quinta-feira, 10 de julho de 2025

A destruição de Bolsonaro pelo seu amigo Trump - Paulo Roberto de Almeida

A destruição de Bolsonaro pelo seu amigo Trump

O que o negacionismo vacinal não conseguiu fazer durante a pandemia, nem os vários atentados à democracia brasileira, tampouco a tentativa golpista demostrou possuir poderes efetivos, a tarificação precoce de Trump no comércio bilateral EUA-Brasil vai finalmente produzir um resultado fatal: afundar de vez o conceito do ex-presidente na aceitação nacional. Um bumerangue fatídico.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 10/07/2025


quarta-feira, 9 de julho de 2025

O ataque de Trump à grandeza americana - Martin Wolf Financial Times

PRA: Apenas uma observação pessoal a este artigo de Martin Wolf: a China NÃO É COMUNISTA, sequer totalitária. Ela é uma autocracia conduzida por um partido leninista que constroi um capitalismo fortemente estatizado e estritamente controlado pelos milhares, milhões de mandarins, que são os funcionários do PCC, em nada marxistas, apenas tecnocratas disciplinados e obedientes ao Partido, para gozarem de melhores vantagens do capitalismo autoritário tipicamente chinês.
O ataque de Trump à grandeza americana
Martin Wolf
Em seis meses, o presidente dos EUA fez grandes avanços na implementação de uma agenda contra tudo o que tornou o país bem-sucedido
Financial Times, 9/07/2025
        Às vezes é preciso olhar para o quadro geral. Em 4 de julho de 2026, os EUA celebrarão seu 250º ano de independência. A própria declaração de independência afirmava que: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade." Essas ideias foram realizadas de forma imperfeita. Uma guerra civil e o movimento pelos direitos civis ainda estavam por vir. No entanto, o nascimento dos Estados Unidos da América seria um momento extremamente significativo.
        Os EUA tinham o potencial de se tornar a primeira república verdadeiramente poderosa desde a romana, que pereceu na batalha de Ácio em 31 a.C. Sem o poder dos EUA, uma ditadura alemã ou russa certamente teria conquistado a Europa. Sem o exemplo dos EUA, o capitalismo democrático não teria se espalhado pelo mundo. Este seria um mundo muito mais pobre, assolado por todos os males do despotismo.
        Como argumentei em uma coluna de 2016, a chegada de Donald Trump ao cenário político coloca tudo isso em risco. O perigo está muito mais próximo hoje. Ele sobreviveu à tentativa de derrubar o resultado da eleição presidencial de 2020, para retornar triunfante em 2024. Trump está sem amarras. A energia desta administração está transformando o mundo.
        Comecemos pela frente doméstica.
    Estamos assistindo a um ataque ao estado de direito. Abbe Lowell, antigo defensor de Jared Kushner e Hunter Biden, adverte que Donald Trump está levando a democracia dos EUA ao ponto de ruptura. As ações incluem ordens executivas contra escritórios de advocacia e a nomeação de aliados não qualificados para posições-chave. O mais sinistro de tudo, como observa Edward Luce, é a expansão do poder e dos recursos do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), que opera muito como uma polícia secreta.
Intimamente relacionado tem sido o ataque ao governo. O chamado Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk foi uma fraude. O objetivo não era a eficiência, mas a subserviência. Era destruir a independência dos servidores públicos.         No processo, muitas atividades valiosas também foram destruídas, notadamente os programas de saúde da Usaid. Os custos serão enormes.
        Outro aspecto é o extenso uso de poderes de emergência e decretos por Trump. Ele emitiu 168 destes últimos apenas nos primeiros meses deste mandato, elevando seu total a um número muito acima de seus predecessores recentes. Trump governa por decreto. Esse é um dos sinais de uma ditadura.
Uma preocupação adicional é a legitimação da corrupção. Isso é revelado em seu próprio comportamento e no de sua família. Também é demonstrado na pausa na aplicação da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês), que já foi um exemplo de bom comportamento.
