quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Cúpula do MPF avalia que há elementos para investigar Bolsonaro e Pazuello - Josias de Souza

O MPF que conta lista todos os eventuais crimes de responsabilidade do PR e do MS que precisariam ser investigados pelo órgão. Mas este tem à sua cabeça um DESPROCURADOR PARTICULAR DA REPUBLIQUETA BOLSONARISTA, que acha que é ao Legislativo que cabe essa função. Pela letra da Constituição, esse medíocre serviçal da tropa no poder deveria ser afastado do cargo justamente pelo Senado, por NÃO CUMPRIR COM SEUS DEVERES CONSTITUCIONAIS.

Paulo Roberto de Almeida

Cúpula do MPF avalia que há elementos para investigar Bolsonaro e Pazuello

Reprodução
Imagem: Reprodução
Josias de Souza

Colunista do UOL

21/01/2021 03h06 

A pandemia do coronavírus agravou os sintomas de uma crise que consome as entranhas do Ministério Público Federal. Integrantes da cúpula do órgão avaliam que há elementos para a abertura de investigações contra autoridades federais responsáveis pela gestão da crise sanitária —entre elas Jair Bolsonaro e o ministro Eduardo Pazuello (Saúde). Queixam-se da inação do procurador-geral da República Augusto Aras. Em privado, atribuem a inércia ao desejo de Aras de blindar Bolsonaro e seu governo. 

A crise se agravou após a divulgação de uma nota de Augusto Aras na terça-feira. Nela, o procurador-geral se exime de avaliar "eventuais ilícitos que importem em responsabilidade de agentes políticos da cúpula dos Poderes da República." Alega que essa é uma "competência do Legislativo." Em reação, seis subprocuradores-gerais da República produziram uma resposta ácida. Ocupa três páginas. O conteúdo desmente Aras. E enumera meia dúzia de fatos passíveis de investigação. 

Assinam a peça os seguintes subprocuradores-gerais: José Adonis Callou de Araújo Sá, José Bonifácio Borges de Andrada, José Elaeres Marques Teixeira, Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, Mario Luiz Bonsaglia e Nicolao Dino. Eles compõem um bloco majoritário no Conselho Superior do Ministério Público Federal. Instância máxima de deliberação do MPF, o colegiado possui dez membros. Entre eles o próprio Aras e seu braço direito, o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros.

No documento em que se contrapõem à posição de Aras, os subprocuradores-gerais mencionam o artigo 102 da Constituição, que relaciona as atribuições do Supremo Tribunal Federal. No primeiro item desse artigo, está escrito que cabe à Suprema Corte "processar e julgar" autoridades que desfrutam de foro especial —"Nas infrações penais comuns, o presidente da República...", lê-se na letra "b". "Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado...", informa o enunciado da letra "c". 

Os subscritores do documento recordam que é o procurador-geral da República quem atua em nome do MPF junto ao Supremo. Portanto, cabe a Augusto Aras exercer as atribuições do cargo, que "é dotado de independência funcional." Não faz nexo o argumento de que caberia apenas ao Legislativo agir contra "eventuais ilícitos que importem em responsabilidade de agentes políticos da cúpula dos Poderes da República." 

Augusto Aras não precisa esperar por pedidos de terceiros. Dispõe de poderes constitucionais para abrir investigações por conta própria. Pode agir "de ofício", como se diz no jurisdiquês, o idioma do Direito. Nas palavras de um dos autores do documento que exorta o procurador-geral a se mexer, não se espera que Aras promova prejulgamentos. Deseja-se apenas que reconheça a necessidade de promover investigações. 

Os subprocuradores-gerais escreveram que "a gravidade da pandemia ensejou a união de esforços da comunidade científica, de empresas, entidades estatais e organismos internacionais, para estudos e produção de vacinas, em breve tempo." Realçaram os esforços do Butantan e da Fiocruz. Mas estranharam "o comportamento incomum de autoridades" federais. 

