domingo, 12 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: o fim dos embusteiros - Augusto Nunes

E isso foi antes das últimas pesquisas...
PRA

Augusto Nunes, 05/10/2014

OS 35 MILHÕES QUE LEVARAM AÉCIO AO SEGUNDO TURNO CALARAM OS CÚMPLICES DO EMBUSTE FORJADO POR UM GETÚLIO DE PICADEIRO

Aécio Neves começou a cruzar a fronteira do segundo turno no momento em que ignorou o palavrório de marqueteiros poltrões, assumiu o comando da própria campanha, declarou guerra à corrupção impune e se transformou no candidato do Brasil indignado com o clube dos cafajestes no poder. Os 35 milhões de brasileiros que votaram no candidato do PSDB desmontaram o embuste forjado por Lula e seus cúmplices para desfigurar a paisagem eleitoral enfim escancarada pelas urnas.  Confiantes no triunfo da mentira, Dilma e seus devotos estão com cara de Felipão depois daquele jogo contra a Alemanha.
Além do Getúlio Vargas de picadeiro e da protetora de bandidos que finge combater, os 34% obtidos por Aécio derrotaram os blogueiros canalhas, os parteiros de boatos infamantes, os assassinos da honra alheia, os comerciantes da base alugada, os colunistas sabujos, os analistas de araque, os milicianos da esgotosfera e os fabricantes de profecias encomendadas. Ao longo desse duelo com a tribo dos sem-vergonha, o senador mineiro também ministrou uma aula de tenacidade, coragem e altivez aos aliados pusilânimes e eleitores que se vergam a malandragens tramadas por qualquer Maquiavel de chanchada.
Candidatos confrontados com tantos reveses sucessivos costumam sucumbir ao desânimo. Aécio não parou de sonhar com a arrancada improvável ─ e sobreviveu à epidemia de descrença. Depois do índice que alcançou neste 5 de outubro, a credibilidade dos institutos de pesquisa não é superior à de uma bola de cristal. Mas os ibopes da vida são duros na queda, e os videntes de acampamento cigano não se emendam. Logo estarão de volta, prontos para ampliar o acervo de equívocos bisonhos e/ou suspeitíssimos, sempre amplificados com bandas e fanfarras  por jornais e emissoras de televisão.
Quem continuar caindo no conto da pesquisa tem o dever de acreditar que existem duendes, que Dilma é uma sumidade como oradora e que Lula está escrevendo um livro. Anotem: nas usinas de porcentagens, a candidata a mais um mandato vencerá a disputa do segundo turno do primeiro ao último minuto da campanha. Só será derrotada por Aécio no dia da eleição.

Reflexao do dia: para todos os meus amigos petistas (e alguns inimigos tambem)

Estive pensando, cá com os meus botões, como se dizia antigamente, após ver as pesquisas e acompanhar certo movimento de pânico nessas ferramentas de comunicação social, com um aumento exponencial de acusações -- cada uma mais escabrosa que a outra -- contra o candidato de oposição, que caberia fazer um gesto compreensivo, e atencioso, em direção de todos aqueles que veem o seu mundo desmoronar assim de repente, e ficam um pouco desesperados para saber como será o dia seguinte, enfim, qualquer dia seguinte: a própria noite do dia 26, os gestos tresloucados no dia seguinte, as despedidas chorosas no dia 1ro de janeiro de 2015, abandonar toda aquela vida boa de Brasília, aquele dolce far niente bem remunerado, ou até o trabalho frenético para assegurar dias risonhos pela frente, e de repente tudo isso desabar, não mais que de repente, tudo acabar, asi no más, estive pensando em tudo isso, e resolvi consolar os meus amigos petistas.

Calma gente, perder eleições é do jogo, afinal não se pode ganhar sempre, e sempre se pode voltar um dia, não é mesmo.

E pensando bem, até que poderia ser pior, até pior do que perder o emprego e ter de começar a trabalhar de verdade naquela prefeitura do interior. O pessoal pode ter, por exemplo, de devolver todo aquele dinheiro que foi, como diríamos?, subtraído?, desviado?, recuperado?, expropriado?, de certos lugares. Isso sim é que seria duro, não é mesmo?

E tem mais, poderia ser até pior: já pensaram se resolvem colocar os heróis do povo brasileiro na cadeia, de verdade?

Ops, acho que estou me antecipando.

