segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A politica brasileira ficou inerentemente corrupta...

...e o governo dos companheiros ainda a converteu em desavergonhadamente, indecentemente, geneticamente corrupta, muito mais corrupta do que ocorreria naturalmente pelos instintos dos políticos.
Isso por uma razão muito simples; políticos em geral são pessoas que sabem mentir, isso a pretexto de fazerem o bem: promete-se bondades que sabem que jamais serão cumpridas, emprego, aumento de salário, casas, etc. Nisso eles recebem contribuições de empresas, de lobistas, de sindicatos, porque precisam desses recursos para se eleger, e cuidar dos seus próprios instrumentos para adquirir fortuna pessoal, prestígio político, e novos sucessos eleitorais.
O PT introduziu uma dimensão nova nesse jogo: a da organização política. Antes a corrupção era um empreendimento individual, em escala artesanal, ou manufatureira, se ouso dizer.
Agora a corrupção se tornou em um empreendimento gigantesco, escala industrial e de grande corporação. Isso não impede a continuidade das outras formas de corrupção, que seguem seus próprios canais.
Sendo uma associação mafiosa, o PT elevou a corrupção a uma escala inimaginável na história brasileira. Nunca Antes na história do Brasil tínhamos tido uma máfia tomando o Brasil de assalto, e mais ainda, querendo tornar isso permanente, pelos instintos bolcheviques e totalitários que eles têm.
Se o Brasil não se livrar da máfia agora, não vai conseguir, não digo eliminar, mas controlar diminuir as outras formas de corrupção, que vão continuar existindo, pois isso é uma forma "normal" do jogo político.
Paulo Roberto de Almeida 
Sempre que Gilberto Carvalho fala, o mundo, o Brasil em particular e, muito especialmente, a política se tornam menos pudorosos, menos decentes, menos inteligentes e inteligíveis, menos sensatos, menos honrados. É impressionante a capacidade que este senhor, que é secretário-geral da Presidência, tem de penetrar no terreno do grotesco, do absurdo e do asqueroso. Neste domingo, algum figurão do Planalto tinha de vir a público para tentar dar uma resposta às graves acusações que Paulo Roberto Costa, o engenheiro da Petrobras que está preso, fez em depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Ora, para tarefa tão espinhosa, só mesmo alguém da, digamos, estatura de Carvalho.
Segundo Paulo Roberto, as empreiteiras que faziam negócios com a Petrobras pagavam uma comissão a um grupo de políticos que incluía três governadores de Estado, seis senadores, um ministro, um ex-ministro, 25 deputados e o tesoureiro de um partido. É o petrolão. O esquema fraudulento funcionou nos oito anos do governo Lula — que, afirma Paulo Roberto, sempre soube de tudo — e estava a pleno vapor na gestão Dilma, até ser desbaratado pela Polícia Federal. A denúncia atinge em cheio três partidos: PP, PMDB e, muito especialmente, o PT.
A candidata Dilma Rousseff falou sobre o assunto — o que deixo para outro post. Carvalho se manifestou, reitero, como a voz do governo. E não viu mal nenhum em falar uma penca de barbaridades, que indicam o buraco no qual o país pode estar a se meter caso Dilma Rousseff seja reeleita.
Gilberto Carvalho, acreditem, para escândalo da lógica, do bom senso e da vergonha na cara, disse o seguinte: “Enquanto houver financiamento empresarial de campanha, e as campanhas tornarem-se o momento de muita gente ganhar dinheiro e de se mobilizarem muitos recursos, eu quero dizer: não há quem controle a corrupção enquanto houver esse sistema eleitoral. Isso é com todos os partidos. Não há, infelizmente, nenhuma exceção”. O que Carvalho está dizendo é o seguinte: “Nós, do PT, somos corruptos, sim, mas todos são”.
Ora, o que o financiamento privado de campanha tem a ver com o antro em que se transformou a Petrobras? Digamos que o dinheiro do estado financiasse os partidos. Será que a empresa estaria protegida contra larápios? A resposta, obviamente, é “não”. Ao contrário: no dia em que o financiamento privado for proibido, aumentará o volume de caixa dois nas campanhas, e as estatais estarão ainda mais sujeitas ao assalto.
Para lembrar: a lista dos que receberiam propina do Petrolão inclui, entre outros, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB). Paulo Roberto acusa ainda Edison Lobão, atual ministro das Minas e Energia, e atinge o coração do Congresso: estão no rol o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). PT, PMDB e PP seriam os três beneficiários do esquema, que teria também como contemplados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados  João Pizzolatti (PP-SC) e Candido Vaccarezza (SP), além de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.
Carvalho tentou, adicionalmente, desqualificar a acusação, como se tudo não passasse de uma tramoia da oposição. Até parece que Paulo Roberto Costa procurou a sede do PSDB para fazer sua denúncia. Errado! Ele já gravou 42 horas de depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público.
Um dos principais ministros de Dilma, vejam vocês, quer aproveitar mais um escândalo que pega em cheio o PT como pretexto para fazer uma reforma política que privilegiaria o seu partido e ainda elevaria exponencialmente o volume de caixa dois nas campanhas, o que deixaria as estatais ainda mais sujeitas à sanha dos companheiros.
Texto publicado originalmente às 4h19

