Teor de mensagem que encaminhei a alguns alunos meus. Acredito que possa interessar a vários outros alunos, que não são "meus", mas podem passar por...
Muitos de vocês estão se preparando neste momento, ou terão de se preparar em algum momento futuro, com o famoso trabalho de final de curso, monografia, ou dissertação de Mestrado, ou mesmo simples artigo de pesquisa.
Tenho feito e avaliado muitos desses trabalhos e artigos acadêmicos ao longo dos anos, e creio poder colaborar em algo, com base em alguns trabalhos escritos de minha parte.
Tenho dois textos a propósito das monografias e dissertações, guias bem humorados para a confecção desses trabalhos acadêmicos pelos alunos; eles estão em minha página, na seção Academia, respectivamente estes aqui:
Pequeno Guia para se fazer uma monografia academica:
http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1892GuiaMonografia.pdf
O que se espera de uma dissertacao de Mestrado?:
http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1606DissertacaoMestrado.pdf
Com base em consultas passadas de estudantes -- muitos angustiados -- resolvi escrever um artigo despretensioso, tentando libertar os pobres dos alunos da obsessao do "marco teórico", uma imposição de grande parte dos professores e à qual en pessoalmente não atribuo muita importância:
Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teórico
(Buenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p. Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos)
Espaço Acadêmico (n. 89, outubro 2008; arquivo em pdf:
http://www.espacoacademico.com.br/088/88pra.pdf
Muitos outros trabalhos meus, animados desse mesmo espírito crítico, figuram numa série a que dei o nome geral de "Falácias Acadêmicas", todos publicados na revista Espaço Acadêmico, mas que podem ser consultados neste link do meu site:
http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/FalaciasSerie.html
O primeiro foi sobre o mito do neoliberalismo, o segundo sobre o mito do Consenso de Washington), e terceiro, justamente, sobre o Mito do Marco Teorico.
Tem muito mais, mas isso vocês podem explorar por si mesmos...
Transcrevo aqui meu argumento quanto à ética que estimo deva presidir à elaboração de todo e qualquer trabalho acadêmico:
Acredito que uma das maiores, senão a maior responsabilidade do cientista social é a honestidade intelectual, o que implica na consideração de todos os elementos em jogo, não apenas aqueles que respondem às suas preferências políticas ou filosóficas. Considero este critério o mais relevante no trabalho científico, aliás o único relevante no campo das ciências humanas ou sociais, e é em torno dele que eu gostaria de desenvolver minha obra de leitor, de pensador, de sistematizador de argumentos e de expositor de fatos históricos. Não me preocupo tanto, ou talvez nada, com a teoria, pois não creio que ela seja indispensável no desenvolvimento desse tipo de trabalho. Claro, todos nós “partimos” de algum teoria, mesmo de forma inconsciente, mas isso não tem nada a ver com a “necessidade” de expor sua teoria previamente ao trabalho com os fatos. Prefiro deixar que os fatos falem por si, e se alguém quiser depois aplicar alguma teoria a eles, que o faça por sua própria conta e risco, mas eu não vou me preocupar em desenvolver nenhuma nova teoria para tentar encaixar, ou amoldar, os fatos dentro dessa nova camisa de força conceitual.
Essa é uma das razões pelas quais eu praticamente passo por cima dos capítulos teóricos nas muitas dissertações e teses para cuja avaliação eu sou convidado. Acho que os professores “torturam” os seus alunos, obrigando-os a encontrar o famoso “quadro teórico” da sua pesquisa, quando os pobres alunos mal dão conta do emaranhado de fatos brutos que devem processar. Mas isso é uma outra discussão que farei em outra oportunidade.
Voilà...
Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 2 de maio de 2011
MECdoPT: a deformacao da Historia em construcao...
Certas pessoas não se contentam em apresentar a sua versão da história; elas também querem transformá-la em versão oficial, com todas as deformações e simplismos que suas mentes deformadas concebem conceber.
Paulo Roberto de Almeida
Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula
Obras atacam privatizações feitas pelo tucano e minimizam o mensalão
LUIZA BANDEIRA - RODRIGO VIZEU
Folha de S.Paulo, Domingo 1 de maio de 2011
Comissão formada por professores avalia os livros, que são usados por 97% das escolas da rede pública de ensino
DE SÃO PAULO - Livros didáticos aprovados pelo MEC (Ministério da Educação) para alunos do ensino fundamental trazem críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e elogios à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das exigências do MEC para aprovar os livros é que não haja doutrinação política nas obras utilizadas.
O livro "História e Vida Integrada", por exemplo, enumera problemas do governo FHC (1995-2002), como crise cambial e apagão, e traz críticas às privatizações.
Já o item "Tudo pela reeleição" cita denúncias de compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda que permitiu a recondução do tucano à Presidência.
O fim da gestão FHC aparece no tópico "Um projeto não concluído", que lista dados negativos do governo tucano. Por fim, diz que "um aspecto pode ser levantado como positivo", citando melhorias na educação e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já em relação ao governo Lula (2003-2010), o livro cita a "festa popular" da posse e diz que o petista "inovou no estilo de governar" ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
O escândalo do mensalão é citado ao lado de uma série de dados positivos.
Ao explicar a eleição de FHC, o livro "História em Documentos" afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta: "Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos conservadores das elites". Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na sustentação da ditadura militar.
Quando o assunto é o governo Lula, a autora -que à Folha disse ter sido imparcial- inicia com a luta do PT contra a ditadura e apenas cita que o partido fez "concessões" ao fazer "alianças com partidos adversários".
Em dois livros aprovados pelo MEC, só há espaço para as críticas à política de privatizações promovida por FHC, sem contrabalançar com os argumentos do governo.
MENSALÃO
Já na apresentação da gestão Lula, há dois livros que não citam o mensalão.
Em "História", uma frase resume o caso, sem nomeá-lo: "Em 2005, há que se destacar, por outro lado, a onda de denúncias de corrupção que atingiu altos dirigentes do PT, inúmeros parlamentares da base do governo no Congresso e alguns ministros do governo federal".
A Folha não conseguiu falar com os autores da obra.
Uma das críticas feitas a Lula é o fato de ter continuado a política econômica do antecessor.
Os livros aprovados pelo MEC no Programa Nacional do Livro Didático são inscritos pelas editoras e avaliados por uma comissão de professores. Hoje, 97% da rede pública usa livros do programa.