Don't panikiert minha gente! Dias melhores virão...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 11/10/2014

sábado, 11 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: Aecio dispara em pesquisa pos-divulgacao das patifarias petistas

O que será que eles vão fazer? Recrudescer nos golpes baixos ou tentar ganhar novamente terreno com base em comportamento aceitável?
Não sei: agora eles vão revelar sua verdadeira natureza...
Paulo Roberto de Almeida

Revista ISTOÉ Brasil
Política
|  ISTOÉ Online |  11.Out.14 - 17:12 |  Atualizado em 11.Out.14 - 20:02

Falta muito pouco para liquidar a fatura...
Aécio dispara e abre 17 pontos de vantagem sobre Dilma, mostra pesquisa Istoé/Sensus

Primeiro levantamento após divulgação de áudios da Petrobrás mostra que escândalo atingiu em cheio campanha da petista
Mário Simas Filho

Primeira pesquisa ISTOÉ\Sensus realizada depois do primeiro turno da sucessão presidencial mostra o candidato Aécio Neves (PSDB) com 58,8% dos votos válidos e a petista Dilma Rousseff com 41,2%. Uma diferença de 17,6 pontos percentuais. O levantamento feito entre a quarta-feira 7 e a sexta 10 é o primeiro a captar parte dos efeitos provocados pelas revelações feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o detalhamento do esquema de corrupção na estatal. “Além do crescimento da candidatura de Aécio Neves, observa-se um forte aumento na rejeição da presidenta Dilma Rousseff”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Segundo a pesquisa, o índice de eleitores que afirmam não votar em Dilma de forma alguma é de 46,3%. A rejeição de Aécio Neves é de 29,2%. “O tamanho da rejeição à candidatura de Dilma, torna praticamente impossível a reeleição da presidenta”, diz Guedes. A pesquisa também capta, segundo o diretor do Sensus, os apoios políticos que Aécio recebeu durante a semana, entre eles o do PSB, PV e PPS.

As 2000 entrevistas feitas em 24 Estados e 136 municípios mostra que houve uma migração do eleitorado à candidatura tucana mais rápida do que as manifestações oficiais dos líderes políticos. No levantamento sobre o total dos votos, Aécio soma 52,4%, Dilma 36,7% e os indecisos, brancos e nulos são 11%, tudo com margem de erro de 2,2% e índice de confiança de 95%. Nos votos espontâneos, quando nenhum nome é apresentado ao eleitor, Aécio soma 52,1%, Dilma fica 35,4% e os indecisos são 12,6%. “A analise de todos esses dados permite afirmar que onda a favor de Aécio detectada nas duas semanas que antecederam o primeiro turno continua muito forte”, diz Guedes. O tucano, segundo a pesquisa ISTOÉ\Sensus, vence em todas as regiões do País, menos no Nordeste. No PSDB, a espectativa é a de que a diferença a favor de Dilma no Nordeste caia nas próximas pesquisas, principalmente em Pernambuco, na Bahia e no Ceará. Em Pernambuco devido o engajamento da família de Eduardo Campos na campanha, oficializado na manhã do sábado 10. Na Bahia em função da presença mais forte do prefeito de Salvador, ACM Neto, no palanque tucano. E, no Ceará, com a participação do senador eleito Tasso Jereissati.

Além da vantagem regional, Aécio, de acordo com o levantamento, supera Dilma em todas as categorias socioeconômicas, o que, segudo a análise de Guedes, indica que a estratégia petista de apostar na divisão do País entre pobres e ricos não tem dado resultado.

PESQUISA ISTOÉ|Sensus
Realização – Sensus

Registro na Justiça Eleitoral – BR-01076/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – de 07 a 10 de Outubro de 2014
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95%

Os mercenarios do nazi-petismo e o assedio na internet - Paulo Roberto de Almeida


