terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Academia.edu: os dez mais dos 60 dias: livros de diplomatas, corrupcao na Petrobras - Paulo R. Almeida

Estou bastante orgulhoso pelo primeiro lugar obtido na minha página no Academia.edu pelo meu livro sobre os livros de diplomatas: mini-resenhas, resenhas grandes, médias, enormes e variadas de obras de colegas e de terceiros, sempre na perspectiva dos temas de relações internacionais e de políticas externa do Brasil.
Mas, não deixo de sentir uma ponta de tristeza pelo segundo lugar, um relato de um funcionário anônimo da Petrobras sobre os roubos ocorridos no que se pode legitimamente chamar, agora, de Petralhabras, o mais gigantesco assalto à companhia, e o mais horroroso espetáculo de extorsão jamais cometido no Brasil por gangsteres, como devem ser classificados todos os que assim atuaram deliberadamente, sendo que o chefe da quadrilha ainda corre o risco de passar impune pelos seus crimes. Triste.
Esta é a visão apenas dos dez mais descarregados nos últimos 60 dias, mas vendo a lista sob outras formas de organização (palavras-chave, por exemplo), não deixa de ser engraçado constatar o que certos malucos andam buscando. Deixa prá lá...

Title60-Day Views60-Day Uniques60-Day DownloadsAll-Time ViewsAll-Time Downloads
22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Edição de Autor, 2014)292246261,314165
O roubo mafioso na Petrobras: depoimento de funcionario à DPF3142165431454
19) Integração Regional: uma introdução (2013)1110616951
2469) Vision 2050: A New Political and Economic Map of the World (2013)77030449
21) Nunca Antes na Diplomacia: a politica externa brasileira em tempos não convencionais (2014)2218915245
26) Volta ao Mundo em 25 Ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial (2014)3525814539
2723) Produção intelectual sobre relações internacionais e política externa do Brasil (1954-2-14)35221013739
25) Rompendo Fronteiras: a academia pensa a diplomacia (2014)107510633
16) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (2010)6152825732
24) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (2014)7155720030

Mas, também, devo dizer que poucos escrevinhadores colocam tantos materiais à disposição dos estudantes como este modesto escriba (que só pode ser maluco também).
Bem, tenho mais o que fazer. Eu só faço essas postagens para ver como anda o mundo aí fora. Aqui está muito frio: - 20C, ideal para ficar em casa lendo. Deixa eu voltar para os meus textos.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 24 de fevereiro de 2015.

SwissLeaks: ah, essa inveja dos ricos, essa curiosidade malsa; quem sao os bilionarios brasileiros?

Desproporção gritante, neste meu blog, entre as buscas pelos nomes de brasileiros com contas no HSBC de Genebra, e as demais buscas por quaisquer outros motivos, como se pode constatar por estas estatísticas dos últimos dias (no caso do SwissLeakes apenas cinco dias):

Posts


Será que todo mundo quer saber quem são os felizes proprietários de contas na Suíça?
Simples curiosidade ou voyeurismo financeiro?
Nem vou buscar: quem achar o meu nome, favor avisar...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil "vs" Indonesia: defesa de traficante pode trazer prejuizo de US$ milhoes ao Brasil

Pois é: todo gesto mal pensado tem consequências inesperadas. Qualquer pessoa enfronhada no assunto, sabe como é difícil concretizar vendas no setor militar, extremamente sensível, no qual considerações de ordem política e estratégica superam facilmente argumentos de natureza econômica.
Neste caso, as indústrias de defesa do Brasil podem ter de amargar um prejuizo de algumas centenas de milhões de dólares, não só em função da defesa de um reles traficante profissional, mas sobretudo pela desfeita, descortesia e atitude altamente irresponsável, no plano diplomático, da recusa de aceitação de credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil.
Até onde pode chegar a inconsciência de certas pessoas...
Acho que no dia 15 de março haverá até mais razões de tipo econômico, do que no plano estritamente político, ou de corrupção, para manifestar.
Paulo Roberto de Almeida

Indonésia ameaça reconsiderar compra de material militar do Brasil

Em Bancoc (Tailândia)



O governo da Indonésia ameaçou reconsiderar a compra de material militar do Brasil após a deterioração das relações entre os dois países devido à execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira em janeiro, informou nesta terça-feira (24) a imprensa local.

