terça-feira, 15 de julho de 2014

Bretton Woods e o Brasil (1): algumas descobertas recentes - Kurt Schuler (Center for Financial Stability)

Retomando algumas pesquisas com vistas a escrever um artigo sobre os 70 anos de Bretton Woods e as relações das "duas irmãs" com o Brasil (mais pelo lado do FMI do que do BIRD) encontrei alguns materiais interessantes, que me permito postar aqui, para conhecimento de todos os interessados, pesquisadores, estudantes, néofitos, curiosos, interessandos em geral.
Talvez fosse o caso de, inicialmente, lembrar aqui os dois capítulos que escrevi sobre a temática, em meu livro:

Relações internacionais e política externa do Brasil : a diplomacia brasileira no contexto da globalização 
 Rio de Janeiro: LTC, 2012; 332p.; 24 cm; ISBN: 978-85-216-2001-3
Eles são, respectivamente:
  5. Diplomacia financeira: o Brasil e o FMI, de 1944 a 2011 (p. 125-149)
  6. As crises financeiras internacionais e o Brasil, desde 1928 (p. 150-169)
Maiores informações sobre o livro, as seções dos capítulos, e acesso a estas duas tabelas: 
Quadro 5.1: Brasil: histórico do relacionamento com o FMI, 1944-2011 
Quadro 5.2: Brasil: acordos formais estabelecidos com o FMI, 1958-2010 

Remeto, em primeiro lugar, ao site do Center for Financial Stability, que tem muitos materiais relativos a Bretton Woods, a começar por este aqui, relativo ao Brasil, e que remete a artigos no Valor Econômico, justamente sobre o trabalho do CFS, que já linko aqui, e transcreverei em post subsequente: http://www.valor.com.br/cultura/2957198/bretton-woods-sem-censura

Bretton Woods and Brazil

The Brazilian business magazine Valor econômico has published two articles about The Bretton Woods Transcripts:
Bretton Woods sem censura” (Bretton Woods uncensored)
Bretton Woods, Keynes e a utopia da cooperação” (Bretton Woods, Keynes, and the utopia of cooperation)
In a future post I will publish the e-mail interview in English that was one of the bases of the articles. Readers who are interested in the articles but do not know Portuguese can get a rough idea of the contents by using Google Translate.
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About Kurt Schuler

Kurt Schuler, co-editor of The Bretton Woods Transcripts, is Senior Fellow of Financial History at the Center for Financial Stability and an economist in the Office of International Affairs at the United States Department of the Treasury.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Fukuyama: 25 anos de Fim da Historia, e a democracia liberal de mercado ainda nao foi superada...

...e nem será dentro de em breve, pelo menos não enquanto alguns grandes atores -- Rússia, China -- e outros menores -- ditaduras atrasadas em alguns pontos do Sul, caudilhos ridículos na América Latina -- não se converterem plenamente às formas liberais de governança, o que só quer dizer uma coisa: democracias de mercado.
Mesmo que seus atuais ditadores não queiram, o processo vai acabar se impondo, pela força das demandas de seus próprios povos. Isso é inevitável e só depende do tempo e da educação política dos setores médios nesses países.
Permito-me relembrar que escrevi um texto, aos 20 anos da tese de Fukuyama, cuja referência e link aqui seguem:

O “Fim da História”, de Fukuyama, vinte anos depois: o que ficou?, por Paulo Roberto de Almeida, in: Meridiano 47, n.114, janeiro de 2010

Por enquanto fiquem com esta entrevista concedida por ele à Deutsche Welle, que me foi enviada por um leitor habitual deste blog.
Paulo Roberto de Almeida

HISTÓRIA

"Ainda tenho razão", afirma Francis Fukuyama, filósofo do "fim da história"