São analisados critérios como correção das informações e qualidade pedagógica. As obras aprovadas são resenhadas e reunidas em um guia, que é enviado às escolas públicas para escolha dos professores
Paulo Roberto de Almeida
Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula
Obras atacam privatizações feitas pelo tucano e minimizam o mensalão
LUIZA BANDEIRA - RODRIGO VIZEU
Folha de S.Paulo, Domingo 1 de maio de 2011
Comissão formada por professores avalia os livros, que são usados por 97% das escolas da rede pública de ensino
DE SÃO PAULO - Livros didáticos aprovados pelo MEC (Ministério da Educação) para alunos do ensino fundamental trazem críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e elogios à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das exigências do MEC para aprovar os livros é que não haja doutrinação política nas obras utilizadas.
O livro "História e Vida Integrada", por exemplo, enumera problemas do governo FHC (1995-2002), como crise cambial e apagão, e traz críticas às privatizações.
Já o item "Tudo pela reeleição" cita denúncias de compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda que permitiu a recondução do tucano à Presidência.
O fim da gestão FHC aparece no tópico "Um projeto não concluído", que lista dados negativos do governo tucano. Por fim, diz que "um aspecto pode ser levantado como positivo", citando melhorias na educação e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já em relação ao governo Lula (2003-2010), o livro cita a "festa popular" da posse e diz que o petista "inovou no estilo de governar" ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
O escândalo do mensalão é citado ao lado de uma série de dados positivos.
Ao explicar a eleição de FHC, o livro "História em Documentos" afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta: "Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos conservadores das elites". Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na sustentação da ditadura militar.
Quando o assunto é o governo Lula, a autora -que à Folha disse ter sido imparcial- inicia com a luta do PT contra a ditadura e apenas cita que o partido fez "concessões" ao fazer "alianças com partidos adversários".
Em dois livros aprovados pelo MEC, só há espaço para as críticas à política de privatizações promovida por FHC, sem contrabalançar com os argumentos do governo.
MENSALÃO
Já na apresentação da gestão Lula, há dois livros que não citam o mensalão.
Em "História", uma frase resume o caso, sem nomeá-lo: "Em 2005, há que se destacar, por outro lado, a onda de denúncias de corrupção que atingiu altos dirigentes do PT, inúmeros parlamentares da base do governo no Congresso e alguns ministros do governo federal".
A Folha não conseguiu falar com os autores da obra.
Uma das críticas feitas a Lula é o fato de ter continuado a política econômica do antecessor.
Os livros aprovados pelo MEC no Programa Nacional do Livro Didático são inscritos pelas editoras e avaliados por uma comissão de professores. Hoje, 97% da rede pública usa livros do programa.
São analisados critérios como correção das informações e qualidade pedagógica. As obras aprovadas são resenhadas e reunidas em um guia, que é enviado às escolas públicas para escolha dos professores
domingo, 1 de maio de 2011
O Brasil seria uma bolha? - Moises Naim
Atenção: ele não chamou o Brasil de bolha. Ele apenas se pergunta se, com toda essa euforia em torno do crescimento e da pujança (um pouco real, outro tanto propaganda) da economia e da incorporação de novas camadas sociais à famosa classe média -- que estaria desaparecendo, segundo alguns catastrofistas --, o Brasil não seria, na verdade, mais uma dessas tantas bolhas que encantam enquanto estão crescendo, coloridas e reluzentes, e que de repente, tilt, explodem e desaparecem de surpresa...
Paulo Roberto de Almeida
¿Es Brasil una burbuja?
MOISÉS NAÍM
El País, 01/05/2011
Este es el segundo tema que domina las conversaciones en Brasil. El primero, y mucho más popular, es la celebración de sus enormes éxitos: los millones de pobres que han dejado de serlo, la impresionante pujanza de sus empresas, las enormes oportunidades y la mayor prosperidad. Si bien los problemas aún son grandes (miseria, crimen, corrupción, desigualdad), el optimismo también lo es. Los brasileños, siempre alegres, están ahora más contentos que nunca. Y con mucha razón. Las cosas van muy bien. Y eso lleva a la segunda conversación obligada: ¿cuánto durará la fiesta? ¿Cómo -quién- nos puede descarrilar este raudo tren hacia la prosperidad?, se preguntan. Paradójicamente, los motivos del éxito también son la fuente de las ansiedades. En los últimos cinco años, el crédito ha crecido hasta alcanzar el 45% del tamaño de la economía. Así, los brasileños han encontrado quien les preste para comprar casas, motocicletas, refrigeradores y todo lo demás -muchos por primera vez-. Y no les ha importado que las tasas de interés de esos préstamos sean las segundas más altas del mundo o que las familias brasileñas deban hoy dedicar un 20% de sus ingresos a pagar sus deudas.
Este auge del crédito y el consumo obedece, en parte, a los millones de nuevos empleos y los mejores salarios generados por la expansión económica. Mientras las economías más ricas cayeron un 2,7% durante la crisis de 2008-2009, Brasil creció al 5%, y el año pasado lo hizo al 7,5%. El paro se ha reducido a los niveles más bajos en décadas y en muchos sectores las empresas no consiguen los trabajadores que necesitan. Los altos precios internacionales de los minerales y productos agrícolas, que Brasil exporta en grandes cantidades, contribuyen a esta expansión.
Los inversionistas internacionales también están eufóricos con Brasil. La inversión extranjera directa creció un 90% el año pasado. La avalancha de fondos foráneos que está cayendo sobre Brasil, atraídos por sus altas tasas de interés, está obligando al Gobierno a considerar la posibilidad de imponer límites más estrictos al capital especulativo. Los flujos de capital extranjero y los ingresos por exportaciones han llenado las arcas brasileñas con divisas de otros países, lo cual ha encarecido el valor de su moneda. El tipo de cambio ajustado a la inflación es hoy un 47% más caro de lo que fue su promedio en la última década. El real es la moneda más sobrevalorada del mundo.
Inevitablemente, la combinación de una moneda cara, la euforia de los inversionistas extranjeros, el aumento del consumo y los cuellos de botella que existen para satisfacer una demanda que crece aceleradamente hace que todo sea más caro. Brasil, que sigue siendo una nación muy pobre, es actualmente uno de los países más caros del planeta. El precio de la vivienda en Río de Janeiro y São Paulo casi se ha duplicado desde 2008. Alquilar oficinas en Río es hoy más costoso que hacerlo en Nueva York, y los salarios de los ejecutivos en São Paulo son mayores que en Londres o Manhattan. Y la inflación para todos está subiendo hasta el punto de que la presidenta, Dilma Rousseff, ha declarado que es su principal preocupación. No hay duda de que la economía esta sobrecalentada.
