26-Jan-2018
Dear Dr. Paulo Roberto de Almeida
The new phase of globalization opened in the 1970s, even if not inaugurating interdependence or interconnectedness, have at least created a new consciousness of how historical process is shared around the globe. In such context, historians have reinforced the call to embrace “global” or “transnational” approaches in order to identify and analyze dynamics or changing features in the development of state, economy, culture, and society formerly ignored or disdained by scholarship.
These perspectives have engulfed the long-term challenge of old national histories and area studies. They are not truly new, neither a turning point for the discipline, as much as Global History should not necessarily be reduced to the history of globalization. One can identify challenges to parochialism and essentialism within the discipline even few decades after Positivism and after Ranke’s German School had re-founded History in mid-Nineteenth Century. Actually, since the early Twentieth-Century, historians of international relations have moved beyond unilateral comparisons and reframed the centrality of diplomatic documents. They have also played down the study of the decision-making process, even when taking into account the weight of structural forces upon decision-makers. State-centrism and the primacy of power have then being challenged. However, strength, control, influence, balance, composition, and agency in political life have not disappeared from the explanatory range of History.
It is in this background and without belittling other perspectives or themes, that Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI calls the academic community to submit contributions to its special issue on the analysis of power in a variety of domains, such as diplomacy, economy, gender, ethnicity, culture, science, governance, etc, taking into account the new narratives of Global and Transnational History.
This issue also intends to acknowledge the fact that, in spite of being part of the vocabularies of current historical debate, “Global History” and “Transnational History” do not correspond to a homogeneous body of problems, questions, and methodologies. It is rather a debate in which any author wishing to claim such an approach must be able to somehow stand. Our goal is to stimulate submissions of works shifting parts of the historical discipline to the same direction, but also including discussions over what ‘global’ approaches to history mean and how it can change the discipline.
Finally, we consider that different historical traditions might experience different moments in the evolution of the discipline, especially when taking into account how politics can be influent, even if not determinant, on the work of historians. For instance, historical traditions in Latin America, or even in Asia, are still constrained by national approaches and narratives, sometimes even sustaining exceptionalism for populations accidentally living within the same political borders. The challenging of this reality will also be appreciated in this volume.
The volume will be edited by Alexandre Moreli (Professor of International and Global History at Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, Brazil).
RBPI is published exclusively online at Scielo (http://www.scielo.br/rbpi), following the continuous publication model. This model gives faster publication for authors and also faster access for readers because the articles are published on line at the very moment their editorial production is finished.
All submissions should be original and unpublished, must be written in English, including an abstract of 70-80 words (and three keywords in English), and follow the Chicago System. They must be in the range of 8.000 words. The deadline for submissions is April 30th 2018. Submissions must be done at http://www.scielo.br/rbpi (Online Submissions).
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
Politica Externa e Eleicoes Presidenciais: livro de ensaios - Paulo Roberto de Almeida
Como estamos em um ano eleitoral, e como tenho produzido, desde meados dos anos 1980, estudos e análises sobre a interação entre a política externa, o sistema político, as atividades dos partidos, as campanhas eleitorais presidenciais e o funcionamento do Congresso em matérias diplomáticas, resolvi reunir meus escritos (seletivamente) num único volume para consulta dos interessados.
Eis o volume: https://www.academia.edu/s/01644a871c/eleicoes-presidenciais-no-brasil-relacoes-internacionais-politica-externa-e-diplomacia-brasileira-1985-2018
Eis o volume: https://www.academia.edu/s/01644a871c/eleicoes-presidenciais-no-brasil-relacoes-internacionais-politica-externa-e-diplomacia-brasileira-1985-2018
Eleições Presidenciais
no Brasil
Relações internacionais, política externa e
diplomacia brasileira
1985-2018
Paulo Roberto de Almeida
Índice
Apresentação:
A
política externa nas campanhas presidenciais , 11
Preparando
o acompanhamento da campanha presidencial de 2018 , 17
1. Partidos políticos e política externa (1985) , 47
2. A política externa nas eleições
presidenciais: 1989 e 1994 (1994) , 85
3. Política externa e sistema
político: as eleições de 1989, 1994 e 1998 (1998), 105
4. O projeto externo como projeto
nacional (2002) , 137
5. As relações internacionais nas
eleições presidenciais de 1994 a 2002 (2003) , 141
6. Blog Eleições Presidenciais
2006 , 171
7. A política externa na campanha de 2006: antecipando o debate
(2006) , 175
8.
Desconstruindo o Brasil: como iludir com números - a brochura do PT (2006) , 179
9.
Programas da campanha presidencial de 2006: alguns comentários (2006) , 185
10.
Os programas econômicos dos candidatos: comentários (2006) , 189
11.
Blog Eleições Presidenciais 2010 , 209
12. A política externa nas eleições presidenciais de
2010 (2010) , 225
13.
Uma declaração de princípios, preventiva, sobre as eleições (2010) , 229
14.
A política externa e as eleições presidenciais no Brasil em 2010 (2010) , 233
15. Declaração de voto: um
manifesto quase marxista (2010) , 239
16.