Cientista político americano, autor de "O fim da história", vê democracia liberal como ápice da evolução sociocultural. Em entrevista à DW, defende a teoria lançada há 25 anos e rebate noção de uma nova Guerra Fria.
Em 1989, o cientista político e economista americano Francis Fukuyama publicava seu famoso artigoO fim da história? na revista The National Interest. Nele, argumentava que a difusão mundial das democracias liberais e do livre capitalismo de mercado possivelmente sinalizavam o fim da evolução sociocultural da humanidade. Três anos mais tarde, ele publicaria o livro O fim da história e o último homem, onde expandia essas ideias.
Decorrido um quarto de século, os pontos de vista de Fukuyama continuam sendo debatidos e criticados. Em entrevista à DW, o filósofo de 61 anos afirma que tais ataques a seu texto são decorrentes de uma interpretação equivocada, e defende suas teses à luz de eventos geopolíticos recentes.
DW: Em 1989, o senhor publicou seu artigo mais conhecido, O fim da história?. Vinte e cinco anos atrás, numerosos críticos diziam: "Esse cara está errado." O senhor sente que foi mal entendido ou admite agora que estava errado?
Francis Fukuyama: Acho que os maiores problemas têm a ver com um mal entendido. O conceito de "fim da história" era a questão: em que rumo a história aponta? Para o comunismo – que era o ponto-de-vista de muitos intelectuais, antes – ou na direção da democracia liberal? E acho que, neste ponto, ainda estou certo.
História, no sentido filosófico, é realmente o desenvolvimento, ou a evolução – ou modernização – de instituições, e a questão é: nas sociedades mais desenvolvidas do mundo, que tipo de instituições são essas?
Acho que está bem claro que qualquer sociedade que pretenda ser moderna ainda precisa ter uma combinação de instituições políticas democráticas com uma economia de mercado. E eu não acho que a China, a Rússia ou qualquer outro concorrente invalidem esse argumento.
O senhor menciona a China e a Rússia. Eu gostaria de conversar sobre a Ucrânia. Onde o senhor nos vê historicamente nesse momento?
Bem, eu acho que a Rússia não se desenvolveu na direção de uma democracia liberal de verdade, e suas ambições territoriais e geopolíticas não desapareceram. Mas no fim das contas, eu acho que o sistema russo é muito fraco, ele depende completamente de preços altos de energia. Mesmo na Rússia ele não é aceito inteiramente como uma forma legítima de governo. Então não é um real competidor.
Quando o senhor vê o presidente russo, Vladimir Putin, na televisão, e vê o comportamento dele, o senhor o considera um bom exemplo para a sua tese de que reconhecimento é um impulsionador importante da história?
Penso que, de diversas maneiras, é isso. Porque ele e muitos outros russos recorrem a um poço de ressentimentos – de que a Rússia não teve reconhecimento, de que foi considerada fraca, de que os seus interesses não foram respeitados pelos países ocidentais durante a ampliação da Otan, e pelas coisas que aconteceram nas décadas de 1990 e 2000. Assim, eu creio que reconhecimento, para ele, é uma questão.
Putin na TV: movido pela necessidade de reconhecimento?
Os políticos ocidentais, americanos ou europeus, deveriam dar atenção, reconhecimento a Putin?
Acho que é tarde demais para isso. Muitos desses problemas foram baseados em decisões tomadas na década de 90, e é impossível desfazê-las. Eu realmente acredito que é preciso tratar a Rússia como um país sério, com seus interesses nacionais próprios. Eles podem não ser os mesmos que os nossos, mas é preciso, de qualquer forma, começar pelo respeito.
Os acontecimentos na Ucrânia parecem ser o início de uma segunda Guerra Fria. Entretanto, no momento há sinais de que ambos os lados estão cedendo. O senhor diria que essa Guerra Fria está suspensa, por enquanto?
A Guerra Fria foi um fenômeno tão diferente! Era um conflito global, um conflito de ideias e a respeito de dois sistemas políticos muito diferentes. Isso agora é uma batalha para restaurar a dignidade dos russos, sem implicações reais fora das áreas da antiga União Soviética. Então, nesse sentido, não é nem um pouco parecido com a Guerra Fria em si.
No tocante a sistemas e governos que funcionem, qual é a sua visão de seu próprio país, os Estados Unidos?
Eu argumento, num próximo livro, que o sistema político americano se deteriorou em muitos aspectos por ter sido seriamente sequestrado por diversos grupos de interesses poderosos. Muitos dos instrumentos de freio e contrapeso (checks and balances), de que nos orgulhamos, resultaram, na prática, no que eu chamo de "vetocracia", ou seja: grupos demais detêm o poder de barrar decisões. Como resultado, o Congresso ficou paralisado, o que eu considero um grande problema para nós.
As instituições democráticas americanas estão em decadência? O que isso significaria para os EUA, como um todo: eles são uma superpotência em retirada?
Não, não vejo a coisa assim, absolutamente, porque na verdade a economia americana está bem de saúde e é, provavelmente, a mais saudável de todas as grandes economias democráticas. Gás de xisto, Silicon Valley: há muitas fontes de crescimento e inovação. Eu apenas acho que o sistema político não vai bem. Mas a sociedade americana é sempre um pouco mais o setor privado do que o setor público.
Voltando a O fim da história, qual é a sua previsão para os próximos 10 ou 20 anos?
Acho que nós estamos passando por um período difícil, em que tanto a Rússia quanto a China se expandem. Mas estou convencido de que é um fenômeno limitado, que, a longo prazo, só existe uma ideia organizadora importante: a ideia de democracia numa economia de mercado. Portanto, a longo prazo, eu continuo otimista.