Paulo Roberto de Almeida

O partido dos neobolcheviques totalitários, devidamente orientado por um êmulo de Goebbels, montou, como sabem todos os observadores atentos, um exército de mercenários para atuar no espaço cibernético. Não temos ideias de quantos são (algumas centenas, provavelmente, mas podemos errar por otimismo), quanto ganham, seus nomes verdadeiros ou as instruções precisas que eles recebem (ainda que saibamos quem as expede), mas seu modo de atuação é muito simples: eles vasculham, de modo regular e contínuo, a internet, numa tarefa ao mesmo tempo ofensiva e defensiva.
No plano da defensiva, são aqueles que sempre comentam abaixo das colunas mais frequentadas de jornalistas famosos, inserindo mensagens de “cidadãos comuns” reclamando de um ou outro aspecto da matéria, mas sobretudo defendendo a causa totalitária à qual eles pertencem, e à qual prestam serviço (pago, obviamente, mas tem também os voluntários, os true belivers, os criacionistas políticos que a ela aderem cegamente), e eles já têm respostas prontas, padronizadas, para “desmentir” o colunista neste ou naquele aspecto menos vistoso para os chefes da quadrilha, para os líderes do bando, enfim, para os Stalins Sem Gulag que pululam no partido totalitário. No plano ofensivo, eles aproveitam o mesmo movimento para sempre encontrar um jeito de atacar aqueles que eles acreditam serem (ou que são realmente) seus adversários (que eles tratam como inimigos), sempre também de forma padronizada, trazendo acusações sobre outras patifarias escabrosas sobre algum líder da oposição.
Mas não só isso: eles também ocupam, invadam, se disseminam em todos os veículos de comunicação social, sempre com nomes falsos, identidades construídas, personalidades fabricadas, para fazer o mesmo trabalho sujo, subterrâneo, mentiroso: defender os chefes de gangue e atacar os que não pertencem ao partido totalitário ou que não partilham a sua visão do mundo. Creio que isto é o essencial a ser dito sobre esse exército das sombras, que melhorou bastante os métodos inventados por Josef Goebbels, durante a ascensão e consolidação do partido e do poder nazifascistas, na Alemanha de entre-guerras: mentir, mentir, mentir, sempre atacar os adversários com os piores golpes sujos, intimidar, assediar, ocupar espaços, enfim, fazer aquilo que a história e a literatura já nos demonstraram como possível de ser feito em diversas circunstâncias. Mussolini aprendeu algumas táticas fascistas com Lênin, sim, com Lênin, e Hitler aprendeu com ambos, e com Stalin, como ascender na escala do poder, usando todos os métodos abomináveis que os totalitarismos empregaram para manter o seu poder, com base no terror físico, mas sobretudo na manipulação dos meios de comunicação, sem o que eles não teriam os votos e o apoio das massas.
Tenho enfrentado alguns desses personagens das sombras, em exercícios paralelos de confrontações virtuais que não devem se distinguir de muitas outras em circunstâncias similares. Sabem todos os que seguem o meu site, os meus blogs (em especial o Diplomatizzando) e, mais recentemente (sim, acabei me rendendo a esse instrumento), as minhas postagens no Facebook, que eu tenho opiniões pessoais sobre alguns assuntos que constituem objeto de meus estudos e reflexões: políticas públicas, de maneira geral, relações internacionais e política externa do Brasil em especial, e temas de cultura no sentido lato: livros, viagens, observações sobre a política mundial e quaisquer outros assuntos inteligentes (eu decido o que é, e às vezes não é, mas sempre tem sentido didático o que eu escolho debater). Sempre recebi, no formulário do site ou nas seções apropriadas do blog, mensagens ou comentários sobre minhas postagens, sobre meus artigos, sobre minhas opiniões emitidas nesses veículos. Não faço objeção à maior parte deles, mesmo quando não se conformam a certo padrão de correção ou cortesia, porque sempre acho que podemos aprender com qualquer experiência, mesmo as mais “negativas”, digamos assim. Afinal de contas, o mundo, por mais que não queiramos ser maniqueístas, é sim dividido entre muitos bonzinhos, alguns poucos malvados e uma vasta maioria de indiferentes, alguns ingênuos, outros ignorantes (e que parecem preferir continuar assim), a maior parte preguiçosos, simplesmente.
Pois bem, os mercenários do partido totalitário podem ser enquadrados facilmente na segunda categoria, embora alguns só façam aquilo por dinheiro, mas creio que boa parte está sinceramente motivada pela causa da “igualdade”, da “justiça social”, da correção das “mazelas” da direita e dos reacionários – incidentalmente, creio que todo mundo reparou como esse pessoal se aliou rapidamente aos piores representantes da velha direita reacionária, aos execrados coronéis da velha política – e querem apenas o melhor para o Brasil. A lavagem cerebral – feita durante anos a fio pelos gramscianos da academia, e antes pelas saúvas freireanas que pululam nos dois ciclos anteriores – foi tão bem feita que eles se tornaram criacionistas políticos, fundamentalistas que não aceitam nenhuma outra verdade senão aquela ditada pelo partido neobolchevique. E não adianta apontarmos para os piores atos de corrupção, de malversações, as enormes mentiras e falcatruas ordenadas e executadas pelos apparatchiks e pelos chefes de gangue, eles não vão se convencer: são infensos a qualquer raciocínio lógico, a qualquer evidência documentada de crime político (e até comum, muitos deles), a qualquer argumento sensato sobre o danoso que tem sido para o país suportar tantas mistificações continuadas. Eles não se comovem, e reafirmam os seus propósitos: “ah, sim, isso pode ter acontecido, mas veja aqui o que fizeram os neoliberais, os reacionários, aqueles que querem fazer o Brasil andar para trás”. Tivemos vastos e multiplicados exemplos desse tipo de situação na atual campanha eleitoral, e eu me defronto com esse tipo de atitude a todo momento, várias vezes por dia.
