sábado, 14 de dezembro de 2013

Previsões imprevidentes para 2014 - Paulo Roberto de Almeida



Paulo Roberto de Almeida

Como sabem todos aqueles que me leem regularmente, e que já puderam ler, em especial, minhas previsões imprevidentes para vários anos anteriores, meus “chutes” bem humorados em direção ao ano que está prestes a se iniciar não são dirigidos aos crédulos, aos incautos, aos distraídos e aos true believers nas bondades daqueles que nos prometem um futuro radioso, desde que você cometa a bobagem de acreditar neles. Minhas previsões são destinadas, mais exatamente, a não se realizarem, a não se concretizarem, justamente, e quanto mais elas se tornam, ou se revelam, irrealizáveis, mais eu me sinto confortável no meu papel de astrólogo ao contrário. Afinal de contas, ninguém perde nada por acreditar na racionalidade do homem, no bom senso, ou no simples senso comum, para apostar que coisas boas podem, sim, acontecer, mesmo contra todas as evidências em contrário, não é mesmo? Como já disse um bookmaker inglês (estou inventando, claro), nunca, em nenhum país, em qualquer circunstância, alguém perdeu dinheiro apostando na estupidez humana.
Uau! Por que tanto pessimismo? Não se trata de pessimismo, apenas observação realista da realidade, com perdão pela redundância. Como todos sabem, 99% dos problemas que afetam a humanidade são plenamente “resolvíveis” com as técnicas atualmente disponíveis (e o 1% restante será resolvido com o avanço da ciência, da tecnologia, do bom senso, etc.). Estou sendo, talvez, otimista demais, mas essa é uma constatação absolutamente de senso comum, desde que se tenha presente aqueles “inevitáveis” de que falava Benjamin Franklin: “na vida, só tem duas coisas inevitáveis, a morte e os impostos”. Bingo! Ele tinha razão, e mesmo a mais avançada tecnologia não vai dar conta desses dois limites absolutos da vida humana, embora alguns se esforcem, os mais idealistas em prolongar a vida humana, por meio da medicina e da autoajuda, os menos idealistas pela elisão, evasão e a fraude fiscal. Ponto.
Mas, então porque eu insisto em pretender que o mundo – e o Brasil, principalmente – seja melhor, em face de tantas bobagens e equívocos que se cometem diariamente? Com efeito: não deveria haver nenhum obstáculo técnico, ou econômico, ou até político e ideológico, a que se realizem alguns fatos simples da vida: todo mundo deveria se alimentar normalmente, com seus recursos derivados do trabalho – e uma minoria ser atendida pela caridade pública, privada ou estatal – e todo mundo deveria poder desfrutar de uma vida sã, física e mentalmente (menos aqueles que insistem em ver porcarias ao estilo de BBB, claro, esses são irrecuperáveis mentalmente falando).
Problemas como transportes, poluição, habitação, segurança, escolas e muitos outros são totalmente resolvíveis com os meios disponíveis, tudo sendo uma simples questão de organização racional das coisas e das pessoas. E por que isso não acontece? Bem, isso já acontece de forma perfeitamente razoável em diversas sociedades do planeta, e se algumas ainda não chegaram a essa etapa de prosperidade e de bem-estar razoáveis, não há nenhum, repito, não existem nenhum obstáculo técnico ou econômico a que isso acontece também com as sociedades mais miseráveis do planeta. Com educação e boa governança tudo é possível, e se algumas sociedades ainda não o conseguiram – como o próprio Brasil, por exemplo – é por incapacidade das suas elites, má educação do povo em geral, falta de visão de quem é eleito com o voto dos sem visão, justamente. Mas tudo isso é corrigível, certo?
É exatamente por isto que eu insisto, todo ano, regularmente, idealmente, talvez ingenuamente, nas minhas previsões imprevisíveis, ou seja, coisas que deveriam acontecer, mas que, por artes do demônio, insistem em não acontecer. As razões? Bem, eu tenho as minhas e elas estão em parte expostas acima, mas vocês podem vestir a carapuça nos seus personagens favoritos e ficamos acertados assim: para alguns, os culpados de sempre são os perversos capitalistas, a burguesia egoísta, os mercados erráticos e imprevisíveis (que precisam ser corrigidos por burocratas governamentais), os políticos de direita (curiosamente aliados aos de esquerda, atualmente, vocês já repararam?), o neoliberalismo, o conservadorismo, os poluidores, enfim, toda aquela gama de inimigos habituais e irrecuperáveis da humanidade; para outros, serão justamente os representantes das opiniões, posturas e políticas inversas a essas proclamadas pelos amigos da igualdade, justiça e fraternidade.
Cada um, portanto, fique com a sua explicação; eu me contentarei apenas, como sempre faço de modo totalmente incompetente, em proclamar minhas previsões anuais imprevidentes, a serem conferidas ao final do período que nos espera (com vários imponderáveis e muitas outras certezas que vocês busquem nas dicas de astrólogos). Eu não ofereço garantias, nem faço apostas – embora pudesse, com base naquelas regras de senso comum dos bookmakers ingleses –, apenas me contento em tripudiar sobre a nossa inacreditável capacidade de sempre adiar as soluções mais óbvias e mais simples, em troca do mais complicado, equivocado e prejudicial exercício de insistência no que não deu certo. Com isso, começo agora.

