terça-feira, 11 de junho de 2013

Instituto Rio Branco: concurso 2013; deu chabu?

O Instituto Rio Branco poderia, quem sabe?, colocar uma nota explicativa aos milhares de candidatos ao concurso para a carreira diplomática?
O que existe, no momento, é uma nota burocrática, só lisível para quem adentrar nos arcanos deste link:

http://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/concurso/2013/crono_site_cacd.pdf

E tem também uma Portaria convocando o concurso para o dia de São Nunca...


Marajas do Estado continuam gastando irresponsavelmente: CNJ triplica gastos

Depois de construir mais um palácio suntuoso em Brasília, para o que deveria ser meramente um órgão de controle do Judiciário, o CNJ contratou dezenas de funcionários, regiamente pagos, e agora pretende aumentar seus gastos "n" vezes, ao arrepio da lei.
Os principais infratores da legalidade, os grandes foras-da-lei no Brasil são os próprios membros do Estado, os guardiães da Constituição, os marajás do serviço público.
Paulo Roberto de Almeida

Barbosa manobra para estourar limite fiscal e triplicar gasto do CNJ com pessoal

Ministro do STF negocia para que tribunais superiores cedam limites de despesa; manobra contraria o TCU

11 de junho de 2013 | 2h 05
Felipe Recondo e Fabio Fabrini - O Estado de S.Paulo
 
BRASÍLIA - Sem conseguir nos bastidores emplacar no Congresso mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Joaquim Barbosa, quer editar resolução que praticamente triplica o limite de gastos do órgão com o pagamento de pessoal. Em valores, Barbosa busca aumentar em R$ 74 milhões o teto do CNJ para contratação de servidores - de R$ 40,4 milhões para R$ 114,4 milhões. A manobra desafia o Tribunal de Contas da União (TCU), que considera obrigatório o aval do Legislativo para as alterações.
Presidente do conselho quer editar resolução para buscar sobras orçamentárias de 4 tribunais
Para não precisar do Congresso, que desde 2009 debate novos parâmetros da LRF para o Judiciário, Barbosa pediu aos presidentes de quatro tribunais superiores (Superior Tribunal de Justiça, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior do Trabalho e Tribunal Superior Eleitoral) que cedam ao CNJ parte dos seus limites de despesas. A proposta de resolução, assinada pelo ministro, precisa ser aprovada pelo plenário do conselho. Sem ela, o órgão estourará o máximo de gastos definido pela legislação e não poderá convocar todos os candidatos já aprovados no concurso feito este ano.
Conforme informações encaminhadas pelo CNJ aos quatro tribunais superiores, às quais o Estado teve acesso, o limite atual de despesas "mostra-se insuficiente para comportar as presentes despesas e os acréscimos decorrentes do provimento de cargos". Os gastos previstos na lei orçamentária já ultrapassariam o limite de despesas com pessoal definido para este ano. Em alguns cenários, incluindo aumento de salário e contratação dos 177 candidatos aprovados em concurso para o CNJ, o limite poderia ser extrapolado em cerca de R$ 9 milhões.
O CNJ foi criado após a aprovação da LRF, sancionada em 2000. Por isso, os limites de gastos do órgão vêm sendo definidos por normas internas - a mais recente é a Resolução 26, de 2006, em vigor atualmente. Segundo o TCU, contudo, a solução é irregular, pois uma lei complementar não pode ser alterada pela caneta dos conselheiros. "Como a divisão interna dos porcentuais entre os diversos órgãos do Poder Judiciário foi feita a partir de um comando expresso contido na LRF, esses valores não ensejam modificação apenas por meio de uma resolução daquele órgão. A via legislativa é o canal indicado para a promoção dessas alterações", diz decisão da corte de contas, que analisou a reivindicação em 2008 e recomendou ao conselho que tomasse providências para que as mudanças tivessem o aval do Congresso.
Desde 2009, um projeto visando à adequação dos parâmetros tramita no Legislativo, mas não foi votado. Diante disso, Barbosa pretende levar adiante a aprovação de mais uma resolução, aumentando as despesas do CNJ, apesar do entendimento do Tribunal de Contas. A restrição feita pelo tribunal foi lembrada aos assessores de Barbosa. Mas, segundo fontes dos tribunais, o presidente decidiu levar o projeto adiante.
Procuradores do Ministério Público que atuam no TCU adiantam que, aprovada a norma no CNJ, cabe representação para que a corte analise novamente o caso. "Se a matéria é tratada por lei, você não pode alterar por portaria ou resolução, a não ser que a própria lei preveja assim", diz um dos representantes do MP, que falou reservadamente com o Estado.
O presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal criticou, nos últimos dias, a proposta de criação de quatro novos tribunais regionais federais e o consequente aumento de custos no Judiciário. No começo de sua gestão, chegou a sugerir no CNJ que uma comissão avaliasse a necessidade da existência Justiça Militar.
Desta vez, Barbosa viu-se compelido a pedir a anuência dos presidentes do Conselho da Justiça Federal (CJF), Felix Fischer, e do Superior Tribunal Militar (STM), general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho.
Em documento enviado à presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, e ao presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, Barbosa pede que todos se manifestem favoravelmente à nova resolução.