Pero ¿es Brasil una burbuja financiera? No. El progreso de Brasil y su potencial no son una ilusión. Se basan en logros concretos y fortalezas reales. Pero la economía brasileña sí tiene aspectos insostenibles. La expansión del crédito y el crecimiento del gasto público no pueden seguir al ritmo actual. Hay muchas reformas estructurales importantes que el expresidente Lula da Silva pospuso -Brasil tiene algunos de los jubilados más jóvenes del mundo, por ejemplo-. El Gobierno chino invierte anualmente en infraestructura (vías, aeropuertos, hospitales, etcétera) un monto equivalente al 12% de su economía. Brasil, tan solo el 1,5%. Esto explica, en parte, por qué la economía brasileña se "recalienta" a pesar de que este año solo crece al 4,5%. ¿Qué pasaría si creciera al 10% varios años seguidos? Su decrépita infraestructura no lo permitiría.
En estos momentos la prioridad es estabilizar la economía. Esto implica tomar medidas políticamente impopulares: desacelerar el consumo, por ejemplo. Y otras. O la presidenta Dilma Rousseff le baja el volumen a la fiesta y lo hace ahora de una manera controlada, o los mercados "se lo harán" de una manera descontrolada y socialmente más dolorosa. La euforia y la complacencia son las enemigas más amenazantes para el exitoso Brasil de hoy.
Paulo Roberto de Almeida
¿Es Brasil una burbuja?
MOISÉS NAÍM
El País, 01/05/2011
Este es el segundo tema que domina las conversaciones en Brasil. El primero, y mucho más popular, es la celebración de sus enormes éxitos: los millones de pobres que han dejado de serlo, la impresionante pujanza de sus empresas, las enormes oportunidades y la mayor prosperidad. Si bien los problemas aún son grandes (miseria, crimen, corrupción, desigualdad), el optimismo también lo es. Los brasileños, siempre alegres, están ahora más contentos que nunca. Y con mucha razón. Las cosas van muy bien. Y eso lleva a la segunda conversación obligada: ¿cuánto durará la fiesta? ¿Cómo -quién- nos puede descarrilar este raudo tren hacia la prosperidad?, se preguntan. Paradójicamente, los motivos del éxito también son la fuente de las ansiedades. En los últimos cinco años, el crédito ha crecido hasta alcanzar el 45% del tamaño de la economía. Así, los brasileños han encontrado quien les preste para comprar casas, motocicletas, refrigeradores y todo lo demás -muchos por primera vez-. Y no les ha importado que las tasas de interés de esos préstamos sean las segundas más altas del mundo o que las familias brasileñas deban hoy dedicar un 20% de sus ingresos a pagar sus deudas.
Este auge del crédito y el consumo obedece, en parte, a los millones de nuevos empleos y los mejores salarios generados por la expansión económica. Mientras las economías más ricas cayeron un 2,7% durante la crisis de 2008-2009, Brasil creció al 5%, y el año pasado lo hizo al 7,5%. El paro se ha reducido a los niveles más bajos en décadas y en muchos sectores las empresas no consiguen los trabajadores que necesitan. Los altos precios internacionales de los minerales y productos agrícolas, que Brasil exporta en grandes cantidades, contribuyen a esta expansión.
Los inversionistas internacionales también están eufóricos con Brasil. La inversión extranjera directa creció un 90% el año pasado. La avalancha de fondos foráneos que está cayendo sobre Brasil, atraídos por sus altas tasas de interés, está obligando al Gobierno a considerar la posibilidad de imponer límites más estrictos al capital especulativo. Los flujos de capital extranjero y los ingresos por exportaciones han llenado las arcas brasileñas con divisas de otros países, lo cual ha encarecido el valor de su moneda. El tipo de cambio ajustado a la inflación es hoy un 47% más caro de lo que fue su promedio en la última década. El real es la moneda más sobrevalorada del mundo.
Inevitablemente, la combinación de una moneda cara, la euforia de los inversionistas extranjeros, el aumento del consumo y los cuellos de botella que existen para satisfacer una demanda que crece aceleradamente hace que todo sea más caro. Brasil, que sigue siendo una nación muy pobre, es actualmente uno de los países más caros del planeta. El precio de la vivienda en Río de Janeiro y São Paulo casi se ha duplicado desde 2008. Alquilar oficinas en Río es hoy más costoso que hacerlo en Nueva York, y los salarios de los ejecutivos en São Paulo son mayores que en Londres o Manhattan. Y la inflación para todos está subiendo hasta el punto de que la presidenta, Dilma Rousseff, ha declarado que es su principal preocupación. No hay duda de que la economía esta sobrecalentada.
Pero ¿es Brasil una burbuja financiera? No. El progreso de Brasil y su potencial no son una ilusión. Se basan en logros concretos y fortalezas reales. Pero la economía brasileña sí tiene aspectos insostenibles. La expansión del crédito y el crecimiento del gasto público no pueden seguir al ritmo actual. Hay muchas reformas estructurales importantes que el expresidente Lula da Silva pospuso -Brasil tiene algunos de los jubilados más jóvenes del mundo, por ejemplo-. El Gobierno chino invierte anualmente en infraestructura (vías, aeropuertos, hospitales, etcétera) un monto equivalente al 12% de su economía. Brasil, tan solo el 1,5%. Esto explica, en parte, por qué la economía brasileña se "recalienta" a pesar de que este año solo crece al 4,5%. ¿Qué pasaría si creciera al 10% varios años seguidos? Su decrépita infraestructura no lo permitiría.
En estos momentos la prioridad es estabilizar la economía. Esto implica tomar medidas políticamente impopulares: desacelerar el consumo, por ejemplo. Y otras. O la presidenta Dilma Rousseff le baja el volumen a la fiesta y lo hace ahora de una manera controlada, o los mercados "se lo harán" de una manera descontrolada y socialmente más dolorosa. La euforia y la complacencia son las enemigas más amenazantes para el exitoso Brasil de hoy.
sábado, 30 de abril de 2011
Assim nao jogo mais, e levo embora a bola comigo...
Pois é, parece comportamento de menino rico enfastiado com as travessuras dos demais, que resolve parar de jogar e tira a bola do campo...
