segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Politica comercial e industrial do PT: uma analise correta de economistas e uma materia distorcida de jornalista

Leiam a matéria abaixo, mas aviso que é melhor buscar a fonte original do relatório do CINDES.
Os economistas, descritos como tendo um viés oposicionista pelo jornalista, são o contrário disso. Eles são a FAVOR do Brasil.
Quem está CONTRA O BRASIL É A POLÍTICA DELIRANTE DO PT.
Isto é tão evidente que nem precisaria corrigir o jornalista para ele perceber que o que escreveu é completamente equivocado: basta olhar os números, os indicadores, os critérios de comparação internacional para ver que a política esquizofrênica do PT prejudicou o Brasil, levou-nos a déficits constantes e a perdas para a indústria e o comércio exterior.
Ele continua equivocado ao escrever que "os autores chamam de “isolamento do Brasil em relação aos movimentos de integração nas cadeias produtivas globais”", pois é evidente que isso ocorreu, basta verificar os resultados do stalinismo industrial do governo. Os números desmentem o jornalista, que deveria ter vergonha do que escreveu.
Ou seja, melhor esquecer a matéria abaixo e ler o relatório no site do Cindes: http://www.cindesbrasil.org/
Paulo Roberto de Almeida

Uma visão crítica da política industrial e comercial do PT
Fernando Dantas
O Estado de S. Paulo (Blog Fernando Dantas), 2/12/2013

O Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes) acaba de publicar um relatório extremamente crítico à política industrial e comercial na era petista, à qual os autores atribuem a atual “estagflação”.

A análise é nitidamente oposicionista, e o grupo de trabalho por detrás do documento teve origem num seminário organizado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), ligado ao PSDB. Na introdução, está escrito que a motivação foi a “percepção de que os resultados dessas políticas nos governos do PT são medíocres: a taxa de investimento da indústria não tem aumentado, sua capacidade de inovação não tem avançado e o Brasil continua a perder posições nos rankings internacionais de competitividade”.

O grupo é composto pelos economistas Edmar Bacha, José Tavares, Lia Valls Pereira, Pedro da Motta Veiga, Regis Bonelli e Sandra Polônia Rios.

Apesar do assumido viés, o relatório é rico de informações e apresenta uma visão crítica das ações do PT do governo que pode repercutir na campanha eleitoral do próximo ano.

Na primeira parte, é descrito o movimento de mudança na política comercial brasileira na fase de abertura iniciada no final dos anos 80, com a extinção da Cacex em 1990, os compromissos de consolidação tarifária assumidos pelo Brasil no GATT, as reduções tarifárias unilaterais no governo Collor, a criação do Mercosul e as negociações da Alca e do Mercosul com a União Europeia. O documento observa que a tarifa média nominal de importações brasileira caiu de 57,5% em 1987 para 32,1% em 1989 e 11,2% em 1994.

O documento nota que essa fase está longe de ter sido de abertura sem ambiguidades. Manteve-se a hegemonia dos interesses de setores que concorriam com as importações, criaram-se sistemas de incentivos a segmentos altamente protegidos, como o regime automotivo, e o Mercosul já apresentava problemas de perda de dinamismo no final da década de 90.

Mas o que os autores chamam de “isolamento do Brasil em relação aos movimentos de integração nas cadeias produtivas globais” ganha novo fôlego a partir do primeiro governo Lula, que o documento considera que trouxe de volta o nacional-desenvolvimentismo.

O relatório nota que Lula, na política comercial, torpedeou as negociações da Alca, reduziu a prioridade das negociações com a UE e privilegiou as iniciativas “Sul-Sul”, isto é, com outras economias emergentes. Mas, para o grupo, o resultado foi o esvaziamento da agenda comercial e a irrelevância dos acordos que o Brasil efetivamente conseguiu firmar. Assim, há “acordos de livre comércio com três parceiros pouco relevantes – Egito, Israel e Palestina – e acordos irrelevantes de alcance parcial com dois parceiros potencialmente muito relevantes – Índia e África do Sul”.

Na área de política industrial, o relatório menciona diversas iniciativas do governo Lula, como a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Pitce), de 2004; o Programa de Desenvolvimento da Produção (PDP), de 2008; e o reforço do BNDES (por meio dos empréstimos do Tesouro), que tentou a política de consolidação de “campeões” nacionais e o aumento da taxa de investimento da economia.

O grupo conclui que quase nenhum objetivo do governo foi cumprido, já que a taxa de investimentos não cresceu, não houve aumento de investimento em pesquisa nem do número de empresas exportadoras, o BNDES renunciou à política dos campeões e os empréstimos do Tesouro ainda legaram ao País um aumento expressivo da dívida bruta. As exportações brasileiras cresceram como proporção das mundiais, mas o relatório atribui isto mais “aos aumentos exógenos dos preços de exportação” do que ao “resultado das ações de política econômica”.

O grupo de economistas observa que houve uma multiplicação de setores na mira da política industrial, o que, de certa forma, diluiu o que poderia ser uma mais aceitável “reestruturação industrial muito seletiva”.