Contra o Voto Nulo: meus critérios de escolha (2010) , 253
17. O programa do candidato do PSDB: uma
crítica central (2010) , 259
18.
As promessas da candidata eleita: breve
avaliação (2010) , 263
19. O que está em jogo nestas
eleições (2014) , 267
20. O que os liberais podem esperar das eleições de
2014? (2014) , 271
21. O Brasil quebrou três vezes
sob FHC? Mentira da candidata! (2014) , 275
22.
Toda a Gália está ocupada? Não! Uma pequena aldeia resiste ainda... (2014) , 279
23. Blog Eleições Presidenciais 2018 , 283
Relação de trabalhos
sobre eleições presidenciais, 1985-2018 , 285
Livros de Paulo Roberto
de Almeida , 293
Nota sobre o autor , 297
Apresentação
A política externa nas
campanhas presidenciais
Esta
compilação de textos foi montada com base nos muitos trabalhos – ensaios,
artigos para a imprensa, materiais inéditos, notas conjunturais, comentários em
blogs – que fui produzindo ao longo dos anos eleitorais, em número
relativamente elevado, como se pode verificar pela lista final de trabalhos,
que serviu de fonte a esta seleção de trabalhos mais relevantes quanto aos
temas de relações internacionais e de política externa do Brasil desde meados
dos anos 1980, quando, com a democratização, comecei a acompanhar mais
detidamente os processos políticos naquela conjuntura.
Eu
havia recém regressado de um doutoramento no exterior – na Universidade Livre
de Bruxelas, em 1984 – com tese situada conceitualmente no âmbito da sociologia
histórica, cujo tema era a relação entre a democracia e o capitalismo no
itinerário das revoluções burguesas clássicas, e sua aplicação ao caso
brasileiro, mediante um exame metodológico e empírico das teses do sociólogo
paulista Florestan Fernandes. Mas o foco estava obviamente voltado para a
situação conjuntural do Brasil, que naquele momento se preparava para superar
as duas décadas de regime autoritário, sob a égide dos militares. Ao
reintegrar-me ao ambiente brasileiro no momento exato da transição democrática,
comecei a dar aulas de Sociologia Política, justamente, tanto no curso de preparação
à carreira diplomática, do Instituto Rio Branco, quanto no mestrado em
sociologia da Universidade de Brasileira, e, a despeito de um exame tipicamente
acadêmico das teorias e doutrinas clássicas nessa área (Maquiavel, Marx, Weber,
Aron, etc.), eu também passei a acompanhar detidamente os preparativos para o
processo de elaboração constitucional que começava a ser desenhado.
Já
estabelecendo uma ponte entre as atividades profissionais na carreira e as
lides acadêmicas, a decisão pelo exame das relações entre o sistema político e
a política externa foi natural, daí a dedicação ao exame dos programas e
atividades partidárias, bem como à interação entre o Parlamento e a diplomacia,
objeto dos primeiros ensaios e palestras nessa área. Não fiquei no Brasil para
acompanhar toda a trajetória do processo de elaboração de uma nova Carta, mas
tão pronto a Constituição de 1988 foi finalizada e promulgada, passei a um
exame do seu texto, bem como dos anais da comissão constitucional da área em
exame, redigindo trabalhos de análise dos dispositivos afetando a orientação da
política externa e a atividade diplomática do Brasil, inclusive em perspectiva
comparada. A etapa seguinte foi o acompanhamento dos processos eleitorais, em
especial as campanhas presidenciais, com um exame tanto quanto possível
exaustivo dos programas partidários e das plataformas eleitorais (na verdade
com impacto muito relativo nos debates correntes e nos políticas efetivas
posteriores).
Creio
ter sido relativamente pioneiro nesse tipo de análise no Brasil, e meus textos
começaram a ser citados em trabalhos universitários, ainda que eu não adotasse
a metodologia e o ferramental de ciência política, mas mais simplesmente o foco
linear e textual dos dispositivos constitucionais ou dos argumentos políticos e
sua correlação com dados econômicos nacionais ou internacionais. A partir de
2006 dediquei blogs especializados no acompanhamento conjuntural e analítico
das campanhas políticas de nível presidencial, com dezenas, ou centenas de
postagens que permanecem registradas e portanto disponíveis para consulta.
Eventualmente, eu fazia uma declaração de voto, não partidária ou vinculada a
um candidato específico, mas com base em certos valores e princípio políticos,
como por exemplo a oposição ao voto nulo ou em branco.
No
momento em que finalizo uma primeira versão desta compilação, algumas
constatações são praticamente inevitáveis. O quadro geral do Brasil, na
sociedade, nas instituições de Estado, no debate público, é de uma grave crise
de legitimidade do sistema político, de erosão na confiança que a cidadania
ativa e consciente deveria ter em relação ao funcionamento “normal” dos poderes
constituídos, e uma sensação de quase desalento ou de desespero ante a
mediocridade das supostas elites que deveriam conduzir o país nos momentos
difíceis de sua trajetória. Tomou-se consciência, com as revelações efetuadas
no quadro da Operação Lava Jato, de que o Brasil e os brasileiros tinham sido
assaltados por uma organização criminosa, que não poupou nenhum esforço para
saquear o Estado, as empresas privadas, os particulares, em toda a extensão
possível da riqueza criada pela sociedade, num ambiente de negócios
particularmente atroz, do ponto de vista de uma verdadeira economia de mercado.