A Indonésia chamou de volta, no sábado, seu representante no Brasil e apresentou um protesto formal às autoridades brasileiras porque a presidente Dilma Rousseff se recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio, Toto Riyanto.

Após o incidente, o vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, disse que Jakarta poderia reconsiderar a compra de 16 aviões de combate EMB-314 Super-Tucano e lança mísseis de fabricação brasileira, segundo o jornal "The Jakarta Post".

As relações entre Brasil e Indonésia atravessam um período de crescente tensão desde que o país asiático executou Marco Archer por tráfico de drogas, apesar do pedido de clemência da presidente.

Dilma, que chamou para consultas o embaixador em Jacarta após a execução de Marco Archer, também pediu clemência para Rodrigo Muxfeldt Gularte, também condenado por tráfico e cuja execução esta prevista para este mês, por um pelotão de fuzilamento.

Neste caso, o Brasil pede a suspensão da execução e a hospitalização de Rodrigo, que sofre de esquizofrenia, conforme admitiram as próprias autoridades da Indonésia.

Politica fiscal: a heranca super-maldita deixada pela equpe economica precedente - Mansueto Almeida

Leiam os dados impressionantes em postagem desta terça 24/02/2015, no blog do economista Mansueto Almeida:

Hoje os jornais trazem matérias bastantes interessantes. Conversei com jornalistas sobre alguns desse tópicos e, por esse motivo, sou citado. Mas os jornalista fazem um trabalho minucioso de investigação e têm uma capacidade impressionante de resumo e de explicação que falta a nós economistas.

Para assinantes do Valor, leiam a matéria “Saúde faz gasto de custeio em janeiro superar expectativa” (clique aqui) do Ribamar Oliveira e Leandra Peres. Essa matéria mostra algo que descobri em janeiro bem interessante: apenas no primeiro mês do ano, as despesas de exercícios anteriores já superaram todo o valor pago em 2014.

Mas que diabos é isso? são despesas que ocorreram, mas que os recursos não chegaram nem mesmo a serem empenhados e, assim, não foram inscritas em restos a pagar. Esse é um tipo diferente de truque contábil e uma conta salgada deixada para nova equipe econômica.

A outra matéria no Estado de São Paulo com a jornalista Lu Aiko é sobre um levantamento que fiz sobre restos a pagar de subsídios (clique aqui). No início deste ano, o saldo desses restos a pagar que o Tesouro deve a bancos público alcançou R$ 34 bilhões, mas o valor real já ultrapassa R$ 50 bilhões ou 1% do PIB. Restos a pagar não são contabilizados como dívida, mas o governo mais cedo ou mais tarde terá que pagar essa conta seja com receita corrente ou com dívida.  Adicionalmente, o governo não tem nem mesmo espaço fiscal para pagar apenas a conta deste ano. Este ‘um problema ainda sem solução.

A matéria trata também do crescimento real negativo da receita em janeiro deste ano (clique aqui). Assim, por enquanto, o crescimento baixo e os “fantasmas do passado” estão dificultado o trabalho na nova equipe econômica. Apenas reforçando, a culpa é da equipe econômica que estava na Esplanada até 2014.