A gente pensava que já tinha ficado grande, tinha comportamento responsável e, de repente, zás, tem uma recaída na meninice...
Dilma retalia OEA por Belo Monte e suspende recursos
Folha Online, 30/04/2011
O governo brasileiro decidiu jogar duro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos): deixará o órgão a partir de 2012 e suspendeu, por ordem presidente Dilma Rousseff, o repasse de verba à entidade previsto para este ano, de US$ 800 mil. A reação do Brasil veio após a comissão pedir, em abril, a interrupção das obras de Belo Monte. O órgão alegou irregularidades no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica de Belo Monte, atendendo a uma medida cautelar de entidades indígenas que questionaram o empreendimento. Como reação à época, a diplomacia brasileira usou termos fortes e pouco usuais. Chamou a decisão de “precipitada e injustificável” e alegou não ter tido tempo suficiente para se defender.
Irritada com o que considerou interferência indevida, Dilma quis mostrar um posicionamento ainda mais duro: convocou de volta ao país o representante do Brasil na OEA, embaixador Ruy Casaes. Ele, até agora, ainda não recebeu autorização para retomar seu posto em Washington, tampouco sabe quando o terá. A comissão integra o sistema interamericano de direitos humanos nas Américas. Embora ligada à OEA, é um órgão formalmente independente; não representa países, embora a indicação venha deles. Seus sete membros, entre eles o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, são eleitos por assembleia-geral. O Brasil havia apresentado o nome de Paulo Vanucchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, para substituir Pinheiro a partir de janeiro de 2012. A indicação, porém, acabou suspensa em caráter irrevogável.
A relação pode piorar ainda mais. Isso porque a comissão passou a analisar uma nova reclamação de ONGs, que contestam obras no Rio para a Copa-2014 e Olimpíada-2016, eventos caros a Dilma. Quando soube do novo processo, Dilma mandou um recado às lideranças do órgão: se isso for levado adiante, levará o caso à própria OEA, dando contornos de crise real ao caso.
===========
"E não adianta me convidarem outra vez, que eu não volto mais!
E tem mais: não vou mandar aquele menino maluquinho brincar com vocês..."
A gente pensava que já tinha ficado grande, tinha comportamento responsável e, de repente, zás, tem uma recaída na meninice...
Dilma retalia OEA por Belo Monte e suspende recursos
Folha Online, 30/04/2011
O governo brasileiro decidiu jogar duro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos): deixará o órgão a partir de 2012 e suspendeu, por ordem presidente Dilma Rousseff, o repasse de verba à entidade previsto para este ano, de US$ 800 mil. A reação do Brasil veio após a comissão pedir, em abril, a interrupção das obras de Belo Monte. O órgão alegou irregularidades no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica de Belo Monte, atendendo a uma medida cautelar de entidades indígenas que questionaram o empreendimento. Como reação à época, a diplomacia brasileira usou termos fortes e pouco usuais. Chamou a decisão de “precipitada e injustificável” e alegou não ter tido tempo suficiente para se defender.
Irritada com o que considerou interferência indevida, Dilma quis mostrar um posicionamento ainda mais duro: convocou de volta ao país o representante do Brasil na OEA, embaixador Ruy Casaes. Ele, até agora, ainda não recebeu autorização para retomar seu posto em Washington, tampouco sabe quando o terá. A comissão integra o sistema interamericano de direitos humanos nas Américas. Embora ligada à OEA, é um órgão formalmente independente; não representa países, embora a indicação venha deles. Seus sete membros, entre eles o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, são eleitos por assembleia-geral. O Brasil havia apresentado o nome de Paulo Vanucchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, para substituir Pinheiro a partir de janeiro de 2012. A indicação, porém, acabou suspensa em caráter irrevogável.
A relação pode piorar ainda mais. Isso porque a comissão passou a analisar uma nova reclamação de ONGs, que contestam obras no Rio para a Copa-2014 e Olimpíada-2016, eventos caros a Dilma. Quando soube do novo processo, Dilma mandou um recado às lideranças do órgão: se isso for levado adiante, levará o caso à própria OEA, dando contornos de crise real ao caso.
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"E não adianta me convidarem outra vez, que eu não volto mais!
E tem mais: não vou mandar aquele menino maluquinho brincar com vocês..."
Brancos e pretos no Brasil, estes em aumento: detesto hipocrisias
Vou falar muito claramente, depois que vocês lerem a matéria que está em todos os jornais, que reproduzo aqui em versão reduzida:
Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil
Thiago Varella
UOL Notícias, 29/04/2011
No total, 91.051.646 habitantes se declararam brancos no Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, amarelos ou indígenas.
Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.
O número de pessoas que se declaram pretas, pardas, amarelas ou indígenas superou o de brancos no Brasil, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que isso acontece desde que o Censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce 21 milhões em uma década com menor ritmo da história
Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira.
O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.
A região Norte é a que tem, proporcionalmente, o maior número de pardos no país, com 66,88% de habitantes que se consideram assim. Nas regiões Nordeste e Centro- Oeste o número de pardos supera o de brancos.
Já a região Sul é a com a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classificam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos também supera o de pardos.
A Bahia é o Estado que tem a maior população que se declara como preta no Brasil, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil). Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena do Brasil (11%).
São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). No entanto, proporcionalmente Santa Catarina (83,97% da população) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros Estados do país.
No Censo 2000, 1,2 milhão de pessoas não declararam raça. Já no Censo do ano passado, o número foi de 315,1 mil. Pela primeira vez, perguntas sobre cor e raça fizeram parte do questionário básico, respondido por todos os habitantes do país.
===========
Comento (PRA):
Alguém, em sã consciência, acredita mesmo que o Brasil mudou com a mudança dos números?
Não, absolutamente nada. As pessoas continuam a ser o que sempre foram: algumas mais, outras menos tolerantes em matéria de preconceitos raciais. Ele está diminuindo, provavelmente, mas mais pelo efeito da ascensão social de pretos e pardos, no conjunto da população, do que por efeito de qualquer grande mudança "mental" dos brasileiros.
E como se explica, então, que os brancos atualmente sejam minoria, quando seus números tendiam a crescer no passado, com a concomitante redução da população totalmente "preta" e uma evolução errática no número de pardos, mestiços, mulatos, seja lá como vocês queiram chamar aqueles que são provenientes da mistura de raças (que é um fato biológico, cultural e social no Brasil).
Por que agora os "pretos", ou os "pardos" são a maioria da população?
