O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O moderno Príncipe: Maquiavel revisitado - livro Paulo Roberto de Almeida

Hoje alguém me perguntou sobre um dos meus livros que fosse, assim, de leitura mais amena. Eu sorri com essa menção, pois fica parecendo que todos os meus demais livros são, como diremos?, pesados, maçantes, aborrecidos?
Seria para dar de presente para outro alguém...
Bem, como eu não faço livros para presentear, hesitei um pouco, mas aí me lembrei deste aqui, que nem tenho comigo, e nem sei se estaria disponível.
Não sei se ele seria mais leve, menos aborrecido, alegre. Em todo caso, como diria Raymond Aron, ninguém lê Maquiavel sem um certo sentimento de angústia. Mas, no meu caso, tive muito prazer em escrever esse livro.
Em todo caso, ele continua a ser oferecido no catálogo da Livraria do Senado.
Em tempo: a capa, não registrada nessa edição, foi desenhada por meu filho Pedro Paulo, de acordo com o quadro de Tito de Santi, que eu pedi que ele "modernizasse".
Acho que ficou bastante Maquiavel de terno e gravata. Os diplomatas parece que andam assim uniformizados (mas não sei se em pensamento também).
Paulo Roberto de Almeida

Resumo

Cinco séculos depois de Maquiavel ter escrito sua obra, o diplomata e cientista político Paulo Roberto de Almeida segue os passos do secretário diplomático da República de Florença para atualizar O Príncipe. A partir da constatação de que a obra..

O moderno Príncipe: Maquiavel revisitado

R$15,00
Em estoque
O moderno Príncipe: Maquiavel revisitado

Detalhes

Cinco séculos depois de Maquiavel ter escrito sua obra, o diplomata e cientista político Paulo Roberto de Almeida segue os passos do secretário diplomático da República de Florença para atualizar O Príncipe. A partir da constatação de que a obra permanece atual, o autor utiliza a mesma estrutura e até títulos da obra do florentino para estudar a ciência de governar nos dias de hoje. Nesta obra singular por sua natureza original de pastiche e, ao mesmo tempo, de independência de pensamento, Almeida dialoga com o genial pensador, segue seus passos naquelas recomendações que continuam aparentemente válidas para a política atual, mas oferece inquietações sobre cenários contemporâneos para os velhos problemas de administração dos homens. Maquiavel preocupou-se com a estrutura de um Estado moderno, enquanto o brasileiro busca defender os direitos dos cidadãos, justamente contra a intrusão e a prepotência dos Estados. Descrição física: 195 páginas

Principais Características

Autor: Paulo Roberto de Almeida
Ano Edição: 2010
Número da edição: Edições do Senado Federal – Volume 147
Editor: Conselho Editorial do Senado Federal

  •  
  •  

O culpado deve ser o mordomo, so pode ser...; elementar, se lhes parecem...

  Dilma diz que cabe ao Congresso explicar suposta fraude em CPI

Presidente foi indagada sobre denúncia de favorecimento a testemunhas.
Ex-dirigentes da Petrobras tiveram acesso a perguntas da CPI, diz 'Veja'.