Magna Carta faz 800 anos: alguma licao para o Brasil? - Paulo Roberto de Almeida (Estadao)

Publicado hoje, no jornal:


A Magna Carta completa 800 anos: alguma lição para o Brasil?

Paulo Roberto de Almeida
 O Estado de S. Paulo, Opinião, 14/07/2014

Dentro de pouco menos de um ano (mais exatamente em 15 de junho de 2015), a Magna Carta completará 800 anos. Os interessados em conhecer o seu conteúdo, em inglês moderno, podem consultar este link no site dos Arquivos Nacionais americanos: http://www.archives.gov/exhibits/featured_documents/magna_carta/translation.html. Uma explicação contextualizada sobre o seu significado histórico, e sobre a influência que ela teve na formação do constitucionalismo americano e no próprio espírito do povo americano, figura nestes dois outros links da mesma instituição, bastante instrutivos, por sinal: http://www.archives.gov/exhibits/featured_documents/magna_carta/ e http://www.archives.gov/exhibits/featured_documents/magna_carta/legacy.html.
A carta é uma espécie de obrigação formal assumida por um rei substituto com barões ingleses revoltados, mas ela constitui, sem dúvida alguma, a base de todas as liberdades modernas: a do princípio democrático, a do governo pelo consentimento dos governados, a da taxação com representação, a do respeito da propriedade pessoal e a do devido processo legal. “Nenhum homem livre”, se lê num dos parágrafos da carta, “será preso ou destituído de suas posses, ou considerado fora da lei, ou exilado, ou de alguma forma prejudicado... salvo mediante um julgamento legal pelos seus pares ou pela lei do país. A ninguém será negado o direito ou a justiça”. Antes de aporem suas assinaturas, os barões confirmavam que “todos os costumes e liberdades acima citados, que nós garantimos existir neste reino que a nós pertence, têm de ser observados por todos, religiosos ou laicos, e todos devem respeitá-los com respeito a todos os demais.”
Seria interessante, a esse respeito, focar sobre o caso brasileiro para tentar determinar, exatamente, até onde ainda não chegamos, em relação à aplicação plena dos princípios da Carta. Os barões da Inglaterra medieval estavam se revoltando contra um rei ladrão, João Sem Terras, que foi obrigado a assinar o compromisso de consultar seus súditos nos casos especificados na Carta. No nosso caso é um pouco diferente, o que complica as coisas: aqui talvez haja uma conivência entre os barões e os ladrões.
Quando os nossos barões – que por enquanto são só ladrões – se revoltarem contra a prepotência do Estado, contra as exações fiscais do príncipe, contra a falta de representação real no corpo parlamentar, contra as deformações da democracia, contra a corrupção (que eles mesmos patrocinam, ao comprar parlamentares, ao sustentar lobistas, ao subsidiar partidos mafiosos), contra as políticas especiais de puxadinhos e improvisações (que eles mesmos, ademais, pedem ao Estado todo poderoso), quando, enfim, os barões capitalistas conseguirem conduzir uma fronda empresarial contra o Estado, contra os corruptos que eles mesmos colocaram no poder, então, talvez, nos aproximaremos um pouco, pelo menos, dos valores e princípios da Carta de 1215.
Estamos um pouco atrasados, como todos podem constatar. Mas não só nós.
Os franceses também, pois só foram conduzir uma fronda aristocrática depois que os ingleses já tinham decapitado um rei, que abusava justamente de seus poderes. Estes consentiram com o início de um outro reinado, depois de uma breve experiência republicana – um pouco sangrenta, para qualquer padrão –, mas resolveram tirar esse mesmo rei, desta vez pacificamente, depois que ele resolveu ser tão arbitrário quanto o decapitado, pretendendo retomar os antigos hábitos absolutistas da sua família. Os ingleses, então, “importaram” uma nova dinastia do continente, aprovaram um Bill of Rights que limitava sensivelmente – na verdade podava totalmente – os poderes do novo soberano, e desde então vivem pacificamente com os seus soberanos de teatro (mais para comedia dell'arte do que tragédias shakespeareanas). Em todo caso, eles são a mais velha democracia do mundo, em funcionamento contínuo desde 1688.
Foram seguidos mais tarde, ainda que no formato republicano, mas absorvendo todas as bondades da Magna Carta e do Bill of Rights, pelos seus expatriados da Nova Inglaterra e das demais colônias, que se revoltaram justamente quando os ingleses, ou melhor, o seu rei empreendeu uma tosquia muito forte nos rendimentos dos colonos, decidindo aumentar as taxas sobre o chá e cobrar outros impostos. Ah, os impostos...
A fronda dos americanos foi uma revolução, como eles a chamam, mas com isso criaram a primeira democracia moderna da história, e que se mantém até hoje, com a mesma constituição original e algumas poucas emendas. Enquanto isso, os franceses estavam guilhotinando o seu rei, para construir um poder ainda centralizado e opressor.
Não se pode, obviamente comparar a constituição americana com nenhuma das nossas sete cartas constitucionais – com dois ou três grandes remendos no curso de nossa história autoritária – e as dezenas, quase uma centena, de emendas à mais recente (talvez não a última) carta, tratando dos assuntos mais prosaicos. Tem uma que regula trabalho de domésticas: alguma outra constituição abriga algo tão bizarro? Nada contra trabalhadores domésticos, mas não creio que eles devam figurar numa constituição.
Enfim, os nossos barões, que também são extorquidos pelos príncipes que nos governam, não parecem ter muita disposição para mudar o cenário, menos ainda para decapitar algum soberano. Talvez devessem: quando a carga fiscal passar de 40%, por exemplo, quem sabe eles resolvem fazer a sua fronda empresarial? Afinal de contas estamos falando de dois quintos da riqueza produzida pela sociedade que é apropriada pelo Estado, o que representa duas derramas coloniais: pela metade disso, Tiradentes e seus amigos se revoltaram contra a prepotência da coroa. Libertas quae sera tamen?

