segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Brasil acha que leis transformam a realidade: creches, escolas, etc...

Sempre foi assim, e não vai mudar logo.
Paulo Roberto de Almeida

Entre a boa intenção e a realidade

14 de abril de 2013 | 2h 13
Editorial O Estado de S.Paulo
 
A Emenda Constitucional n.º 59, aprovada em 2009, tornou a "educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade", o que engloba a pré-escola, o ensino fundamental e o médio. Antes, essa exigência se limitava ao fundamental. Nada mais natural, portanto, que o Congresso tenha aprovado lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, estabelecendo ser um dever dos pais e responsáveis matricular as crianças na pré-escola a partir dos 4 anos. A pré-escola deverá ter carga horária mínima de 800 horas por ano de, no mínimo, 200 dias letivos.
Ninguém discute que a intenção é a melhor possível. E não só porque os especialistas ressaltam a importância da medida para a educação das crianças. É também porque a creche é um lugar seguro para as mães deixarem seus filhos para poder trabalhar fora, especialmente nas grandes cidades. E um grande número de famílias depende da renda das mães. Mas salta aos olhos o irrealismo de aplicá-la a partir de 2016, como pretende o governo, tendo em vista o enorme déficit de vagas em creches existente em todo o País.
Diz o Ministério da Educação que até 2016 municípios - de quem é a responsabilidade pela pré-escola - e Estados deverão tomar as medidas necessárias para garantir a oferta de vagas para crianças e jovens entre 4 e 17 anos. Falar é fácil. Fazer é outra coisa, como mostra a própria experiência muito recente da presidente Dilma. Todos ainda se recordam que durante sua campanha eleitoral ela garantiu que construiria 6.427 creches em quatro anos. Não era apenas o fato de que isso significava inaugurar cinco delas por dia que mostrava a enorme dificuldade de transformar a promessa em realidade. Era também o fato - igualmente importante - de que isso não dependia apenas do governo federal, mas principalmente dos municípios. O resultado foi que, ao se completar dois anos de seu mandato, só 10 daquelas creches haviam sido entregues.
Mesmo que as 6.427 creches estivessem sendo construídas num ritmo que garantisse a entrega de todas elas até o fim do mandato de Dilma, em 2014, isto estaria longe de resolver o problema, porque o déficit desses estabelecimentos em todo o País é estimado em cerca de 20 mil. Isso é consequência de um enorme atraso acumulado ao longo das últimas décadas. O exemplo da cidade de São Paulo é bem ilustrativo.
Entra governo e sai governo, o déficit de vagas em creches na capital paulista oscila em torno de 100 mil. Atualmente, há 94 mil crianças cadastradas à espera de vagas. Mas, como há famílias que já se cansaram de buscar um lugar, estima-se que o déficit real ultrapasse os 100 mil. Todos os prefeitos que se sucederam nas últimas décadas construíram creches, só que muito abaixo, tanto da necessidade no momento em que fizeram suas promessas como do crescimento da demanda a partir de então. É isso que explica o déficit crônico em torno daquele número.
É muito duvidoso - para dizer o mínimo - que, com esse histórico, São Paulo consiga cumprir a nova lei até 2016. Se isso acontece com a cidade mais rica do País, é ingenuidade imaginar que a situação das demais seja muito diferente. E os milhares de pequenas cidades - a lei vale para todas - terão condições de, num prazo de apenas três anos, oferecer vagas em creches para que os pais das crianças cumpram o dever de colocá-las nesses estabelecimentos?
Há outro aspecto do problema a considerar. Mesmo que fosse possível construir até 2016 todas as creches necessárias, e ainda que elas tivessem dinheiro para honrar esse acréscimo em sua folha de pagamento, onde as prefeituras iriam encontrar o pessoal - professores e auxiliares - para fazê-las funcionar? Não consta que essa mão de obra esteja sobrando no mercado. Sem falar, é claro, dos recursos para merenda. Uma creche não é só um prédio. É tudo isso. Na verdade, ele é a parte menos custosa.
Para tornar essa lei realidade é preciso mais tempo e muito mais dinheiro do que parecem dispostos e em condições de gastar os governos federal, estaduais e municipais.