A frase da semana: patriotismo e dedicacao ao pais

A frase da semana, a propósito das formas corretas de patriotismo:

Não existe forma maior de patriotismo do que ser um crítico implacável do próprio país, saber que é praticamente impossível consertá-lo durante o período da própria vida e mesmo assim não pensar em nenhum momento em desistir de devotar sua vida a serví-lo.

Rafael Pavão,
Grupo de Estudos Lobos da Capital
Brasília

Across the Empire (11): de Portland, OR a Tacoma, WA, pelo Pacífico


Crossing the Empire, 2014 (11)
De Portland, OR a Tacoma, WA, pelo Pacífico

Paulo Roberto de Almeida
Postado no blog Diplomatizzando (8/09/2014; link: )

            Domingo, 7 de setembro, foi um dia inteiramente dedicado a uma nova etapa da viagem: saímos de Portland, Oregon, em direção a Tacoma, no estado de Washington, o mais setentrional e ocidental nos EUA, no canto superior esquerdo (não contando o Alaska), em face da Colúmbia Britânica, do Canadá, onde fica Vancouver, nossa etapa seguinte. Em vez de seguir diretamente, pela autoestrada 5, decidimos ir pela costa do Pacífico, e hoje foi verdadeiramente o dia em que acabamos de viajar em direção ao ocidente, parando no Pacífico. Literalmente, banhei minhas mãos nas águas do Pacífico, tendo viajado desde Portland para a costa via estradas 26 e 6, através de uma floresta estatal enorme, milhões de pés de pinheiro, provavelmente replantados.
            Ao subir a costa norte do Pacífico, pela estrada 101– que já conhecíamos de largos trechos na Califórnia –, paramos numa cidade chamada Garibaldi, mas que provavelmente não tem nada a ver com o próprio, a não ser alguma homenagem singela ao libertador italiano por alguns precoces habitantes oriundi. Foi lá que fiz a única foto da viagem, reproduzindo a fachada do museu marítimo. A escultura em bronze do pátio fronteiro não tem nada a ver com Garibaldi, e sim com o explorador John Gray, quem primeiro devassou as costas do Oregon.

            Depois disso, almoçamos num excelente restaurante perto dali: Pirate’s Cove. Comi um sole com amêndoas, e Carmen Lícia um halibut empanado, com fritas, e eu com salada verde. Para acompanhar, dois pinots do Oregon, eu um branco, Carmen Lícia um tinto. No resto da viagem foram apenas paradas para descanso e para reabastecimento. Chegamos a Tacoma, no estado de Washington, cerca de 21hs, para descansar num Holiday Inn. Amanhã passeios na cidade e depois vamos para Seattle.
            Paulo Roberto de Almeida
            Tacoma, 8 de setembro de 2014

Amazon Brasil em funcionamento: descobri livros meus, com precos interessantes...

Avisado por um amigo, fui verificar: de fato, lá estava um dos meus livros, oferecido, ao que parece, a preços inferiores aos de uma concorrente. Procurando pelo nome em http://www.amazon.com.br/, acabei achando outros...
Neste link.
Paulo Roberto de Almeida
(PS.: Desculpem a desordem do arranjo abaixo: copiar e colar nunca funciona muito bem com colunas pré-formatadas...).

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Os Primeiros Anos Do Século XXI por Paulo Roberto de Almeida (7 Nov 2005)


O Brasil e o Multilateralismo Econômico por Paulo Roberto de Almeida

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A Grande Mudança por Paulo Roberto de Almeida (1 Jan 2003)

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Relações Internacionais E Politica Externa Do Brasil [Português] [Capa comum]

Paulo Roberto de Almeida
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O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos por Paulo Roberto Almeida e Pedro Paulo Palazzo de Almeida (8 Set 2013)

 

Powers and Principles: International Leadership in a Shrinking World por Michael Schiffer, David Shorr, Suzanne Nossel e Nikolas Gvosdev (31 Dez 2008)

A pergunta de dois milhoes de dolares: como demitir a si mesm@???!!!