Paulo Roberto de Almeida

Economia politica do futebol: a Lei do Passe (extinta com a Lei Pele) era como uma patente

Ou seja, ela dava direitos monopólicos ao clube durante certo tempo, o que o estimulava a investir no jogador. Sua eliminação pela Lei Pelé, a pretexto de "libertar" os jogadores da "ditadura" dos clubes, diminuiu o incentivo para sua formação.
O mesmo ocorre no mercado de trabalho com a formação de recursos humanos -- tanto no setor privado quanto no público -- e sua "exploração" ulterior: se esses recursos podem ser roubados facilmente por outras empresas, por head hunters, diminui o interesse das empresas em investir muito no seu próprio pessoal, preferindo ir à caça no mercado por mão-de-obra já formada, oferecendo um pouco mais de salário, mas não tendo de investir muito na preparação.
De fato, hoje, pelas deficiências da escolarização e do ensino, as empresas são obrigadas a treinar o seu pessoal, o que elas fazem de forma mínima, pois eles podem partir para outras empresas depois.
Algo similar ocorreria com a imposição de salários iguais para as mulheres em relação aos homens, por parte do poder público "contra" os empregadores privados: em vista do diferencial de produtividade entre homens e mulheres, o mercado, ou seja, as empresas vão descontar esse fator empregando menos mulheres, o que seria uma pensa.
É o que se chama lei das consequências involuntárias, válida no caso dos craques também, objeto deste artigo do economista Samuel Pessoa.
Paulo Roberto de Almeida

