sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Pode o Brasil acionar os EUA na Corte Internacional de Justiça por ingerência em seus assuntos internos? - Nitish Monebhurrun (The Conversation)

Pode o Brasil acionar os EUA na Corte Internacional de Justiça por ingerência em seus assuntos internos?

Nitish Monebhurrun
Professor de Direito, Centro Universitário de Brasília (CEUB)
The Conversation, 7/08/2025
https://theconversation.com/pode-o-brasil-acionar-os-eua-na-corte-internacional-de-justica-por-ingerencia-em-seus-assuntos-internos-262489

Nas mãos da nova administração dos Estados Unidos da América, as tarifas aduaneiras foram transformadas em armas de guerra comercial e de intimidação. Mais de 90 países foram atingidos pelas medidas americanas e surpreendidos por uma escalada de tensões comerciais. O Brasil não foi poupado. Um dos motivos alegados pelo Presidente Donald Trump para o aumento das tarifas teria sido pressionar o Poder Judiciário brasileiro no atual julgamento do ex-Presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal.

Assim como trombeteou o próprio Presidente Trump, o julgamento em questão seria, segundo ele, um exemplo de “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado”. Para reforçar a intimidação, sanções extraterritoriais foram adotadas contra o Ministro Alexandre de Moraes, com base em uma lei americana — a agora infame Lei Magnitsky. Tais medidas integram uma linha de atuação internacional que se aproxima do bullying diplomático, prática que o Presidente americano tem dirigido a outros Estados e chefes de Estado.

Em resposta, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, declarou que o caso poderia ser levado ao Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de contestar a legalidade das tarifas americanas. No entanto, para além do contencioso puramente comercial, levanta-se uma questão de maior densidade jurídica: seria possível também submeter a conduta americana à apreciação da Corte Internacional de Justiça (CIJ), sob a alegação de ingerência nos assuntos internos do Brasil?

Essa questão será analisada em duas partes. Primeiramente, discutirá se a CIJ teria competência para julgar o caso. Em seguida, examinar-se-á se a conduta americana viola o direito internacional.

A competência da Corte Internacional de Justiça para o caso
No direito internacional, para que um caso seja levado à apreciação da CIJ, os Estados envolvidos no litígio devem reconhecer a competência da Corte, conforme previsto no artigo 36 do seu Estatuto. Trata-se de uma particularidade do sistema jurídico internacional, e esse reconhecimento pode ocorrer de três formas principais: (i) por meio de uma declaração unilateral de aceitação da jurisdição obrigatória da Corte; (ii) por um acordo entre as partes em um caso concreto; ou (iii) por cláusulas específicas de competência inseridas em tratados internacionais entre as partes.

Nesse último caso, destaca-se o artigo 31 do Tratado Americano de Soluções Pacíficas de 1948, também conhecido como Pacto de Bogotá, cujos signatários incluem o Brasil e os Estados Unidos da América.

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Esse tratado reconhece a jurisdição compulsória da CIJ para os seguintes casos: “a) a interpretação de tratados; b) qualquer questão de Direito Internacional; c) a existência de qualquer fato que, se comprovado, configure violação de uma obrigação internacional; e d) a natureza ou extensão da reparação em virtude do desrespeito a uma obrigação internacional”.

Contudo, embora o Brasil tenha ratificado o Pacto de Bogotá, os Estados Unidos não o fizeram. Além disso, os Estados Unidos fizeram um reserva à jurisdição da CIJ. Com base nela, o país “não se compromete, no caso de conflito em que se considere parte agravada, a submeter à Corte Internacional de Justiça qualquer controvérsia que não seja considerada de competência da própria Corte”.

Trata-se de uma limitação autoimposta, mas que, em termos jurídicos, não é intransponível. Ainda que os Estados Unidos não reconheçam a jurisdição compulsória da CIJ, eles podem consentir com a jurisdição da Corte caso a caso — como já ocorreu em outras situações. Por isso, não há, em princípio, um impedimento absoluto à apreciação do caso pela Corte Internacional de Justiça. Se a CIJ se declarar competente, caberá a ela examinar o mérito da controvérsia e avaliar a legalidade da conduta americana à luz do direito internacional.