1) O Brasil já é o “país do futuro” ou apenas um país que pode ter algum futuro, dependendo de quem estiver no comando de suas principais políticas?
Minha previsão, como já disse alguém, é a de que não só não sabemos o futuro que nos espera, como também que o passado nos é totalmente desconhecido, uma vez que ele está mudando todos os dias. Cada vez mais, nossos dirigentes vão se esquecer de planejar nossos desafios à frente, e continuar procurando ajustar o passado, para que ele se encaixe em suas convicções confortáveis sobre o belo país que pretendiam fazer, no passado distante, e que foi obstado pela sanha de todos aqueles malvados anti-povo, anti-democracia, anti-igualdade, anti-justiça, etc. Talvez desenterrem mais alguns cadáveres, e tratem de punir aqueles que os puniram, no passado, justamente por planejar um futuro de escravidão, sofrimentos humanos, ditadura. Esqueceram uma das lições de um desses homenageados recentes, supostamente por ter libertado um povo da escravidão: “vamos surpreendê-los, sendo tolerantes e generosos”. Parece que tolerância e generosidade não são traços do presente, e provavelmente nem do futuro.

2) Nossa inflação é convergente com a média mundial, e está cada vez mais sendo reduzida a patamares aceitáveis para países normais de economia de mercado.
Deve ser por algum acidente infeliz, não cooperação da natureza, complô dos especuladores e atravessadores, que a média inflacionaria tem insistido em ficar acima da meta nos últimos oito anos, insistindo em bater no teto por alguma tendência malévola dos mercados livres, onde os capitalistas e intermediários insistem em fixar preços acima do que seria justo e esperado. Certamente nossos dirigentes estão conscientes desses obstáculos e desafios, e vão continuar insistindo em baixar os preços, colocando limites às tarifas públicas, reduzindo impostos setorialmente, estimulando o crédito para aumentar a demanda, enfim, fazendo todas aquelas coisas boas que bons keynesianos sabem fazer para conduzir a economia de mercado a uma trajetória compatível com a vontade política de quem nos comanda.

3) As desigualdades estão se reduzindo dramaticamente e dentro em pouco todo mundo vai ser de classe média (média), sobrando pouca gente nos estratos inferiores da sociedade.
Ainda bem: é insuportável viver numa sociedade com tantos pedintes nas ruas, tantos delinquentes de ocasião, tantos bandidos aguardando seu lugar na fila para assaltar caixas eletrônicos, tantos andrajosos sujando a cidade, quando turistas começam a vir para cá para ver nossas maiores realizações em termos de aeroportos, metrôs, estádios, hotéis, restaurantes, trânsito fácil e transportes públicos praticamente de graça, segurança impecável e burocracia eficiente. Com mais algumas centenas de concursos públicos, um terço da população vai estar trabalhando no setor mais bem pago da economia, aquele justamente que apresenta alta produtividade, e garante um futuro tranquilo para todos os membros da corporação. Nada compensa mais do que ser um país majoritariamente de classe média, todos satisfeitos com os padrões atuais.

4) O crescimento econômico atingiu um patamar de estabilidade conhecido por poucos países no planeta, com uma linha tendencial apontando para o limite do PIB potencial, que é justamente o nível da produtividade total de fatores no país.
Países menos organizados que o nosso conhecem aqueles indicadores em dentes de serra, ou seja, para cima e para baixo, gerando toda uma instabilidade nos resultados em função de uma dependência malsã em mercados voláteis e manipulados. Graças à correta administração de todos os vetores de produção, dos principais insumos e de regras muito claras e detalhadas para o gerenciamento da mão-de-obra, por exemplo – inclusive com a constitucionalização dos empregados domésticos – o Brasil está próximo da perfeição na boa governança das políticas macroeconômicas e setoriais, o que traz previsibilidade aos empreendedores e trabalhadores: todos sabem o futuro que os espera, e podem se preparar para ele (em alguns casos, décadas à frente).