Politica economica brasileira: deja vu all over again? - Editorial Estadao

Governo perdido

11 de junho de 2013 | 2h 04
Editorial O Estado de S.Paulo
 
A melhor imagem de um governo perdido é a fotografia da presidente Dilma Rousseff publicada nesse domingo no caderno de Economia e Negócios do Estado. Cabisbaixa, com a face apoiada na mão direita, olhar vago e expressão de desalento, sua figura é a ilustração perfeita para a principal cobertura econômica da edição - uma entrevista com um ministro da Fazenda acuado pelos fiascos e uma coleção de notícias e comentários sobre os tropeços federais. "O governo perdeu o rumo", sintetiza o título de um artigo do economista José Roberto Mendonça de Barros. A equipe econômica, informa outro texto, desistiu de anunciar metas ou previsões de crescimento, exportação, arrecadação, inflação e até de prazos para concessões de serviços de infraestrutura.
Apesar dos fracassos, tudo vai bem, recitam os funcionários mais importantes, mas o ministro Guido Mantega, entrevistado, recusou-se a formular uma nova previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, alegando o temor de ser "linchado em praça pública", se o número final apurado for diferente do projetado. Com um pouco mais de ousadia, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, havia reiterado no começo do mês a expectativa de exportações em "patamar elevado, semelhante aos de 2011 e 2012".
Mas o valor exportado em 2012 foi inferior ao de 2011 e o deste ano, até maio, ficou abaixo do de um ano antes. Na melhor hipótese, portanto, repete-se o número de dois anos atrás?
Também no domingo, o Globo destacou a herança fiscal prevista para o próximo governo: subsídios ao BNDES e incentivos fiscais devem retirar R$ 50 bilhões do próximo governo em seu primeiro ano. A desordem nas contas públicas, lembra a reportagem, foi uma das razões alegadas pela agência Standard & Poor's para impor um viés de baixa à perspectiva econômica do Brasil - tema inicial da entrevista do ministro Mantega ao Estado. No mesmo dia, reportagem da Folha de S.Paulo vinculou à perda de popularidade e aos riscos eleitorais a mudança de política ensaiada pelo governo com a elevação dos juros básicos e a decisão de retorno ao câmbio flutuante.
A coincidência dos temas está longe de ser uma casualidade e tampouco resulta de uma conspiração da imprensa burguesa contra a reeleição da presidente. A cúpula do governo, segundo informaram fontes federais há mais de uma semana, percebeu o custo político da inflação elevada e resistente e decidiu aceitar o aperto mais forte da política monetária.
Essa mesma cúpula notou, com certeza, os sinais de mudança no mercado financeiro internacional e decidiu facilitar o ingresso de capital - um ato preventivo, em face do risco de um déficit crescente nas transações do Brasil com o exterior.
O governo, portanto, tem noção dos fracassos, fareja perigos e até encontra justificativas para ensaiar mudanças políticas sem admitir os erros, mas, apesar disso, continua incapaz de encontrar um novo rumo. Sua política fiscal permanece desastrosa. A gastança prejudica a eficácia da política monetária e dificulta o combate à inflação. A alta de preços, na versão oficial, perde impulso e em breve o problema terminará. Mas os fatos contrariam essa versão, porque desajuste real é muito mais grave que um choque de preços de efeito passageiro.
Incapaz de trocar o populismo, o fisiologismo e o voluntarismo por uma política econômica digna desse nome, o governo insiste na improvisação já denunciada até por alguns de seus técnicos. As desonerações devem chegar a R$ 72,1 bilhões neste ano e a R$ 91,5 bilhões em 2014, disse ontem o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Na semana passada, medida provisória sobre transferências ao BNDES já havia prenunciado mais buracos no Tesouro. De improvisação em improvisação, o governo continua desmontando os fundamentos da economia e compondo uma herança maldita para o próximo governo. Chega a parecer estranho a presidente insistir nessa política e ainda pretender a reeleição. Ou será apenas mais um desatino?

