terça-feira, 14 de agosto de 2018

Brics, ou a China e mais quatro - Rubens Barbosa

Reunião presidencial do Brics

A partir de 2019 surge uma possibilidade de convergência para uma nova etapa do grupo

Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 14/08/2018

O Brics, grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, realizou sua 10.ª reunião de cúpula em Johannesburgo, África do Sul, no final de julho. Criado em 2006, o grupo representa 44% da população mundial, quase um quarto do território terrestre e 23% de seu PIB. São cinco países de renda média que buscam ampliar a cooperação e buscar soluções para os desafios de um mundo em profunda e rápida transformação, sem, no entanto, questionar os atuais fundamentos da ordem política e econômica global. 
Na reunião, a cooperação com a África foi discutida e a escalada protecionista, que ameaça o livre-comércio e amplia os questionamentos sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC), foi condenada. Ambos os temas são de direto interesse do Brasil. A ameaça de guerra comercial ficou concentrada na disputa entre EUA e China. O entendimento entre os EUA e a Europa culminou com a suspensão de todas as medidas restritivas no intercâmbio bilateral, inclusive no tocante ao aço, ao alumínio e a automóveis. Ninguém se beneficiará dessa confrontação, nem mesmo o Brasil, sobretudo nas exportações de produtos agrícolas. 
Ao final do encontro do Brics, os países-membros aprofundaram a cooperação em áreas como meio ambiente, esportes e economia digital. Foi instituído um Centro de Pesquisa em Vacinas para ampliar a capacidade conjunta da produção farmacêutica; e foi lançada parceria para explorar oportunidades no setor de aviação regional. Foi também assinado acordo para a instalação, no Brasil, de escritório do Novo Banco de Desenvolvimento. Com esta nova sede regional, em São Paulo, o banco do Brics vai financiar mais investimentos no Brasil e em toda a América Latina, em especial na área de infraestrutura. 
No momento, o Brasil corretamente tem focado sua atuação no Brics de maneira pragmática e cautelosa. Tendo em conta as atuais limitações para a convergência de uma agenda mais ampla no campo da política internacional entre países tão distintos e com pesos econômicos relativos tão díspares, o governo brasileiro aproveita o agrupamento para promover atividades concretas de cooperação, como ficou evidenciado na África do Sul. Trata-se, portanto, de auferir ganhos concretos no campo econômico-financeiro (financiamento de infraestrutura, atração de investimentos) e de promoção comercial. Do ponto de vista financeiro, a criação do Novo Banco de Desenvolvimento e de arranjos financeiros representou um avanço significativo para reforçar a identidade do grupo e ampliar os instrumentos de apoio entre os países-membros. 
O grupo tende a firmar-se como instância de cooperação para enfrentar problemas típicos de países de renda média (com destaque para saúde, educação, ciência, energia, tecnologia e inovação). Em 2018, deverão ser realizados mais de cem encontros ministeriais, de altos funcionários e setoriais entre os países-membros. 
A partir de 2019, no início de sua segunda década de existência, surge uma possibilidade de convergência para uma nova etapa dos Brics. 
Dependendo do resultado das eleições presidenciais e, espera-se, com a volta do crescimento sustentável, a disparidade relativa entre o Brasil, a China e a Índia poderá ser reduzida, e assim desenhada uma política mais ambiciosa em relação ao Brics com o objetivo de aumentar a projeção diplomática do Brasil. Considerações de natureza geopolítica deveriam também ser levadas em conta. Ser parte de um exclusivo grupo de países com grande peso econômico e político é fator de influência e prestígio diplomáticos. Hoje já existe coordenação em muitas áreas, tais como em foros multilaterais como G-20, ONU, Banco Mundial e FMI. Nos próximos anos, com a recuperação econômica do Brasil e da Rússia e o continuado avanço da China e da Índia, o Brics tenderá a ter uma crescente presença no cenário global, ampliando sua participação não só em termos econômicos, mas também político, com maior peso no encaminhamento de soluções para crises pontuais. 
Para ser ouvido nos foros internacionais ou no concerto das nações, o Brics terá de atuar de maneira coordenada e uníssona. Não interessa ao Brasil endossar posições nacionais de um ou mais membros que marquem antagonismos em geral contra os EUA e países europeus. Com maior presença global, o Brasil, nos próximos anos, terá de posicionar-se em questões geopoliticamente distantes, como no caso da Síria ou do Oriente Médio. Terá de buscar consenso para o grupo também atuar com voz única nos chamados “novos temas emergentes” (terrorismo, narcotráfico, migrações e segurança cibernética), nos quais hoje há significativa discrepância entre a posição brasileira, de um lado, e a russa e a chinesa, de outro. Também não interessa ao Brasil o aumento do número de países-membros. México, Argentina, Arábia Saudita, Indonésia, Egito e Venezuela, que já manifestaram interesse em juntar-se ao grupo, poderiam, uma vez aceitos, dificultar a obtenção de consensos, sobretudo em temas relacionados à paz e à segurança internacionais – aí incluída a reforma do Conselho de Segurança. 
O Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice) promoverá em São Paulo, em setembro, encontro para discutir um novo papel para o Brasil no âmbito do Brics, levando em conta que em 2019 caberá ao Brasil sediar o próximo encontro presidencial do Brics. Com o novo presidente, a cúpula poderá ser a oportunidade ideal para ensaiarmos os primeiros passos na busca de uma posição comum dos cinco países em temas internacionais sensíveis, aprofundando a atitude de cautela adotada até aqui. O fortalecimento da política e da economia internas reforçará a política externa brasileira nos próximos anos e o Brics poderá ser uma plataforma relevante para uma ação mais proativa do Brasil no cenário internacional.