Eu diria, sem qualquer concessão à hipocrisia, que é porque todos esses assim classificados esperam um dia poder se beneficiar de algum política de favor que o Estado faça por elas: como são afrodescendentes, pretos pobres ou seja lá o que for, nós, brasileiros em seu conjunto (todos, aqui incluídos pretos, pardos, brancos, amarelos, etc.), teríamos uma dívida moral a reparar, por causa do tráfico, da escravidão, dos séculos de opressão, das décadas de indiferença educacional e de todas as mazelas que provocamos ou toleramos contra esses brasileiros mais pobres.
Então resulta que precisamos de cotas, de reservas, de apoios e auxílios, que serão RACIALMENTE determinados. Apenas os pretos, pardos e assemelhados, ou seja, os afrodescendentes, irão se beneficiar das políticas de favor.
Se isso não é hipocrisia, eu não sei o que é.
Apenas isso explica o crescimento dos não brancos neste país.
Acho que estamos a caminho da decadência ética, moral, intelectual.
Esse é o estado a que chegamos...
Paulo Roberto de Almeida
Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil
Thiago Varella
UOL Notícias, 29/04/2011
No total, 91.051.646 habitantes se declararam brancos no Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, amarelos ou indígenas.
Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.
O número de pessoas que se declaram pretas, pardas, amarelas ou indígenas superou o de brancos no Brasil, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que isso acontece desde que o Censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce 21 milhões em uma década com menor ritmo da história
Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira.
O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.
A região Norte é a que tem, proporcionalmente, o maior número de pardos no país, com 66,88% de habitantes que se consideram assim. Nas regiões Nordeste e Centro- Oeste o número de pardos supera o de brancos.
Já a região Sul é a com a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classificam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos também supera o de pardos.
A Bahia é o Estado que tem a maior população que se declara como preta no Brasil, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil). Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena do Brasil (11%).
São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). No entanto, proporcionalmente Santa Catarina (83,97% da população) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros Estados do país.
No Censo 2000, 1,2 milhão de pessoas não declararam raça. Já no Censo do ano passado, o número foi de 315,1 mil. Pela primeira vez, perguntas sobre cor e raça fizeram parte do questionário básico, respondido por todos os habitantes do país.
===========
Comento (PRA):
Alguém, em sã consciência, acredita mesmo que o Brasil mudou com a mudança dos números?
Não, absolutamente nada. As pessoas continuam a ser o que sempre foram: algumas mais, outras menos tolerantes em matéria de preconceitos raciais. Ele está diminuindo, provavelmente, mas mais pelo efeito da ascensão social de pretos e pardos, no conjunto da população, do que por efeito de qualquer grande mudança "mental" dos brasileiros.
E como se explica, então, que os brancos atualmente sejam minoria, quando seus números tendiam a crescer no passado, com a concomitante redução da população totalmente "preta" e uma evolução errática no número de pardos, mestiços, mulatos, seja lá como vocês queiram chamar aqueles que são provenientes da mistura de raças (que é um fato biológico, cultural e social no Brasil).
Por que agora os "pretos", ou os "pardos" são a maioria da população?
Eu diria, sem qualquer concessão à hipocrisia, que é porque todos esses assim classificados esperam um dia poder se beneficiar de algum política de favor que o Estado faça por elas: como são afrodescendentes, pretos pobres ou seja lá o que for, nós, brasileiros em seu conjunto (todos, aqui incluídos pretos, pardos, brancos, amarelos, etc.), teríamos uma dívida moral a reparar, por causa do tráfico, da escravidão, dos séculos de opressão, das décadas de indiferença educacional e de todas as mazelas que provocamos ou toleramos contra esses brasileiros mais pobres.
Então resulta que precisamos de cotas, de reservas, de apoios e auxílios, que serão RACIALMENTE determinados. Apenas os pretos, pardos e assemelhados, ou seja, os afrodescendentes, irão se beneficiar das políticas de favor.
Se isso não é hipocrisia, eu não sei o que é.
Apenas isso explica o crescimento dos não brancos neste país.
Acho que estamos a caminho da decadência ética, moral, intelectual.
Esse é o estado a que chegamos...
Paulo Roberto de Almeida
Debate economico nem sempre muito claro: commodities vs manufaturados
Um debate complicado, pois não é preciso ficar com uma posição ou outra, ou seja, defender o laissez-faire total, ou as induções estatais sobre o setor privado.
Pode-se simplesmente dizer que os empresários é que devem decidir o que melhor fazer, e criar as condições para que eles possam fazê-lo.
Isso significa regras estáveis, um bom ambiente de negócios, insumos com preços de mercado (não gravados por impostos excessivos) e outras condições que são justamente deformadas pela existência de um Estado predador e extorsivo...
Mas vocês vejam como mesmo as pessoas aparentemente mais "inteligentes" conseguem escorregar feito no raciocínio econômico quando pensam em termos de monopólios capitalistas, teorias conspiratórias sobre a dominação dos mercados e bobagens do gênero.
O professor Fernando Sarti, da Unicamp, ilustra como uma commodity como soja "têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados."
Muito bem, mas o que ele diz logo em seguida? Isto aqui:
"No caso da soja, diz Sarti, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais."
Inacreditável!
O Brasil tem a soja mais barata do mundo até a porteira da fazenda. Depois ela fica muito mais cara do que a soja americana porque somos gravados pelo custo dos transportes, pela péssima situação das estradas, por portos ineficientes, etc...
E o professor invoca o fato de que três multinacionais comercializam o produto!!!???
Se fossem três grandes tradings brasileiras por acaso isso teria qualquer influência sobre a cotação internacional da soja??? Isso teria qualquer influência benéfica sobre a logística pavorosa que faz com que a soja chegue ao porto mais cara do que a soja americana, apesar de ser mais barata na fazenda???
Realmente, custo a acreditar que profesores universitários possam ser tão simplistas assim!
Paulo Roberto de Almeida
Nem todos querem exportar valor agregado
Sergio Lamucci, de São Paulo,
Valor Economico, 28/04/2011
Com os preços de commodities nas alturas e a perspectiva de que a China deverá manter por muitos anos o apetite por matérias-primas, a discussão sobre se é melhor exportar produtos básicos ou investir em agregar mais valor se torna mais complexa. Alguns analistas perguntam, por exemplo, por que a Vale deve investir em siderurgia num momento em que há excesso de produção de aço e as cotações do minério de ferro aumentam com força ano após ano.
