quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ainda o affair Hobsbawm: o que irritou a Anpuh?

Eis a materia, abaixo transcrita, que gerou o ódio da Anpuh, como se todos devessem achar Hobsbawm genial!
A Anpuh, como entidade associativa que é, ou seja, como profissionais e historiadores de todas as tendências ideológicas, precisaria ser neutra em materia de avaliações políticas.

Seu manifesto anti-Veja (em um post anterior) apenas revela o sectarismo e a intolerância de certas pessoas, que deveriam ter vergonha de se considerar acadêmicas.
Paulo Roberto de Almeida
Addendum em 12/10/2012:
Tenho recebido vários comentários aos diversos posts em torno da morte do Hobsbwm, geralmente condenatórios dos ataques do jornalista da Veja. Parece que muita gente, a começar pela Anpuh, pretende defender a reputação do historiador contra ele mesmo, ou seja, o fato de sua grande desonestidade intelectual ao não ter condenado em termos mais veementes os imensos crimes cometidos pelo sistema soviético, e de ter confirmado sua adesão aos regimes socialistas -- para ele superiores, em princípio, ao regime capitalista -- mesmo contra todas as evidências.
Que ele tenha sido cego, é seu direito. Mas é nosso direito criticá-lo.
Que suas opções sejam defendidas por outros aderentes da crença, já escapa ao terreno do racional, e entra no da fé religiosa.

O historiador Eric Hobsbawm ( Roland Schlager/EFE)


Faleceu hoje Eric Hobsbawm, aos 95 anos de idade



Memória

A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm


Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawm chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.

Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.
Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”
O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.
Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.
Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapeadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.
Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.

Juizes supremos: conservadores, neoliberais e golpistas - CUT dixit

Sem comentários (e precisa?).
Enfim, apenas dois: 
1) Lula estava em julgamento?
2) Não precisa mencionar o chefe da quadrilha?
Paulo Roberto de Almeida


A Executiva Nacional da CUT, reunida em São Paulo com representantes das CUT’s Estaduais das 27 unidades da Federação, repudia o comportamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que se colocou a serviço dos conservadores, da imprensa neoliberal e de todos que querem criminalizar os movimentos sociais e seus representantes no parlamento, usando, inclusive, o processo eleitoral a serviço dos reacionários.
A CUT, que sempre defendeu e sempre defenderá o combate à corrupção e aos corruptores, não admite, no entanto, que os juízes julguem por “inferência”, pela intenção premeditada. Exigimos que todos os brasileiros sejam julgados e condenados a partir de provas concretas e que a lei tenha o mesmo rigor independentemente de partido, ideias ou concepções políticas. Ou seja, que o comportamento recente do STF não abra caminho para a “flexibilização” da lei brasileira, conforme conveniências políticas.
Para que tenhamos um Brasil mais democrático, mais honesto, mais inclusivo e competitivo internacionalmente, defendemos que seja feita uma ampla reforma do Sistema Judiciário Brasileiro, para que as regras legais sejam adequadas à realidade, diminuindo as subjetividades e aumentando a transparência e controle social na gestão, evitando manipulações e casuísmos na Justiça.
Reiteramos a importância de realizarmos a reforma política, com financiamento público de campanhas. Democracia se conquista praticando e quem deve governar são os eleitos pelo povo.
A CUT é solidária com LULA e com o Partido dos Trabalhadores, responsáveis pelas profundas transformações recentes no País.
Como sempre, a CUT vai defender o legado de transformações sociais que conquistamos nos últimos anos, debatendo este tema em todo o Brasil e nas instâncias internacionais.

São Paulo, 10 de Outubro de 2012.
CUT – Central Única dos Trabalhadores.

