quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hermanos, pero no mucho...

OK, já usei o título acima para uma resenha de um livro, mais exatamente a história paralela de Brasil e Argentina, por Fausto e Devoto. Já não eram mucho, nem un poquito, agora son mucho menos, casi inimigos (e, por incrivel que pareça, estimulados pelo governo brasileiro para seus abusos continuados).

O editorial do Estadão toca apenas nas medidas argentinas, e pouco na tolerância do governo brasileiro com essas medidas totalmente abusivas, absolutamente ilegais (tanto do ponto de vista do Mercosul, como do GATT-OMC) e que só são adotadas contra o Brasil porque o governo brasileiro resolveu ser compreensivo, leniente, generoso...
Mas o título do editorial é um pouco equivocado. A Argentina não está adotando essas medidas em função do Mercosul, que não tem absolutamente nada a ver com isso, é apenas um Pilatos no Credo. Todas as medidas argentinas são totalmente unilaterais, e sequer comunicadas aos sócios do Mercosul. Uma arrogância sem par...
Paulo Roberto de Almeida

Esse Mercosul não serve
Editorial do Estado de São Paulo:
quarta-feira, 12 de maio de 2010

O governo argentino ameaça atacar de novo os parceiros do Mercosul com medidas protecionistas, desta vez contra a importação de alimentos com similares nacionais. As autoridades preveniram importadores e dirigentes de supermercados, antes de oficializar as novas barreiras. O Brasil será atingido, embora o objetivo da manobra, segundo se afirma em Buenos Aires, seja barrar a entrada de produtos europeus barateados pela desvalorização do euro.

Basta uma visita a um supermercado brasileiro para verificar grande variedade de produtos comestíveis importados, procedentes de vários países, inclusive da Argentina, em concorrência livre com similares nacionais. Seria um escândalo se, de repente, os supermercados fossem obrigados a expurgar de suas prateleiras os produtos estrangeiros por supostos danos aos produtores nacionais.

Por absurdo que pareça é exatamente o que o governo argentino pretende fazer, sem aviso nem mesmo aos parceiros do Mercosul. E não se trata de uma interdição nas alfândegas, apenas. A partir de 10 de junho, inspetores da Secretaria de Comércio da Argentina vão percorrer o comércio para uma varredura de alimentos estrangeiros.

Esse furor contra os alimentos importados, atingindo produtos brasileiros, amplia conflitos comerciais iniciados há muitos anos e agravados com a imposição de licenças prévias pela Argentina a partir da crise de 2008. Depois de gestões de governo e de empresários, as restrições foram amenizadas, isto é, enquadradas nas normas da OMC. Até essas normas foram atropeladas, quando as autoridades argentinas passaram a levar mais de 60 dias para conceder as licenças. O governo brasileiro, apesar de alguma reação, foi, como de costume, tolerante em relação à política do vizinho.

Agora, como não foram invocados motivos sanitários para a proibição dos alimentos ? a costumeira justificativa para a prática protecionista ?, o instrumento para fazer valer a proibição será o trancamento de licenças de importação. Hoje, a possibilidade de um comércio normal entre os maiores sócios do Mercosul parece mais distante. Fala-se em retaliação do governo brasileiro. Indústrias que sofrem no mercado interno a concorrência de produtos argentinos, como o vinho, podem ser encorajadas a pedir ao governo a adoção de barreiras que até agora o Brasil tem evitado. Seria uma saída ruim.

Pode-se até entender a preocupação dos argentinos com o euro. Mas não é admissível, nem compreensível, a imposição de barreiras a um parceiro de bloco. O intercâmbio com o Brasil vem evoluindo, nos últimos meses, com mais equilíbrio. De janeiro a abril, o Brasil vendeu à Argentina US$ 4,8 bilhões e importou US$ 4,3 bilhões. A situação nem de longe é parecida com a de 2008, quando o Brasil acumulou superávit de US$ 4,347 bilhões no comércio bilateral. Além disso, os alimentos representam pequena fração do valor do intercâmbio, no qual predomina o comércio de automóveis.

