O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Shanghai Ranking das top universities: onde estão as brasileiras?

Consolem-se: ainda dá para melhorar, não exatamente com a ajuda das Humanidades, que no Brasil parecem estar recuando para desumanidades...
Paulo Roberto de Almeida

Acabo de receber, da ShanghaiRanking Consultancy & Center for World-Class Universities at SJTU esta mensagem:

Academic Ranking of World Universities 2013 Press Release
Shanghai, People's Republic of China
Thursday, August 15, 2013

The 2013 Academic Ranking of World Universities (ARWU) is released today by the Center for World-Class Universities at Shanghai Jiao Tong University. Starting from a decade ago, ARWU has been presenting the world Top 500 universities annually based on transparent methodology and reliable data. It has been recognized as the precursor of global university rankings and the most trustworthy one.
Harvard University continues to take the first place in the 2013 list. The Top 10 universities are: Harvard, Stanford, Berkeley, MIT, Cambridge, Caltech, Princeton, Columbia, Chicago and Oxford. In Continental Europe, ETH Zurich (20th) in Switzerland takes first place and it becomes the first university in this region listed among the world Top 20 in the history of ARWU. Pierre & Marie Curie (37th) in France overtakes Paris-Sud (39th) as the second best university in Continental Europe. The best ranked universities in the Asia-Pacific region are the University of Tokyo (21st) and Kyoto University (26th) in Japan, and the University of Melbourne (56th) in Australia.

Escusado dizer, nenhuma brasileira está entre as 50 primeiras do mundo.
Vamos ter de buscar aqui:

The complete lists and detailed methodologies can be found at the Academic Ranking of World Universities website at: http://www.ShanghaiRanking.com/

Bem, o Brasil só aparece depois das cem primeiras, assim:
101-150University of Sao Paulo
Na verdade, todas as cinquenta depois do cem, vêm agrupadas, sendo a última das cem primeiras é esta aqui:
100University of Freiburg
A USP aparece no 146. lugar, mais exatamente. Outras brasileiras são: a UFMG, em 314. lugar, e a UFRJ, logo em seguida, em 315. lugar. A Unesp só aparece no lugar 146 e a Unicamp em 349. lugar.


Estas são as 50 primeiras, para quem deseja se habilitar:
1Harvard University
1
100
100
2Stanford University
2
72.6
40
3University of California, Berkeley
3
71.3
67.8
4Massachusetts Institute of Technology (MIT)
4
71.1
68
5University of Cambridge
1
69.6
79.1
6California Institute of Technology
5
62.9
47.8
7Princeton University
6
61.9
52.9
8Columbia University
7
59.8
66.1
9University of Chicago
8
57.1
60.9
10University of Oxford
2
55.9
51.8
11Yale University
9
55.4
47.5
12University of California, Los Angeles
10
52.9
27.3
13Cornell University
11
50
38.2
14University of California, San Diego
12
49.9
20
15University of Pennsylvania
13
49.6
33
16University of Washington
14
48.3
22
17The Johns Hopkins University
15
46.9
39.3
18University of California, San Francisco
16
46.2
0
19University of Wisconsin - Madison
17
44.9
32.1
20Swiss Federal Institute of Technology Zurich
1
43.5
30.7
21The University of Tokyo
1
43
32.1
21University College London
3
43
29.3
23University of Michigan - Ann Arbor
18
42.6
33.4
24The Imperial College of Science, Technology and Medicine
4
41.6
15.1
25University of Illinois at Urbana-Champaign
19
41.1
31.2
26Kyoto University
2
40.8
30.7
27New York University
20
40.5
29.3
28University of Toronto
1
40.3
20.7
29University of Minnesota, Twin Cities
21
39.7
27.3
30Northwestern University
22
38.9
16
31Duke University
23
38.1
16
32Washington University in St. Louis
24
37.5
19.3
33University of Colorado at Boulder
25
37.3
13.1
34Rockefeller University
26
37.1
17.7
35University of California, Santa Barbara
27
35.9
15.1
36The University of Texas at Austin
28
35.4
16.9
37Pierre and Marie Curie University - Paris 6
1
35.3
35.1
38University of Maryland, College Park
29
34.7
20
39University of Paris Sud (Paris 11)
2
34.5
31.6
40University of British Columbia
2
34.2
16
41The University of Manchester
5
34
19.3
42University of Copenhagen
1
33.8
22.7
43University of North Carolina at Chapel Hill
30
33.7
9.3
44Karolinska Institute
1
32.7
23.3
45University of California, Irvine
31
32.4
0
46The University of Texas Southwestern Medical Center at Dallas
32
31.4
19.3
47University of California, Davis
33
31.3
0
47University of Southern California
33
31.3
0
49Vanderbilt University
35
31
16
50Technical University Munich
1
30.6
36.3

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um juiz do Supremo pouco supremo, alias espremido entre a militancia e a letra fria da lei...