A
transição política se exerceu, em 2016, em condições muito longe do ideal, com
a preservação de imensos bolsões de corrupção que ainda estão sendo combatidos
por uma fração corajosa do Ministério Público, da Polícia Federal, de poucos
setores da justiça de primeira instância, em face de uma resistência, quando
não sabotagem, do sistema político “carcomido” – como se dizia da velha
República – e de áreas influentes da própria Justiça, em seus escalões
superiores. A crise econômica, à qual eu chamei de A Grande Destruição lulopetista,
produziu os seus piores efeitos entre 2015 e 2017, e começa a ser superada
gradualmente, embora com perspectivas ainda pessimistas quanto à realização das
reformas estruturais indispensáveis para recolocar o Brasil numa trajetória de
crescimento sustentado.
Apesar de termos caminhado, lentamente,
penosamente, quase nos arrastando, para algumas reformas econômicas
absolutamente necessárias, nossos dirigentes ainda teimam em praticar aquele
velho nacionalismo estatizante esclerosado, aquele dirigismo anacrônico
dispensável e aquele patrimonialismo secular que nos mantêm, todas essas
deficiências, num estado de letargia indesejado, e mais do que atrasados
materialmente, numa situação de retardamento mental insuportável.
No plano político, nossos
“representantes” insistem em continuar abusando de sua capacidade de zombar de
todos os cidadãos, não apenas insistindo em praticar extorsão contra a economia
nacional à luz do dia, mas também em legalizar “malfeitos” passados passando
uma borracha oficial nos desvios já cometidos, além de pretender financiar sua
continuidade em mandatos arrancados por meio dessas falcatruas por meio de
novas extorsões pornográficas, que levam o nome de Fundo Partidário e
Financiamento Público de Campanhas (ou “fundo eleitoral”).
No plano do Judiciário, contemplamos alguns
pequenos avanços nos processos e condenações de meliantes de colarinho branco,
embora os verdadeiros e grandes bandidos — os que dispõem do ultrajante foro
privilegiado — continuem leves, livres e soltos, graças à conivência insultante
de mandarins da “Justiça” e de alguns tiranetes togados, que também insistem em
manter privilégios inaceitáveis em face da cidadania desprotegida e tosquiada
por um Estado produtor de desigualdades legalmente instituídas. No setor da
educação, continuo a observar o mesmo desastre pedagógico tradicional, agravado
durante os muitos anos de vulgar gramscismo acadêmico estimulado pelo
lulopetismo ignaro e delirante, a despeito de alguns poucos sinais de reforma
nos métodos e procedimentos, estes até provocados pela tremenda crise fiscal
deixada pela herança maldita do lulopetismo econômico, ainda assim
insuficientes para superar os imensos retrocessos mentais acumulados ao longo
de anos e anos de militantismo sindical próximo do corporativismo fascista.
No plano cultural, finalmente, continuamos
a ser intimidados pelos progressos imbecilizantes do politicamente correto, ao
mesmo tempo em que os militantes das causas afrodescendentes continuam a
construir um infeliz e deletério Apartheid racial, que vai conseguir criar no
Brasil algo que nunca existiu na cultura nacional (a despeito de sinais reais
de preconceitos e desigualdades sociais possuindo clivagens raciais), que é a
divisão fundamental da cidadania em duas categorias de indivíduos: os “negros”,
e assimilados a tais, de um lado, e todos os demais cidadãos, de outro.
O ano eleitoral de 2018 se apresenta,
portanto, sob auspícios os mais complicados e incertos, quanto a um desfecho
provavelmente esperado pela maioria da população: a de termos um candidato não
messiânico, não populista, não demagógico, simplesmente realista e sincero
quanto às dificuldades que ainda nos aguardam. A massa de candidatos
oportunistas que novamente nos aguarda em outubro de 2018 assusta, pela
absoluta contradição entre o que é necessário e o que se nos apresenta. Existe
no entanto uma maneira fácil – para um debate entre pessoas normais, razoáveis,
entenda-se – de dirimir qual o melhor candidato dentre os que estão se
apresentando fora do espectro tradicional dos grandes partidos: solicitar que
se poste uma declaração, um manifesto, um artigo, um ensaio, um discurso, uma
nota, uma carta, um escrito qualquer, mais ou menos bem estruturado, num
Português aceitável, que exponha claramente os propósitos do dito candidato,
suas intenções, seu programa para uma eventual presidência que venha a ganhar,
no qual esse candidato diga, em suas palavras – portanto sem esses recursos a
marqueteiros políticos que embelezam o discurso – e de modo sincero o que,
exatamente, ele pretende fazer se chegar à presidência da República.
