-obra estrangeira quando a primeira tem tudo a fazer, e a última não tem de satisfazer senão metade das necessidades, encarregando-se o sol do resto?
Mas se essa "semi-gratuidade" vos leva a rejeitar a concorrência, por que a "gratuidade" inteira vos levaria a admitir a concorrência? Ou não sois lógicos, ou deveis, rejeitando a semi-gratuidade como prejudicial à indústria nacional, rejeitar com o dobro do zelo a gratuidade inteira.
Repetindo: quando produtos como carvão, trigo ou têxteis nos chegam de fora e podemos adquiri-los com menos trabalho do que se o fizéssemos nós mesmos, a diferença é uma dádiva gratuita que nos é conferida. Essa dádiva será mais ou menos considerável quanto maior ou menor for essa diferença. Esta diferença será de um quarto, metade, ou três quartos do valor do produto se o estrangeiro nos pedir apenas três quartos, metade ou um quarto do preço que pagaríamos normalmente. E ela será máxima quando o doador (como faz o sol em relação à luz) não nos pede nada.
A questão, e colocamo-la formalmente, é essa: quereis para a França o benefício do consumo gratuito ou as pretensas vantagens da produção onerosa? Escolhei, mas sede lógicos; pois, enquanto rejeitais o carvão, o ferro, o trigo e os têxteis estrangeiros pelo fato de seus preços se aproximarem de zero, que inconsistência seria admitir a luz do sol, cujo preço é zero, durante todo o dia!
Frédéric Bastiat foi o grande proto-austrolibertário cujas análises polêmicas ridicularizavam todos os clichês estatistas. Seu desejo primordial como escritor era passar às pessoas, da maneira mais prática possível, a urgência moral e material da liberdade.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
1556) Ufa, emergindo de uma longa noite censória...
Como qualquer um pode perceber, meu último post foi colocado no domingo 29 de novembro, quando ainda estava em Paris.
Agora também estou em Paris, mas já estamos na segunda-feira 7 de dezembro.
O intervalo foi ocupado com...
Censura, barreiras, muralha da China, total bloqueio informático.
Eu estava na China, claro, sem ter o mínimo acesso a sites e a todos os meus blogs, nada, zero, escuro total...
Estou com toneladas de materiais arquivados que nao pude transmitir, postar, sequer manipular de forma conveniente, posto que dependente de outros links e consultas que não pude efetuar enquanto estava na terra dos mongois, ou dos tartaros, whoever...
Bem, continuo trabalhando, mas sem tempo para retomar todo o material acumulado, que vou ter de reprocessar aos poucos, alguns ja carentes de atualidade, outros submergidos em novas camadas geológicas de material novo, ou urgente, ou mais importante, whatever...
Aproveito um intervalo de almoço, na Embaixada do Brasil, antes de voltar para minhas pesquisas (onde não tenho acesso), para postar esta simples informação.
De volta à civilização.
O que isso quer dizer?
Bem, comprei o International Herald Tribune e o Le Monde, para acompanhar com um pouco mais de detalhe a realidade internacional, escapando do China Daily e do Shanghai News, que só tem notícias e comentários filtrados, obviamente.
Aproveito para informar meu almoço, na praça Alma-Marceau:
Restaurante DeVéz
Noix de Saint Jacques espetados num poireaux, endives confites num creme d'orange, acompanhado de um AOC Muscat de Beaumes de Venise (domaine Perrin, 2007), com degustation de Roquefort, depois, e um café para terminar...
Nao posso reclamar, a não ser do preço, mas isso é o esperado...
De noite já combinei um encontro com o doutorando do meu filho numa livraria de Saint Germain que fica aberta durante a noite (caso desejemos ficar por lá, o que pouco provável), para escolhar um restaurante nas imediações.
Depois informo o menu, para alguns degustarem virtualmente...
Paris, 7.12.2009
Agora também estou em Paris, mas já estamos na segunda-feira 7 de dezembro.
O intervalo foi ocupado com...
Censura, barreiras, muralha da China, total bloqueio informático.
Eu estava na China, claro, sem ter o mínimo acesso a sites e a todos os meus blogs, nada, zero, escuro total...
Estou com toneladas de materiais arquivados que nao pude transmitir, postar, sequer manipular de forma conveniente, posto que dependente de outros links e consultas que não pude efetuar enquanto estava na terra dos mongois, ou dos tartaros, whoever...
Bem, continuo trabalhando, mas sem tempo para retomar todo o material acumulado, que vou ter de reprocessar aos poucos, alguns ja carentes de atualidade, outros submergidos em novas camadas geológicas de material novo, ou urgente, ou mais importante, whatever...
Aproveito um intervalo de almoço, na Embaixada do Brasil, antes de voltar para minhas pesquisas (onde não tenho acesso), para postar esta simples informação.
De volta à civilização.
O que isso quer dizer?
Bem, comprei o International Herald Tribune e o Le Monde, para acompanhar com um pouco mais de detalhe a realidade internacional, escapando do China Daily e do Shanghai News, que só tem notícias e comentários filtrados, obviamente.
Aproveito para informar meu almoço, na praça Alma-Marceau:
Restaurante DeVéz
Noix de Saint Jacques espetados num poireaux, endives confites num creme d'orange, acompanhado de um AOC Muscat de Beaumes de Venise (domaine Perrin, 2007), com degustation de Roquefort, depois, e um café para terminar...
Nao posso reclamar, a não ser do preço, mas isso é o esperado...
De noite já combinei um encontro com o doutorando do meu filho numa livraria de Saint Germain que fica aberta durante a noite (caso desejemos ficar por lá, o que pouco provável), para escolhar um restaurante nas imediações.
Depois informo o menu, para alguns degustarem virtualmente...
Paris, 7.12.2009
domingo, 29 de novembro de 2009
1555) Cuba: uma economia de penuria
Uma economia de cinto apertado e respiração suspensa
Mauricio Vicent
O Globo, 20/11/2009
HAVANA. Cuba mergulha de novo na escuridão da crise. A falta de liquidez é agora asfixiante.
