Um artigo simples, mas que coloca em correta perspectiva a comparação de dados em escala mundial.
''Ingana'' que engana
Roberto Macedo
O Estado de S.Paulo, 21 de abril de 2011
Quando países são comparados economicamente, um procedimento muito usado toma em cada caso, como porcentagem do PIB, algum montante de interesse. Como, por exemplo, o da carga tributária e o dos gastos públicos em saúde.
A interpretação dos resultados precisa ser cuidadosa, para evitar equívocos como o que apontarei mais adiante. De início vale lembrar que essas porcentagens nada dizem sobre quem e quantos, no mesmo exemplo, pagaram a conta dos impostos ou se beneficiaram dos referidos gastos. Em particular, elas não informam sobre o nível de renda ou de PIB por habitante de países comparados, às vezes levando a interpretações equivocadas e também a conclusões mal sustentadas ou mesmo injustificáveis.
Um caso de conclusões desse tipo ocorre frequentemente no Brasil, na comparação de sua carga tributária com a de outros países, sempre como porcentagem dos respectivos PIBs. Dessa comparação vêm conclusões nada lisonjeiras sobre as características dos serviços públicos no Brasil.
Assim, quem no Google buscar textos que simultaneamente se refiram à carga tributária e aos serviços públicos encontrará várias referências a um enganoso paradoxo assim formulado: como porcentagem do PIB o Brasil tem carga tributária alta e típica de países europeus, mas seus serviços públicos são comparáveis aos de países africanos.
Tal paradoxo costuma ser resumido mediante atribuição ao Brasil de características de um país imaginário de nome "Ingana", com carga tributária em porcentagem do PIB próxima à da Inglaterra e serviços públicos similares aos de Gana.
"Ingana" é um termo atribuído ao economista e professor Delfim Netto. Deve ter vindo de uma de suas espirituosas tiradas, pois acredito que saiba muito bem do que estarei afirmando em seguida, e não tem culpa se tanta gente está por aí como papagaio a repetir "Ingana", sem refletir sobre seu significado.
Para mostrar que é enganoso tomarei como similares as cargas tributárias do Brasil e da Inglaterra como porcentagens dos seus PIBs, porém qualificando-as em cada caso pelo valor do mesmo PIB, mas por habitante, também bem próximo do nível de renda médio de sua população. O resultado conclui que é melhor parar com essa repetição, pois "Ingana" não tem sustentação factual.
Recorrerei a dados de 2009 da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas e, no caso da Inglaterra, tomados os do Reino Unido (RU), do qual faz parte. Nesse ano o Brasil mostrou um PIB de US$ 1,6 trilhão e o RU, um de valor não muito maior, de US$ 2,2 trilhões. Supondo, para simplificar, a mesma carga tributária, de 35% do PIB nos dois países, o valor da arrecadação total de impostos não mostraria também uma grande diferença. Esta, entretanto, torna-se evidente no fato de que no mesmo ano o RU aparece com 61,6 milhões de habitantes e o Brasil, com mais que o triplo disso, 193,7 milhões. Com isso, o PIB por habitante nos dois países ficou em US$ 35,2 mil e US$ 8,1 mil, respectivamente. Ou seja, dada a sua população bem menor e uma economia um tanto maior, no RU o PIB por habitante alcançou cerca de quatro vezes o do Brasil, revelando assim a maior diferença entre os dois países nesses dados.
Ora, calculando também a arrecadação tributária por habitante, no RU ela alcançou US$ 12,3 mil, enquanto no Brasil foi de apenas US$ 2,8 mil. Portanto, a conclusão inescapável é que, dada essa enorme diferença, não haveria como oferecer aos habitantes do Brasil, em quantidade e qualidade, os mesmos serviços públicos que o RU tem condições de oferecer. Aliás, no caso da saúde, pude conhecê-los quando na Inglaterra nasceu uma de minhas filhas. Quase tudo foi gratuito, tanto no parto como no pré e pós-natal, e de melhor qualidade que a de serviços privados pelos quais paguei em ocasião similar no Brasil.
E como Gana entrou nessa história? Entrou, como se diz, "de alegre", mas seus dados são muito tristes. Com um PIB per capita de apenas US$ 627, mesmo que arrecadasse os mesmos 35% do PIB - e deve estar muito longe disso -, teria apenas US$ 219 a gastar por habitante. O Brasil, como mostrado acima, teve mais de dez vezes esse valor em 2009.
Nunca fui a Gana, nem sei de outra forma sobre seus serviços públicos, mas apenas por esses números não vejo nenhum risco em concluir que devem ser muito piores que os do Brasil. Quanto a esses serviços o Brasil está num meio-termo e, felizmente, mais distante de Gana que do Reino Unido.
Fico por aqui nas comparações internacionais. Nessa discussão seria melhor se olhássemos nosso próprio umbigo. Então perceberíamos que uma das dificuldades é que aqui quase metade da carga tributária praticamente não esquenta nas mãos do governo, pois logo sai de seu caixa para os enormes pagamentos que faz de juros da dívida pública (cerca de 5% (!) do PIB) e gastos previdenciários (perto de 11% (!) do PIB). Além disso, na área federal gasta demais com deputados, senadores e funcionários dos três Poderes - e a presidente Dilma acaba de criar o 38.º (!) Ministério -, pagando salários e aposentadorias que mais lembram o que se ganha em países ricos do que o recebido aqui pelos que pagam essa conta.
Com tudo isso, não sobra muito para os serviços públicos em geral, que, vale repetir, não são os de Gana, mas tampouco podem ser os do Reino Unido. Talvez a minha filha que lá nasceu possa num futuro ainda distante recebê-los de forma similar aqui, no Brasil. Mas só se nosso país tomar juízo e perceber que isso só virá de um maior crescimento do PIB e de um melhor uso dos recursos governamentais. E certamente não virá de uma carga tributária ainda maior, pois já chegou a um ponto em que prejudica o próprio avanço da economia.
ECONOMISTA (UFMG, USP E HARVARD), SÓCIO DAS CONSULTORIAS MGSP E WEBSETORIAL, É PROFESSOR ASSOCIADO À FAAP
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Ilusoes cubanas: modelo chines so na ditadura do partido
Analyse
A Cuba, Raul Castro et l'armée maîtres du jeu et de l'économie
Le Monde, 20.04.2011
Le congrès du Parti communiste de Cuba (PCC), achevé mardi 19 avril, n'a pas dérogé aux rituels qui caractérisent les grands-messes des partis uniques. A en croire la propagande, 8 913 838 personnes auraient participé aux débats préparatoires... sur 11 millions d'habitants ! Ce congrès avait été repoussé à plusieurs reprises depuis 1997, sans doute faute d'accord sur la façon de sortir de la crise, après la fin des subsides soviétiques qui maintenaient artificiellement à flot l'économie de l'île.