O modo de producao bolivariano: as forcas produtivas do papel higienico

Buscar papel higiênico na Venezuela -- como no antigo socialismo real da Europa oriental, já que os cubanos se contentam com o Granma, o jornal do PCC, aliás o único da ilha miserável -- virou uma estratégia de sobrevivência, daí a legitimidade e a justificativa de eu chamar o socialismo bolivariano de modo de produção cômico, ou seja, uma equação dialética em torno das forças produtivas ("andam comendo demais", disso um algoz do povo) e das relações de produção (algo debilitadas).
Em todo caso, quem quiser saber como funciona esse modo de produção cômico pode ler na crônica abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

10 trucos para comprar papel higiénico en Venezuela
Melissa Silva Franco / lavanguardia.com
 La Vanguardia, 10 de junio de 2013

La creatividad de los venezolanos sale a flote para adquirir productos de necesidad básica en un momento de profunda escasez

En Venezuela no hay papel higiénico. Ni en el supermercado más grande de la ciudad, ni en la tienda popular del barrio más recóndito del país. Es un producto en peligro de extinción. Su precio se ha triplicado, y se necesitan más de 50 millones de rollos para suplir el déficit actual, según datos oficiales del Ministerio de Comercio.

La respuesta que da el gobierno de Nicolás Maduro se centra en que la demanda es mayor porque ahora “definitivamente se come más”. Por su parte, el director de la Federación de las Cámaras de Comercio, Jorge Botti asegura que la producción ha sufrido una significativa baja “porque el Estado continúa con feroces políticas de control de precios que imposibilita la producción nacional”.

A la espera de una solución, más de 27 millones de venezolanos continúan en una búsqueda incesante de este papel que se ha convertido en un producto de lujo, al que tienen derecho sólo si se supera una larga lista de obstáculos.

Pero la creatividad comienza a ganar el pulso a la necesidad. Así lo demuestra una serie de estrategias que han afinado los venezolanos, y que en la actualidad ya forma parte de la cotidianidad de un país que atraviesa la mayor crisis de escases de los últimos 5 años.

A continuación, algunas de estas estrategias:

1.- La acampada

Sonia González divide su jornada diaria en dos objetivos: los quehaceres del hogar y su acampada frente al supermercado en espera de los anhelados productos. Esta ama de casa, de 56 años lo tiene claro: “No nos queda otra opción en la familia, mi día cada vez se centra más en hacer un recorrido por los mercados de mi zona, luego en cuanto veo que hay algunos de los productos que necesito, allí me quedo. Las colas son larguísimas, yo he llegado a permanecer hasta 8 horas en una cola como de 200 personas, para poder llevarme dos paquetes de papel de baño, un kilo de azúcar y uno de café”.

Esta es la estrategia por excelencia. Ir hasta el supermercado y plantarse hasta que llegue el turno de comprar. Cada establecimiento decide las normas, en relación a cuántos kilos , o números de paquetes puede comprar cada persona.

Jim Lou es el dueño de un comercio en La Candelaria, situado en Caracas, y confiesa que cada vez es más difícil ofrecer productos y lograr que los compradores acepten las normas. “La gente está más estresada, el primer día vienen solas, pero luego se traen a los hijos y hasta los nietos para llevarse más paquetes. Yo lleno el anaquel entero cuando tengo mercancía, pero en tres horas ya vendo todo”.