Lulopetismo: A MAIOR CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA DO BRASIL



No Blog do Nêumanne: Prostituição, fraude e sabotagem
Nenhum candidato com chance de ser presidente ousou, no debate da Band, referir-se aos escândalos de mensalão e petrolão para não perder eventuais eleitores de Lula, político preso e ausente

No artigo Todos juntos pela impunidade, publicado na semana passada, comentei como a blindagem da Polícia Federal (PF), sob a égide do criminalista Márcio Thomaz Bastos, foi rompida por dois acidentes de percurso. Roberto Jefferson, furioso com a partilha da propina, pôs a boca no trombone, denunciando a compra de votos, e Joaquim Barbosa, o estranho no ninho, pegou o touro à unha e o levou até o fim.

Recentemente, foi publicada entrevista de Paulo Lacerda, diretor da PF dita “republicana” de Márcio Thomaz Bastos, que foi advogado de Lula na Justiça Militar à época das greves dos metalúrgicos e, depois, ministro da Justiça no primeiro mandato presidencial do petista. Segundo ele, a Polícia Federal (PF) fazia vista grossa à malandragem dos políticos que obedeciam cegamente aos poderosos e não conseguia desvencilhar-se de ingerências politiqueiras. A narrativa de “PF republicana” durou pouco e foi para o saco na Operação Xeque-Mate, que pegou Vavá, irmão de Lula. A PF “republicana”, que o causídico Bastos regia, só investigava inimigos dos donos do poder. Seu modelo era a famigerada Delegacia Especial de Segurança Política e Social (DESPS), versão federal dos Dops estaduais no Estado Novo de Getúlio Vargas e que centralizou o aparato policial para perseguir, processar e levar à prisão adversários do regime.

Quando o PT, Lula e Márcio Thomaz Bastos ascenderam ao poder, fizeram um remanejamento de quadros na PF. E a deusa da Justiça, Têmis, inspirou os ocupantes de postos-chave, em que usavam seus  olhos vendados a favor do regime e contra a liberdade de quem ousasse desafiá-lo. Por isso  os órgãos de fiscalização do Estado de Direito, descentralizado por definição – a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Superintendência de Previdência Suplementar (Previc/fundos de pensão), o Banco Central, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a PF –,  não ouviram o tropel nem viram a manada de elefantes passando à vista por 13 anos e meio a fio: da posse de Lula ao impeachment de seu poste, Dilma.

Só a vista grossa da deusa Têmis pode justificar como a maior corrupção da História chegou ao ponto a que chegou sem ser percebida.