Nem todo esse povo pertence ao exército das sombras do partido totalitário: a maior parte é formada por universitários ingênuos, gente que nasceu ontem, e que acha que sabe tudo sobre o Brasil e o mundo, porque leu meia dúzia de artigos dos ideólogos mais conhecidas desse grupo, e foi educada com base naquela literatura rastaquera que todos sabemos existir na academia brasileira. Eles ainda não viram o mundo, não sabem como trabalha uma empresa, e em grande medida sequer têm uma ideia precisa de como funciona o governo, mas eles têm ideias acabadas sobre tudo e sobre todos, e embora alguns pensem com suas próprias cabeças, nas horas decisivas eles se juntam na defesa da tropa e das táticas selecionadas para promover as suas causas. Eles sabem muito pouco sobre as revoluções russa e chinesa – ou o que sabem foi justamente ditado pela mesma literatura de terceira classe a que estão acostumados – e não se importam muito em que as piores ditaduras totalitárias do século XX (e aqui eu não distingo as cores, se vermelha ou preta) tenham eliminado da face da terra algo como cem milhões de pessoas inocentes (fora das guerras, estou dizendo). A insensibilidade é tamanha que eles não se importam com o que está acontecendo agora mesmo em Cuba ou na Venezuela, e com os sofrimentos impostos a estes e a outros povos por ditadores que partilham das mesmas convicções anticapitalistas e anti-burguesia. O que fazer? Este é o resultado da lavagem cerebral imposta aos nossos jovens desde cedo.
No meu caso, eu fui ganhando, ao longo do tempo, alguns “seguidores” menos desejados, gente que entrava (anonimamente cabe registrar) em meus blogs e postagens para atacar, ofender, denegrir, desmentir, sem contribuir minimamente para o debate em causa – e quando era o caso, eu postaria, mesmo depreciativamente em face de minhas posições – mas apenas para tentar rebaixar um trabalho feito de forma voluntária, inteiramente assumido como missão pessoal, no terreno didático e intelectual, sem qualquer compromisso com movimentos, partidos ou escolas de pensamento. Quem me segue de forma regular sabe do que estou falando, e talvez até conheça alguns desses atacantes, alguns até colegas de carreira (mas sempre anônimos, claro). Enfim, não caberia recapitular aqui todos os episódios de “embates” com os desconhecidos virtuais.
Quem são eles? Não sabemos e provavelmente nunca saberemos. Mas isso não importa muito, assim como pouco importa o que eles têm a dizer. Os personagens de carne e osso não são tão importantes quanto o que eles representam, pois isso desvenda um método, e ajuda a entender como trabalham os totalitários. Se eles podem intimidar, confrontar, rebater, acusar, mentir, desmentir, enfim, fazer tudo o que eles fazem de modo “industrial” – ou seja, em massa – tudo bem. Mas certos veículos, e certas pessoas, pela capacidade eventual que possuem de influenciar opiniões e moldar atitudes, precisam receber um “tratamento especial”. Acredito que eu me enquadro nessa categoria, daí eu ter sido designado para esse seguimento reforçado. Até quando isso vai ocorrer? Eu não sei, e nem mesmo eles sabem, e provavelmente esteja ligado ao calendário eleitoral. Eu me permito dialogar com alguns deles, para tentar aprender um pouco mais sobre a psicologia “dessa gente”, alguns bem intencionados, como disse, muitos outros desempenhando uma tarefa, ainda que ela seja vil e mentirosa.
Pois bem, o que se pode fazer com os mercenários das sombras? Provavelmente nada, apenas se divertir um pouco com eles, e esperar que entrem mais vezes no meu blog, para fazer aquilo que foram instruídos fazer: intimidar, desencorajar, dobrar “adversários” para melhor sustentar a causa totalitária que é a deles. Se estivéssemos na época dos nazistas, um pelotão de milicianos talvez já tivesse sido mandado atrás de mim, com os “remédios” que os fascistas italianos e os nazistas alemães empregavam contra socialistas, comunistas, democratas, judeus e outros “inimigos do povo”: ameaças, eventual violência física, logo mais adiante prisão, campo de concentração, até eliminação. Não estamos nesse cenário, felizmente, mas infelizmente é o que vemos sendo montado em ditaduras amigas do partido totalitário, aqui mesmo ao lado, e com a qual eles nunca se “dessolidarizaram”, mesmo em face das piores violações das liberdades democráticas e dos direitos humanos.
Este é o mundo deles. Obviamente não é o meu mundo, e vou continuar lutando com todas as minhas forças – em meu modesto quilombo de resistência intelectual, como digo sempre – para impedir esses degenerados de alcançarem seus objetivos, que são aqueles mesmos descritos por dissidentes do mundo totalitário, começando por Ignazio Silone, Arthur Koestler – de Darkness at Noon –, Eric Blair – o George Orwell de Animal Farm e 1984 – e tantos outros que lutaram contra o novo monstro totalitário, aqui mesmo no Brasil, em vários países da América Latina e em todos os lugares.
Talvez sejam apenas personagens passageiros que logo deixarão de existir, mas a quem tenho de agradecer, sinceramente, pela oportunidade que me dão de fazer uma nova reflexão sobre o sentido de minha missão auto-assumida, e que me permitiu elaborar estes novos comentários sobre um fenômeno recorrente na internet. Não tenho nada a lhes dizer, a não ser recomendar que continuem lendo o meu blog – na verdade que eles continuem a ler coisas inteligentes – para talvez aprender algumas lições de tolerância, de dignidade, de honestidade intelectual, sempre em defesa de valores democráticos, e de princípios que eu sei que não são os deles: as economias de mercado, a total liberdade nos meios de comunicação, a iniciativa individual, a meritocracia, contra os falsos igualitarismos e o “homem massa”, contra o qual já se revoltava Ortega y Gasset. Talvez eles aprendam um pouco, não necessariamente me lendo, mas lendo a história, e simplesmente observando o mundo real. Eles vão aprender, ainda que tardiamente.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 12 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: Alianca Aecio-Marina e seu impacto na politica externa - Matias Spektor

