quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Vergonha da nossa Justica, alias, esse nome nao lhe cabe...

Assistindo hoje à sessão da TV Justiça sobre o julgamento do Mensalão, ou Ação Penal 470 -- o maior crime político já cometido na história do Brasil (mas acredito que existem piores, que ainda vão vir, ou que já existiram mas não foram julgados, como por exemplo o fato de o chefe da máfia não fazer parte deste julgamento) -- cheguei a ficar constrangido, e sentir vergonha, ao imaginar diplomatas, jornalistas, observadores de outros países assistindo o triste espetáculo protagonizado hoje pelos que passam por ministros do Supremo (alguns certamente não mereciam estar lá).
Quando penso nas sessões extremamente objetivas da Suprema Corte dos EUA -- existe audios posteriores das sessões, não esse espetáculo pirotécnico que é a nossa TV Justiça em ação --, quando penso no extremo recato da Corte Constitucional da França, na Corte de Heidelberg, quando comparo tudo isso e veja o teatro lamentável oferecido por nossos "juízes", me dá esse mesmo sentimento de vergonha alheia já mencionado por um jornalista conhecido.
Quem duvidar de mim, veja a página da Suprema Corte dos EUA, leia o seu regimento (Rules, objetivas, em menos de 60 páginas), leiam as súmulas dos julgamentos, com menos de 20 páginas, e vejam o trabalho primoroso conduzido pelos juízes nos julgamentos, perfeitamente objetivo, conciso, sem floreios, sem demagogia.

Independentemente de quantos bandidos possam ir para a cadeia agora, o espetáculo da nossa "justiça" é algo deplorável, sob todos os aspectos.
E sabemos que não só pelo bandido principal que escapou, mas pelos vários outros estão soltos, que todos os prejuízos que eles provocaram para as nossas instituições -- e não só os as centenas de milhões roubados, mas a prostituição dos mecanismos do Estado conduzida pela banda de criminosos que nele se instalou -- tudo isso é mínimo se comparado com a imensa perda de credibilidade que agora temos, no Estado, na justiça, na decência moral neste país...
O Brasil é um país que anda para trás, e isso se reflete também nos juízes histriônicos que exibimos ao mundo todo. Que bandidos eleitos ocupem o poder, isso é de certa forma esperado. Que responsáveis pela suprema corte tenham um comportamento de serviçais dos primeiros, isso já é deplorável.
Paulo Roberto de Almeida

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Asia e América Latina: uma cresce e se desenvolve, a outra regride no protecionismo e se condena ao atraso...

Querem saber porque, desde os anos 1960 mais ou menos, a Ásia começou lentamente a ultrapassar a América Latina, num ritmo que só fez se acelerar desde o final dos anos 1980, e agora se torna irremediavelmente inalcançável para a América Latina?
Entre outros motivos, pelas razões que estão expostas nos trabalhos abaixo, do setor de pesquisas do Asian Development Bank, mas existem outras mais, de natureza fiscal, educacional, atração de investimentos, etc.
Mas, o fato é que, com exceção da Aliança do Pacífico, o resto da América Latina regride no protecionismo, políticas industriais equivocadas, educação e infraestrutura em frangalhos, quando não se condenam a um retorno ao inflacionismo e emissionismo desenfreado do passado, com controles cambiais e de capitais, enfim, toda sorte de manipulações.
Parece que o continente não aprende, e ainda tem gente que canta as glórias desse modelo de desenvolvimento, que justamente não é modelo (a não ser de fracasso) e não é de desenvolvimento, mas de atraso.
Ainda esta semana, um famoso professor da UnB disse que os países da Aliança do Pacífico estavam condenados ao fracasso, e que só o modelo industrialista brasileiro era garantia de desenvolvimento.
Custa a acreditar quando ouço certas coisas sendo ditas por pessoas que deveriam ser melhor informadas, ou pelo menos estudar a história, de preferência, já que esta é supostamente sua especialidade...
Paulo Roberto de Almeida