Como alguns outros aliás...
Poucas cortes supremas são tão confusas quanto a nossa, ou deve haver outras sim, em países sem justiça, como alguns vizinhos por aí.
Ainda vamos ter novas surpresas, desagradáveis, quero dizer, com alguns supremos pouco supremos...
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 15/08/2013

Um dia depois de ter dado uma na ferradura e ter dito coisas esquisitas no Supremo, Luís Roberto Barroso, o mais novo integrante da corte, decidiu acertar o cravo. Ao rejeitar o recurso de um dos mensaleiros, afirmou sobre o processo:
“Considero um marco histórico e espero que seja o ponto de partida para uma virada institucional. Pode-se dividir o país em antes e depois, desde que se dê o desdobramento punitivo e também institucional”.
Huuummm… Ainda que eu não goste desse negócio de considerar o julgamento um “marco” — o que sempre abre a janela para a tese fraudulenta de que os petistas abriram a fila dos julgamentos severos —, a fala é aceitável, bem diferente das considerações perniciosas que o doutor fez na quarta-feira, em sua primeira intervenção nesse processo. E perniciosas, digo, por dois motivos principais: a) porque se comportou como ombudsman do julgamento havido, papel que não lhe cabe; b) porque fez considerações absolutamente ociosas, inúteis, para o mérito do que estava lá em julgamento.
A quem aproveita a opinião do doutor sobre não ser o mensalão “o maior escândalo de corrupção da história”? Que relevância tem essa sua consideração agora, dado que isso não se converteu em matéria de voto? De resto, ser ou não ser remete à esfera dos valores. Como afirmei aqui tantas vezes, nunca antes, numa só operação, houve roubo de dinheiro público, corrupção de parlamentares e tentativa branca de dar um golpe de estado. Na sua realização plena, o mensalão buscava tornar irrelevante o próprio processo eleitoral. Por isso é o maior.
Também mandou mal o doutor Barroso ao fazer considerações retóricas sobre as culpas de todos nós. Se é verdade que um povo mais exigente e mais cumpridor de seus deveres pode eleger políticos melhores e, pois, contribuir para um país igualmente melhor, não se busque no cretino que leva seu cachorro para fazer cocô na praia a raiz das motivações de José Dirceu. E digo por que não: Dirceu tem um projeto de poder, e o mensalão foi um golpe desferido para tentar consolidá-lo, dando um by pass nas instituições. O dono do cachorro que suja a praia torna a nossa vida menos agradável, mas não ameaça a democracia.
Ficar atentos
Vamos ficar atentos. Barroso nem sempre, como posso dizer?, leva em consideração o que disse antes ao justificar o que faz depois. No julgamento do deputado Natan Donadon, alegou que a letra fria da Constituição o impedia de considerar que um parlamentar condenado já está cassado. Pois é… Ele se ateve apenas a um trechinho da Carta. Dois outros embasam justamente o juízo contrário e estão mais de acordo com o espírito (e o texto) da Constituição, que, obviamente, não poderia admitir que alguém com direitos políticos cassados — consequência imediata da condenação — pudesse ser representante do povo, não é? Mas isso é o de menos agora. Como advogado, Barroso promoveu duas causas no Supremo: a união civil de homossexuais e o aborto de anencéfalos. Na sua literalidade, a Constituição impediria tanto uma coisa como outra. Nesses dois casos, no entanto, o seu amor pela letra cedeu à militância. Quando vale e quando não vale o que está escrito?
Também no caso do terrorista Cesare Battisti, há um episódio chocante. Ele é coautor de um artigo, escrito no começo dos anos 2000, em que assegura que, se um país mantém um tratado de extradição com outro, não cabe ao presidente decidir se extradita o preso ou não. A extradição, assegura, é obrigatória.
Ora vejam.. Ele se tornou depois advogado do terrorista Cesare Battisti. O Brasil mantém um tratado de extradição com a Itália — logo, segundo o artigo que Barroso assinou, não caberia a Lula decidir: tinha de devolver Battisti à Itália e pronto! Como é que o agora ministro, que passou a defender justamente o contrário, se saiu dessa sinuca? Do jeito, a meu ver, mais vexaminoso: disse que esse trecho do artigo foi redigido pela sua sócia e que ele o havia assinado… sem ler! E quem contou essa história edificante? Ele mesmo, nas páginas 511 e 512 do livro “O Novo Direito Constitucional Brasileiro – Contribuições para a construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil”.

Assim, em princípio, não me surpreende que Barroso pareça ter dado ontem uma puxada de saco nos mensaleiros e hoje pareça adverti-los com a letra fria da lei. Prefiro esperar um pouco. Quero ver como se comporta quando chegar a hora das questões realmente substantivas, como a dos embargos infringentes. Aí saberemos, então, se está mais para Dr. Jekyll ou Mr. Hyde.