Nos últimos nove meses, o intercâmbio comercial caiu em 36% — e 80% desta queda são nas importações. O desabastecimento nas casas de câmbio é geral e há cortes na energia elétrica para evitar os apagões.
Algumas empresas fecharam. O governo começou a eliminar subsídios e gratuidades sociais e pede à população que aperte o cinto porque as restrições em 2010 serão maiores. O Estado só manterá a gratuidade em saúde e educação.
As convocações à economia e à austeridade são normais e cíclicas em Cuba. Mas desta vez a situação parece pior. A condição financeira é grave. “Muito grave”, assegura um economista que não deseja publicidade. Confirma o que se sabe há meses entre os homens de negócio e as embaixadas: já são centenas os empresários estrangeiros que não podem transferir dinheiro depositado em suas contas em bancos cubanos. Não há fundos. Calcula-se que em torno de US$ 600 milhões imobilizados. Mas essa é só uma estimativa.
O próprio Raúl Castro reconheceu ao chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, que a situação é muito delicada. O presidente cubano disse que o país cumprirá os compromissos, mas advertiu que não há soluções imediatas e será necessário negociar prazos caso a caso.
Segundo economistas independentes, o Produto Interno Bruto poderia decrescer, após vários anos de resultados positivos.
As autoridades previam um crescimento do PIB em 2009 de 6%, mas depois recalcularam em 1,8%.
Segundo o governo, vários fatores influem na crise atual: a recessão internacional; a queda dos preços de seus produtos exportados, enquanto sobem os de alimentos e combustíveis que importam; as sequelas dos furacões no ano passado, que deixaram perdas equivalentes a 20% do PIB; e os efeitos do embargo americano. Não se menciona um assunto que para muitos é vital: a ineficiência da economia socialista e a falta de reformas que reativem a produtividade. As importações cubanas, que no ano passado chegaram a US$ 14 bilhões, este ano se reduziram a US$ 4 bilhões.
Nas lojas em moeda estrangeira — só elas dispõem de artigos de primeira necessidade, de azeite a xampu — cada vez há menos produtos.
Cada empresa e cada província segue um severo plano de consumo de energia. Nas lojas e escritório públicos é proibido usar o arcondicionado durante grande parte do dia, e empresas não lucrativas foram fechadas.
O governo começa a desmantelar o sistema de subsídios. Depois da eliminação dos bandejões em quatro ministérios, a experiência se estendeu aos 24.500 restaurantes operários que existem em todo o país. Na semana passada, saíram da caderneta de racionamento a vagem e a batata, que agora são vendidas por um preço muito mais alto
Mauricio Vicent
O Globo, 20/11/2009
HAVANA. Cuba mergulha de novo na escuridão da crise. A falta de liquidez é agora asfixiante.
Nos últimos nove meses, o intercâmbio comercial caiu em 36% — e 80% desta queda são nas importações. O desabastecimento nas casas de câmbio é geral e há cortes na energia elétrica para evitar os apagões.
Algumas empresas fecharam. O governo começou a eliminar subsídios e gratuidades sociais e pede à população que aperte o cinto porque as restrições em 2010 serão maiores. O Estado só manterá a gratuidade em saúde e educação.
As convocações à economia e à austeridade são normais e cíclicas em Cuba. Mas desta vez a situação parece pior. A condição financeira é grave. “Muito grave”, assegura um economista que não deseja publicidade. Confirma o que se sabe há meses entre os homens de negócio e as embaixadas: já são centenas os empresários estrangeiros que não podem transferir dinheiro depositado em suas contas em bancos cubanos. Não há fundos. Calcula-se que em torno de US$ 600 milhões imobilizados. Mas essa é só uma estimativa.
O próprio Raúl Castro reconheceu ao chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, que a situação é muito delicada. O presidente cubano disse que o país cumprirá os compromissos, mas advertiu que não há soluções imediatas e será necessário negociar prazos caso a caso.
Segundo economistas independentes, o Produto Interno Bruto poderia decrescer, após vários anos de resultados positivos.
As autoridades previam um crescimento do PIB em 2009 de 6%, mas depois recalcularam em 1,8%.
Segundo o governo, vários fatores influem na crise atual: a recessão internacional; a queda dos preços de seus produtos exportados, enquanto sobem os de alimentos e combustíveis que importam; as sequelas dos furacões no ano passado, que deixaram perdas equivalentes a 20% do PIB; e os efeitos do embargo americano. Não se menciona um assunto que para muitos é vital: a ineficiência da economia socialista e a falta de reformas que reativem a produtividade. As importações cubanas, que no ano passado chegaram a US$ 14 bilhões, este ano se reduziram a US$ 4 bilhões.
Nas lojas em moeda estrangeira — só elas dispõem de artigos de primeira necessidade, de azeite a xampu — cada vez há menos produtos.
Cada empresa e cada província segue um severo plano de consumo de energia. Nas lojas e escritório públicos é proibido usar o arcondicionado durante grande parte do dia, e empresas não lucrativas foram fechadas.
O governo começa a desmantelar o sistema de subsídios. Depois da eliminação dos bandejões em quatro ministérios, a experiência se estendeu aos 24.500 restaurantes operários que existem em todo o país. Na semana passada, saíram da caderneta de racionamento a vagem e a batata, que agora são vendidas por um preço muito mais alto
1554) Voyage au bout de la Terre (sort of...)
Começou mal, como da vez anterior, quando tentava embarcar para Paris, no final de Setembro, para uma viagem de lazer...
Desta vez eu tentava embarcar para Paris, para uma missão a trabalho, com destino a Shanghai, onde vou pela primeira vez.
Logo no sábado pela manha, quando eu ainda dormia um sono reparador, tendo voltado já na madrugada do próprio sábado de uma viagem ao Rio de Janeiro, um funcionário da Air France me ligou de Paris, para dizer que o vôo que pretendia embarcar em SP, estava atrasado, o que impossibilitaria o vôo de conexão em Paris (onde estou neste exato momento) para Shanghai.