A Lava Jato foi um acidente de percurso e decorreu do tratamento dado a Marcos Valério, que provocou a deserção de mercenários. No mensalão, Lula,  o comandante em chefe, nem sequer foi arrolado, sob a proteção de seus lugares-tenentes no Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski (revisor) e Dias Toffoli e com a complacência do relator (e depois presidente da mais alta Corte) Joaquim Barbosa.  Nesse ambiente, Luiz Gushiken, personagem importante no escândalo nunca desvendado da guerra das teles gigantes, foi excluído de investigação, processo e pena, chegando a ser inocentado e elevado ao panteão dos heróis nacionais num discurso laudatório fora de propósito de Lewandowski, que substituiria Barbosa na presidência do colegiado. Mesmo citado como chefe da quadrilha, José Dirceu só ficou dois anos na prisão, sendo um em prisão domiciliar. Já o publicitário Marcos Valério, que obedecia às ordens de Dirceu, foi condenado a 40 anos e a bailarina Kátia Rabello, dona do Banco Rural, usado na operação, mas na qual ela nunca teve noção do que acontecia, a 16. Os mercenários perceberam que o bote salva-vidas do PT fora inspirado no Titanic: nele só embarcaram os passageiros da primeira classe. O resto foi deixado para servir de pasto aos tubarões. Mas a trava da caixa de Pandora só foi quebrada com Márcio Thomaz Bastos fora da Esplanada dos Ministérios. E a mensagem ao Garcia chegou à “mercenariocracia”. Ao primeiro risco de afundar, os mercenários, já sabendo que não teriam lugar no bote do PT, partiram para agarrar o que flutuava: a delação premiada. O que lhes restou foi o instituto usado nos Estados Unidos e na Operação Mãos Limpas, da Itália, para perfurar a blindagem dos poderosos chefões da Máfia, originária da Sicília, que se tornou rica e influente agindo no porto de Nova York e nos bares de Chicago. Não é à toa que tal expediente é o inimigo número um de advogados grã-finos que representam a fina-flor da bandidagem nacional, em particular a turma da empreita, distribuidora de propinas nas frestas da legislação que regula as relações entre contratados e contratadores de obras e serviços públicos desde os tempos da caprichosa Xica da Silva.

O esforço atual é orquestrado para fechar de novo a caixa de Pandora e levar a situação ao estágio anterior, quando havia uma proteção velada das instituições e do Estado ao governo e o entendimento de que dinheiro ilegal usado em eleições é um mal inevitável, a que só se recorre para o bem geral. No nome desse jogo o pano de frente é a compra de votos.

O PT transformou o Congresso em mercado persa. Nele tudo é comprado: apoio, votos, leis, decretos-lei, exonerações fiscais, etc. O que antes já se fazia por baixo do pano, como no sucesso junino de Antônio Barros e Cecéu, à época da compra de apoio de bancadas no Congresso, passou a ser explícito. Nas investigações de operações como Lava Jato, Cadeia Velha, Zelotes e outras se desvendaram práticas antigas, como a de empreiteiros, mas não só eles, que financiavam campanhas políticas redigirem leis que os beneficiam. Nesse sistema, que era secreto e se tornou explícito, a contratação de obras e serviços, concessões e outras formas de negociação do Estado com fornecedores privados passaram a ser moldadas ao interesse de quem fosse premiado com contratos superfaturados e a remunerar os donos das chaves dos cofres da viúva em redes de lavagem de dinheiro no exterior, que receberam a denominação de “propinoduto”, um neologismo que não admite eufemismo.  Parte dos recursos arrecadados era, então, empregada pela elite dirigente dos três Poderes da República privatizada para comprar votos do andar de baixo, em que vivem em condições precárias os mais vulneráveis socialmente.  Na prática, o Partido dos Trabalhadores (!!!) fez o que sempre condenou nos adversários empresários, latifundiários e que tais: “cafetinou” o Congresso para prostituir o eleitorado.