ASIAN DEVELOPMENT BANK INSTITUTE RESEARCH PAPER SERIES ABSTRACTS

MICHITAKA NAKATOMI, Research Institute of Economy, Trade and Industry (RIETI)
Email: nakatomi_michitaka@ybb.ne.jp
The paper looks at some issue-based plurilateral agreements — such as the Information Technology Agreement (ITA), the Financial Services and Basic Telecommunication Services Agreements, and the Anti-Counterfeiting Trade Agreement (ACTA) — with the aim of pointing to their crucial role in resolving the stalemate at the WTO and the Doha Round and the accelerating proliferation of free trade agreements (FTAs). It also suggests possible areas where new plurilateral agreements — whether single or multiple issue-based — can be developed. The paper highlights the importance of plurilateral agreements as a mechanism complementary to the WTO and FTAs in enhancing the governance of the global trade system, and outlines conditions that need to be fulfilled to address the needs of developing countries.
SIOWYUE CHIA, Independent, Singapore Institute of International Affairs
Email: chiasy@singnet.com.sg
The ASEAN Economic Community (AEC) was set up in 2003 with the objectives of creating a single market and production base, enhancing equitable economic development as well as facilitating the integration into the global economy. The AEC involves liberalization and facilitation of trade in goods, services, and investment, as well as protection and promotion of investment. The paper outlines the AEC Blueprint actions and the time lines for completion. The authors find that by end-2011 only an implementation rate of 67.5% had been achieved. While tariff elimination is found to be largely on schedule, there are difficulties with the removal of non-tariff barriers as well as with the liberalization of services and investment regimes.
AMITAV ACHARYA, American University - School of International Service
Email: aacharya@american.edu
The paper examines ASEAN’s political and security challenges and prospects in the coming two decades. The challenges facing ASEAN could be classified into six broad categories: (1) the shifting balance of power in the Asia Pacific; (2) the persistence of intra-ASEAN territorial conflicts; (3) the territorial dispute in the South China Sea, (4) the programs of military modernizations undertaken by ASEAN states and the resulting prospects for an intra-ASEAN arms race, (5) uncertainty and strife caused by demands for domestic political change, and (6) the dangers posed by transnational (non-traditional) security threats. The conditions for ASEAN to build a mature political-security community are also discussed.
GANESHAN WIGNARAJA, Asian Development Bank Institute
Email: gwignaraja@adbi.org
This paper undertakes a comparative and firm-level analysis of the impact of regional trade agreements (RTAs) in Indonesia, Malaysia and the Philippines. It finds that firm-heterogeneity matters in RTA use. Acquiring knowledge about RTAs, building technological capabilities, and membership of industrial clusters affect the likelihood of RTA use at firm-level. A lack of information about RTAs and the absence of RTAs with major trading partners explain non-use of RTAs. Key policy implications include the need to improve business support for RTAs, to conclude RTAs with major trading partners, and to create a database on preference use in RTAs.

Conselho de Direitos Humanos da ONU: membros estupendos...

Acabo de ser informado por uma dessas chamadas do New York Times:

World Briefing | United Nations
By RICK GLADSTONE

The United Nations General Assembly elected China, Russia, Saudi Arabia, Vietnam, Cuba and nine others to fill seats on the Human Rights Council.

Realmente, se eu não lesse não acreditaria, mas enfim, isso ocorre o tempo todo, em todos os foros, mas fica particularmente bizarro numa coisa que se chama Conselho de Direitos Humanos.
A Humanidade, com H maiúsculo ou ,minúsculo?, parece rir de si própria.
Ou seria para chorar?
Quando pensamos que já vimos tudo, ainda não vimos nada.
Certa diplomacia votou entusiasmada pelos novos membros, companheiros plenos, estratégicos, amigos do peito.

Um leitor do NYTimes já reclamou:

LETTER
U.N. Rights Hypocrisy
The New York Times, November 13, 2013

To the Editor:
Re “New Rights Council Members Elected” (World Briefing, Nov. 13):
The fact that the United Nations General Assembly elected China, Russia, Saudi Arabia and Cuba — among others — for three-year terms on the Human Rights Council is too ironic to be believable.
These new members have refused to allow the council’s investigators to examine abuse complaints in their own countries, yet they have been elected to a council that investigates such records of members of the United Nations. What is the message?

MARY SCHWARZ
Long Beach, N.Y., Nov. 13, 2013

The History of Economic Thought in Latin America - Belo Horizonte, 26/11/2013

The History of Economic Thought in Latin America
26 November 2013, Cedeplar/UFMG, Belo Horizonte, Brazil

The Research Group on Intellectual History and the History of Economic Ideas at Cedeplar/UFMG and the Center for Latin American Studies at UFMG are  promoting the seminar “The History of Economic Thought in Latin America”. The  event is part of the preparations for the 2014 Latin American Conference of the European Society for the History of Economic Thought (ESHET), which will take place at Cedeplar/UFMG.