Vários economistas, contudo, ainda defendem ferrenhamente a estratégia de agregar valor às vendas externas, para que o país não fique dependente dos preços de commodities, historicamente muito voláteis, e aposte em setores com maior desenvolvimento tecnológico e empregos de melhor qualidade.
Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que, em princípio, é "melhor exportar produtos com maior valor agregado". Como regra geral, o processo traz benefícios à economia do país, afirma ele. "A questão é que cada caso precisa ser analisado detalhadamente. Não há respostas prontas, pré-concebidas", pondera Mendonça de Barros, tomando como exemplo a questão se a Vale deve ou não investir com mais força em siderurgia.
Além da escalada de preços do minério e da sobra de aço no mundo, ele levanta duas questões que podem colocar em xeque a conveniência de a empresa apostar na siderurgia. A primeira é que, se entrar agressivamente nesse mercado, a Vale passará a concorrer com seus principais clientes. "É preciso um estudo para ver o impacto de a empresa competir com os principais compradores de seus produtos", afirma ele, hoje sócio da Quest Investimentos.
O segundo ponto é que produzir aço consome muita energia elétrica, o que não ocorre com a extração de minério de ferro. "Será que o Brasil tem oferta de energia suficiente para isso, a preços competitivos?" São perguntas, segundo ele, que precisam de um estudo detalhado para serem respondidas.
O professor Fernando Cardim de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê com maus olhos a ideia de produtos como o minério de ferro ganharem tanto espaço na pauta de exportação brasileira. "Há nesse caso um conflito entre os ganhos de curto e os de longo prazo. Neste momento, certamente exportar minérios para a China é um dos melhores negócios que existem, mas como fica a situação num período maior?", diz Cardim, observando que os preços de matérias-primas são muito voláteis.
"Estamos surfando na fase boa da volatilidade, mas nós conhecemos o que ocorre quando vem a fase ruim." Para ele, apostar que o apetite chinês por matérias-primas não vai arrefecer é ignorar a história econômica "dos últimos 250 anos". Cardim também defende a estratégia de buscar mais valor agregado por causa do seu impacto sobre o emprego. A produção de commodities costuma gerar poucos postos de trabalho, em geral de baixa qualificação, diz ele. Na fabricação de manufaturados, há maior desenvolvimento tecnológico e a geração de melhores empregos.
Mendonça de Barros vê um período bastante longo de commodities em níveis elevados, dada a perspectiva de que a China continue a crescer a taxas robustas por vários anos. "Já a tendência dos produtos industriais é continuarem muito baratos", observa ele. Cardim, por sua vez, diz que a queda das cotações dos bens manufaturados, num cenário de ganhos de escala, não impede que a fabricação siga bastante rentável. "A manufatura sempre foi assim, basta ver a estratégia da própria China."
O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman tem uma visão oposta à de Cardim. Para ele, há maniqueísmo de muitos economistas brasileiros, que consideram a produção de bens de maior valor agregado como algo intrinsecamente bom. "A questão é que não é algo absoluto. A rentabilidade hoje de produzir minério de ferro é muito maior do que a da siderurgia. O que é melhor para a empresa, ser a Vale ou a Usiminas?"
Schwartsman diz ainda que há grande capacidade ociosa no setor siderúrgico no mundo, além de não ver no radar um tombo dos preços de commodities. Mas essa não seria uma visão de curto prazo? "Pode haver incertezas em relação aos preços, mas não ignore o que mercado está dizendo. A diretoria da empresa tem que tomar decisões que afetam a vida da empresa vários anos à frente, com os acionistas fungando em seus cangotes." Para Schwartsman, quem está no dia a dia da empresa e conhece o mercado em que a companhia atua está muito mais capacitado para definir a estratégia do que um burocrata em Brasília. "E as empresas de commodities não operam num enclave. Elas estão integradas à economia, gerando demandas por produtos manufaturados e serviços nas suas cadeias", conclui ele.
Um ponto que torna a discussão mais complexa é que um produto primário muitas vezes tem um processo de produção que envolve muita agregação de valor. A extração de petróleo em águas profundas é um exemplo eloquente. A tecnologia e a mão de obra empregadas no processo deixam claro que se trata de algo complexo e avançado, como concordam - pelo menos nesse ponto - Schwartsman e Cardim.
O professor Fernando Sarti, da Unicamp, considera que a discussão sobre o assunto é feita muitas vezes de modo simplista - a polêmica minério de ferro X aço no caso da Vale seria uma dessas simplificações. Ele dá um exemplo interessante para ilustrar como a discussão é hoje mais complicada: as exportações brasileiras de soja, uma commodity, têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados.
O assunto, contudo, não se esgota aí, diz Sarti. No caso da soja, nota ele, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais. No caso da Vale, focar na produção de minério de ferro pode talvez de fato ser mais indicado, dada a sobra de aço no mundo, mas seria importante que os investimentos da empresa em logística beneficiassem outros setores da economia -a construção de ferrovias pela companhia, por exemplo, tem aumentado a demanda pela produção de mais locomotivas e trilhos no país? "É importante haver um transbordamento para outros segmentos da economia."
A exploração do petróleo do pré-sal pode garantir esse tipo de benefício, com a montagem de uma cadeia de fornecedores dos equipamentos que serão necessários para a Petrobras. "Essa estratégia é uma boa opção, desde que seja equilibrada, e não faça a empresa ter fortes aumentos de custos", diz Mendonça de Barros.
Pode-se simplesmente dizer que os empresários é que devem decidir o que melhor fazer, e criar as condições para que eles possam fazê-lo.
Isso significa regras estáveis, um bom ambiente de negócios, insumos com preços de mercado (não gravados por impostos excessivos) e outras condições que são justamente deformadas pela existência de um Estado predador e extorsivo...
Mas vocês vejam como mesmo as pessoas aparentemente mais "inteligentes" conseguem escorregar feito no raciocínio econômico quando pensam em termos de monopólios capitalistas, teorias conspiratórias sobre a dominação dos mercados e bobagens do gênero.
O professor Fernando Sarti, da Unicamp, ilustra como uma commodity como soja "têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados."
Muito bem, mas o que ele diz logo em seguida? Isto aqui:
"No caso da soja, diz Sarti, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais."
Inacreditável!
O Brasil tem a soja mais barata do mundo até a porteira da fazenda. Depois ela fica muito mais cara do que a soja americana porque somos gravados pelo custo dos transportes, pela péssima situação das estradas, por portos ineficientes, etc...