Depuis l'annonce de la maladie de Fidel Castro, en juillet 2006, il a fallu près de cinq ans pour que son frère cadet, Raul Castro, s'empare de toutes les commandes. Il n'a pourtant pas perdu de temps : les équipes ont été rénovées au plus haut niveau, les fidèles du frère aîné ont été limogés sans ménagement, les forces armées ont élargi leur emprise sur les noyaux durs de l'économie. Les militaires et le général Raul Castro, leur ministre depuis 1959, sont désormais maîtres du jeu.
Derrière la langue de bois du congrès se dessinent une privatisation partielle de l'appareil productif et la consolidation d'une économie mixte, avec deux domaines très différents. L'un, rentable, mise sur l'avenir. Il regroupe le tourisme, le nickel, demain le pétrole, une partie de l'agriculture. C'est le seul qui compte vraiment pour les militaires et leurs manageurs. Leur grand espoir, c'est le pétrole en eaux profondes - mais on en est encore à la phase exploratoire. Autre objectif : après le tourisme de masse, il s'agit d'attirer des vacanciers haut de gamme, en leur proposant des infrastructures de luxe. L'avenir passe aussi par les travaux en cours au port de Mariel, avec l'aide des Brésiliens, et la perspective d'une normalisation des relations avec les Etats-Unis.
Quant à l'autre domaine (tout ce qui reste), peu importe son évolution : les usines et les entreprises peuvent devenir des coopératives, être privatisées voire fermées si elles s'avèrent improductives. Impuissant à prolonger le dogme socialiste du plein-emploi, l'Etat patron se défausse sur les individus, sans aucun filet de sécurité. Travailler à son propre compte devrait être le débouché des 1,3 million de Cubains dont les emplois sont désormais considérés comme superflus. Malgré les contorsions rhétoriques, la propriété privée est rétablie, à condition de ne pas dépasser une certaine "concentration", qui reste à définir.
Toutefois, Raul Castro l'a dit au congrès, "il n'y aura pas de thérapie de choc". "Personne de sain d'esprit" à la direction cubaine ne songerait, par exemple, à éliminer d'un coup le carnet de rationnement, symbole de "l'égalitarisme", devenu une notion "nocive" pour le successeur de Fidel Castro. Alors qu'il pourfend la "mentalité d'inertie" et "l'immobilisme ", Raul Castro est obligé d'adapter le rythme des changements aux résistances de la société et des institutions. Il faudra cinq ans encore, prédit-il. Au congrès, il a annoncé pour bientôt la liberté de vente et d'achat des logements et des véhicules, l'extension des terres non cultivées proposées en usufruit et des crédits pour les travailleurs indépendants.
La politique de La Havane équivaut à une "perestroïka" sans "glasnost", commente le philosophe cubain Alexis Jardines, c'est-à-dire une restructuration de l'économie sans transparence ni ouverture politique. La comparaison avec le Vietnam ou la Chine vaut surtout pour le verrouillage institutionnel, symbolisé par le parti unique, car économiquement, les Cubains sont moins audacieux que leurs amis d'Hanoï ou de Pékin. Le virage économique comble les investisseurs étrangers déjà présents, européens ou canadiens, et aiguise l'impatience des Américains, freinés par leur propre embargo.
Cuba est un cas d'école, au moment où les révoltes arabes amènent l'Union européenne à s'interroger sur la relation entre diplomatie et droits de l'homme. En dépit de la libération de plus d'une centaine de prisonniers politiques (presque tous conduits à s'exiler), les libertés fondamentales ne sont pas respectées : ni la liberté d'expression, ni celle d'association, ni celle de manifestation, ni celle d'aller et venir. Le gouvernement détient le monopole des médias, qui ne font pas de l'information, mais de la propagande, et verrouille l'accès à Internet. Il conserve le monopole de l'éducation. Le Parlement est une chambre d'enregistrement, la justice est inféodée au pouvoir, le code pénal permet d'emprisonner quiconque pour sa "dangerosité" présumée ou des liens avec l'étranger.
Les investisseurs n'y voient là aucun défaut mais au contraire la garantie d'une paix sociale, avec des bas salaires défiant toute concurrence. La renégociation de la dette cubaine avec un petit nombre de pays (dont la France) en vue de nouveaux investissements montre l'intérêt que suscite La Havane. Les travailleurs indépendants et les petits entrepreneurs ne peuvent, eux, en faire autant avec les ressources de la diaspora cubaine (2 millions de personnes), contrairement aux Chinois et Vietnamiens, qui ont su profiter de l'épargne de leurs expatriés pour développer leurs propres projets et gagner de nouveaux marchés.
Paulo A. Paranagua (Service International)
Article paru dans l'édition du 21.04.11
A Cuba, Raul Castro et l'armée maîtres du jeu et de l'économie
Le Monde, 20.04.2011
Le congrès du Parti communiste de Cuba (PCC), achevé mardi 19 avril, n'a pas dérogé aux rituels qui caractérisent les grands-messes des partis uniques. A en croire la propagande, 8 913 838 personnes auraient participé aux débats préparatoires... sur 11 millions d'habitants ! Ce congrès avait été repoussé à plusieurs reprises depuis 1997, sans doute faute d'accord sur la façon de sortir de la crise, après la fin des subsides soviétiques qui maintenaient artificiellement à flot l'économie de l'île.
Depuis l'annonce de la maladie de Fidel Castro, en juillet 2006, il a fallu près de cinq ans pour que son frère cadet, Raul Castro, s'empare de toutes les commandes. Il n'a pourtant pas perdu de temps : les équipes ont été rénovées au plus haut niveau, les fidèles du frère aîné ont été limogés sans ménagement, les forces armées ont élargi leur emprise sur les noyaux durs de l'économie. Les militaires et le général Raul Castro, leur ministre depuis 1959, sont désormais maîtres du jeu.
Derrière la langue de bois du congrès se dessinent une privatisation partielle de l'appareil productif et la consolidation d'une économie mixte, avec deux domaines très différents. L'un, rentable, mise sur l'avenir. Il regroupe le tourisme, le nickel, demain le pétrole, une partie de l'agriculture. C'est le seul qui compte vraiment pour les militaires et leurs manageurs. Leur grand espoir, c'est le pétrole en eaux profondes - mais on en est encore à la phase exploratoire. Autre objectif : après le tourisme de masse, il s'agit d'attirer des vacanciers haut de gamme, en leur proposant des infrastructures de luxe. L'avenir passe aussi par les travaux en cours au port de Mariel, avec l'aide des Brésiliens, et la perspective d'une normalisation des relations avec les Etats-Unis.
Quant à l'autre domaine (tout ce qui reste), peu importe son évolution : les usines et les entreprises peuvent devenir des coopératives, être privatisées voire fermées si elles s'avèrent improductives. Impuissant à prolonger le dogme socialiste du plein-emploi, l'Etat patron se défausse sur les individus, sans aucun filet de sécurité. Travailler à son propre compte devrait être le débouché des 1,3 million de Cubains dont les emplois sont désormais considérés comme superflus. Malgré les contorsions rhétoriques, la propriété privée est rétablie, à condition de ne pas dépasser une certaine "concentration", qui reste à définir.