ETs, Ufos, governos voadores e outros seres economicos bizarros - Roberto Macedo

Dilma e o ET de Varginha
Roberto Macedo *
O Estado de S.Paulo, 15/08/2013

Na quinta-feira passada surpreendi-me com a notícia de que a presidente Dilma Rousseff, ao passar por Varginha (MG), declarou seu respeito pelo extraterrestre (ET) que teria surgido na cidade em 1996. Textualmente: "(...) tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui quem não viu conhece alguém que viu". Ele teria aparecido e depois sido apreendido por militares. Mas o que aconteceu - se é que aconteceu mesmo - nunca foi esclarecido. O certo é que a cidade ficou conhecida também pelo "seu" ET. E o fato de a própria presidente ter-lhe dedicado atenção mostra que se firmou no imaginário popular.
Não é a primeira vez que isso acontece. Um caso com muito espaço no debate sobre objetos voadores não identificados (óvnis ou, em inglês, UFOs) teria ocorrido perto em Roswell, nos EUA, em 1947. O jornal local chegou a anunciar que militares da Força Aérea americana haviam resgatado o que restara de um disco voador e de seus ocupantes ao cair. A informação veio de um porta-voz militar. Mas ainda no mesmo dia veio outro comunicado militar, dizendo que o que caiu foi um balão usado para previsões climáticas.
Mas perdurou a crença no óvni e nos seus ETs, realimentada em 1978 quando um oficial que participou da operação de resgate em Roswell confirmou ter sido mesmo um óvni e que o governo acobertou o caso. O assunto voltou à tona noutra entrevista do mesmo oficial e foi parar no Congresso do país. Surgiu até uma testemunha de que autópsias nos ETs teriam sido realizadas na base aérea local. O governo manteve sua versão e ainda em 1997 voltou a se pronunciar sobre o tema. Quem quiser saber mais pode começar buscando "Roswell UFO incident" na internet.
Por causa desse caso a cidade atrai visitantes e tem até um museu sobre o assunto (www.roswellufomuseum.com). Note-se que é uma organização "ponto com", ou seja, não é do governo.
De qualquer forma, na minha breve incursão no assunto, não vi ninguém a declarar respeito por ETs, o que seria mais típico de um diálogo entre eles. A presidente Dilma estava falando a uma rádio e presumo que se dirigia apenas à audiência terrestre. Mas, como se diz lá em Minas, nunca se sabe, né? Vou tomar a declaração como de respeito à crença local sobre o tema, o que é cabível. Afinal, o universo é infinito. Se ainda não veio uma prova segura da existência dos ETs, também não se provou que não existem.
Como também não existem limites para o imaginário das pessoas, há muitas interessadas no assunto e, com razão, Varginha procura tirar proveito disso. Vem tentando e, como é típico do Brasil e de seus terrestres, há um projeto estatal, da prefeitura local, de criar um museu centrado na temática extraterrestre. Como também é típico do País, o projeto local tem recursos federais, já gastou uma nota (R$ 1,1 milhão só dessa fonte) e a obra está parada, no caso, há três anos.
Isso já é falta de respeito tanto a ETs como a todos nós, terrestres nacionais que pagamos mais uma conta sem resultados. A matéria sobre o museu foi publicada na Folha de S.Paulo de sexta-feira passada, ilustrada por foto da enferrujada estrutura metálica dele, em formato de disco voador. Enquanto não vem, refiro-me ao museu, habitantes e visitantes da cidade terão de se contentar com uma caixa d'água local no mesmo formato.
Aliás, quanto a atrasos de obras, comemora-se nos círculos da procrastinação nacional o primeiro aniversário do anúncio de um grande programa federal de concessão de rodovias e ferrovias federais. Neste estágio, a licitação e a concessão já deveriam estar concluídas e o projeto, andando. Cheguei a me entusiasmar com ele, mas sobreveio essa frustração. Em compensação, comemoro mais um adiamento do projeto do trem-bala.
Ainda em Varginha a presidente, falando de economia, voltou a se referir a outro mundo. Como ao dizer que "a inflação está sob controle". De novo, sua afirmação requer interpretação, mas não consigo encontrar uma que a deixe bem na foto. Medida pelo IPCA de julho, a inflação foi próxima de zero. Mas não quer dizer que esteja controlada, pois aqui, na Terra, é um processo que requer avaliação pelo menos em base anual. Olhando à frente, as previsões do mercado financeiro são de que voltará a subir daqui para o fim do ano, chegando a taxas mensais superiores às que garantem o alcance do centro da meta de inflação, fixado pelo Banco Central em 4,5% ao ano. E alcançando até taxas que exigiriam a manutenção de medidas em contrário, como o aumento da taxa básica de juros.
Talvez a presidente se tenha referido a outra forma de controle que adota, como a estampada em manchete da Folha de ontem: Dilma segura reajustes de preços sob controle do governo federal. É, porém, um controle que não funciona neste mundo, pois a inflação diz respeito ao conjunto de preços dos bens e serviços de toda a economia e não se resolve segurando este ou aquele preço. Ao contrário, isso cria distorções como a enfrentada atualmente pela Petrobrás, que com esse controle tem seus planos de investimentos prejudicados por carência de recursos próprios.
Noutra afirmação não cabível aqui, na Terra, Dilma declarou que no primeiro semestre deste ano "... criamos 826 mil empregos com carteira assinada". Exceto pelos empregos criados na área estatal pelo governo, quem cria empregos aqui, na Terra, é a economia na sua dinâmica, na qual o governo tem algum papel, mas nem sempre o melhor deles e não de todo determinante, exceto ao gerar crises. No momento, por exemplo, fossem outras a política e a gestão econômica governamental, de tal forma que, entre outros aspectos, não houvesse espaço para atrasos de projetos que vão do museu de Varginha ao citado programa de rodovias e ferrovias, ainda mais empregos seriam criados pela economia, em particular e como sempre pelo setor privado.
*Roberto Macedo é economista (UFMG, USP, Harvard), professor associado à FAAP, consultor econômico e de ensino superior.

Taxa de investimento: Brasil na rabeira, e baixando... - Mansueto Almeida

Investimento elevado no Brasil? desculpe, não entendi!