Letícia Macedo e Filipe Matoso Do G1 SP e do G1, em Brasília, 04/08/2014 12h58
A presidente Dilma Rousseff em Guarulhos (Foto: Letícia Macedo / G1)Dilma Rousseff conversa com eleitores durante
visita a posto de saúde em Guarulhos (SP)
(Foto: Letícia Macedo / G1)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (4) que cabe ao Congresso Nacional explicar a denúncia de suposto favorecimento a ex-dirigentes da Petrobras convocados para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para investigar a estatal do petróleo. A chefe do Executivo viajou a São Paulo nesta segunda exclusivamente para visitar um posto de saúde na periferia do município de Guarulhos, na região metropolitana.
Segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista "Veja", depoentes como o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró tiveram acesso a perguntas que seriam feitas por senadores antes de falar à CPI da Petrobras,
A revista afirma ter tido acesso a um vídeo com 20 minutos de duração no qual aparecem o chefe do escritório da estatal em Brasília, José Eduardo Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e uma terceira pessoa não identificada conversando sobre as perguntas que seriam formuladas, sobre quem as elaborou e sobre quem deveria recebê-las.
"Isso [denúncia de favorecimento aos depoentes da CPI da Petrobras no Senado] é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso", disse Dilma ao ser indagada sobre a denúncia.
Ela também foi questionada por repórteres sobre o fato de lideranças da oposição terem anunciado durante o final de semana que vão acionar o Conselho de Ética e o Ministério Público para investigar o caso. A oposição sustenta que, se comprovada, a participação de servidor do Executivo na elaboração das perguntas pode configurar ato de improbidade administrativa.
"O PSDB faz as representações que quiser fazer em Brasília", ressaltou Dilma, em tom irônico.
Presidente da CPI da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) informou neste domingo (3), por meio de nota oficial, que vai investigar a suposta fraude na comissão de inquérito. No comunicado, Vital do Rêgo disse estar "surpreendido" com "denúncias sobre informações privilegiadas passadas a depoentes".
A presidente Dilma Rousseff visita posto de saúde em Guarulhos (Foto: Letícia Macedo / G1)Dilma concedeu entrevista coletica após visitar o
posto de saúde (Foto: Letícia Macedo / G1)
Agenda ‘casada’
Acompanhado do Ministro da Saúdo, Arthur Chioro, a presidente Dilma Rousseff visitou pela manhã a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Jacy, na periferia de Guarulhos. A unidade recebeu dois médicos cubanos do programa Mais Médicos. A viagem também serviu para que a candidata do PT gravasse vídeos e fizesse fotos para a campanha eleitoral.
A assessoria de imprensa da campanha de Dilma à reeleição informou ao G1 que a programação da presidente em Guarulhos, nesta manhã, fez parte de agenda “casada”, na qual ela cumpre ao mesmo tempo atividade de presidente e de campanha. O Palácio do Planalto não se manifestou sobre a agenda eleitoral.
Dilma conversou com a equipe médica que atua no bairro pobre de Guarulhos sobre o perfil dos atendimentos na unidade que serve a 25 mil pessoas. Ela afirmou que São Paulo foi o estado que mais solicitou médicos ao programa, que já atendeu mais de 3,8 mil municípios.
“Muita gente pensa que esse programa Mais Médicos foi feito para atender às regiões mais isoladas deste país, como o Norte ou os departamentos de saúde indígena, onde de fato não havia médico. Sem dúvida, nós fizemos o Mais Médicos para atender a essa região mais isolada, mas a principal demanda pelos médicos vem das cidades mais populosas do país. São Paulo é o estado que mais demandou médicos”, disse. De acordo com o PT, os custos da viagem a Guarulhos foram pagos pelo comitê de campanha. Nesta terça, a presidente visitará as obras da Usina de Belo Monte (PA), também em "agenda casada", com compromisso oficial e eleitoral. A viagem ao local, segundo o PT, também será custeada pela campanha.

Um judeu antissionista e contra a ocupacao de Israel de territorios palestinos - Marcelo Gruman

Transcrevendo um comentário sincero, independente de quais sejam suas posições. Trata-se de um "intelectual" (ou algo próximo a isso) judeu, que não se sente representado por Israel e que está cançado do vitimismo para justificar o expansionismo israelense.
Paulo Roberto de Almeida

Não em meu nome
Marcelo Gruman (*)
[Recebido em 4/08/2014, de Maurício David]

Na minha adolescência, tive a oportunidade de visitar Israel por duas vezes, ambas na primeira metade da década de 1990. Era estudante de uma escola judaica da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. As viagens foram organizadas por instituições sionistas, e tinham por intuito apresentar à juventude diaspórica a realidade daquele Estado formado após o holocausto judaico da Segunda Guerra Mundial, e para o qual todo e qualquer judeu tem o direito de “retornar” caso assim o deseje. Voltar à terra ancestral. Para as organizações sionistas, ainda que não disposto a deixar a diáspora, todo e qualquer judeu ao redor do mundo deve conhecer a “terra prometida”, prestar-lhe solidariedade material ou simbólica, assim como todo muçulmano deve fazer, pelo menos uma vez na vida, a peregrinação a Meca. Para muitos jovens judeus, a visita a Israel é um rito de passagem, assim como para outros o destino é a Disneylândia.

A equivalência de Israel e Disneylândia tem um motivo. A grande maioria dos jovens não religiosos e sem interesse por questões políticas realizam a viagem apenas para se divertir. O roteiro é basicamente o mesmo: visita ao Muro das Lamentações, com direito a fotos em posição hipócrita de reza (já viram ateu rezando?), ao Museu da Diáspora, ao Museu do Holocausto, às Colinas do Golan, ao Deserto do Neguev e a experiência de tomar um chá com os beduínos, ir ao Mar Morto e boiar na água sem fazer esforço por conta da altíssima concentração de sal, a “vivência” de alguns dias num dos kibutzim ainda existentes em Israel e uma semana num acampamento militar, onde se tem a oportunidade de atirar com uma arma de verdade. Além, é claro, da interação com jovens de outros países hospedados no mesmo local. Para variar, brasileiros e argentinos, esquecendo sua identidade étnica comum, atualizavam a rivalidade futebolística e travavam uma guerra particular pelas meninas. Neste quesito, os argentinos davam de goleada, e os brasileiros ficavam a ver navios.

Minha memória afetiva das duas viagens não é das mais significativas. Aparte ter conhecido parentes por parte de mãe, a “terra prometida” me frustrou quando o assunto é a construção de minha identidade judaica. Achei os israelenses meio grosseiros (dizem que o “sabra”, o israelense “da gema”, é duro por natureza), a comida é medíocre (o melhor falafel que comi até hoje foi em Paris...), é tudo muito árido, a sociedade é militarizada, o serviço militar é compulsório, não existe “excesso de contingente”. A memória construída apenas sobre o sofrimento começava a me incomodar.