Em relação ao governo Dilma, o título da seção do relatório já diz tudo: “Do nacional-desenvolvimentismo à estagflação”. Com o aumento das importações e a perda de participação dos manufaturados nas exportações, cresceu a demanda por proteção. Uma nova política industrial, o Plano Brasil Maior (PBM), foi lançada, com ênfase na discriminação em favor da produção doméstica. Ganharam força as políticas de conteúdo nacional. Foi a fase também das desonerações e de “uma miríade de programas desenhados para setores específicos”. O viés protecionista cresceu, com a autorização aos parceiros do Mercosul de aumentarem tarifas de 100 produtos. Por outro lado, a atuação agressiva do BNDES prosseguiu.

Avanços na inovação
Para o grupo de economistas, apesar de todos esses esforços, houve continuidade das tendências que mais preocupam os desenvolvimentistas: primarização da pauta de exportações, aumento do coeficiente de importações, estagnação da indústria e piora da balança comercial.

Eles citam também rankings globais de produtividade e competitividade em que o Brasil figura mal, como o “Doing Business” e o “Global Competitiviness Report”.

Os economistas reconhecem avanços “inequívocos” no cardápio de políticas públicas de inovação, como incentivos fiscais, linhas de crédito, capital semente, etc. Mas notam, por outro lado, que o ambiente anticompetitivo faz com que as empresas não se interessem em utilizar esses instrumentos.

Na conclusão, a reduzida participação do comércio exterior na economia nacional é colocada como um fator negligenciado da “doença brasileira”, e que não recebe a mesma atenção que o baixo investimento, a alta carga tributária e a educação precária. “Vivemos num dos países mais fechados ao comércio exterior do mundo”, escrevem os autores, acrescentando que “a evidência do pós-guerra sugere não haver caminho para o pleno desenvolvimento fora da integração com o resto da comunidade internacional”.

Entre as recomendações finais do relatório, está uma agenda de liberalização unilateral, algo que ainda aparece como muito distante e mesmo oposto à estratégia do atual governo.


Os companheiros dos companheiros... na Colombia...


DESMOBILIZADOS DAS FARC CONTAM TODA A VERDADE!
El País, 01/12/2013

Medardo Maturana, de 53 anos, era um intelectual, um tipo educado que se ocupava do trabalho com as comunidades campesinas, um homem valioso e conhecido, com responsabilidade na mobilização de massas. “Eu saí da guerrilha sem um arranhão. Os comandos nunca me arriscaram em combate”.
        
Em duas décadas na guerrilha viu um “discurso ideológico desfigurado”. Conta que viu um alcoolismo generalizado nos comandos, abusos às guerrilheiras, acordos com os criminosos para transportar a coca. “As FARC se converteram em  protetores da coca”, assegura, e controlam zonas inteiras onde só eles podem acessar a produção. “Compram ao camponês o quilo por 2 milhões de pesos e o vendem por 2,5 milhões” aos narcos.

O Brasil nao sabe o que quer em sua politica comercial - Sergio Leo (Valor)

Apenas transcrevendo, sem meus comentários, que seriam provavelmente corrosivos -- não contra o autor do artigo, que faz um resumo honesto e objetivo, mas não completo, dos problemas da política econômica externa, da comercial em especial -- sobre os grandes retrocessos que o Brasil vem experimentando com os companheiros no comando desta e e de outras políticas setoriais, sempre em detrimento de nossos interesses de médio e longo prazo, e de olho (eles, os companheiros) em objetivos políticos não apenas de curto prazo, mas absolutamente míopes, equivocados e distorcidos. Pronto, disse que seria sem comentários, e foi sem comentários, pelo menos sobre a substância dos assuntos. É que o volume de equívocos nessas (e em outras) áreas é tamanho que seria preciso um manual de 150 páginas para detalhar a enorme lista de bobagens cometidas ao longo da última década, por vezes sem arrependimentos ou remorsos pelos fracassos acumulados...
Paulo Roberto de Almeida