O documento menciona o caso de Manaus, cuja rede hospitalar padece de um "desabastecimento de cilindros de oxigênio" que resulta em "mortes de pacientes por asfixia e transferência emergencial de outros para tratamentos em estados diversos." Os críticos de Aras empilharam a matéria-prima para as investigações que o procurador-geral se recusa a deflagrar. Quatro dizem respeito à pandemia, uma se relaciona à confiabilidade das urnas eletrônicas, e outra trata do papel das Forças Armadas numa democracia. Eis a lista:

1) "Divulgação de informações em descompasso com as orientações das instituições de pesquisa científica";

2) "Defesa de tratamentos preventivos sem comprovação científica";

3) "Crítica aos esforços de desenvolvimento de vacinas, com divulgação de informações duvidosas sobre a sua eficácia, de modo a comprometer a adesão ao programa de imunização da população"; 

4) "Demora ou omissão na aquisição de vacinas e de insumos para sua fabricação, circunstância que coloca o Brasil em situação de inequívoco atraso na vacinação de sua população"; 

5) "Manifestações críticas direcionadas ao TSE e ao sistema eleitoral brasileiro, difundindo suspeitas desprovidas de qualquer base empírica, e que só contribuem para agravar o quadro de instabilidade institucional"; 

6) A "recente declaração do senhor presidente da República, em clara afronta à Constituição Federal, atribuindo às Forças Armadas o incabível papel de decidir sobre a prevalência ou não do regime democrático em nosso país."

Na visão dos subprocuradores-gerais "a possibilidade de configuração de crimes de responsabilidade, eventualmente praticados por agente político de qualquer esfera, também não afasta a hipótese de caracterização de crime comum, da competência dos tribunais."

Portanto, prosseguem os críticos de Aras, "o Ministério Público Federal e, no particular, o procurador-geral da República, precisa cumprir o seu papel de defesa da ordem jurídica, do regime democrático e de titular da persecução penal, devendo adotar as necessárias medidas investigativas a seu cargo." Não se admite que Aras se autoatribua a prerrogativa de "excluir previamente" das investigações, "antes de qualquer apuração, as autoridades que respondem perante o Supremo Tribunal Federal por eventuais crimes comuns ou de responsabilidade". 

Augusto Aras jactou-se na nota que veio à luz na terça-feira de ter requisitado ao Ministério da Saúde a abertura de "inquérito epidemiológico e sanitário". Mal comparando, foi como se o procurador-geral encomendasse a um vampiro a apuração das suspeitas de invasão do banco de sangue. "Em três décadas de atuação no Ministério Público, nunca vi nada igual", ironizou um dos subprocuradores incomodados. 

Considerou-se inadequada também a afirmação de Aras segundo a qual "o estado de calamidade pública" decretado para facilitar a gestão da crise sanitária "é a antessala do estado de defesa". Para o grupo de subprocuradores-gerais, "a defesa do Estado democrático de direito afigura-se mais apropriada e inadiável do que a antevisão de um 'estado de defesa' e suas graves consequências para a sociedade brasileira, já tão traumatizada com o quadro de pandemia ora vigente."

A diplomacia do ataque e seus efeitos colaterais - Fausto Macedo (Estadão)

A diplomacia do ataque e seus efeitos colaterais

Fausto Macedo

Estadão | 20/1/2021, 7h

Certa vez, li um provérbio que dizia: “O general que usa a diplomacia em vez da espada poupa mil vidas no campo de batalha”, e de pronto me lembrei do que estamos passando no Brasil atualmente diante dessa pandemia provocada pelo vírus chamado SARS-CoV-2, ou coronavírus, que causa a doença Covid-19. Já perdemos mais de 200.000 pessoas, que foram mortas pela ineficácia do Poder Público, mas o que eu gostaria de refletir neste texto é a potencialidade de uma ideologia e a sua influência na área diplomática num contexto de saúde pública.