Para “la acampada” se necesitan dos requisitos: tener horas disponibles para la espera y estar dispuesto a invertir en ello.

2.- Venta de cupos

Esta técnica es una apéndice de “la acampada” que está dirigida a los venezolanos que por diferentes razones, no pueden permanecer horas frente a las puertas de los supermercados.

Estas personas llegan a las grandes superficies fuera de horarios de oficina, es decir, al mediodía o después de las seis de la tarde. Para evitar hacer las largas colas, optan por buscar a los “vende cupos”, quienes han visto un negocio redondo en este contexto.

Los “vende cupos” llegan a “la acampada” a primera hora y aseguran un sitio, cumplen con todos los requisitos, y luego cuando ven venir a algún venezolano con poco tiempo le ofrecen su sitio en la cola. Este gesto tiene un coste que varía desde los 5 hasta los 25 euros.

“Dieguito” es uno de ellos. Tiene 14 años y junto a su madre se dedica a cumplir religiosamente la faena: llega a la 9 de la mañana, hace su cola, ofrece su cupo y negocia el precio. “Cada vez, la gente quiere pagar menos porque hay más personas como yo haciendo lo mismo, se corrió la voz, pues”.

3.- La propina

Los vínculos de confianza entre clientes y cajeras de supermercado también ha propiciado su círculo de negocios. Los clientes que durante muchos años han comprado en el mismo comercio se ven recompensados, porque los trabajadores suelen avisar sobre la hora y el día que llegará el papel higiénico, a través de un SMS.

Este servicio personalizado no tiene un precio fijo, sino depende de la bondad del cliente, quien a su vez se asegura de dejar una buena bonificación para que su móvil suene con los avisos futuros.

4.- 'Abastéceme', una Apps para el móvil

Se trata de una plataforma social que permite a los venezolanos compartir la ubicación de productos como el papel higiénico. El funcionamiento consiste en que una persona agrega la ubicación del comercio que cuenta con mercancía a la base de datos, y esta información se reflejará en el mapa dentro de Abastéceme y será automáticamente compartida con todos los usuarios.

Abastéceme además permite realizar la búsqueda del producto en base a la distancia y el tipo de precio del mismo (Regulado o No Regulado).

Esta aplicación fue creada José Augusto Montiel, un estudiante de ingeniería, de 21 años, quien decidió trabajar en el invento tras ver a sus padres cada día recorrer los supermercados. Ya cuenta con más de 4 mil usuarios en todo el país.

5.- Cadenas por Twitter y Facebook

Esta es la técnica de los más jóvenes, quienes a través de las redes sociales no sólo avisan en qué supermercado y qué producto ha llegado, sino que además manifiestan su descontento frente a la situación que vive Venezuela en materia de racionamiento de productos y denuncian los locales que se aprovechan para inflar los precios.

Los hastag como #papeltoilet y #harinapan no han dejado de ser tendencia (trendingtropic) a nivel nacional desde que comenzó la crisis.

Hay otros que aprovechan para bromear sobre las respuestas del gobierno, las largas colas frente al supermercado, y hasta denuncias de robos y asaltos a personas que salen de los comercios con los anhelados productos.

Un ejemplo de ello: @mari2691 quien denunció que su madre fue asaltada por varios delincuentes, quienes únicamente se llevaron el paquete con 12 rollos de papel higiénico.

6.- Sorteos populares

Los venezolanos que no tienen acceso a internet o redes sociales han recurrido a la antigua tradición de hacer sorteos populares.

Mildred Prieto, líder comunal del barrio Los Molinos de Caracas explica con devoción el éxito que tiene la venta de cupones, cuyo premio es un pack de 4 paquetes de harinas y dos paquetes de 12 rollos de papel higiénico.

“Entre los vecinos nos organizamos, vendemos cada cupón en 100 bolívares (unos 20 euros) y los domingos hacemos la rifa. Por suerte, hasta ahora conseguimos los productos aunque con mucho sacrificio, con las ganancias estamos reparando un pabellón deportivo, poco a poco”.