Loucuras do governo na Petrobras: congelamento de precos de combustiveis em 2013

O ano ainda nem se despediu de seu quarto mês e a presidente (ou presidenta?) da Petrobras já anunciou que o preço da gasolina, e dos combustíveis em geral, não se movem este ano, ou seja, pelo resto do ano.
Como é que ela pode saber se o preço do barril do petróleo vai subir ou vai baixar nos demais meses do ano? Como é que ela pode prometer algo estático para um mercado que é não só perfeitamente dinâmico, como também aleatoriamente volátil?
Onde ela aprendeu a fazer contas para dizer que não será preciso mexer na soma final mesmo quando os componentes da conta se alteram, para cima ou para baixo?
Que raios de administradora ela é, para prometer algo que talvez não esteja em condições de cumprir?
E no ano que vem, que é ano eleitoral, os preços vão ficar "estáveis", também?
Coitada da Petrobras, coitados dos brasileiros...
Paulo Roberto de Almeida 

Graça Foster descarta reajuste de combustível em 2013

Presidente da Petrobrás diz que cenário econômico atual mostra que não há previsão de nova alta de gasolina e diesel

14 de abril de 2013 | 12h 33
gência Estado SÃO PAULO - Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, descartou um novo aumento para o diesel e a gasolina neste ano. "Olhando hoje para o quadro do Brent e para a taxa de apreciação do real, para o câmbio, não há previsão de aumento de combustível", afirmou a executiva. Graça lembrou que o diesel teve quatro reajustes, que somaram 21,4%, e a gasolina, dois aumentos na refinaria, de 14,9% ao todo.
Questionada sobre a possibilidade de a estatal socorrer o grupo de Eike Batista, Graça disse que, desde setembro, vem discutindo "projeto a projeto" com o empresário, entre eles a construção do super porto do Açu, no Rio de Janeiro. "O grupo X tem uma infraestrutura muito grande e estamos trabalhando projeto a projeto com eles. O grupo tem, junto com a Mendes Júnior, outros dois contratos para plataformas. Tem navios que ganharam licitações e outros assuntos que estamos discutindo. Mas tudo será alvo de licitação", explicou.
No sábado (13), o empresário usou o Twitter para se pronunciar sobre sua situação financeira e rebateu a informação publicada pela revista Veja de que o grupo EBX deve R$ 10 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Eike, o grupo deve apenas R$ 109 milhões. 

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E agora os comentários de um engenheiro do petróleo altamente politizado, contra o governo do PT na parte do petróleo.
Indepedentemente de suas preferências partidárias, seria preciso olhar seus argumentos, para saber se fazem sentido, ou não.
Alguns não fazem, por serem políticos, mas outros são evidências factuais.
Leiamos (retirado dos comentários de um blog petista, ou antineoliberal).
Paulo Roberto de Almeida