LEI PELÉ REDUZIU MUITO O ESTÍMULO DOS CLUBES EM FORMAR JOGADORES!
Samuel Pessôa*
Folha de S.Paulo, 13/07/2014

A capacidade do futebol brasileiro de gerar talentos reduziu-se muito.  Penso que a Lei Pelé reduziu muito o estímulo dos clubes em formar jogadores. O fim da Lei de Passe faz com que o ganho que um clube tem em formar um jogador fora de série seja muito menor que no passado. A Lei do Passe funcionava da mesma forma que uma patente. O custo de desenvolver uma nova tecnologia é muito elevado. Se o custo de imitação for muito baixo, ninguém irá investir em pesquisa e desenvolvimento. A patente garante poder de monopólio por alguns anos, suficientes para que a empresa recupere o investimento.
            No futebol a Lei do Passe funcionava como esse monopólio. No caso da formação de jogadores de futebol, o desenvolvimento da tecnologia está associado ao processo de "achar" o craque e de desenvolver sua potencialidade. Achar o craque é mais difícil do que parece. O problema é que o craque não sabe que é craque, o olheiro não sabe e o técnico da escolinha não sabe. É impossível saber. Ser craque significa a pessoa ter um conjunto de características. Se uma delas falha, não temos mais o craque.
            O talento é importante, mas não é a única característica. É necessário, por exemplo, ter uma rápida capacidade de recuperação. Candidatos a craque, como Pedrinho, ex-Vasco e Palmeiras, não se desenvolvem, pois se contundem com frequência e têm recuperação muito lenta. Simplesmente não conseguem desenvolver o potencial, pois estão o tempo todo de molho.  Ou seja, em uma escolinha de um clube de futebol há vários candidatos a Neymar que não vingam. E simplesmente não temos uma tecnologia que diga quem vingará e quem não vingará.
            O clube tem que investir em centenas de candidatos a Neymar para produzir um Neymar. Assim, quando acha um Neymar, tem que ser remunerado não somente pelo custo de formação do Neymar mas também pelo custo de formação da centena que não vingou.  Esse é o problema. A Lei do Passe, com todos os seus problemas, era uma forma de abordar essa questão. Precisamos encontrar um substituto para a Lei do Passe. Aparentemente a legislação atual não estimula suficientemente o esforço de formação.

* Formado em física e doutor em economia pela USP, é pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

Derivativos toxicos: quem disse que os bancos escapariam impunes?

Os contestadores de movimentos como Occupy Wall Street achavam que os dirigentes dos EUA tinham uma conivencia criminosa com os banqueiros de Wall Street, que seriam too big too jail. Não é bem assim, como demonstram essas multas bilionárias, que não os isentam de processos penais. 
A Justiça nos EUA costuma ser rigorosa e de realmente cumprir as leis. 
Já em certos países...
Paulo Roberto de Almeida 
EE UU sanciona a Citigroup por el empaquetado de hipotecas tóxicas

Citigroup se lame la herida. El tercer grupo financiero de EE UU cerró un acuerdo con el Departamento de Justicia por el que le abonará 4.000 millones de dólares en efectivo por el empaquetado de deuda de hipotecas "tóxicas". Es suficiente para comerse prácticamente todo el beneficio trimestral. El pacto se completa con 2.500 millones destinados a los consumidores, 200 millones para compensar a la agencia que garantiza los depósitos y 300 millones para zanjar las investigaciones abiertas por los estados.

El acuerdo definitivo se anunció una hora antes de que presentararesultados del segundo trimestre y apareció en las cuentas en forma de unas cargas de 3.800 millones de dólares. Los 7.000 millones en los que se valora el total de la reprimenda se quedan lejos de los 12.000 millones que reclamaba el departamento de Eric Holder, una exigencia que casi hizo descarrilar el proceso de negociación y por el que el banco de Michael Corbat arriesgó con ir a juicio.

Holder insiste en que el monto del castigo se corresponde con el daño causado por una conducta que calificó de "falsa y fraudulenta". Es más, el equivalente estadounidense al ministro de Justicia insistió en que este arreglo con el banco no absuelve a ningún empleado, por lo que deja abierta la puerta a una acción por la vía penal. Pero los fiscales han tenido hasta la fecha muy complicado probar que hubo una intención de cometer relamente un fraude.