5) A autossuficiência em petróleo e os recursos do pré-sal vão garantir um futuro brilhante para o país, faltando apenas mais duas estatais: uma para o etanol, outra para o biodiesel.
Pior coisa que pode acontecer são essas altas e baixas nos preços dos combustíveis, e bem fazem as autoridades do setor em manter estáveis os preços na bomba. Seria preciso aumentar apenas a oferta de combustíveis alternativos, o que o setor privado tem se revelado incapaz de fazer, cabendo então ao preclaro governo um passo à frente para realizar grandes investimentos no setor. Nada que algumas leis – que o Congresso prontamente aprovará – não possam corrigir em tempo hábil, colocando o Brasil à frente de qualquer outro país na sua matriz limpa, eficiente, sustentável.

6) As relações raciais caminham enfim para a paz de todas as cores, sobretudo agora que os afrodescendentes são maioria e podem se beneficiar de uma miríade de políticas de ação afirmativa que vão determinar, realmente, quem são os grandes criadores da cultura nacional, os que mais contribuíram para fazer do Brasil o país que ele é hoje.
Mais um pouco, até loiros de olhos azuis poderão se declarar afrodescendentes (o que aliás já ocorre), com o que o país terá alcançado uma situação de justiça social poucas vezes vista neste planeta tão injusto e desigual, embora também marcado por um mosaico de povos com suas religiões particularistas (e várias teologias associadas). As cotas raciais vão certamente acompanhar as novas realidades demográficas, com o que a maioria da população será contemplada por medidas especiais, alcançando-se, assim, uma maioria de beneficiados com programas de inclusão (poucos serão os que ficarem de fora, e esses já são privilegiados e não precisam da assistência governamental em matéria de felicidade redistributiva).

7) O agronegócio já é vitorioso, por isso o essencial das políticas públicas nessa área será dirigido para os agricultores sem terra, pequenos produtores não competitivos em situação de mercado, cooperativas de aprendizes, quilombolas em fase de reciclagem e índios desejosos de sair do neolítico para a era dos tablets.
O governo já gasta a maior parte das verbas com programas de assistência à agricultura familiar, que é onde está o futuro do Brasil, como todos sabem e aceitam. O agronegócio tem condições de buscar no mercado a solução para os seus problemas, inclusive endemias e epizootias, crédito e seguro rurais, logística e acordos comerciais. Um imposto sobre as exportações de commodities agrícolas será criado para financiar aquelas medidas prioritárias, com o que esse setor menos competitivo chegará enfim perto da perfeição do que já é o Bolsa Família, que tem um quarto da população inscrita nas suas listas. País rico é país com pequenos agricultores ricos, e para isso, o Estado é indispensável para corrigir as desigualdades atualmente existentes.

8) Os empresários reclamam com razão do ambiente de negócios. O governo vai justamente criar um novo ministério do empreendedorismo, para facilitar a vida de todos aqueles que não querem ser funcionários públicos ou empregados de alguém. O ambiente vai melhorar radicalmente.
O problema, hoje, é que os empresários precisam ser atendidos numa enorme variedade de serviços públicos, nos três níveis da federação, para poder começar a trabalhar nos seus negócios. O governo vai reduzir a multiplicidade de janelas, criando apenas um grande guichê informatizado para acelerar a inovação e o gênio privado. O empresário necessitará apenas dirigir os seus pleitos online, e o novo ministério terá como função responder as suas dúvidas em 24 horas. Testes estão sendo feitos e um novo concurso público será prontamente organizado para começar os serviços.

9) O déficit orçamentário e a dívida pública serão problemas equacionados em pouco tempo, com novos princípios de contabilidade pública que passam a corrigir automaticamente os desequilíbrios existentes numa área com saldos favoráveis em outras esferas. Esta será a função da “Secretaria dos Vasos Comunicantes”.
Como nessas experiências de laboratórios infantis, o governo também terá o seus superávit primário – e o nome se aplica – imediatamente preenchido, abrindo-se a válvula correspondente da drenagem de recursos obtidos na sociedade por todos os escaninhos governamentais. O Congresso prometeu colaborar na montagem desse novo mecanismo de equilíbrio imediato das receitas e despesas públicas.

10) O Mercosul e a diplomacia Sul-Sul estão finalmente produzindo seus melhores resultados, como consequência de dez anos de insistência governamental nessa via estratégica para as relações internacionais do Brasil.
Como não podia deixar de ser, nenhum país é uma ilha, e o fato de o Brasil estar no hemisfério sul determina, naturalmente, os cenários prioritários para a atuação de nossa gloriosa diplomacia, sempre previdente e sempre orientada para os terrenos de maior retorno potencial. A sábia orientação dessa política, devidamente confirmada em foros relevantes das nossas relações exteriores (como Ibas, Brics e o próprio Mercosul), já provou que esse é o caminho de nossa crescente afirmação mundial: os emergentes são os que mais crescem no planeta e devem contribuir para mudar a relação de forças no mundo, por meio de uma nova geografia comercial. É preciso persistência, e até mesmo insistência, com grande vontade política a sustentar esse curso de ação, para que os bons resultados apareçam no futuro próximo. Persistir nessa linha pragmática.