  • JOSÉ CONRADO DE SOUZA 15.03.2013 às 22:31
    NÃO É PRECISO PRIVATIZAR A PETROBRÁS PARA ELA SER EFICAZ Não é preciso privatizar a Petrobrás para ela apresentar resultados fabulosos, e isso já ficou provado. Por exemplo, com a Lei do Petróleo, o governo do PSDB atraiu o capital privado para investir na prospecção e produção de petróleo. A produção de petróleo aumentou de 600 mil barris por dia (bpd) para 2 milhões de bpd. A Petrobrás foi homenageada várias vezes em anos diferentes por organismos internacionais como a empresas que mais desenvolveu a técnica de produção de petróleo em águas profundas sendo hoje apontada como a empresa mais eficiente em produzir petróleo no fundo do mar, sob condições severíssimas de pressões e tempetaratura. Com a Petrobrás produzindo 2 milhões de barris de petróleo por dia, o Brasil passou a economizar U$ 83,95 bilhões/ano em divisas, ou seja, nos últimos dez anos, o Brasil economizou em divisas US$ 839,5 bilhões ou R$ 1,679 trilhões; e isso foi excelente para o aumento do PIB do Brasil. As reservas de petróleo aumentaram para 30 bilhões de barris; e são suficientes para atender a demanda de 2 milhões de barris por dia do Brasil por 41 anos, dando tempo ao País para pesquisar outras energias que venham substituir o petróleo quando esse acabar. Com a Lei da CIDE e com a Lei do Petróleo, o lucro da Petrobrás aumentou de R$ 500 milhões/ano para R$ 35 bilhões/ano. Os royalties aumentaram para R$ 16,79 bilhões/ano, sendo R$ 11,248 bilhões/ano para os Estados e Municípios produtores de petróleo; R$ 1,512 bilhões/ano para Municípios onde ocorre carga ou descarga de petróleo; R$ 0,672 bilhões/ano para um FUNDO ESPECIAL a ser rateado entre todos estados; R$ 1,344 bilhões/ano para o Ministério da Marinha; e R$ 2,014 bilhões/ano para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Esses números mostram que quando o governo quer – e esse foi o caso do PSDB – uma empresa estatal pode ser bem administrada, pode ser altamente lucrativa e estimular o crescimento do País. Esse formidável sucesso oriundo do governo do PSDB incomodava ao PT, que usou senador Aloizio Mercadante como arauto para dizer no Senado que os Estados não produtores de petróleo não são compensados pelo petróleo. MENTIRA. E dessa mentira do PT podemos dizer que, assim como um governo pode tomar decisões para uma estatal ser bem administrada, como foi o caso do PSDB com a Petrobrás, da mesma forma um outro governo pode tomar decisões erradas para uma estatal ser pessimamente administrada, como está sendo o caso da Petrobrás com o PT. A inflação não se controla com congelamento de preços e tivemos no Brasil dois exemplos desastrosos de tentativa de controle da inflação por meio de congelamento de preços: o do Plano Cruzado e o do Plano Collor; em ambos a inflação caiu num primeiro momento para voltar logo em seguida com força redobrada, mas, o PT congelou o preço da gasolina supostamente para controlar a inflação. O PT criou o carro flex e isso facilitou a adulteração de gasolina com etanol. O PT zerou a CIDE deixando a Petrobrás sem poder se compensar dos custos de transportes marítimos, ferroviários e terrestres para distribuição dos derivados de petróleo pelo Brasil afora e o governo deixou de arrecadar R$ 400 bilhões/ano em CIDE. O PT começou a construir uma refinaria em Recife avaliada inicialmente em R$ 5 bilhões, mas, já está superfaturada em R$ 32 bilhões. O PT comprou uma refinaria nos EUA por US$ 1,2 bilhões e o mercado não paga nem mesmo US$ 180 milhões, causando, assim, um prejuízo de R$ 2 bilhões à Petrobras. Com o carro flex, o PT desorganizou os suprimentos de gasolina e de etanol do País: éramos exportadores de gasolina e de etanol e nos tornamos importadores dos dois produtos. Com o congelamento do preço da gasolina, o PT estimulou o consumo predatório, onde para ir na esquina comprar jornal ou pão na padaria ao invés de se ir andando exercitando o corpo a preferência é de ir de carro e o resultado foi que todas as cidades do Brasil – TODAS – foram tomadas por engarrafamentos gigantescos onde os carros trafegam a menos de 10 KM/h; trajetos que antes eram feitos em 10 minutos consomem hoje mais de uma hora, e, com isso, os volumes de gases do efeito estufa derramados na atmosfera aumentaram estupidamente, prejudicando e muito a qualidade do ar que respiramos, provocando um créscimo de doenças respiratórias. O Petrobrás exportava 3 bilhões de litros/ano de gasolina, gerando divisas para o Brasil, mas, com o PT, a Petrobrás está importando 3 bilhões de litros, gerando perdas em divisas. Quem controlava os preços de gasolina e de etanol era o governo por meio da CIDE, mas, o PT zerou a CIDE, congelou o preço da gasolina nas refinarias da Petrobrás e os usineiros passaram a controlar os preços de gasolina e de etanol. E mais, o senador Aloizio Mercadante, arauto do PT, estimulou uma guerra fiscal entre os Estados dizendo ser inaceitável que os Estados não produtores não sejam beneficiados pelo petróleo, pois, não recebem royalties – MENTIRA DO PT – e que apenas os Estados produtores de Petróleo são beneficiados pelo petróleo recebendo royalties – MENTIRA DO PT – e disse o senador do PT que o novo marco regulatório do petróleo eliminaria essa injustiça com os Estados não produtores de petróleo, e, assim, o PT lançou a semente da discórdia entre os Estados da Federação: de um lado, os Estados