O trabalho eficiente de uma geração jovem e preparada de policiais, procuradores e juízes federais resultou na devassa dos escândalos do mensalão e do petrolão, que desvendaram a prostituição da política e a fraude eleiçoeira que sabota a democracia. O mensalão foi absorvido pelo establishment: os petistas e seus aliados foram indultados por Dilma Rousseff e perdoados pelo STF. José Dirceu e Pedro Corrêa só não tiveram o mesmo prêmio porque foram pilhados pela Lava Jato delinquindo em plena cela. O primeiro, contudo, mesmo condenado a 30 anos e meio de cadeia, com a benemerência da Segunda Turma do STF, sob a égide dos mesmos de sempre, Lewandowski, Toffoli e agora Gilmar, passou férias articulando a sobrevivência do PT no Sul da Bahia, sob a égide da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ao sol de Itabuna e banhando-se no Atlântico em Ilhéus, no gozo de plena liberdade. Como se fora um sucedâneo contemporâneo do seu Nacib de Jorge Amado.

Enquanto isso, seus companheiros de armas da guerrilha de extrema esquerda e de campanhas eleitorais petistas articulavam com condenados e suspeitos da Lava Jato o sepultamento das operações eficientes de Polícia, Ministério Público e Justiça Federal, na garantia da reeleição dos de sempre para o Congresso. E no apoio a presidenciáveis citados em processos ou aliados na guerra contra a faxina que o povo exigiu nas ruas em 2013. No debate da Bandeirantes em 9 de agosto nenhum dos presentes com chances se referiu à rapina dos cofres públicos promovida por PT, aliados e até oposicionistas domados do PSDB. O tucano Alckmin uniu-se aos apenados no mensalão Roberto Jefferson, Paulinho da Força e Valdemar Costa Neto. Os sermões de irmã Marina nem de longe se referiram aos “malfeitos” do ex-chefe Lula, político preso em Curitiba, excluído da disputa por ser inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Nem Álvaro Dias, insistindo em  nomear Sergio Moro ministro da Justiça, que afastaria do combate à corrupção seu agente mais notório, se dignou a fazer uma referência que fosse ao que provocou a fama do herói do povo. Todos de olho nos votos do único que, por exigência da lei, não mentiu no debate: o ausente Lula.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne segunda-feira 13 de agosto de 2018)

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique no link abaixo:


Ricardo Bergamini

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Visita do Min. da Defesa-USA ao Brasil: influencia da China? Qual influencia da China?

Paranoia correndo solta por aí...

No Brasil, chefe do Pentágono busca conter influência militar da China

Visita de secretário de Defesa é permeada por incômodo dos EUA com alta nas atividades de Pequim com países na América do Sul 

por Henrique Gomes Batista, enviado especial*

James Mattis é fotografado no exterior do Pentágono: visita estratégica ao Brasil - MARK WILSON / AFP
WASHINGTON E BRASÍLIA - A crescente influência não só econômica, mas militar da China na América Latina marca o início da primeira viagem de James Mattis, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, à América do Sul. Com a visita que começa em Brasília, ele encontra uma região muito diferente da existente em 2014, quando Chuck Hagel foi o último chefe militar americano recebido na América do Sul.
Os asiáticos já contam com uma base de monitoramento de satélites na Argentina e negociam o fornecimento de insumos à indústria bélica brasileira. Embora oficialmente o objetivo da viagem a Brasil, Argentina, Chile e Colômbia seja reforçar laços com parceiros históricos, o debate sobre Pequim esteve presente já de cara.
— Temos visto China e Rússia atuando dentro da América Latina. Existe mais de uma maneira de perder soberania no mundo. Isso ocorre não apenas com a violência, pode ser com presentes e grandes empréstimos — afirmou Mattis a jornalistas que o acompanhavam em seu voo a Brasília, quando disse que quer países “livres, democráticos e independentes” no continente. — Eu não estou olhando o que as outras nações fazem como algum tipo de ataque contra nós. Estas são decisões soberanas, e eu somente me preocuparia se estes países (latino-americanos) estiverem perdendo certo grau de soberania por causa das decisões próprias ou de outras nações.