Nossos guias, jovens talvez dez anos mais velhos do que nós, andavam armados, o motorista do ônibus andava armado. Um dos nossos passeios foi em Hebron, cidade da Cisjordânia, em que a estrada era rodeada por telas para contenção das pedras atiradas pelos palestinos. Em momento algum os guias se referiram àquele território como “ocupado”, e hoje me envergonho de ter feito parte, ainda que por poucas horas, deste “finca pé” em território ilegalmente ocupado. Para piorar, na segunda viagem quebrei a perna jogando basquete e tive de engessá-la, o que, por outro lado, me liberou da experiência desagradável de ter de apertar o gatilho de uma arma, exatamente naquela semana íamos acampar com o exército israelense.

Sei lá, não me senti tocado por esta realidade, minha fantasia era outra. Não encontrei minhas raízes no solo desértico do Negev, tampouco na neve das colinas do Golan. Apesar disso, trouxe na bagagem uma bandeira de Israel, que coloquei no meu quarto. Muitas vezes meu pai, judeu ateu, não sionista, me perguntou o porquê daquela bandeira estar ali, e eu não sabia responder. Hoje eu sei por que ela NÃO DEVERIA estar ali, porque minha identidade judaica passa pela Europa, pelos vilarejos judaicos descritos nos contos de Scholem Aleichem, pelo humor judaico característico daquela parte do mundo, pela comida judaica daquela parte do mundo, pela música klezmer que os judeus criaram naquela parte do mundo, pelas estórias que meus avós judeus da Polônia contavam ao redor da mesa da sala nos incontáveis lanches nas tardes de domingo.

Sou um judeu da diáspora, com muito orgulho. Na verdade, questiono mesmo este conceito de “diáspora”. Como bem coloca o antropólogo norte-americano James Clifford, as culturas diaspóricas não necessitam de uma representação exclusiva e permanente de um “lar original”. Privilegia-se a multilocalidade dos laços sociais. Diz ele:

As conexões transnacionais que ligam as diásporas não precisam estar articuladas primariamente através de um lar ancestral real ou simbólico (...). Descentradas, as conexões laterais [transnacionais] podem ser tão importantes quanto aquelas formadas ao redor de uma teleologia da origem/retorno. E a história compartilhada de um deslocamento contínuo, do sofrimento, adaptação e resistência pode ser tão importante quanto a projeção de uma origem específica.

Há muita confusão quando se trata de definir o que é judaísmo, ou melhor, o que é a identidade judaica. A partir da criação do Estado de Israel, a identidade judaica em qualquer parte do mundo passou a associar-se, geográfica e simbolicamente, àquele território. A diversidade cultural interna ao judaísmo foi reduzida a um espaço físico que é possível percorrer em algumas horas. A submissão a um lugar físico é a subestimação da capacidade humana de produzir cultura; o mesmo ocorre, analogamente, aos que defendem a relação inexorável de negros fora do continente africano com este continente, como se a cultura passasse literalmente pelo sangue. O que, diga-se de passagem, só serve aos racialistas e, por tabela, racistas de plantão. Prefiro a lateralidade de que nos fala Clifford.

Ser judeu não é o mesmo que ser israelense, e nem todo israelense é judeu, a despeito da cidadania de segunda classe exercida por árabes-israelenses ou por judeus de pele negra discriminados por seus pares originários da Europa Central, de pele e olhos claros. Daí que o exercício da identidade judaica não implica, necessariamente, o exercício de defesa de toda e qualquer posição do Estado de Israel, seja em que campo for.
Muito desta falsa equivalência é culpa dos próprios judeus da “diáspora”, que se alinham imediatamente aos ditames das políticas interna e externa israelense, acríticos, crentes de que tudo que parta do Knesset (o parlamento israelense) é “bom para os judeus”, amém. Muitos judeus diaspóricos se interessam mais pelo que acontece no Oriente Médio do que no seu cotidiano. Veja-se, por exemplo, o número ínfimo de cartas de leitores judeus em jornais de grande circulação, como O Globo, quando o assunto tratado é a corrupção ou violência endêmica em nosso país, em comparação às indefectíveis cartas de leitores judeus em defesa das ações militaristas israelenses nos territórios ocupados. Seria o complexo de gueto falando mais alto?

Não preciso de Israel para ser judeu e não acredito que a existência no presente e no futuro de nós, judeus, dependa da existência de um Estado judeu, argumento utilizado por muitos que defendem a defesa militar israelense por quaisquer meios, que justificam o fim. Não aceito a justificativa de que o holocausto judaico na Segunda Guerra Mundial é o exemplo claro de que apenas um lar nacional única e exclusivamente judaico seja capaz de proteger a etnia da extinção.