Program
–3:30 p.m.: Opening Address

Antonio Mitre (Head of the Center for Latin American Studies/UFMG)
Alexandre Mendes Cunha (Cedeplar/UFMG)
Carlos Eduardo Suprinyak (Cedeplar/UFMG)

3:30-–5:30 p.m.: Roundtable: Latin American Economic Debates

Andrés Álvarez (Universidad de Los Andes – Colombia): “The monetary and banking debates in Colombia, 1880-1910: between free banking and central banking”

Ricardo Solís (Universidad Autónoma Metropolitana – Mexico): “Money and banking during the Mexican Revolution: events and economic thought (1913-1921)”

Maurício Coutinho (Unicamp – Brazil): “Furtado and his critics: from stagnation to the resumption of economic growth”

Chair: Alexandre Mendes Cunha (Cedeplar/UFMG)

5:30-–6 p.m.: Coffee Break

6-–8 p.m.: Roundtable: Historiographical Perspectives

Jimena Hurtado (Universidad de Los Andes – Colombia): “The beginnings of political economy in Colombia: Ezequiel Rojas and the transmission / transformation of Utilitarianism and ideology”

Mauro Boianovsky (UnB – Brazil): “Constructing the history of Latin American economic thought”

José M. Edwards (Universidad Adolfo Ibañez – Chile): “Towards a new history of economic thought in Chile (1810-1970)”

Hugo da Gama Cerqueira (Cedeplar/UFMG – Brazil): “History of economic thought in Brazil: teaching and research”

Chair: Carlos Eduardo Suprinyak (Cedeplar/UFMG)

The seminar will be held at the UFMG School of Economics (FACE). For more information, please visit: http://ihhei.wordpress.com/english-version/seminars/

Alexandre Mendes Cunha & Carlos Eduardo Suprinyak
Research Group on Intellectual History and the History of Economic Ideas, Cedeplar/UFMG

Nenhuma obra de arte vale 140 milhoes de dolares: especulacao e falsoprestigio

At $142.4 Million, Triptych Is the Most Expensive Artwork Ever Sold at an Auction
The 1969 triptych, “Three Studies of Lucian Freud,” sold for $142.4 million at Christie’s, described as the highest price ever paid for an artwork at auction.

Governo meia boca, politica economica sem qualificacao - Rolf Kuntz

Parece que estamos condenados à mediocridade dos resultados, e à inconsistência das políticas econômicas.
Paulo Roberto de Almeida