Demandas da política de comércio 
Sergio Leo
Valor Econômico, 2/12/2013

A definição sobre como o Brasil pressionará os Estados Unidos para mudar os subsídios ilegais aos produtores americanos de algodão não foi a única decisão suspensa com o adiamento da reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), na semana passada.
Empresários ligados ao setor externo queixam-se do acúmulo de processos na Camex, o colegiado de ministros responsável por decisões como medidas de defesa comercial, corte de tarifas de importação e iniciativas de política econômica com reflexo no comércio exterior.
A Camex decidiria medidas de retaliação, inclusive aumento da tarifa de importação do trigo, para pressionar o Congresso dos EUA a cortar subsídios ao algodão e votar compensações aos produtores brasileiros. É possível, porém, que o Congresso, lá, entre em recesso antes de alguma decisão por aqui, e demore um bom tempo para tomar conhecimento da pressão brasileira.
Empresários ligados ao setor exportador reclamam do que consideram uma perda de prioridade da política comercial nas ações do governo. Exemplo disso seria o adiamento da Camex, para que seu presidente, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, acompanhasse a presidente Dilma Rousseff em inaugurações de obras, doação de máquinas a prefeituras e outras medidas em ritmo de eleições. A Camex tem tomado decisões "ad referendum" dos ministros, mas nem todas medidas de comércio exterior podem ser decididas dessa forma.
Seria injusto, porém, atribuir a um ministro as mazelas da Camex. Há um problema estrutural na política comercial brasileira, e não é recente, como aponta a edição de dezembro da "Revista Brasileira de Comércio Exterior", editada pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), em uma coleção de artigos de especialistas com intensa participação no setor.
Os artigos, com provocações ao debate bem fundamentadas, coincidem com a decisão da presidente Dilma de reavaliar e criar um programa coordenado para sua política externa.
Embora o tema da revista seja "diplomacia econômica", os artigos pendem para a questão comercial - são mencionados marginalmente temas como o papel do país nas discussões sobre o mercado financeiro global e a participação do Brasil no G-20, grupo das economias mais influentes no mundo. Já a Camex é um dos pontos centrais do debate, que divide diplomatas (ou ex-diplomatas), como Mário Villalva e Sérgio Amaral, e especialistas como Pedro Camargo Neto, Henrique Rzezinski e Diogo Bonomo.
Todos concordam, porém, que aumentou, e muito, o número de agentes na política comercial, antes a cargo quase exclusivamente do Itamaraty, e coincidem com a necessidade de coordenação. Mas enquanto Villalva defende o comando dos diplomatas na coordenação de ações de comércio exterior, lembrando que os interesses do país vão além do interesse imediato das empresas, os outros especialistas criticam o que consideram ser excessiva interferência política sobre as decisões voltadas à expansão dos interesses comerciais do país.
Para Camargo Neto, ex-dirigente de associação de exportadores de carne, com grande experiência no Ministério da Agricultura e nas negociações internacionais, só a ascensão da Camex a ministério poderá dar ao colegiado um poder de dar direção mais clara à política comercial.
Sérgio Amaral defende que a localização institucional não é tão importante quanto uma reforma, para dar à Camex mais competência para antecipar e planejar decisões no setor. Ele sugere reduzir o número de ministérios permanentes e criação de mecanismos para avaliar resultados e evitar duplicidade de esforços, como vê hoje entre a Apex e o Itamaraty, na promoção comercial.
A falta de ligação orgânica entre as atividades de promoção comercial e as ações de política e diplomacia comercial é apontada também por Bonomo, gerente-executivo de comércio exterior da CNI, que, num artigo instigante, lista fatores estruturais para o protecionismo brasileiro, que mostra ele, independe do partido no poder.
Entre esses fatores, Bonomo aponta a supremacia dos objetivos de política externa, no sentido mais amplo, sobre os comerciais - não iniciada com o governo Lula, embora ampliada com ele. Ele descreve como a forma adotada na relação entre governo e setor privado tende a dar maior peso, nas decisões de Estado, aos setores que querem proteção de mercado, em relação aos que apostam na abertura comercial.
A China é outro desafio a merecer um capítulo no futuro "livro branco" da política externa. Para Marcos Caramuru, que chefiou o consulado brasileiro em Xangai, um dos polos mais dinâmicos da economia chinesa, será preciso um esforço maior de coordenação das embaixadas do Brasil na Ásia e de formação de diplomatas com conhecimento sobre o setor privado brasileiro para superar a falta de interesse das empresas no Brasil em realizar os esforços necessários para entrar no crescente mercado asiático.
Nos artigos da revista são flagrantes os consensos sobre a necessidade de modernizar a mentalidade da diplomacia em relação à promoção dos interesses comerciais do Brasil no mundo, com exigência de maior especialização e coordenação. E a urgência em reformular a indispensável estratégia de divulgação da "marca Brasil", para evitar descontinuidade de esforços e falta de foco.
Outro consenso, que mostra o difícil trabalho dos diplomatas encarregados de formular a nova estratégia de política externa para o país: a política comercial brasileira para o exterior está estreitamente vinculada à política econômica interna.

Não há como promover lá fora indústrias que não tenham êxito aqui dentro, nem como conquistar boa imagem e fatias de mercado sem superar os problemas de qualidade e competitividade, que geram críticas entre os próprios brasileiros.

Sergio Leo é jornalista e especialista em relações internacionais pela UnB. Escreve às segundas-feiras.

India: nosso parceiro estrategico no IBAS, no BRICS, no G20 comercial, aliado bilateral dos companheiros, etc...