Mas o alinhamento ideológico dos principais países da região pode ajudar os Estados Unidos a reafirmarem sua influência, se Mattis conseguir avançar em propostas concretas de parcerias, compras e desenvolvimento tecnológico. O apelo pelos laços históricos esteve presente na conversa que ele manteve na viagem de Washington a Brasília. 
— Não estou interessado em reconquistar o controle destes países (da América do Sul) pois acredito que isso nunca existiu. Eu acredito na parceria, e não em controle — garantiu. — Mas citando a Argentina, gostaria de lembrá-los de quem os ajudou quando eles tiveram o submarino desaparecido (no fim do ano passado): os americanos. Fomos os mais rápidos e com a melhor tecnologia do mundo, agimos da mesma forma que se este fosse um submarino americano.
A maior prova desta influência chinesa está na Patagônia. O país asiático tem em Quintuco, na província de Neuquén, uma estação para controle de satélites e missões espaciais. A base, que começou a operar em março e oficialmente não tem fins militares, é vista com desconfiança pelos americanos. Herança dos anos de Cristina Kirchner no poder, a instalação foi negociada em segredo com Pequim e causa estranhamentos na relação bilateral entre Buenos Aires e Washington.

China is Not the Soviet Union - Amitai Etzioni

Amitai Etzioni é um dos melhores e maiores especialistas em relações internacionais nos EUA. Concordo absolutamente com ele, e fico surpreendido com a paranoia estúpida do Pentágono e das agências de inteligência e segurança dos EUA, ao tentar renovar para a China as mesmas obsessões equivocadas que os mesmos personagens mantinham em relação à URSS durante a Guerra Fria. Acho que impérios quando ficam velhos também ficam estúpidos: bem os EUA exibem apenas pouco mais de cem anos de desempenho imperial, mas como agora tudo corre mais rápido, pode ser que seus declínio também será rápido. Mister Trump faz tudo para acelerar o processo...
Paulo Roberto de Almeida


The National Interest, August 13, 2018  Topic: Security  Region: Asia 

China is Not the Soviet Union

Some are talking about China in the same expansionist terms as the late USSR—these assessments are wrong.
In evaluating recent alarmed assessments of China’s ambitions, one must recall that for decades the American intelligence community, in particular the Central Intelligence Agency (CIA), vastly exaggerated the power and hence threat posed by the Soviet Union. These assessments were the basis of huge military outlays by the United States, as well as its military interventions in places such as Vietnam and Afghanistan, which Washington feared were the next “dominoes” to fall. These concerns were scaled back only after the USSR collapsed, mainly under its own weight. We are now told, in an article published in Newsweek , that “China is waging a ‘cold war’ against the United States and trying to displace it as the world’s leading superpower” according to Michael Collins, the deputy assistant director of the CIA's East Asia Mission Center. Newsweek adds that “His comments echo those of other U.S. intelligence chiefs, who earlier warned of the challenge posed by China’s bid for global influence.”
These claims fly in the face of a key observation: during the Cold War the USSR was an expansionist power, which strongly believed that it was called upon to impose its kind of regime on other nations—if need be, to occupy them to bring about the needed changes. The USSR openly sought to dominate the world. China shared this expansionist ideology but abandoned it decades ago. It has not invaded nor occupied any nation and although it prides itself on having developed its own kind of regime (authoritarian capitalism, my words)—it has shown few signs that it seeks to impose this kind of regime on other nations, let alone the world. 
The CIA official cited by Newsweek provides no evidence in support of his claims. It is provided by a leading anti-China hawk Elizabeth Economy, director for Asia studies at the Council on Foreign Relations, in an article published in the Wall Street Journal . She asserts that China has “destabilized the region” by militarizing seven artificial islands. However, where are the signs that the region has been significantly affected, let alone destabilized? There have been no regime changes in any of the countries in the area. None of them have allied themselves with China. On the contrary, the United States has increased its military presence and ties in several of these countries, including Vietnam, Thailand, the Philippines and India. Freedom of navigation has not been curbed, despite various claims of exclusive zones. 
Ms. Economy repeats the often-cited fact that China opened one military base in Djibouti. The United States happens to have one in the same country, and—more than one hundred bases in other countries in the region. Economy is also alarmed by China’s Belt and Road Initiative: “Railroads, ports, pipelines and highways built by Chinese workers and funded by Chinese loans are already connecting countries across six global corridors.” It is true that China—which is highly dependent on a steady flow of energy and raw materials, because it has little of its own—is seeking to develop a variety of pathways to secure this flow. However, the various nations involved benefit from the improved infrastructure and enhanced trade. Economy finds that “Chinese state-owned companies have assumed control or a controlling stake in at least 76 ports in 35 countries” which is part of China’s drive to secure a steady and reliable flow of imports. Economy adds that “despite Beijing’s claims that such ports are only for commercial purposes, Chinese naval ships and submarines have paid visits to several of them.” It is a ritual all powers engage in, to show their feathers, to demonstrate friendly relationships, but hardly evidence of a Cold War. It would be a rather different story if Chinese warships were stationed in these countries. However, so far this is true only for American ones and those of its allies.
China has been reluctant to assume global responsibilities. It presents itself as a developing nation that needs to focus on its own growth. However, in recent years it has significantly increased its contributions to peacekeeping forces, foreign aid, humanitarian aid, and fights against piracy and terrorism. 
To the extent that China does loom larger on the global scene, it is largely due to the leadership vacuum created by President Trump. It is China that now is championing free trade, forging free trade agreements in its own region and with the EU. And it works with Russia and the EU to save the agreement with Iran. The Cold War metaphor seems hardly appropriate. 
Amitai Etzioni is a University Professor and Professor of International Relations at The George Washington University. He is the author of Avoiding War with China. A short film summarizes his international relations work.