Ontem (14 de agosto de 2013), no debate sobre política macroeconômica na Câmara dos Deputados, apesar das divergências na leitura dos dados entre eu e o Secretário de Política Econômica, Márcio Holland, um ponto em especial me chamou muita atenção. O secretario falou do forte crescimento da taxa de investimento no Brasil, cujo crescimento foi um dos maiores do mundo.
Bom, leitor, você vai aprender agora o que é olhar números de forma diferente. Primeiro, o gráfico abaixo mostra a taxa de investimento trimestral do Brasil em valores correntes do PIB. O último dado oficial do IBGE mostra que essa taxa de investimento foi de 18,4% do PIB no primeiro trimestre de 2013. Se compararmos com o quarto trimestre de 1999 (taxa de investimento de 14,71% do PIB) ou com o quarto trimestre de 2003 (taxa de investimento de 14,85% do PIB) a taxa de investimento no Brasil cresceu perto de 25%.
Gráfico 1 – Taxa de Investimento Trimestral – % do PIB – 1o TRIM 1994 – 1o TRIM 2013GRAF TX INVEST
Fonte: IBGE
Há no entanto um problema. A taxa de investimento havia crescido muito e alcançado 20,61% do PIB no terceiro trimestre de 2008. Mas depois, apesar da forte atuação do BNDES, o que podemos ver de forma muito clara é que o investimento ensaia uma recuperação que não se sustenta, o que pode ser visto pela curva em forma de “U” invertida. Ou seja, se a base de comparação for o terceiro trimestre de 2008 a taxa de investimento atual de 18,4% do PIB despencou apesar da sucessivas intervenções do governo com incentivos setoriais.
Segundo, se compararmos a taxa de investimento do Brasil com todas as outras economias Latino Americanas e Caribe, no total de 30 países ordenados da maior para a menor taxa de investimento, o Brasil estava na 22a posição, em 2012. Investimos mais apenas que Granada, Republica Dominicana, Barbados, Dominica, Guatemala, El Salvador, Paraguai e Trinidad Tobago. Ou seja, qualquer pessoa com algum conhecimento básico de economia sabe que a nossa taxa de investimento é baixa e tradicionalmente inferior à média dos países Latino Americanos+ Caribe.
Tabela 1 – Taxa de Investimento % do PIB em 2012 – América Latina e Caribe
TAB INVESTFonte: FMI
Gráfico 2 – Taxa de Investimento no Brasil versus média da América Latina e Caribe – 1994-2012 – % do PIB
GRAF 2 TX INVESTFonte: FMI 
Infelizmente, a taxa de investimento no Brasil é baixa e não conseguimos alcançar nem a média da América Latina e Caribe. É claro que temos o Paraguai para nos comparar e ficarmos alegres. Mas será essa é uma boa comparação? Opa, mas podemos nos comparar com nós mesmos quanto, no quarto trimestre de 2003, investimos 14,85% do PIB. Mas será essa uma boa base de comparação para explicar a perda de dinamismo recente do investimento da economia brasileira?
 Ao que parece, para o governo, o investimento está se recuperando e já estamos em uma trajetória de crescimento sustentável e o Brasil é uma país que mostra “forte crescimento da taxa de investimento”. Se o governo de fato pensa assim, podem começar a se preocupar porque a coisa vai piorar. É claro que isso vai levar a mais aumento da dívida pública para subsidiar na marra novos investimentos e, no futuro, vamos pagar essa conta (quer dizer, meus filhos e netos).  

Dialogo de surdos: governo de um lado, economistas de outro; adivinhem quem tem razao? - Mansueto Almeida

Resultado do debate na Câmara dos Deputados

Estou sem tempo de escrever muito, mas quem quiser sentir como foi o debate ontem na Câmara dos Deputados entre Eu, Marcos Lisboa (INSPER e ex-secretário de política econômica) e Márcio Holland (titular da SPE-Min da Fazenda) no seminário do PMDB  poderá ler as matérias que saíram na imprensa. Gostei muito do que escreveu a turma do Estadão que destacou bem as divergências que tenho do secretário.
Acho difícil chegar a um meio termo porque para Márcio Holland o governo vem fazendo tudo certo. Me surpreendeu o secretário afirmar que toda a política de subsídio entre Tesouro Nacional e BNDES é transparente e que a SPE foi inclusive elogiada diversas vezes pelo TCU. É justamente o contrário.
Acho que o secretário não leu o último relatório das contas da União do TCU do Ministro do TCU José Jorge no qual ele critica veemente a pouca transparência dos empréstimos do Tesouro para bancos públicos e as manobras fiscias. Por exemplo vejam essa noticia: TCU critica manobras fiscais ao aprovar contas do governo.  Nessa matéria do Globo o Ministro do TCU José Jorge falou que:
“José Jorge atacou a antecipação do pagamento de dividendos a acionistas da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), num total de R$ 7 bilhões, e a utilização de R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano, criado em 2008 para garantir apoio a projetos prioritários ou socorrer o país em momentos de dificuldades. O ministro do TCU disse que manobras desse tipo não ajudam o país e podem conduzi-lo a uma “argentinização”.
No mais, para acompanhar o debate, seguem os links: Estado de São Paulo (clique aqui), Portal G1 da Globo (clique aqui) e Valor Econômico(clique aqui). Eu e Marcos Lisboa concordamos em 100% e entre nós[, mas com nosso] colega Márcio Holland não houve muita concordância. O debate foi bem animado e talvez o video seja disponibilizado depois.

O surgimento do "individuo minimo": so podia ser no Brasil, claro... - Milton Simon Pires