O caso Hobsbawm: a favor, atirando no mensageiro

Logo em seguida à morte do historiador Eric Hobsbwam, dezenas de obituários e de artigos elogiosos foram publicados na imprensa britânica e internacional. Ele possuía, obviamente, uma legião de admiradores, tanto mais fervorosos quanto sua identificação com as teses que ele defendia era, ou é, completa.
Eu mesmo escrevi o que penso a respeito dele, neste post: 

SEGUNDA-FEIRA, 8 DE OUTUBRO DE 2012


Depois, coloquei mais um artigo crítico, neste post: 

QUARTA-FEIRA, 10 DE OUTUBRO DE 2012


Já tinha lido o que escreveu o jornalista Eurípedes Alcântara a respeito dele, na Veja, condenando seu comunismo renitente, mas não sabia que esse artigo mereceria uma desaprovação em regra, mais exatamente uma condenação por completo por toda uma Associação de Historiadores, que na verdade deveria manter-se neutra nessas matérias de opinião. A Anpuh, aparentemente defende absolutamente um historiador como Hobsbawm e por aí se supõe que condenaria outros como Paul Johnson. Ou seja, ela não é uma associação neutra, e defende posições políticas bem identificadas. Creio que neste caso, em lugar de desmentir os argumentos do jornalista, a Anpuh me parece praticar a velha arte de atirar contra o mensageiro.
Limito-me a transcrever aqui a nota raivosa da Anpuh e, mais abaixo, uma nota ainda mais raivosa de um autor desconhecido.


RESPOSTA [da Anpuh] À REVISTA VEJA

09/10/2012
Na última segunda-feira, dia 1 de outubro, faleceu o historiador inglês Eric Hobsbawm. Intelectual marxista, foi responsável por vasta obra a respeito da formação do capitalismo, do nascimento da classe operária, das culturas do mundo contemporâneo, bem como das perspectivas para o pensamento de esquerda no século XXI. Hobsbawm, com uma obra dotada de rigor, criatividade e profundo conhecimento empírico dos temas que tratava, formou gerações de intelectuais. Ao lado de E. P. Thompson e Christopher Hill liderou a geração de historiadores marxistas ingleses que superaram o doutrinarismo e a ortodoxia dominantes quando do apogeu do stalinismo. Deu voz aos homens e mulheres que sequer sabiam escrever. Que sequer imaginavam que, em suas greves, motins ou mesmo festas que organizavam, estavam a fazer História. Entendeu assim, o cotidiano e as estratégias de vida daqueles milhares que viveram as agruras do desenvolvimento capitalista. Mas Hobsbawm não foi apenas um "acadêmico", no sentido de reduzir sua ação aos limites da sala de aula ou da pesquisa documental. Fiel à tradição do "intelectual" como divulgador de opiniões, desde Émile Zola, Hobsbawm defendeu teses, assinou manifestos e escolheu um lado. Empenhou-se desta forma por um mundo que considerava mais justo, mais democrático e mais humano. Claro está que, autor de obra tão diversa, nem sempre se concordará com suas afirmações, suas teses ou perspectivas de futuro. Esse é o desiderato de todo homem formulador de ideias. Como disse Hegel, a importância de um homem deve ser medida pela importância por ele adquirida no tempo em que viveu. E não há duvidas que, eivado de contradições, Hobsbawm é um dos homens mais importantes do século XX.
Eis que, no entanto, a Revista Veja reduz o historiador à condição de "idiota moral" (cf. o texto "A imperdoável cegueira ideológica da Hobsbawm", publicado em www.veja.abril.com.br). Trata-se de um julgamento barato e despropositado a respeito de um dos maiores intelectuais do século XX. Vejadesconsidera a contradição que é inerente aos homens. E se esquece do compromisso de Hobsbawm com a democracia, inclusive quando da queda dos regimes soviéticos, de sua preocupação com a paz e com o pluralismo. A Associação Nacional de História (ANPUH-Brasil) repudia veementemente o tratamento desrespeitoso, irresponsável e, sim, ideológico, deste cada vez mais desacreditado veículo de informação. O tratamento desrespeitoso é dado logo no início do texto "historiador esquerdista", dito de forma pejorativa e completamente destituído de conteúdo. E é assim em toda a "análise" acerca do falecido historiador. Nós, historiadores, sabemos que os homens são lembrados com suas contradições, seus erros e seus acertos. Seguramente Hobsbawm será, inclusive, criticado por muitos de nós. E defendido por outros tantos. E ainda existirão aqueles que o verão como exemplo de um tempo dotado de ambiguidades, de certezas e dúvidas que se entrelaçam. Como historiador e como cidadão do mundo. Talvez Veja, tão empobrecida em sua análise, imagine o mundo separado em coerências absolutas: o bem e o mal. E se assim for, poderá ser ela, Veja, lembrada como de fato é: medíocre, pequena e mal intencionada.
São Paulo, 05 de outubro de 2012
Diretoria da Associação Nacional de História
ANPUH-Brasil
Gestão 2011-2013
==================
Agora um artigo pavoroso colocado na Wikipedia
Eurípedes Alcântara é um jornalista brasileiro. Conhecido por ser o diretor editorial da Veja, revista semanal de maior cirulação no país onde trabalha desde [[1981]. Quando da morte do maior historiador do século XX, Eric Hobsbawm, escreveu o que podemos considerar como seu retorno mais escancarado ao protofascismo, presente na sua formação intelectual desde os tempos em que escamoteava as atrocidades da ditadura, durante a década de 1980 e 1990. Lamentavelmente, nesse artigo, faz uma análise superficial e apaixonada contra o historiador inglês e a favor da perspectiva histórica determinista e elitista daqueles que ele considera como historiadores de ponta, considerados assim apenas por aqueles que não compreendem as mudanças na produção histórica ocorrida no século XX, sob importante influência de duas escolas: a marxista e a Escola dos Annales]