Acho o artigo, com perdão da expressão, meio pedestre, e de toda forma não tenho nenhum comentário a ele, a não ser que eu sempre estou aqui postando materiais relevantes que apresentem interesse para um debate de nível sobre as eleições, as políticas públicas, de modo geral, e a política externa em particular.
Este artigo não me pareceu particularmente interessante, mas sem ele eu não teria  tomado conhecimento do artigo do chanceler, na mesma FSP, que me tinha passado inteiramente despercebido.
Esse artigo, do atual chanceler, apareceu a vários observadores como uma defesa das palavras da presidente em NY, mas é também um exemplo da diplomacia tradicional do Itamaraty, pois que trata das questões atuais como se estivéssemos ainda em 1945 ou 1963, sem considerar a existência de entes não-estatais que estão à margem de qualquer "diálogo" onusiano.
Paulo Roberto de Almeida

Aliança de Marina e Aécio teria implicações na política externa
Opinião Matias Spektor
Folha de S.Paulo, 10/10/2014

O eventual apoio de Marina a Aécio antes ou depois do segundo turno continua incerto. Se houver acordo, será a primeira aliança produzida sob os auspícios de uma tentativa de convergência programática.

Quais as implicações para a política externa?

A blogosfera aventou esses dias a hipótese de Marina virar chanceler.

O exercício remete ao famoso acordo de 2008 entre um Barack Obama vitorioso e uma Hillary Clinton derrotada, porém dona de vasto capital político e enorme prestígio internacional.

Se Marina tem algum interesse ou chance de ocupar o Itamaraty de Aécio, impossível saber hoje.

Mas quem quer explorar os contornos programáticos concretos de uma eventual aliança entre tucanato e marinismo em política externa ganhará com a leitura de André Lara Resende, "Os Limites do Possível", (Portfolio-Penguin, 2013, R$ 30,90 no eBook).

O autor é renomado economista, mas este não é um livro de economia. Trata-se, ao contrário, da mais importante obra recente sobre as relações internacionais do Brasil contemporâneo –concorde-se com suas teses ou não.

Além de oferecer um diagnóstico próprio do estado do mundo, o autor oferece soluções. Assim como outros tucanos, reitera a preocupação com o processo de globalização: o Brasil se adapta a ela de modo estratégico ou perde o bonde da história.

Porém, o autor lida com o assunto em perspectiva marinista. Mostra por que, a seu ver, o modo de avançar é por meio de novas instâncias de governança supranacional para além dos Estados e de olho nos limites ambientais do planeta.