        Ainda mais fundamental é a guerra contra a ciência, uma fonte potente do excepcionalismo americano. Larry Diamond, de Stanford, um especialista líder em democracia, escreve: "O escopo e a profundidade da devastação que Trump está causando na liderança americana em ciência e tecnologia são tão massivos e abrangentes que é difícil entender sem recorrer a uma teoria absurda, como a de que Trump é um agente não da Rússia imperial, mas da China comunista".
        Por último, mas não menos importante, está a política fiscal recém-promulgada na "big, beautiful bill" (grande e belo projeto de lei). Isso garante enormes déficits fiscais por tempo indeterminado. Isso, por sua vez, também assegura enormes déficits em conta corrente para sempre, já que é assim que a economia dos EUA equilibra oferta e demanda.
        Agora, vejamos o impacto nas relações internacionais dos EUA e nos bens públicos globais.
        Acima de tudo, a guerra comercial não acabou. A pausa de 90 dias nas tarifas do "dia da libertação" está prestes a terminar. Acordos não foram alcançados com mais do que um punhado de parceiros. Esta guerra economicamente destrutiva contra os credores dos EUA e, sobretudo, a incerteza que ela cria, continuará. A guerra comercial representa um ataque às instituições criadas pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial. Também está danificando as alianças dos EUA. De modo mais amplo, todos os compromissos dos EUA estão em dúvida: a humilhação grotesca de Volodymyr Zelensky na Casa Branca mostrou isso.
        O regime comercial era um bem público global. Outro tem sido o regime monetário baseado no dólar. Novamente, as políticas de Trump lançam dúvidas sobre a estabilidade da moeda e a credibilidade de seu emissor. Por último, mas não menos importante, embora totalmente alinhado com o ataque do movimento à ciência, está o virulento "negacionismo" climático: se é inconveniente, não pode ser verdade, é o lema. O paralelo histórico óbvio é com o lysenkoísmo, a ruinosa campanha stalinista contra a biologia evolutiva.
        Quase tudo o que Trump está fazendo enfraquecerá os EUA em sua rivalidade com a China. Esta rivalidade pode e deve ser gerenciada no interesse de todos. Mas eu, pessoalmente, quero desesperadamente que os valores fundamentais de liberdade de opinião, política democrática, estado de direito e abertura para o mundo como um todo sobrevivam. Trump não está apenas atacando esses valores em casa, ele os está enfraquecendo no exterior, notadamente destruindo a credibilidade dos EUA como aliado. Como se pode razoavelmente esperar que um EUA volúvel e fiscalmente pródigo, que está destruindo instituições e valores fundamentais, se iguale a um gigante com mais de quatro vezes sua população? Isso é certamente uma fantasia.
Em pouco menos de seis meses, apenas um oitavo de seu mandato, Trump fez grandes avanços em sua guerra contra tudo o que tornou os EUA bem-sucedidos.             Apenas a base Maga, Vladimir Putin e Xi Jinping deveriam se sentir felizes. A parte mais coerente do programa é a tentativa de transformar os EUA em uma autocracia.         Grande parte do resto é incoerente. Mas, dado o evidente sucesso, em seus próprios termos, de apenas seus primeiros seis meses, seria uma pessoa imprudente quem assumisse que esta contrarrevolução contra tudo o que os EUA representam, em casa e no exterior, fracassará. Pode-se ter esperança. Mas Trump está se saindo assustadoramente bem.

O tamanho da conta - Marcelo Guterman

 O tamanho da conta

MARCELO GUTERMAN
JUL 9, 2025

(Artigo da jornalista Vera Rosa, "A tradução do nós contra eles", Estadão 9/07)


A jornalista Vera Rosa explica a estratégia do governo na discussão sobre o sistema tributário. Cabe lembrar que tudo isso é marketing, pois o IOF está longe de ser um imposto que afeta somente o “andar de cima”. Mas sigamos.