Impostos sobre os bancos? Sobre os bancos? - Celso Ming

O texto me parece muito bom, mas o título está completamente errado. Alguém aí acredita que os bancos vão pagar imposto? Formalmente, pode até ser, mas ele será inteiramente repassado aos clientes, que costumam ser particulares, empresas e... governos. 
O imposto vai inteiramente na conta dos clientes, como deve ser, aliás, em qualquer atividade financeira. E Celso Ming acerta: depois de recusarem durante anos e anos o que seria o equivalente da Tobin Tax -- concebida no início da flutuação das moedas e cujos montantes seria dissuasórios da especulação cambial, sendo que os altermundialistas pensavam repassar toda a receita para países em desenvolvimento -- os países europeus só estão introduzindo essa taxação agora simplesmente por que necessitam de dinheiro. Eles não se dão conta de que se trata de uma grande ilusão, por vários motivos: os governos terão um pouco mais de dinheiro, para gastar inutilmente com despesas completamente equivocadas, o nível de encargos gerais na sociedade terá subido, os usuários terão mais imposto e menos dinheiro para consumir e investir, e haverá uma pequena pressão inflacionária.
Não se deve tampouco esquecer que os países que são importadores líquidos de capital, como o Brasil, pagarão mais caro pelos volumes contratados: não sei porque, nessas condições, o atual governo brasileiro está apoiando a medida. Seria mais um exercício de tiro ao alvo...no pé?
Pode ser: o governo é especialista na bizarra arte de atirar no próprio pé.
Vai lá saber! O mundo está cheio de malucos, a começar por esses governos europeus...
Paulo Roberto de Almeida