não produtores de petróleo, que o arauto do PT espalhou a mentira de serem prejudicados na divisão da riqueza do petróleo; e de outro lado, os Estados produtores de petróleo, que o arauto do PT, levianamente, acusou de ficarem com tudo. MENTIRA DO PT. E tudo isso, para quê? Para alguns picaretas meterem a mão grande nos bilhões do petróleo do Pré-sal? E o governador Sérgio Cabral acreditou nessa picaretagem montada por Lula e pelo PT; e, tal qual o elefante que ajudou o escorpião a atravessar o rio, Sérgio Cabral foi picado por Lula com essa SACANAGEM DO PT CONTRA OS CARIOCAS. O senador do PT, deliberadamente, omitiu de seus pares que, nas duas últimas décadas, o que ocorreu foi uma decisão acordada entre os CONSTITUINTES ORIGINÁRIOS quando trabalharam escrevendo o texto da Constituição Federal, trabalho do qual o PT se recusou a participar, pois, sempre foi contra a Constituição, e os constituintes originários NEGOCIARAM que os Estados produtores de petróleo seriam beneficiados pelos royalties do petróleo e os Estados não produtores de petróleo seriam compensados pelo não pagamento de ICMS sobre petróleo e seus derivados, mas, teriam direito de cobrar dos contribuintes; e isso significou os Estados produtores receberem em royalties R$ 16,79 bilhões/ano e abriram mão de cobrar ICMS de R$ 30,22 bilhões/ano dos Estados não produtores, que cobraram esse ICMS dos consumidores e ainda receberam R$ 0,54 bilhões/ano do rateio dos R$ 0,67 bilhões/ano do Fundo Especial de Royalties; e, assim, os Estados não produtores se beneficiaram num total de R$ 30,76 bilhões/ano, um valor 1,9 vezes maior que os royalties recebidos pelos Estados produtores. Nesse contexto, a guerra entre Estados estimulada pelo PT não vai parar por ai, afinal, a Federação é formada 26 Estados e um Distrito Federal, cujos secretários de fazenda devem estar pensando lá com seus botões: será que essa mudança que o PT está querendo impor será uma coisa boa para nós, principalmente, nós dos Estados do Norte e do Nordeste? Eu diria que será péssima, e explico a seguir porque. As refinarias da Petrobrás estão localizadas quatro em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, uma em Minas Gerais, uma na Bahia, uma no Rio Grande do Sul, uma no Paraná e uma no Amazonas. Os demais Estados não têm refinarias, portanto, os suprimentos de GPL, gasolina, QAV, diesel, óleo combustível, asfalto e outros derivados de petróleo desses Estados dependem da transferência desses produtos dos Estados detentores de refinarias. E essas transferências ocorrem sem cobrança de ICMS, mas, que podem sofrer cobrança de até 18% de ICMS – entretanto, os Estados não produtores cobram ICMS dos consumidores de combustíveis – e, certamente, os Secretários de Fazenda dos Estados detentores de refinarias já devem estar fazendo contas para aumentar a arrecadação cobrando ICMS sobre petróleo e seus derivados transferidos sem ICMS para outros Estados. É A GUERRA SEPARATISTA ESTIMULADA PELO PT. Traduzindo em miudos, a maioria de Estados mais pobres do Norte e Nordeste está sendo estimulada pelo PT a trocar uma condição confortável em que é contemplada com R$ 30,76 bilhões/ano por não pagar e cobrar ICMS e receber royalties do Fundo Especial de Royalties, por uma condição em que passará a dividir os R$ 16,12 bilhões/ano de royalties, mas, terá de pagar ICMS de 30,22 bilhões/ano. Ou seja, sairá no prejuízo de R$ 14,102 bilhões. E vejam que o Secretário de Desenvolvimento do governador Sergio Cabral, já mordendo a semente separatista lançada pelo PT, diz que há uma série de medidas que podem ser tomadas pelo Rio (…)DÁ PARA FAZER UM MONTE DE MALDADES, concluiu o secretário do governador Sérgio cabral. Ao secretário faltou dizer que o novo marco regulatório petróleo criado pelo PT se deu com aval do governador Sérgio Cabral; e que o novo marco, O MEGALOMANÍACO MARCO LULA DE PETRÓLEO, foi criado com quatro projetos de leis inconstitucionais, na medida em que o marco anterior foi criado por meio da Emenda Constitucional 9/95. Portanto, essa nova Lei do Petróleo criada no marco Lula é inconstitucional, na medida em que apenas uma nova Emenda Constitucional pode mudar o marco de petróleo criado no governo do PSDB; e está servindo o marco Lula de petróleo apenas de ESTOPIM DE UMA GUERRA FISCAL ENTRE OS ESTADOS DA FEDERAÇÃO. E mais, o governador Sérgio Cabral precisa explicar aos cariocas o porquê de ter ficado ao lado do PT no projeto entreguista de nosso petróleo, na medida em que a produção de 6,4 milhões de bpd como quer o PT significa acabar com nossas reservas de petróleo de 30 bilhões de barris em menos de 12 anos. E tudo para quê? Para alguns picaretas meterem a mão grande nos bilhões de dólares do Pré-sal e deixarem uma terra arrrasada para as gerações futuras de brasileiros? O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o governador do Espirito Santo, Renato Casagrande, e o PT devem explicações aos brasileiros. E, enfim, a Associação do Engenheiros da Petrobrás – AEPET – deve explicar aos brasileiros seu lamentável SILÊNCIO MORTAL nessa questão. José Conrado de Souza Engenheiro químico formado pela UFRJ, antiga Universidade do Brasil, com curso de pós graduação da indústria de petróleo. Foi presidente do Clube dos Empregados da Petrobrás em Araucária. Foi membro do Conselho de Curadores da PETROS e foi diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET.