A dor vivida pelos judeus, na visão etnocêntrica, reproduzida nas gerações futuras através de narrativas e monumentos, é incomensurável e acima de qualquer dor que outro grupo étnico possa ter sofrido, e justifica qualquer ação que sirva para protegê-los de uma nova tragédia. Certa vez, ouvi de um sobrevivente de campo de concentração que não há comparação entre o genocídio judaico e os genocídios praticados atualmente nos países africanos, por exemplo, em Ruanda, onde tutsis e hutus se digladiaram sob as vistas grossas das ex-potências coloniais. Como este senhor ousa qualificar o sofrimento alheio? Será pelo número mágico? Seis milhões? O genial Woody Allen coloca bem a questão, num diálogo de Desconstruindo Harry (tradução livre):

- Você se importa com o Holocausto ou acha que ele não existiu?

- Não, só eu sei que perdemos seis milhões, mas o mais apavorante é saber que recordes são feitos para serem quebrados.

O holocausto judaico não é inexplicável, e não é explicável pela maldade latente dos alemães. Sem dúvida, o componente antissemita estava presente, mas, conforme demonstrado por diversos pensadores contemporâneos, dentre os quais insuspeitos judeus (seriam judeus antissemitas Hannah Arendt, Raul Hilberg e Zygmunt Bauman?), uma série de características do massacre está relacionada à Modernidade, à burocratização do Estado e à “industrialização da morte”, sofrida também por dirigentes políticos, doentes mentais, ciganos, eslavos, “subversivos” de um modo geral. Práticas sociais genocidas, conforme descritas pelo sociólogo argentino Daniel Feierstein (outro judeu antissemita?), estão presentes tanto na Segunda Guerra Mundial quanto durante o Processo de Reorganização Nacional imposto pela ditadura argentina a partir de 1976. Genocídio é genocídio, e ponto final.

A sacralização do genocídio judaico permite ações que vemos atualmente na televisão, o esmagamento da população palestina em Gaza, transformada em campo de concentração, isolada do resto do mundo. Destruição da infraestrutura, de milhares de casas, a morte de centenas de civis, famílias destroçadas, crianças torturadas em interrogatórios ilegais conforme descrito por advogados israelenses. Não, não são a exceção, não são o efeito colateral de uma guerra suja. São vítimas, sim, de práticas sociais genocidas, que visam, no final do processo, ao aniquilamento físico do grupo.

Recuso-me a acumpliciar-me com esta agressão. O exército israelense não me representa, o governo ultranacionalista não me representa. Os assentados ilegalmente são meus inimigos.

Eu, judeu brasileiro, digo: ACABEM COM A OCUPAÇÃO!!!

(*) Marcelo Gruman é antropólogo.

Referências bibliográficas:
CLIFFORD, James. (1997). Diasporas, in Montserrat Guibernau and John Rex (Eds.) The Ethnicity Reader: Nationalism, Multiculturalism and Migration, Polity Press, Oxford

Brasil, 8; Argentina, 5; estamos ganhando? - Roberto Cachanosky

Como argumentado abaixo, a Argentina já destruiu CINCO moedas, e pode estar a caminho de destruir a sexta.
Aí o Brasil ganha: estamos na OITAVA, mas os companheiros estão se esforçando para argentinizá-la, com sua economia esquizofrênica. 
Agora seria preciso contar quem está na frente no concurso das moratórias: aposto que eles nos ganham aqui, mas não tenho certeza. Talvez os companheiros ajudem o Brasil a ganhar esse concurso também. 
Como diria o Augusto Nunes, no seu concurso Homem Sem Visão, que vença o pior!
Paulo Roberto de Almeida 
Abutre é o populismo argentino
Desde a Segunda Guerra, a Argentina destruiu cinco símbolos monetários, corroídos pela inflação de governos irresponsáveis. A culpa, portanto, não é do juiz norte-americano Griesa e dos chamados "fundos abutres". Abutre é o populismo, que inferniza a América Latina. Roberto Cachanosky, no jornal O Globo:


O calote não é inédito para a economia argentina. Desde a Segunda Guerra Mundial, o país interrompeu pagamentos mais de 50% do tempo em quatro períodos diferentes. Mas, ao mesmo tempo, desde que foi criado o banco central (BCRA), em 1935, a Argentina destruiu cinco signos monetários. O peso moeda nacional, o peso lei 18.188, o peso argentino, o austral e este que está agonizando.

A pergunta é: por que tantos calotes e destruições monetárias? A resposta é muito simples: o gasto público não parou de crescer durante todo o século XX e no XXI até agora, e por isso o aumento da pressão fiscal a níveis de confisco é insuficiente para financiá-lo. Dito de outra maneira, o populismo imperante na Argentina há décadas fez disparar o gasto público a tal ponto que o déficit fiscal requereu o endividamento público externo (por isso a dívida pública e os frequentes calotes) para financiar o desequilíbrio das contas públicas.

E por que a dívida em moeda estrangeira? Porque as diferentes moedas que tivemos nunca o foram no sentido estrito da palavra, já que não foram reserva de valor. A inflação as assemelha a barras de gelo que se derretem. Mas, o mais importante, os ataques persistentes à propriedade privada, fundamentalmente via sistema impositivo, fizeram com que a poupança dos argentinos fugisse para o exterior em busca de segurança jurídica, razão pela qual o mercado interno de capitais sempre foi muito reduzido.