O vilão da inflação é também o da estagnação

09 de novembro de 2013 | 2h 02
Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo
Esqueçam o tomate, a carne e as passagens aéreas. Não falem mal das leguminosas, dos hortigranjeiros ou dos salões de beleza. O vilão da inflação nunca será encontrado na lista de bens e serviços comprados pelos consumidores. A imagem usada pela imprensa é mera repetição de uma velha metáfora criada lá pelos anos 80 ou pouco antes. Ninguém deve entender literalmente essa figura de linguagem. O vilão existe, sim, mas é de outro tipo. É o mesmo da estagnação econômica, da irresponsabilidade fiscal e da erosão das contas externas. Em uma palavra, é o governo, embora esse nome pareça um tanto inadequado para designar a presidente Dilma Rousseff e a trupe espalhada por 39 ministérios, uma porção de estatais e outros órgãos da administração indireta.
Explicar e justificar uma sucessão de números muito ruins tem sido, há algum tempo, uma das principais atividades desse pessoal. Mas nenhuma retórica disfarça o péssimo desempenho fiscal de setembro, quando até o resultado primário foi negativo, ou a aceleração contínua da inflação mensal desde agosto. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda classificou como bom resultado a alta de 0,57% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado. Não há nada de bom nesse número, nem se pode - ao contrário da afirmação do ministro - considerá-lo normal para esta época do ano.
Só se pode falar de normalidade em outro sentido: esgotado o efeito dos truques com as tarifas de transporte e as contas da energia, o recrudescimento da alta de preços foi absolutamente natural. Que mais poderia ocorrer, quando há um desajuste inegável entre a demanda, principalmente de consumo, e a capacidade de oferta da indústria nacional? Esse desajuste, é bom lembrar, é alimentado principalmente pela política oficial, marcada pela gastança e pelos estímulos ao consumo e reforçada pela expansão do crédito.
Sem esses fatores, nenhum aumento do preço do tomate ou da carne bovina produziria um impacto tão amplo sobre todos os mercados. Além disso, o efeito da depreciação cambial seria muito menos sensível, como tem sido em outras economias emergentes. Aquelas, como a da Índia, com problemas graves de inflação, têm também, como o Brasil, sérios desajustes fiscais e limitações importantes do lado da oferta.
O efeito da demanda é também evidente na evolução dos preços dos serviços, com alta de 0,52% em outubro e 8,74% em 12 meses. No caso dos bens, o aumento de preços tem sido atenuado, em parte, pela importação crescente, mas essa é uma solução inviável quando se trata de aluguel residencial, conserto de automóvel, consultas médicas ou serviços de manicures, para citar só alguns itens de uma lista muito ampla de atividades. O mesmo desequilíbrio entre a demanda crescente e a capacidade de oferta muito limitada reflete-se também no déficit comercial de US$ 1,83 bilhão acumulado de janeiro a outubro. Nesse período, o valor exportado, US$ 200,47 bilhões, foi 1,4% menor que o de um ano antes, pela média dos dias úteis, e o gasto com importação, US$ 202,3 bilhões, 8,8% maior.
O aumento das compras de petróleo e derivados - diferença de US$ 6,64 bilhões de um ano para outro - foi um fator importante, mas o total da importação foi determinado principalmente por outros fatores. A elevação de US$ 17,29 bilhões na despesa com bens estrangeiros refletiu acima de tudo os desajustes internos e especialmente a perda de eficiência da economia nacional.
Não há como disfarçar a redução da produtividade e do poder de competição, resultante principalmente de uma coleção de falhas da política econômica. A agropecuária ainda é produtiva em grau suficiente para compensar os problemas sistêmicos da economia brasileira e conquistar espaços no mercado internacional. A maior parte da indústria tem sido incapaz de vencer esses obstáculos. Os mais comentados são as deficiências de infraestrutura e a tributação irracional, mas a lista é ampla e um dos mais importantes, embora nem sempre lembrado, é o despreparo da mão de obra.
Há pouco tempo a Confederação Nacional da Indústria divulgou pesquisa sobre a escassez de trabalhadores qualificados para o setor de transformação. Outra sondagem, nesta semana, tornou o quadro ainda mais dramático: 74% das empresas de construção consultadas indicaram dificuldades para encontrar pessoal aproveitável. Quase todo esse grupo - 94% - reclamou da escassez de trabalhadores preparados até para serviços básicos, como os de pedreiro e ajudante.
Em outros tempos, a construção exercia, entre outras, a função estratégica de absorver pessoal de baixa qualificação. Isso mudou. As construtoras progrediram tecnologicamente e a educação ficou para trás, principalmente nos níveis fundamental e médio. Pessoas um pouco mais atentas apontaram a má escolha do objetivo, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu cuidar prioritariamente do acesso a faculdades, por meio de bolsas, cotas e maior oferta de vagas. O País paga caro, hoje, por essa decisão obviamente demagógica e eleitoreira.
Ninguém deve esperar grandes avanços na política educacional em curto prazo. No Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff repetiu, como se fosse algo muito bom, uma ameaça muito ouvida nos últimos tempos: por meio dos recursos do petróleo, a educação será transformada no "caminho fundamental" do desenvolvimento. Essa é uma assustadora conversa mole. O Brasil precisa de educação há muito tempo, é preciso cuidar do assunto imediatamente e há recursos mais que suficientes para isso. Apostar no hipotético dinheiro do pré-sal equivale a encontrar mais uma desculpa vergonhosa para nada fazer de sério pela educação.
*Jornalista

Venezuela: as leis fundamentais da estupidez humana... - desespero ou estrategia do caos?

Por vezes, as coisas são tão surrealistas, tão estúpidas, eu diria, que se pode perguntar se o governo não está fazendo tudo isso deliberadamente, para justamente criar o caos e justificar, assim, medidas excepcionais, até um golpe, criando abertamente a ditadura que já existe na prática.
Não parece crível que certas pessoas sejam tão estúpidas a ponto de achar que sequestros de bens, congelamento de preços, soldados em lojas sejam soluções para problemas econômicos do desabastecimento e inflação.
Tudo isso cria o caos econômico, depois social, finalmente político. Pode ser essa, justamente, a estratégia calculada, mas também de desespero, de quem sabe que não tem solução nenhuma para a situação.
Mas a ditadura aberta seria alguma solução para qualquer coisa?
Uma espiral infernal em direção ao caos total...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela desabastecimiento
Maduro llama a milicias populares y siguen detenciones por desabastecimiento
Infolatam Efe
Caracas, 12 noviembre 2013