Paulo Roberto de Almeida, Hartford, 14 de dezembro de 2013.


PRAlmeida na revista Sociologia e Politica - uma excelente revista academica

Recebi um pedido para me recadastrar no novo sistema da Scielo para revistas científicas e aproveitei para verificar o que tinha de meu na Sociologia e Política.
Recomendo uma visita.
Paulo Roberto de Almeida

Revista de Sociologia e Política
Print ISSN 0104-4478
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 Almeida, Paulo Roberto de. Brasileiros na Guerra Civil Espanhola: combatentes na luta contra o fascismo. Rev. Sociol. Polit., Jun 1999, no.12, p.35-66. ISSN 0104-4478


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 Almeida, Paulo Roberto de. A política internacional do Partido dos Trabalhadores: da fundação à diplomacia do governo Lula. Rev. Sociol. Polit., Jun 2003, no.20, p.87-102. ISSN 0104-4478

Argentina restringe importacao de veiculos; medida afeta gravemente oBrasil

O governo brasileiro vai, obviamente, negociar, como tem feito nos últimos dez anos, sempre negociando com los hermanos, que são, obviamente também, parceiros preferenciais, aliados estratégicos, amigos do peito e sócios queridíssimos nesse maravilhoso empreendimento que se chama Mercosul.
Ufa! Ainda bem! Imaginem se eles não fossem tudo isso, o ruim que seria para o Brasil.
O governo vai negociar. Fiquem tranquilos!
Aliás, como lembra o "randiano" John Galt em seu comentário, quem começou a brincadeira foi o Brasil, no seu acordo automotivo com o México: enquanto produzia saldos favoráveis ao Brasil, era ótimo. Bastou começar a fazer déficits (por culpa exclusiva do Brasil), foi denunciado  como desfavorável pelos protecionistas da área e pelo MDIC e unilateralmente modificado para ser "equilibrado"; a Argentina faz a mesma coisa com o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida 
A decisão do governo da Argentina de limitar em até 27,5% as importações de automóveis e veículos comerciais leves, anunciada anteontem, pode ter um grande impacto sobre a indústria automobilística brasileira e a balança comercial do país. Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil exportou US$ 5 bilhões em automóveis de passageiros. Desse total, 87% (US$ 4,4 bilhões) foram para a Argentina. Na quinta-feira, a ministra argentina da Indústria, Debora Giorgi, comunicou ao setor automotivo do país que eles terão de reduzir entre 20% e 27,5% as importações no primeiro trimestre de 2014, em relação ao mesmo período deste ano. Montadoras que exportam o mesmo valor que importam não teriam que reduzir compras externas, enquanto as deficitárias e as importadoras estariam incluídas na nova restrição.
 A medida seria uma maneira de estancar a sangria de reservas internacionais da Argentina, que caíram 21% apenas neste ano. O Ministério do Desenvolvimento afirma que não foi informado oficialmente da medida e não vai comentar. Dentro do governo brasileiro, que foi surpreendido pela medida, espera-se que seja possível negociar com os argentinos. A iniciativa da ministra é vista pelo governo brasileiro como uma medida de política industrial equivocada, uma tentativa de fazer indústrias de autopeças se instalar na Argentina –com poucas chances de funcionar. E também um sintoma da enorme preocupação com a queda no nível de reservas.
Analistas acreditam que a restrição deve atingir mais os veículos de maior valor, importados principalmente da União Europeia e do Japão, e menos os carros pequenos e médios que vêm do Brasil. Mas, como 67% dos veículos importados pela Argentina vêm do Brasil (em valor), uma redução será inevitável, afirmam especialistas. ”Toda intervenção estatal desse tipo é muito prejudicial, e o setor automotivo é uma das poucas cadeias de produção estabelecidas na região”, diz Welber Barral, sócio da consultoria Barral M Jorge.