Que o nosso sistema tributário é concentrador de renda não há dúvida razoável. Pessoas físicas com rendas mais altas se escondem atrás de pessoas jurídicas para pagarem menos imposto de renda. Desde o funcionário que constitui uma MEI, passando pelo profissional liberal até grandes empresários com esquemas sofisticados de blindagem patrimonial, todos usam alguma forma permitida em lei para fugir das garras do leão. Mas eleger o sistema tributário como o bode expiatório dos nossos problemas é jogar areia nos olhos da opinião pública, para que se distraia do principal fator de concentração de renda no Brasil: o desequilíbrio das contas públicas. Vou explicar no final.

Blog do Marcelo Guterman é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, considere tornar-se uma assinatura gratuita ou uma assinatura paga.

Focar na injustiça tributária é só uma forma de tornar moralmente desejável o aumento da carga tributária. Já pagamos 34% do PIB em impostos, mas o desejo da sociedade brasileira por mais benefícios, alimentado por políticos populistas, e a insaciável máquina do Estado brasileiro, acham 34% pouco, e querem mais. Assim, “taxar os ricos” torna socialmente aceitável o aumento da carga tributária.

Temos dois problemas com esse raciocínio. O primeiro é que, se 34% não são suficientes, quem disse que, por exemplo, 40% serão? Sabemos como a coisa funciona: toda receita adicional será engolida pela insaciável máquina de privilégios encastelada no Estado brasileiro. Além disso, e esse é o segundo problema, políticas públicas concentradoras de renda continuarão intactas. (Prometo um outro post listando políticas públicas, incluindo aquelas caras à esquerda, que concentram renda). Assim, o efeito de aumentar a carga tributária é aumentar a concentração de renda, não reduzi-la.

Toda essa discussão isenta o governo de atacar o problema do equilíbrio das contas públicas pelo lado das despesas, assumindo como premissa razoável de que 34% do PIB de carga tributária já é mais do que razoável em um país de renda mediana como o Brasil. E, ao abandonar essa questão, o governo está alimentando o principal fator de concentração de renda do País: o pagamento de juros.

A leniência no trato da dívida pública faz com que os juros a serem pagos aos seus financiadores precisem ser mais altos. Além disso, pressionam o Banco Central a manter juros elevados para conter a inflação. O resultado é que hoje o Estado brasileiro transfere entre 7% e 8% do PIB em juros para os detentores de poupança. Os demonizados “rentistas” só estão se aproveitando de um estado de coisas criado pelo próprio governo, ao não endereçar o problema do equilíbrio das contas públicas.

Discutir quem vai pagar a conta tem certamente o seu mérito, desde que não abandonemos o principal, que é a discussão sobre o tamanho da conta.

Blog do Marcelo Guterman é uma publicação apoiada pelos leitores.

O gasto com pessoal do poder público é a maior usina geradora infinita de déficit - Ricardo Bergamini

 O gasto com pessoal do poder público é a maior usina geradora infinita de déficit

Ricardo Bergamini

Prezados Senhores

No serviço público existe o crescimento vegetativo dos gastos com pessoal, assim sendo mesmo sem qualquer interferência do governante de plantão, os gastos com pessoal crescem com benefícios imorais existentes (promoções automáticas, quinquênios, licença prêmio, dentre centenas de outras aberrações ainda existentes no Brasil). Além do efeito cascata, qual seja: os aumentos no nível federal são automaticamente concedidos nos níveis estaduais e municipais.

Em 2024, comparativamente ao ano de 2002 houve aumento dos gastos com servidores de 6,99% em relação à carga tributária e 7,86% em relação ao PIB.

Em 2002 os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de R$ 198,7 bilhões (13,35% do PIB), representando 41,64% da carga tributária. Em 2018 foi de R$ 1.129,0 bilhões (16,38% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 22,70% representando 49,25% da carga tributária. Em 2022 migram para R$ 1.453,5 bilhões (14,66% do PIB), representado 43,46% da carga tributária. Em 2024 migram para R$ 1.691,5 bilhões (14,40% do PIB), representado 44,55% da carga tributária.