Toutefois, Raul Castro l'a dit au congrès, "il n'y aura pas de thérapie de choc". "Personne de sain d'esprit" à la direction cubaine ne songerait, par exemple, à éliminer d'un coup le carnet de rationnement, symbole de "l'égalitarisme", devenu une notion "nocive" pour le successeur de Fidel Castro. Alors qu'il pourfend la "mentalité d'inertie" et "l'immobilisme ", Raul Castro est obligé d'adapter le rythme des changements aux résistances de la société et des institutions. Il faudra cinq ans encore, prédit-il. Au congrès, il a annoncé pour bientôt la liberté de vente et d'achat des logements et des véhicules, l'extension des terres non cultivées proposées en usufruit et des crédits pour les travailleurs indépendants.
La politique de La Havane équivaut à une "perestroïka" sans "glasnost", commente le philosophe cubain Alexis Jardines, c'est-à-dire une restructuration de l'économie sans transparence ni ouverture politique. La comparaison avec le Vietnam ou la Chine vaut surtout pour le verrouillage institutionnel, symbolisé par le parti unique, car économiquement, les Cubains sont moins audacieux que leurs amis d'Hanoï ou de Pékin. Le virage économique comble les investisseurs étrangers déjà présents, européens ou canadiens, et aiguise l'impatience des Américains, freinés par leur propre embargo.
Cuba est un cas d'école, au moment où les révoltes arabes amènent l'Union européenne à s'interroger sur la relation entre diplomatie et droits de l'homme. En dépit de la libération de plus d'une centaine de prisonniers politiques (presque tous conduits à s'exiler), les libertés fondamentales ne sont pas respectées : ni la liberté d'expression, ni celle d'association, ni celle de manifestation, ni celle d'aller et venir. Le gouvernement détient le monopole des médias, qui ne font pas de l'information, mais de la propagande, et verrouille l'accès à Internet. Il conserve le monopole de l'éducation. Le Parlement est une chambre d'enregistrement, la justice est inféodée au pouvoir, le code pénal permet d'emprisonner quiconque pour sa "dangerosité" présumée ou des liens avec l'étranger.
Les investisseurs n'y voient là aucun défaut mais au contraire la garantie d'une paix sociale, avec des bas salaires défiant toute concurrence. La renégociation de la dette cubaine avec un petit nombre de pays (dont la France) en vue de nouveaux investissements montre l'intérêt que suscite La Havane. Les travailleurs indépendants et les petits entrepreneurs ne peuvent, eux, en faire autant avec les ressources de la diaspora cubaine (2 millions de personnes), contrairement aux Chinois et Vietnamiens, qui ont su profiter de l'épargne de leurs expatriés pour développer leurs propres projets et gagner de nouveaux marchés.
Paulo A. Paranagua (Service International)
Article paru dans l'édition du 21.04.11
Ilusoes brasileiras: a parceria estrategica com a China...
Nunca me canso de me surpreender com o amadorismo de certos "dirigentes", com as ilusões mantidas por esses preclaros líderes da política nacional. Pergunto-me sempre o que faz alguém ser ingênuo: seria falta de instrução, de educação, de reflexão, de simples informação?
Essa gente acredita em qualquer coisa, até em transferência de tecnologia...
Será que essas pessoas não conseguem ler jornais, observar o mundo e tirar suas conclusões?
Será que elas vão continuar ingênuas e equivocadas a vida inteira?
Ou será que estou cansando de continuar a ser dirigido por néscios e ignorantes?
Enfim, seja qual for a razão, a resposta, a explicação, aqui vai mais uma demonstração de suprema ingenuidade, de amadorismo e de auto-ilusão...
Paulo Roberto de Almeida
Dilma quer produção binacional com a China
Vera Rosa - BRASÍLIA
O Estado de S.Paulo, 21 de abril de 2011
Presidente pediu que sejam identificadas áreas em que a associação do Brasil a empresas chinesas vá além da simples transferência de tecnologia
A presidente Dilma Rousseff encomendou a ministros que a acompanharam na viagem à China, na semana passada, a identificação de áreas nas quais o Brasil possa se associar com empresas do país asiático. Dilma quer que a parceria comercial passe agora pela produção de manufaturas binacionais e vai insistir no projeto ao receber, em maio, o ministro do Comércio da China, Chen Deming.
O ministro chefiará uma missão de empresários chineses que virão ao Brasil para "prospectar" negócios. A ideia é adotar o exemplo da TV digital - acordo que prevê o uso de tecnologia japonesa, com a incorporação de inovações desenvolvidas no Brasil - como modelo para convencer a China sobre a importância dessas parcerias.
"Queremos adotar projetos comuns com a China, como os feitos com os japoneses com a TV digital", afirmou Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Dilma para Assuntos Internacionais. "Não se trata simplesmente de transferência de tecnologia, mas de uma espécie de recriação de produtos." O Brasil ainda faz estudos sobre associações, joint ventures ou acordos tecnológicos que possam gerar dividendos para os dois países.
Na prática, está de olho em parcerias binacionais que não se restrinjam ao programa aeroespacial sino-brasileiro, responsável pela fabricação de dois satélites e já na fase de pesquisa para a produção de outros dois.
Garcia deu pistas sobre os interesses brasileiros, embora as negociações não tenham começado. "Na conversa com a Foxconn, a ideia foi a de avançar na produção de produtos de nova geração lá", afirmou o assessor, numa referência ao encontro entre Dilma e o dono da Foxconn, Terry Gou, em Pequim. A maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, de capital taiwanês, anunciou a intenção de investir US$ 12 bilhões no Brasil, nos próximos cinco anos, para produzir displays.
Os exemplos citados por Garcia não pararam por aí. "A indústria automobilística chinesa quer entrar no Brasil? Então, por que não produzir um carro sino-brasileiro?", sugeriu ele.
Relatório produzido pelo Conselho Empresarial Brasil-China indica que três das maiores montadoras chinesas de veículos (JAC, Chery e Dongfeng) já anunciaram investimentos da ordem de US$ 420 milhões no Brasil. "Nós queremos que a China venha participar do nosso mercado, mas produzindo aqui, trabalhando no mesmo ambiente de negócios que as empresas brasileiras trabalham e apoiando a construção de uma infraestrutura no Brasil", disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.
Chefe da missão que levou 307 empresários à China, na semana passada, Andrade apontou como complicador nas negociações com os chineses o fato de as empresas privadas também terem participação do Estado. "Na China, a gente não sabe qual é empresa de governo, qual é empresa privada", insistiu o presidente da CNI.
Mais otimista, o governo avalia que a visita de Dilma resultará em acordos para além das fronteiras das matérias-primas. Atualmente, a pauta do comércio bilateral - mesmo com superávit favorável ao Brasil, na casa dos US$ 5,2 bilhões - é dominada por commodities, como petróleo, minério de ferro e soja.
Pelos cálculos do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o preço médio de uma tonelada vendida ao Brasil pela China é superior a US$ 3.000. Na outra ponta, a tonelada exportada pelo Brasil não passa de US$ 163. "Nós precisamos, agora, criar a Embrapa da indústria", resumiu Mercadante, numa alusão à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Novo modelo
MARCO AURÉLIO GARCIA, ASSESSOR ESPECIAL PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS:
"A indústria automobilística chinesa quer entrar no Brasil? Então, por que não produzir um carro sino-brasileiro?"