Tudo isso e mais um pouco..., que ingenuidade pouca é bobagem...
Nota: quando se fala de G20, neste contexto (em outras matérias que não nesta), não tem NADA a ver com o G20 financeiro; este G20 comercial, que não se sabe ao certo quantos países o compõem (tantas foram e tantas são as mudanças de composição), foi formado na ministerial da OMC de Cancun, quando o Brasil, e o G20 comercial, deram, segundo as palavras do guia genial dos povos e reformador da ordem mundial, um "truco" nos países ricos, a versão passando pela história oficial nas palavras e na propaganda da mídia companheira, obviamente sem qualquer conexão com a realidade.
Mais uma vez, a Índia ameaça prejudicar os interesses comerciais, e nacionais (menos para os companheiros) do Brasil, e ainda assim é considerada "parceiro estratégico" (um conceito mais que abusado) e aliado preferencial.
Santa ingenuidade dos companheiros...
Paulo Roberto de Almeida

Destino de acordo na OMC depende da Índia
Por Assis Moreira | De Bali (Indonésia)
Valor Econômico, 2/12/2013

Pressão da Índia é como 'tsunami' para o acordo comercial de Bali

Um embaixador mostra em seu celular a foto que tirou em uma praia em Bali, capital e principal destino turístico da Indonésia: um grande pôster avisa que, em caso de tsunami, a pessoa deve correr para o segundo andar do prédio mais próximo.
Na véspera da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Bali, que tem na agenda o que poderia ser o primeiro acordo comercial global em quase duas décadas, o verdadeiro temor é o de um tsunami diplomático provocado pela Índia. O país concentra as atenções de outras 159 nações e de toda a comunidade empresarial.
O encontro começa amanhã e segue até a próxima sexta-feira, 6 de dezembro. Importantes negociadores concordam que o resultado de Bali depende da Índia e da 'cláusula de paz', ou seja, de autorização para países em desenvolvimento com programas de segurança alimentar darem subsídios acima do permitido para seus agricultores. O objetivo dessa medida é a formação de estoques de commodities.
Na verdade, a Índia colocou-se numa 'sinuca de bico', como resume um negociador. Se agir apenas com a lógica eleitoral pode derrubar de vez um acordo na OMC e enfurecer países em desenvolvimento que esperam ganhar com o entendimento. Por outro lado, se optar por flexibilizar e aceitar o acordo precisará saber vender muito bem ao eleitorado que vai às urnas no ano que vem na Índia que o país conseguiu algo importante e, assim, evitar perder votos na área rural.
"Tudo está nas mãos da Índia", diz um importante negociador em Bali. Os dez textos da negociação estão praticamente fechados. O documento sobre facilitação de comércio tem colchetes, significando divergências, mas elas podem ser logo resolvidas, dizem outros negociadores.
Acontece que a Índia vem a Bali com exigências consideradas impossíveis de serem atendidas por países exportadores agrícolas. Nova Déli quer que, após o prazo de quatro anos, a 'cláusula de paz' seja mantida até que uma solução permanente seja alcançada na OMC sobre segurança alimentar. Para vários países, porém, a Índia poderá sempre argumentar que não aceita as propostas dos parceiros. Nesse caso, os quatro anos se transformariam em cláusula perpétua para a concessão de subsídios maiores.
O que a Índia vem fazendo agora é o que fez nos últimos tempos na OMC. Aproveita qualquer oportunidade para reabrir o acordo agrícola. A diferença é que, ao contrário de vários outros países, os indianos querem recuar e dar margem para mais subvenções no setor, alegando que têm centenas de milhões de pobres no campo.
As regras sobre segurança alimentar da OMC autorizam governos a comprar alimentos a preços de mercado e depois vender os estoques a preços subsidiados para os consumidores. Ocorre que o programa indiano de US$ 20 bilhões a mais por ano é visto como encorajamento ao excesso de produção. Mais tarde essa prática poderia derrubar os preços globais, algo similar às montanhas de manteiga e vinho produzidos até recentemente pela União Europeia (UE). A Índia já se tornou, por exemplo, o maior exportador de arroz em 2012, superando Tailândia e Vietnã. Suas exportações aumentaram 120% em relação a 2011.
O ministro de comércio da Índia, Anand Sharma, deverá constatar que a dinâmica na OMC mudou. Não dá mais para argumentar que a defesa de interesses de países em desenvolvimento tem poder para bloquear negociações. Em Bali, contam-se nos dedos os apoiadores das exigências de Nova Déli: Argentina, África do Sul e países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), formada por Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua.
O G-33, grupo da Índia na questão de segurança alimentar, quer o acordo que foi esboçado em Genebra, a começar pela Indonésia, anfitriã da conferência ministerial e ansiosa por um resultado positivo. Países em desenvolvimento também se uniram na sexta-feira em apoio ao diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, para buscar um acordo.
Liderando o G-20 nas negociações, o Brasil tem papel relevante nas conversas. Um dos pontos em que há caminho aberto para acordo é a facilitação de comércio, por meio da qual países se comprometem a harmonizar procedimentos aduaneiros, baixado custos de transações no comércio exterior. Cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que há um potencial de redução de 14%, para produtos manufaturados, dos custos aduaneiros no Brasil.
Um comunicado mistura vários países desenvolvidos, como grupos do Asean (asiáticos), com países mais pobres da África, Caribe e Pacífico (ACP), além dos grupos africano e árabe.
Países mais pobres esperam contar com ajuda financeira para tentar melhorar suas condições de exportação. Somente a União Europeia prometeu € 400 milhões em cinco anos, a partir do momento em que o acordo de facilitação de comércio (simplificação de regras e procedimentos aduaneiros) for assinado.
O comportamento da Índia pode resultar na perda potencial de centenas de bilhões de dólares em negócios, além de causar o enterro final da Rodada Doha e aumentar o risco de irrelevância da OMC, incapaz mesmo de fazer acordos modestos. Sobre o futuro da entidade, um negociador lembra um personagem de Ernest Hemingway que uma vez foi indagado: 'Como você faliu?' Sua resposta foi: 'De duas maneiras. Gradualmente, depois subitamente'."