A legalidade da conduta americana
As medidas adotadas pelos Estados Unidos da América têm como objetivo declarado pressionar o Brasil e seu Poder Judiciário a modificar ou mesmo interromper o julgamento do ex-Presidente Jair Bolsonaro. Sanções e medidas comerciais foram impostas a partir de Washington com o intuito evidente de interferir na atuação das instituições judiciais brasileiras. Trata-se de uma postura de intimidação abertamente assumida pelo governo americano.

No direito internacional, tal conduta configura ingerência em assuntos internos de outro Estado, o que viola os princípios fundamentais da soberania e da independência dos poderes políticos e judiciais nacionais. O artigo 2(7) da Carta das Nações Unidas é categórico ao afirmar que nenhum Estado pode intervir “em assuntos que dependem essencialmente da jurisdição de qualquer Estado”.

Além disso, a Resolução 31/91 da Assembleia Geral da ONU, adotada em 1976, reforça esse entendimento nos parágrafos 3 e 4: “3. Denuncia qualquer forma de interferência, manifesta ou dissimulada, direta ou indireta (…) por parte de um Estado ou grupo de Estados, bem como qualquer modalidade de intervenção de natureza militar, política, econômica ou outra nos assuntos internos ou externos de outros Estados (…). 4. Condena, nesse sentido, quaisquer métodos de coerção, subversão ou difamação, sejam eles diretos, sutis ou tecnicamente sofisticados, que tenham como objetivo alterar a ordem política, social ou econômica de outros Estados, ou comprometer a estabilidade de governos que busquem maior autonomia econômica em relação a influências externas.”

As medidas norte-americanas, portanto, buscam coagir o Brasil a alterar o curso de um procedimento jurisdicional sobre o qual apenas o próprio Estado brasileiro detém de forma exclusiva e soberana — acima de tudo! — competência decisória.

A jurisprudência da própria Corte Internacional de Justiça confirma essa leitura. Em seu julgamento de 1986 no caso Atividades Militares e Paramilitares na e contra a Nicarágua, envolvendo a Nicarágua e os Estados Unidos, a Corte concluiu que o princípio da não intervenção garante a todo Estado soberano o direito de conduzir livremente os seus assuntos internos, sem ingerência externa.

Há uma intenção declarada, por parte dos Estados Unidos, de ameaçar e coagir o Brasil por meio de medidas comerciais e sancionatórias. Diante disso, o Estado brasileiro tem fundamentos jurídicos sólidos para contestar a legalidade dessas ações perante a Corte Internacional de Justiça.

Putin superou Max Weber. Trump também: o modo mafioso de exercer poder - Debate no X

 Max Weber, em sua tipologia ideal das formas de dominação —  os três “ideal typus” da dominação tradicional, carismática e racional-legal — não tinha imaginado esse modo putinesco de exercer o poder, mesmo quando ele escreveu sobre as etapas iniciais do poder bolchevique:

Paulo Roberto de Almeida 

(Seguindo um debate no X iniciado por ChrisO_wiki)

To be clear, what Vance is describing here is a Putin-style system of state capitalism. Oligarchs have to align themselves with Kremlin priorities to maintain their wealth and influence. If they challenge the state, they face bogus investigations and pressure to force them out.

JD Vance identifying himself as part of "the postliberal right" and saying, "there is no meaningful distinction between the public and the private sector in the American regime" at a May 2023 ISI event with his friends Patrick Deneen & Heritage Foundation president Kevin Roberts.

Loyal oligarchs are rewarded with access to state contracts or monopolistic opportunities, creating a symbiotic relationship between private wealth and state power. They can only operate within strict boundaries set by the state, such as the ban on "promoting LGBT".

They are kept in line by government regulations, tax policies, and selective law enforcement to discipline them and ensure their alignment with state goals. That's how Russia ensures there is "no meaningful distinction between the public and the private sector".

Needless to say, it's a system which guarantees a high level of corruption and cronyism. The government chooses who wins and loses, purely on political grounds, regardless of actual market conditions.

How this ends up is visible from what Russia is currently going through. "Raiders" supported by the Kremlin are seizing companies arbitrarily to bring them under the control of Putin's allies. It's leading to much of the economy coming under the control of a few powerful people.

Russian political system is fundamentally different. It’s an oligarchical authoritarian system with kleptocratic undertones presenting as a de facto democracy, which it isn’t. State and personal self interests are intertwined. US political system is very different. Currently.

How this ends up is visible from what Russia is currently going through. "Raiders" supported by the Kremlin are seizing companies arbitrarily to bring them under the control of Putin's allies. It's leading to much of the economy coming under the control of a few powerful people.