Primeiro as notícias: 
(da coluna diária do jornalista Políbio Braga)

Dilma diz que quer ver "provas concretas" antes de decidir se demite seu ministro de Minas e Energia

A presidente Dilma Rousseff reafirmou, neste domingo que aguardará informações oficiais dos órgãos de investigação sobre o teor do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, para só então decidir se demite o ministro Edison Lobão.
. A presidente diz que não há informação do que ele foi acusado:

- A revista “Veja”, que deu essa matéria, ela mesma diz, e depois toda a imprensa diz que o depoimento foi criptografado e colocado num cofre. Eu gostaria muito de ter acesso a essas informações de forma oficial. Eu preciso dos dados que digam respeito, ou que tenham alguma interferência no meu governo. Enquanto não me derem os dados oficialmente, não tenho como tomar uma providência. Ao ter os dados, eu tomarei todas as providências cabíveis, tomarei todas as medidas, inclusive se tiver de tomar medidas mais fortes.
. Dilma está sendo apenas esperta, porque o caso não atinge apenas seu ministro das Minas e Energia, mas parlamentares e governadores da sua base aliada, inclusive o tesoureiro do seu Partido, o PT, João Carlos Vaccari. 
. O caso só está começando. 
 

Aécio avisa que Dilma "sempre soube de tudo sobre as propinas na Petrobrás".

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, cobrou uma manifestação mais contundente da presidente Dilma Rousseff sobre a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que denunciou um esquema de propinas envolvendo políticos do PT e da base do governo na Câmara e no Senado em obras da Petrobras. Aécio voltou a chamar o episódio de "mensalão dois".
. Aécio vem subindo o tom e poderá usar o tema no seu programa de terça-feira:
- Não dá para a presidente Dilma dizer que não sabia o que vinha acontecendo. A marca mais perversa do governo do PT é o aparelhamento do Estado. Eles têm um plano para se perpetuar no poder, causando situações como esta da Petrobras.


Agora a pergunta:
Havendo provas, @ chefe do Executivo deveria demitir todos os envolvidos, certo?
Isso implica demitir a si mesm@?
A questão é apenas filosófica...
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 7 de setembro de 2014

Banco Central bolivariano? - Selva Brasilis

Apenas transcrevendo os propósitos de um economista indignado, como eu, com a atitude do Banco Central.

Então, qualquer político, qualquer sindicalista, qualquer industrial pode acusar o Banco Central e seus diretores de estarem a serviço dos banqueiros, de serem apenas um instrumento dócil nas mãos do tal de capitalismo financeiro internacional, e não acontece nada com eles?

E um economista sério, que faz artigos com opiniões fundamentadas sobre as c......s que o Banco Central vem fazendo em termos de política monetária, merece uma denúncia, uma queixa-crime, como se fosse um inimigo do Brasil?

Ridículo, patético, inaceitável.

Paulo Roberto de Almeida 

 

O Ridículo, Covarde e Boçal Bacen Bolivariano

Blog Selva Brasilis, 6/09/2014
Se o Bacen ainda tinha alguma reputação ele acabou de perdê-la ao abrir um processo ridículo contra o economista Alexandre Schwartsman por ter feito críticas a péssima condução da política monetária pelo Bacen. Com esse processo covarde e boçal de intimidação o Bacen joga no lixo uma grande conquista do plano Real, que foi a recuperação do seu nome e reputação. O Bacen se cobre de ignomínia e ridículo ao macaquear a típica reação autoritária dos idiotas bolivarianos.

A Super Mafia, em todos os seus estados (petralhas, claro)

Impressionante o número, e os montantes, dos desvios, das malversações, falcatruas, roubalheiras e todos os tipos de patifarias que a Mafia instalada no poder é capaz de perpetrar. Eles não tinham limites. Está mais do que na hora de escorraçá-los do poder, para que o Brasil possa respirar aliviado.
Paulo Roberto de Almeida 

 Governo e PT perderam a bússola da campanha

• ‘Sobram razões para temor’

Primeira consequência das revelações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal, na tentativa de garantir benefícios previstos na lei de delação premiada extensivos aos familiares: o governo, o PT e a presidente-candidata Dilma Rousseff perderam a bússola no planejamento da campanha a 26 dias da eleição.