Nuclear Obama: An Idiot's Guide - Foreign Policy

How Obama went nuclear
 David Kenner
Foreign Policy, December 2, 2013

 "In the wintry days of January 2009, as Barack Obama prepared for his inauguration, he was briefed on how to unleash the weapons that could destroy the planet many times over. Vice Chairman of the Joint Chiefs of Staff Gen. James Cartwright conducted the briefing on the 'nuclear football,' the 45-pound briefcase containing the codes that allow the president to launch America's arsenal of over 5,000 nuclear weapons. In the tumult before the inauguration - not to mention a global economy heading toward meltdown - Obama wasn't certain he would remember each step to launch the world's most dangerous weapons. Shortly after taking office as the 44th president, he contacted his defense secretary, Robert Gates. 'You know that guy who scared the shit out of me?' he said, according to James Mann's The Obamians. 'Can I talk to him again?'

Almost five years later, non-proliferation has emerged as the centerpiece of Obama's agenda in the Middle East. In Syria, he signed off on a Russia-brokered agreement for President Bashar al-Assad to gradually destroy his chemical weapons. In Iran, he inked a controversial agreement that will see the Islamic Republic stall its nuclear program for six months, in exchange for roughly $6 billion in sanctions relief. Such steps represent significant victories for the president's non-proliferation agenda -- but have also disappointed those who wonder if they come at the cost of America's other interests in the world." 

More here.

A bibliometria dos artigos cientificos - Laurence Bianchini

Les indicateurs de l’évaluation de la recherche : de l’impact factor à l’h-index

Limites et alternatives d'outils d'évaluation de la recherche scientifique;


(Thanks for the information to:
Fräntz Miccoli
COO
MyScienceWork
Global Research Community
)
General Public
Specialist

Evaluer la qualité de la recherche scientifique est essentiel dans une société où l’innovation et les progrès techniques dépendent en partie de la recherche académique. Les indicateurs tels que l’impact factor, l’eigenfactor ou l’h-index, jouent un rôle utile dans ce processus. Mais ils ne peuvent être l’unique paramètre d’évaluation. Ils sont très souvent utilisés de manière erronée. Il est donc important de comprendre comment ils sont calculés et de connaître leurs limites et les alternatives.

 

Impact factor, h-index, kesako ?

 

Comment évaluer la recherche ? Comment juger de l’impact d’une publication scientifique  ou des activités d’un individu ? La bibliométrie permet de calculer un chiffre quantifiant, en partie, l’impact d’une publication. Elle permet de s’affranchir des jugements humains qui peuvent parfois être subjectifs et biaisés.

Il existe un classement des revues scientifiques basé sur l’impact factor (IF) des journaux. Celui-ci détermine la réputation des journaux. Il est annuellement publié dans le Journal Citation Report (JCR) de Thomson Reuters et est accessible via le Web of Science pour ceux qui possèdent un compte sur ce site. L’IF est calculé à partir du rapport entre le nombre de citations reçues par un journal pendant deux ans et le nombre d’articles publiés dans ce journal pendant cette même période. Ceci revient à calculer le nombre moyen de citations par articles en deux ans. Les revues Nature et Science obtiennent les IF les plus élevés, généralement proches de 30.

L’eigenfactor est un indicateur similaire quantifiant l’influence des revues sur cinq ans. Cette alternative à l’IF est issue d’un projet académique de l’université de Washington. L’argument de cette initiative est que les citations dans certaines disciplines doivent être étudiées sur un plus long terme.

Certains spécialistes reprochent à ces indicateurs l’étroitesse des paramètres jugés significatifs de l’importance d’une revue. Selon le rapport ‘Citations statistics’ de 2008,

« Juger de l’importance d’un journal en utilisant uniquement l’impact factor est équivalent à évaluer la santé d’une personne en ne connaissant que son poids. »

En effet, ces indicateurs impliquent que l’excellence d’un chercheur puisse se calculer sur la seule base du nombre de publications et des citations. Ceci est bien entendu très réducteur et  discutable (voir l’article d’Antoine Blanchard, prestataire pour le monde de la recherche autour du dialogue science-société, « Qu’est ce qu’un bon chercheur ? »).

De plus, s’il l’on considère que le nombre de citations est un paramètre acceptable, il existe encore de nombreux biais comme les citations négatives (lorsqu’un auteur a publié un résultat qui s’avère erroné au vue d’autres études) ou les citations ‘fonctionnelles’ qui permettent, en citant un article précédent, de s’affranchir d’une description de protocole ou des résultats précédents. Lien avec le web sémantique et des indicateurs classifiant les citations selon leur genre : mention, rappel, citation négative…

Aujourd’hui, les indicateurs bibliométriques sont parfois utilisés à tord pour évaluer un individu, un laboratoire, une discipline afin de guider les politiques de pilotage de la recherche. Le nombre de citations est en effet connu pour être un indicateur de l’influence d’un auteur. L’indice de Hirsch, ou h-index, permet donc d’évaluer une partie de l'activité de recherche d’un individu, c'est une mesure souvent prise en compte par des organismes de financement. Il quantifie le nombre de publications d’un individu ainsi que le  niveau de citations de ses publications.