Imposto sobre os bancos



Celso Ming
O Estado de S.Paulo, 10 de outubro de 2012
Por iniciativa e insistência da França, 11 entre os 27 países da União Europeia aceitaram ontem a adoção do Imposto sobre Transações Financeiras Internacionais. Entre eles estão também Alemanha, Espanha e Itália.
A justificativa técnica número 1 é que os negócios dos bancos e fundos de hedge têm, afinal, de ser taxados e, por meio do tributo, mais bem controlados. A de número 2 é que esse imposto coibiria a especulação. Na medida em que encarecesse as operações financeiras, acabaria por inviabilizar o jogo especulativo. Mas a verdadeira razão por trás dessa proposta é a necessidade de reforçar a arrecadação de Estados, cujas finanças estão combalidas.
O primeiro a propor um imposto assim, em 1972, foi o Prêmio Nobel de Economia de 1981, James Tobin. Incidiria apenas sobre as operações de câmbio, algo que seria contraproducente na União Europeia por serem poucas as moedas do bloco. A ideia central de Tobin foi encontrar um meio de reduzir a volatilidade do mercado de modo a que um custo mais alto das transações afastasse os especuladores. O resultado da arrecadação seria canalizado para ajudar o desenvolvimento dos países pobres - e não para reforçar as receitas dos governos.
Esse imposto se tornou uma das mais importantes propostas programáticas da Internacional Socialista. É o que em parte explica o empenho da França, agora dirigida pelo socialista François Hollande, em lutar pela sua instituição.
O grande problema técnico desse tributo é que precisa ser global para evitar que os capitais escorram para centros financeiros livres dessa taxa, como Nova York, Londres, Hong Kong, Cingapura e os paraísos fiscais.
O governo dos Estados Unidos vem sistematicamente rejeitando esse imposto. Mas a União Europeia parece propensa a instituí-lo assim mesmo. A reunião de ministros de Finanças da União Europeia, agendada para 12 de novembro, deverá discutir os próximos passos para a implantação da novidade.
Outro grande obstáculo são as suas proporções. Não pode ser nem tão alto a ponto de afugentar os aplicadores nem tão baixo a ponto de não coibir a especulação. Além disso, uma alíquota baixa demais poderia proporcionar uma arrecadação insignificante para o reforço dos Tesouros nacionais.
A proposta em discussão na União Europeia é cobrar uma alíquota de 0,1% sobre os negócios com ações e títulos e de 0,01% nas operações de derivativos. Se todo o bloco adotasse esse imposto, a arrecadação inicial prevista seria de 55 bilhões de euros por ano, pouco expressiva para uma dívida total de 8,3 trilhões de euros, apenas na área do euro. Parece óbvio que, uma vez em vigor o imposto, o passo seguinte será aumentar a alíquota.
O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, opõe séria resistência a essa taxação. Teme o esvaziamento do centro financeiro de Londres, a velha City. Adverte que a conveniência desse imposto não pode ser medida apenas pelo seu potencial arrecadador. É preciso avaliar também, diz ele, as perdas de renda que causará pelo desvio de negócios para outros centros. Pelos cálculo s dele essas perdas poderão alcançar cerca de 3,5% do PIB - relata o diário espanhol El País

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Think Again: BRICS - Antoine van Agtmael (Foreign Policy)


Think Again: The BRICS

Together, their GDP now nearly equals the United States. But are they really the future of the global economy?