CULTURA E POLÍTICA - OS INDIVÍDUOS MÍNIMOS
Milton Simon Pires

Eu não conheço, em toda história da Filosofia Política, pensador que não escrevesse, direta ou indiretamente, sobre a questão do “tamanho do Estado”. Entenda-se disso que o que se discute fervorosamente até hoje é o grau de intervenção dele, o Estado, na vida das pessoas. Busca-se saber qual o melhor modelo para garantir determinados direitos, para melhor aplicar impostos ou gerenciar serviços...enfim..a coisa segue por esse lado. Modelos prontos fazem grande sucesso – o Estado “liberal”..o Estado de “bem estar social”...o Estado “Mínimo”..não tem fim o número de adjetivos que se coloca ao lado da palavra ..
Hoje, o objetivo do artigo vai ser o seguinte: discutir que tamanho deve ter o “indivíduo” dentro desse ou desses Estados sobre os quais tanto se escreve. A base da discussão é muito simples – sustento que tanto usando de métodos de coerção próprios do Totalitarismo quanto garantindo o bem estar social, o efeito final sobre o indivíduo foi sempre o mesmo – a sua atomização, a sua abdicação da capacidade de pensar e sua confiança cega na garantia da democracia fornecida pela velocidade das comunicações e pela apologia da sociedade tecnológica. Nada disso, meus amigos, poderia ser mais falso! Integrado por uma grande rede mundial de computadores, compartilhando informações nas redes sociais ou trocando e-mails, homem algum dispõem hoje do pré-requisito básico para atividade a filosófica – tempo para o recolhimento..
Não se consegue mais “processar sozinho” informação alguma. Necessita-se desesperadamente de informações “prontas”...de notícias “mastigadas” e classificadas em algum modelo prévio devidamente ajustado para provocar um determinado tipo de resposta emocional que vai pautar todas as nossas conclusões. Fazer, na prática, oposição política aos governos das democracias ocidentais torna-se cada vez mais difícil por que estes mesmos regimes apresentam-se como um caleidoscópio em que a velocidade e a contradição das suas medidas administrativas dão a impressão de serem eles mesmos governo e oposição ao mesmo tempo!
Nessas linhas, quero sustentar que essa crise da capacidade de fazer política, que essa perda da noção de uma cidadania que não dependa de militância partidária é reflexo de um gigantesco declínio da cultura. A ideia não tem absolutamente nada de original. Muita gente escreveu mais, e melhor do que eu, sobre isso. Aqui o recado é muito mais simples – desafio alguém a me provar que existe independência entre política e cultura. Quero que alguém me mostre que, terminadas todas as diferenças culturais, ainda possa existir oposição política seja lá ao que for.
Posso eu, realmente, descer com um i-phone na mão e falando inglês no aeroporto internacional de Shanghai fazer oposição ao governo chinês? A China, o Oriente Médio, a África, são realmente “outro mundo” para um ocidental como eu nos dias de hoje?? Faz sentido falar em cultura ocidental ainda??
Percebam vocês que se tenho dúvidas com relação aos exemplos que dei acima, e que não envolvem aquilo que chamo de “Ocidente”, com relação ao Brasil já não tenho mais esse problema – aqui vivemos numa ditadura. A oposição acabou há “séculos” por que a cultura é uma só! Ou constrói-se a partir da classe média brasileira uma nova maneira de ver o país que não se fundamente no relativismo e naquilo que chamei de “obsessão pelo consenso” ou não há, absolutamente, nenhuma chance de opor-se à coisa alguma. Vejam bem o que escrevi – não vai haver mais oposição à NADA ! Não estou escrevendo sobre o PT, sobre o Mensalão, luta de classes ou seja lá o que for que essa gente vem fazendo com o Brasil desde 2003. Digo que: ou o país passa a acreditar que existem pessoas que são “diferentes” e “melhor preparadas” para governá-lo (seja lá quem forem); ou nós vamos passar a viver uma Ditadura Eterna – a Ditadura dos Medíocres. O próprio fim do conceito de “mediocridade” é que vai permitir que isso seja possível. Não interessa se alguém tem pós-doutorado e ganha 20 mil reais por mês ou se só tem o primeiro grau e recebe 700 reais para limpar a rua..Os dois vão encher o cabelo de gel, colocar correntes douradas no pescoço e escutar Valesca Popozuda no i-phone! É isso que, ao meu ver, está se aproximando e ninguém, ou quase ninguém, percebe!
O fim da cultura representa muito claramente o fim da atividade política..e, independentemente do tamanho do Estado, anuncia o nascimento de um Indivíduo Mínimo..
PORTO ALEGRE, 12 DE AGOSTO DE 2013. 

Venezuela: o regime chega em sua fase demencial

Venezuela

Maduro acusa Capriles por 'esquema de prostituição gay'

Herdeiro de Chávez baixa o nível ao ampliar perseguição a opositor – e conta com o apoio de parlamentares. ‘Responda, homossexual’, cobrou um deles

Veja.com, 15/08/2013
Candidatos à presidência da Venezuela, Nicolas Maduro e Henrique Capriles
Nicolás Maduro e Henrique Capriles durante a disputa eleitoral venezuelana (Leo Ramirez/AFP)
Em mais um capítulo da ofensiva de Nicolás Maduro contra as vozes contrárias ao seu governo, o herdeiro de Hugo Chávez acusou nesta quarta-feira o líder opositor Henrique Capriles de ser cúmplice de uma rede de corrupção e "prostituição gay" que funcionaria no estado de Miranda, governado por Capriles. A denúncia acontece dois dias depois de o presidente venezuelano anunciar que pediria "poderes especiais" ao Parlamento para combater a corrupção no país – uma manobra autoritária que a oposição enxergou como o início de uma “caça às bruxas”.

Leia também:
Maduro mira poder ditatorial e amplia cerco à oposição
Maduro diz que 'muitas vezes' dorme junto à tumba de Chávez
Baixo nível - Na última terça, o chefe do gabinete de Capriles em Miranda, Oscar López, foi acusado pela bancada governista da Assembleia Nacional de envolvimento em uma rede de prostituição, lavagem de dinheiro e narcotráfico. Nesta quarta, Maduro garantiu que há provas do que ele chamou de "orgias da rede de prostituição gay e de transformistas" e acusou o governador de Miranda de acobertar o esquema.
Em um espetáculo de nível rasteiro até para os padrões do chavismo, parlamentares governistas ofenderam o líder opositor em plena Assembleia Nacional ao cobrar explicações sobre o caso. “Responda, homossexual! Aceite o desafio, bicha”, bradou Pedro Carreño, do partido governista PSUV, dando voz às constantes insinuações chavistas de que o solteiro Capriles seria gay.
Resposta - O líder da oposição lamentou a baixaria na Assembleia e afirmou que a sessão foi "um circo de dar pena". "Isso demonstra que não houve avanços, infelizmente retrocedemos. Esse Parlamento é uma vergonha", disse ele. Capriles também manifestou solidariedade aos que se ofenderam com os ataques de Carreño. "A todas as minorias, nossa palavra de respeito. Nós acreditamos em uma sociedade onde todas as pessoas têm os mesmos direitos, independente de sua forma de pensar ou de seu sexo."