Como 73,9% dos consumidores argentinos são contrários à proibição de importação de alimentos, segundo pesquisa do site do La Nación, o mais provável é que o governo argentino, em mais um surto de nacionalismo demagógico, tenha cedido a pressões de produtores locais. Também criticou a medida a Câmara dos Importadores da República Argentina (Cira), que alertou para o risco de desabastecimento de certos produtos. Não se conhece uma relação oficial. A proibição pode atingir, segundo se estima, hortaliças, frutas, molho de tomate e outras preparações, cacau e chocolate. Mas é difícil calcular a extensão da lista.

Da forma como têm evoluído as relações comerciais entre Brasil e Argentina, o Mercosul vem-se tornando um trambolho para o comércio exterior brasileiro. Como o bloco é oficialmente uma união aduaneira, o Brasil não pode firmar acordos de livre comércio sem a participação dos outros sócios. Mais uma vez se comprova que o melhor seria abandonar a união aduaneira e reduzir o Mercosul à condição de área de livre comércio. Até agora, o bloco não preenche sequer as condições para merecer essa denominação. Com um pouco mais de modéstia e realismo, seria possível achar o caminho de uma integração efetiva.

Encontrei a mao invisivel: ela funciona...

Bem, sei que os mais céticos (inclusive alguns que frequentam este blog e adoram render culto ao Estado corretor da anarquia dos mercados) não vão acreditar, mas acabo de encontrar a famosa mão invisível de Adam Smith.
Eu a vi em plena operação e posso dizer que funciona direitinho, trazendo riqueza e prosperidade para gregos e goianos, ou melhor, britânicos e chineses, residentes de Hong Kong e imigrantes, enfim todo tipo de gente.
Sim, refiro-me a Hong Kong, um exemplo perfeito de que a mão invisível funciona, cria riquezas e regula naturalmente os mercados, sem precisar de todos aqueles planos estatais e o intervencionismo estúpido de certos governos...
Hong Kong era uma ilha sem nenhuma importância, na frente de Macau, então um próspero centro de comércio na desembocadura do rio das Pérolas, onde os portugueses estavam instalados desde 1555, quando os ingleses resolveram se instalar e fazer como os portugueses.
Depois de muitos percalços, e de proibições do Imperador a que o comércio fosse feito ali (reservando apenas alguns portos para um comércio restrito com os estrangeiros), e de muito desequilíbrio no comércio bilateral (muito simples e parece hoje: os chineses tinham muita coisa para vender e quase nada queriam comprar dos ingleses), os ingleses resolveram corrigir o déficit à sua maneira: exportando ópio produzido na India para a China. Com a proibição e os desentendimentos, vieram as guerras do ópio e a humilhação da China (que já tinha humilhado pelo menos três enviados diplomáticos britânicos), que foi obrigada a ceder Hong Kong aos representantes de Sua Majestade.
O que era um simples entreposto e repouso de pescadores, prosperou até tornar-se uma vibrante cidade comercial.
Sofreu com a ocupação japonesa (1942 a 1945), não tinha água, sujeita a tornados, deslizamentos, afluxo maciço de refugiados do continente (fugindo do comunismo de Mao Tse-tung), e até com crises bancárias, mas soube se transformar e ficar rica, sempre tendo como base a liberdade de comércio e de empreendedorismo.
De implantação comercial, tornou-se um grande centro industrial -- para manufaturas leves -- e hoje praticamente não tem mais indústrias, que foram todas deslocadas para a China formalmente comunista (Shenzen, Guangzhou, antes conhecida como Cantão).
Vive de comércio, finanças e outras atividades ligadas aos intangíveis. Tem uma população altamente educada, e continua desregulada como sempre foi: quem quiser iniciar um novo negócio, é livre para fazê-lo, desde que siga regras muito simples.
Hong Kong já teve muitos cortiços, verdadeiras favelas brasileiras, penduradas nos morros, que eram devastadas com os deslizamentos de terras por ocasião de enxurradas, tornados e tempestades, ainda muito frequentes.
Hoje não se vê um único traço dessas habitações miseráveis, ainda visíveis no início dos anos 1960. Prédios altíssimos, muitos de luxo, estendem-se pelas vias expressas que serpenteiam entre os morros e enseadas. Metros moderníssimos por todo lado, ligando ilhas e o continente, ferries, teleféricos, ônibus estilo inglês (sim, se dirige do "lado errado" nesta ex-colônia britânica, assim que melhor olhar para os dois lados quando for atravessar uma rua), enfim, não faltam meios de transporte nesta geografia complicadissima que é Hong Kong.
De tudo o que se pode ver, não descobri uma empresa estatal, e o próprio dinheiro, dólar de Hong Kong, é emitido por um banco, o famoso Hong Kong and Shanghai Bank Corporation, atualmente presente no Brasil também.