Começou aí uma corrida contra o tempo, para tomar um vôo anterior, saindo de SP (mas que era impossível alcançar a partir de Brasília, em função do avançado da hora), ou então embarcar para o Rio, para um outro vôo da Air France.
Ufa: depois de corridas para cá e para lá, consegui pegar os dois vôos, sempre no último minuto de embarque.
Em Setembro último eu tive de pagar de meu próprio bolso o trajeto Lisboa-Paris, em função de greve dos pilotos da TAP (ah, esse sindicalismo combativo...). Agora, tive mais sorte: a despeito dos tropeços da TAM, a Air France foi muito eficiente.
Meu problema no intervalo era o de avisar o cônsul brasileiro em Shanghai, Embaixador Marcos Caramuru, que deveria partir comigo, e que tentei colocar no vôo anterior, sem dispor de seu celular ou outros contatos. Três telefonemas -- a Shanghai, ao Rio e a SP -- talvez tenham resolvido o impasse, mas o fato é que em Paris, ainda não tive notícias dele...
Deveríamos ter, em princípio, uma reunião no Consulado em Shanghai -- desculpem, prefiro esta fórmula, ao Xangai brasileiro -- na tarde da segunda-feira, 30/11, precedida de uma reunião da delegação brasileira no próprio Hotel, mas parece que os integrantes da delegação também foram vítimas dessas turbulências aéreas...
Enfim, a corrida foi tamanha, que nem pude desfrutar das benesses da sala VIP da Air France no Galeão, o Salon Icare, um nome que já frequentou uma das minhas crônicas relacionais, que caberia reler agora. Na mesma ocasião, eu também fiz uma outra crônica em torno de Ulisses, em sua busca interminável por um porto, mais exatamente a sua ilha de Itaca, onde o esperava uma Penélope muito paciente...
Não posso reclamar do serviço da Classe Affaires da Air France, ao contrário: todos os jornais e revistas que me atraem, inclusive a Harvard Business Review (um número especial sobre Peter Drucker), e comidas e distração (filmes, musica) para todos os gostos.
Vejamos: comecei com champagne (Lawson Black Label Brut, na verdade um mélange de varietais da região, e não um brut légitime), salgadinhos refinados, seguido de um Hors d'Oeuvre com Foie Gras com chutney de manga, acompanhado de um vinho do Porto Tawny, dez anos (uma pedrinha de gelo, comme il faut).
Para jantar Tournedos com crosta de ervas, sauce à la moutarde et miel, mandioca no vapor, batonets de carotte au beurre. Sim: um Bordeau rouge, Chateau Cantemerle Haut Médoc 2003 (pas mal), que também acompanhou os queijos (três variedades, inclusive um roquefort).
Sobremesa: sorbet de citron, seguido de cognac.
Fiquei lendo e escrevendo: terminei uma crítica (devastadora, ao que parece) da Estratégia Nacional de Defesa, que conforme escrevi não é bem uma estratégia, nem é de defesa, sendo apenas prosaicamente nacional (et encore). Completa um texto anterior que elaborei de comentários dissidentes a essa END (it's not the end...).
Agora estou no Salon da Air France em Charles De Gaulle, esperando a chamada para o meu vôo de Shangai, com todos os jornais disponíveis, em todas as línguas européias.
Encerro esta primeira crônica de viagem, antes de começar mais uma da série Shanghai, um capítulo à parte...
Paulo Roberto de Almeida
Paris, 29.11.2009
Desta vez eu tentava embarcar para Paris, para uma missão a trabalho, com destino a Shanghai, onde vou pela primeira vez.
Logo no sábado pela manha, quando eu ainda dormia um sono reparador, tendo voltado já na madrugada do próprio sábado de uma viagem ao Rio de Janeiro, um funcionário da Air France me ligou de Paris, para dizer que o vôo que pretendia embarcar em SP, estava atrasado, o que impossibilitaria o vôo de conexão em Paris (onde estou neste exato momento) para Shanghai.
Começou aí uma corrida contra o tempo, para tomar um vôo anterior, saindo de SP (mas que era impossível alcançar a partir de Brasília, em função do avançado da hora), ou então embarcar para o Rio, para um outro vôo da Air France.
Ufa: depois de corridas para cá e para lá, consegui pegar os dois vôos, sempre no último minuto de embarque.
Em Setembro último eu tive de pagar de meu próprio bolso o trajeto Lisboa-Paris, em função de greve dos pilotos da TAP (ah, esse sindicalismo combativo...). Agora, tive mais sorte: a despeito dos tropeços da TAM, a Air France foi muito eficiente.
Meu problema no intervalo era o de avisar o cônsul brasileiro em Shanghai, Embaixador Marcos Caramuru, que deveria partir comigo, e que tentei colocar no vôo anterior, sem dispor de seu celular ou outros contatos. Três telefonemas -- a Shanghai, ao Rio e a SP -- talvez tenham resolvido o impasse, mas o fato é que em Paris, ainda não tive notícias dele...
Deveríamos ter, em princípio, uma reunião no Consulado em Shanghai -- desculpem, prefiro esta fórmula, ao Xangai brasileiro -- na tarde da segunda-feira, 30/11, precedida de uma reunião da delegação brasileira no próprio Hotel, mas parece que os integrantes da delegação também foram vítimas dessas turbulências aéreas...
Enfim, a corrida foi tamanha, que nem pude desfrutar das benesses da sala VIP da Air France no Galeão, o Salon Icare, um nome que já frequentou uma das minhas crônicas relacionais, que caberia reler agora. Na mesma ocasião, eu também fiz uma outra crônica em torno de Ulisses, em sua busca interminável por um porto, mais exatamente a sua ilha de Itaca, onde o esperava uma Penélope muito paciente...
Não posso reclamar do serviço da Classe Affaires da Air France, ao contrário: todos os jornais e revistas que me atraem, inclusive a Harvard Business Review (um número especial sobre Peter Drucker), e comidas e distração (filmes, musica) para todos os gostos.