BY ANTOINE VAN AGTMAEL | Foreign Policy, NOVEMBER 2012

"The BRICS Are in a Class by Themselves."
Yes and no. There is no question that the BRICS -- Brazil, Russia, India, China, and the group's newest member, South Africa -- are big. They matter. In terms of population, landmass, and economic size, their pure dimensions are impressive and clearly stand out from those of other countries. Together, they make up 40 percent of the world's population, 25 percent of the world's landmass, and about 20 percent of global GDP. They already control some 43 percent of global foreign exchange reserves, and their share keeps rising.
Jim O'Neill of Goldman Sachs put the spotlight on the rise of the original four of these big new economic powers when he gave them the name BRICs in 2001, and their collective growth began to soar. But in reality their economic success had been a long time coming. Twenty years before that, when I was at the World Bank's International Finance Corp. (IFC), we were identifying the opportunity to rebrand these countries, which, despite their enormous economic potential, were still lumped together with the world's perennial basket cases as "underdeveloped countries" stuck in the "Third World." At the time, Third World stock markets were simply off the radar screen of most international investors, even though they were starting to grow; I gave them the name "emerging markets." Local investors were already quite active in Malaysia, Thailand, South Korea, Taiwan, Mexico, and elsewhere, as homegrown companies became larger and more export-competitive while market regulation became more sophisticated. But until the IFC built its Emerging Markets Database and index in 1981, there was no way to measure stock performance for a representative group of these markets, a disabling disadvantage when stacked against other international indices, which were skewed in favor of developed countries such as Germany, Japan, and Australia. This brand-new research on markets and companies provided investors with the confidence to launch diversified emerging-market funds following the success of individual country funds in markets such as Mexico and South Korea.
The BRICs, however, took much longer to get ready for prime time. Until the beginning of the 1990s, Russia was still behind the Iron Curtain, China was recovering from the Cultural Revolution and the Tiananmen Square unrest, India remained a bureaucratic nightmare, and Brazil experienced bouts of hyperinflation combined with a decade of lost growth. These countries had largely muddled along outside the global market economy; their economic policies had often been nothing short of disastrous; and their stock markets were nonexistent, bureaucratic, or supervolatile. Each needed to experience deep, life-threatening crises that would catapult them onto a different road of development. Once they did, they tapped into their vast economic potential. Their total GDP of close to $14 trillion now nearly equals that of the United States and is even bigger on a purchasing power parity basis.
Here's the problem, however, with asking whether the BRICS "matter": Big is not the same as cohesive. The BRICS are part of the G-20, but not a true power bloc or economic unit within or outside it. None is fully accepted as "the" leader even within its own region. China's rise is resented in Japan and distrusted throughout Southeast Asia. India and China watch each other jealously. Brazil is a major supplier of commodities to China and has relied on it for its economic success, but the two powers compete for resources in Africa. Russia and China may have found common cause on Syria, but they compete elsewhere. And though intra-BRIC commerce is growing rapidly, the countries have not yet signed a single free trade agreement with each other. Then there's South Africa, which formally joined this loose political grouping in 2010. But being a member of the BRICS doesn't make it an equal: South Africa doesn't have the population, the growth, or the long-term economic potential of the other four. Indonesia, Mexico, and Turkey would have been other logical contenders -- or South Korea and Taiwan, for that matter, which have comparable GDPs but much smaller populations than the original BRICs.
The BRICS are also nowhere near economically cohesive. Russia and Brazil are way ahead in per capita income, beating China and India by a huge amount -- nearly $13,000 compared with China's $5,414 and India's $1,389, according to 2011 IMF data. And their growth trajectories have been very different. What's more, the BRICS face stiff competition from other emerging powerhouses in the developing world. While China and India seemed to have a competitive edge for a while due to their low labor costs, countries like Mexico and Thailand are now back on the competitive map. And while growth in the BRICS seems to be slowing, many African countries are receiving more foreign investment, may be more politically stable, and are at long last moving away from slow or no growth toward much more robust economies.
ALEXEI NIKOLSKY/AFP/GettyImages
"The Continued Rise of the BRICS Is Inevitable."
True, but their growth is slowing. Forecasts by Goldman Sachs and others project China will overtake the United States in GDP before 2030. China, meanwhile, dwarfs the other BRICS, whose combined economic size isn't expected to catch up to China during that period. The BRICS will approach the total size of the seven largest developed economies by 2030, and by the middle of this century they are projected to be nearly double the size of the G-7.
BRICS consumers are also beginning to rival their American counterparts in terms of total purchasing power. More cars, cell phones, televisions, refrigerators, and cognac are now sold in China alone than in the United States. Even with slower growth, the economic engine of the BRICS should be more important than that of the United States or the European Union for most of the 21st century.