Ecologistas sonhaticos: um perigo para a Natureza, e para a Humanidade - book review (The City Journal)

Books and Culture
Jerry Weinberger
The Earth Is Not a God
The false theology of radical environmentalists
The City Journal, 23 February 2015
Photo by Christian
The Moral Case for Fossil Fuels, by Alex Epstein (Portfolio, 256 pp., $27.95)

The seventeenth-century philosopher Sir Francis Bacon argued that the human mind had been squandered on superstition: metaphysical speculation, theological disputation, and violent political delusions. Bacon’s greatest American disciple, Benjamin Franklin, agreed. It would be better, both believed, to focus on the conquest of man’s common enemy: nature. Bacon and Franklin were right, but they misjudged superstition’s staying power. Fast-forward to a conversation I had with the late Arne Naess, the Norwegian father of “deep ecology” and guru of the European Green movement. With a straight face, Naess told me that the eradication of smallpox was a technological crime against nature. For Naess’s deep ecology, the smallpox virus “deserved” and needed our protection, despite having maimed, tortured, and killed millions of people.
In his sprightly recent book, The Moral Case for Fossil Fuels, Alex Epstein takes on Naess’s American progeny—people such as Bill McKibben and David M. Graber—who have become influential opinion-makers on the environment, fossil fuels, and technology. Epstein asks us to imagine someone transported to the present from a virtually fossil fuels-free England in 1712, when the Newcomen steam engine was invented. What would that person think of our world, where 87 percent of all energy is produced from fossil fuels? In short, he’d be amazed to find clean drinking water, sanitation, enviable and improving air quality, long life, freedom from much disease, material prosperity, mobility, and leisure.
Epstein makes a compelling “big picture” case that the interaction of technology and fossil fuels provides everything we take for granted today. He also reminds us of earlier hysterical predictions of doom concerning fossil-fuel use. In the late 1960s and early 1970s, environmentalists such as Paul Ehrlich predicted mass starvation by the year 2000 because “world food production could not keep up with the galloping growth of population.” Flat wrong: the world’s population doubled, and the average person today is far better fed than when the starvation apocalypse was announced. That’s because the other apocalypse proclaimed back then—the depletion of oil and natural gas by 1992 and 1993, respectively—also proved wrong. Since 1980, worldwide usage of fossil fuels increased massively, yet both oil and natural gas supplies have more than doubled, and we have enough coal to last 3,000 years.
Epstein explains what the environmental doomsayers could not or would not see: first, that “fossil fuel energy is the fuel of food”; and second, that the human mind is as powerful as Franklin and Bacon said it was. Humans discovered more fossil fuels, and technology used those fuels to industrialize food production. Moreover, fossil fuels enabled Norman Borlaug’s Green Revolution in food science, which, unlike the political movement of that name, actually did something to improve world nutrition and relieve the suffering of millions. Ehrlich was also wrong about fossil-fuel pollution in the developed world. In the U.S., though the use of fossil fuels climbed steadily since 1970, emissions of pollutants decreased dramatically—thanks to technology.
Predictions of starvation, depletion, and pollution didn’t pan out. What about global warming? Epstein’s warming discussion should be required reading. He acknowledges the greenhouse effect of carbon dioxide, which can be demonstrated in a laboratory. But the effect is not linear; if it was, every new molecule of carbon dioxide added to the atmosphere would add a unit of heat equivalent to the one preceding it. Rather, the greenhouse effect is decelerating and logarithmic, which means that every additional molecule of carbon dioxide is less potent than the preceding one. Many theories of rapid global warming are based on speculative models of carbon dioxide interacting in positive feedback loops with increases in atmospheric water vapor. Most climate models are based on so-called “hindcasting,” coming up with explanatory schemes that predict what has happened in the past. There’s nothing inherently wrong with this, since the only alternative would be clairvoyance—but predicting the past with a computer model is not the same as accurately predicting the future.
Most climate models, says Epstein, have consistently and dramatically over-predicted mid-tropospheric global warming. We haven’t “burned up,” as McKibben predicted we would in 1989. Some suggest that the warming is occurring in the oceans; but mean sea levels around the world have been stable or declining for the last 100-plus years. Since the beginning of the industrial revolution, atmospheric carbon-dioxide levels have increased by .03 percent to .04 percent and since 1850, temperatures have risen less than one degree Celsius (an increase that has happened in many earlier time periods). And for the past 15 years—a period of record emissions—there has been little to no warming.