Vejamos: comecei com champagne (Lawson Black Label Brut, na verdade um mélange de varietais da região, e não um brut légitime), salgadinhos refinados, seguido de um Hors d'Oeuvre com Foie Gras com chutney de manga, acompanhado de um vinho do Porto Tawny, dez anos (uma pedrinha de gelo, comme il faut).
Para jantar Tournedos com crosta de ervas, sauce à la moutarde et miel, mandioca no vapor, batonets de carotte au beurre. Sim: um Bordeau rouge, Chateau Cantemerle Haut Médoc 2003 (pas mal), que também acompanhou os queijos (três variedades, inclusive um roquefort).
Sobremesa: sorbet de citron, seguido de cognac.
Fiquei lendo e escrevendo: terminei uma crítica (devastadora, ao que parece) da Estratégia Nacional de Defesa, que conforme escrevi não é bem uma estratégia, nem é de defesa, sendo apenas prosaicamente nacional (et encore). Completa um texto anterior que elaborei de comentários dissidentes a essa END (it's not the end...).
Agora estou no Salon da Air France em Charles De Gaulle, esperando a chamada para o meu vôo de Shangai, com todos os jornais disponíveis, em todas as línguas européias.
Encerro esta primeira crônica de viagem, antes de começar mais uma da série Shanghai, um capítulo à parte...
Paulo Roberto de Almeida
Paris, 29.11.2009
1553) The End is Near: are you prepared?
Certo, certo: o mundo não vai acabar em 2012, mas os mais céticos deveriam fazer os seus investimentos apenas até o final de 2011, e -- quem sabe? -- torrar todo do dinheiro numa volta ao mundo entre o final de 2011 e o começo de 2012.
Depois disso pode ser o dilúvio...
Ajustem os relógios regressivos, para a contagem dos dias que faltam (bem, precisa ver a data exata no site da Sony...)
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Paulo Roberto Almeida
Astronomynews
Cientistas criticam proposta de "2012" e indicam cenários de fim do mundo
DENNIS OVERBYE
do New York Times
A Nasa (agência espacial norte-americana) criticou a Sony em outubro por sugerir, em sua campanha publicitária para o filme "2012", que o mundo acabaria em 2012.
No ano passado, o Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), também assegurou que o mundo não acabaria tão cedo --portanto, acho que tudo isso é uma boa notícia para quem fica nervoso facilmente. Com que frequência vemos duas instituições científicas top de linha como essas nos garantindo que está tudo bem?
Por outro lado, é meio triste, se você estava ansioso por tirar umas férias das prestações do imóvel para financiar uma última festança.
As declarações do Cern tiveram a intenção de aliviar temores de que um buraco negro sairia de seu novo Grande Colisor de Hádrons (LHC) e engoliria a Terra.
O pronunciamento da Nasa, na forma de vários posts em sites e um vídeo postado no YouTube, foi uma resposta a temores de que o mundo fosse acabar no dia 21 de dezembro de 2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como Grande Contagem no calendário maia teoricamente chegaria a um fim.
Filme
O burburinho em torno do fim dos dias atingiu o auge com o lançamento do filme "2012", dirigido por Roland Emmerich, que já trouxe desgraças fictícias para a Terra anteriormente, com alienígenas e geleiras, em "Independence Day" e "O Dia Depois de Amanhã".
No filme, o alinhamento entre o Sol e o centro da galáxia, no dia 21 de dezembro de 2012, faz com que o astro fique ensandecido e lance na superfície da Terra inúmeras partículas subatômicas ambíguas conhecidas como neutrinos.
De alguma forma, os neutrinos se transformam em outras partículas e aquecem o centro da Terra. A crosta terrestre perde suas amarras e começa a se enfraquecer e deslizar por aí.
Los Angeles cai no oceano; Yellowstone explode, causando uma chuva de cinzas no continente. Ondas gigantes varrem o Himalaia, onde governos do planeta tinham construído em segredo uma frota de arcas, nas quais 400 mil pessoas selecionadas poderiam se abrigar das águas.
Porém, essa é apenas uma versão do apocalipse. Em outras variações, um planeta chamado Nibiru colide com o nosso ou o campo magnético da Terra enlouquece.
Existem centenas de livros dedicados a 2012, e milhões de sites, dependendo de que combinação de "2012" e "fim do mundo" você digite no Google.
"Tolices": Segundo astrônomos, tudo isso é besteira.
"Grande parte do que se alega que irá ocorrer em 2012 está baseada em desejos, grandes tolices pseudocientíficas, ignorância de astronomia e um alto nível de paranoia", afirmou Ed Krupp, diretor do Griffith Observatory, em Los Angeles, e especialista em astronomia antiga, em um artigo publicado na edição de novembro da revista "Sky & Telescope".
Pessoalmente, adoro histórias sobre o fim do mundo desde que comecei a consumir ficção científica, quando era uma criança. Fazer o público se borrar nas calças é o grande lance, desde que Orson Welles transmitiu a "Guerra dos Mundos", uma notícia falsa sobre uma invasão de marcianos em Nova Jersey, em 1938.
No entanto, essa tendência tem ido longe demais, disse David Morrison, astrônomo do Ames Research Center da NASA, em Moffett Field, Califórnia. Ele é autor do vídeo no YouTube refutando a catástrofe e um dos principais pontos de contato da agência sobre a questão das profecias maias prevendo o fim dos dias.
"Fico com raiva de ver como as pessoas estão sendo manipuladas e aterrorizadas para alguém ganhar dinheiro", disse Morrison. "Não há direito ético que permita assustar crianças para ganhar dinheiro".
Desesperados
Morrison afirmou receber cerca de 20 cartas e mensagens de e-mail por dia de pessoas até da Índia, assustadas até o último fio de cabelo. Em uma mensagem de e-mail, ele anexou exemplos que incluíam uma mulher perguntando se deveria se suicidar, matar sua filha e seu bebê ainda no útero. Outra mensagem veio de uma pessoa questionando se deveria sacrificar seu cachorro, a fim de evitar o sofrimento de 2012.