Por
exemplo, existem questões já postas, às quais os candidatos não podem fugir: a
atual crise fiscal, a reforma da Previdência, o papel do Estado na economia,
novos investimentos em infraestrutura, em segurança, um novo perfil para as
relações exteriores, isto é, abertura econômica, liberalização comercial, ao
contrário do velho protecionismo, o que fazer com as estatais deficitárias ou
falimentares, com a corrupção, todas questões que são absolutamente objetivas,
e não dependem dos candidatos gostarem delas ou não, pois terão de
enfrentá-las, uma vez algum deles sentado na cadeira presidencial. Para tudo
isso, não bastam declarações gerais, demonstrações de “vou fazer, vou
acontecer”, “eu sou o único”, etc. Vamos aguardar o início da campanha, para
ver o que se apresenta.
Enquanto
aguardamos o deslanchar de um novo processo, que vou acompanhar detidamente
como sempre faço, coloco à disposição dos leitores interessados esta compilação
de velhos e novos trabalhos sobre a interação entre a política externa e o
sistema político, um dos meus focos principais de estudos e pesquisas, ao lado
da história diplomática e das relações econômicas internacionais do Brasil. De minha parte pretendo seguir
atentamente o processo político em curso, mas sem muitas ilusões de que
possamos superar rapidamente as dificuldades da atual conjuntura. O grau de
destruição causado pelos anos tenebrosos do lulopetismo, nas instituições e na
economia, foi de tal ordem que vamos necessitar de um período prolongado de
ajustes e reparações nas estruturas de governança e no sistema produtivo. Oxalá
possa ser breve.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25 de janeiro de 2018
Disponível na plataforma Academia.edu, link:
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Estatísticas de seguidores (paranóicos se abster)
Descobri hoje — mas a informação estava disponível ali ao lado — que tenho 784 seguidores diretos neste blog Diplomatizzando, mais 1.000 (exatamente) no Google +.
O que fazer com isso?
Não tenho a menor ideia, mas acho que preciso começar tratando bem a cada um deles.
Como?
Bem, evitando besteirol, e só publicando coisas interessantes e inteligentes.
Está bem assim?
Saudações a todos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25/01/2018
O que fazer com isso?
Não tenho a menor ideia, mas acho que preciso começar tratando bem a cada um deles.
Como?
Bem, evitando besteirol, e só publicando coisas interessantes e inteligentes.
Está bem assim?
Saudações a todos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25/01/2018
Editorial da Gazeta do Povo, 24/01/2018
a. Editorial da Gazeta do Povo:
A 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região lavou a alma do brasileiro sedento de justiça na quarta-feira: os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus foram unânimes em confirmar a condenação do ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. Mas o trio foi além, aumentando a pena determinada pelo juiz Sergio Moro, que passou de nove anos e seis meses para 12 anos e um mês, e ainda sugeriu que a execução da pena comece assim que acabar o julgamento de eventuais embargos de declaração a que a defesa ainda tem direito na segunda instância.
Ao longo das várias horas de leitura dos votos, os desembargadores deixaram muito claro que não se baseavam apenas nos depoimentos para confirmar a sentença de Moro: havia provas documentais suficientes para reforçar a acusação, segundo a qual o tríplex do Guarujá, reformado sob medida, foi a “retribuição” da empreiteira OAS por contratos obtidos com a Petrobras. As evidências são tantas que derrubam qualquer narrativa sobre juízes parciais e militantes, ou sobre ausência de provas, os principais motes dos defensores do ex-presidente.
Ainda que longa demais para quem preferisse um desfecho rápido para o julgamento, a leitura do voto do relator, Gebran Neto, foi uma recapitulação abrangente e precisa. Depois de tratar das questões referentes ao processo que haviam sido levantadas pela defesa de Lula – como a competência de Sergio Moro para julgar o caso na primeira instância, a condução coercitiva de Lula em março de 2016 e a divulgação dos grampos do ex-presidente –, Gebran descreveu todo o histórico do petrolão, mostrando como a maior empresa brasileira foi pilhada pelo PT e por outras legendas com o objetivo de abastecer campanhas eleitorais, por meio da nomeação estratégica de diretores encarregados de arrecadar as propinas para seus respectivos partidos. Por fim, fez outra longa descrição de todos os aspectos que envolvem o tríplex do Guarujá, fazendo uma cronologia que afasta qualquer dúvida a respeito das ligações de Lula com o apartamento.
O trio de desembargadores ainda se mostrou convicto de que Lula não apenas se beneficiou do esquema em que a Petrobras foi saqueada: ele era um de seus líderes: “Há prova acima do razoável de que o ex-presidente foi um dos principais articuladores, se não o principal, do esquema na Petrobras”, afirmou Gebran Neto. E retomou um ponto crucial, que havia sido ressaltado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal quando julgaram o mensalão: os esquemas de corrupção organizados pelo petismo não foram simples roubalheiras, e sim uma fraude contra a própria democracia – ao distorcer o sistema representativo pela compra de apoio parlamentar, no caso do mensalão, e de proporcionar uma vantagem competitiva indevida a um partido político, no caso do petrolão. Quando o “sistema eleitoral” fica “severamente comprometido”, segundo o relator, “a própria estabilidade democrática” fica ameaçada.