========
Último comentário. Tem gente que ainda acha que basta uma "Embrapa da indústria" para tornar o Brasil competitivo. Os industriais da área já esfregam as mãos com gosto, na perspectiva de ganhar mais algum dinheiro público (ou seja, nosso).
Até quando vou ter de aguentar essas bobagens?
Paulo Roberto de Almeida
Essa gente acredita em qualquer coisa, até em transferência de tecnologia...
Será que essas pessoas não conseguem ler jornais, observar o mundo e tirar suas conclusões?
Será que elas vão continuar ingênuas e equivocadas a vida inteira?
Ou será que estou cansando de continuar a ser dirigido por néscios e ignorantes?
Enfim, seja qual for a razão, a resposta, a explicação, aqui vai mais uma demonstração de suprema ingenuidade, de amadorismo e de auto-ilusão...
Paulo Roberto de Almeida
Dilma quer produção binacional com a China
Vera Rosa - BRASÍLIA
O Estado de S.Paulo, 21 de abril de 2011
Presidente pediu que sejam identificadas áreas em que a associação do Brasil a empresas chinesas vá além da simples transferência de tecnologia
A presidente Dilma Rousseff encomendou a ministros que a acompanharam na viagem à China, na semana passada, a identificação de áreas nas quais o Brasil possa se associar com empresas do país asiático. Dilma quer que a parceria comercial passe agora pela produção de manufaturas binacionais e vai insistir no projeto ao receber, em maio, o ministro do Comércio da China, Chen Deming.
O ministro chefiará uma missão de empresários chineses que virão ao Brasil para "prospectar" negócios. A ideia é adotar o exemplo da TV digital - acordo que prevê o uso de tecnologia japonesa, com a incorporação de inovações desenvolvidas no Brasil - como modelo para convencer a China sobre a importância dessas parcerias.
"Queremos adotar projetos comuns com a China, como os feitos com os japoneses com a TV digital", afirmou Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Dilma para Assuntos Internacionais. "Não se trata simplesmente de transferência de tecnologia, mas de uma espécie de recriação de produtos." O Brasil ainda faz estudos sobre associações, joint ventures ou acordos tecnológicos que possam gerar dividendos para os dois países.
Na prática, está de olho em parcerias binacionais que não se restrinjam ao programa aeroespacial sino-brasileiro, responsável pela fabricação de dois satélites e já na fase de pesquisa para a produção de outros dois.
Garcia deu pistas sobre os interesses brasileiros, embora as negociações não tenham começado. "Na conversa com a Foxconn, a ideia foi a de avançar na produção de produtos de nova geração lá", afirmou o assessor, numa referência ao encontro entre Dilma e o dono da Foxconn, Terry Gou, em Pequim. A maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, de capital taiwanês, anunciou a intenção de investir US$ 12 bilhões no Brasil, nos próximos cinco anos, para produzir displays.
Os exemplos citados por Garcia não pararam por aí. "A indústria automobilística chinesa quer entrar no Brasil? Então, por que não produzir um carro sino-brasileiro?", sugeriu ele.
Relatório produzido pelo Conselho Empresarial Brasil-China indica que três das maiores montadoras chinesas de veículos (JAC, Chery e Dongfeng) já anunciaram investimentos da ordem de US$ 420 milhões no Brasil. "Nós queremos que a China venha participar do nosso mercado, mas produzindo aqui, trabalhando no mesmo ambiente de negócios que as empresas brasileiras trabalham e apoiando a construção de uma infraestrutura no Brasil", disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.
Chefe da missão que levou 307 empresários à China, na semana passada, Andrade apontou como complicador nas negociações com os chineses o fato de as empresas privadas também terem participação do Estado. "Na China, a gente não sabe qual é empresa de governo, qual é empresa privada", insistiu o presidente da CNI.
Mais otimista, o governo avalia que a visita de Dilma resultará em acordos para além das fronteiras das matérias-primas. Atualmente, a pauta do comércio bilateral - mesmo com superávit favorável ao Brasil, na casa dos US$ 5,2 bilhões - é dominada por commodities, como petróleo, minério de ferro e soja.
Pelos cálculos do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o preço médio de uma tonelada vendida ao Brasil pela China é superior a US$ 3.000. Na outra ponta, a tonelada exportada pelo Brasil não passa de US$ 163. "Nós precisamos, agora, criar a Embrapa da indústria", resumiu Mercadante, numa alusão à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Novo modelo
MARCO AURÉLIO GARCIA, ASSESSOR ESPECIAL PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS:
"A indústria automobilística chinesa quer entrar no Brasil? Então, por que não produzir um carro sino-brasileiro?"
========
Último comentário. Tem gente que ainda acha que basta uma "Embrapa da indústria" para tornar o Brasil competitivo. Os industriais da área já esfregam as mãos com gosto, na perspectiva de ganhar mais algum dinheiro público (ou seja, nosso).
Até quando vou ter de aguentar essas bobagens?
Paulo Roberto de Almeida
Global Player ou Vira-Latas?: o Brasil quer ser os dois ao mesmo tempo...
Os psiquiatras, como já escrevi antes, diriam que se trata do conhecido transtorno bipolar, essa mania de querer ser uma coisa e outra ao mesmo tempo.
Um leitor, Anônimo, mas que sempre termina pela saudação "Vale!" (o que o identifica, talvez, como um colega de profissão), escreveu-me isto a propósito de um post meu:
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Brasil: querendo ser grande, mas desejando ficar pequeno":
Talvez seja útil baixarmos o tom ufanista do discurso de "global player" nas tratativas comerciais e nos valermos do velho e sagaz "complexo de vira-latas"!
Vale!
Comento (PRA):
De fato é assim. Queremos ser grandes, mas não queremos assumir responsabilidade por este fato singelo da vida: um dia ficar grande, belo e forte. Não tenho certeza quanto ao belo e forte (e nem menos sobre ser rico, de verdade), mas ser grande é uma fatalidade que acontece ou pelo crescimento, ou pelo tamanho natural, o que o Brasil tem, dos dois lados.
Então, queremos entrar no CSNU, mas não queremos assumir responsabilidade por ter, de vez em quando, de baixar o cacete em algum desses nasty dictators que se alegram em massacrar o seu próprio povo. Sempre preferimos o diálogo, dizendo mais ou menos o seguinte:
" -- Olha, minha gente, não vamos baixar o cacete pois pode atingir alguns inocentes, civis incautos, simples passantes. Seria horrível contemplar esses corpos atingidos por 'bombas humanitárias'. Vamos sentar com esse ditador e tentar solucionar a questão pacificamente. Através do diálogo, da invocação dos princípios do direito humanitário, vamos convencer esse líder a não continuar massacrando o seu povo..."
Posso estar exagerando, mas é mais ou menos assim, tirando o bullshit diplomático, que nos comportamos nas instâncias internacionais.