Tudo isso me fez lembrar os tipos de cartas que recebi no ano passado sobre o suposto buraco negro do Cern. Isso também era mais ficção científica do que fato científico, mas aparentemente não há nada melhor que a morte para nos aproximar de domínios abstratos como física e astronomia. Nessas situações, quando a Terra ou o Universo não estão nem aí para você e seus entes queridos, o cósmico realmente se torna algo pessoal.
Morrison disse não culpar o filme por todo o burburinho, não tanto quanto os vários outros divulgadores das previsões maias e a aparente incapacidade de algumas pessoas (e isso se reflete em vários aspectos da nossa vida nacional) de distinguir a realidade da ficção. Porém, ele disse, "meu doutorado foi em astronomia, não em psicologia".
Em mensagens de e-mail, Krupp disse: "Sempre estamos incertos em relação ao futuro, e sempre consumimos representações dele. Somos seduzidos pelo romantismo do passado longínquo e pela escala exótica do cosmo. Quando tudo isso se junta, ficamos hipnotizados".
O porta-voz da Nasa, Dwayne Brown, afirmou que a agência não faz comentários sobre filmes, deixando essa tarefa para os críticos de cinema. No entanto, quando se trata de ciência, disse Brown, "achamos que seria prudente oferecer um recurso".
Aquecimento global
Se você quer ter algo para se preocupar, afirma a maioria dos cientistas, deve refletir sobre as mudanças climáticas globais, asteróides ou guerra nuclear. Porém, se a especulação sobre as antigas profecias mexem com você, aqui estão algumas coisas, segundo Morrison e outros, que você deve saber.
Para começar, os astrônomos concordam que não há nada especial em relação ao alinhamento do Sol e do centro galáctico. Isso ocorre todo mês de dezembro, sem nenhuma consequência física além do consumo exagerado de panetones. De qualquer forma, o Sol e o centro galáctico não vão exatamente coincidir, nem mesmo em 2012.
Se houvesse outro planeta lá fora vindo em nossa direção, todo mundo já teria percebido. Quanto às violentas tempestades solares, o próximo auge do ciclo das manchas solares só ocorrerá em 2013, e será no nível mais suave, afirmam astrônomos.
O apocalipse geológico é uma aposta melhor. Já houve grandes terremotos na Califórnia, e provavelmente haverá outros. Esses tremores poderiam destruir Los Angeles, como mostrou o filme, e Yellowstone poderia entrar em erupção novamente com uma força cataclísmica, mais cedo ou mais tarde.
Nós e nossas obras somos, de fato, apenas passageiros frágeis e temporários na Terra. Porém, neste caso, "mais cedo ou mais tarde" significa centenas de milhões de anos --e haveria bastante aviso quando chegasse a hora.
Os maias, que eram astrônomos e cronometristas bons o suficiente para prever a posição de Vênus 500 anos no futuro, merecem coisa melhor.
O tempo maia era cíclico; especialistas como Krupp e Anthony Aveni, astrônomo e antropólogo da Colgate University, afirmam não haver evidências de que os maias achassem que algo especial ocorreria quando o marcador da Grande Contagem atingisse 2012. Existem referências em inscrições maias a datas antes e depois da atual Grande Contagem, afirmam os especialistas.
Sendo assim, continue pagando suas prestações normalmente.
Fonte da notícia: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u656318.shtml
Depois disso pode ser o dilúvio...
Ajustem os relógios regressivos, para a contagem dos dias que faltam (bem, precisa ver a data exata no site da Sony...)
-----------------
Paulo Roberto Almeida
Astronomynews
Cientistas criticam proposta de "2012" e indicam cenários de fim do mundo
DENNIS OVERBYE
do New York Times
A Nasa (agência espacial norte-americana) criticou a Sony em outubro por sugerir, em sua campanha publicitária para o filme "2012", que o mundo acabaria em 2012.
No ano passado, o Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), também assegurou que o mundo não acabaria tão cedo --portanto, acho que tudo isso é uma boa notícia para quem fica nervoso facilmente. Com que frequência vemos duas instituições científicas top de linha como essas nos garantindo que está tudo bem?
Por outro lado, é meio triste, se você estava ansioso por tirar umas férias das prestações do imóvel para financiar uma última festança.
As declarações do Cern tiveram a intenção de aliviar temores de que um buraco negro sairia de seu novo Grande Colisor de Hádrons (LHC) e engoliria a Terra.
O pronunciamento da Nasa, na forma de vários posts em sites e um vídeo postado no YouTube, foi uma resposta a temores de que o mundo fosse acabar no dia 21 de dezembro de 2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como Grande Contagem no calendário maia teoricamente chegaria a um fim.
Filme
O burburinho em torno do fim dos dias atingiu o auge com o lançamento do filme "2012", dirigido por Roland Emmerich, que já trouxe desgraças fictícias para a Terra anteriormente, com alienígenas e geleiras, em "Independence Day" e "O Dia Depois de Amanhã".
No filme, o alinhamento entre o Sol e o centro da galáxia, no dia 21 de dezembro de 2012, faz com que o astro fique ensandecido e lance na superfície da Terra inúmeras partículas subatômicas ambíguas conhecidas como neutrinos.
De alguma forma, os neutrinos se transformam em outras partículas e aquecem o centro da Terra. A crosta terrestre perde suas amarras e começa a se enfraquecer e deslizar por aí.
Los Angeles cai no oceano; Yellowstone explode, causando uma chuva de cinzas no continente. Ondas gigantes varrem o Himalaia, onde governos do planeta tinham construído em segredo uma frota de arcas, nas quais 400 mil pessoas selecionadas poderiam se abrigar das águas.
Porém, essa é apenas uma versão do apocalipse. Em outras variações, um planeta chamado Nibiru colide com o nosso ou o campo magnético da Terra enlouquece.
Existem centenas de livros dedicados a 2012, e milhões de sites, dependendo de que combinação de "2012" e "fim do mundo" você digite no Google.
"Tolices": Segundo astrônomos, tudo isso é besteira.