It won't be excessively difficult to close the gap, seeing as the US is already a substantial distance down that particular road.

PRA: A Rússia de Putin é claramente um cleptocracia orwelliana. Os EUA de Trump são uma plutocracia que o laranjão quer transformar em uma autocracia mafiosa, como é o seu estilo de trabalho de tipo mafioso.

Um Brasil minimamente comprometido com seus valores e princípios democráticos e humanistas deveria claramente se afastar de qualquer intimidade, aliança ou simples convivência com esses dois impérios nefastos à moral pública.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 8/08/2025

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE - Fausto Godoy

Fausto Godoy se ocupa da atual fase de transição do conturbado mundo atual para algo ainda não devidamente identificado:


Fausto Godoy

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE

Um jornalista do Jornal Nexo procurou-me hoje para conversarmos sobre a questão das tarifas de 50% que Donald Trump impôs à Índia para tentar impedir as importações daquele país de petróleo proveniente da Rússia. Juntamente com o Brasil, elas se encontram entre as maiores impostas pelos americanos a seus parceiros comerciais. Como sabemos, a razão levantada por Washington tem viés político, dentro do alegado esforço de Trump de subverter a economia da Rússia para forçar Vladimir Putin a acabar com a guerra da Ucrânia. A resposta de Nova Delhi não tardou: na tarde de ontem a Chancelaria Indiana descreveu a decisão como “injusta, injustificável e irrazoável”, acrescentando que as importações são baseadas em fatores e preços do mercado e têm por objetivo manter a segurança energética da sua população.
No mesmo “imbróglio” nos encontramos, nós brasileiros: como percebemos, o substrato de ambas as pressões tem viés político: no nosso caso o “fator Bolsonaro” e o Ministro Alexandre de Morais; no da Índia, a guerra da Ucrânia... A este último respeito, ainda que o objetivo seja numa primeira leitura, encomiável, à luz das tergiversações do presidente americano com relação à questão ucraniana (“remember” a sua entrevista desastrosa com Volodymyr Zelensky, no Salão Oval, e do vexame a que expôs o presidente Cyril Ramaphosa, da África do Sul, durante a visita deste à Casa Branca, quando fez acusações de que estaria ocorrendo uma "limpeza étnica" contra brancos na África do Sul), fica evidente o quão errática é a sua percepção de mundo...Trata-se, no nosso caso, de uma injustificável ingerência nos nossos assuntos internos (cf. Constituição do Brasil – artigo 4º.).
A conversa derivou, então, para o ímpeto dos americanos de Donald Trump em tentar moldar e subjugar as agendas dos países ao que consideram valores universais “American style”. Discutimos, por extensão, sobre as diferenças de percepção de mundo - e , por corolário, das relações - entre o Ocidente e o Oriente: este é um tema que tenho “à flor da pele”, em razão da minha vivência na região! Neste ponto, afirmei que, para mim, a primeira premissa é sabermos o quanto a nossa matriz civilizacional contemporânea - brasileira e miscigenada - atende aos valores do que eu chamaria do “Ocidente central”, e o quanto os compactuaríamos e compartilharíamos com a nossa cultura e ancestralidade: em suma, com o substrato africano e indígena da nossa matrizl, que apesar de toda a influência da cultura europeia e americana, nos tempos mais recentes, e do negacionismo de parte da nossa elite, é fundamental para nos entendermos, até em razão dos conflitos que geram.
Em seguida, mencionei o que, para mim, é o diagnóstico mais importante – e difícil de ser assimilado por muitos: a transferência do eixo da globalização do Ocidente Central para a Ásia...Para mim, este fator está-se tornando cada vez mais evidente. Senão vejamos: 1) segundo o Fundo Monetário Internacional, entre as dez maiores economias mundiais em termos de PIB nominal, três são asiáticas: China (2ª.); Japão (4ª.) e Índia (5ª.); 2) em termos de propriedade intelectual, que define o status da pesquisa tecnológica, segundo a Organização Internacional da Propriedade Intelectual (OMPI) os países que mais registraram pedidos de patentes de propriedade intelectual no ano passado, foram China, Estados Unidos, Japão, República da Coreia e Alemanha, sendo que a China lidera em vários indicadores, inclusive desenhos industriais e marcas, acompanhada do Japão e da Coreia do Sul; 3) entre os maiores exportadores mundiais estão a China (1º), o Japão e a Coreia do Sul; 4) a Índia e a China, nesta ordem, possuem as duas maiores populações do planeta - 2,8 bilhões conjuntamente – e a Índia, que possui a população mais jovem do mundo (mais da metade do seus 1,4 bilhão tem menos de 25 anos de idade), é um dos países que registraram maior crescimento nos últimos anos.
Fatos são fatos...Como lidar com esta realidade, tão longe geograficamente de nós... e tão parecida, em definitivo, em termos de valores civilizacionais?...
Na verdade, está sendo muito complexa a aceitação pelo Ocidente de que a dinâmica do mundo mudou e que é necessário conviver com paradigmas novos e distintos nas relações internacionais: o Oriente tornou-se fator decisivo na economia/política globalizada. Esta presença, crescente e irreversível, instiga sentimentos ambíguos: de um lado, respeito pelo despertar de um gigante de História muito antiga e, de outro, temor das consequências que esta presença possa causar. Mais que tudo, evidencia o despreparo para lidar com esta realidade. Acostumado a exportar seus valores e a impor seus conceitos civilizatórios como verdades absolutas e perenes sobre essa metade da massa humana, o Ocidente não tem sabido lidar com este novo fenômeno.
Estaríamos no umbral de uma nova hegemonia, compartilhada desta vez entre Estados Unidos (ainda...), China e ...Índia? Quando eu nasci, em junho de 1945, a Grã-Bretanha era (“remember...the sun never sets on the British Empire”?...) o hegemon mundial; mas já não mais: exausta no final da II Guerra ela cedia o bastão para os Estados Unidos e a União Soviética (passei grande parte da minha carreira envolto nas questões da Guerra Fria...); em 1991, desfez-se a União Soviética, e os Estados Unidos se consolidaram como o único hegemon, até que no início deste século surge a República Popular da China numa disputa compartilhada.
E as relações entre os países seguem o caminho atribulado da globalização... Então, fica a pergunta... e o repto: já está(ão)-se conformando o(s) próximo(s) hegemon(s)?... Deixo a pergunta no ar para os amigos... Acima de tudo, fica o desafio...e nós, Brasil, para onde vamos?...
To be continued...