O governador de Miranda ainda refutou as acusações contra Oscar López e acusou os chavistas de covardia por usar denúncias contra um membro de seu gabinete na tentativa de atacá-lo. “Venham diretamente a mim”, desafiou. Derrotado nas eleições de abril por uma pequena margem de 1,49 ponto percentual, Capriles contesta o resultado do pleito, acusa os chavistas de fraudarem o processo eleitoral e não reconhece Maduro como o seu presidente.

Ranking das universidades: a classificacao de Shanghai - Le Monde

Universités : les Etats-Unis dominent encore le classement de Shanghaï

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 
Abonnez-vous
à partir de 1 €
 Réagir Classer Imprimer Envoyer
Partager   google + linkedin

Les frais d'inscription ont explosé : + 7,45 % par an en moyenne depuis 1980, quand le taux d'inflation moyen n'a atteint que 3,8 %.


Le classement de Shanghai des universités mondiales confirme à nouveau la suprématie des universités américaines. Comme tous les ans depuis la publication en 2003 de la première liste établie par l'université Jiaotong de Shanghai, les établissements d'outre-Atlantique se taillent la part du lion, avec le tiercé gagnant composé de Harvard, Stanford et Berkeley.

Le Massachusetts Institute of Technology (MIT) est classé à la quatrième place et l'université britannique de Cambridge, premier établissement non américain du classement, à la cinquième.


CRITIQUES SUR LA MÉTHODOLOGIE
Le classement de Shanghai est suivi et commenté dans le monde entier, mais fait l'objet de nombreuses critiques en raison de sa méthodologie. Il privilégie en effet la recherche en sciences exactes au détriment de l'enseignement, beaucoup plus difficile à quantifier. Il prend en compte parmi ses critères le nombre de prix Nobel attribués à ses anciens élèves ou à ses chercheurs, le nombre de médailles Fields (équivalent du Nobel en mathématiques) ainsi que le nombre d'articles publiés dans des revues exclusivement anglo-saxonnes telles Nature et Science.
Le Royaume-Uni conserve deux établissements dans le top 10 (Cambridge 5eet Oxford 10e). L'University College of London, classé 21e l'an dernier, perd deux places et sort du top 20, au profit du l'Ecole polytechnique fédérale de Zurich, qui entre pour la première fois dans les vingt premiers (23e l'an dernier).
Le premier établissement français, l'Université Pierre et Marie Curie (Paris VI) est classé à la 37e place, suivi de Paris Sud (XI) à la 39e. L'Ecole normale supérieure (ENS-Ulm) figure à la 71e place et l'Ecole Polytechnique à la 212e.
Par le nombre d'universités présentes dans le top 500, les Etats-Unis comme tous les ans arrivent largement en tête avec 146 établissements (quatre de moins qu'en 2012) suivis par le Royaume-Uni (37, un de moins qu'en 2012) et l'Allemagne (37 également), puis la Chine (34, aucun dans le top 100). 
Il existe d'autres classements très médiatisés, comme celui publié par la revue britannique Times Higher Education, qui est régulièrement dominé par les universités américaines et britanniques. Afin de favoriser "la transparence" dans le choix des études supérieures, l'Union européenne a décidé d'établir à partirde cette année son propre classement, baptisé U-Multirank, dont le premier classement de 700 établissements, établi sur des critères plus larges, est attendu au printemps 2014.