"Grande parte do que se alega que irá ocorrer em 2012 está baseada em desejos, grandes tolices pseudocientíficas, ignorância de astronomia e um alto nível de paranoia", afirmou Ed Krupp, diretor do Griffith Observatory, em Los Angeles, e especialista em astronomia antiga, em um artigo publicado na edição de novembro da revista "Sky & Telescope".
Pessoalmente, adoro histórias sobre o fim do mundo desde que comecei a consumir ficção científica, quando era uma criança. Fazer o público se borrar nas calças é o grande lance, desde que Orson Welles transmitiu a "Guerra dos Mundos", uma notícia falsa sobre uma invasão de marcianos em Nova Jersey, em 1938.
No entanto, essa tendência tem ido longe demais, disse David Morrison, astrônomo do Ames Research Center da NASA, em Moffett Field, Califórnia. Ele é autor do vídeo no YouTube refutando a catástrofe e um dos principais pontos de contato da agência sobre a questão das profecias maias prevendo o fim dos dias.
"Fico com raiva de ver como as pessoas estão sendo manipuladas e aterrorizadas para alguém ganhar dinheiro", disse Morrison. "Não há direito ético que permita assustar crianças para ganhar dinheiro".
Desesperados
Morrison afirmou receber cerca de 20 cartas e mensagens de e-mail por dia de pessoas até da Índia, assustadas até o último fio de cabelo. Em uma mensagem de e-mail, ele anexou exemplos que incluíam uma mulher perguntando se deveria se suicidar, matar sua filha e seu bebê ainda no útero. Outra mensagem veio de uma pessoa questionando se deveria sacrificar seu cachorro, a fim de evitar o sofrimento de 2012.
Tudo isso me fez lembrar os tipos de cartas que recebi no ano passado sobre o suposto buraco negro do Cern. Isso também era mais ficção científica do que fato científico, mas aparentemente não há nada melhor que a morte para nos aproximar de domínios abstratos como física e astronomia. Nessas situações, quando a Terra ou o Universo não estão nem aí para você e seus entes queridos, o cósmico realmente se torna algo pessoal.
Morrison disse não culpar o filme por todo o burburinho, não tanto quanto os vários outros divulgadores das previsões maias e a aparente incapacidade de algumas pessoas (e isso se reflete em vários aspectos da nossa vida nacional) de distinguir a realidade da ficção. Porém, ele disse, "meu doutorado foi em astronomia, não em psicologia".
Em mensagens de e-mail, Krupp disse: "Sempre estamos incertos em relação ao futuro, e sempre consumimos representações dele. Somos seduzidos pelo romantismo do passado longínquo e pela escala exótica do cosmo. Quando tudo isso se junta, ficamos hipnotizados".
O porta-voz da Nasa, Dwayne Brown, afirmou que a agência não faz comentários sobre filmes, deixando essa tarefa para os críticos de cinema. No entanto, quando se trata de ciência, disse Brown, "achamos que seria prudente oferecer um recurso".
Aquecimento global
Se você quer ter algo para se preocupar, afirma a maioria dos cientistas, deve refletir sobre as mudanças climáticas globais, asteróides ou guerra nuclear. Porém, se a especulação sobre as antigas profecias mexem com você, aqui estão algumas coisas, segundo Morrison e outros, que você deve saber.
Para começar, os astrônomos concordam que não há nada especial em relação ao alinhamento do Sol e do centro galáctico. Isso ocorre todo mês de dezembro, sem nenhuma consequência física além do consumo exagerado de panetones. De qualquer forma, o Sol e o centro galáctico não vão exatamente coincidir, nem mesmo em 2012.
Se houvesse outro planeta lá fora vindo em nossa direção, todo mundo já teria percebido. Quanto às violentas tempestades solares, o próximo auge do ciclo das manchas solares só ocorrerá em 2013, e será no nível mais suave, afirmam astrônomos.
O apocalipse geológico é uma aposta melhor. Já houve grandes terremotos na Califórnia, e provavelmente haverá outros. Esses tremores poderiam destruir Los Angeles, como mostrou o filme, e Yellowstone poderia entrar em erupção novamente com uma força cataclísmica, mais cedo ou mais tarde.
Nós e nossas obras somos, de fato, apenas passageiros frágeis e temporários na Terra. Porém, neste caso, "mais cedo ou mais tarde" significa centenas de milhões de anos --e haveria bastante aviso quando chegasse a hora.
Os maias, que eram astrônomos e cronometristas bons o suficiente para prever a posição de Vênus 500 anos no futuro, merecem coisa melhor.
O tempo maia era cíclico; especialistas como Krupp e Anthony Aveni, astrônomo e antropólogo da Colgate University, afirmam não haver evidências de que os maias achassem que algo especial ocorreria quando o marcador da Grande Contagem atingisse 2012. Existem referências em inscrições maias a datas antes e depois da atual Grande Contagem, afirmam os especialistas.
Sendo assim, continue pagando suas prestações normalmente.
Fonte da notícia: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u656318.shtml
1552) Uma discussao sobre o papel do Estado
Recebi um comentario a meu post:
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
1549) Brasileiros gostam do Estado, querem mais Estado
que reproduzo abaixo, pela importância do tema. Nao tenho tempo (pois estou em viagem internacional) de elaborar mais a respeito. Mas deixo o registro para voltar mais tarde (algum dia) e desenvolver mais estas questoes relevantes.
O tema é sem duvida importante, e costuma confundir até os estudantes de economia, que no entanto seriam mais propensos a aceitar a simples racionalidade do jogo econômico...
2 Comentários
Rafael disse...
"(...) o Estado, como acredito, não cria nenhuma riqueza, mas apenas retira da sociedade uma parte da riqueza criada por empresários e trabalhadores (...)"
O senhor se importaria de elaborar essa assertiva, que me incomoda desde as aulas de economia na faculdade? Ela parece ter como corolário a idéia de que a extinção do Estado permitiria à sociedade o usufruto mais completo das riquezas que ela produz. Eu, no entanto, organizo meu ceticismo a essa idéia em três passos:
1. Me parece que as sociedades mais avançadas do mundo, como a americana, a sueca e a alemã, têm Estados bem aparelhados e atuantes; os países com Estados falidos, por outro lado, se encontram entre os mais miseráveis: Somália, Sudão, Haiti. Desconheço qualquer economia avançada que prescinda do Estado. Sem ele, os mercados são menos eficientes, não mais.