Há pouca oferta de poupança interna porque os que poupam preferem fazê-lo no exterior, em busca de segurança jurídica. Recordemos que a poupança é a contrapartida do crédito: sem aquela, que é a renda não consumida, não existe crédito. De forma que um país como a Argentina, submetida a décadas de populismo, gerou escassa riqueza, isto é, renda. Como esta é reduzida, a poupança também, e boa parte foge para o exterior.

Portanto, a oferta de poupança interna é tão reduzida que, se o Estado entrar no mercado para tomar créditos para financiar o gasto público, deslocará rapidamente o setor privado, elevará os juros e vai gerar recessão. Um exemplo simples pode nos dar ideia de quão diminuto é o mercado de capitais interno. Muito se fala das reservas de gás não convencional de Vaca Morta. O tempo dirá se são tão importantes como se diz ou se é outra fantasia que inventamos nós, os argentinos.

O certo é que, para além do verdadeiro potencial da jazida, ninguém pensa que os investimentos necessários para explorá-la podem ser feitos com a poupança interna. Todos pensam em investidores de fora do país, com acesso fácil ao mercado externo de capitais. Bem, se a poupança interna não é suficiente para financiar os investimentos em Vaca Morta, muito menos para financiar o gigantesco déficit fiscal em que incorremos em cada uma das festas populistas que elevam o gasto público a níveis exorbitantes.

Não é por casualidade, então, que os argentinos vivemos destruindo nossos signos monetários e dando calote. É o alto nível de gasto público que requer financiamento extra, emissão monetária e endividamento externo, até chegar a um ponto em que a inflação dispara, destruindo por completo a moeda e tornando a dívida impagável.

Nosso problema não é o juiz Thomas Griesa, nem a cláusula Rufo, nem o stay (liminar) nem os holdouts (os que não aceitaram os termos da renegociação). Nosso problema é o gasto público, que requer níveis de financiamento que, chegando a determinado ponto, nos levam ao calote e à inflação, megainflação e hiperinflação, porque nessa matéria também tivemos de tudo.

Obviamente, o gasto cresce porque boa parte da liderança política nos vendeu que ela tem o monopólio da bondade e solidariedade, e assim deve elevar o gasto para redistribuir, fazer planos que chamam de sociais e contratar legiões de burocratas que nada fazem de produtivo. Mas se dedicam a entorpecer os que produzem. Entre os funcionários públicos nacionais, estaduais e municipais e os que vivem dos chamados planos sociais são cada vez mais os que consomem sem produzir e cada vez menos os que produzem para sustentar o aparato estatal.

Quem leu “Rebelión de Atlas”, de Ayn Rand, pode chegar a pensar se o livro não foi escrito para a Argentina atual. Porque, como ocorre com ele, finalmente as pessoas produtivas se cansam de ser exploradas por burocratas e param de produzir ou buscam outros países para o fazer.

Nosso problema é que temos um Estado que não só gasta fortunas de forma ineficiente, mas também se encarrega de complicar a vida dos que produzem e pagam impostos. Com isto, o gasto público termina sendo não financiável e, de tempos em tempos, fazemos alguma labareda inflacionária para baixá-lo em termos reais e/ou caloteamos a dívida. Na realidade, nos encanta fazer uma combinação de ambas.

Já estamos em níveis brutais de carga tributária. Não há poupança interna que possa financiar este nível de gasto. Cada vez se torna mais difícil cobrar do povo o imposto inflacionário e não temos acesso ao mercado de crédito externo. Tudo isto quer dizer que, com Griesa ou sem ele, com ou sem Rufo, o nível do gasto público chegou a um ponto que já não se pode financiar e que as atuais regras do jogo são insustentáveis.

Cenario economico preocupante - Ubiratan Jorge Iorio (IL)

Não preciso acrescentar mais nada. Talvez eu tivesse muita coisa a acrescentar, mas no terreno político -- pois conheço os companheiros, de dentro, se ouso dizer -- mas prefiro deixar todos vocês com esta excelente análise da atual situação econômica brasileira.
Eu apenas agregaria isto: o mundo, o capitalismo, os especuladores internacionais, a China, ninguém tem nada a ver com a nossa situacão. Ela foi inteiramente construída pelo governo, 150% de responsabilidade petista, tudo o que ocorreu tinha de ocorrer porque os gajos estavam no comando e manobraram as alavancas das políticas econômicas e sociais nesse exato sentido.
A HISTÓRIA NÃO OS ABSOLVERÁ!
Paulo Roberto de Almeida

Nem pessimismo, nem “terrorismo”, apenas realismo!