JPMorgan Chase ya resolvió un expediente similar el pasado noviembre. El fiscal general les acusaba de haber vendido a los inversores paquetes estructurados con deuda hipotecaria de baja calidad. Es uno de los productos financieros detrás de la pasada crisis financiera, la peor desde la Gran Depresión. El banco de Jamie Dimon tuvo que pagar 13.000 millones. Bank of America está en proceso de negocia un castigo que puede ser incluso mayor.

“La conducta del banco fue execrable”, afirma el titular de Justicia en la nota con el anuncio, en la que señala que Citigroup admitió durante la negociación que engañó a los inversores ofreciendo como sanos "productos financieros tóxicos". Para el conglomerado financiero, el pacto le permite dejar atrás el legado de la crisis. “Creemos que va en el mejor interés para los inversores, porque nos permite ahora centrarnos en el futuro y no en el pasado”, señala Corbat.

Aunque este tipo de sanciones no están diseñadas para tumbar a un gran banco sistémico como Citigroup, si le hacen daño a su balance. El grupo financiero con sede en Nueva York cerró el segundo trimestre con un beneficio neto de 181 millones de dólares por las cargas asociadas a la factura legal. Hace un año ganó 4.200 millones. En cuanto a la cifra de negocio, la redujo ligeramente a los 19.300 millones la pasada primavera.

Corbat debe convencer ahora a los inversores de que el banco está bien colocado para sacar tajada de la recuperación. El ejecutivo asegura que el negocio del banco “se mostró resistente ante un clima económico desequilibrado”. También explicó que sigue adelante con el proceso para reducir costes operativos, simplificando productos y procedimiento. También dejó claro que el cuantioso pacto con Justifica no afectará a la posición de su balance.


Copa do Mundo: encerramento comecou com grosseria, terminou com cara feia...

Enfim, nada que não possa ter resposta nas eleições de outubro, por parte não só da elite branca, mas de todos os brasileiros, que não gostam de tratar mal visitantes estrangeiros.
Quem tem medo de vaia se esconde, deve ser isso...
Paulo Roberto de Almeida 

Maquiavel

Dilma constrange convidados ao não assistir à festa de encerramento

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Fifa Joseph Blatter assistem à cerimônia de encerramento da Copa do Mundo no Maracanã

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Fifa Joseph Blatter assistem à cerimônia de encerramento da Copa do Mundo no Maracanã (AFP)

A presidente Dilma Rousseff não assistiu à cerimônia de encerramento da Copa do Mundo no estádio do Maracanã. Na tribuna, estavam sozinhos – e constrangidos – convidados como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel. A ausência de Dilma provocou mal-estar entre dirigentes da Fifa e demais autoridades presentes à tribuna. Vários deles comentavam em voz baixa que se tratava de uma grosseria. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, deixou claro seu desconforto com a ausência de Dilma. Mais cedo, a presidente almoçou com nove autoridades no Palácio Guanabara. Mesmo tentando se preservar e dispensando a cerimônia de encerramento, Dilma irá ao Maracanã acompanhar a final entre Alemanha e Argentina. E promete entregar a taça ao time campeão. Resta saber se a presença de Dilma não irá provocar novas vaias.

Leia também: Governo detecta piora do humor do eleitor após queda da Seleção

(Com Estadão Conteúdo)

 

A cara de Dilma diz tudo, não é mesmo? Mais: faltou elegância!

DILMA CARA FEIA

Um close na cara de Dilma entregando a taça ao capitão alemão, Philipp Lahm, diz tudo. E olhem que a foto não tem som, não é mesmo? Presidente se comportou mal também quando a Alemanha fez o gol. Angela Merkel, claro, levantou-se entusiasmada. E olhem que ela não é, assim, o retrato da animação tropical. Dilma permaneceu sentada, com os braços cruzados. Foi ridículo. Deveria ter se levantado imediatamente para aplaudir. Se, em algum momento, fez isso, não sei. Enquanto Merkel vibrava, a presidente brasileira ficou lá, com ar desenxabido.

Economia brasileira: a crise industrial se aprofunda

Apenas a manchete, para não precisar afundar no pessimismo.
Parece que no brejo já caímos.
Só o agronegócio nos impede de nos precipitarmos no precipício, com perdão da redundância...
Paulo Roberto de Almeida

Economia

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...