O Brasil talvez seja o único país de dimensão continental a ser vítima duplamente, quer dos efeitos da doença, quer dos efeitos da irresponsabilidade ideológica recheada de preconceitos, animosidades, arrogância e paranoia por parte do governo Bolsonaro. Senão vejamos. Em novembro de 2020, um dos filhos do presidente Bolsonaro criou um forte atrito com o governo chinês numa narrativa em que acusava o perigo de se fazer negócios com a China na área tecnológica, alegando que o país asiático poderia nos “espionar” caso optássemos pela tecnologia 5G.

Na verdade, os atritos começaram na própria campanha à presidência em 2018, do então deputado Jair Bolsonaro, inspirado e completamente alinhado às ideias ridículas no tocante às políticas defendidas pelo presidente Donald Trump, que hoje, enfim, sabemos que nunca passou de um extremista perigoso.

Outro protagonista de ataques à China foi o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que afirmava na época que o país asiático se beneficiaria com a crise da Covid-19. Além disso, debochou do sotaque chinês, comportamento que a embaixada chinesa rechaçou e classificou como “fortemente racista”. Portanto, poderia aqui me ater a inúmeros ataques do governo Bolsonaro não só à China como a outros países e órgãos internacionais, sempre achando que o presidente Donald Trump o apoiaria e socorreria em momentos de dificuldade, o que denota forte ingenuidade e falta de visão política, pois seria possível prever sem muito esforço que Trump poderia não ser eleito, o que fatalmente ocorreu.

Internamente houve uma disputa política com relação à iniciativa do governador Dória de negociar com a China para receber a vacina, o que na verdade ocorreu, e com êxito. Contudo, sem insumos, sem números de vacinas disponíveis, sem um médico sequer à frente do Ministério da Saúde, e com milhares de pessoas morrendo até por falta de oxigênio, temos a dimensão do problema que uma diplomacia “capenga” promovida pelo governo federal em todo seu mandato foi capaz de fazer. Isso evidentemente nos coloca numa situação de vulnerabilidade sanitária, em que a população mais pobre, hipossuficiente, sofre com a falta de leitos, além do desemprego, que já existia bem antes da pandemia.

Talvez, como diz o ditado acima mencionado, a espada vinda de palavras cortantes está cortando e ceifando vidas inocentes de pobres, negros, idosos, profissionais de saúde que inadvertidamente votaram num grupo ideológico para evitar a volta do PT, como eu mesmo fiz, mas jamais poderíamos imaginar que a inabilidade diplomática poderia matar muito mais do que a fome, num pobre Brasil abandonado, afinal, “o general que usa a diplomacia em vez da espada poupa mil vidas no campo de batalha”. Precisamos encontrar esse tipo de general que não traz, enfim, “efeito colateral”…

https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/a-diplomacia-do-ataque-e-seus-efeitos-colaterais/

Vacina chega após arrogância e erros homéricos - Jamil Chade (Veja)

 Vacina chega após arrogância e erros homéricos (Por Jamil Chade) 

Veja | 20/1/2021, 2h

Aqui jaz os restos conceituais da política externa do governo de Jair Bolsonaro, responsável por isolar o país do grupo das grandes democracias do mundo e destruir a reputação de uma nação. Na lápide da diplomacia do Brasil, essa bem poderia ser a descrição para quem um dia for visitar o memorial dedicado às ideias, projetos e políticas que não sobreviveram à pandemia.

Entre 2020 e 2021, o Brasil foi vítima de um vírus que desconhecia ideologia, a noção de soberania e zombava de fronteiras. Mas só nas últimas semanas, o Governo descobriu que o país está de joelhos diante de uma pandemia que ganha força. Descobriu que está sem imunizante, sem oxigênio, sem plano e sem alternativas. Nada disso, porém, é culpa exclusiva do Sars-Cov-2. Depois de ter politizado a origem do vírus, a máscara e tratamentos, o governo tomou a decisão deliberada de repetir esse roteiro com o imunizante.