  • Como achar um papa no palheiro - The Wall Street Journal

    Um artigo interessante, parte de um livro a ser publicado nos EUA.

    Fifteen Days in Rome: How the Pope Was Picked

    The Wall Street Journal, April 14, 2013

    The inside story: From the Red Room where Bergoglio's name was first dropped to a faithful night on Rome's Piazza Navona

    Excerpted from The Wall Street Journal's new e-book "Pope Francis: From the End of the Earth to Rome," available at PopeFrancisTheBook.com.

    On Feb. 27, a mild, dewy morning, Alitalia Flight 681 landed at Leonardo da Vinci airport in Rome after 13 hours in the air. A balding man with gray-white wisps of thin hair stepped out of coach class. He wore thick-rimmed brown glasses, black orthopedic shoes and a dark overcoat. He had a slight limp, and his back was stiff from the long flight. His belly was a bit swollen, due to many decades of cortisone treatments to help him breathe after he had lost part of a lung as a young man. No one could see the silver pectoral cross he wore under his coat, though it was the symbol of his authority.

    Back home in Buenos Aires, Cardinal Jorge Mario Bergoglio was a prominent figure, the highest-ranking Catholic prelate in his country and to many a beloved figure known especially for his work in the city's teeming slums. Here he was one of 115 cardinals converging on Vatican City for important business: the election of a new leader for the Catholic Church.
    Two weeks earlier, Pope Benedict XVI had suddenly announced his resignation from office, becoming the first pontiff in 600 years to renounce a job traditionally held until death. In church teaching, the position had been handed down for two millennia, starting when Jesus said to St. Peter, "On this rock I will build my church."
    Cardinal Bergoglio expected his trip to be brief. He was already carrying in his black leather briefcase the airplane ticket that would return him home in time for Holy Week, the most important week of the year for a Catholic prelate. His Easter Sunday homily was already written too, and in the hands of parishioners back home.
    [image]

    New WSJ E-Book

    The Wall Street Journal's new e-book, "Pope Francis: From the End of the Earth to Rome," chronicles the unlikely ascension of Jorge Mario Bergoglio to the papacy. With original reporting by a team of journalists around the world, the Journal takes an in-depth look at the man charged with leading the Catholic Church in a time of challenges. Pre-order the book now at popefrancisthebook.com

    (...)
    Para ler a íntegra da matéria "How the Pope Was Picked", ver este link:
    http://on.wsj.com/10ZB7Sk

    A version of this article appeared April 13, 2013, on page C1 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: Fifteen Days in Rome How the Pope as Picked.

    Brasil: a crise fiscal demora mais um pouco, mas a cambial bate 'a porta...

    Crise fiscal pode ser contornada, provisoriamente, pelos mesmos expedientes de que já vem se utilizando o governo: arrocho fiscal cada vez mais forte (ou seja, extração de recursos à força dos contribuintes, cidadãos privados ou empresas) e maquiagem das contas públicas, pensando que somos todos idiotas e ninguém percebe que o governo está manipulando fluxos de caixa de estatais e emissões do Tesouro. Enfim, crise fiscal é algo lento a ser construído, e depende quase inteiramente da capacidade (ou incapacidade, no caso) do governo continuar manipulando receitas públicas e extração privada.
    Mas, déficit de transações correntes não pode ser manipulado, pelo menos não na proporção requerida pelo governo. Ele ainda pode compensar déficit nesse setor do Balanço de Pagamentos com recurso a emissões de bônus globais, mas chega um momento que o mercado pede um spread maior, e aí a coisa fica complicada.
    Em qualquer hipótese, déficit na balança comercial não depende do governo e sim dos preços internacionais e da capacidade das empresas privadas em colocar seus produtos no exterior. E isso tem se revelado difícil. Balança de serviços, por sua vez, é sempre deficitária. Se os investimentos diretos e os fluxos financeiros não compensarem a perda, a situação da BP vai para o brejo, e aí não tem como enganar os estrangeiros, como o governo pretende nos enganar.
    Quando os nacionais, primeiro, e os estrangeiros, depois, percebem as dificuldades, começa a aposta contra a moeda e a fuga de capitais: o déficit de transações correntes, portanto, passa repentinamente de 2 ou 3% do PIB para 4, 5, e aí a coisa dispara...
    Só os EUA podem aguentar um déficit orçamentário de 7% do PIB e um déficit de transações correntes idem. Países como o Brasil, quando chegam a 5% há começam a ser penalizados pelo mercado, esse inimigo tão cruel dos espíritos ingênuos, dos primitivos econômicos e de outros alucinados alternativos.
    Enfim, tudo isso para dizer que a situação do Brasil pode se agravar rapidamente.
    Os leitores deste blog não poderão dizer que não foram avisados...
    Paulo Roberto de Almeida