Il Principe, la Principessa (Macchiavelli) - libro di Adriano Sofri

IL PRINCIPE e LA PRINCIPESSA

ADRIANO PROSPERI

La Repubblica , 13/12/2013

In questo centenario machiavelliano ci sono molti incontri d' occasione con l' autore del Principe: quello di Adriano Sofri è un incontro necessitato. Il suo caso è diverso da quelli degli studiosi e delle istituzioni che accordano alle scadenze secolare i loro piani. Quasi di furia, nei luoghi e nei mesi d' estate che Machiavelli dedicò alla febbrile stesura del Principe, a poca distanza da lui Adriano Sofri ha scritto questo libro ( Machiavelli, Tupac e la Principessa, Sellerio). Uno dei suoi, inconfondibile, con un ordine sostanziale nell' apparente disordine di un pensiero liberamente divagante: un confronto, un bilancio, quasi un dialogo, ma non pacifico né distaccato, una risposta a quella lettera di Niccolò a Francesco Vettori del 10 dicembre 1513, qui riportata in appendice insieme a una bibliografia aggiornata, esauriente (vi manca solo l' edizione del Principe a cura di Gennaro Sasso che la Treccani ha accuratamente pubblicato per dimenticarsela poi nei suoi magazzini). Quella lettera è il campione più celebre delle tante altre lettere machiavelliane di negozie di relazioni di un uomo che amava stare tra i pericoli e la fatica e al pensiero di starsene a palazzo rispondeva (nel 1509): «Io non sarei quivi buono a nulla e morrèvi disperato». Anche Adriano Sofri ha scelto di stare tra i pericoli e la fatica lasciandosi alle spalle giovanissimo l' allora tranquillo e garantito sentiero degli studi: che erano cominciati non a caso proprio da Machiavelli, il tema della sua prima prova quando diciottenne entrò alla Scuola Normale come apprendista storico. Quel che poi gli accadde è noto: e così, "post res perditas", il dialogo mai interrotto con Machiavelli ha preso forma di libro in un' estate trascorsa nella sua casa a due passi dall' Albergaccio. Ci si accostaa questo libro comea ogni altro di Adriano Sofri: con grande curiosità, sapendo che sarà un' occasione da non perdere, ricca delle tante cose che lui conosce per lunga esperienza di vicende e di persone, ma anche per una sua curiosità di lettore onnivoro e una raffinata cultura libresca - quasi come diceva di sé Machiavelli nella dedica del Principe: «lunga esperienza delle cose moderne e una continua lezione delle antiche». Questo dialogo con Machiavelli pone fin dall' inizio la condizione fondamentale: intendere con precisione quello che ha detto. Per esempio, il significato che aveva per lui la parola Fortuna. Era uomo di piccola fortuna, nota Adriano Sofri: nacque povero e imparò più presto a stentare che a godere. Entrò al servizio dello stato fiorentinoa 29 anni, dalla porta di servizio, vi esercitò compiti minori, ne fu estromesso brutalmente al primo cambio di regime. La Fortuna la immaginava come una donna, - nuda, bellissima, inafferrabile come quella raffigurata qui in copertina. L' appello celebre del capitolo XXV incita a un corpo a corpo con la Fortuna. Uno stupro, dice Sofri: che intanto puntualizza qualcosa su cui in genere si sorvola, abbagliati dall' invito petrarchesco alla lotta tra virtù e furore. Alla fortuna Machiavelli assegnava il controllo sulla maggioranza delle azioni nostre, lasciando all' arbitrio una parte minore ma quasi uguale - così almeno nella pagina più tonificante del Principe. Ma quando Machiavelli ragiona della realtà effettuale sua e di altri le azioni del libero arbitrio crollano. La Fortuna, ci ricorda, ha in mano una carta decisiva in mano: la morte. Contro la Fortuna il duca Valentino aveva preparato argini robusti: ma quando muore Alessandro VI, di peste, ecco che il figlio si ammala anche lui nel momento decisivo dell' elezione del nuovo papa e tutto è perduto. Anche per Machiavelli venne la perdita di tutto e a stento salvò la vita. E la prova fu dura, tanto da richiedergli di dare a se stesso prima che ad altri la misura di sé, del suo valore nell' arte dello stato. Ecco perché nacque quell' opuscolo, secondo Sofri. Ci sono eredi di quella Fortuna nella letteratura italiana, dominata dalla Provvidenza manzoniana? Sì, una, risponde Sofri: la Natura di Leopardi, la gigantessa impassibile che dà la morte all' islandese delle Operette morali. Ma intanto c' era stata anche una donna in carne e ossa, una donna di potere che alla fortuna teneva testa e aveva la stoffa per diventare una possibile incarnazione del Principe: era Caterina Sforza, la signora di Forlì che ai nemici che la ricattavano con la vita dei suoi figli mostrò dall' alto della rocca quali fossero gli attributi con cui poteva farsene altri di figli. Machiavelli l' aveva incontrata, ma non concepiva una principessa come liberatrice d' Italia. Lasciamo ai lettori di scoprire chi fosse Tupac e perché entra in questa storia. Ma dobbiamo almeno segnalare la parte in cui entra la politica, quella reale di allora e quella di oggi: qui è come se Machiavelli leggesse noi prestandoci le sue parole e imponendoci di paragonare il suo orizzonte col nostro: ci si chiede per esempio cosa significhi oggi il ritorno ai princìpi, per l' Italia con la sua Costituzione e per il Vaticano col suo papa Francesco,o se sia vero che la macchina umana è sempre la stessa e cosa è accaduto quando si è cercato di modellare l' uomo - per esempio col tentativo su larga scala di Pol Pot. Questa parte è un andirivieni tra l' allora e l' oggi, un bilancio che fa emergere la disperazione di una politica che non ha più campo, può solo nascondere dietro alti paraventi l' orizzonte vero, la realtà di una globalizzazione che ci espropria dei poteri territoriali e tradizionali: una politica che non è e non può essere ridotta a scienza e nemmeno ad arte perché di mezzo c' è sempre la scelta di chi governa (la famiglia o lo stato) e resta sempre l' imprevedibile possibilità che la bomba venga fatta esplodere. Contraddizioni terribili, che davanti all' anonimato delle potenze globali delle finanze fanno rinascere l' appello alla sovranità nazionale anche da parte di chi ieri esaltava l' internazionalismo proletario. Si pensi allo scenario delle guerre e dei genocidi, oggi visibili da tutti dallo schermo di casa propria, per cui nessuno può dire che non sapeva e non immaginava, come accadde con Auschwitz. E intanto, la natura, quella leopardiana così simile alla fortuna, è stata dominata, stuprata: ma questa vittoria minaccia di essere l' ultima sconfitta e la fine dell' umanità. Una fra le tante domande inquiete e inquietanti di un libro vivo, vivissimo.
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Brasil-Franca: grandes negocios, grandes entendimentos - Le Monde