Carlos Ramalhete: O lugar do Lula é na cadeia
Mensalão e petrolão são esquemas intimamente conectados, destinados à perpetuação do projeto de poder petista. Victor Laus acertou na mosca quando disse que Lula confundiu as atribuições de presidente da República com as de presidente de partido político. Mas não, Lula não “perdeu o rumo”, para ainda usar as palavras de Laus: o fato é que a submissão das instituições de Estado à vontade do partido é elemento essencial do petismo. Lula seguiu o roteiro à risca.
Ainda que o resultado do julgamento tenha sido o pior possível para o ex-presidente – unanimidade no veredito e na pena, impedindo embargos infringentes, e sugestão de execução imediata da pena –, Lula e o PT continuarão apostando na confusão. O partido não desistirá de inscrevê-lo como candidato à Presidência e contará com uma eventual lentidão da Justiça Eleitoral. E, para a população, o petismo seguirá insistindo na narrativa do presidente condenado sem provas em uma “conspiração da elite” que odeia suas realizações. Para o primeiro caso, contamos com a presteza das instituições para que não se jogue no lixo a Lei da Ficha Limpa. Para o segundo, é preciso, mais do que nunca, insistir na realidade: a de um presidente cujas políticas populistas semearam a pior crise da história do país e que, ainda por cima, esteve afundado em esquemas de corrupção. A hagiografia a respeito de Lula já durou tempo demais.
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
Globalizacao economica e globalizacao politica: faz sentido? - Paulo Roberto de Almeida
Globalização micro e macro: o que é isso?
Um parceiro de Facebook posta a seguinte mensagem, provavelmente ainda como "resquício" de um debate chatérrimo sobre o tal de globalismo:
... existem pelo menos dois tipos de globalização mesmo... reproduzo a seguir um trecho de um texto de Daniel Hannan, MEP liberal inglês:
"Economic globalization is a bottom-up process. It is driven not by governments, but by consumers. The reason goods and services cross borders is that someone wants to buy them. If a local business loses out, it is because consumers prefer someone else's product. Free trade reduces the power of the state and magnifies the freedom of the individual.
Political globalization, by contrast, is about imposing common rules, even when those rules are rejected by local leaders and their voters. It elevates technocracy over accountability.
To lump the two together is a category error."
Concordo em parte com o parlamentar liberal (do Partido Liberal; ou liberal clássico inglês?), mas apenas em parte.
Existe sim uma globalização econômica, que não é exatamente conduzida pelos consumidores, ou seja, pela demanda.
Neste ponto, fico com a Lei de Say (de Jean-Baptiste Say): "a oferta cria a sua própria demanda".
Ou seja, a globalização é levada adiante basicamente ao nível micro, ou seja, oferta e demanda, mas prioritariamente por indivíduos e empresas inovadoras que percebem alguma necessidade na sociedade, ou nem isso, simplesmente inventam algo que pode ser interessante para os consumidores, mesmo que não seja absolutamente necessário, que seja por puro lazer, entretenimento, para nada, apenas atraente. Preço e qualidade vão impulsionar o mercado por esse produto, e nas condições atuais da economia mundial isso vai se disseminar globalmente, em todo o planeta muito rapidamente.
Isso é globalização, e com muito poucas restrições, além das barreiras físicas e das ditaduras, esse processo é propriamente avassalador, ou seja, vai atingir todos os rincões do planeta, desde que a maioria dos países se guie pelo princípio dos mercados livres.
É o que eu chamo de globalização micro, a verdadeira globalização.
Na outra ponta, não creio que se possa colocar essa tal de globalização política, que simplesmente não existe para mim.
O que existe é a tentativa de governos e organizações internacionais regularem essas transações, seja para extrair renda (tributação), seja para supostamente "proteger" os consumidores, seja (e aqui eu acho que é mais comum) para fins PROTECIONISTAS.
Isto se dá por meio de acordos, tratados, convenções internacionais e outros instrumentos regulatórios, e a isso eu dou o nome de globalização macro, que na verdade tenta impedir, controlar, cercear, limitar o escopo, o alcance, a irrupção da globalização micro, a verdadeira.
E o globalismo, o que é?
Eu acho que é uma simples bobagem, uma invenção sem sentido daqueles que estão tão imbuídos de uma concepção conspiratória do mundo que interpretam esses dois procesos contraditórios, e paradoxais, como o resultado de uma coalizão de poderosos que quer controlar o mundo e retirar soberania aos Estados nacionais.
O que eu faço com isso?
Nada. Apenas digo que isso é puro bullshit...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23 de janeiro de 2018
Aliancas miitares dos EUA: a caminho da sua extincao? - Ted Galen Carpenter
How Rigid Alliances Have Locked Us Into Unwanted Conflicts
It's not just NATO. Plenty of treaties over the decades have limited America's options and made war more likely.
By TED GALEN CARPENTER •
Photograph of President Truman signing the document implementing the North Atlantic Treaty at his desk in the Oval Office, August 24, 1949. (U.S. Government/Public domain)
Wise leaders seek to maintain the maximum degree of flexibility in foreign policy. Commitments and strategies that make sense under one set of conditions can become problematic when circumstances change. It is imprudent and potentially dangerous to lock one’s country into rigid, long-term obligations. Unfortunately, U.S. leaders since World War II have repeatedly violated that principle. Often they have limited America’s policy options to “reassure” allies in Europe and Asia that the United States will incur any risk and pay any price to protect its security partners. That policy is not sustainable.