Um grupo de trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) composto por 13,5 milhões de brasileiros (ativos, inativos, civis e militares) que representam apenas 6,65% da população brasileira, sendo 2,2 milhões federais, 4,9 milhões estaduais e 6,4 milhões de municipais custaram R$ 1.691,5 bilhões em 2024, correspondentes a 14,40% do PIB. Esse percentual representou 44,55% da carga tributária.

Na história do Brasil a nação sempre foi refém dos seus servidores públicos (trabalhadores de primeira classe), com os seus direitos adquiridos intocáveis, estabilidade de emprego, longas greves remuneradas, acionamento judicial sem perda de emprego, regime próprio de aposentadoria (não usam o INSS), planos de saúde (não usam o SUS), dentre muitos outros privilégios impensáveis para os trabalhadores de segunda classe (empresas privadas). Com certeza nenhum desses trabalhadores de primeira classe concedem aos seus empregados os mesmos direitos imorais.

============

Câmara aprova texto-base de projeto que cria 160 cargos comissionados no STF

Durante a análise do texto, deputados protestaram contra a medida em meio a um debate sobre a necessidade de corte de despesas orçamentárias.

Por Luiz Felipe Barbiéri, Paloma Rodrigues, g1 e TV Globo — Brasília

09/07/2025

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8) o texto-base de um projeto de lei que cria 160 cargos comissionados para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Os parlamentares agora analisam os chamados destaques, sugestões de alteração no texto. Finalizada esta etapa, a proposta segue para análise do Senado. Os destaques devem ser analisados nesta quarta (10).

Durante a análise do projeto, deputados protestaram contra a medida em meio a um debate sobre a necessidade de corte de despesas orçamentárias.

Matéria completa clique abaixo:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/07/09/camara-aprova-texto-base-de-projeto-que-cria-160-cargos-comissionados-no-stf.ghtml

terça-feira, 8 de julho de 2025

O Brasil no Brics - Rubens Barbosa O Estado de S. Paulo

 Opinião:

O Brasil no Brics

O Brics é visto, em Brasília, como instrumento-chave para reequilibrar a ordem mundial, contrapondo o domínio do G-7
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 08/07/202