Hollande et Rousseff multiplient les signes de bonne entente au Brésil

Le Monde.fr | | Par
Le président français François Hollande et son homologue brésilienne Dilma Rousseff, le 13 décembre à Sao Paulo.
Brasilia, São Paulo (envoyés spéciaux)

L'entreprise de séduction aura été de courte durée. Moins de trente heures après son arrivée à Brasilia, le président François Hollande est reparti vendredi 13 décembre, en fin de matinée, de São Paulo pour la Guyane française où il doit rester jusqu'à samedi soir. Une visite brève, mais soutenue, marquée par d'importants retards et quelques malaises (un soldat de la garde brésilienne et deux journalistes), et presque autant de blagues et d'allusions potaches à la Coupe du monde, distillées entre une poignée de signatures de contrats et d'accords d'investissements.

Sept ministres et une cinquantaine de chefs d'entreprises ont pris part à ce voyage présidentiel au Brésil. « Une des visites d'Etat les plus importantes pour mon gouvernement », a tenu à souligner, au terme de ce déplacement, Dilma Rousseff, présente aux côtés de son homologue français dans la capitale brésilienne et dans la mégapole économique du pays.
En forme et visiblement détendu malgré une semaine internationale chargée et une quarantaine d'heures de vol accumulées en quatre jours, M. Hollande est venu rappeler qu'il entendait impulser une nouvelle dynamique au partenariat stratégique mis en place par les deux pays en 2006. « Je veux lui redonner toute sa force », a-t-il dit, soulignant que cette forme de coopération avait permis notamment de boucler d'importants contrats militaires pour la livraison de 50 hélicoptères et la fabrication de cinq sous-marins au sud de Rio de Janeiro. « Malgré la crise et une croissance en baisse, a-t-il ajouté, nos échanges commerciaux n'ont cessé de progresser pour doubler en dix ans. Aujourd'hui, nous avons de grandes ambitions pour doubler encore ces échanges dans les prochaines années. »
SIGNATURE DE CONTRATS