The warming models may prove correct in the long term, of course, so Epstein asks a reasonable question: What if it becomes clear that, in the next 100 years, the seas will rise by two feet and the globe will warm by 2 degrees Celsius, as predicted by many climate scientists? The answer is simple, though often ignored by climate alarmists: we’ll adapt. Since the Industrial Revolution, and especially in the last 30 years, the human race has become progressively better at remediating the harmful effects of storms, heat, cold, floods, and so on. It’s irresponsible, says Epstein, to trivialize the power of technology to solve the problems generated by fossil fuels. Much of that technology could consist of fossil-powered techniques to capture and recycle or sequester carbon dioxide.
Epstein exposes the profound misanthropy motivating much contemporary environmentalism. He quotes Graber: “Human happiness, and certainly human fecundity, are not as important as a wild and healthy planet . . . human beings have become a plague upon ourselves and upon the Earth . . . and until such time as Homo Sapiens should decide to rejoin nature, some of us can only hope for the right virus to come along.” Alexis de Tocqueville noted that democratic peoples have a tendency toward pantheism in religion: given their passion for equality, they come to think that everything is God. To radical Greens like Naess, Graber, and McKibben, everything is God, with one exception: the human being, whose “impact” spoils the “independent and mysterious” divine.
Why do hysterical warnings about sustainability and depletion persist despite the failure of the crackpot 1960s and 1970s predictions? Because the non-impact standard—conceiving of the environment as a loving but finite God—sees the environment as having a limited “carrying capacity” of gifts, such as arable land, water, and crucial minerals, in addition to fossil fuels. The more people on the planet, the closer we are to maxing out that carrying capacity, the thinking goes. Thus the urgent call, made in 2010 by White House Office of Science and Technology director John P. Holdren, to “de-develop the United States.” This notion of a finite carrying capacity discounts the powerful role of human ingenuity in finding natural resources. But the deeper problem is rooted in the divinization of the planet as something that simply is what it is.
Epstein argues brilliantly that the carrying-capacity superstition amounts to a “backward understanding of resources.” The fact is that nature by itself gives us very few directly supplied energy resources: most resources “are not taken from nature, but created from nature,” he maintains. Every raw material in nature is but a “potential resource, with unlimited potential to be to be rendered valuable by the human mind.” Right now we have enough fossil fuels and nuclear power to last us thousands of years. “The amount of raw matter and energy on this planet,” Epstein writes, “is so incomprehensibly vast that it is nonsensical to speculate about running out of it. Telling us that there is only so much matter and energy to create resources from is like telling us that there is only so much galaxy to visit for the first time. True, but irrelevant.”
Bill McKibben says that the post-Ice Age Holocene period is the only climate that humans can live in. Epstein responds that the Holocene is an abstraction that summarizes “an incredible variety of climates that individuals lived in. And in practice, we can live in pretty much any of them if we are industrialized and pretty much none of them if we aren’t.” Until the Industrial Revolution, the climate was dangerous for all human beings. Since then, we have marched steadily toward “climate mastery.” Fewer people die today from the weather than at any time in history. “We don’t take a safe climate and make it dangerous,” according to Epstein. “We take a dangerous climate and make it safe.”
The non-impact standard is a pervasive but irrational prejudice—irrational because it’s a neo-pagan faith that the earth is in effect an uncreated God, and a prejudice because it’s asserted dogmatically by those who profess it and taken for granted by a public unaware of being in its grip. The default position on environmental matters is “respect” for the planet. It tilts opinion to focus only on the harms of fossil fuels and technology, not their benefits. The bottom line is always the same: humans should minimize their impact on nature.
Alex Epstein’s book is a breath of fresh air in this polluted opinion climate. The Moral Case for Fossil Fuels shows why fossil fuels are good for human flourishing in general and good for the world’s poor in particular. Epstein is a true friend of the earth—an earth inhabited and made better by human beings.