    Maus sinais para 2013

    14 de abril de 2013 | 2h 13
    Editorial O Estado de S.Paulo
     
    O mau estado da economia foi confirmado por mais um indicador nessa sexta-feira. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB divulgado a cada três meses pelo IBGE, caiu 0,52% de janeiro para fevereiro. Desde 2005 foi o pior resultado nesse período. Foi também a maior variação negativa desde a queda de 0,84% em setembro do ano passado. O nível de atividade foi 1,88% mais alto que o de um ano antes. Em 12 meses, no entanto, o crescimento do índice, ajustado pelas condições sazonais, ficou em 0,83%, inferior, portanto, ao do PIB de janeiro a dezembro de 2012 (0,9%). Tomando-se o IBC-Br como referência para previsão, fica muito difícil acreditar em expansão econômica superior a 3% neste ano, embora a base de comparação seja baixa.
    Por enquanto, só os dados da agricultura apontam algum resultado positivo em 2013. A safra de grãos e oleaginosas, calculada em até 184,04 milhões de toneladas, poderá ser 10,8% maior que a anterior. Um crescimento parecido, 11%, é estimado para a produção de cana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para o café, o último levantamento indica uma redução entre 1,3% e 7,6% em relação à safra anterior, mas essa diminuição, esperada a cada dois anos, deve ser insuficiente para neutralizar o desempenho de outros segmentos da produção rural.
    O crescimento industrial deve continuar pouco expressivo. O PIB do setor deve aumentar 2,6%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas os números conhecidos até agora são pouco entusiasmantes. Segundo o IBGE, a produção industrial diminuiu 2,5% em fevereiro, depois de ter crescido 2,6% em janeiro.
    A indústria de transformação continua com dificuldades para crescer, segundo o último relatório de indicadores distribuído pela CNI. O setor, de acordo com o boletim, ainda não encontrou sua trajetória de crescimento, como apontam as oscilações dos indicadores de desempenho. O faturamento real caiu 3,7% em fevereiro. Já havia caído em janeiro. O uso da capacidade instalada recuou 1,9 ponto porcentual e isso praticamente anulou o avanço registrado no mês anterior.
    Os estoques estão ajustados e isso amplia o potencial de recuperação, disse o diretor de políticas e estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. A tendência é de recuperação, segundo ele, mas os custos industriais já cresceram 6,3% neste ano. O custo salarial, um dos mais importantes, continua em rápida elevação e no primeiro bimestre foi 2,2% superior ao de janeiro-fevereiro de 2012, descontada a inflação. Em fevereiro, a massa de salários foi 2,8% maior que a de um ano antes. No mês, o número de horas de trabalho foi 0,9% menor que em fevereiro de 2012.
    Custos maiores com menos horas de trabalho e menor uso da capacidade instalada são incompatíveis com ganhos de eficiência e aumento da produção. O desempenho da indústria é fortemente vinculado ao comércio internacional. A produção industrial brasileira tem perdido espaço tanto no exterior quanto no mercado interno, por problemas bem conhecidos de competitividade. A escassez de mão de obra qualificada é um desses problemas e será "marca do mercado de trabalho em 2013", segundo o último informe conjuntural da CNI.
    Essa escassez foi um dos motivos da retenção de pessoal em 2012, quando a produção do setor diminuiu 0,8% e a massa real de salários aumentou 5%. Com a perspectiva de reativação econômica em 2013, quem demitisse se arriscaria a disputar mão de obra num mercado mais apertado. O baixo desemprego em 2012, alardeado pela presidente Dilma Rousseff como sinal de sucesso de suas políticas, é explicável principalmente pelo fracasso da política educacional e pelo despreparo da maior parte dos trabalhadores. Não se forma capital humano com demagogia e populismo, as grandes marcas dos governos petistas no setor educacional.
    Competitividade é a condição indispensável para conquistar espaços no mercado global e para manter contra os concorrentes o espaço conquistado. Não há, no comércio internacional, sistemas de cotas nem critérios sociais para atenuar a dureza da disputa. Se continuar incapaz de entender esses dados simples e evidentes, o governo brasileiro levará o País a um desastre comercial e cambial.

    domingo, 14 de abril de 2013

    Rodrigo Constantino: entrevista em Paginas Amarelas de Veja

    Só tive acesso a pequenos trechos desta entrevista. Quem tiver acesso à integralidade da matéria poderia me mandar em mensagem direta, por favor.
    Paulo Roberto de Almeida 

    Capitalistas brasileiros, uni-vos
    Entrevista de Rodrigo Constantino ao jornalista Giuliano Guandalini, nas Páginas Amarelas de Veja.