D’après Hirsh, « Un scientifique a un indice h si h de [ses] Np articles ont chacun au moins h citations, et les autres (Np - h) articles ont au plus h citations chacun » (extrait de Wikipédia).

 

On constate la complexité de la mise en œuvre de cette définition. L’onglet ‘My citations’ de Google scholar permet le calcul rapide de son nombre de citations et de son h-index (voir par exemple cette page publique). Plusieurs bases de données (Scopus, Web of Science…) proposent un outil de calcul de l’h-index mais les résultats obtenus sont parfois différents car les bases de données sont parfois partielles. Ce dernier point fait partie des critiques soulevées à l’égard de cet indicateur. En effet, l’h-index comptabilise aussi les publications de collaborations dans lesquelles la liste des auteurs peut atteindre une centaine d’individus. Il défavorise les jeunes scientifiques dont le nombre total de publications sera forcément limité. A l’instar de l’IF, le h-index ne prend pas en compte le ‘type’ des citations. Selon Hirsh, un physique d’h-index compris entre 10 et 20 peut obtenir un poste de cherchant dans une université renommée, 18 pour les postes de professeurs et au-moins 45 pour pouvoir être admis à l’académie des sciences américaines.

 

Evaluation de la recherche

 Evaluation de la recherche scientifique (c) Michael Nivelet - fotolia.com

 

D’autres indicateurs existent. Par exemple, le i10-index proposé par Google, ne comptabilise que les publications ayant été citées au moins 10 fois. Le w-index permet de façon similaire de ‘classer’ les scientifiques les plus influents en comptabilisant seulement leurs publications majeures. Notons que grâce à ResearcherID, Google scholar et d’autres sites peuvent aujourd’hui lever l’ambiguïté entre les différents ‘noms’ correspondant à un même auteur, par exemple ‘de Vries’ et ‘Devries’. Il existe aussi une alternative appelée SCImago proposée par Scopus, le gestionnaire de bases de données d’Elsevier. Ce dernier serait similaire au PageRank de Google.

 

Publish or perish : le cercle vicieux des indicateurs numériques

 

Les indicateurs, et l’importance qu’on leur donne, influencent le rapport des chercheurs vis-à-vis de la publication. La diffusion des résultats scientifiques avait pour but initial de communiquer de nouvelles informations, données, théories afin de créer un dialogue international au travers duquel chaque auteur participe à l’avancée de la recherche. La publication d’un article présentant des résultats de qualité est aussi la trace permanente de la valeur des travaux conduits par les auteurs. Il est normal que cela entre en compte dans l’évaluation des activités de recherche.

Mais l’utilisation systématique de ces indicateurs implique une série d’effets pervers dont l’uniformisation des pratiques scientifiques, la manipulation des auteurs, la multiplication des publications et le tronçonnement des résultats. La quantification numérique des publications pour juger de la qualité de la recherche a initié le phénomène que l’on nomme en anglais « publish ou perish » littéralement « publie ou péris ». Notons par ailleurs que le très controversé « Classement de Shanghai » juge de la qualité des universités  notamment en comptabilisant le nombre d’articles publiés dans les revues Nature et Science.

L’autocitation est une pratique parfois justifiée lorsqu’elle permet de présenter la continuité d’une étude. L’auteur s’affranchit ainsi de la répétition d’un protocole expérimental déjà présenté ou des détails d’un résultat d’une publication précédente. Néanmoins certains auteurs font une utilisation abusive de l’autocitation afin de gonfler artificiellement l’IF des revues dans lesquelles ils publient ainsi que leur h-index. Ces derniers auront aussi tendance à favoriser la citation de leurs articles ou ceux de leurs collègues au détriment d’un article l’ayant précédé. La publication  d’un article en début d’année serait aussi un facteur influençant le nombre de citations répertoriées. Les articles de synthèse sont aussi typiquement le genre d’articles trois fois plus cités que les autres et donc favorisant l’h-index et l’IF contrairement à des articles de recherche de fond dont le processus de publication est très long.

Une grande partie du problème réside aussi dans l’irrespect de la notion d’échelle des indicateurs. En effet, chaque indicateur est établi afin de quantifier l’impact d’un article, d’un journal, d’un individu ou d’un laboratoire, un aspect qui devrait être mieux respecté. En effet, il existe trois niveaux d’analyse de la recherche. Le niveau d’analyse dit « micro » s’applique à la production des individus. Le niveau « meso » s’applique à échelonner la production d’institutions, groupes de recherche ou laboratoires. Enfin le niveau « macro » s’applique à l’évaluation scientifique à l’échelle d’un état, d’une ville ou d’une province. Chaque indicateur bibliométrique a une place qui lui est propre dans ce système d’échelle. Ils permettent ainsi l’analyse comparative de pays ayant des politiques de recherche différentes ou de laboratoires de recherche mais ne peuvent permettre la comparaison d’entité de recherche de différentes disciplines ou la production de laboratoires sur des continents différents. En effet, des biais déforment l’évaluation bibliométrique, notamment suivant les différentes disciplines scientifiquesou les moyens alloués à la recherche.