A demora e indefinição para começar a vacinação não foram acidentes de última hora. Trata-se de o resultado dramático de decisões políticas adotadas ao longo de meses. O primeiro passo nesse longo processo foi o de não aderir inicialmente ao projeto de uma coordenação global. Em abril de 2020, a OMS iniciou a construção de um sistema que permitiria uma distribuição equitativa da vacina pelo mundo. Uma espécie de fundo de vacinas que permitiria que, uma vez autorizados os produtos, a coalizão garantiria a distribuição do imunizante para todos os países, atendendo inicialmente a 20% das populações de cada nação.

A ideia era simples: se for deixado às forças do mercado ou ao sistema internacional, os países emergentes e pobres poderiam ficar para o fim da fila na vacinação. Exemplos já existiam disso. Quando o H1N1 se abateu sobre o mundo, países ricos foram os primeiros a imunizar suas populações. Quando a vacina chegou aos países pobres, o surto já tinha terminado.

A Aids também trouxe uma história similar. Por anos, as economias mais pobres ficaram sem acesso aos tratamentos, enquanto o coquetel já era uma realidade nos EUA e Europa. Quando os remédios finalmente desembarcaram na África, os países mais pobres já somavam 9 milhões de mortes.

Na OMS, técnicos e diretores estavam convencidos de que, na atual pandemia, esses erros não poderiam se repetir. Mas a ordem no Itamaraty era a de não permitir que, durante a pandemia, os organismos internacionais ganhassem força ou fossem os locais de coordenação de uma resposta global. Mergulhado em seu combate contra o “globalismo” que destruiria as identidades nacionais, o Itamaraty ficou de fora de reuniões internacionais e, quando participou, fez questão de usar o palanque para rejeitar qualquer ideia que significasse um reconhecimento da necessidade de um plano global contra o vírus.

Naquele mês de abril de 2020, o Ministério da Saúde informaria que não faria parte da aliança, batizada de Covax. Sua explicação: temos outros acordos bilaterais sendo costurados. Nunca explicaram quais eram esses planos. Pressionado, porém, o Brasil acabou cedendo alguns meses depois e aderiu ao projeto, mas sem grande entusiasmo. Ao fazer seu pedido por vacinas no fundo global, solicitou o mínimo que poderia ser comprado: o equivalente a 10% de sua população. Pelas regras, países poderiam ter solicitado até 50% de sua população.

Hoje, sem apoio internacional suficiente, sem recursos e diante de governos pseudo-nacionalistas como o do Brasil, a aliança sofre para começar a distribuir vacinas. Em Genebra, não são poucos os negociadores que acreditam que um envolvimento mais direto do Brasil no projeto poderia ter convencido outros a aderir e teria transformado a aliança numa realidade imediata.

Se a via multilateral não interessava, a escolha por acordos bilaterais também se mostrou inapta e permeada por considerações ideológicas. Tentando frear a expansão da influência da China no mundo e mais preocupado em atacar o “comunavírus”, o Governo optou por promover uma campanha contra as vacinas chinesas. Diversas empresas, nos últimos meses, relataram como entregaram propostas ao Governo e se surpreenderam com respostas frias por parte do Planalto. No governo federal, a ideia era de apenas a vacina da AstraZeneca seria suficiente.

Enquanto isso, pelo mundo, países tomaram a decisão de evitar a todo custo colocar todas suas apostas em apenas uma ou dois fornecedores de vacinas. Em Bruxelas, por exemplo, a União Europeia fechou acordos com seis empresas diferentes. Nos EUA, mesmo o governo de Donald Trump decidiu estabelecer acordos com seis fornecedores.

Na Coreia do Sul, o país garantirá seu abastecimento com três empresas, além de desenvolver projetos de uma vacina nacional com outros 15 laboratórios nacionais. Na China, além de ter quatro vacinas já em negociações com a OMS para conseguir uma aprovação global, o governo fez questão de fechar um acordo com os alemães da BioNTech para um abastecimento extra de 100 milhões de doses. Outros também estão sendo negociados com empresas ocidentais.