A diminuicao da populacao economicamente ativa - Fabio Giambiagi

Demografia (VIII): a queda da PEA

 Valor Econômico, 14/08/2013
Fábio GiambiagiNesta série de artigos que estou escrevendo acerca de temas demográficos, em nossos encontros anteriores tratamos o caráter universal da maior longevidade, a mudança do perfil demográfico brasileiro, a importância da revisão populacional do IBGE de 2008, as novidades do Censo 2010, o fato de nascerem mais meninos do que meninas, o envelhecimento por “ondas” e a relação entre o crescimento da população e o PIB. O tema de hoje é a perspectiva de encolhimento da População Economicamente Ativa (PEA).
imagem25 Demografia (VIII): a queda da PEAA tabela apresenta a perspectiva de evolução da população em idade intermediária no Brasil entre 2013 e 2050, conforme projeção do IBGE. Por “população em idade intermediária” entende-se a que está longe dos extremos, isto é, que não é nem criança/adolescente, nem idosa. A princípio, representa a população em idade de trabalhar. O que é “idade de trabalhar”, porém, é algo elástico, pois é possível ter um jovem de 20 anos sem trabalhar e ainda estudando, assim como é possível ter uma pessoa de 70 anos e ainda trabalhando. Por conta dessa dificuldade, trabalhamos aqui com três universos, tomando como referência inicial o grupo mais abrangente, entre 15 e 64 anos. Desse grupo retiramos então os subgrupos extremos: num caso, o de pessoas de 60 a 64 anos, o que nos deixa com o subgrupo de 15 a 59 anos; e no outro, o de jovens de 15 a 19 anos, o que nos deixa com o subgrupo de 20 a 64 anos. Em números arredondados, a estimativa do IBGE é que o Brasil em 2013 tenha 119 milhões de indivíduos de 20 a 64 anos; 129 milhões de 15 a 59 anos; e 136 milhões de 15 a 64 anos.
O tamanho da população de cada grupo varia um pouco, mas a evolução das taxas de crescimento populacional de cada um deles conta mais ou menos a mesma história, com três denominadores em comum: 1) a taxa de crescimento populacional dos adultos é positiva inicialmente e negativa depois; 2) já a partir da década de 30, a taxa de variação se torna negativa; e 3) na comparação entre 2013 e 2050, a taxa de crescimento média de cada grupo é próxima de zero, ainda que em alguns casos seja ligeiramente negativa e em outros ligeiramente positiva.
É possível argumentar que o grupo que melhor capta a capacidade de contribuição das pessoas para a geração de riqueza é a terceira coluna, que inclui os indivíduos de 20 a 64 anos. É razoável, pois pode-se admitir que os jovens irão cada vez mais se concentrar no estudo e adiar o ingresso no mercado; e que haverá uma tendência a “esticar” a permanência na ativa. Mesmo nesse caso, em que o crescimento do grupo é maior, observa-se que o contingente nessa faixa etária aumenta 1,2 % a.a. entre 2013 e 2020, mas a taxas declinantes, que já se tornam negativas entre 2030 e 2040. Para entender a importância dessa dinâmica, basta citar que entre 2030 e 2050, este grupo de indivíduos de 20 a 64 anos de idade “encolherá”, de 137 milhões para 127 milhões de pessoas.
Da leitura desses números, chega-se a três conclusões da maior gravidade. A primeira conclusão é que, quando se combinam essas informações com a evolução da população idosa, o país tem pela frente um desafio maiúsculo: enquanto que entre 2020 e 2050 a população entre 20 e 64 anos irá diminuir em 2 %, o grupo de pessoas com 65 anos de idade ou mais irá aumentar em nada menos que 156 %, o que significa que a razão de dependência (coeficiente entre número de idosos e população em idade de trabalhar) irá dar um salto.
A segunda é que o crescimento futuro da economia irá depender essencialmente da produtividade. Tomando como base 2013 e comparando com a expectativa que se tem para 2050, em termos acumulados a população de 15 a 59 anos irá cair 5 %, entre 15 e 64 anos irá crescer apenas 2 % e o grupo de 20 a 64 anos irá se expandir um pouco mais, mas menos de 7 %. Anualizadas, todas as taxas dão números próximos de zero, como já salientado. No futuro, portanto, “crescimento do PIB” terá um nome: produtividade.
A terceira conclusão é que para sermos mais produtivos, teremos que educar mais nossa juventude e – eis um enorme desafio – teremos que tornar mais produtivo quem já saiu da escola e ainda tem pela frente 20 ou 30 anos na ativa. Caso contrário, vamos perder o bonde da história. Temos um duro caminho pela frente. Quem viver, verá.

15 de Agosto de 1947: a violenta partilha India-Paquistao (NYT)