2. Creio ser um equívoco atribuir a produção da riqueza de uma nação exclusivamente a determinados segmentos sociais como empresários, trabalhadores e/ ou iniciativa privada. A sociedade é um sistema de partes interdependentes: governo, ONG's e demais setores públicos também participam da produção da riqueza, ainda que não diretamente. Da mesma forma, o Conselho Administrativo de uma fábrica de carros não produz riqueza diretamente, mas sua existência é crucial para o aumento da produtividade da empresa. Não vejo como tirar o Estado da equação de produção da riqueza, como parecem pretender algumas cartilhas de macroeconomia.
3. o Estado é parte constitutiva das economias capitalistas -- não um corpo estranho a elas. Tanto isso é verdade que Marx, ao propor uma organização social pós-capitalista, tinha como meta exatamente a extinção do Estado (visto como ele como instrumento de dominação da burguesia, mas essa é outra história...), e não o seu fortalecimento.
Enfim, pretendo com esta mensagem apenas fazer uma boa provocação, ainda que um tanto ligeira. Ficaria muito feliz de ouvir seus comentários.
Abraço,
Rafael
Sábado, Novembro 28, 2009 7:26:00 PM
Blogger Paulo R. de Almeida disse...
Rafael,
Estou em viagem internacional acessando desde um aeroporto, e portanto impossibilitado de elaborar mais detidamente sobre a questao, que é de fato importante e mereceria um artigo inteiro para responder (o que vou fazer assim que der).
1) Nenhuma sociedade civilizada, desde os sumérios, prescinde de Estado, que como sempre coleta impostos para fornecer bens coletivos.
2) O problema está quando esse Estado arranca da sociedade algo mais do que os recursos para esses bens coletivos, e os usa em seu proprio favor, ou melhor, dos que ocupam o Estado momentaneamente (pois o Estado é uma abstracao conceitual, existem instituicoes de governo e pessoas que ocupam esses nichos).
3) Por certo que o Estado cria as condicoes para que os agentes privados criem riqueza: garante propriedade, contratos, obras de infraestrutura, solucao de conflitos, etc. Ele permite e até amplia a criacao de riquezas, formando pessoas, por exemplo, mas sempre e exclusivamente com recursos tirandos da propria sociedade. Isso é tao evidente que eu nem preciso elaborar a respeito.
4) ONGs e Estado jamais criam riquezas, apenas podem viabilizar condicoes para que a riqueza criada se multiplique. Alguns Estados (ou melhor, governos) no entanto tem um especial atrativo pela riqueza criada no setor privado e seja por ideologia igualistarista ou distributiva, seja mesmo por cupidez dos dirigentes avança em demasia sobre a riqueza privada, e ai acontece o que sabemos: desinvestimento, fuga de capitais, evasao fiscal, etc...
Nao preciso elaborar, pois voce é suficientemente inteligente para compreender isso.
Por fim: esqueça Marx: ele era apenas um filosofo, que em lugar de transformar o mundo, encarregou-se de transforma-lo em algo muito confuso, com uma poderosa ideologia que ainda domina as mentes de milhoes de pessoas no mundo.
Paulo Roberto de Almeida
Domingo, Novembro 29, 2009 6:42:00 AM
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
1549) Brasileiros gostam do Estado, querem mais Estado
que reproduzo abaixo, pela importância do tema. Nao tenho tempo (pois estou em viagem internacional) de elaborar mais a respeito. Mas deixo o registro para voltar mais tarde (algum dia) e desenvolver mais estas questoes relevantes.
O tema é sem duvida importante, e costuma confundir até os estudantes de economia, que no entanto seriam mais propensos a aceitar a simples racionalidade do jogo econômico...
2 Comentários
Rafael disse...
"(...) o Estado, como acredito, não cria nenhuma riqueza, mas apenas retira da sociedade uma parte da riqueza criada por empresários e trabalhadores (...)"
O senhor se importaria de elaborar essa assertiva, que me incomoda desde as aulas de economia na faculdade? Ela parece ter como corolário a idéia de que a extinção do Estado permitiria à sociedade o usufruto mais completo das riquezas que ela produz. Eu, no entanto, organizo meu ceticismo a essa idéia em três passos:
1. Me parece que as sociedades mais avançadas do mundo, como a americana, a sueca e a alemã, têm Estados bem aparelhados e atuantes; os países com Estados falidos, por outro lado, se encontram entre os mais miseráveis: Somália, Sudão, Haiti. Desconheço qualquer economia avançada que prescinda do Estado. Sem ele, os mercados são menos eficientes, não mais.
2. Creio ser um equívoco atribuir a produção da riqueza de uma nação exclusivamente a determinados segmentos sociais como empresários, trabalhadores e/ ou iniciativa privada. A sociedade é um sistema de partes interdependentes: governo, ONG's e demais setores públicos também participam da produção da riqueza, ainda que não diretamente. Da mesma forma, o Conselho Administrativo de uma fábrica de carros não produz riqueza diretamente, mas sua existência é crucial para o aumento da produtividade da empresa. Não vejo como tirar o Estado da equação de produção da riqueza, como parecem pretender algumas cartilhas de macroeconomia.
3. o Estado é parte constitutiva das economias capitalistas -- não um corpo estranho a elas. Tanto isso é verdade que Marx, ao propor uma organização social pós-capitalista, tinha como meta exatamente a extinção do Estado (visto como ele como instrumento de dominação da burguesia, mas essa é outra história...), e não o seu fortalecimento.
Enfim, pretendo com esta mensagem apenas fazer uma boa provocação, ainda que um tanto ligeira. Ficaria muito feliz de ouvir seus comentários.
Abraço,
Rafael
Sábado, Novembro 28, 2009 7:26:00 PM
Blogger Paulo R. de Almeida disse...