Até a manhã de sexta-feira, no Palácio do Planalto e no comando do PT debatia-se uma miríade de táticas regionais para tentar levar Dilma imediatamente a outro patamar nas pesquisas. O objetivo era reduzir a grande diferença (de sete pontos percentuais) que a separa de Marina Silva (PSB) na preferência dos eleitores para a disputa em segundo turno. A vantagem de Marina não é pequena: equivale à soma do eleitorado dos estados do Centro-Oeste, ou seja, 10 milhões de votos.

Mudou tudo, a partir do vazamento de informações sobre as denúncias do ex-diretor da Petrobras contra políticos do PT, PMDB, PP, PR e PTB. Ontem, de passagem por São Paulo, a candidata dissimulou e prometeu tomar “providências cabíveis” no dia em que souber de alguma coisa.

Para o Palácio do Planalto e o comando do PT, a principal dificuldade agora é como conter danos à candidatura de Dilma, porque o caso só tende a crescer às vésperas do pleito(o rito entre a Procuradoria e o Supremo Tribunal Federal obedece a um calendário de 20 dias para formalização de inquérito, coincidindo com a semana da eleição.)

Sobram razões para temor. Entre elas está uma irrefutável linha do tempo: Paulo Roberto Costa ocupou a Diretoria de Abastecimento da Petrobras — em pelo menos duas dezenas de ocasiões, foi presidente interino—, durante os nove anos nos quais Dilma apareceu como a voz de comando na estatal, em sucessivos papéis de ministra das Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração, chefe da Casa Civil de Lula e presidente da República.

O enredo protagonizado por Costa e associados começou no governo Lula, em 2003, quando o chefe da Casa Civil José Dirceu se dedicava à construção da “maior base política do Ocidente”. Sob patrocínio do PP do então deputado José Janene, indiciado no mensalão, ele transformou Abastecimento numa diretoria autônoma, com apoio do então presidente Sérgio Gabrielli, o “embaixador” de Lula na estatal. Depois, Costa passou a representar um condomínio partidário (PT-PMDB-PP-PTB-PR) cujo poder de influência nos negócios da Petrobras se estende do Brasil à África.

A Costa foi entregue, entre outros, o maior empreendimento da empresa, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Durante sete anos (de 2004 a 2012), ele e Gabrielli mantiveram sob sigilo o orçamento de contratação de serviços e equipamentos para essa refinaria, cujos custos subiram nove vezes e até novembro devem somar US$ 20,1 bilhões. Inúmeras vezes o Tribunal de Contas da União pediu planos e estimativas de custos, mas só começou a recebê-los no ano passado. A estatal ocultou até os estudos de viabilidade econômica, técnica e ambiental do empreendimento.

Costa e Gabrielli sempre contaram com respaldo governamental. No Congresso, Costa se tornou conhecido como caso raro de diretor de estatal com bancada própria. Sabe-se, agora, que eram pelo menos 25 parlamentares federais — entre eles, caciques do PMDB e do PT fluminenses. Coincidência ou não, alguns figuraram em episódios investigados na CPI dos Correios — inclusive em manobras com fundos de pensão estatais —, mas, por variadas razões, ficaram à margem do processo do mensalão.

Se é imprevisível a dimensão do impacto das denúncias na disputa presidencial, é certo que a presidente-candidata passa ao centro do alvo dos adversários. Certa, também, é a tendência à rápida difusão do caso pelo interior do país: há 7,3 mil candidatos a uma das vagas disponíveis na Câmara e no Senado, e pelo menos 25 parlamentares federais estão na vitrine, citados por Costa como beneficiários de propinas.

Até ontem, vazaram poucos nomes de políticos. No conjunto, o que já é conhecido sugere algo muito mais amplo do que a listagem de mensaleiros e suas mesadas. Até porque na Petrobras desvios de quantias inferiores a US$ 10 milhões são quase um problema menor, de “assuntos internos”. Trata-se de uma empresa com cerca de cinco mil fornecedores cujos contratos geralmente ascendem a US$ 100 milhões.

O TCU, por exemplo, há quatro anos investiga superfaturamentos a partir de US$ 400 milhões em contratos de obras, equipamentos e serviços da refinaria de Pernambuco.