A chefia do Ministério das Relações Exteriores aderiu à campanha.

Não, não desafiou a bateria de estudos recém-publicados segundo os quais a economia brasileira desmancha por erros internos (e não por circunstâncias externas, como quer a propaganda oficial). Tampouco criticou quem debita na política externa o colapso da balança comercial.

Em texto publicado nesta Folha na quarta (disponível em folha.com/no1528992), o chanceler centrou fogo no tema do uso da força nas relações internacionais.

O artigo é uma defesa, ainda que tardia e redigida em burocratês, do último discurso de Dilma na ONU.

Citam-se dois capítulos e dois artigos da Carta das Nações Unidas, além de uma resolução do Conselho de Segurança. Não é mensagem talhada para o eleitor.

A mensagem, porém, é clara. Diante dos novos desafios impostos pelo Estado Islâmico e pelas novas tecnologias da guerra utilizadas para combatê-lo, basta ao Brasil fazer mais do mesmo.

Na visão plasmada no texto, esses fenômenos não inviabilizam o arcabouço institucional ou normativo herdado de gerações passadas. Não há demanda por soluções novas para problemas novos.

Por isso, conclui o chanceler, "neste caso, renovar, ou pior, inovar não é desejável, nem atenderia às nossas melhores tradições".

A poucos dias da eleição mais competitiva de nossa história recente, trata-se de baita mensagem.

Eleicoes 2014: a ingenuidade, ou a inconsciencia, dos "sustentaveis" - Ricardo Velez-Rodriguez

ELEIÇÕES E VIRGINDADE POLÍTICA
A fundadora do movimento político Rede de Sustentabilidade, Marina Silva



O Movimento Rede de Sustentabilidade pronunciou-se repetindo o erro da Marina Silva nas passadas eleições: não sair do alto do muro, muito pelo contrário... Permanecer num estado de castidade total, sem se contaminar com as práticas políticas dos partidos. A nota da executiva do Movimento, publicada em 10 de Outubro, foi clara nessa indefinição: 

"Ser parte da polarização PT X PSDB é sepultar a luta por uma nova política. É também o sepultamento do projeto original da Rede Sustentabilidade, que nasceu com o propósito maior de estimular a emergência dos sujeitos autorais, dos indivíduos livres e conscientes, que não se dispõem a realizar suas mais legitimas aspirações e interesses no âmbito da velha, estagnada e conservadora política que tanto PT quanto PSDB representam e praticam".

Parte dos seguidores da Marina Silva, que aderiram a essa nota, voltam a praticar o mesmo erro da candidata nas eleições presidenciais de 2010. Como se fosse possível reformular a política sem entrar nela. Ora, o primeiro passo para alguém que se preocupa com a renovação da política, consiste em aderir a uma determinada sigla, ou em fundar um novo partido político, elaborar uma proposta que se contraponha à velha política e tentar atrair eleitores. Não adianta pretender se manter num estado de "virgindade política", como se definir interesses a serem defendidos pela sigla partidária fosse algo ignóbil. 

Na evolução política do Ocidente, sedimentaram-se, no contexto dos estudos sobre a realidade concreta, duas concepções de política. Em primeiro lugar, a tradicional, que foi formulada no século XIII por S. Tomás de Aquino e que é definida assim: "Administração desinteressada da res publica para o bem comum". 

Em segundo lugar, Nicolau Maquiavel, no século XVI, propôs a definição moderna de política, que reza assim: "Luta pelo poder, ou pela distribuição dos seus benefícios, entre Estados ou no interior de um Estado".

Max Weber, o maior estudioso da política ocidental no século XX, se perguntava se seria necessário escolher entre as duas concepções da política, ou se, pelo contrário, seria possível estabelecer um convívio entre as duas. O mestre alemão considerava que seria possível conciliar ambas as formas de entender a política. Só quem entrou na luta pelo poder e pela distribuição dos seus benefícios, conforme o receituário de Maquiavel, habilita-se para, se conquistado o governo, realizar o ideal tradicional da política de servir desinteressadamente aos concidadãos buscando o bem comum. De nada adianta ter idéias muito belas acerca da política, se não conseguirmos entrar nela para modificá-la. Como dizia, em termos um tanto chulos, lá pelos anos vinte do século passado, o general Setembrino de Carvalho, interventor Federal no Rio Grande do Sul para intermediar nas crônicas guerras civis entre pica-paus e maragatos: "político sem mandato é como puta sem cama".