Rafael,
Estou em viagem internacional acessando desde um aeroporto, e portanto impossibilitado de elaborar mais detidamente sobre a questao, que é de fato importante e mereceria um artigo inteiro para responder (o que vou fazer assim que der).
1) Nenhuma sociedade civilizada, desde os sumérios, prescinde de Estado, que como sempre coleta impostos para fornecer bens coletivos.
2) O problema está quando esse Estado arranca da sociedade algo mais do que os recursos para esses bens coletivos, e os usa em seu proprio favor, ou melhor, dos que ocupam o Estado momentaneamente (pois o Estado é uma abstracao conceitual, existem instituicoes de governo e pessoas que ocupam esses nichos).
3) Por certo que o Estado cria as condicoes para que os agentes privados criem riqueza: garante propriedade, contratos, obras de infraestrutura, solucao de conflitos, etc. Ele permite e até amplia a criacao de riquezas, formando pessoas, por exemplo, mas sempre e exclusivamente com recursos tirandos da propria sociedade. Isso é tao evidente que eu nem preciso elaborar a respeito.
4) ONGs e Estado jamais criam riquezas, apenas podem viabilizar condicoes para que a riqueza criada se multiplique. Alguns Estados (ou melhor, governos) no entanto tem um especial atrativo pela riqueza criada no setor privado e seja por ideologia igualistarista ou distributiva, seja mesmo por cupidez dos dirigentes avança em demasia sobre a riqueza privada, e ai acontece o que sabemos: desinvestimento, fuga de capitais, evasao fiscal, etc...
Nao preciso elaborar, pois voce é suficientemente inteligente para compreender isso.
Por fim: esqueça Marx: ele era apenas um filosofo, que em lugar de transformar o mundo, encarregou-se de transforma-lo em algo muito confuso, com uma poderosa ideologia que ainda domina as mentes de milhoes de pessoas no mundo.
Paulo Roberto de Almeida
Domingo, Novembro 29, 2009 6:42:00 AM
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
1551) Eleicoes e politica na America Latina: Financial Times

Latin America sets course for the centre
By Oliver Balch in Buenos Aires
Financial Times, November 27 2009 00:07
As Latin America gears up for a spate of elections over the next few weeks, voters in Uruguay will be watched closely this weekend for confirmation that the region’s leftward drift of recent years is on the wane.
“My model is Lula – not Chávez,” José Mujica, Uruguay’s ruling leftwing party candidate, has said often during his campaign.
Placing himself in the mould of Luiz Inácio Lula da Silva, Brazil’s moderate leftist president, rather than of Hugo Chávez, Venezuela’s fiery, radical anti-US leader, should help him to win Sunday’s presidential run-off, polls suggest.
Such a move towards the political centre in countries such as Chile, Uruguay, Colombia and Brazil has led some analysts to rethink traditional party divisions.
“The big debate going on in Latin America is not so much between right and left, but between institutions and populism,” said Felipe Noguera, a Buenos Aires-based political analyst.
“Institutions will win in the long run. But how long that will take and how the battle is going, we don’t know.”
Mr Mujica, a former guerrilla during the 1960s, has sought to rebut opposition claims that his government would see a shift towards the radical socialism of President Chávez’s so-called Bolivarian revolution in Venezuela.
Latin-America-mapSuch an electoral ploy makes sense. Association with Mr Chávez has increasingly become a liability for Latin America’s presidential candidates.
The economies of Brazil and Venezuela provide starkly contrasting examples to the rest of the region. Brazil has raced out of recession and is expected to grow 3.5 per cent next year, according to the International Monetary Fund, while Venezuela’s economy has just slipped into recession and is plagued by power and water shortages.
Leading leftwing candidates in the last presidential elections in Peru and Mexico both saw popular support ebb away after allegations of overt Venezuelan support, notes Peter Hakim, president of the Washington-based Inter-American Dialogue think-tank.
“It’s very rare that a candidate associates himself with Chávez. Even Rafael Correa [president of Ecuador] did not associate himself explicitly,” he said.
In Chile, the campaign leading to the December 13 election is largely free of ideological politics.
“There seems to be an agreement that some things should be off the table when it comes to discussing policy issues,” said Patricio Novia, a Latin American specialist at New York University.
The list of sacrosanct subjects includes a range of orthodox economic and social policies, such as the need for a strong central bank, counter-cyclical fiscal policies and increased investment in education.
As such, a victory for the rightwing National Renewal party – as the majority of polls predict – would not usher in a marked change in policy direction.
“Chileans seem to be saying they want to keep the same policies, but have new people lead those policies,” said Mr Novia.
Just as the political left in Chile has favoured a move towards the centre since coming to power almost two decades ago, so the revitalised right is adopting a moderate course.
“Our objective is to maintain the network of social protection that has been constructed by the last governments, especially during the government of Michelle Bachelet,” Sebastián Piñera, the presidential frontrunner, told the Financial Times.
Chile’s political convergence is resulting in a blurring of lines between traditional right and leftwing issues. Mr Piñera’s campaign, for example, has surprised voters by featuring a television advertisement openly endorsing homosexual couples.
“This shows a level of tolerance that was unthinkable for the right a few years ago, but now it seems to be a non-issue for the right,” said Mr Novia.
One exception in the region is Bolivia. Evo Morales, the leftwing president, looks likely to secure another term in presidential elections on December 6.
Mr Morales has nationalised the country’s gas fields, rewritten the constitution and is a strong critic of the US. Opposition figures claim that his campaign has been part-funded by Mr Chávez, his close ally.
His vocal support for Mr Chávez’s policies has not dented his approval ratings, however. This stands at 52 per cent – well ahead of his nearest opponent, Manfred Reyes Villa, with 21 per cent.
The Bolivian president – a polarising figure domestically who is accused by the opposition of authoritarianism – has been aided by a resilient economy, which has drawn praise for his administration from the IMF.
Additional reporting by Naomi Mapstone in Lima
Copyright The Financial Times Limited 2009.
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