Then again, there's no guarantee that the BRICS can maintain their torrid growth rates. Just as their expanding economies took the world by surprise over the past decade, the big shock for the next decade may be that they will grow less quickly than assumed. Japan, South Korea, and Taiwan have already shown that growth rates slow down once a basic level of industrialization has been reached. The unquenchable thirst for "goods" tends to moderate when basic infrastructure is in place and consumers want more health care, education, and free time.
To some extent, this is already occurring. Leading Chinese economists now expect China's annual growth to slow down from rates of 10 to 12 percent to 6 to 8 percent by the end of this decade. Dreams of India reaching sustainable annual growth of 8 percent or more have been lowered to 5 to 6 percent after the country hit an inflation barrier and offshore gas production disappointed. Brazil has also struggled to return to its exuberant pre-crisis growth, while Russia has been staggered by Europe's economic problems. The projections by Goldman Sachs and others always expected slower growth for the future, but some enthusiasts did not read the footnotes.
VANDERLEI ALMEIDA/AFP/Getty Images
"The Financial Crisis Was Good for the BRICS."
Not for long. The 2008 financial crisis did not emanate from emerging markets. Instead, the BRICS came to the rescue when the United States, Europe, and Japan collapsed due to their overspending, fiscal imprudence, and overreliance on just-in-time production that made them too dependent on a consumer economy that quickly blew up. After the BRICS suffered brief, V-shaped recessions of their own, as swift in their decline as they were in their recovery, the BRICS' demand helped pull the global economy out of its initial slump.
It certainly wasn't clear initially that this was how the crisis would play out. The Financial Timeswarned (and many investors feared) that the banking systems of emerging markets would succumb to the same massive financial problems that plagued the United States and Europe, but Asia and Latin America had learned their lessons from earlier financial crises and put their houses in order. The Chinese had ample reserves for a fiscal stimulus that was not only massive, but, unlike its U.S. counterpart, also disbursed funds quickly. The BRICS' central banks, along with those in other emerging markets, cooperated on global monetary easing. Without it (and without China's quickly disbursed stimulus at home), Western stimulus and easing would have been inadequate and ineffective. With it, demand for commodities stabilized and the world avoided a depression.
These crisis interventions came at a significant cost, however, the full price of which is not yet clear even today. The real estate bubble, which played such a big part in the United States and Southern Europe, didn't burst in the BRICS. Inflation also increased well beyond the comfort zone of central banks in China, India, and Brazil. Although all this did not provoke another crisis, it might have planted the seeds for future problems. Economic history teaches us that the next crisis usually comes from the region where the applause and self-satisfaction were loudest the previous time around. If that holds true, the next economic shock will more likely than not come from the BRICS.
FABRICE COFFRINI/AFP/Getty Images
"The BRICS Are Unbeatable Competitors."
No. The BRICS benefited for several decades from cheap labor, higher productivity, massive (but far from universal) investment in infrastructure and education, and a hunger to catch up with wealthier rivals. Their transformation was remarkable: With better-off populations, domestic markets finally became economically attractive, South-South trade exploded, and leading corporations transformed themselves from second-rate producers of cheap goods into world-class manufacturers of smartphones, semiconductors, software, and planes. China's Lenovo took over IBM's PC business. Brazilian and South African beer companies became leading global brewers. Just as had been the case with the Russians after Sputnik and the Japanese in the 1980s, the BRICS became feared and formidable competitors, even if some of the fears about their rise were exaggerated.
But the story is not over. Cheap, abundant energy from shale gas is attracting new investment in the United States, giving energy-intensive industries a renewed competitive edge. Abundant shale gas could also make Russian Arctic drilling and Brazilian pre-salt production too expensive. Stagnant U.S. wages and soaring pay in China and India are eroding the BRICS' labor-cost advantage, while their seemingly bottomless labor pool has suddenly started emptying out, leaving them with shortages of trained labor.
Mechanization is also allowing the developed world to make a comeback. Increasingly affordable and sophisticated robots can now do what 10 or more human workers did until recently. They work 24 hours a day and do not ask for higher wages or better benefits. Smartphones and tablets may still be made in Asia, but the BRICS lag behind in taking advantage of the productivity gains they bring. As a result, traditional multinationals are fighting back after years of retreat, from General Motors winning the biggest market share in China to General Electric's foray into producing low-cost medical equipment to Nestlé's invention of the wildly successful Nespresso machines, turning high-end coffee from a store-bought luxury into an at-home convenience. The competitive edge may be turning back to the West much faster than we thought.
ALEXANDER JOE/AFP/Getty Images
"The BRICS Are the Best Place to Invest."
No longer true. Until 2008, the BRICS performed far better than other emerging equity markets -- or developed markets, for that matter. And by a lot: For the five years ending in 2007, investors in the four original BRICs earned an annualized 52 percent return, compared with just 16 percent in the G-7 markets. But in the past five years, through Aug. 31, that figure was -3 percent for the BRICs and -1 percent for the G-7. This was in part a correction to exaggerated expectations, which drove up valuations and currencies to unsustainable levels. It also seems, however, that the BRICS' competitive edge is now being questioned in more fundamental terms. Of course, it makes perfect sense for investors to diversify and not ignore such a huge, successful part of the global economy, but that is different from blind euphoria.