Enfim, eu vi a mão invisível: ela não apenas está viva, como goza de excelente saúde, e promete continuar enriquecendo Hong Kong pelo futuro previsível, que os chineses não são idiotas de matar uma galinha com ovos de diamante, como é este conglomerado de seguidores naturais de Adam Smith.
Quem quer que diga que a mão invisível não existe ou que ela não funciona adequadamente, eu convido a fazer um passeio em Hong Kong. Se desejar, pode fazer um stop antes em Dubai, que funciona mais ou menos segundo os mesmos princípios.
Adam Smith deve ser cidadão honorário, nas duas cidades. Ele também deve piscar um olho de satisfação, onde quer que esteja
E ainda tem gente que não acredita na mão invisível...

Paulo Roberto de Almeida
(Hong Kong, 13 de maio de 2010)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Noticias do jornalismo ordinario: o caso grego...

Leiam primeiro esta matéria:

O sacrifício imposto à Grécia
Luis Nassif
Coluna Econômica - 11/05/2010

Durante anos, a Grécia foi um dos paraísos do capital especulativo. Contraiu grandes empréstimos que foram utilizados para consumo, não para investimento.

Em 2000, o déficit grego era de 3,7% do PIB, pouco acima do limite da eurozona, de 3% do PIB. De 2001 a 2007 o déficit oscilou entre 3,6% (2006) a 7,5% (2004), ano em que o país sediou as Olimpíadas, aumentando para 7,7% em 2008 e disparando para 13,6% em 2009.

Atualmente, o PIB (Produto Interno Bruto) da Grécia foi de 237,5 bilhões de euros.

Em 2009, a Grécia registrou um déficit de 13,6% do PIB, segundo dados divulgados em abril pela agência de estatísticas Eurostat. Apesar de bastante elevado, há suspeitas de que possa ser maior ainda. Quando foi constituída a União Européia, definiu-se um limite de 3% do PIB para os déficits nacionais.

A dívida pública grega chegou a 115,1% do PIB, atrás apenas da Itália, com 115,8%. Na Zona do Euro, a relação dívida/PIB bateu em 78,7%.

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Todo esse movimento proporcionou lucros extraordinários aos credores, bancos internacionais, gregos e fundos de investimento. Estourando a crise, há riscos concretos de moratória. Decretada, haveria uma redução automática do passivo grego – já que os títulos da dívida cairiam de valor.

A pretexto de evitar crises sistêmicas, os Bancos Centrais mais o FMI (Fundo Monetário Internacional) montaram pacotes de ajuda que salvam a cara dos credores mas impõem pesados sacrifícios aos devedores. Como não há um desconto no valor da dívida a ser paga, o esforço fiscal tem que ser redobrado. E aí se bate nos limites de sacrifício da população e nos limites políticos das ações de sacrifício.

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Para se habilitar ao pacote de ajuda do FMI – e evitar a moratória – o governo grego concordou em reduzir seu orçamento em 30 bilhões de euros até 2014 – o que significará o corte de inúmeros programas públicos voltados para o bem estar da população.

Os salários e as aposentadorias do funcionalismo público serão reduzidos e congelados nesse período. Além disso, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – espécie de ICMS – será aumentado de 21% para 23%, havendo uma taxação adicional de 10% sobre combustíveis, álcool e tabaco.

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Não é uma situação fácil.

A ajuda desagradou tanto aos gregos, que a receberam, como aos alemães, que foram os maiores emprestadores.

A população grega reagiu violentamente contra a perspectiva de piora do seu padrão de vida por meio de greves e protestos. Na Alemanha, nação mais poderosa da Zona do Euro, a coalizão de partidos liderados pela chanceler Angela Merkel perdeu as eleições estaduais na Renânia do Norte-Vestfália, punida por uma população majoritariamente contrária ao socorro financeiro.

A União Européia vai garantir a Grécia e o euro. Mas adiará a recuperação da economia do continente.


Comento agora (PRA):

O título já começa errado: "sacrifício imposto à Grécia"???!!!
Paraíso dos especuladores???!!!