Concernant les sciences sociales, il faut noter que les méthodes bibliographiques doivent être considérées avec précaution. Plusieurs particularités concernant les méthodes de diffusion des résultats scientifiques dans ces domaines sont en lien avec les limites de la bibliométrie classique utilisées en sciences « dures ». Nous pouvons par exemple citer des catégories de documents non-répertoriés dans les bases de calcul ainsi que l’usage de revues totalement propres aux SHS. Leur grande diversité et le caractère parfois local et culturel impliquent que les SHS nécessitent probablement une redéfinition des indicateurs d’évaluation.

Enfin, le manque de transparence des calculateurs d’impact factor et d’h-index pose aussi problème. De nombreux individus les accusent d’être manipulés ou falsifiés. Les demandes d’accès aux données sources sont toujours soit rejetées soit satisfaites par l’envoi de données incomplètes. Le mystère sur le calcul des indicateurs  est donc volontairement et jalousement gardé. De plus, l’ensemble du processus classique de publications dans les revues à fort impact provoque un ralentissement de la diffusion de l’information, le délai de publication d’un article dans les revues Nature et Science étant d’au minimum douze mois.

 

Au final, les indicateurs bibliométriques ont d’importants défauts de transparence. Les paramètres qu’ils quantifient sont restreints et ne sont significatifs que de certains aspects du travail scientifique. Ils ralentissent et détournent le but premier de la publication scientifique, à savoir la diffusion des connaissances. Pour autant, il ne faut pas les rejeter totalement. S’ils sont compris et connus, ils permettent une première évaluation de l’impact d’un journal ou du travail d’un individu. Cette première considération doit être utilisée avec recul et accompagnée d’autres paramètres comme l’évaluation par les pairs. Dans un prochain article, nous reviendrons sur les premiers pas et balbutiements de la bibliométrie. Nous verrons alors qu’il existe une batterie d’indicateurs extrêmement complexes basés sur les métadonnées de publication (auteurs, revues, institutions d’appartenance…). Enfin, le développement du web sémantique couplé à l’accès libre aux textes des publications en open access permettra, dans un futur proche, l’émergence d’indicateurs basés sur une étude plus fine des citations. Nous pouvons imaginer dans un futur proche que des critères qui ne seraient pas seulement de nature quantitative mais aussi qualitative grâce a des outils d’analyses textuelles qui apporteraient un regard plus global sur la production scientifique.

 

Nous remercions Iana Atanassova pour ses suggestion de liens.

 

En savoir plus :

 

Du bon usage de la bibliométrie pour l’évaluation individuelle des chercheurs, 2011,http://www.academie-sciences.fr/activite/rapport/avis170111_synthese.pdf Les nouveaux dangers de la bibliométrie, http://ens-sup.blogspot.fr/2011/01/les-nouveaux-dangers-de-la-bibliometrie.html Bibliologie, bibliométrie et bibliographie http://www.docinfos.fr/extrait-these/391-bibliologie-bibliometrie-et-bibliographie

 

China: corrupcao cientifica de alto nivel - revista Science

No Brasil a gente conhece o fenômeno dos "ajudantes" de TCC ou dos "revisores" de teses e dissertações. Na China, como sempre, a corrupção atinge dimensões gigantescas.
Nota: o artigo da revista Science só está disponível contra compra. Quem tiver acesso, por sistemas universitários de bancos de dados e privilégios de consulta, poderia me mandar...
Paulo Roberto de Almeida 

Un scandaleux marché noir de la science en Chine
Pierre Barthélémy
Blog Science Le Monde, 1/12/2013