Algo semelhante ocorre nas instâncias econômicas. Queremos mais poder decisório, queremos mais abertura de mercados (preferencialmente dos outros, não os nossos), queremos ser respeitados, por sermos grandes, ricos (êpa!), belos e fortes, mas estamos sempre pedindo tratamento especial e mais favorável, mais ou menos assim:
-- Olha, minha gente, vamos liberalizar, vamos abrir mercados, mas como somos ainda pobrezinhos, com empresas fracas e operários ganhando pouco, não podemos abrir muito nossos mercados, temos nossos industriais (protecionistas) coitadinhos, que não conseguem sobreviver sem alguma ajuda estatal e, sobretudo, somos menos competitivos que vocês, assim que precisamos ainda desse SGP, dessas tarifas preferenciais, sem as quais vamos perder mercados..."
Não temos nada a dizer sobre nossa carga de impostos, sobre nossas mazelas burocráticas, sobre nossas ineficiências de infra-estrutura, nada. Tudo é culpa do protecionismo europeu e americano.
Isso se chama, como disse meu anônimo correspondente, complexo de vira-latas.
Mas também deve ser transtorno bipolar...
Paulo Roberto de Almeida
Um leitor, Anônimo, mas que sempre termina pela saudação "Vale!" (o que o identifica, talvez, como um colega de profissão), escreveu-me isto a propósito de um post meu:
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Brasil: querendo ser grande, mas desejando ficar pequeno":
Talvez seja útil baixarmos o tom ufanista do discurso de "global player" nas tratativas comerciais e nos valermos do velho e sagaz "complexo de vira-latas"!
Vale!
Comento (PRA):
De fato é assim. Queremos ser grandes, mas não queremos assumir responsabilidade por este fato singelo da vida: um dia ficar grande, belo e forte. Não tenho certeza quanto ao belo e forte (e nem menos sobre ser rico, de verdade), mas ser grande é uma fatalidade que acontece ou pelo crescimento, ou pelo tamanho natural, o que o Brasil tem, dos dois lados.
Então, queremos entrar no CSNU, mas não queremos assumir responsabilidade por ter, de vez em quando, de baixar o cacete em algum desses nasty dictators que se alegram em massacrar o seu próprio povo. Sempre preferimos o diálogo, dizendo mais ou menos o seguinte:
" -- Olha, minha gente, não vamos baixar o cacete pois pode atingir alguns inocentes, civis incautos, simples passantes. Seria horrível contemplar esses corpos atingidos por 'bombas humanitárias'. Vamos sentar com esse ditador e tentar solucionar a questão pacificamente. Através do diálogo, da invocação dos princípios do direito humanitário, vamos convencer esse líder a não continuar massacrando o seu povo..."
Posso estar exagerando, mas é mais ou menos assim, tirando o bullshit diplomático, que nos comportamos nas instâncias internacionais.
Algo semelhante ocorre nas instâncias econômicas. Queremos mais poder decisório, queremos mais abertura de mercados (preferencialmente dos outros, não os nossos), queremos ser respeitados, por sermos grandes, ricos (êpa!), belos e fortes, mas estamos sempre pedindo tratamento especial e mais favorável, mais ou menos assim:
-- Olha, minha gente, vamos liberalizar, vamos abrir mercados, mas como somos ainda pobrezinhos, com empresas fracas e operários ganhando pouco, não podemos abrir muito nossos mercados, temos nossos industriais (protecionistas) coitadinhos, que não conseguem sobreviver sem alguma ajuda estatal e, sobretudo, somos menos competitivos que vocês, assim que precisamos ainda desse SGP, dessas tarifas preferenciais, sem as quais vamos perder mercados..."
Não temos nada a dizer sobre nossa carga de impostos, sobre nossas mazelas burocráticas, sobre nossas ineficiências de infra-estrutura, nada. Tudo é culpa do protecionismo europeu e americano.
Isso se chama, como disse meu anônimo correspondente, complexo de vira-latas.
Mas também deve ser transtorno bipolar...
Paulo Roberto de Almeida
Dos BRICS ao BRIS?: ilusoes anti-hegemonicas (inclusive do Brasil)
Sem o C, o grupo artificial chamado BRIC, agora BRICS, por injunção do C, justamente, ou seja, da China, perde muito do seu sentido e do seu "poder", seja lá o que representa esse "poder".
A China, sozinha, é maior e mais importante do que todos os demais países membros juntos.
Mas tem gente que gosta de viver de ilusões...
Paulo Roberto de Almeida
I.H.T. OP-ED CONTRIBUTOR
A Gathering of BRICS
By PHILIP BOWRING
The New York Times, April 20, 2011
HONG KONG — The so-called BRICS group of nations (Brazil, Russia, India, China and South Africa) held their third summit meeting in Hainan, China, last week, promoting themselves as the key “emerging nations” to challenge the longtime dominance of the West.
Coined a few years ago by Goldman Sachs to indicate the four leading emerging markets on the international investment scene, “BRICS” (adding South Africa to the original members) has since acquired a political dimension.
For sure, the original four have made huge advances in the past 20 years. But it is worth remembering that the concept was not invented by Goldman Sachs but by President Sukarno of Indonesia a half century earlier when he coined the term the “New Emerging Forces.”
Indeed, in 1963 Indonesia organized a sports tournament it called the Games of the New Emerging Forces in Jakarta, largely paid for by China. Significantly, Indonesia was not even present in Hainan, despite its progress since 1963.
So are these current “emerging nations” a real gang of five, or just a list of nations with no common agenda other than a shared resentment of the United States — albeit for sometimes contradictory reasons — that want to devise an antidote to Western power? Does this group have any credibility other than as a source of rhetoric and photo opportunities?
The most obvious common denominator of four of the member countries is that they are major suppliers of commodities to the fifth — China.
All now see China as a huge and rapidly growing market for their coal, iron ore, gas, soybeans, etc. All recognize that Chinese demand has been the main driver of the commodity boom of the past seven years, from which they have all benefited enormously.
Being part of the group makes good business sense — it’s a handy forum for pleading for more investment from Beijing and more exports to China, and provides opportunities for Brazil and South Africa in particular to raise their international profiles.
China’s role establishes it as undisputed leader of these “emerging forces.” However, the other members might do well to pause to consider the nature of their relationship with China.
For Russia, there is the poignant realization that a former superpower now plays second fiddle to China in an “emerging” group. For all four nations, it’s a reminder that they mainly sell raw commodities to China while China sells them manufactured goods.
Despite the boom in commodity prices, China enjoys trade surpluses with all of them except Brazil. India in particular is embarrassed that it mainly sells iron ore to China while seeing Chinese goods make huge inroads into India’s markets. India’s trade deficit with China is running at $25 billion annually.
The five BRICS make common cause complaining about the volatility of commodity and currency markets and the perils of too-open capital markets. That seems fair enough, until one notes that Brazil, India and South Africa have all suffered from undervaluation of the Chinese currency, the renminbi, while their own currencies have been appreciating.