Ubiratan Jorge Iorio*


realidade-bemvindo

Fundamentos econômicos lamentavelmente destruídos. Do lado fiscal, agigantamento do Estado, aparelhamento partidário deste, gastos permanentemente crescentes estraçalhando as possibilidades de equilíbrio orçamentário que, mesmo sem nunca ter sido atingido, ao menos não era explosivo. Em maio, o maior déficit primário desde muitos anos; déficit nominal já ultrapassando os 4% do PIB. Na esfera cambial, abandono do regime de câmbio flutuante e consequente “administração” da taxa de câmbio mediante intervenções do Banco Central, mantendo o real sobrevalorizado em relação ao dólar (e ao Euro) para, repetindo um erro mais velho do que Matusalém, “controlar” a inflação de preços; contas externas em queda livre. Regime monetário também espicaçado: metas de inflação lenientes e mesmo assim descumpridas; inflação de preços efetiva, descontadas as pajelanças para engessá-la mediante represamento de tarifas, beirando os 8% ao ano, acima, portando, do limite superior da meta; falta de discernimento entre causa e efeito, para saber que inflação não é o crescimento dos preços, mas sim a emissão de moeda; crédito recentemente estimulado em tempos de alta dos índices de preços; taxa Selic apontando para o alto nos próximos meses, após cerca de seis anos de sucessivas baixas do Copom, movidas politicamente para “estimular” a economia. Política externa completamente escrava da ideologia, acordos danosos à nossa economia com parceiros que em pouco ou nada podem beneficiá-la; tarifas especiais contra produtos de parceiros comerciais tradicionais, como “castigo” por serem capitalistas; alinhamento com países do MERCOSUL e outros de economias praticamente rupestres, sem qualquer ganho para nosso país; afugentamento de investimentos externos, pelas restrições às liberdades e mudanças frequentes na política econômica.
Obstáculos à livre iniciativa e desestímulos a investimentos e à busca pela eficiência. Ações de empresas estatais despencando como resultado de operações danosas ao patrimônio dos acionistas (e dos pagadores de tributos). E nem quero escrever sobre a questão, endêmica, da corrupção. Quero me ater tão somente a esse quadro da economia. Um quadro preocupante, sem qualquer dúvida.
Tudo isso – e muito mais – não é invenção, ou picuinha entre economistas, ou simples oposição política ao governo, ou mera antipatia pelos que estão no poder. São fatos concretos, frios, indiscutíveis e irrefutáveis. Quando olhamos para o futuro, qualquer economista com formação razoável, seja “austríaco”, monetarista ou mesmo keynesiano, sabe o que eles significam.
A verdade é que temos uma bomba relógio, que vem sendo armada desde a metade do segundo mandato do governo anterior, quando, para enfrentar a crise internacional – que foi então diagnosticada como uma “marolinha” – se estimulou o crédito barato se reduziu a taxa Selic para “puxar” a demanda (e para vencer as eleições de 2010). Essa bomba está prestes a explodir. Nada de alarmismos, de previsões de fuga astronômica de capitais, de hiperinflação, de superdesemprego, de confiscos de poupança, de congelamentos de preços, de calotes do governo ou de caos generalizado. O economista que disser isso, ou pensa que tais fenômenos podem ser previstos com precisão (o que não é verdade) ou está querendo apavorar clientes potenciais para vender-lhes consultoria.
Mas, em respeito às leis da economia, sinto-me na obrigação de alertar que os minutos para que a bomba relógio exploda estão minguando e que, portanto, estamos nos aproximando de uma situação econômica muito difícil. Não sei se o artefato montado pela incompetência da equipe do atual governo vai explodir já, ou seja, ainda no mandato que expirará em 31 de dezembro, ou se vai estourar nas mãos do próximo presidente, seja ele quem for.
O quadro para o futuro, como já escrevi, embora não possa ser mensurado, já pode ser vislumbrado com certeza e resumido em uma palavra estagflação! Para quem não conhece o economês, isso significa simplesmente que os aumentos de preços vão se acelerar e o desemprego vai aumentar. Mas quanto, só Deus sabe…
Se a taxa de crescimento do PIB em 2014 chegar a 1%, já será muito, o mesmo se podendo dizer se a inflação anual de dezembro ficar abaixo dos 8%. A inadimplência vai aumentar, as vendas e o crédito vão sofrer baques, as contas externas vão se deteriorar mais, o Real vai se desvalorizar perante o dólar, as taxas de juros vão subir e a produtividade, bem como as taxas de poupança e investimentos, na melhor das hipóteses, não vão crescer. Provavelmente, cairão.
Relatórios recentes de bancos nacionais e estrangeiros apontam claramente para esses efeitos, embora, obviamente, tenham desagradado ao governo, que insiste em afirmar que tudo está sob o seu controle e que essas projeções não passam de “terrorismo eleitoral”.
Não se trata de terrorismo, nem de pessimismo, gente! É apenas realismo, resultante da aplicação da boa teoria econômica. Ninguém pode se sentir feliz escrevendo essas coisas que estou colocando neste artigo, porque são tristes. Mas a economia é uma ciência que, mesmo não sendo exata, possui leis que não podem ser atropeladas, porque cedo ou tarde a conta da incompetência terá que ser paga.
O próximo presidente terá uma tarefa árdua pela frente, sem qualquer dúvida. A casa está semidestruída e precisando de uma reforma completa. Realmente, é uma pena, mas nos últimos seis anos regredimos pelo menos uns vinte.