    Alguns trechos da entrevista:
    O serviço ruim das operadoras de telefonia não tem qualquer relação com a ganância empresarial
    "Os impostos arrecadados pelo governo encarecem as tarifas e reduzem os investimentos. O sinal das chamadas é ruim porque faltam antenas, e o grande entrave para ampliar o número de antenas são os governos."
    Sobre a venda da Petrobras
    "Para privatizar a Petrobras, precisaríamos ter uma Margaret Thatcher, um estadista disposto a enfrentar grupos de interesse localizados (...) foi preciso que eu, um liberal convicto e crítico da social-democracia dos tucanos, saísse em defesa das privatizações (...) [com uma Petrobras privatizada] seriam reduzidas as ingerências políticas e manipulações, como o controle do preço da gasolina para evitar o impacto na inflação."
    Sobre a ampliação do crédito
    "Os bancos privados, temendo o aumento da inadimplência e o risco de perdas, reduziram o ritmo na liberação de financiamentos. Já os bancos públicos, por determinação do governo, estão injetando na economia uma volume crescente de empréstimos (...) os governos tendem a estimular a formação de bolhas."
    Sobre a Embraer, criada pelo Estado
    "Se o governo não tivesse criado a Embraer e a mantido por anos e anos, mesmo dando prejuízo, talvez os recursos pudessem ser usados de maneira mais produtiva pela iniciativa privada."
    Sobre os programas sociais
    "Sinceramente, acredito que o estado contribui mais para concentrar a riqueza do que para distribuí-la (...) o liberalismo é o maior aliado dos pobres, porque ele incita a concorrência o oferece igualdade de oportunidades."

    Pausa para... estatisticas do blog (parbleu! 1.300.000 e contando...)

    Confesso que não tinha reparado, pois faz tempo que consultei pela última vez as estatísticas do site, e se consulteil logo esqueci, pois sou muito distraído para essas coisas...
    O fato é, em matéria de visitas, ou visualizações, neste blog, estou com esta estatística:

    Histórico de todas as visualizações de página: 1.315.739

    Imaginemos que tivesse um pedágio na entrada, cobrando um realzinho de cada leitor.
    Será que eu teria toda essa grana?
    Provavelmente não.
    Algum equivalente do ECAD -- pois esses gajos são expertos em farejar dinheiro -- já me teria cobrado direitos autorais por pelo menos dois terços da grana, para supostamente dividir com os verdadeiros autores  das matérias que são aqui postadas (sem permissão a maior parte, assim que eu pagaria o terço restante de multa).
    Pois é, não adianta se animar.
    Nada vem de graça neste mundo, só problemas e preocupações...
    Isso me lembra que eu ainda não fiz o imposto de renda...
    Paulo Roberto de Almeida

    Pausa para... humor negro (Disneylandia do Joao Ubaldo)

    Parece mentira, mas é tudo verdade...
    Exclusiva com o comandante Borges
     João Ubaldo Ribeiro
    O Estado de S.Paulo, 14/04/2013

    -Comandante, ainda bem que você veio. Ontem me disseram que você não queria mais dar a entrevista.

    - É, mas pensei melhor. Se eu prometi, está prometido. Alguém tem que manter a palavra neste país. Mas isso não impede, sem querer ofender ninguém, que eu ache esta entrevista uma palhaçada.

    - Não entendi.

    - Não vai sair nada do que eu disser, a imprensa está toda no bolso do governo, devendo à Previdência e à Receita e mamando as verbas de publicidade. A imprensa está aí para ajudar no fingimento de que há liberdade, vontade popular, opinião pública e essas besteiras feitas para declamação. Isto mesmo que eu acabo de dizer quero ver sair, não sai. Está gravando?

    - Estou.

    - Você está perdendo seu tempo, não vai sair nada. Grave aí que eu acho que essa democracia é para as negas deles, o que eles fazem é entrolhar todo mundo e fazer tudo da veneta deles. Você viu a do ensino? Agora é obrigatório botar o filho na escola aos 4 anos! A quem que eles perguntaram? Eles não conseguem dar conta nem de metade dos que já têm direito e inventam mais? Estamos cheios de grandes escolas públicas para todos, todo mundo na escola de barriga cheia desde os 4 anos, que beleza! Eu não sou otário, eu não sou otário! Eu queria que eles compreendessem que eu não sou otário!