Why Ukraine Matters to You, 2 - VIKTOR KRAVCHUK

 Why Ukraine Matters to You, 2

VIKTOR KRAVCHUK
AUG 7, 2025

This is part 2 of our three-part series called Why Ukraine Matters.

Because we’ve already been “too long” in the headlines, and this is the right time for us to remember why this country matters.

The first part was about “us,” about humanity as a whole, but this one is about you.

Why Ukraine Matters to Humanity
VIKTOR KRAVCHUK
AUG 4
Read full story:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/08/why-ukraine-matters-to-us-fight-for.html

Because you’re here reading this, and it means this war reached you.

Maybe you felt something shift inside that you couldn’t name it, but you just knew it mattered.

You had the impression that something in this fight belongs to you. And you’re right, because it really does.

PART II- WHY UKRAINE MATTERS TO YOU

You don’t have to be Ukrainian to carry Ukraine in you.
But you already knew I would say that.

You carry our flag, you have the sticker, you talk about Ukraine with your friends and family, you send me those beautiful messages every day here…

Ukraine is part of your mind. Part of your life. But it didn’t come from politics or values you consciously chose.

The reason Ukraine matters to you goes deeper than you think. About who you are before you even think about what you would choose to think.

Ukraine is a reflection of you.

We are what lives most viscerally inside you.

It’s not what you “believe” is worth defending, but what your humanity indicates is the right way to go before you could even elaborate it logically.

I’m not saying that your support is merely emotional. Of course there’s a lot of emotions involved, love and hate, for example, at their extremes.

But what I’m trying to name is something that precedes your own emotions.

Something beneath belief, beneath logic. Something like a kind of “instinctual knowing,” the place inside you that reacts before thought arrives.

The part of you that would defend your child before you knew what was happening.

The part of you that doesn’t wait to decide whether it’s “worth it.”

The purest level of your nature. The one you always return to even when you don’t want to look.

I am trying to say that Ukraine does not matter to you on the grounds that you are a generous person.

You definitely are, of course.

But we are not having this talk for so long simply because you show virtuous qualities.

What moves you is that there’s something inside you that knows that standing by our side is a matter of self-preservation.