*Doutor em Economia, Presidente-Executivo do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP)

domingo, 3 de agosto de 2014

Historiografia economica brasileira: sintese bibliografica - Paulo Roberto de Almeida

Acabo de receber o arquivo eletrônico desta revista acadêmica, trazendo meu mais recente artigo publicado:

Brazilian Economic Historiography: an essay on bibliographical synthesis 
História e Economia: Revista Interdisciplinar 
(vol. 12, n. 1, 1o. semestre de 2014, p, 149-165; ISSN: 1808-5318). 

Academia.edu (link: https://www.academia.edu/7858303/2479_Brazilian_Economic_Historiography_an_essay_on_bibliographical_synthesis_2013-14_).  

Relação de Originais n. 2479;  Publicados n. 1137.

Transcrevo aqui apenas o início do trabalho: 


Brazilian Economic Historiography: an essay on bibliographical synthesis

Paulo Roberto de Almeida
A previous version of this essay was published in Portuguese as: “Historiografia econômica brasileira”, Revista de Economia e Relações Internacionais (vol. 11, n. 21, July 2012, p. 5-21; ISSN: 1677-4973)

Abstract: Analytical review of relevant Brazilian works in economic history, based on a synthesis  of well known important authors, who worked on the great subjects of this area: slave society, economic nationalism and development, industrialization and economic crises. The essay recalls authors and their works, in a linear succession. Recently, works by researchers associated with the Brazilian Association of Researchers in Economic and Business History have received much attention. The bibliography lists classic authors, contemporary contributions and available bibliographic works.

Key-words: Economic history. Brazil. Historiography. Research. Bibliography.


A synthesis of relevant works in Brazilian economic history can draw upon important works in certain dominant areas of research, such as colonial domination, slavery, immigrant work force, commodity exports, industrialization, foreign capital, and so on; it can also be established by selecting relevant authors and their methodologies: Marxism and economic determinism (or historical materialism); the structuralism of the ECLAC school; Keynesianism, etc. This essay will consider great interpretative works, albeit selectively, according to a chronological and linear approach.
Previous historiographical work has already established lists of the most important works in this area. Nícia Vilela Luz’s pioneer assessment (1977), despite being limited to the period of 1870-1930 still maintains its value for two simple reasons: the bibliography is almost complete up to the 1930s, and it organizes the titles according to the main strands of research. For references about economic history after 1930, there is a special volume of the Cambridge History of Latin Americaentirely dedicated to Brazil (Bethell, 2008, vol. 9). Another good critical synthesis of works dealing with the various phases of Brazil’s economic history is the historiographical review article by Tamás Szmrecsányi (2004), who also authored or co-organized many other works published under the seal of the Brazilian Association of Researchers in Economic and Business History (ABPHE).
According to Klaes (2003), the concept of historiography, on one hand, refers to historical description of the past, in contrast to the past in itself; on the other hand, the notion is used in a meta-theoretical sense, as a reflection on howhistorians describe past times. Historiography, in this second sense, has two aspects: it can refer to a specific historical methodology applied by an historian, or to a more ample definition of a methodological component of historical research. In this essay, the concept will identify works–generally by professionals, but not always–about Brazilian economic history, albeit limiting itself to a great synthesis and main interpretative reflections on this subject.

O governo fora-da-lei dos companheiros: nao cumpre sequer a Constituicao!

Vejam vocês a que ponto chegamos no país, e não sei se alguém percebe o absurdo da situação.
Agropecuaristas e representantes do agronegócio em geral estão pedindo que os candidatos ao cargo máximo se comprometam em oferecer pelo menos segurança jurídica ao setir.
Parece uma súplica: produtores imploram que o governo cumpra a lei e respeite pelo menos a Constituição.
Que coisa! A que ponto se chegou no governo celerado dos companheiros!
Será que a lei ainda vale alguma coisa para os neobolcheviques?
Paulo Roberto de Almeida 

Agronegócio cobra segurança jurídica dos candidatos

Na foto, os violentos bandoleiros o MST.
Em 12 anos de lulopetismo, a insegurança jurídica no campo aumentou, dada a cumplicidade do governo com os bandoleiros do MST e outros violadores de propriedades, como os falsos quilombolas. O candidato Aécio Neves, do PSDB, participará de um encontro na segunda-feira para discutir o documento preparado pelo setor. Dilma, que não sai à rua por medo de vaias, enviará o vice Michel Temer.
Blog do Orlando Tambosi, 3/08/2014