7.- Presentes en Amazon.com

Algunas empresas de venezolanos en el exterior han abierto una nueva línea de negocio, que consiste en ofrecer los productos más demandados a través de páginas webs como Amazon y EBay, que llevan el pedido directo a casa.

TheLatinProducy y Mi antojito latino, son dos de los vendedores que identifican como hecho en Colombia, y que promocionan en las webs. En ambas empresas, los productos más demandados son el papel higiénico y la harina de trigo.

El único inconveniente es que el comprador debe contar con dólares o euros, una situación casi imposible en Venezuela tras la política de control de divisas que aplica el gobierno desde hace más de ocho años.

Si en un supermercado, un paquete de papel higiénico cuesta 1 euro, en estas páginas webs cuesta 10.

9.- Tarjeta de racionamiento

El gobierno implementa un sistema de racionamiento para limitar las compras de los ciudadanos. Este nuevo método incluirá 20 productos y será controlado a través de una libreta digital, una idea similar a la cartilla de racionamiento que utiliza Cuba.

Una de las medidas es la prohibición a comprar el producto, el mismo día, aún en supermercados diferentes. Algunos géneros, incluso, no podrán comprarse en cantidad hasta con una semana de distancia.

10.- Envío express

En los últimos 10 años, más de un millón de venezolanos ha emigrado a otros países, principalmente a Canadá, España y Estados Unidos, por lo que en medio de la crisis de racionamiento ha generado un envío masivo de papel higiénico a Venezuela.

Luis Martínez trabaja como administrativo de una empresa de envíos desde España hasta Venezuela, y asegura que en los últimos dos meses han enviado siete containers con papel higiénico al puerto de La Guaira en Venezuela. “Pero no se trata de ninguna empresa, sino de familiares que llegan a nuestras oficinas con cajas y cajas llenas de papel de váter y otros productos”.

ver o site 

Brother, can you spare a dime? Mantega busca dolares desesperadamente...

Quem diria que um dia ouviríamos os companheiros partirem, em tom de súplica, para o apelo desesperado?:

"Especuladores, por favor, venham com seu dinheiro de motel, nós aceitamos qualquer ajudazinha, tragam seus dólares voláteis, sua ganância por juros altos, qualquer coisa serve..."

Isso que o governo vem fazendo se chama volatilidade, e é causada apenas por desespero. Ou seja, depois de tanto que os companheiros reclamaram da política econômica do governo anterior, eles voltam ao mesmo ponto, não sem antes provocar uma pequena crise de transações correntes. Estão beijando a cruz, como diria alguém. Bem feito.

Paulo Roberto de Almeida 

Governo se movimenta para atrair mais dólares

Preocupado com o déficit nas transações correntes, Planalto adota medidas para atrair capital de bancos e investidores institucionais do exterior