Sim, existe uma profunda escassez de vacinas no mundo. Mas é justamente num momento de crise que a capacidade de um país navegar e recorrer a aliados se mostra vital. No caso do Brasil, a aposta se mostrou desastrosa. Quando precisou de ajuda, descobriu que seus parceiros nacionalistas eram, de fato, nacionalistas.

Num dos episódios mais reveladores do amadorismo do Itamaraty, o governo preparou um avião para ir buscar os insumos da Índia, necessários para a vacina da AstraZeneca. Com pires na mão, Bolsonaro escreveu ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Mas, por enquanto, Nova Delhi rejeitou fazer a entrega ao Brasil, dando (obviamente) prioridade para o início de sua campanha nacional de vacinação.

Opções começam a ser buscadas em Israel e mesmo nos EUA. Mas, ao apagar das luzes do Governo Trump e o desembarque de Joe Biden, o Governo já começa a descobrir a tradução da palavra pária. As opções para pedir ajuda ainda são limitadas. Afinal, a chancelaria fez questão de dedicar parte de seu tempo, esforço e dinheiro dos contribuintes brasileiros nos últimos anos para ofender líderes estrangeiros e queimar pontes que tinham sido construídas por décadas com parceiros internacionais.

O mais irônico e trágico disso tudo é que a história poderia ter sido radicalmente diferente. O Brasil é um dos únicos países do mundo com uma capilaridade no sistema de saúde, experiência, conhecimento científico e capacidade de mobilização para vacinar milhões de pessoas por dia. A crise brasileira, não por acaso, chama a atenção internacional. Nos bastidores da OMS, diretores não escondem o espanto sobre a situação do Brasil. “Vocês são um país com ótimos cientistas, orgulhosos de seu passado de saúde pública. O que ocorreu?”, perguntou um dos líderes da agência no esforço contra a pandemia.

A resposta não se limita à dimensão da incompetência daqueles no poder. O fracasso é um resultado direto de uma política externa que tem como pilar a ideologia, e não os interesses dos cidadãos.

A maior campanha de vacinação da história do país dependerá num primeiro momento de uma vacina chinesa, justamente aquele que havia sido desprezada, ironizada e evitada pelo governo federal. Independente da ironia de uma cena digna do realismo mágico, a demora do país em começar a vacinação e a falta de imunizantes suficientes não são acidentes. Mas consequência de uma diplomacia que mostrou todos os seus limites e fracassou ao ser confrontado por seu maior teste. Gestos como o de minar a confiança em uma vacina apenas por sua origem ou se negar a promover uma resposta global fazem parte de um pacote negacionista que explica o colapso de Manaus e a dor de milhares de famílias brasileiras. Nesse caso, o impeachment seria insuficiente.

https://veja.abril.com.br/blog/noblat/vacina-chega-apos-arrogancia-e-erros-homericos-por-jamil-chade/


Estatísticas de postagens e de acessos no Diplomatizzando - Paulo Roberto de Almeida

 Registro das postagens no Diplomatizzando, ano a ano: 

Realizado em 21/01/2021:

Total: 22.740

Acessos: 8.179.876

Seguidores: 914

Comentários: 9.053


Dez anos atrás, em 201o: eu publicava a seguinte estatística: 

Se eu coloco o meu nome no Google, assim, sem nada, o resultado é assustador: 

Aproximadamente 44.400.000 resultados (0,46 segundos) 

Mas, tem muita repetição, muitos homônimos, muitos nomes parciais coincidentes.

Mesmo cortando pela metade, fica ainda exagerado: 22.200 milhões.
Cortemos ainda pela metade; ainda assim parece exagero: 11.100 milhões.
Vamos cortar em três, então, o que dá: 3,7 milhões, o que é ainda enorme.