Esse jornalista só pode ser maluco.
Qualquer pessoa honesta deveria começar por reconhecer estes pecados gregos:
Dívida pública elevada;
Gasto público maior do que a receita pública;
Concessão pelo estado de privilégios de qualquer espécie;
Aposentadoria e pensões sem o respectivo cálculo atuarial individual;
Inchaço da máquina pública;
Maquiagem das contas públicas.

Depois disso, ele pode falar de especulação, que foi montada, alimentada, favorecida pelo governo grego...
Inacreditável como anda o jornalismo brasileiro

Notícias ordinarias da Venezuela

Aliás, bem ordinárias: uma inflação de 40% ao ano já fugiu do controle das autoridades monetárias. Sem indexação, a vida se torna insuportável para os assalariados comuns, como para os pobres de maneira geral.
Essa é a herança que Chávez vai deixar: um país dividido, com a economia arrasada, milícas armadas, delinquência em alta, violência não controlada, tirania encoberta...

Focus on Venezuela
Citi - Emerging Markets Daily: Latin America Edition
13.05.2010

Recent proposals to outlaw the parallel FX market coupled with rising food inflation have led us to revise our inflation forecast for year-end to 40%. We believe the only plausible solution to reduce the FX gap, and thus inflation pass-through, is higher USD supply from the government.

Homenagem a Jerusalem, uma cidade teimosa (e dividida, nao pela Historia, mas pelos homens)

IOM YERUSHALAIM - O DIA DE JERUSALÉM
OS 43 ANOS DE JERUSALÉM REUNIFICADA

Osias Wurman - 12/05/2010

(O artigo abaixo foi publicado, há 10 anos, na página de Opinião do jornal O Globo)