Such commitments have bedeviled great powers throughout history. Perhaps the most tragic example occurred during the years leading up to World War I. Europe’s major countries divided themselves into rival security blocs, the Triple Entente and the Triple Alliance. When tensions soared in 1914 following the assassination of Archduke Franz Ferdinand, the heir to the Austro-Hungarian throne, those alliances transformed an emotional but limited dispute between Austria and tiny Serbia into a continental crisis. Germany felt it must back its shaky Austrian ally’s attempt to coerce Belgrade. When Russia moved to protect its Serbian client, Germany sent warnings to Moscow. France then felt pressured to back its Russian ally, and when Germany attacked France by marching through Belgium, Britain felt obligated to enter the fray by its commitment to that tiny country. Thus was the die cast for war between the Triple Entente and the Triple Alliance.
This article appears in the January/February 2018 issue of TAC.
The process illustrated Georgetown University Professor Earl C. Ravenal’s later observation that alliances are “transmission belts for war.” A bilateral quarrel became a monstrous conflict that would consume millions of lives.
America’s founders opposed “entangling alliances” in part because they feared being locked into dangerous security commitments. In his Farewell Address, George Washington made an important distinction between permanent and temporary alliances. The United States, he said, should “steer clear of permanent alliances with any portion of the foreign world…” Such obligations would tie the republic to partners for unforeseen contingencies far into the future. But Washington acknowledged that “temporary alliances for extraordinary emergencies.” It was an astute distinction and a shrewd note of caution.
Leaving aside Woodrow Wilson’s quixotic foray into World War I, the United States followed Washington’s advice throughout the first century and a half of its existence. U.S. leaders avoided political or security commitments to other nations and involvement in conflicts unrelated to America’s own security. After the second massive disruption of the international system in little more than a generation, though, America’s perspective changed. World War II convinced policymakers that ongoing American involvement—indeed, leadership—in global security affairs was now imperative to prevent a third tragedy. The creation of NATO in 1949 symbolized a watershed policy change.
With the signing of the North Atlantic Treaty, Harry Truman linked America’s security with that of democratic Europe to prevent the Soviet Union from conquering or even intimidating those Western countries. Yet the NATO treaty didn’t establish a permanent alliance; after the initial 20 years, any member could leave with a one-year notice. Moreover, although Article 5 of the treaty did specify that an attack on one NATO member would be considered an attack on all, the language did not include an automatic obligation for the United States to go to war. Instead, the congressional power to declare war (at least theoretically) remained intact, giving Washington the option of providing support short of a full military intervention.
Still, Truman’s NATO decision generated controversy. Some feared that the protection against an automatic commitment to go to war would be nothing more than a paper barrier. Others, especially Republican Senator Robert A. Taft of Ohio, worried that America was tying itself too closely to the fortunes and problems of European countries. In his Senate speeches opposing North Atlantic Treaty ratification and in his subsequent book, A Foreign Policy for Americans, Taft stressed the advantages of preserving maximum flexibility in U.S. policy. He dubbed this the “free hand” policy.
Taft feared that despite the treaty’s hedging language, Washington was foreclosing its options. He was right. The administration’s 1951 decision to expand the U.S. occupation army in West Germany and station more than 100,000 troops on the continent created a sizable, long-term tripwire in the event of a Soviet offensive. It would be nearly impossible to avoid direct involvement in a European war if Americans were among the initial casualties. The deployment was supposedly temporary, until the Europeans could build sufficient defense forces of their own. Dwight Eisenhower, NATO’s Supreme Commander in 1951 and Truman’s successor as president, expressed the view that if those units were not withdrawn in 10 years, the NATO project would have failed. Instead, the size of the force gradually increased to more than 300,000. The U.S. military presence, albeit at a reduced level, persists to this day.
Eisenhower actually increased the linkage of America’s security to that of Washington’s European allies. His doctrine of massive retaliation made it clear that the United States would treat an attack on another NATO member as it would an attack on America. The U.S. response might include an escalation to thermonuclear war. This was the famous “Ike’s Bluff” explored by Evan Thomas in his book of that title. But, despite some criticism in the United States about the dangerous inflexibility of this policy, the NATO allies seemed relieved. Eisenhower’s stance reduced the danger that Washington would separate American and European security interests. Tight linkage, the Europeans assumed, also would inhibit the Soviet Union from seeking to split the alliance.
Conversely, John F. Kennedy’s subsequent adoption of a “flexible response” policy, intended to replace massive retaliation, worried NATO capitals. As Christopher Layne of Texas A&M University documents in his seminal book, The Peace of Illusions, Europe’s NATO members sought multiple assurances of security solidarity. U.S. officials nearly always obliged. Kennedy’s secretary of defense, Robert S. McNamara, was categorical on the point: “The United States is prepared to respond immediately with nuclear weapons to the use of nuclear weapons against one or more members of the Alliance. The United States is also prepared to counter with nuclear weapons any Soviet conventional attack so strong that it cannot be dealt with by conventional means.”