Each of the BRICS is very different, and so are the question marks that accompany their economies. For example, China's wage costs had been so much lower than Mexico's for several decades that Mexico had difficulty competing, despite its closeness to the U.S. market. But that wage gap has closed in recent years -- Chinese labor rates have grown from 33 percent of Mexico's in 1996 to 85 percent in 2010 -- and now investment is flowing back to Mexico. Even when Indian growth rates went through the roof, bureaucracy, budget deficits, and infrastructure bottlenecks remained serious impediments. Brazil successfully turned around its floundering economy in the 1980s and then benefited from three windfalls: China's thirst for commodities, energy discoveries, and a competitive edge as an agribusiness giant. Now, however, China's slowing economy and the world's shift toward ubiquitous shale gas is changing the picture. Or consider Russia, which, to its peril, has squandered its oil-and-gas weapon by pooh-poohing the potential of shale gas, opening up export opportunities for the United States in Europe.
PETER PARKS/AFP/Getty Images
"The BRICS Will Surpass the West."
Not so fast. Yes, the BRICS will remain the main source of growth in tomorrow's world, as they already are today. Together they will dominate the global economy later this century the way Europe and the United States once did.
Just as the pendulum swung far toward the BRICS but then swung back hard in recent years, there are signs of new forms of BRICS competitiveness. Research and development in the BRICS is paving the way for increasingly high-value-added production. Ninety-one percent of U.S. plants are more than a decade old, versus only 43 percent of China's plants, according to a 2007 IndustryWeek survey. While 54 percent of Chinese companies cited innovation as one of their top objectives in the survey, only 27 percent of U.S. respondents did. Chinese telecom equipment-makers are giving more traditional players a run for their money, Indian-made generic drugs are making inroads, Brazilian protein producers dominate world markets, and Russian oligarchs are making smart investments abroad. The BRICS are going through a rough patch right now, yet they're poised for a roaring comeback.
But though the era of American or Western domination may be over, BRICS domination is still some time off. What is already a fact is that the clear delineation between developed and "backward" countries is a thing of the past. Western multinational companies are seeking to expand in the BRICS as growth in their home markets has dried up. Chinese and Indian corporations are building their brands in other emerging markets and the West. More than ever, developed countries' economic fates are tied to those of emerging markets.
Intellectual property remains a strong suit of advanced economies. The United States, Japan, and Germany -- just three advanced economies -- accounted for 58 percent of patent filings in 2011, according to the World Intellectual Property Organization. But even here the BRICS are catching up: China's applications soared 33 percent in 2011, Russia's filings were up 21 percent, Brazil's 17 percent, and India's 11 percent. Compare that with 8 percent growth for the United States and 6 percent for Germany. Chinese telecommunications equipment giant ZTE Corp. dislodged Japan's Panasonic from the global top spot with 2,826 patent applications. China's Huawei Technologies was in third place, while a previous American leader, Qualcomm, dropped from third to sixth place in 2011. Why does it matter? Because patents are a key indicator of future economic strength.
TEH ENG KOON/AFP/Getty Images
"Politics Could Be the BRICS' Undoing."
True, and you disregard them at your peril. The spread of democracy and free markets in much of Asia, Latin America, and Eastern Europe is impressive, but some BRICS have been laggards rather than leaders in this area. Legitimacy in these countries often depends on meeting sky-high expectations for economic success, while political checks and balances remain in their infancy. So forget about all those paeans to "authoritarian capitalism" you read in the op-ed pages. Just because Beijing has a fancy new airport and President Vladimir Putin can bulldoze entire neighborhoods at will doesn't mean China's and Russia's politics give them an edge. Even in democratic India, politics are often overwhelmed by corruption, and politically open Brazil struggles with crippling crime stats and political scandals.
The BRICS may seem stable now, but nobody knows what the future holds. Admiration for oligarchs easily turns into envy and anger. Ubiquitous mobile-phone cameras and instant Internet distribution constrain the use of public force. Under the surface and among the younger generation, pride in economic achievements and a sense of material well-being are now coupled with demands for better health care and national recognition. Increasingly, more is not the answer -- citizens of the BRICS want better. Local elites must act adroitly to keep this new mood from developing into a combustible mix. The current generation of leaders in China has not forgotten the lessons of the Cultural Revolution -- but the next generations may.
Some tailwinds that have benefited the BRICS these past decades may yet turn into headwinds. For instance, these countries have benefited from relatively low budget allocations to military spending -- a fruit of Pax Americana. That could change if conflict broke out on the Indian subcontinent or Iran acquired nuclear weapons. And serious political unrest could easily derail the rise of the BRICS: The Bo Xilai case in China, the upheavals following the Arab Spring, and the power blackout in India were recent red flags that showed the dramatic impact of sudden events.
Still, the BRICS are not going anywhere. Sure, they may face tough adjustments getting used to less lofty growth expectations while satisfying more demanding populations. But one way or another it's safe to say: These big emerging economies will put their stamp on the 21st century.
SAJJAD HUSSAIN/AFP/Getty Images
 