Jerusalém pertence a todos

A todos que praticam a fé monoteísta, sejam judeus, católicos ou muçulmanos, a cidade de Jerusalém ,lembrada e cantada como sagrada, eterna, de ouro e da paz, é um dos maiores e mais antigos tesouros da religiosidade, tendo sido palco dos mais importantes eventos para estas religiões.
Para os judeus, a capital do reino de David, que conquistou Jerusalém há mais de 3000 anos, abriga as ruínas do templo do Rei Salomão, considerado o local mais sagrado do judaísmo. Segundo a tradição judaica, foi deste local que o Criador coletou o pó da terra para fazer surgir o primeiro ser humano a sua semelhança: Adão. Foi, também, onde seu filho Caim matou por inveja seu irmão Abel. O local também foi palco de uma das mais importantes passagens bíblicas que relata a lealdade do patriarca Abraão à Deus, quando levou seu filho Isaac para sacrificá-lo em louvor ao Senhor.
Para os muçulmanos, a Mesquita de Omar, construída sob o espaço outrora ocupado pelo Grande Templo, representa o terceiro mais sagrado local depois de Meca e Medina . Conta a tradição muçulmana que o profeta Maomé teria subido deste local para os céus.
Para a fé cristã, a Igreja do Santo Sepulcro marca o local onde Jesus foi crucificado e ressuscitou.
Na população atual da cidade encontramos uma acentuada predominância de judeus, que totalizam 450 mil pessoas, seguidos dos muçulmanos com 185 mil e apenas 14 mil cristãos. Ao longo de três milênios, os judeus foram o único povo a considerar esta cidade como sua capital política e espiritual. Mesmo durante os 2000 anos de exílio judaico, sempre existiram grupos de seguidores das leis mosaicas morando em Jerusalém.
Para comprovar textualmente a importância de Jerusalém para os judeus, comparada com as co-irmãs monoteístas, basta contar as 657 vezes em que é citada no Velho Testamento, 154 vezes no Novo Testamento e sem menção no Corão.
Independentemente à notória prevalência judaica nas raízes desta sagrada cidade, cabe às três religiões o mesmo direito de livre acesso e de auto-administraç&atild e;o de seus locais sagrados, seguindo rigorosamente os ditames, de suas crenças.
É para garantir este estado de liberdade de acesso e segurança total que o governo de Israel insiste em manter a soberania política sobre a totalidade da região. Vale lembrar que até Julho de l967, quando a Cidade Velha foi liberada do domínio Jordaniano, durante a Guerra dos Seis Dias, os locais sagrados para os judeus como o Muro das Lamentações, eram mantidos em péssimas condições de manutenção e proibido o acesso de israelenses à estes locais. Até sanitários existiam defronte às ruínas do Grande Templo de Salomão.
Um episódio histórico serve para ilustrar, com clareza, a filosofia dos governantes de Isra el com relação às outras religiões da região . Durante os ferozes combates na Velha Jerusalém, em l967, o comandante-em-chefe das tropas israelenses General Moshe Dayan, considerado o maior herói militar do Estado de Israel, ao chegar ao Muro das Lamentações com suas tropas, avistou uma bandeira com a estrela de David tremulando no topo da Mesquita de Omar. Imediatamente chamou seu ajudante de ordens e ordenou a retirada sumária da bandeira de Israel, alegando tratar-se de um desrespeito aos muçulmanos. Esta vem sendo a postura da unanimidade dos governantes israelenses que lhe sucederam nestes 33 anos que se passaram. Uma predominância do respeito a todas as religiões.
As recentes conversações em Camp David foram suspensas em função de um intransponível desacordo com referência ao status de Jerusalém. Segundo às últimas declarações do Presidente Clinton, a intransigência do líder palestino Yasser Arafat teria levado as negociações para o impasse. O presidente americano até formulou ameaças caso não sejam revertidas as inaceitáveis exigências palestinas.
Clinton e Arafat estão há mais de 7 anos, desde os acordos de Oslo, negociando a paz entre israelenses e palestinos. A questão de Jerusalém, devido a sua alta carga de emotividade , foi sendo “empurrada para baixo do tapete” durante todos estes anos . Agora, o tempo decorreu e Arafat ameaça decla rar, unilateralmente, o Estado Palestino em 13 de setembro, atitude que poderá se converter num verdadeiro barril de pólvora numa região tão explosiva como o Oriente Médio. Se existem culpados por esta situação certamente devemos excluir o nome do premier israelense Yehud Barak que, eleito há apenas um ano, já cumpriu com coragem todos os compromisso que assumiu em sua plataforma de governo com referencia aos árabes, inclusive retirando as tropas israelenses do sul do Líbano, além de ter entregue à administração palestina, expressiva parcela dos territórios ocupados por Israel na margem ocidental do Rio Jordão.
Todos os locais sagrados estão situados na Cidade Velha de Jerusalém que, atualmente ,representa menos de 1% da área total da cidade . A proposta de dividir ou internacionalizar a cidade é, portanto, absolutamente desnecessária e inaceitável para Israel que ali mantêm sua capital há 52 anos, e que vem garantindo o livre acesso e a ordem interna.
A importância desta cidade para o povo judeu já era cantada nos Salmos que dizem:
“Se eu te esquecer, Jerusalém, que minha mão direita esqueça sua perícia”.
Indiscutivelmente a Cidade Velha de Jerusalém, pela sua história de fé e devoção - conta hoje com mais de 2 bilhões de seguidores em todo mundo - pertence a todos os povos amantes da paz e deve permanecer eternamente sob a custódia dos que sabem respeitá-la: os descendentes da religião do Rei David.

Osias Wurman – é jornalista.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ordem (?), Corrupcao e Progresso (?): novo lema da bandeira do Brasil

Quando é que o povo, a sociedade brasileira, os cidadãos comuns vão aprender que, quanto mais dinheiro circular pelo Estado, e quanto mais dinheiro for distribuido de forma centralizada, maiores serão as oportunidades para que alguns espertos tenham soluções criativas para o "emprego" desse dinheiro.
O gosto atávido do brasileiro pelo Estado ainda vai deixá-lo com menos da metade da renda auferida em atividades lícitas...
Paulo Roberto de Almeida

Operação Parceria
ONG com sede no Paraná desviou pelo menos R$ 300 milhões de verbas federais em cinco estados
O Globo, 11/05/2010 às 12h39m

SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) prendeu 11 pessoas em cinco estados, acusadas de desviar recursos de programas sociais implementados com verbas federais. Segundo a Polícia Federal, o grupo desviou R$ 300 milhões de reais dos cofres públicos nos últimos 5 anos. Os recursos eram obtidos por meio de uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), sediada em Curitiba, no Paraná, denominada Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap). O Ciap fazia parceria com Prefeituras para implementar programas sociais, principalmente na área de educação e saúde, e faturou mais de R$ 1 bilhão nos últimos cinco anos. Pelo menos 30% deste dinheiro teria sido desviado para pessoas ou empresas do grupo que orbitam em torno de projetos feitos em parceria com o setor público.