Ora, na atual quadra da política brasileira nestas renhidas eleições, encontramos os dois posicionamentos identificados por Weber. O maquiavélico, ligado ao que os alemães chamam deRealpolitik e o tradicional, formulado por S. Tomás. 

O comportamento petista seria típico da atitude maquiavélica, que poderíamos sintetizar em poucas linhas com as palavras da minha amiga Maria Lúcia Victor Barbosa, que no seu mais recente artigo escreve assim: "No caso do PT, além de se orientar pelo seu marqueteiro que funciona com seu próprio modo de ser e sempre utilizou as seguintes táticas: a mentira, a intimidação, a repetição como mantras de certas ideias como aquelas que denigrem o oponente, a atribuição aos outros dos próprios erros, o incitamento ao ódio entre ricos e pobres e entre negros e brancos, o posicionamento petista como o único capaz de proteger e salvar os pobres e oprimidos. Enfim, petistas são maniqueístas: nós somos os bons, os demais são os ruins" (Maria Lúcia Victor Barbosa, "Deem ovos ao povo" – 10-10-14).

Já o grupo de Marina enquadra-se no contexto da visão tradicional de política, que a idealiza como algo que não pode ser realizado dentro de um determinado partido concreto, mas que será objeto da ação dos puros, que não se contaminaram com a sujeira da política cotidiana. Essa visão puramente ideal, angelical, diríamos, se conduzida aos últimos extremos, desaguará nos Comitês de Salvação Pública da Revolução Francesa, cortando cabeças de dissidentes e oponentes, como aconteceu na França ao longo da Revolução de 1789 e na década do denominado "Terror Jacobino". Cabeças rolaram na tentativa dos Jacobinos de fazer nascer o "homem novo", sem interesses materiais a defender. Consequência do receituário purista: a insegurança e o temor da morte violenta instalaram-se no seio da sociedade e os franceses só conseguiriam ver a paz, guiados pelo líder que os conduziu ao passado: o poder imperial de Napoleão Bonaparte, que instaurou um regime rigorosamente conservador, muito mais centralizador que a antiga monarquia, atualizando a definição de Luís XIV no século XVII: "L´Etat c´ést moi" (Eu sou o Estado), numa nova concepção unipessoal de poder em nome das massas. 

O PT, paradoxalmente, que pretendeu encarnar a nova política, termina, nos seus momentos de grande confronto, acenando com essa visão unipessoal e maniqueísta de que os seguidores de Marina - e ela própria, pelo menos enquanto não se decide pelo apoio a um partido concreto - pretendem ser os porta-vozes. Os "sujeitos autorais", os "indivíduos limpos da velha e estagnada política" parece que só participariam se eles fossem os chamados, sem ter de passar pela luta político-partidária. Como salvadores vindos do céu.

Seria mais salutar para o Brasil, se os cidadãos que se organizaram na Rede de Sustentabilidade tivessem a humildade de se juntarem aos partidos que, nestas eleições, querem se contrapor à práticas nada republicanas de petistas e aliados, que conquistaram o poder em eleições, ao longo dos últimos doze anos, mas que não souberam se abrir a uma visão patriótica, que os levasse a gerir a res publica para o bem comum. Os petistas e os seus aliados só pensaram neles próprios e nos negócios espúrios que lhes garantiriam a hegemonia partidária. É contra isso que Aécio, o seu partido, o PSDB e os partidos que a ele se vincularam, tentam reagir nesta campanha.





Neobolcheviques totalitarios: "O mundo seria melhor sem a imprensa e sem a Justiça"

É isso, em essência, o que diz a candidata do partido totalitário: eles não se conformam em que jornalistas e juízes atuem fora de seu comando. Eles não suportam nem a liberdade de imprensa, nem a independência e autonomia de juízes. Eles gostariam de poder roubar e trapacear em paz. E ainda reivindicam o direito exclusivo de mentir e de falsificar. Por isso, como nazistas que são, é que serão derrotados nas urnas. 
Paulo Roberto de Almeida 

Blog do Orlando Tambosi

SÁBADO, 11 DE OUTUBRO DE 2014

Acuada, Dilma ataca a Justiça.