        No contexto atual de incertezas e insegurança global, o governo brasileiro organizou ontem, no Rio de Janeiro, o encontro de cúpula do Brics, sem a presença dos líderes da Rússia, China, Egito, Turquia, Irã e México.
        O Brics, hoje, ampliado, é integrado pelos cinco países originais (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) e agora pelos novos membros, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Foi igualmente criada uma categoria de Países Associados, tendo sido convidados Cuba, Bolívia, Turquia, Nigéria, Indonésia, Argélia, Bielorrússia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã e Uganda. A expansão do Brics permitirá um maior conhecimento e novas oportunidades de ampliação do intercâmbio comercial entre os países-membros. Existem cerca de 200 mecanismos de interação entre os países-membros, com reuniões entre ministérios e instituições oficiais e privadas que vão nessa direção. No tocante ao funcionamento do bloco, o Brasil apoiou a expansão do grupo (2023-2024) e defende termos de referência para a entrada de novos membros para preservar a coerência e eficácia do bloco. Há cerca de 35 países que manifestaram interesse em se juntar ao Brics.
        Apesar de dois de seus membros estarem envolvidos em conflitos regionais, o Brics, pelo seu peso político, econômico e comercial, tem sido um polo de atração, o que indica uma tendência à sua consolidação como um ator relevante no cenário global. Heterogêneo e com interesses nem sempre coincidentes, o Brics se tornou uma fonte de propostas de regras para a nova ordem internacional, embora haja preocupação de parte de seus membros com o risco de que o grupo se torne excessivamente politizado ou antiocidental, o que comprometeria sua capacidade prática. Por isso, apresentar-se como uma força de construção e de estabilização será um grande desafio para o bloco, levando em conta as guerras em curso e as atitudes antiocidentais de alguns de seus membros.
        A reunião mostrou a grande diversidade entre os países-membros e a divergência de interesses político e econômico-comerciais, mas a moderação prevaleceu sobre a confrontação. Além da declaração de líderes, foram aprovadas declarações sobre finanças climáticas; sobre governança global da inteligência artificial e a parceria do Brics para a eliminação de doenças socialmente determinadas. O Brasil contribuiu para encontrar fórmulas de conciliação sobre os temas dominados por questões geopolíticas globais, em especial, as guerras no Oriente Médio e na Europa e o protecionismo, em função do tarifaço dos EUA. O grupo condenou os ataques militares ao Irã e ao programa nuclear iraniano, reiterando o apoio às iniciativas diplomáticas relativas aos desafios regionais e reiterou as posições nacionais sobre a guerra na Ucrânia, expressas na ONU. O comunicado final registra a grave preocupação com a ocupação de Gaza e expressa o direito dos palestinos de um Estado independente e, quanto à ampliação do Conselho de Segurança da ONU, que Brasil e Índia deveriam ter um papel mais ativo em temas globais e nas Nações Unidas, inclusive no Conselho de Segurança.
        No contexto das atuais prioridades na política externa, o governo brasileiro mantém seu compromisso com o Brics como um meio estratégico para reforçar sua política externa, aumentar sua autonomia e atuar como liderança entre os países em desenvolvimento (Sul Global). O Brics é visto, em Brasília, como instrumento-chave para reequilibrar a ordem mundial, contrapondo o domínio do G-7, o esvaziamento do G-20 e de instituições lideradas por EUA e Europa. A presidência brasileira defendeu a reforma da governança global e a ampliação da voz dos países em desenvolvimento. Reiterou a necessidade da reforma do Conselho de Segurança da ONU, o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e enfatizou a necessidade de mudanças no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial, com maior representatividade e poder de voto para os emergentes. Ressaltou o diálogo sobre o uso de moedas locais no comércio com o objetivo de reduzir os custos das operações financeiras e sobre a cooperação entre os países do Brics para melhor utilização do sistema financeiro vigente. Defendeu maior atuação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com financiamentos que beneficiem infraestrutura e transição energética no Sul Global.
        Ao lado do apoio à agenda do Brics, o Brasil incluiu, com êxito, nas discussões e no comunicado final, a ampliação da cooperação entre os países em desenvolvimento nas áreas de saúde, com o estabelecimento de parcerias e projetos com os países-membros para ampliar a cooperação no combate a doenças tropicais; clima, no tocante ao aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas levando em conta a agenda da COP-30; comércio, na defesa de princípios básicos do comércio internacional, como o da nação mais favorecida, visando ao incremento do comércio entre os dez membros do bloco e buscando revigorar a OMC e crítica à política protecionista dos EUA; taxação dos super-ricos; inteligência artificial, com vistas a aprofundar as discussões sobre a governança da IA, com o apoio da governança inclusiva e responsável da IA para o desenvolvimento.

Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE) e membro da Academia Paulista de Letras.

https://www.estadao.com.br/opiniao/rubens-barbosa/o-brasil-no-brics/

A volta ao mundo em 80 livros: revisitando Jules Verne - Paulo Roberto de Almeida (série “Clássicos Revisitados”)

A volta ao mundo em 80 livros: revisitando Jules Verne

Proposta de um novo livro da série “Clássicos Revisitados”.
Cidades, regiões e países pelas quais passaram Phileas Fogg e Passepartout