This outlook prevailed throughout the Cold War. During the 1970s, the Nixon and Ford administrations vehemently opposed the Mansfield Amendment, sponsored by Democratic Senate Majority Leader Mike Mansfield, which would have reduced, but not eliminated, U.S. ground forces in Europe and elsewhere in the world. President Nixon’s National Security Advisor Henry Kissinger (later secretary of state) fought the proposed reductions ferociously. In his memoirs, he stated that the U.S. deployments, especially in Europe, needed to be enhanced, not diminished. “At heart, Mansfield was an isolationist,” Kissinger declared, invoking the canard typically employed by status quo advocates to dismiss calls for a more flexible and restrained foreign policy. The Mansfield proposal was dangerous, Kissinger argued, because “our allies would lose heart” over fears that Washington’s security commitment to them was no longer reliable.
The reassurances went beyond formal statements and resistance to objectionable legislative measures. U.S. conventional deployments remained robust, and Washington escalated matters during the late 1970s and early 1980s. That’s when NATO leaders decided to deploy U.S. medium-range, nuclear-capable missiles in Europe as a way of enhancing the alliance’s deterrent and strengthening the linkage between NATO’s conventional forces and U.S. intercontinental strategic systems. Washington’s options if a war broke out thus narrowed further.
U.S. leaders even undercut their own demands for greater burden sharing as other NATO members maintained low defense outlays while enjoying the free ride provided by America. This was not new. As early as December 1953, Secretary of State John Foster Dulles asserted bluntly that the United States might initiate an “agonizing reappraisal” of its defense commitment to Europe if the allies didn’t make more serious efforts to build military capabilities.
More than six decades later, Defense Secretary Chuck Hagel voiced hints of a limit to Washington’s patience. Hagel admonished the Europeans during a February 2014 meeting of NATO defense ministers, declaring: “Our alliance can endure only as long as we are willing to fight for it, and invest in it.” This was “mandatory—not elective,” he added.
NATO’s European members routinely dismissed such warnings as lacking credibility. Alan Tonelson, former associate editor at Foreign Policy, aptly identified the inherent futility of Washington’s burden-sharing approach:
U.S. leaders never gave the Europeans sufficient incentive to assume greater relative military responsibilities. The incentive was lacking, in turn, because Washington never believed it could afford to walk away from NATO or even reduce its role, if the allies stood firm. Worse, U.S. leaders repeatedly telegraphed that message to the Europeans—often in the midst of burden-sharing controversies.
♦♦♦
The perceived need among U.S leaders to limit Washington’s policy options was not confined to NATO. There also was a proliferation of U.S.-led security alliances around the world, including bilateral mutual defense treaties with Japan (1951), South Korea (1953), and Nationalist China (1954). Although these treaties carefully avoided language obligating America to go to war if the security partner were attacked, multiple statements from a succession of U.S. administrations indicated that such an official limitation was not to be taken seriously. Moreover, U.S. warships and aircraft in the extreme western Pacific and tripwire U. S. ground forces in Japan and South Korea made it clear that the United States would be involved in any war that might break out. Once again, American leaders chose to constrain the republic’s policy options.
It appeared for a time that Donald Trump might alter the traditional U.S. approach to allies and adopt a more conditional, flexible strategy. In his most definitive foreign policy speech during the 2016 presidential campaign, Trump asserted: “Our allies are not paying their fair share” of the collective-defense effort. He added: “The countries we are defending must pay for the cost of this defense, and if not, the U.S. must be prepared to let these countries defend themselves.” This language strongly suggested that the security commitment was not absolute.
In July 2016, Trump indicated that the question of America’s defense of the Baltic republics depended on whether they had fulfilled their alliance obligations. Asked during an interview with the New York Times whether NATO countries, including Lithuania, Latvia, and Estonia, could count on the United States to extend aid if Russia attacked, Trump answered: “Have they fulfilled their obligations to us? If they fulfill their obligations to us, the answer is yes.” Implicitly, if they had not fulfilled their obligations, the answer would be “no.”
Reporters quickly noted that such comments sent “a chill through Europe.” Both domestic and foreign supporters of tight linkage between the security interests of the two regions reacted with anger and apprehension. South Carolina’s Republican Senator Lindsey Graham argued, “Statements like these make the world more dangerous and the United States less safe. I can only imagine how our allies in NATO, particularly the Baltic states, must feel.” He added he felt certain that Russian President Vladimir Putin was “a very happy man.” Graham said Trump was “essentially telling the Russians and other bad actors that the United States is not fully committed to supporting the NATO alliance.” NATO Secretary General Jens Stoltenberg added, “Solidarity among Allies is a key value for NATO. This is good for European security and good for U.S. security.”
Nevertheless, Trump’s aloofness toward NATO’s Article 5 surfaced occasionally even after his inauguration. Foreign Policy noted that following a public session at the NATO summit on May 25, “in which Trump refused to endorse NATO’s collective defense clause and famously shoved the Montenegrin leader out of the way,” leaders of the 29-member alliance seemed “appalled.”