Petrolao e Petralhabras: intelequitualoides veem complo estrangeiro na roubalheira dos petralhas

Eu me pergunto como é que devem ser classificadas as pessoas que assinaram um manifesto que pretende, entre outras coisas, isto:

Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.
 
Bem, elas já foram classificadas no título desta postagem, e creio que basta isso.
De resto, merece registro de quão baixo pode ser o "intelequito" de certas pessoas para se conformarem em assinar um lixo como este que segue abaixo.
Elas devem achar que os companheiros roubaram e dilapidaram a Petralhabras porque foram obrigados por "interesses políticos dominantes".
Ou eles são muito sedentos por dinheiro, ou eles são muito calhordas e vendidos. Eu fico com as duas hipóteses.
Paulo Roberto de Almeida

Manifesto de intelectuais defende Petrobras e “governo legitimamente eleito”

“O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição”, diz trecho do documento


Ichiro Guerra/Blog do Planalto
Manifesto denuncia golpe e visa proteger patrimônio nacional
Um manifesto foi divulgado nesta sexta-feira (20) e subscrito por 48 intelectuais e personalidades dos mais diversos setores com o objetivo de defender a Petrobras e o “governo legitimamente eleito” da presidenta Dilma Rousseff. O texto denuncia o que chama de “campanha” para enfraquecer a estatal e, consequentemente, a gestão Dilma. Estão entre os signatários o filósofo e teólogo Leonardo Boff; o jurista e escritor Fábio Konder Comparato; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence; o sociólogo e cientista político Emir Sader; a economista e professora Maria da Conceição Tavares, e o documentarista Silvio Tendler. Na argumentação, os autores do documento fazem uma analogia entre a ação de instituições da República, setores da imprensa e parlamentares, na esteira da Operação Lava Jato, e o golpe de 1964, que tirou o então presidente João Goulart do poder e deu início ao regime de exceção da ditadura militar (1964-1985). Segundo o texto, a derrocada da petrolífera representaria a extinção de cerca de 500 mil empregos diretor e indiretos, e reconduziria o Brasil a uma situação “subalterna e colonial” frente ao mercado financeiro internacional.
“Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais”, registra o manifesto.
Intitulado “O que está em jogo agora”, o texto não menciona nomes, mas deixa claro o papel das hostes oposicionistas nas investigações da Lava Jato, da Polícia Federal, que desvendou um bilionário esquema de corrupção na Petrobras. Para os autores do documento, os opositores de Dilma apostam na invenção de uma “comoção nacional” para tirá-la do poder.
“Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos”, diz outro trecho do manifesto.
Confira quem o assina e leia sua íntegra abaixo:
“Manifesto:
O que está em jogo agora
A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.
Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.
Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.
Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.
Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.
O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.
20 de fevereiro de 2015”
Alberto Passos Guimarães Filho
Aldo Arantes
Ana Maria Costa
Ana Tereza Pereira
Cândido Mendes
Carlos Medeiros
Carlos Moura
Claudius Ceccon
Celso Amorim
Celso Pinto de Melo
D. Demetrio Valentini
Emir Sader
Ennio Candotti
Fabio Konder Comparato
Franklin Martins
Jether Ramalho
José Noronha
Ivone Gebara
João Pedro Stédile
José Jofilly
José Luiz Fiori
José Paulo Sepúlveda Pertence
Ladislau Dowbor
Leonardo Boff
Ligia Bahia
Lucia Ribeiro
Luiz Alberto Gomez de Souza
Luiz Pinguelli Rosa
Magali do Nascimento Cunha
Marcelo Timotheo da Costa
Marco Antonio Raupp
Maria Clara Bingemer
Maria da Conceição Tavares
Maria Helena Arrochelas
Maria José Sousa dos Santos
Marilena Chauí
Marilene Correa
Otavio Alves Velho
Paulo José
Reinaldo Guimarães
Ricardo Bielschowsky
Roberto Amaral
Samuel Pinheiro Guimarães
Sergio Mascarenhas
Sergio Rezende
Silvio Tendler
Sonia Fleury
Waldir Pires
Mais sobre a Petrobras
Mais sobre a Operação Lava Jato

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Diplomacia companheira vs Indonesia: "um passo muito extraordinário e anti-diplomático"; recusa de credenciais "inaceitável"