Antoine van Agtmael, a founder and former chairman of AshmoreEMM, is author of The Emerging Markets Century.

Tudo por Sao Paulo: nao, nao e' 1932...

Longe de ser um encontro a favor de São Paulo, pode ser algo muito nebuloso. Essa promiscuidade entre agenda pública, agenda partidária, interesses sectários era tudo o que tivemos no Mensalão...
Enfim, agora basta convocar quem manda e dar as ordens...
Paulo Roberto de Almeida 


Lula e Dilma têm 4 horas de reunião fechada em SP
José Maria Tomazela
O Estado de S.Paulo, 10/10/2012

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff fizeram o possível para evitar a imprensa durante o encontro de quatro horas que mantiveram nesta quarta, em São Paulo, para discutir a o segundo turno das eleições. 
O tema do encontro não foi divulgado nem pelo setor de comunicação da Presidência, nem pela assessoria de imprensa de Lula, mas o presidente nacional do PT, Rui Falcão, foi visto deixando o local - o gabinete da Presidência da República na capital. O PT de Dilma e Lula negocia apoios a Fernando Haddad no segundo turno em São Paulo contra o tucano José Serra, mas a questão paulista passa por cenários eleitorais em outros Estados.
A presidente viajou em dia útil para uma agenda privada, segundo sua assessoria. Foi confirmada, na reunião com Lula, a participação dos ministros Aloizio Mercadante, da Educação; Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, além do assessor especial Marco Aurélio Garcia. 
Dilma entrou no prédio às 14 horas e só deixou o local alguns minutos antes das 16 horas, sem falar com a imprensa. O carro que levava a presidente ganhou escolta de seis batedores da Polícia Militar estadual e de uma viatura da Rota, a força especial da PM paulista.
Lula saiu do prédio em seguida e também não atendeu os jornalistas. Ele havia chegado para o encontro uma hora antes da presidente. 
O almoço foi servido no gabinete. Lula havia mantido reuniões com a equipe de Haddad antes do encontro com Dilma, no Instituto Lula. O presidente retornou ao seu posto de trabalho depois da reunião. 
Além da agenda eleitoral, o ex-presidente prepara sua viagem à Argentina, no próximo dia 17. Em Buenos Aires, ele almoça com a presidente Cristina Kirchner na Casa Rosada e, à noite, dá palestra sobre o papel da iniciativa privada no desenvolvimento econômico, em Mar del Plata.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...