E o professor invoca o fato de que três multinacionais comercializam o produto!!!???
Se fossem três grandes tradings brasileiras por acaso isso teria qualquer influência sobre a cotação internacional da soja??? Isso teria qualquer influência benéfica sobre a logística pavorosa que faz com que a soja chegue ao porto mais cara do que a soja americana, apesar de ser mais barata na fazenda???
Realmente, custo a acreditar que profesores universitários possam ser tão simplistas assim!
Paulo Roberto de Almeida
Nem todos querem exportar valor agregado
Sergio Lamucci, de São Paulo,
Valor Economico, 28/04/2011
Com os preços de commodities nas alturas e a perspectiva de que a China deverá manter por muitos anos o apetite por matérias-primas, a discussão sobre se é melhor exportar produtos básicos ou investir em agregar mais valor se torna mais complexa. Alguns analistas perguntam, por exemplo, por que a Vale deve investir em siderurgia num momento em que há excesso de produção de aço e as cotações do minério de ferro aumentam com força ano após ano.
Vários economistas, contudo, ainda defendem ferrenhamente a estratégia de agregar valor às vendas externas, para que o país não fique dependente dos preços de commodities, historicamente muito voláteis, e aposte em setores com maior desenvolvimento tecnológico e empregos de melhor qualidade.
Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que, em princípio, é "melhor exportar produtos com maior valor agregado". Como regra geral, o processo traz benefícios à economia do país, afirma ele. "A questão é que cada caso precisa ser analisado detalhadamente. Não há respostas prontas, pré-concebidas", pondera Mendonça de Barros, tomando como exemplo a questão se a Vale deve ou não investir com mais força em siderurgia.
Além da escalada de preços do minério e da sobra de aço no mundo, ele levanta duas questões que podem colocar em xeque a conveniência de a empresa apostar na siderurgia. A primeira é que, se entrar agressivamente nesse mercado, a Vale passará a concorrer com seus principais clientes. "É preciso um estudo para ver o impacto de a empresa competir com os principais compradores de seus produtos", afirma ele, hoje sócio da Quest Investimentos.
O segundo ponto é que produzir aço consome muita energia elétrica, o que não ocorre com a extração de minério de ferro. "Será que o Brasil tem oferta de energia suficiente para isso, a preços competitivos?" São perguntas, segundo ele, que precisam de um estudo detalhado para serem respondidas.
O professor Fernando Cardim de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê com maus olhos a ideia de produtos como o minério de ferro ganharem tanto espaço na pauta de exportação brasileira. "Há nesse caso um conflito entre os ganhos de curto e os de longo prazo. Neste momento, certamente exportar minérios para a China é um dos melhores negócios que existem, mas como fica a situação num período maior?", diz Cardim, observando que os preços de matérias-primas são muito voláteis.
"Estamos surfando na fase boa da volatilidade, mas nós conhecemos o que ocorre quando vem a fase ruim." Para ele, apostar que o apetite chinês por matérias-primas não vai arrefecer é ignorar a história econômica "dos últimos 250 anos". Cardim também defende a estratégia de buscar mais valor agregado por causa do seu impacto sobre o emprego. A produção de commodities costuma gerar poucos postos de trabalho, em geral de baixa qualificação, diz ele. Na fabricação de manufaturados, há maior desenvolvimento tecnológico e a geração de melhores empregos.
Mendonça de Barros vê um período bastante longo de commodities em níveis elevados, dada a perspectiva de que a China continue a crescer a taxas robustas por vários anos. "Já a tendência dos produtos industriais é continuarem muito baratos", observa ele. Cardim, por sua vez, diz que a queda das cotações dos bens manufaturados, num cenário de ganhos de escala, não impede que a fabricação siga bastante rentável. "A manufatura sempre foi assim, basta ver a estratégia da própria China."
O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman tem uma visão oposta à de Cardim. Para ele, há maniqueísmo de muitos economistas brasileiros, que consideram a produção de bens de maior valor agregado como algo intrinsecamente bom. "A questão é que não é algo absoluto. A rentabilidade hoje de produzir minério de ferro é muito maior do que a da siderurgia. O que é melhor para a empresa, ser a Vale ou a Usiminas?"
Schwartsman diz ainda que há grande capacidade ociosa no setor siderúrgico no mundo, além de não ver no radar um tombo dos preços de commodities. Mas essa não seria uma visão de curto prazo? "Pode haver incertezas em relação aos preços, mas não ignore o que mercado está dizendo. A diretoria da empresa tem que tomar decisões que afetam a vida da empresa vários anos à frente, com os acionistas fungando em seus cangotes." Para Schwartsman, quem está no dia a dia da empresa e conhece o mercado em que a companhia atua está muito mais capacitado para definir a estratégia do que um burocrata em Brasília. "E as empresas de commodities não operam num enclave. Elas estão integradas à economia, gerando demandas por produtos manufaturados e serviços nas suas cadeias", conclui ele.
Um ponto que torna a discussão mais complexa é que um produto primário muitas vezes tem um processo de produção que envolve muita agregação de valor. A extração de petróleo em águas profundas é um exemplo eloquente. A tecnologia e a mão de obra empregadas no processo deixam claro que se trata de algo complexo e avançado, como concordam - pelo menos nesse ponto - Schwartsman e Cardim.
O professor Fernando Sarti, da Unicamp, considera que a discussão sobre o assunto é feita muitas vezes de modo simplista - a polêmica minério de ferro X aço no caso da Vale seria uma dessas simplificações. Ele dá um exemplo interessante para ilustrar como a discussão é hoje mais complicada: as exportações brasileiras de soja, uma commodity, têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados.
O assunto, contudo, não se esgota aí, diz Sarti. No caso da soja, nota ele, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais. No caso da Vale, focar na produção de minério de ferro pode talvez de fato ser mais indicado, dada a sobra de aço no mundo, mas seria importante que os investimentos da empresa em logística beneficiassem outros setores da economia -a construção de ferrovias pela companhia, por exemplo, tem aumentado a demanda pela produção de mais locomotivas e trilhos no país? "É importante haver um transbordamento para outros segmentos da economia."
A exploração do petróleo do pré-sal pode garantir esse tipo de benefício, com a montagem de uma cadeia de fornecedores dos equipamentos que serão necessários para a Petrobras. "Essa estratégia é uma boa opção, desde que seja equilibrada, e não faça a empresa ter fortes aumentos de custos", diz Mendonça de Barros.