The political goal of appearing united prevents these countries from being as outspoken as they need to be on currency issues. A proposal to settle bilateral trade in their own currencies rather than in U.S. dollars is mostly illusory. Likewise, the complaints about speculative activity in commodity markets are at odds with the fact that China has some of the world’s most active and volatile commodity markets.
Inclusion of South Africa in the group is unlikely to add to its influence. This addition has been seen as a diplomatic coup for China, which wanted an African member — just as Sukarno wanted Egypt in his Asia-Africa-Latin America grouping. But South Africa has a fraction of the economic weight of the other members, and its presence in this select company has been duly noted by excluded countries like Indonesia, Turkey, South Korea or Mexico.
The truth is that the interests of “emerging forces” are far more comprehensively represented by their members in the Group of 20 than by the BRICS. This was a summit meeting the emerging world does not need.
A version of this op-ed appeared in print on April 21, 2011, in The International Herald Tribune with the headline: A Gathering of BRICS.
A China, sozinha, é maior e mais importante do que todos os demais países membros juntos.
Mas tem gente que gosta de viver de ilusões...
Paulo Roberto de Almeida
I.H.T. OP-ED CONTRIBUTOR
A Gathering of BRICS
By PHILIP BOWRING
The New York Times, April 20, 2011
HONG KONG — The so-called BRICS group of nations (Brazil, Russia, India, China and South Africa) held their third summit meeting in Hainan, China, last week, promoting themselves as the key “emerging nations” to challenge the longtime dominance of the West.
Coined a few years ago by Goldman Sachs to indicate the four leading emerging markets on the international investment scene, “BRICS” (adding South Africa to the original members) has since acquired a political dimension.
For sure, the original four have made huge advances in the past 20 years. But it is worth remembering that the concept was not invented by Goldman Sachs but by President Sukarno of Indonesia a half century earlier when he coined the term the “New Emerging Forces.”
Indeed, in 1963 Indonesia organized a sports tournament it called the Games of the New Emerging Forces in Jakarta, largely paid for by China. Significantly, Indonesia was not even present in Hainan, despite its progress since 1963.
So are these current “emerging nations” a real gang of five, or just a list of nations with no common agenda other than a shared resentment of the United States — albeit for sometimes contradictory reasons — that want to devise an antidote to Western power? Does this group have any credibility other than as a source of rhetoric and photo opportunities?
The most obvious common denominator of four of the member countries is that they are major suppliers of commodities to the fifth — China.
All now see China as a huge and rapidly growing market for their coal, iron ore, gas, soybeans, etc. All recognize that Chinese demand has been the main driver of the commodity boom of the past seven years, from which they have all benefited enormously.
Being part of the group makes good business sense — it’s a handy forum for pleading for more investment from Beijing and more exports to China, and provides opportunities for Brazil and South Africa in particular to raise their international profiles.
China’s role establishes it as undisputed leader of these “emerging forces.” However, the other members might do well to pause to consider the nature of their relationship with China.
For Russia, there is the poignant realization that a former superpower now plays second fiddle to China in an “emerging” group. For all four nations, it’s a reminder that they mainly sell raw commodities to China while China sells them manufactured goods.
Despite the boom in commodity prices, China enjoys trade surpluses with all of them except Brazil. India in particular is embarrassed that it mainly sells iron ore to China while seeing Chinese goods make huge inroads into India’s markets. India’s trade deficit with China is running at $25 billion annually.
The five BRICS make common cause complaining about the volatility of commodity and currency markets and the perils of too-open capital markets. That seems fair enough, until one notes that Brazil, India and South Africa have all suffered from undervaluation of the Chinese currency, the renminbi, while their own currencies have been appreciating.
The political goal of appearing united prevents these countries from being as outspoken as they need to be on currency issues. A proposal to settle bilateral trade in their own currencies rather than in U.S. dollars is mostly illusory. Likewise, the complaints about speculative activity in commodity markets are at odds with the fact that China has some of the world’s most active and volatile commodity markets.
Inclusion of South Africa in the group is unlikely to add to its influence. This addition has been seen as a diplomatic coup for China, which wanted an African member — just as Sukarno wanted Egypt in his Asia-Africa-Latin America grouping. But South Africa has a fraction of the economic weight of the other members, and its presence in this select company has been duly noted by excluded countries like Indonesia, Turkey, South Korea or Mexico.
The truth is that the interests of “emerging forces” are far more comprehensively represented by their members in the Group of 20 than by the BRICS. This was a summit meeting the emerging world does not need.
A version of this op-ed appeared in print on April 21, 2011, in The International Herald Tribune with the headline: A Gathering of BRICS.
Primazia dos EUA: as (falsas) raizes militares - Marcos Guterman vs Paulo R. Almeida
Leiam primeiro esta nota, no blog de um jornalista geralmente arguto e bem informado:
O tamanho do abismo entre EUA e China
por Marcos Guterman
Blog Estadão, 20.abril.2011
Muito se diz sobre o novo poder chinês e seu triunfante avanço para destruir a hegemonia dos EUA. O siteChina-US Focus procurou comparar os números dos dois países no que diz respeito a um dos elementos essenciais da equação que resulta numa superpotência efetiva: o investimento militar. O resultado mostra que há um abismo entre chineses e americanos que nenhuma retórica antiamericana é capaz de superar. A seguir, as principais conclusões.
1) O orçamento militar chinês é de US$ 91,5 bilhões. O dos EUA é de US$ 663,8 bilhões. O orçamento militar americano é maior do que o orçamento militar combinado de China, Reino Unido, Alemanha, França, Japão, Rússia, Índia e Brasil.
2) Na defesa de seus habitantes, a China gasta US$ 70 per capita; os EUA gastam US$ 2.119 per capita.
3) A economia dos EUA é de US$ 14,6 trilhões, contra US$ 5,75 trilhões da China. Os EUA gastam 4,7% do PIB na área militar, enquanto a China gasta 1,4%.
4) A China tem 2.285.000 soldados, enquanto os EUA têm 1.580.255. Isso significa que a China tem o maior Exército do mundo, mas só em números absolutos. Em relação à população que deve ser protegida, a China tem 1 soldado para cada 585 cidadãos, enquanto os EUA têm 1 para 198.
5) A China gasta em média US$ 40,04 por soldado. Já os EUA gastam US$ 420,05.
=======
Meus comentários [PRA]:
Creio que esse tipo de comparacao é falho metodologicamente, e é falho historicamente.
Gastar mais não significa gastar bem, e sobretudo não garante supremacia no longo prazo.
Os EUA dispõem, hoje, e nas últimas seis ou sete décadas, da supremacia incontestável sobre o mundo, sendo o único país, repito, o único, capaz de projetar poder em dois ou três cenários de guerra simultaneamente, e de manter confrontos simultâneos com grandes poderes durante certo tempo. Isso não lhes assegura a primazia absoluta durante algum tempo, mas mesmo isso não seria uma garantia contra uma coalizão unida de outros grandes poderes atacando simultaneamente os EUA em diversas frentes.