Então, coloquemos o nome entre aspas, com o qualificativo de "diplomata".
Aí já está razoável: Aproximadamente 1.070 resultados (0,49 segundos) 

Se eu colocar entre aspas, com "professor" em lugar de diplomata, aí aumenta um pouco: 
Aproximadamente 4.800 resultados (0,57 segundos)

Mas, se eu colocar os dois, "diplomata, professor", aumenta bem mais: 
Aproximadamente 283.000 resultados (0,66 segundos) 

Acho que essa é uma base razoável de reflexos de minhas muitas publicações, nos últimos 30 e poucos anos, digamos assim, desde o aparecimento da internet. Comecei em revistas acadêmicas clássicas, até aparecerem os primeiros sites gratuitos, tipo Geocities e alguns outros.
A partir de certa fase, resolvi criar o meu próprio site, e não queria ser ".com", obviamente. Mas na época tinha poucas possibilidades. Escolhi ser "org", o que pode parecer arrogância.
Depois apareceram as outras possibilidades, que reservei: net e info, mas nunca implementei.

Destinado basicamente a divulgar meus trabalhos, não com intenções narcisísticas, mas com finalidades basicamente didáticas, o site www.pralmeida.org reune meus trabalhos e outros materiais relevantes para o estudo de questões internacionais e de diplomacia brasileira.
Ele existe desde muito tempo, mas com suporte de provedores diferentes, ao sabor da ajuda técnica que pude receber, pois pessoalmente sou um inepto na linguagem html.
Não disponho de estatísticas sobre acessos, pois não sei configurar essas tecnicalidades.
Mas é no site que eu coloco a série inteira de trabalhos originais, publicados e todos os tipos de livros (próprios, editados e capítulos em obras coletivas). Tenho de fazer uma lista dos livros em Kindle, que pronto espero estarem todos.
Eis os links: 

Livros do autor: http://pralmeida.org/autor/
Capítulos em livros coletivos: http://pralmeida.org/capitulos/

Da mesma forma, os trabalhos estão em listas geralmente anuais: 



O FMI agora se preocupa com a concentração de renda nos EUA e acha que as políticas públicas devem colaborar para reduzi-la

 

VIEW IN BROWSER   

FD Header
Heather


Dear Colleague,

Tomorrow here in Washington is the inauguration of Joe Biden as the 46th president of the United States. Among the many crises on his plate, inequality is perhaps the most pervasive. Heather Boushey, an incoming member of President-elect Biden's White House Council on Economic Advisors, carved out a blueprint to address this very issue in our latest edition of F&D.

She writes that workers and their families on the wrong side of the many US economic disparities are there for several reasons—including a stubborn reliance by policymakers on markets to do the work of government, and the racism and sexism, sometimes written into law, that blind policymakers to injustice and to economic sense.

Interested in learning more? Jump to the 1800-word piece or download the PDF. I've also included the full article below.

###

The COVID-19 pandemic is shining an unforgiving spotlight on the many inequalities in the United States, demonstrating how pervasive they are and that they put the nation at risk for other systemic shocks. To stop the spread of the virus and emerge from a crushing recession, these fundamental inequalities must be addressed. Otherwise not only is a slow economic recovery more than likely, but the odds grow that the next shock—health or otherwise—will again throw millions out of work and subject their families to fear, hunger, and lasting economic scars.

Before the pandemic, the United States was in the midst of a decade-long recovery from the Great Recession, which began in December 2007. But not all Americans experienced that recovery in the same way. The top 1 percent emerged as strong as ever in terms of wealth, regaining what they had lost by 2012. As of March 2020, however, US working- and middle-class families had barely recovered their lost wealth, and many families, especially those of color, never recovered. Even amid a strong recovery, the United States was burdened by extraordinary economic and racial inequality.