Cada vez mais parecida com seu criador, o tiranete Lula, Dilma critica a Justiça Federal. Agora só falta descer a lenha na imprensa. Aliás, ela já vetou a participação de jornalistas no primeiro debate, via SBT. Veremos frequentes surtos de autoritarismo nas próximas duas semanas:


Acuada pelos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, delatores da Operação Lava Jato, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) fez duras críticas neste sábado à Justiça Federal de Curitiba, que coordena a investigação do megaesquema de lavagem de dinheiro e desvio de verbas que operou na petrolífera e abasteceu, segundo os depoentes, os cofres do PT, PMDB e do PP. A chefe do Executivo nacional, que nunca se posicionou publicamente sobre o julgamento do mensalão no Supremo alegando estar em exercício do cargo de presidente, abandonou as formalidades como candidata à reeleição e apontou "incorreções" no trabalho do Judiciário. Ela também pediu a "divulgação de todas as provas pela Justiça": "Que se faça uma divulgação ampla, geral e irrestrita", disse.

Nesta semana, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal no Paraná, autorizou a divulgação de parte dos depoimentos dos réus, que não estão sob segredo de Justiça. Os nomes dos políticos beneficiários do esquema foram omitidos, porque sobre esta parte da delação premiada há determinação legal de sigilo. Dilma se mostrou insatisfeita com a negativa do Ministério Público, da Polícia Federal e do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, em repassar por ofício à Presidência cópias dos autos das quais constem a lista da propina e detalhes do funcionamento do esquema.

Sem citar Moro, Dilma fez ressalvas à atuação da Justiça Federal e classificou como “eleitoreiro” o que chamou de “vazamento de informações”. “Eu quero saber todos os envolvidos e não quero vazamentos seletivos. Vazamento seletivo durante campanha eleitoral tem uma característica: é eleitoreiro”, disse Dilma depois de participar de atos de campanha em Contagem (MG). “O que eu acho grave, gravíssimo, é isso não ter o procedimento dentro do ritual que está em vigência. Eu gostaria muito de saber o que o Ministério Público achou da delação premiada, que lá está a maior prova.”

A presidente também cobrou a divulgação de todo o “processo” e a apresentação de “provas”, em mais uma crítica direta ao trabalho da Justiça Federal e do Ministério Público Federal. Segundo a petista, a divulgação de dados dos autos pode comprometer a punição dos envolvidos. Dilma poupou a Polícia Federal, órgão que responde ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT).

“O que eu considero incorreto é que as provas e as denúncias não estão sendo encaminhadas direito nessa fase. Para se divulgar, divulga-se tudo. Nós vamos ver todos os envolvidos para que logo depois da eleição a gente não tenha a surpresa de ver que denunciantes da véspera eleitoral são parte da denúncia [acusados formalmente à Justiça] depois da eleição. Ou não se manipula esse processo e se abre todas as informações, ou se usa com grande prejuízo da democracia brasileira esse processo”, reclamou. “A Polícia Federal não está fazendo vazamento nenhum. É claro que não foi a Polícia Federal. Tem que ter muito cuidado com alguns vazamentos, porque dependendo de como se faz você compromete a prova e a punição.”

Dilma também disse que não demitirá ninguém antes de ter acesso a provas e que ficou numa “situação dificílima” ao ter acesso aos autos negados pela Justiça. Para Dilma, os vídeos dos depoimentos de Costa e Youssef não bastam: “Tudo é segundo consta, como a gente vê na imprensa. Tem de ter prova”. “Eu não vacilo diante de prova e de cara peço explicação mesmo, quando há indício, e começo a olhar”, afirmou. “O presidente tem de ter uma responsabilidade além de investigar e punir quem quer que seja: respeitar um dos direitos constitucionais e fundamentais, o direito da defesa e da justiça. Eu não posso condenar ninguém sem prova e não farei. Eu não tomarei esse tipo de medida demagógica pré-eleitoral. Eu demito quem tem culpa, não posso demitir quem não tem.”

Sem citar nenhum diretor, prometeu cobrar explicações dos que já foram citados. “Não tem nenhum envolvido nomeado na Petrobras. E os que foram nomeados serão chamados a dar explicação”, disse, embora Sérgio Machado, ainda diretor da subsidiária Transpetro, seja suspeito de ter repassado 500.000 reais a Paulo Roberto Costa como propina.

“Se é verdade que o MP no uso das suas atribuições legais recorreu à delação premiada, se é verdade que a delação premiada foi assinada, ela só vai ser assinada e reconhecida se as pessoas que denunciam mostrarem provas. A delação premiada tem provas o que é crucial para qualquer investigação. O que se quer numa investigação? Só fazer a denúncia púbica? Não. Você quer fazer a denúncia pública e além disso punir. Se faz a investigação, aí não se pune e fica tudo por isso mesmo, aí o ciclo da corrupção, dos corruptos e dos corruptores se repete infindavelmente.” (Veja.com).

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