By instinct.

Just like the mothers have it to hold their children safe no matter what.

Every mother in nature, every species.

There’s nothing more sacred. Life is the reason we resist, the reason we endure.

And when you see what is happening in Ukraine, you don’t sympathize with us because we look brave.

This isn’t because you like our colors, our sunflowers, our watermelons. Not even for our courage.

You’re with us because your instinct tells you that we are the right side in this insanity.

Something inside you knows what Russia represents today.

And you don’t need to see our ruins to know they’re openly destroying the world we all need to live in.

The world where life is still something sacred.

Where we raise our children with hope and we’re allowed to imagine a future.

Where life is still worth living.

Ukraine matters to you because we are still fighting for that future.
For the only possible future.
For life.
For your life.

For a life in a world where we will be anxious to live the next day, offering the best of ourselves and our talents to the planet, not just merely survive.

For the only possible version of life, which is when love deals the cards.

You know that the only thing you will leave after you die is the love you carry today.

Just as we know that too.

Instinctively.

You don’t carry Ukraine in your heart because you decided to.

You carry it because we were already there even before you had the chance to choose.

Everything only to explain why Ukraine matters to you:

It matters because Ukraine is you.

Ukraine is your instinct to protect what still deserves to live.

Ukraine matters to you because you recognize the line between what protects life and what poisons it.

You don’t stand with us because we’re brave.

You stand with us because you are.

And if every revolution starts inside us, then we are in a good place.

People like you are the reason we still have a chance.

If there's still hope, it's thanks to people like you.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

“Entre les deux mon coeur balance”? Pas du tout… - Paulo Roberto de Almeida

Em face de uma bifurcação em um momento decisivo da vida da nação.

A conhecida frase em francês “Entre les deux mon coeur balance” só se aplica a duas opções igualmente agradáveis ou prazeirosas.

No caso atual do Brasil se trata de uma situação problemática, pois que sua diplomacia personalista parece ter abandonado a tradicional neutralidade e imparcialidade em face dos conflitos entre grandes potências e aderido a um dos lados. 

Muito ruim isso, pois que retira a credibilidade duramente conquistada pela diplomacia profissional.

Já não é nem balançar entre duas opções inadequadas, é render-se a uma postura de consequências imprevistas para o futuro da nação.

Paulo Roberto de Almeida

Brasilia, 7/08/2025


Chegou o futuro do novo sistema multilateral de pagamentos: é digital e não passa pelo SWIFT - China desdolariza o SWIFT e leva EUA ao desespero

 O futuro do novo sistema multilateral digital de pagamentos comerciais entre países já chegou, e ele não passa mais pelo dólar e pelo SWIFT e sim pelo renmimbi digital. Trump não vai enteder, mas não vai gostar. PRA

*China desdolariza o SWIFT e leva EUA ao desespero*.                                👇🏿

O Banco Popular da China anunciou repentinamente que o sistema de liquidação transfronteiriça do RMB digital (Renminbi, Yuan chinês) será totalmente conectado aos dez países da ASEAN e seis países do Oriente Médio, o que significa que 38% do volume de comércio mundial contornará o sistema SWIFT dominado pelo dólar americano e entrará diretamente no "momento do RMB digital". Este jogo financeiro, que a revista The Economist chamou de "Batalha Avançada do Sistema Bretton Woods 2.0", está reescrevendo o código subjacente da economia global com tecnologia blockchain.

Enquanto o sistema SWIFT ainda luta com o atraso de 3-5 dias em pagamentos transfronteiriços, a ponte de moeda digital desenvolvida pela China comprimiu a velocidade de compensação para 7 segundos. No primeiro teste entre Hong Kong e Abu Dhabi, uma empresa pagou um fornecedor do Oriente Médio através do RMB digital. Os fundos não passaram mais por seis bancos intermediários, mas foram recebidos em tempo real através de um livro-razão distribuído, e a taxa de administração caiu 98%. Esta capacidade de "pagamento relâmpago" faz com que o sistema de compensação tradicional dominado pelo dólar americano pareça instantaneamente desajeitado.