O gênio da política americana, o seu sentido aroniano profundo, é o de manter divididos seus eventuais oponentes, e esforçar-se para que uma tal coalizão não se forme, o que era, aliás, o que fazia a Grã-Bretanha em relação à Europa durante a maior parte do seu predomínio econômico e militar "indisputável" (durou cem anos talvez, do final das guerras napoleônicas até a Primeira Guerra Mundial).
Mas se enganam aqueles que acreditam que a primazia americana se deve ao poderio militar, e ao gasto militar por soldado ou por habitante.
Os EUA são ricos e poderosos A DESPEITO do Pentágono, não por causa dele. Sua primazia tem muito mais a ver com a "professorinha de aldeia" do que com os supostos "gênios militares" do Pentágono, que, como os políticos em geral, são pagos para gastar o dinheiro do cidadão (geralmente mal).
Os que querem descobrir as raízes do predomínio americano tem de buscar outras origens, não o gasto militar, que é apenas o reflexo (enganoso) dessa primazia.
-------------------
Paulo Roberto de Almeida
O tamanho do abismo entre EUA e China
por Marcos Guterman
Blog Estadão, 20.abril.2011
Muito se diz sobre o novo poder chinês e seu triunfante avanço para destruir a hegemonia dos EUA. O siteChina-US Focus procurou comparar os números dos dois países no que diz respeito a um dos elementos essenciais da equação que resulta numa superpotência efetiva: o investimento militar. O resultado mostra que há um abismo entre chineses e americanos que nenhuma retórica antiamericana é capaz de superar. A seguir, as principais conclusões.
1) O orçamento militar chinês é de US$ 91,5 bilhões. O dos EUA é de US$ 663,8 bilhões. O orçamento militar americano é maior do que o orçamento militar combinado de China, Reino Unido, Alemanha, França, Japão, Rússia, Índia e Brasil.
2) Na defesa de seus habitantes, a China gasta US$ 70 per capita; os EUA gastam US$ 2.119 per capita.
3) A economia dos EUA é de US$ 14,6 trilhões, contra US$ 5,75 trilhões da China. Os EUA gastam 4,7% do PIB na área militar, enquanto a China gasta 1,4%.
4) A China tem 2.285.000 soldados, enquanto os EUA têm 1.580.255. Isso significa que a China tem o maior Exército do mundo, mas só em números absolutos. Em relação à população que deve ser protegida, a China tem 1 soldado para cada 585 cidadãos, enquanto os EUA têm 1 para 198.
5) A China gasta em média US$ 40,04 por soldado. Já os EUA gastam US$ 420,05.
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Meus comentários [PRA]:
Creio que esse tipo de comparacao é falho metodologicamente, e é falho historicamente.
Gastar mais não significa gastar bem, e sobretudo não garante supremacia no longo prazo.
Os EUA dispõem, hoje, e nas últimas seis ou sete décadas, da supremacia incontestável sobre o mundo, sendo o único país, repito, o único, capaz de projetar poder em dois ou três cenários de guerra simultaneamente, e de manter confrontos simultâneos com grandes poderes durante certo tempo. Isso não lhes assegura a primazia absoluta durante algum tempo, mas mesmo isso não seria uma garantia contra uma coalizão unida de outros grandes poderes atacando simultaneamente os EUA em diversas frentes.
O gênio da política americana, o seu sentido aroniano profundo, é o de manter divididos seus eventuais oponentes, e esforçar-se para que uma tal coalizão não se forme, o que era, aliás, o que fazia a Grã-Bretanha em relação à Europa durante a maior parte do seu predomínio econômico e militar "indisputável" (durou cem anos talvez, do final das guerras napoleônicas até a Primeira Guerra Mundial).
Mas se enganam aqueles que acreditam que a primazia americana se deve ao poderio militar, e ao gasto militar por soldado ou por habitante.
Os EUA são ricos e poderosos A DESPEITO do Pentágono, não por causa dele. Sua primazia tem muito mais a ver com a "professorinha de aldeia" do que com os supostos "gênios militares" do Pentágono, que, como os políticos em geral, são pagos para gastar o dinheiro do cidadão (geralmente mal).
Os que querem descobrir as raízes do predomínio americano tem de buscar outras origens, não o gasto militar, que é apenas o reflexo (enganoso) dessa primazia.
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Paulo Roberto de Almeida
Rodada Doha: apostas brasileiras caem no vazio...
Mas atenção, o Brasil não pode ser considerado uma vítima inocente, pois tendo sido também muito influente no processo, carrega uma parte da culpa pelo impasse e bloqueio completo das negociações, junto com todos os demais protagonistas (EUA, UE, India, China, Argentina, etc...).
O G20 referido aqui é o financeiro, não tem nada a ver com o G20 comercial que o Lula e o Amorim achavam que iria revolucionar o mundo: seria preciso primeiro começar por resolver suas contradições internas, com membros exportadores agrícolas competitivos (Brasil e Argentina, por exemplo) e subvencionistas-protecionistas esquizofrênicos (China e India, justamente).
Acabou-se a grande ilusão brasileira de liderar os oprimidos periféricos contra os imperialistas arrogantes.
Paulo Roberto de Almeida
Para OMC, diferenças entre países na Rodada Doha são insuperáveis
JAMIL CHADE, DE GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 21/04.2011
Documento de mais de 600 páginas escancara crise e mostra ruptura entre os EUA e emergentes
Dez anos de negociações, milhares de horas de reuniões, milhões de dólares gastos para promover reuniões e viagens de diplomatas, discursos e, finalmente, uma constatação alarmante: hoje, as diferenças em muitas das posição entre os países na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) são "insuperáveis" e o processo está "seriamente ameaçado". Pior: ninguém sabe o que fazer diante da situação que escancara a crise no sistema multilateral.
Nesta quinta-feira, 21, o diretor da entidade, Pascal Lamy, publicou o que seria um rascunho do acordo comercial mais ambicioso da história, com mais de 600 páginas. Mas no lugar de apontar um potencial entendimento, o documento revelou a profunda fratura existente entre Estados Unidos, de um lado, e Brasil, China e Índia de outro. Isso mesmo diante das repetidas declarações do G-20 pedindo a conclusão da rodada em 2011.
Para experiente diplomatas em Genebra, a crise é um reflexo da transição a um novo equilíbrio de poder que se estabelece no mundo, com os países emergentes passando a assumir um novo papel. Em Doha, há dez anos, essa realidade ainda não estava clara. Hoje, a China é o maior exportador do planeta, a Índia potencialmente o maior mercado e o Brasil o terceiro maior exportador agrícola do mundo.
Americanos e europeus querem que os três emergentes deixem de ser tratados como países pobres e façam concessões comerciais, abrindo seus mercados. Lamy, em seu texto, indica que Washington e Bruxelas consideram a atual negociação como "a última chance de equiparar" as tarifas de importação cobradas pelos emergentes e os ricos. Só no caso do Brasil, isso significaria levar a zero mais de 3 mil tarifas.
De outro, China, Brasil e Índia se recusam a aceitar as exigências impostas principalmente pelos Estados Unidos, alegando que ainda tem desafios de desenvolvimento importantes e não podem ser tratados da mesma forma. "Acredito que estamos sendo confrontados com uma clara fratura política ", disse Lamy. " A partir do que eu escutei nas minhas consultas, essa fratura não é superável hoje ", completou.