INEDITO no BRASIL: CRIMINOSOS foram Ministros da Fazenda - Notícia e Paulo Roberto de Almeida

Primeiro vejam esta notícia que recuperei do blog do Antagonista. Depois leiam o meu comentário abaixo.

MANTEGA VIRA RÉU NA LAVA JATO


Sergio Moro acolheu a denúncia contra Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos petistas. Segundo a acusação do MPF, Mantega editou a “MP da crise” para favorecer a Odebrecht em troca de propina de R$ 50 milhões. Esse valor teria ficado à disposição dele na “conta geral de propinas do PT” mantida pela empreiteira.
É a primeira vez que o ex-ministro da Fazenda se torna réu na Lava Jato. Moro rejeitou a mesma denúncia contra Antonio Palocci, preso desde 2016. 

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Demorou, mas chegou, embora pelo mínimo e apenas parcialmente. A população brasileira precisa tomar consciência de que, pela PRIMEIRA VEZ na história do Brasil, ao contrário de toda a história anterior, com ministros da Fazenda mais ou menos competentes, ou declaradamente incompetentes, mas normais, digamos assim, nós tivemos, durante todo o período lulopetista, dois ministros que se sucederam, Palocci e Mantega, justamente, que USARAM A MÁQUINA DO ESTADO, não para desenvolver e implementar medidas universais, impessoais, e puramente administrativas, mas, PRESTEM ATENÇÃO, medidas governamentais – leis, decretos, portarias, medidas provisórias, regulamentos, disposições administrativas, enfim, toda a panóplia da burocracia – voltadas PRECIPUAMENTE para o ASSALTO AO ESTADO, ou seja, práticas CRIMINOSAS, confirmando que eles não eram ministros da Fazenda do BRASIL, mas ministros das finanças do PARTIDO, ou seja, fazendo tudo aquilo, cuidadosamente planejado, cientificamente preparado, especificamente voltado para dar vantagens, recursos públicos, desgravações tributárias, tarifas protetoras, financiamentos do BNDES, subsídios setoriais (no caso, por ramo, ou até por unidade empresarial), TODOS DIRECIONADOS a carrear milhões, centenas de milhões, quiçás BILHÕES, para os capitalistas promíscuos dispostos a fazer "DOAÇÕES LEGAIS" e PROPINAS ILEGAIS, em cash ou em depósitos no Brasil e no exterior, no sentido de alimentar os cofres do partido criminoso e as contas dos mafiosos lulopetistas. ISTO É INÉDITO NO BRASIL, e confirma que a criminalidade lulopetista não pode ser colocada no mesmo nível da corrupção "normal" dos demais políticos e partidos, do tipo: "Ah, todo mundo faz...". NÃO FOI ASSIM: o PT e seus líderes criminosos se estabeleceram no poder para ROUBAR, o máximo possível.
Digo mais: É IMPOSSÍVEL compreender a história do Brasil, de 2003 a 2016, se não admitirmos, se não assumirmos, que o país foi governado, nesse período, por uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA cientificamente planejada. 
Não temos PROVAS DOCUMENTAIS da IMENSA ROUBALHEIRA perpetrada pela ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA travestida de partido político, mas se os jornalistas investigativos analisarem CADA UMA das medidas tomadas pelos dois ministros das finanças do PT poderão constatar que a maior parte delas estava destinada a ROUBAR, pelo Partido e para seus líderes, de forma planejada, deliberada, cientificamente calculada.  O que temos, e eu afirmo sem medo de errar, que são COMPELLING EVIDENCES,  evidências aplastantes da atividade criminosas dos  dois ministros. QUE ELES SEJAM CONDENADOS A 300 ANOS DE CADEIA, e que suas fotos sejam retiradas da galeria de ministros do Ministério da Fazenda. 
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13 de agosto de 2018