(Especial Infolatam).- “Las insensatas medidas “revolucionarias” de los últimos 30 días de campaña se están tomando en todos los frentes. Algunas de las medidas gubernamentales son tan insólitas que no es descabellado pensar que ellas podrían también estar dirigidas a preparar un clima de caos para suspender las elecciones del 8 de diciembre, en el caso de no producirse en las últimas dos semanas de campaña electoral una recuperación significativo del apoyo popular al gobierno”.
El presidente venezolano, Nicolás Maduro, continúa su particular ofensiva contra los precios y hoy anunció la ampliación de la intervención de los comercios al sector automotriz, ante el rechazo de la oposición, que replicó que los problemas económicos del país no se solucionan con militares.
Un día después de asegurar que crearía tribunales especiales contra la usura, y en la calle, frente a un público formado por trabajadores chavistas del sector del transporte, Maduro anunció que tras la intervención en el sector de los electrodomésticos el próximo objetivo está en las empresas de autopartes.
“No hagas más nada en estas próximas 72 horas hasta que regularicemos los precios de los productos de autopartes, repuestos, cauchos y baterías”, dijo Maduro dirigiéndose a su ministro de Transporte, Haiman El Troudi, ante el alborozo de los asistentes.
Las calles de las principales ciudades de Venezuela se habitúan a las escenas de colas ante negocios de electrodomésticos, con cientos de personas que tratan de conseguir un televisor, una lavadora o un frigorífico de ocasión, después de que Maduro optara por intervenir con la Guardia Nacional (policía militarizada) y la Fiscalía los negocios “especuladores”.
El anuncio, que se realiza en momentos en que la inflación llega al 48,5 % y el dólar paralelo ilegal se cotiza hasta ocho veces por encima del valor oficial de 6,3 bolívares, generó la respuesta inmediata de la gente y degeneró en actos de saqueo el pasado fin de semana en un negocio en Valencia (centro) de la cadena Daka, intervenida por Maduro el viernes.
El presidente venezolano rechazó hoy los “hechos de violencia puntuales que ha habido” y aseguró que quien participe en ellos irá preso, pero como hizo ayer, responsabilizó de ellos a la oposición asegurando que han infiltrado las filas de compradores motivados por el deseo de generar violencia.
“Yo llamo al pueblo a la paz a no caer en provocaciones y si usted ve un parasito amarillo tratando de romper una vidriera, captúrelo, entréguelo a las autoridades porque lo que queremos es paz, paz y paz”, sostuvo.
Luego, pidió a los venezolanos que no caigan “en la ansiedad consumista” y que acudan a los establecimientos “poco a poco”, ya que esos precios de esos productos se van a mantener.
En sus acusaciones Maduro también incluyó hoy a la Embajada de Estados Unidos en Caracas a los que responsabilizó de coordinar acciones con los sectores empresariales y opositores “para dañar la economía de Venezuela”.
El líder opositor Henrique Capriles salió hoy al paso de las medidas de Maduro asegurando que la economía del país “no se soluciona con decretos, con el uso de la fuerza, con tener a la Fuerza Armada ocupada para que no hayan saqueos; un país no se construye así”.
“Hoy Venezuela es el país del mercado negro” y “todo de lo mucho que el país importa y lo poco que produce va a un mercado negro creado por los enchufados que tienen contactos o nexos con alguien del Gobierno”, remarcó en su programa semanal por internet.

Capriles: Los venezolanos rechazan las acciones del Gobierno de los últimos días
Capriles responsabilizó al Gobierno de la crisis económica y de la corrupción que ha generado el sistema de control de cambios que desde 2003 impide el libre acceso a la compraventa de divisas.
En ese sentido, afirmó que la oposición no va a defender nunca a los especuladores, “pero tampoco al Gobierno que nos ha llevado a esta situación”, sostuvo.
Afirmó que si el gobierno no cambia y rectifica, los venezolanos terminarán hartándose y puede haber revueltas en las calles, algo que, dijo, está en la agenda del oficialismo y que, subrayó, rechaza la oposición.
“Yo no creo que aquí haya que esperar hasta la mitad del periodo porque a este paso de destrucción que Maduro está llevando al país esto no puede esperar tres años”, dijo en alusión a la posibilidad de convocar a un referéndum revocatorio en ese periodo de tiempo, como establece la constitución.
Indicó que en Venezuela rige desde hace una década un control estatal de divisas que impide el libre acceso a la moneda extranjera y que ha convertido en saqueadores a los funcionarios del Gobierno, y afirmó que si el Gobierno no cambia la gente no se lo va a permitir.

Con este panorama, aseguró que las elecciones municipales del 8 de diciembre serán el momento de plasmar esa situación. “Si nuestro pueblo vota va a haber una derrota aplastante del Gobierno”, indicó.

El análisis

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