O que assusta ainda mais o Ocidente é o fosso técnico da moeda digital da China. A tecnologia blockchain utilizada pelo RMB digital não apenas torna as transações rastreáveis, mas também aplica automaticamente regras contra lavagem de dinheiro. No projeto "Dois Países, Dois Parques" entre China e Indonésia, o Industrial Bank usou o RMB digital para completar o primeiro pagamento transfronteiriço, que levou apenas 8 segundos desde a confirmação do pedido até a chegada dos fundos, 100 vezes mais eficiente que os métodos tradicionais. Esta vantagem técnica levou 23 bancos centrais ao redor do mundo a participarem ativamente do teste da ponte de moeda digital, entre os quais comerciantes de energia do Oriente Médio reduziram os custos de liquidação em 75%.

O impacto profundo desta revolução tecnológica reside na reconstrução da soberania financeira. Quando os Estados Unidos tentaram sancionar o Irã com o SWIFT, a China já havia construído um circuito fechado de pagamentos em RMB no Sudeste Asiático. Os dados mostram que o volume de liquidação transfronteiriça de RMB dos países da ASEAN excedeu 5,8 trilhões de yuans em 2024, um aumento de 120% em relação a 2021. Seis países, incluindo Malásia e Cingapura, incluíram o RMB em suas reservas cambiais, e a Tailândia completou a primeira liquidação de petróleo com RMB digital. Esta onda de "desdolarização" fez o Banco de Compensações Internacionais exclamar: "A China está definindo as regras do jogo na era da moeda digital."

Mas o que realmente chocou o mundo foi o layout estratégico da China. O RMB digital não é apenas uma ferramenta de pagamento, mas também um portador técnico da estratégia "Cinturão e Rota". Em projetos como a Ferrovia China-Laos e a Ferrovia de Alta Velocidade Jacarta-Bandung, o RMB digital está profundamente integrado com a navegação Beidou e comunicação quântica para construir uma "Rota da Seda Digital". Quando empresas automobilísticas europeias usam o RMB digital para liquidar fretes através da rota do Ártico, a China está usando tecnologia blockchain para aumentar a eficiência comercial em 400%. Esta estratégia virtual-real faz a hegemonia do dólar americano sentir uma ameaça sistêmica pela primeira vez.

Hoje, 87% dos países do mundo completaram a adaptação do sistema RMB digital, e a escala de pagamentos transfronteiriços excedeu 1,2 trilhão de dólares americanos. Enquanto os Estados Unidos ainda debatem se a moeda digital ameaça o status do dólar americano, a China construiu silenciosamente uma rede de pagamento digital cobrindo 200 países. Esta revolução financeira silenciosa não é apenas sobre soberania monetária, mas também determina quem pode controlar a linha vital da economia global futura!


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil - novo livro de Paulo Roberto de Almeida (Ateliê de Humanidades)

 Oyez, oyez, citoyens, enfin prêt:


Meu livro "Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil", cuidadosamente revisto e editado pelo André Magnelli, da Editora Ateliê de Humanidades, ficou pronto e já está rodando nesse instante. Encomendas já podem ser feitas neste link:

https://ateliedehumanidades.com/produto/vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil-paulo-roberto-de-almeida/

Apresentação do Ateliê de Humanidades:

O diplomata Paulo Roberto de Almeida faz uma reconstrução das "vidas paralelas" de Rubens Ricupero e Celso Lafer, enquanto protagonistas da construção das relações internacionais do Brasil. Ao apresentar esses dois "diplomatas da inteligência", este livro nos fornece uma generosa fonte de formação intelectual, que trabalha, com competência, questões de direito, filosofia, história, ciência política, economia, comércio internacional, política exterior e relações internacionais. O leitor encontrará aqui não apenas um exposição detalhada das obras e ações de Ricupero e Lafer, como também uma visão acurada da história do Brasil contemporâneo, sobretudo no que diz respeito aos desafios que, ainda e sempre, enfrentamos na busca por uma inserção internacional autônoma.



Adquira já em pré-lançamento: 

Site: https://ateliedehumanidades.com/atelie-de-humanidades-editorial/ (frete frátis para compras a partir de 200,00)

Já disponível na Amazon:

Outros livros do Ateliê de Humanidades:

*

Autor: Paulo Roberto de Almeida
Formato: Brochura comum
ISBN: 978-65-86972-43-6
Prefácio: Fernando de Mello Barreto
Orelha: Gelson Fonseca Jr.
Coleção: Biblioteca do Pensamento Político
Páginas: 364 p.
Ano: 2025

Apresentação geral do livro neste link.

Artigo PRA no portal Interesse Nacional sobre o livro.



Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...