Nor did Trump confine his skepticism to the NATO commitment. Various statements hinted at a willingness to consider fundamental changes in other aspects of U.S. security strategy. Candidate Trump said he wouldn’t necessarily object if Japan and South Korea decided to build their own nuclear deterrents. He also displayed a palpable lack of confidence that the defense obligations in the defense treaty with Japan were truly “mutual.” During a campaign rally in Des Moines, Iowa, he vented his frustration. “You know we have a treaty with Japan where if Japan is attacked, we have to use the full force and might of the United States,” Trump said. “If we’re attacked, Japan doesn’t have to do anything. They can sit home and watch Sony television, OK?”
But once in office, Trump and his appointees moved gradually to reassure both European and East Asian allies that the U.S. security commitment remained firm. Vice President Mike Pence made that point categorically: “Make no mistake, our commitment is unwavering. We will meet our obligations to our people to provide for the collective defense of all of our allies…an attack on one of us is an attack on all of us.” Likewise, U.S. military leaders in East Asia confirmed that Washington’s extended deterrence commitment to Japan and South Korea would be guaranteed “through all categories of military capabilities including conventional and nuclear weapons.”
♦♦♦
The United States needs a more flexible security strategy. U.S. leaders should embrace the Robert Taft policy of the free hand. A wise superpower would keep its options open as much as possible. It makes no sense to undertake commitments or deploy U.S. military forces in a manner that could trap the United States in wars unrelated to vital American interests. Yet that is what U.S. policymakers have done for decades and continue to do.
NATO’s Article 5 is dangerously close to an automatic commitment to go to war if a member state becomes embroiled in any armed conflict. But determining whether an ally is victim or aggressor can be extremely difficult. The Baltic republics, for example, have rather tense relations with their Russian neighbor. Two of them also have large Russian minorities that would likely look to Moscow for protection if discrimination against them becomes blatant and onerous. If fighting broke out, it would be extremely difficult to refrain from coming to the aid of a treaty ally, even if a Baltic government provoked the incident.
There are other worrisome possibilities as well. Consider the November 2015 incident in which Turkey shot down a Russian jet fighter that had strayed into Turkish airspace for a mere 17 seconds. Moscow’s response to that outrageous action was restrained and peaceful. But what would Washington’s options have been if Putin had ordered airstrikes against the offending Turkish missile batteries? One could argue that Turkey was not the victim of aggression but had committed aggression. Yet U.S. leaders would have been under tremendous pressure to honor the security pledge to a treaty member.
Continuing the forward deployment of military forces intensifies the risks that rigid U.S. security commitments already entail. It is imprudent to station troops, tanks, warplanes, and missiles in NATO countries near the Russian frontier. Even a minor incident could instantly engulf those units in combat, effectively foreclosing Washington’s policy options. Indeed, that is why those members want the U.S. deployments. Daniel Szeligowski, senior research fellow at the Polish Institute for International Affairs, emphasized, “From the Polish perspective, the deployment of U.S. troops to Poland and Baltic states means a real deterrence since it increases the probability of the U.S. forces engagement in case of potential aggression from Russia.”
For the United States to severely limit its policy options regarding war and peace was dubious enough when the stakes involved strategically important allies. But NATO’s membership expansion since the mid-1990s greatly magnifies the folly. America is now incurring the same grievous risks to defend tiny, strategically marginal “allies” (actually, dependents) such as Slovenia, Montenegro, and the Baltic republics.
The same effect occurs with the stationing of U.S. forces near the Demilitarized Zone between North and South Korea. The DMZ would be the flashpoint in any conflict that erupted between the two Korean states, and American military personnel would be drawn into the fighting from day one.
Denying U.S. leaders the element of choice about participating in a war that involved U.S. allies was the whole point of deploying such tripwire forces during the Cold War. Such inflexibility was unwise even when the United States faced an existential threat to its security. It is incredible folly to perpetuate those self-imposed shackles when no such threat exists. America needs a policy for the 21st century that maximizes the republic’s options while reducing both its obligations and attendant risks.
Ted Galen Carpenter, a senior fellow in defense and foreign policy studies at the Cato Institute, is the author of 10 books, the contributing editor of 10 books, and the author of more than 700 articles and policy studies on international affairs.
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Países de Maior Acesso aos textos PRA em Academia.edu (apenas os superiores a 100 acessos) Compilação Paulo Roberto de Almeida (15/12/2025) ...
-
Mercado Comum da Guerra? O Mercosul deveria ser, em princípio, uma zona de livre comércio e também uma zona de paz, entre seus próprios memb...
-
Reproduzo novamente uma postagem minha de 2020, quando foi publicado o livro de Dennys Xavier sobre Thomas Sowell quarta-feira, 4 de março...
-
Itamaraty 'Memórias', do embaixador Marcos Azambuja, é uma aula de diplomacia Embaixador foi um grande contador de histórias, ...
-
Desde el post de José Antonio Sanahuja Persles (Linkedin) Con Camilo López Burian, de la Universidad de la República, estudiamos el ascens...
-
O Chanceler alemão Merz: "Caros amigos, as décadas da Pax Americana chegaram ao fim para nós na Europa, e para nós na Alemanha também...
-
O Brics vai de vento em popa, ao que parece. Como eu nunca fui de tomar as coisas pelo seu valor de face, nunca deixei de expressar meu pen...