Valerio Mazzuoli: A Constituicao de 1988 e o Direito Internacional


O estudo que agora vem à luz visa demonstrar o real estado-da-arte da aplicação do Direito Internacional Público no Brasil, apenas compreensível mirando a evolução da matéria desde a promulgação da Constituição de 1988 até os dias atuais. Em especial, verificar-se-á como os tribunais brasileiros incorporam as normas do Direito das Gentes no plano da ordem jurídica interna, bem assim se o método de aplicação judiciária das normas internacionais levado a cabo no Brasil segue a linha do que vem desenvolvido pela doutrina.


https://www.academia.edu/37191078/MAZZUOLI_Valerio_de_Oliveira._A_Constituição_brasileira_de_1988_e_o_direito_internacional_público._In_Editora_Forense_Org._._30_anos_da_Constituição_Federal_e_o_direito_brasileiro._Rio_de_Janeiro_Forense_2018_p._81-106?auto=download&campaign=weekly_digest 


Relacoes Brasil-China: Perspectiva Historica - Eric Vanden Bussche, 20/08, 15hs, Itamaraty

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) têm o prazer de convidar para a palestra-debate “Relações Brasil-China: Uma Abordagem Histórica”, a ser proferida pelo Dr. Eric Vanden Bussche, professor da Sam Houston State University (Texas, EUA); co-autor de Baxi Yu Zhongguo: Shijie Zhizu Biandongzhong de shuangfang guanxi (Brasil e China: Relações Bilaterais numa Ordem Mundial em Tranformação) e co-organizador deCritical Han Studies: The History Representation, and Identity of China’s Majority. A palestra será feita no Auditório Paulo Nogueira Batista, no Anexo II do Itamaraty, no dia 20 de agosto, às 15h00.


Relações Brasil-China: Perspectiva Histórica
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) convidam para a palestra "Relações Brasil-China: Perspectiva Histórica", com Eric Vanden Bussche, em 20/08 às 15h00 no auditório Paulo Nogueira Batista. 

Possivelmente o maior especialista brasileiro em história chinesa, Eric Vanden Bussche é professor na Universidade Sam Houston, EUA. Fez doutorado em Stanford sobre negociação da fronteira China-Myanmar, um mestrado na Universidade de Pequim e outro em Columbia, e é graduado em história pela USP: www.shsu.edu/academics/history/faculty/eric-vanden-bussche-phd
As inscrições podem ser feitas aqui: www.funag.gov.br/sisev

Eric Vanden Bussche é doutor em história da China pela Universidade Stanford e professor da Sam Houston State University nos EUA. Lecionou durante vários anos na Universidade Stanford, onde recebeu um prêmio por sua disciplina “The Making of Nationalism in China” (2010). Foi também professor visitante da Universidade de Pequim (2006-07) e pesquisador visitante do Instituto de História Moderna da Academia Sinica em Taipé, Taiwan (2010-11).  
Eric Vanden Bussche realiza pesquisas nas áreas de história moderna e contemporânea da China, história das relações Brasil-China e império britânicona Ásia. Ele é co-autor de Baxi Yu Zhongguo: Shijie Zhixu Biandongzhong de shuangfang guanxi (Brasil e China: Relações Bilaterais numa Ordem Mundial em Tranformação; Shijie Zhishi Press, 2001)e co-organizador da obra Critical Han Studies: The History Representation, and Identity of China’s Majority(University of California Press, 2012). Seu livro sobre a delimitação da fronteira entre a China e Myanmar será lançado em breve.

Books by Eric Vanden Bussche

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...