1) Londres, Inglaterra, Reform Club, Museu Madame Tussaud, Bank of England: Planning de Voyage: De Londres à Suez par le Mont-Cenis et Brindisi, railways et paquebots ... 7 jours De Suez à Bombay, paquebot ... 13 jours De Bombay à Calcutta, railway ... 3 jours De Calcutta à Hong-Kong (Chine), paquebot ... 13 jours De Hong-Kong à Yokohama (Japon), paquebot ... 6 jours De Yokohama à San Francisco, paquebot ... 22 jours De San Francisco à New York, railroad ... 7 jours De New York à Londres, paquebot et railway ... 9 jours Total = 80 jours
2) Dover,
3) Calais,
4) Paris
5) Mont Cénis,
6) Turim,
7) Brindisi,
😎 Suez,
9) Aden,
10) Bombai, Great Peninsular Railway
11) Buhrampour, Assurghur, Rothal, Kholby (por trem)
12) Allahabd (via Terrestre, por elefante, 2.000 libras)
13) Florestas da Índia: Bundelkung, Vindhias, Kallenger, Pillaji, Salvamento
14) Benares, Chandernagor, ville française
15) Calcutta,
16) Singapura,
17) Hong Kong
18) Shanghai
19) Yokohama pela linha Pacific Mail Steam, com o valor General Grant
20) San Francisco: Central Pacific,
21) Sacramento;
22) Reno
23) Salt Lake City (mórmons); Ogden station;
24) Wyoming
25) Medicine-Bow: ponte destruído
26) Denver, Colorado
27) Fort Kearney, ataque dos Sioux
28) Travessia em trenó sobre a neve
29) Columbus, Omaha, estado do Nebraska;
30) Iowa,
31) Des Moines,
32) Iowa City
33) Illinois
34) Chicago, rail-road, Chicago Rock Island Road
35) Indiana
36) Ohio
37) Pennsylvania
38) New Jersey
39) New York; o barco para Liverpool tinha partido 45 minutos antes
40) Barco Henrietta, em direção de Bordeaux, desviado para Liverpool
41) Queenstown, Irlanda
42) Dublin
43) Liverpool; preso em nome da Rainha
44) Londres
45) Reform Club, um minute antes da hora final
80 – 45 = 35 livros faltantes.
AGORA: livros para falar de todos esses lugares, desde o momento em que Phileas Fogg passou (1872) e nas décadas seguintes, até chegar à atualidade...
O que era o Brasil nessa época (Censo desse ano...)
Reproduzir trechos de Jules Verne (o imperialismo europeu, a supremacia colonialista britânica), a ausência de passaportes de entrada, vistos consulares, Suez e Lesseps, Aída de Verdi, os vapores e cabos telegráficos, a dominância da libra britânica, os horários dos trens e o cronograma dos vapores, a ausência de vacinas.
O atraso da Índia (livro de Robert Barro e Xavier Sala-i-Martin, Economic Growth), a selvageria dos EUA matando bisões e índios, e a fleugma dos ingleses: Phileas Fogg em nenhum momento perde a calma ou a cabeça, e sim se mantém imperturbavelmente sereno e tranquilo.
Livros de turismo e de história econômica.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4982, 8 julho 2025, 2 p.

Um jantar “inesquecível” na Casa Branca, e uma conversa inacreditável - Paulo Roberto de Almeida

Um jantar “inesquecível” na Casa Branca, e uma conversa inacreditável:

Trump e Netanyahu coincidiram ontem, mais uma vez, em que é preciso expulsar, vender, eliminar os 2 milhões de palestinos da Faixa de Gaza, se livrar deles, para enfim construir, no espaço livre desse incômodo humano, uma Big, Beautiful, bright Riviera, um resort de luxo à beira do Mediterrâneo, para os seu negócios imobiliários e acolher os BBBs, os bilionários brancos e belos naquelas paragens.

Gostaria de ouvir a opinião a respeito dos meus amigos e conhecidos judeus, sionistas ou não l, apenas seres pensantes, o que eles, em especial o Julio Benchimol Pinto, têm a dizer sobre esse Big, Belo Projeto de dois supremacistas arrogantes. 

Não adianta me chamar de antissemita, pois estou apenas refletindo o que ouvi ontem na inacreditável entrevista à imprensa antes do jantar (quando devem ter combinado, em segredo, coisas ainda piores contra os pobres palestinos).

Se concluído o projeto, ele não eliminará o terrorismo: ao contrário, produzirá centenas, talvez milhares, de novos terroristas pelos anos à frente, não só no Oriente Médio, mas em todas partes do mundo, com força no território americano, contra americanos.

“Meu ódio será tua herança”, mas não é um filme…

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 8/07/2025


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...