Today, stark differences among US workers and their families make the current recovery neither U- nor V-shaped but rather one that resembles a sideways Y, with those benefiting from a stock market recovery or employed standing on the branch of the Y that points up unaffected by the recession, and those on the bottom branch facing perhaps years of struggle. And there are stark differences of race and class between the upper and lower legs of that sideways Y. This recession provides an opportunity for policymakers to address these inequalities with transformative policy changes to produce a healthier and more resilient economy that delivers strong, stable, and broad-based growth and prosperity.

Disparities abound

Workers and their families on the wrong side of the many US economic disparities are there for several reasons—including a stubborn reliance by policymakers on markets to do the work of government and the racism and sexism, sometimes written into law, that blind policymakers to injustice and to economic sense.

This article will identify specific causes of economic inequality in the United States and then explain how to address them.

Markets: Beginning in the 1980s, conservative economists began to make the case that unfettered markets were the only way to deliver sustained growth and well-being. This ideology, with modest exceptions, has governed US economic policymaking ever since. But it has not delivered. Moreover, the supposedly neutral and fair rules that govern markets have in fact shifted economic risk away from corporations and the wealthy toward medium- and low-income families. This has never been more apparent than now, when the coronavirus has caused mostly low-income workers to either lose their jobs or have to work in employment that exposes them to the risk of contracting and spreading the disease.

Tax cuts, weak public investment: President Donald Trump’s 2017 tax cut, which benefited largely the better-off, is only the most recent manifestation of a tax-cutting philosophy that has governed US fiscal policy for decades. These measures have starved the nation of resources that could be used to fund basic governmental functions and critical public investments. As a result, public investment as a share of GDP—the value of goods and services produced in the United States in a year—has fallen to its lowest level since 1947.

Eroding worker power: The ability of US workers to bargain for higher wages and benefits and better and safer working conditions has been sapped by years of anti-union court and administrative rulings. And in 27 states, right-to-work laws make it harder for unions to form. As employers gained the upper hand, wages stagnated, and worker safety has suffered, especially during the pandemic.

Economic concentration: US antitrust policy and enforcement have allowed industries across the United States to become increasingly concentrated, giving large businesses market power to set prices, eliminate competitors, suppress wages, and hobble innovation. What’s more, there is evidence that this is dampening firms’ investment. Some are thriving in the midst of—indeed because of—the pandemic, while small businesses struggle to survive.

Measuring the economy: Before the 1980s, when US economic inequality began its upward trajectory, growth in GDP was a reasonably reliable indicator of the well-being of most Americans. But as economic inequality has risen close to its 1920 levels, the benefits of GDP growth have gone disproportionately to the top 10 percent of earners, while income growth for the vast majority of people has been slower than that of GDP—in some cases, none at all. For that reason, GDP reflects mostly how the better-off are doing. As GDP recovers in the coming months, therefore, it will give policymakers false signals about whether average Americans are recovering.

Racism and sexism: The disparate health and economic consequences of the coronavirus recession reinforce the reality and history of racism and sexism in the United States. The median earnings for a Black household are 59 percent of those of a White household, and for men and women of all races, a median woman earns 81 cents for every dollar earned by a man. The results of job segregation are apparent, with health care and service workers on the pandemic front lines. Despite being essential, some of these jobs—in which women and minorities are overrepresented—are the least likely to have benefits such as paid sick time or employer-provided health insurance.

These problems are largely the result of decades of failed policies supported more by ideology than evidence. A distorted economic narrative that lionizes markets has led to the weakening of public institutions and the acceptability of less funding for democratic institutions of governance, greater economic concentration, reduced worker power, and the discriminatory effect of laissez-faire labor rules. The role of policy choices in arranging the market structure is unmistakable and enduring.

Building a strong, equitable economy

Transforming the US economy requires policymakers to recognize that markets cannot perform the work of government.