Retrocede Brasil (8): cenas explicitas de protecionismo pornografico...
Sempre existe um industrial preocupado com a segurança dos seus trabalhadores e que pretende barrar alguma máquina chinesa porque ela não cumpre exigências que ele acha que todas as máquinas devem ter para serem importadas no Brasil.
Sempre tem um produtor de chave de fenda que acha que as chinesas são vendidas abaixo do custo de produção, perdendo dinheiro na exportação e provocando concorrência desleal no Brasil apenas para açambarcar o mercado brasileiro e depois ficar sozinho cobrando preços abusivos.
Sempre tem gente que acredita em histórias desse tipo.
Eles ainda não abandonaram os livros e as estórias do jardim de infância.
Aposto como o MDIC vai conceder.
Alguém quer apostar comigo?
Paulo Roberto de Almeida
Setor de máquinas e equipamentos entra com pedido de salvaguardas contra a China
Agencia Brasil, 27/04/2011
São Paulo – O setor de máquinas e equipamentos deu entrada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com três pedidos de adoção de salvaguardas contra a China. Os fabricantes de chaves de fenda, guindastes e válvulas borboleta questionam o preço cobrado pelos chineses no Brasil.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade que deu entrada com os pedidos na semana passada, aguarda agora um parecer do ministério sobre os pedidos. As solicitações estão em fase de análise prévia. Se aprovados, será a primeira vez que o Brasil adotará salvaguardas contra a China no setor. No curto prazo, a Abimaq promete ingressar com mais 17 pedidos de salvaguardas contra o país asiático.
“Não tem mais como esperar, a diferença de preço praticado pela China com o que a gente exporta, e com o resto do mundo é um absurdo. Está chegando máquina a US$ 5, US$ 6 o quilo. O que a gente quer é isonomia, é igualdade”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Albert Neto.
Além dos pedidos de salvaguardas, o setor está aguardando o aval do Ministério do Trabalho e Emprego para que as importações de máquinas passem também a ter de respeitar as normas de segurança exigidas das fabricantes brasileiras. A intenção é tornar mais difícil as importações de máquinas da China.
“As fabricantes de prensa nacional, por exemplo, têm de seguir uma norma de segurança, com uso de laser [para evitar acidentes]. A máquina que vem da China, pergunta se tem? Estamos só esperando uma assinatura do Ministério do Trabalho para que todas as máquinas importadas tenham esse critério”, cobrou Albert.
O faturamento da indústria de bens de capital, no primeiro trimestre de 2011, atingiu R$ 18,3 bilhões, valor 4,6% superior ao registrado no mesmo período de 2010. No mês de março, o faturamento de R$ 7,2 bilhões foi 3,5% inferior ao atingido em março de 2010 e 25,2% acima do de fevereiro de 2011.
Em relação à balança comercial, no primeiro trimestre de 2011 o total de máquinas exportadas rendeu US$ 2,6 bilhões, um aumento de 35,5% em relação aos embarques dos três primeiros meses do ano passado. Porem, as importações do setor continuam superando as exportações. No primeiro trimestre do ano, as compras externas somaram US$ 6,7 bilhões, valor 32,6% maior que o registrados no mesmo período de 2010.
A China é o segundo país que mais exporta máquinas para o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. No primeiro trimestre, foram importados do país asiático US$ 965,9 milhões, 53,5% a mais do negociado no mesmo período do ano passado.
Sempre tem um produtor de chave de fenda que acha que as chinesas são vendidas abaixo do custo de produção, perdendo dinheiro na exportação e provocando concorrência desleal no Brasil apenas para açambarcar o mercado brasileiro e depois ficar sozinho cobrando preços abusivos.
Sempre tem gente que acredita em histórias desse tipo.
Eles ainda não abandonaram os livros e as estórias do jardim de infância.
Aposto como o MDIC vai conceder.
Alguém quer apostar comigo?
Paulo Roberto de Almeida
Setor de máquinas e equipamentos entra com pedido de salvaguardas contra a China
Agencia Brasil, 27/04/2011
São Paulo – O setor de máquinas e equipamentos deu entrada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com três pedidos de adoção de salvaguardas contra a China. Os fabricantes de chaves de fenda, guindastes e válvulas borboleta questionam o preço cobrado pelos chineses no Brasil.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade que deu entrada com os pedidos na semana passada, aguarda agora um parecer do ministério sobre os pedidos. As solicitações estão em fase de análise prévia. Se aprovados, será a primeira vez que o Brasil adotará salvaguardas contra a China no setor. No curto prazo, a Abimaq promete ingressar com mais 17 pedidos de salvaguardas contra o país asiático.
“Não tem mais como esperar, a diferença de preço praticado pela China com o que a gente exporta, e com o resto do mundo é um absurdo. Está chegando máquina a US$ 5, US$ 6 o quilo. O que a gente quer é isonomia, é igualdade”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Albert Neto.
Além dos pedidos de salvaguardas, o setor está aguardando o aval do Ministério do Trabalho e Emprego para que as importações de máquinas passem também a ter de respeitar as normas de segurança exigidas das fabricantes brasileiras. A intenção é tornar mais difícil as importações de máquinas da China.
“As fabricantes de prensa nacional, por exemplo, têm de seguir uma norma de segurança, com uso de laser [para evitar acidentes]. A máquina que vem da China, pergunta se tem? Estamos só esperando uma assinatura do Ministério do Trabalho para que todas as máquinas importadas tenham esse critério”, cobrou Albert.
O faturamento da indústria de bens de capital, no primeiro trimestre de 2011, atingiu R$ 18,3 bilhões, valor 4,6% superior ao registrado no mesmo período de 2010. No mês de março, o faturamento de R$ 7,2 bilhões foi 3,5% inferior ao atingido em março de 2010 e 25,2% acima do de fevereiro de 2011.
Em relação à balança comercial, no primeiro trimestre de 2011 o total de máquinas exportadas rendeu US$ 2,6 bilhões, um aumento de 35,5% em relação aos embarques dos três primeiros meses do ano passado. Porem, as importações do setor continuam superando as exportações. No primeiro trimestre do ano, as compras externas somaram US$ 6,7 bilhões, valor 32,6% maior que o registrados no mesmo período de 2010.
A China é o segundo país que mais exporta máquinas para o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. No primeiro trimestre, foram importados do país asiático US$ 965,9 milhões, 53,5% a mais do negociado no mesmo período do ano passado.
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