Que coisa, hem gente?!
Nunca Antes do Nunca Antes a gente tinha visto uma coisa dessas: esses indonésios devem ser irrascíveis ante a nossa proverbial simpatia e non-chalance.
Como é que eles tomam uma atitude hostil dessas, justo com o Brasil e a sua fabulosa diplomacia???!!!
Sinceramente, não dá para entender...
Paulo Roberto de Almeida

Indonésia espera pedido de desculpas do Brasil e analisa cooperação bilateral

Da Agência Brasil
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira em cela na Indonésia

  • O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira em cela na Indonésia
A Indonésia espera um pedido de desculpas do governo brasileiro pelo adiamento da apresentação das credenciais do embaixador indonésio no Brasil e está analisando todas as áreas da cooperação bilateral, disse nesta segunda-feira (23) o porta-voz da diplomacia indonésia, Armanatha Nasir, à Agência Lusa.
Nasir afirmou que "um pedido de desculpa está subjacente" na declaração enviada ao governo brasileiro sobre os passos que deve tomar para resolver a situação diplomática criada pelo adiamento da apresentação das credenciais do embaixador indonésio, Toto Riyanto.
Nasir falou com os jornalistas após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, na qual o embaixador Toto Riyanto relatou o que ocorreu.
O diplomata foi chamado a Jacarta, após a presidente Dilma Rousseff ter adiado, na sexta-feira (20), o recebimento das suas credenciais.
"Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso", explicou a presidente após a cerimônia.
"Trata-se de um passo muito extraordinário e anti-diplomático", disse Nasir, explicando que Riyanto foi convidado formalmente para apresentar as suas credenciais e, quando já se encontrava no Palácio do Planalto, "foi-lhe dito que tal não iria acontecer".
Dilma recebeu as credenciais dos embaixadores da Venezuela, do Panamá, de El Salvador, do Senegal e da Grécia.
Em resposta, o governo indonésio enviou uma declaração às autoridades brasileiras informando que chamou Riyanto de volta "até que o governo do Brasil determine quando as credenciais deverão ser apresentadas" e onde constam todos os "passos que devem ser tomados pelo Brasil", disse o porta-voz, sem dar mais detalhes.
"Todos os aspectos das nossas relações estão atualmente sendo analisados e revistos, bem como o que poderemos fazer para seguir em frente e o que precisa ser feito nos próximos meses, semanas e dias", disse Nasir.
O diretor-geral para os Assuntos Europeus e Americanos no Ministério dos Negócios Estrangeiros indonésio, Dian Triansyah Djani, que também falou com os jornalistas, destacou que a Indonésia "é um país amigável", mas "toda a cooperação deve ser baseada no respeito mútuo e na aceitação da sua soberania".
A diplomacia indonésia convocou o embaixador brasileiro no país, Paulo Soares, logo após a recusa das credenciais para transmitir a sua nota de protesto em relação ao que ocorreu, que qualificou de "inaceitável".
Nasir ressaltou que a Indonésia tem explicado ao Brasil, "em nível técnico, em nível ministerial e até em nível dos chefes de Estado", que a condenação de dois brasileiros à pena de morte é uma questão de "implementação da lei" indonésia. "Esperamos que eles entendam isso", acrescentou o porta-voz.
Em janeiro, a execução de Marco Archer por tráfico de drogas gerou mal-estar entre os dois países, após Dilma ter falado com o presidente indonésio, Joko Widodo,  pedindo clemência. Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, que também foi condenado por tráfico de drogas, está no corredor da morte.
Atualmente, o Brasil e a Indonésia estão também divididos em um contencioso no âmbito da Organização Mundial do Comércio relativo ao bloqueio à carne bovina brasileira, que vigora na Indonésia desde 2009.
Jacarta e Brasília têm acordos em várias áreas, desde defesa à proteção das florestas, sendo que a Indonésia é o principal parceiro comercial do Brasil no Sudeste Asiático.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.

Veja também

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...