Entre os presos, cinco foram detidos em Londrina. Em Curitiba foi detido Dinocarme de Oliveira, presidente do Ciap. Mais de 200 agentes públicos foram mobilizados na operação.

Somente na cidade de Londrina, no Paraná, o Ciap teria recebido R$ 34 milhões. Segundo a Controladoria Geral da União, que investigou o esquema junto com o Ministério Público Federal, a Receita Federal e a PF, mais de R$ 10 milhões em despesas não foram comprovados. Além do Paraná, o esquema tinha ramificações nos estados de São Paulo, Goiás, Maranhão e Pará.

De acordo com as investigações, o Ciap movimentava por ano cerca de R$ 130 milhões e simulava a aplicação integral em projetos promovendo contratações de empregados e compras de bens e serviços. Porém, 30% da verba era transferida para uma conta da entidade, a título de despesa administrativa. Os saques eram de alto valor, feitos em dinheiro, sem destinação especificada. As autoridades descobriram ainda que muitos dos que era pagos como fornecedores eram, na verdade, empresas que pertenciam a parentes dos responsáveis pela entidade ou pessoas de sua confiança.

Além do desvio de recursos, foi descoberto um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, além de crimes tributários e compras suspeitas de títulos da dívida pública "podres" e de imóveis rurais supostamente inexistentes no estado do Pará. Estes imóveis eram usados como garantia em dívidas públicas.

Para a PF, há indícios de que o esquema era estruturado com hierarquia. O primeiro passo era identificar os recursos públicos disponíveis. Logo depois, o Ciap firmava acordo com prefeituras e lobistas passavam a atuar para garantir o repasse do dinheiro. Em geral, os contratos e convênios eram superfaturados. Os saques eram feitos em dinheiro e em grandes quantias, além de movimentações feitas por pessoas e empresas ligadas ao grupo. A contabilidade do Ciap era manipulada para a prestação de contas, dificultando o rastreamento do dinheiro.

No total, a PF tinha 14 mandados de prisão a serem cumpridos na operação desta terça. Outros 40 mandados de busca e apreensão foram incluídos na operação desta terça-feira. A operação foi batizada de "parceria" em referência ao instrumento jurídico firmado com órgãos públicos.

A figura da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) foi instituída pela Lei 9790, de 1999. O OSCIP é um certificado emitido pelo poder público federal em favor de entidades do terceiro setor,constituídas por iniciativa privada, sem fins lucrativos, que comprovem o cumprimento de certos requisitos estabelecidos na referida lei federal. Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados termos de parceria.

A ideia é que a atuação destas entidades de terceiro setor garantam eficiência e universalização de serviços públicos nas áreas de saúde, educação, cultura, profissionalização, assistência social, alem da difusão da consciência de proteção ao meio ambiente e do patrimônio histórico e artístico etc.

Para a PF, os envolvidos em desvios de dinheiro por meio do Ciap viram na lei uma forma de se apropriar facilmente de verbas públicas e desviá-las.

Da minha serie: A Academia vai para o brejo...

Recebo um anuncio sobre uma "conferência internacional" (enfim, Bahia, SP, RS e Alemanha), de um grupo de estudo das religiões, em uma universidade católica de prestígio (não revelo o local para não constranger os organizadores ou participantes; quem quiser achar, vai achar facilmente).
Dentre os vários temas e mesas altamente relevantes para o estudo das religiões, num mundo tão globalizado e cruel, encontro dois que eu definiria como exemplares:

- Conferencia: ‘Grupos e movimentos cristãos contra a globalização capitalista Autoritária’, Fulano de Tal – (Alemanha)

14h30min – Debate e interação (PRA: a interação é fundamental, já que o tema é espinhoso)

16h – Conferencia: ‘As chances da religião libertadora – teologia da libertação e as utopias político-religiosas dos excluídos’ - Sicrano - Argentina

Juro que eu torço para a universidade ir para o brejo rapidamente. Quem sabe, algo melhor pode resultar daí?
Bem, pelo menos, a partir de agora, quando eu me referir à "globalização capitalista" já sei que devo acrescentar: "autoritária".
Sempre aprendendo algo novo...

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...