    - Eu pretendia chegar a assuntos como esse, sei que você tem opiniões muito firmes. Mas minha primeira pergunta ia ser outra, mais pessoal.

    - Ah, desculpe, eu às vezes me exalto um pouco. Pode perguntar o que você quiser. Se eu contar coisas pessoais, também não sai, eu não sou pervertido, a imprensa só se interessa quando é a vida pessoal dos pervertidos. Não vai sair nada, mas eu respondo a qualquer pergunta.

    - Bem, a pergunta é uma curiosidade minha. Frequentamos este mesmo boteco há não sei quantos anos e nunca vi você chegar dando risada sozinho, como vi hoje, na hora em que você estava descendo da sua famosa bicicleta elétrica. Dá para dizer qual foi a razão?

    - Dá, eu não escondo nada. Não era riso de satisfação, nem de felicidade. Era uma risada mórbida que deu para me atacar de uns tempos para cá, uma espécie de humor negro. Eu estava me lembrando de um comercial. Não sei do que era, só me lembro da cena. Era um casal fazendo um piquenique romântico na Lagoa à noite, sentadinho com um pano de mesa estendido, luz de velas, cestinha de comida, parecia uma aquarela campestre. Aí eu fiquei pensando e me deu uma crise desse riso mórbido. E, na hora de minha chegada, não sei por que, me lembrei de novo. Sempre que eu lembro, rio novamente, é incoercível. Piquenique na Lagoa é demais, não é, não?

    - Demais como?

    - Você não entendeu? Piquenique na Lagoa, piquenique na Lagoa! Só pode ser Walt Disney, e dos anos 50! Quando o casal tivesse acabado de estender a toalha, já não ia ter mais cestinha, nem garrafinha, nem vela, nem piquenique nenhum! Seja sincero e realista e me responda quantos segundos você daria para um casal começar um piquenique à noite na Lagoa e o piquenique ser todo comido e possivelmente o casal também. Dou 90 segundos, mas ganha quem der um minuto. Aí eu fico pensando no que poderia acontecer a esse casal e o piquenique deles e tenho essas crises de riso, é tudo humor negro mesmo. Uns dois dimenores liquidavam tudo numa boa.

    - Você tem uma birra com os menores, não tem?

    - Eu não, eu só sou contra o que eu vou lhe figurar. Eu sou João Narigolé, traficante que de vez em quando precisa de outros serviços, notadamente os que envolvem dar cabo de alguém. Aí, quem é que eu chamo para fazer o serviço? Vou ao banco de dados de menores pistoleiros… Deve haver vários bancos de dados desse tipo, é capaz até de já ter no Facebook. Vou lá, escolho um, ofereço uma graninha e ele faz a execução. Se for preso, não pega nada e recebe a grana pelo serviço. Se me dedurar, sabe que eu posso mandar outro dimenor para rechear de azeitonas a cabeça dele e assim por diante, é um esquema perfeito. O dimenor é um grande patrimônio da criminalidade nacional.

    - Então você é a favor da diminuição da maioridade penal.

    - Eu não! Não distorça minhas palavras! A favor da diminuição geral, não, cada caso é um caso! Eu só tenho propostas sérias e eficazes, esse negócio de fixar idades com base em invencionices psicológicas não resolve nada. Eu sou a favor de uma coisa muito simples: teve idade para apontar a arma e dar o tiro, tem idade para ir em cana. Não é simples? É a coisa mais óbvia para qualquer um e somente os intelectuais é que não concordam, porque as soluções simples dão desemprego para eles, tudo aqui é em função do emprego.

    - Você não acha que a responsabilidade penal do menor…

    - Ninguém mais é responsável por nada! Isso era antigamente, agora todo mundo é vítima e qualquer sacanagem que apronte recebe um nome artístico, dado pelos psiquiatras! Um nome artístico e uma bolinha e está tudo resolvido, a culpa não é de ninguém, é da síndrome! A culpa não é dele, é das condições socioeconômicas! A culpa não é dela, é dos traumas de infância! Ninguém tem mais culpa de nada, ninguém fica preso, ninguém paga do próprio bolso as multas às empresas, ninguém é responsável por nenhum desastre, todo mundo rouba e mata, há muito tempo que isto é uma esculhambação! O que nós precisamos é de Robespierre! Nada de faxina! Para quem propina, rapina e assassina, o correto é guilhotina! Quero ver isso sair no jornal!

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