A Rodada foi lançada em 2001 e deveria ter sido concluída em 2005. Agora, a tentativa era de que um pré-acordo baseado nos textos apresentados nesta quinta fosse fechado para que a Rodada pudesse ser concluída até o final do ano. Mas Lamy indicou a diversos países que não sabe mais o que fazer e pede para que todos, até o final de abril, reflitam com seus chefes de governo o que fazer de agora em diante.
Para muitos em Genebra, essa é a crise mais profunda já vivida pela OMC. Não porque a diferença de posição foi explicitada. Mas porque ninguém sabe qual o caminho a ser tomado a partir de agora. Lamy insistiu aos governos que não tratem a atual crise apenas como mais um impasse na história da OMC. Mas alerta que recomeçar do zero as negociações também não seria a solução.
Entre os governos, já há quem fale sobre a ideia de um enterro digno para a OMC. Um dos cenários desenhados pelo Canadá seria a de começar a programar um " desfecho organizado " para a Rodada, congelando o pacote e esperando por melhores momentos nos próximos anos. Algumas delegações, porém, temem que nem isso consiga ser alvo de um acordo e o temor é de que haja uma "aterrissagem descontrolada ".
Outros insistem que não se pode desistir de tudo, depois de dez anos de reuniões. Politicamente, nenhum país quer pagar o ônus de declarar a morte da Rodada. Mas, por enquanto, a ordem é de que todos voltem a suas capitais e pensem sobre o que fazer com a rodada comercial mais ambiciosa já lançada pela comunidade internacional. "Usem os próximos dias para refletir sobre nossa situação. Pensem sobre as consequências de jogar fora dez anos de trabalho ", afirmou Lamy aos governos.
"Essa é uma situação grave para a Rodada. Mas é nossa realidade e precisamos encará-la", completou. Hoje, o pacote teria um impacto modesto na economia mundial. Mas abandonar o processo poderia, segundo muitos na OMC, ter um alto custo político para o sistema multilateral. Para Lamy, há ganhos econômicos e jogo. "Mas, acima de tudo, significaria que o espírito da cooperação global comercial ainda está vivo ", completou.
O G20 referido aqui é o financeiro, não tem nada a ver com o G20 comercial que o Lula e o Amorim achavam que iria revolucionar o mundo: seria preciso primeiro começar por resolver suas contradições internas, com membros exportadores agrícolas competitivos (Brasil e Argentina, por exemplo) e subvencionistas-protecionistas esquizofrênicos (China e India, justamente).
Acabou-se a grande ilusão brasileira de liderar os oprimidos periféricos contra os imperialistas arrogantes.
Paulo Roberto de Almeida
Para OMC, diferenças entre países na Rodada Doha são insuperáveis
JAMIL CHADE, DE GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 21/04.2011
Documento de mais de 600 páginas escancara crise e mostra ruptura entre os EUA e emergentes
Dez anos de negociações, milhares de horas de reuniões, milhões de dólares gastos para promover reuniões e viagens de diplomatas, discursos e, finalmente, uma constatação alarmante: hoje, as diferenças em muitas das posição entre os países na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) são "insuperáveis" e o processo está "seriamente ameaçado". Pior: ninguém sabe o que fazer diante da situação que escancara a crise no sistema multilateral.
Nesta quinta-feira, 21, o diretor da entidade, Pascal Lamy, publicou o que seria um rascunho do acordo comercial mais ambicioso da história, com mais de 600 páginas. Mas no lugar de apontar um potencial entendimento, o documento revelou a profunda fratura existente entre Estados Unidos, de um lado, e Brasil, China e Índia de outro. Isso mesmo diante das repetidas declarações do G-20 pedindo a conclusão da rodada em 2011.
Para experiente diplomatas em Genebra, a crise é um reflexo da transição a um novo equilíbrio de poder que se estabelece no mundo, com os países emergentes passando a assumir um novo papel. Em Doha, há dez anos, essa realidade ainda não estava clara. Hoje, a China é o maior exportador do planeta, a Índia potencialmente o maior mercado e o Brasil o terceiro maior exportador agrícola do mundo.
Americanos e europeus querem que os três emergentes deixem de ser tratados como países pobres e façam concessões comerciais, abrindo seus mercados. Lamy, em seu texto, indica que Washington e Bruxelas consideram a atual negociação como "a última chance de equiparar" as tarifas de importação cobradas pelos emergentes e os ricos. Só no caso do Brasil, isso significaria levar a zero mais de 3 mil tarifas.
De outro, China, Brasil e Índia se recusam a aceitar as exigências impostas principalmente pelos Estados Unidos, alegando que ainda tem desafios de desenvolvimento importantes e não podem ser tratados da mesma forma. "Acredito que estamos sendo confrontados com uma clara fratura política ", disse Lamy. " A partir do que eu escutei nas minhas consultas, essa fratura não é superável hoje ", completou.
A Rodada foi lançada em 2001 e deveria ter sido concluída em 2005. Agora, a tentativa era de que um pré-acordo baseado nos textos apresentados nesta quinta fosse fechado para que a Rodada pudesse ser concluída até o final do ano. Mas Lamy indicou a diversos países que não sabe mais o que fazer e pede para que todos, até o final de abril, reflitam com seus chefes de governo o que fazer de agora em diante.
Para muitos em Genebra, essa é a crise mais profunda já vivida pela OMC. Não porque a diferença de posição foi explicitada. Mas porque ninguém sabe qual o caminho a ser tomado a partir de agora. Lamy insistiu aos governos que não tratem a atual crise apenas como mais um impasse na história da OMC. Mas alerta que recomeçar do zero as negociações também não seria a solução.
Entre os governos, já há quem fale sobre a ideia de um enterro digno para a OMC. Um dos cenários desenhados pelo Canadá seria a de começar a programar um " desfecho organizado " para a Rodada, congelando o pacote e esperando por melhores momentos nos próximos anos. Algumas delegações, porém, temem que nem isso consiga ser alvo de um acordo e o temor é de que haja uma "aterrissagem descontrolada ".
Outros insistem que não se pode desistir de tudo, depois de dez anos de reuniões. Politicamente, nenhum país quer pagar o ônus de declarar a morte da Rodada. Mas, por enquanto, a ordem é de que todos voltem a suas capitais e pensem sobre o que fazer com a rodada comercial mais ambiciosa já lançada pela comunidade internacional. "Usem os próximos dias para refletir sobre nossa situação. Pensem sobre as consequências de jogar fora dez anos de trabalho ", afirmou Lamy aos governos.
"Essa é uma situação grave para a Rodada. Mas é nossa realidade e precisamos encará-la", completou. Hoje, o pacote teria um impacto modesto na economia mundial. Mas abandonar o processo poderia, segundo muitos na OMC, ter um alto custo político para o sistema multilateral. Para Lamy, há ganhos econômicos e jogo. "Mas, acima de tudo, significaria que o espírito da cooperação global comercial ainda está vivo ", completou.
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