The first step is to eradicate COVID-19. It has to be the first priority, not only for public health but also for the US economy. Beyond that, encouraging a strong and sustained recovery that delivers broadly shared growth also requires the United States to address its long-term problems: a costly health system that leaves millions with insufficient care, an education system designed not to end inequality but to preserve it, lack of basic economic stability for most families, and climate change.

Major public investments are required to deal with each issue. While it is not necessary to worry now about paying for them, the nation should put in place significant tax increases, primarily or entirely on the wealthy, to begin investing in these long-term solutions. The country should tax the enormous wealth concentrated at the top that is being saved, or kept overseas, and not being invested in the economy or in solving societal problems.

Policymakers also must address the economic concentration that has created monopsony power (a single or handful of buyers or employers) that keeps wages down and threatens small businesses, which are the lifeblood of innovation and economic dynamism. The first step is to ensure that the recession and the programs designed to help businesses survive the crisis don’t exacerbate this trend. Thus far, federal policies to address the economic downturn have provided far greater aid to large businesses than to small ones.

Policymakers also must ensure that federal government funds are directed to productive uses that support workers and customers, and not to rewarding wealthy shareholders. Corporations receiving aid should be barred from issuing dividends and carrying out stock buybacks, and banks should be required to suspend capital distributions during the crisis to support lending to the real economy.

Even more fundamental to addressing excessive concentration is strengthening US antitrust enforcement, which is weaker than it has been in decades. The antitrust laws themselves also need to be bolstered, particularly with respect to the rules governing mergers and exclusionary conduct. Legislators should consider creating a digital regulatory authority to enforce privacy laws and enhance competition in digital markets.

The country also needs to better understand who benefits, or does not, from recovery policies and what further actions are needed. Because overall GDP is not up to that task, income must be disaggregated at all levels to measure progress or lack thereof for all groups—which would enable the United States to lay the groundwork for understanding what other actions are needed to ensure more people benefit from the recovery.

US economic inequality is firmly tied to the issue of racial inequality. The unmistakable message of the Black Lives Matter movement is that Americans of color never have been able to trust government to act on their behalf. Government must work to ensure that low-income Black, Latinx, and Native American people can both develop and deploy their talents and skills in the economy.

Taxing wealth, which is disproportionately owned by White Americans, is one solution. But for that to address racial inequities adequately, the proceeds of the wealth tax must benefit the majority of the nonwealthy. The proceeds must be directed to the most urgently needed investments, such as in COVID-19 testing and treatment in communities of color, in policies that expressly and progressively support low-wage workers and care workers, and in engagement with minority-owned small businesses. Otherwise, pervasive inequities will be further entrenched.

A significant reason for the gender earnings gap is the lack of a national paid family and medical leave policy and the absence of a national program to ensure that families have access to quality, affordable childcare and prekindergarten education. Families with children that do not have access to paid leave and childcare—or cannot afford them—have little choice but to put careers on hold. This happens to women far more often than to men. Legislation has been introduced in Congress to accomplish both of these goals, and these measures should get serious consideration in the next Congress.

Reason for optimism

There is reason to believe that the United States can enact policies to transform its economy and society. Until recently, some of the conversations taking place among policymakers and around dinner tables—inspired by COVID-19, the deep recession, the Black Lives Matter movement, and the recent presidential election—would have been relegated to the edges of public debate. Today that is not the case.

Yet the US political system is beset by deep partisanship and a constitutional and electoral system that makes it far easier to block transformative policies than enact them. But I am an optimist, and I still believe that the country could be at an inflection point, with the advantage going to those who develop and advocate progressive policies to reduce inequality and build an economy that produces strong, stable, and broad-based growth.

###

As always, if you have any comments or feedback about this article, or if you have ideas about future contributors and topics to explore, please do write me a note directly. I would love to hear from you.

Take good care and see you next week,

Rahim Kanani


Rahim Kanani
Digital Editor, F&D
rkanani@IMF.org

_____

Surprise a colleague: forward this email
First-time reader? Sign up here
Update your profile for tailored content
View all IMF newsletters

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...