Os valores manejados por Costa na estatal em benefício do condomínio partidário governista tendem a pontuar com um tom de escândalo a reta final desta campanha eleitoral.
(José Casado - O Gobo)

Propina da Petrobrás inclui governadores e ministro, diz revista

• Em depoimento de delação premiada, ex-diretor Paulo Roberto Costa cita envolvimento de Edison Lobão, Sérgio Cabral, Roseana Sarney e Eduardo Campos; nome de Renan foi antecipado pelo 'Estadão'

- O Estado de S. Paulo

Governadores de três Estados que receberam investimentos da Petrobrás – Eduardo Campos, de Pernambuco, Sérgio Cabral, do Rio, e Roseana Sarney, do Maranhão – foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimentos à Polícia Federal, como supostos beneficiários do esquema de desvios de recursos e lavagem de dinheiro investigado na Operação Lava Jato. O ex-governador e então candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, morreu em um acidente aéreo no dia 13 de agosto, no litoral paulita.

Segundo informa a revista Veja desta semana, também estão na lista de citados por Costa o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além de seis senadores e pelo menos 25 deputados federais. O portalestadão.com.br antecipou, na tarde de sexta-feira, 5, que o ex-diretor havia revelado à PF os nomes de pelo menos 30 parlamentares que teriam recebido dinheiro do esquema. Entre eles, estaria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com a revista, Paulo Roberto Costa também teria mencionado o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados, estariam Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC).
Foram citados ainda pelo ex-diretor da estatal o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que faria a “ponte” do esquema com o partido. O nome de Vaccari já havia aparecido nas investigações da Operação Lava Jato. Ele teria visitado empresas do doleiro Alberto Youssef, a principal engrenagem do esquema investigado na operação da PF.

Nas conversas com a PF, o ex-diretor teria dito que, quando estava na Petrobrás, entre 2004 e 2012, conversou diretamente com o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de assuntos da empresa. Nos bastidores políticos, Costa era apontado como um homem que resolvia problemas.

Segundo a revista, Costa demonstrou “mágoa” em relação à presidente Dilma Rousseff, que foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil na época em que ele atuava na estatal. Isso porque ela ataca abertamente os ex-diretores pegos na investigação, embora tenha sido indiretamente beneficiada pelo esquema. O esquema, diz a revista, teria funcionado até 2012, servindo para garantir a base de apoio político a Dilma no Congresso nos dois primeiros anos de seu mandato. Mas, até o momento, Costa nada disse que incriminasse a presidente.

O conteúdo das conversas com o ex-presidente Lula ainda será detalhado pelo ex-diretor. Da mesma forma, ele ainda vai explicar a participação de cada um dos políticos no esquema.

Nas mais de 40 horas de depoimentos, dados num esquema de delação premiada, Costa tem ajudado os investigadores a mapearem o esquema que se instalou na Petrobrás. Ele confirmou o que já era suspeita: que, para fechar contratos com a estatal, as empresas eram obrigadas a pagar um “pedágio”.

Esses recursos eram “lavados”, com a ajuda de Youssef, e depois utilizados para irrigar a base aliada do governo no Congresso.

Esse esquema teria funcionado, por exemplo, na compra da refinaria de Pasadena (EUA), que causou prejuízo de US$ 792 milhões para a estatal, segundo o Tribunal de Contas da União. Segundo a revista, Costa teria dito que esse negócio também serviu para distribuir recursos a partidos aliados. A compra da refinaria passou a ser investigada por duas CPIs depois que o Estado revelou, em março, que o negócio teve a bênção de Dilma, então presidente do conselho de administração da estatal. Pasadena será tema de depoimento específico. O delegado responsável vai a Curitiba, onde Costa está preso, para ouvi-lo.

A Veja diz que Costa decidiu contar o que sabe porque teme repetir a história do publicitário Marcos Valério. Operador do mensalão, Valério optou pelo silêncio e acabou condenado a quase 40 anos de prisão.

As informações de Costa estão sendo repassadas à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Eles entraram no caso porque as denúncias atingem políticos com direito a foro privilegiado.

Uruguai. Em outra reportagem, a revista relata negócios suspeitos no ramo imobiliário de outro ex-diretor da Petrobrás investigado no caso Pasadena, Nestor Cerveró. O apartamento em que ele viveu durante cinco anos na zona sul do Rio, avaliado em R$ 7,5 milhões, pertence a uma offshore uruguaia que tem como representante no Brasil o advogado Marcelo Oliveira Mello, que seria amigo do ex-diretor.

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