This Day in History;
Front Page Image

India and Pakistan Become Nations; Clashes Continue



Ceremonies at New Delhi and Karachi Mark Independence for 400,000,000 Persons

Nehru Acclaims Gandhi

But He Warns of Trials Ahead -- Death Toll in Communal Fighting Reaches 153

By ROBERT TRUMBULL
Special to THE NEW YORK TIMES

OTHER HEADLINES
Laws On Gambling Breed Corruption, O'Dwyer Declares: Mayor Says, However, He Will Enforce Them and Keep the Police Departments Clean: Asks Inquiries By Juries: Praises Wallander for the Job He Is Doing -- Inspector Kennedy Raids Dice Game
Truman Backs Price Inquiry As Possibly Showing Gouge: He Says Clark's Investigation May Reveal Who Is Causing High Cost Levels -- Plea for Labor-Farm-Industry Talk Is Rejected
U.S. Cancels Debts of Billion by Italy In Financial Pacts: Frees $60,000,000 in Blocked Properties -- Will Return 28 Freight Ships to Rome: Would Relieve Burdens: Lovett Expresses Hope Accords Will Reduce the Weight of Peace Treaty Clauses
World Peace Tied to Americas Talks: Marshall, at Rio de Janeiro, Says Hemisphere Defense Aim Is Within Framework of U.N.
'Crudest' U.S. Interference In Greece Charged by Soviet
Relief From Heat Likely Tomorrow: Continued High Temperatures Today Expected to Be Ended by Thunder Showers
U.S. Rent Curb Here Is Badly Snarled: Many Tenants Tell of Futile Attempts to Get Relief -- ORC Soon to Cut Staff
Tass Says Greeks Molest Russians: Charges Workers in Embassy Are Seized and 'Tortured' -- Sees Threat to Relations
Actors Win an Anti-Bias Contract In Fight on Negro Ban in Capital
Jews, Arabs Battle Amid Fires; Armed Zionist Troops Aid Police
NEW DELHI -- India achieved her long sought independence today through the transfer of British power to the two dominions into which that land of 400,000,000 persons has been divided, India and Pakistan.
While the ceremonies marking this major historic event were taking place communal strife continued to cast a grim shadow over future.
[Communal clashes, fires and looting continued in Landra, Punjab, with the rising death toll estimated at 158, The Associated Press reported. In London King George conferred an earldom on Viscount Mountbatten for his role in solving the Indian problem and the Government £ 35,000,000 of India's sterling balance.]
The Dominion of India reached the goal of freedom here at midnight with minimum celebration and a few speeches that stressed the gravity of the tasks ahead of the new nation.
In Karachi, capital of Pakistan, Mohammed Ali Jinnah will take the oath this morning as Governor General of the Moslem dominion which he was the primary figure in creating against the demand for a united India.
Viceroy at Both Ceremonies
This ceremony at the Sind Provincial Government House, which is now Mr. Jinnah's official residence, will be the only event marking the transfer of power from British to Indian hands in that dominion.
The Viceroy, Viscount Mountbatten, addressed the Pakistan Constituent Assembly yesterday -- his last official act as Viceroy -- and then flew back to New Delhi to attend the formal transfer here. No special events were scheduled in Karachi, as they were in New Delhi, to mark the actual moments when the rule of the King-Emperor came to an end at midnight except in so far as both dominions continued to owe formal allegiance to the British crown.
Mohandas K. Gandhi, the real hero of the New Delhi ceremony, was absent from the capital of his country in its triumphant hour. At the moment his great dream came true -- though not precisely in the form he wished -- Mr. Gandhi was in humble surroundings of his own choosing among the Moslems of Calcutta, where he felt he was needed more. But his name was publicly praised by others who remained here to carry on the work to which he has devoted his life.
Climax at Midnight
The Constituent Assembly or the Government of India assumed its sovereign power solemnly in a special session that began at 11 p.m. last night and reached its climax at twelve o'clock. As the hands of the clock in the stately assembly hall of the State Council building met at midnight India's Cabinet Ministers and Members of the Assembly listened in silence to the chimes of the hour.
As the last note died an unidentified member blew a conch shell of the kind used in Hindu temples to summon the gods to witness a great event. Instantly a great cheer arose. India at that moment had become a free member of the British Commonwealth of Nations -- free even to leave the commonwealth if she chooses. The members then stood and repeated after the Assembly President, Dr. Rajendra Prasad, this oath in Hindi and then in English:
"At this solemn moment when the people of India, through suffering and sacrifice, have secured freedom, I, a member of the Constituent Assembly of India do dedicate myself in all humility to the service of India and her people to the end that this ancient land attain her rightful place in the world peace and the welfare of mankind."
Then in accordance with a formal motion made by President Prasad and approved by the Assembly, the President and Pandit Jawaharlal Nehru, Prime Minister of the Dominion Government drove half a mile to the VIceroy's hourse -- now to be known as Government House -- and passed to Viscount Mountbatten two momentous announcements.
Viscount Mountbatten, who ceased to be Viceroy at midnight and thus at that moment ended the long and sometimes illustrious line of British statesmen in India, was told by Dr. Prasad and Pandit Nehru first, that the Constituent Assembly of India had assumed the power of governance of this country and second that the same Assembly had endorsed a recommendation that Viscount Mountbatten be Governor General of India from today.
The chief justice of India will administer the oath of office to Viscount Mountbatten at 8:30 o'clock this morning after which the new Governor General will swear in the Indian Cabinet, headed by Pandit Nehru. Later in the morning Viscount Mountbatten will make his inaugural address to the Constituent Assembly.
Thousands at Council Building
Ten thousand Indians crowded about the entrance to the huge round Council of State building as the hour drew near for the Constituent Assembly's historic night meeting. Shopping centers of New Delhi and the adjacent ancient city of Delhi were gay with strings of the new national flag -- saffron, white and dark green -- the colors of the All-India Congress party -- with the symbolic wheel of the great Emperor Asoka.
Unusual crowds were on the streets in both cities. Public buildings and Hindu temples were outlined in electric lights.
A large illuminated flag painted on glass decorated the porch roof of Pandit Nehru's home.
There was, however, little of gaiety that would be associated with such an event as this in the Occident. It is said that exuberance is foreign to the Indian nature though there was no lack of shouting by the crowd at the Council of State building.
Pandit Nehru on entering and leaving received a tremendous ovation and the surging crowd soon broke through the police lines but there was no real disorder, and after the ceremony they soon dispersed.
Stars Held Inauspicious
As a matter of fact the enthusiasm for independence day was dampened by two factors. One was the division of India into Moslem and Hindu nations, leaving large and unhappy minorities in each dominion. The other -- a peculiarly Hindu thing that the West might mistakenly underestimate in importance -- was the fact that astrologers, on whom millions of Hindus place great dependence in all matters discovered an inauspicious mating of the stairs on Aug.15. In India this last is a serious consideration that receives no little attention in the press.
Tonight's program in the Assembly was bilingual; most of the speakers, including President Rajendra Prasad and Pandit Nehru employing Hindi first and then English. The official language of the Assembly is still a matter of debate in which for sentimental reasons, English is losing out to Urdu and Hindi.
The ceremony opened at 11 p.m. with the singing by a trio of sariclad women of Vande Mataram composed by the wife of Acharya J.B. Kripalini, President of the All India Congress party.
After President Prasad spoke the entire assembly arose and observed two minutes of silence "in memory of those who died in the struggle for freedom in India and elsewhere."
Dr. Prasad paid tribute to Mr. Gandhi whom he called "our beacon light, our guide and philosopher during the last thirty years or more."
Nehru Sees Trials Ahead
"And now the time has come when we shall redeem our pledge, not wholly or in full measure, but very substantially," Pandit Nehru began, "At the stroke of the midnight hour when the world sleeps, India will awake to life and freedom." Pandit Nehru dwelt upon the trials that follow the assumption of such great responsibilities as are India's in the days to follow. He called upon his countrymen for an "ending of poverty, ignorance, disease and inequality of opportunity."
Referring to Mr. Gandhi he said: "The ambition of the greatest man of our generation has been to wipe every tear from every eye. That may be beyond us, but so long as there are tears and suffering, so long our work will not be over."
He reminded India of the indivisibility of "one world" and demanded an end to "petty and destructive criticism ... ill-will, or the blaming of others."
Pandit Nehru then moved the resolution for the solemn oath which all members took standing at midnight. He was seconded by a Moslem, Chaudry Khaliquzzaman, leader of the Moslem League party in the Constituent Assembly who promised the fealty for India's Moslems to their state.
Sir S. Radhakrishnan, noted Indian philosopher , paid tribute to the British and asked Indians to look within themselves for faults that in the past had made the Indians "ready victims" for the imperialists.
"From midnight on," he said, "we cannot crowd blame on the British." He called for an end to "nepotism and corruption, which have been a blot on the great name of the country."

Back to the top of this page.
Back to today's page.
Go to another day.

Front Page Image Provided by UMI