Plusieurs contrats, déjà connus avant la visite, ont été signés sous l'œil des caméras : l'engagement du groupe Total dans le consortium qui a remporté l'appel d'offre du gigantesque champ pétrolier offshore de Libra, la fourniture d'un satellite de défense et de télécommunications brésilien à usage civil et militaire par les groupes Arianespace et Thales Alenia Space (coentreprise franco-italienne), la participation de Bull à la création d'un supercalculateur sur le sol brésilien, ainsi qu'un contrat de 1,25 milliard d'euros d'Areva pour la construction d'un troisième réacteur à la centrale d'Angra 3, située entre Rio et São Paulo.
Deux accords ont également été paraphés vendredi entre la France et l'Etat de São Paulo, dont l'un avec la région Ile-de-France. Le premier prévoit un investissement de 300 millions d'euros de l'Agence française de développement (AFD) pour la construction d'une ligne de métro entre l'aéroport de São Paulo et le centre ville. « Je pense qu'il faut faire ce métro rapidement », a plaisanté M. Hollande, dont l'arrivée à São Paulo la veille, depuis Brasilia, avait été retardée par d'importants embouteillages après sa descente d'avion.
L'autre accord, venant de São Paulo, engagerait « un investissement important » pour la construction d'un centre d'affaires près de l'aéroport de Roissy-Charles de Gaulle, au nord de Paris. « Un projet créateur de près de 2 000 emplois », a précisé M. Hollande devant des entrepreneurs français et brésiliens au siège de la puissante Fédération des industries de l'Etat de São Paulo (Fiesp). « Avec ces deux accords s'ouvre un nouveau chapitre des relations avec la France », s'est félicité le gouverneur de l'Etat, Geraldo Alckmin, qui a invité le président français à assister aux cérémonies d'ouverture de la Coupe du monde de football, qui se dérouleront à São Paulo.
La balle a été reprise au bond par Dilma Rousseff, qui a insisté sur l'importance d'échanges « de qualité et plus équilibrés » avec la France. « Ceux-ci pourraient être encore plus élevés et offrir de nouveaux champs économiques », a-t-elle affirmé, insistant dans le même temps sur la troisième place qu'occupe l'Hexagone sur l'échelle des pays investissant au Brésil. Une manière de rappeler la place prépondérante qu'occupe la France avec ses 600 entreprises implantées localement, tout en soulignant le rôle désormais incontournable que représente le géant d'Amérique latine pour l'économie française. « Autrefois pays ‘émergent', inégalitaire et hésitant, a glissé François Hollande, ce pays est devenu un pays ‘émergé' - une catégorie unique - une des rares grandes puissances qui aient opéré une redistribution de ses richesses tout en possédant suffisamment de réserves de changes internationales (376 milliards) pour prémunir de toute crise. »
BONNE ENTENTE

Selon plusieurs sources diplomatiques françaises à Brasilia et São Paulo, cette visite est survenue à un moment opportun. Les avions de combats Mirage 2000 utilisés par l'armée brésilienne arrivent en bout de course à la fin de l'année. Un échéancier qui a permis aux équipes de François Hollande d'évoquer à nouveau et « sans brusquer » la qualité du dossier de l'avion Rafale à leurs interlocuteurs brésiliens. Dans ce contexte, on comprend que tout fut fait, de part et d'autre, pour éviter d'aborder publiquement des sujets sur lesquels les deux pays partagent des visions différentes. Cela aurait pu être le cas à propos de l'intervention française en Centrafrique. En privé, M. Hollande s'est félicité du « silence » observé par Mme Rousseff, qui avait désapprouvé l'intervention française au Mali.
La réunion en comité restreint entre Mme Rousseff et M. Hollande a également fait émerger des points de convergences au sujet d'une éventuelle feuille de route en vue d'un accord de libre échange avec le Mercosur et l'Union européenne. Les deux blocs doivent se faire parvenir jusqu'à la fin 2013 des propositions afin d'éliminer progressivement les barrières douanières. « Un jour peut-être, si la relation entre le Mercosur et l'Union européenne suit son chemin, nous ne parlerons plus qu'en euro », s'est enthousiasmé le président français qui, comme il le fait chaque fois qu'ils se trouve à l'étranger face à des entrepreneurs et des hommes d'affaires, s'est évertué à rassurer d'éventuels investisseurs sur sa politique économique :
« La France remet en ordre ses finances. Je regarde avec admiration le taux d'endettement public du Brésil, 30 %... On n'y sera pas demain en France, mais nous devons y travailler car c'est un élément de souveraineté. Nous devons continuer à réduire nos déficits, donc à réduire la dépense publiques à la réorienter, mieux l'affecter, mieux la déployer. Nous devons avoir un système fiscal qui soit le plus efficace, le plus simple, et qui évite d'inquiéter ou de frapper les mêmes par des impôts qui ne sont pas toujours les plus modernes. Et puis, enfin, il faut faire le choix de l'investissement. »
Autre signe de bonne entente, M. Hollande a affirmé sa reconnaissance à la présidente brésilienne « pour l'accord que nous avons pu trouver pour la lutte contre l'orpaillage clandestin ». Jeudi matin, les députés brésiliens avaient adopté un projet de loi destiné à combattre ceux que l'on appelle ici les garimperos. Un texte voté par les députés français en 2008 et qui était bloqué jusqu'à présent par les élus de l'Amapa, l'Etat limitrophe de la Guyane. Une fois adopté par le Sénat brésilien, la loi permettra d'harmoniser les administrations et les juridictions des deux côtés de la frontière, un préalable à l'inauguration officielle du pont de l'Oyapock.
Plus tard dans la journée, le ministre délégué chargé de l'agroalimentaire, Guillaume Garot, a annoncé que le Brésil venait de lever l'embargo sur le roquefort. Depuis 2010, ce fromage avait été interdit de vente. « Il nous a fallu deux ans de bataille pour lever cet l'embargo. C'est chose faite. Le ministre brésilien de l'agriculture (Antonio Andrade) a donné son accord », s'est réjoui M. Garot. Cette autorisation laisse augurer « un nouvel élan » dans les relations agricoles et agroalimentaires entre la France et le Brésil, a souligné un communiqué du ministère de l'agriculture.
Avant de monter dans l'avion présidentiel en direction de Cayenne, François Hollande a d'ailleurs conclu devant les entrepreneurs rassemblés à São Paulo que l'agriculture était un domaine où les deux pays « possèdent une production très forte » et qu'il fallait « accepter la concurrence comme dans le secteur de la volaille ». Et d'ajouter, dans un balancement rhétorique qui lui est cher : « Une concurrence mais avec dialogue et coopération ».
Thomas Wieder
Journaliste au Monde