JOÃO VILLAVERDE / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

10 de junho de 2013 | 2h 04
Depois de passar cinco anos seguidos com atitudes e discursos contrários ao mercado financeiro internacional, o governo federal quer, agora, que bancos e investidores institucionais do exterior tragam seus dólares para o Brasil. No Planalto circula, até mesmo, bordão em inglês: "é preciso ser market friendly (amigável ao mercado)".
O governo está preocupado com a trajetória do déficit nas transações correntes, que representam todas as entradas e saídas de dólares. Nos últimos três anos, as contas externas têm fechado com rombos próximos a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), mas em 2013, esse buraco pode superar 3% do PIB.
Da última vez que esse patamar foi rompido, entre 1997 e 1998, o País entrou em trajetória de grave crise econômica, que explodiu em janeiro de 1999, com a hiper-desvalorização do real e pedido de socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A repetição desse cenário está totalmente descartada de todas as previsões feitas nos gabinetes de Brasília, mas os economistas do governo temem que o déficit corrente saia de controle.
A forma mais "simples" de resolver o problema das contas externas seria a desvalorização do real, admitem os técnicos da equipe econômica do governo. Dessa forma, as exportações do País dariam maior rentabilidade ao fabricante nacional, ao mesmo tempo que as importações, que ficariam automaticamente mais caras, recuariam. Assim, o saldo comercial - hoje em franca deterioração - seria a principal fonte de dólares na economia.
"Mas isso não é mais possível", disse uma fonte do Planalto. Na área econômica do governo há o temor de que uma mudança no patamar do dólar, hoje em torno de R$ 2,10, poderia ter efeito reverso ao desejado. O motivo é simples, dizem os técnicos: as captações externas feitas por empresas brasileiras aumentaram a exposição do setor produtivo ao dólar. Uma desvalorização do real pioraria o balanço dessas empresas, neste momento.
A aposta é que ao apresentar um Brasil mais "market friendly", o rombo nas contas externas seja coberto pela entrada de dólares. Os investimentos externos no País devem aumentar, acredita o governo, com os leilões de aeroportos, rodovias, portos, ferrovias, e blocos de petróleo e gás e também com as jazidas e minas que serão ofertadas à iniciativa privada a partir do segundo semestre.
Outro caminho é mais controverso, inclusive dentro do próprio governo. Antes reativo e até agressivo ao "capital especulador" - como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se referiu aos investidores estrangeiros que aplicavam em títulos da dívida pública brasileira -, o governo tem mudado de lado.
Imposto. Em apenas uma semana, o governo elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual e zerou o IOF cobrado das aplicações de capitais estrangeiros em títulos de renda fixa. Segundo apurou o Estado, a decisão de reduzir a zero a alíquota de 6% do IOF foi tomada pela presidente Dilma Rousseff - o ministro da Fazenda também era favorável a essa estratégia, mas defendia com a presidente uma redução da alíquota, não sua zeragem.
O discurso, no governo, está mudando. Uma fonte palaciana deixou escapar uma nova visão de política econômica ao explicar a estratégia dos últimos dias: "Há 15 dias, o estrangeiro que aplicasse em títulos públicos tinha uma taxa de curto prazo próxima a 7,5% ao ano, e um IOF de 6%. Hoje, tem um título que paga cerca de 8% ao ano, e não recolhe nenhum imposto".

Economia brasileira em marcha lenta, nevoeiro 'a frente - Marcus Pestana

Tempo nublado na economia brasileira

Colunista ressalta que endividamento das famílias cresceu, aumento do PIB é pequeno e inflação preocupa. “Há clara desconexão entre os níveis de popularidade de Dilma, os resultados de seu governo e as perspectivas futuras do país”

Diversas notícias negativas carregaram as nuvens no cenário econômico. Ainda não são chuvas fortes ou tempestades. Mas indicam o fracasso das estratégias do governo Dilma.
O Brasil caiu cinco posições no ranking anual de competitividade do IMD, escola de negócios suíça. Fomos para 51º lugar entre os 60 países pesquisados. Os gargalos na infraestrutura e a baixa qualidade da educação inibem um desenvolvimento mais denso e vigoroso.
O resultado é que o crescimento divulgado do PIB do primeiro trimestre bateu nos raquíticos 0,6%, projetando uma taxa anual para 2013 em torno de 2,5%, apesar dos múltiplos estímulos pontuais dados pelo governo. A média de crescimento nos dois anos de governo Dilma é de nada animadores 1,8%. O crescimento baseado no aumento do consumo e na exportação decommodities parece estar encontrando seus limites. A expansão do crédito não poderá reproduzir a desempenho anterior. O endividamento das famílias cresceu rapidamente de 18,39% (2005) de comprometimento de sua renda para 43,9% (2013). A expansão do consumo via incremento real de renda esbarra nas limitações orçamentárias do setor público. Aliás, a falta de transparência fiscal da “contabilidade criativa”, pródiga em maquiar dados tentando disfarçar a falta de maior responsabilidade fiscal, tem contribuído para minar a credibilidade brasileira.
Não adianta muito consumo para pouca produção. Não é sustentável. A chave do problema é o aumento dos investimentos e da produtividade. O Brasil investe apenas 18,4% de tudo o que produz. Enquanto isto, países como a China, Índia, Coréia do Sul, Argentina e México investiram em 2012 entre 25% e 47%.
A inflação, outro indicador fundamental, preocupa. A todo o momento bate na trave superior do sistema de metas inflacionárias. Não foi à toa que o BC elevou mais uma vez a taxa de juros.
Também o front externo dá o que pensar. A balança comercial acumulará até maio um déficit de cerca de 5,4 bilhões de dólares. Projeta-se uma necessidade nada desprezível de entrada de investimentos externos a cada ano. E se o preço das commodities cair e o fluxo de investimentos se redirecionar para EUA, União Europeia e outros emergentes mais virtuosos?
O desenvolvimento capitalista se orienta por questões objetivas, mas também por outras subjetivas (expectativas e ambiente institucional). A contabilidade criativa, as privatizações vazias de convicção e cheias de desconfianças, o intervencionismo de Dilma, a incapacidade de liderança e coordenação política, a estagnação das reformas estruturais abatem o ânimo dos investidores em relação ao Brasil. Afetam aquilo que Keynes chamava de “espírito animal” dos empresários.
Há clara desconexão entre os níveis de popularidade de Dilma, os resultados de seu governo e as perspectivas futuras do país. A mudança necessária virá na hora em que a população acordar para o nebuloso clima que se forma sobre a nossa economia.