Une fois n'est pas coutume. Si je m'intéresse aujourd'hui au dernier numéro de Science, daté du 29 novembre, ce n'est pas pour une étude relatant une découverte, mais pour une édifiante enquête journalistique que la revue publie, qui met au jour un incroyable marché noir de la science en Chine. Signée par Mara Hvistendahl (épaulée par Li Jiao et Ma Qionghui), cette enquête a duré cinq mois, cinq mois au cours desquels ces journalistes ont sorti de l'ombre un business florissant, celui où le produit vendu, acheté, négocié n'est rien d'autre que l'étude scientifique, ainsi devenue banal objet de commerce.
Vous êtes scientifique mais vous n'avez pas le temps (ou le budget ou l'envie ou le talent...) de concevoir et mener une expérience, d'en analyser les résultats, de rédiger l'article et de le soumettre au processus d'évaluation par les pairs ? Vous voulez avoir l'assurance qu'il sera publié dans une revue appréciée ? Nous détenons la solution, certifient nombre d'agences chinoises spécialisées dans ces combines : nous avons un catalogue d'études en cours de relecture par des journaux scientifiques et il vous suffira de payer pour que votre nom soit ajouté à la liste des auteurs. Basée à Shanghai, Mara Hvistendahl a ainsi reçu une petite annonce au sujet d'une étude décrivant une stratégie pour réduire la résistance des cellules cancéreuses aux traitements : l'agence qui avait posté le message expliquait que l'on pouvait acheter la place de co-premier auteur contre 90 000 yuans (10 800 euros). Et quand l'étude en question est parue, dans le numéro de septembre de l'International Journal of Biochemistry & Cell Biologypropriété du grand groupe de publications scientifiques Elsevier, un nom est ainsi apparu, celui de Yu Wang, sans que l'autre premier auteur sache de qui il s'agissait...
Autre type de service proposé : payer un "nègre", qu'il soit étudiant ou chercheur, pour composer l'article de votre choix à partir de données complètement inventées dans le pire des cas ou bien récupérées auprès d'autres scientifiques ou bien, troisième solution, commandées à des laboratoires prêts à mener les expériences à votre place contre espèces sonnantes et trébuchantes. Se faisant passer pour des chercheurs, Mara Hvistendahl et ses collègues ont contacté 27 de ces agences commercialisant des études scientifiques réelles ou bidonnées, afin de s'enquérir des tarifs auxquels les articles pouvaient être achetés ou commandés. Seules 5 agences sur 27 ont expliqué qu'elles ne se prêtaient pas à de tels agissements. Chez les autres, les prix s'échelonnaient entre 1 600 et 26 300 dollars, soit, dans ce dernier cas, plus que le salaire annuel de certains professeurs d'université chinois.
Selon les personnes que Mara Hvistendahl a contactées, les officines en question sont un secret de Polichinelle en Chine. Elles ont pignon sur Internet où elles font de la publicité pour leurs services. Même si les tarifs sont parfois exorbitants, l'enquête de Science démontre que le jeu peut en valoir la chandelle en raison du mode de fonctionnement de la recherche chinoise. Le succès de ces agences semble résider dans le fait qu'elles apportent un soin particulier à publier les articles qu'elles commercialisent dans des revues suivies par le Thomson Reuters Science Citation Index (SCI). Cette base de données statistiques a pour fonction première d'estimer la réputation d'une revue scientifique et de calculer son fameux "facteur d'impact". Mais le SCI est aussi très souvent détourné de cet usage pour évaluer le travail et la productivité des chercheurs... Ainsi que le résume dans Science Cong Cao, spécialiste de la science chinoise à l'université de Nottingham"c'est à l'aune des articles figurant dans le SCI que l'on accorde les promotions aux chercheurs chinois". L'accent est mis sur les publications des cinq dernières années dont on est le premier auteur et peu importe si le facteur d'impact de la revue où l'on a fait paraître son travail est important ou pas. De la même manière, il faut, dans certaines universités chinoises, se prévaloir d'au moins une étude publiée, voire davantage, pour valider son doctorat. Le fameux "publie ou péris" se double d'un "publie et tu seras promu".
L'existence de ce marché noir de la science pose de très nombreuses questions, en commençant par l'évaluation de l'importance de cette fraude. Quelle est la proportion d'études achetées et/ou bidonnées dans une production scientifique chinoise en très forte augmentation ? Le nombre d'études réalisées en Chine a en effet littéralement explosé au cours des dernières années, passant de 41 417 en 2002 à 193 733 en 2012 et le pays est ainsi devenu le deuxième producteur mondial d'articles scientifiques derrière les Etats-Unis. D'autres questions se posent. Pourquoi les chercheurs qui constatent qu'un nom a été ajouté à la liste des auteurs ne le signalent-ils pas ? De quelles complicités les agences bénéficient-elles au sein des journaux scientifiques pour être sûres que les articles qu'elles commercialisent y seront publiés ? Comment sont financés les achats d'études quand les prix dépassent visiblement ce qu'un chercheur isolé est en mesure de s'offrir ? Y a-t-il complicité des laboratoires ou des universités et ponction sur leurs budgets de recherche ?
Dans l'éditorial qu'il signe dans le même numéro de ScienceWei Yang, président de la Fondation chinoise pour la science, reconnaît que le développement rapide de la recherche dans son pays au cours des dernières années ne s'est pas forcément accompagné d'un effort adéquat pour promouvoir les bonnes pratiques déontologiques. Il souligne également que les déplorables dérives commerciales que révèle l'enquête ont probablement plusieurs explications : le mauvais usage de l'indice de citation dans l'évaluation et la promotion des chercheurs figure au premier rang mais on retrouve aussi des motivations économiques étant donné que les budgets de recherche des universités chinoises reposent en partie sur l'obtention de contrats soumis à des appels d'offres. Les universités ont elles aussi intérêt à mettre en avant leur compétitivité... Wei Yang explique que, en réaction à ces mauvaises pratiques, l'accent est désormais mis sur l'éthique auprès des étudiants. Plusieurs scandales ont, ces dernières années, conduit Pékin sur la voie de la tolérance zéro, afin que la recherche chinoise ne soit pas perçue à l'étranger comme gangrenée par la corruption et la fraude scientifique.
Pierre Barthélémy (suivez-moi ici sur Twitter ou bien là sur Facebook)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...