O Brasil a caminho de um longo periodo de estagnacao - Claudio Frischtak

Aliás, não está a caminho, já está no processo, e não deve sair antes de algum tempo, pois governos irresponsáveis só empreendem reformas em situações de crise, que certamente vai vir, mas não de forma imediata.
Outros países estagnaram durante décadas, como a Inglaterra pré-Thatcher, por exemplo, ou Argentina, que ainda está em estagnação e em decadência profunda, há pelo menos 80 anos...
Paulo Roberto de Almeida

SEM REFORMAS, UM LONGO PERÍODO DE ESTAGNAÇÃO!
Cláudio Frischtak*
Folha de S.Paulo, 07/12/2013

Neste ano a participação da indústria de transformação no PIB deverá mais uma vez declinar e, pela primeira vez desde a década de 1950, se situar abaixo de 13% --neste último trimestre estava pouco acima desse patamar. Esse movimento segue um padrão observado em outros países.  Porém, no caso do Brasil, algo está fora do lugar. De modo mais geral, ao relacionar a relevância da indústria de transformação com a renda per capita, o país é um ponto "fora da curva", ou seja, para um país de renda média a indústria deveria ocupar um espaço significativamente maior. 
            A explicação se resume numa palavra: competitividade. Esta vem sendo subtraída por custos sistêmicos elevados --o exemplo da infraestrutura vem imediatamente à tona; taxa de investimento em capital físico e intelectual insuficiente e baixa produtividade e elevados custos unitários do trabalho.  Esses fatores limitam a capacidade de a indústria competir e restringem seu crescimento. A produtividade é a chave e, no longo prazo. E, nesse sentido, a nossa fragilidade é evidente. Não apenas a produtividade fatorial total avança pouco e assim contribui marginalmente para o crescimento da economia (menos do que 1% ao ano nas duas últimas décadas) como, na indústria de transformação, a produtividade medida pelo valor agregado por pessoa ocupada ficou praticamente estagnada entre 1995 e 2010.
           Essa situação corrosiva se tornou recentemente ainda mais adversa: desde o último trimestre de 2010, não apenas o custo de trabalho vem subindo como a produtividade faz o caminho inverso --o que possivelmente explica a perda acelerada de tecido industrial em 2011-12.  Não à toa, somente 7% das empresas em sondagem recente da CNI se declararam mais produtivas do que seus pares internacionais.  O país necessita encarar um fato singelo: ficamos para trás em relação aos nossos competidores e, a menos de um programa sério e crível de reformas, a indústria estará fadada a um longo período de estagnação.

* Doutor em economia pela Universidade Stanford e presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios

Uniceub: programa de mestrado e doutorado em Direito bem avaliado (estou dentro...)

Recebo, do meu "chefe" no programa de pós-graduação em Direito do Uniceub, ao qual estou associado como professor do quadro docente, a seguinte mensagem, que pode ser considerada uma excelente notícia.
No que depender de minha produção, a nota 6 já está garantida...
Desculpem a modéstia.
Paulo Roberto de Almeida 

Prezados colegas,

Cumprimentando-os, faço referência aos resultados da avaliação trienal da Capes, relativa ao período 2010-2012.

O programa tinha a nota 5 no Mestrado e 4 no Doutorado.

Nesta nova avaliação, a nota do Doutorado foi elevada para 5, consolidando o programa como um dos melhores do país, a frente de várias escolas tradicionais de direito.

Agradeço imensamente o esforço de todos para atingir estes resultados.

O objetivo agora é fortalecer o conceito 5 e disputar o conceito 6. Para tanto, é preciso consolidar o Programa de Mestrado e Doutorado do UNICEUB como um nicho de excelência nacional de produção e inovação no conhecimento, de internacionalização do curso e de influência na formação de professores de alta qualidade em nível nacional. Todos são essenciais neste processo.

Por fim, gostaria de desejar a todos um ótimo ano novo, repleto de alegria, amor, saúde e paz,

Cordialmente,

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Marcelo D. Varella
www.marcelodvarella.org

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