Brasileiros ocupam postos e mandatos em organismos internacionais - Agencia Brasil

Brasileiros ocupam funções de destaque em organismos internacionais
Agência Brasil, 10/06/2013

Nos últimos dois anos, as autoridades brasileiras comemoram as vitórias conquistadas nas disputas por cargos em organismos internacionais.
As celebrações mais recentes são na Organização Mundial do Comércio (OMC), na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), na Organização dos Estados Americanos (OEA) e no Comitê Consultivo Internacional do Algodão (em inglês Icac).
Mas a relação reúne as mais diversas especialidades, como as áreas jurídica, de saúde, agrícola, armas químicas e direitos humanos e das mulheres.
A eleição do ex-ministro Paulo Vannuchi para uma das três vagas da CIDH, da OEA, marca mais uma vitória do Brasil nas instâncias internacionais.
A eleição dele ocorreu um mês depois de o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo conquistar a direção-geral da OMC, sendo o único latino-americano a ocupar o posto na história da instituição.
No último dia 7, o brasileiro José Sette foi escolhido para o cargo de diretor executivo do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (cuja sigla em inglês é Icac).
Sette concorreu com mais 26 candidatos de diferentes nacionalidades.
Recentemente foi reeleito o embaixador José Augusto Lindgren Alves como membro do Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial (Cerd) da Organização das Nações Unidas (ONU)
Desde maio de 2011, as conquistas nas disputas internacionais por cargos aumentam.
O início foi com a escolha do ex-ministro José Graziano da Silva para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Quatro meses depois, Robério Oliveira Silva foi eleito para o cargo de diretor executivo da Organização Internacional do Café.
Em novembro de 2011,o embaixador Gilberto Saboia foi eleito para a Comissão de Direito Internacional. Em junho de 2012, o advogado Roberto Figueiredo Caldas foi escolhido para uma das sete vagas da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
No mesmo mês e ano, a jurista Silvia Pimentel conquistou um lugar no Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres.
O ano passado foi de vitórias na disputa por cargos em organismos internacionais. Em janeiro de 2012,  Bráulio Ferreira de Souza Dias foi escolhido para ser o secretário executivo da  Convenção sobre Diversidade Biológica.
Em agosto de 2012, o Comitê Jurídico Interamericano (CJI) elegeu como presidente o ex-secretário-geral da OEA e embaixador aposentado João Clemente Baena Soares. Em outubro, a advogada Maria Margarida Pressburger foi reeleita para mais um mantado no Subcomitê de Prevenção da Tortura.

Em setembro, o brasileiro Marcelo Kós Silveira Campos foi designado para ser o diretor de Inspeções da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) no período 2012-2015. No final de 2012, o médico Luiz Loures foi escolhido para ser o diretor executivo adjunto do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids).
O brasileiro Leonardo Nemer Caldeira Brandt foi eleito para o Comitê Consultivo para Nomeações do Tribunal Penal Internacional e Wanderlino Nogueira Neto para o Comitê dos Direitos da Criança.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...