Representantes do agronegócio vão apresentar nos próximos dias aos candidatos à Presidência da República as principais reivindicações do setor. O que chama a atenção nos documentos que eles organizaram neste ano é o destaque dado à questão da segurança jurídica - expressão que envolve alguns dos temas mais conflituosos e polêmicos da história recente do País na zona rural.
Entre eles aparecem demarcação de terras indígenas, reconhecimento de territórios quilombolas, desapropriações para a reforma agrária, ampliação das áreas de reserva ambiental, vendas de propriedades rurais para estrangeiros e trabalho análogo à escravidão. De forma direta, os ruralistas reivindicam mudanças nas principais leis que regem esses temas.
A segurança jurídica é um dos capítulos de maior destaque em dois documentos preparados até agora para serem entregues aos candidatos. O mais representativo deles está sendo finalizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), após consultas às 27 federações e quase dois mil sindicatos rurais que reúne. Ele também será assinado por associações de quase todos os setores do agronegócio no País.
O texto, que deve ter algo em torno de 60 páginas, segundo assessores da CNA, será oficialmente repassado a Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na quarta-feira, durante sabatinas a que os três serão submetidos na sede da entidade, em Brasília. Entre outras coisas, ele pede mudanças na legislação sobre demarcação de terras, reduzindo o papel do Executivo, representado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul e vice-presidente da CNA, Eduardo Riedel, o destaque dado à questão jurídica se deve ao agravamento dos conflitos. De acordo com ele, o debate nas entidades ruralistas ganhou corpo sobretudo a partir de 2010. "Não há nenhum foro do setor produtivo do País que esteja debatendo essas questões, que envolvem direito de propriedade e segurança para investir."
Invasões. O segundo documento, elaborado pelo Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, com a colaboração da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), já foi entregue aos candidatos. Um de seus cinco capítulos, que abrangem questões consideradas fundamentais para o agronegócio, é dedicado à segurança jurídica.
Entre as suas propostas aparece a retomada da medida provisória que impede a demarcação de terra que tenha sido invadida. Adotada no governo Fernando Henrique Cardoso, para conter invasões de imóveis rurais por sem-terra, ela foi esquecida após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Os ruralistas querem que volte a ser aplicada e não apenas em relação aos sem-terra: areas reivindicadas e invadidas por indígenas e quilombolas também ficariam indisponíveis.
O documento, cuja elaboração foi coordenada por Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura no primeiro mandato de Lula (2003-2006), também manifesta apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/200, que tramita no Congresso. Se aprovada, ela retirará do Executivo a competência para aprovar demarcações de terras indígenas. A tarefa ficará para o Legislativo.
Segundo representantes de comunidades indígenas, isso poderá significar o fim das demarcações. Afirmam que a bancada ruralista tem força para bloquear qualquer projeto.
Representantes dos três candidatos melhor posicionados nas pesquisas eleitorais vão debater o documento nesta segunda-feira, durante o 13.º Congresso da Abag, em São Paulo. Aécio Neves e Michel Temer, que concorre ao cargo de vice-presidente na chapa de Dilma, também vão participar do encontro.
Reservas. Segundo o produtor rural Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag, a questão da segurança jurídica ganhou mais espaço após a constatação de que 34% do território está ocupado por áreas de preservação ou destinado a índios e quilombolas. "Nos países que disputam o mercado com o Brasil, na área de produção agrícola, o território preservado não chega a 9%", afirma.
Carvalho também chama a atenção para a necessidade de se redefinir as leis que regulam a venda de terras para estrangeiros. "Existem dificuldades enormes nessa área. Tratam a questão tomando como exemplo o caso da África em relação à China, mas são situações muito diferentes", diz. "Não se pode esquecer que, apesar dos avanços, o Brasil ainda é pobre em capital para investimento."
Os dois documentos também vão tratar da questão do trabalho análogo à escravidão. Segundo Carvalho, a principal preocupação dos ruralistas envolve a definição desse tipo de trabalho. "O que temos até agora é muito subjetivo", afirma.
Além das questões jurídicas, os dois documentos destacam sobretudo os problemas de infraestrutura e logística que ainda estariam travando o crescimento do agronegócio no País. "O pior de tudo é que os investimentos públicos no setor caíram nos últimos anos, em vez de subir", observa o presidente da associação. (Estadão).

Economia: a insuportavel desfacatez companheira na politica economica

Trecho de matéria do jornal O Globo sobre eventuais sucessores de Mantega no comando da economia num hipotético segundo mandato da competente economista que nos governa:

No caso de Tombini, há duas desvantagens: a dificuldade de arrumar um substituto e o fato de ele não ser ligado ao PT.
— O Tombini não é petista de carteirinha. Não vão dar a chave do cofre para alguém de fora do partido — justificou uma fonte da equipe econômica.

Read more: http://oglobo.globo.com/brasil/sucessao-de-mantega-detona-guerra-surda-no-entorno-de-dilma-13474309#ixzz39LbUb6aq

Pronto: companheiros podem ficar calmos. Vão manter a chave do cofre com algum dos seus.
Não é tranquilizador?
Parece uma dessas sociedades a responsabilidade limitada, com objetivos muito precisos.
Ou estou enganado?
Paulo Roberto de Almeida 

Argentina: consequencias da moratoria sobre os vizinhos

Ao contrário do que diz o ministro brasileiro da Fazenda -- mas quem é que ainda empresta qualquer credibilidade ao que ele diz, não é mesmo? --, um agravamento da situação econômica no principal parceiro latino-americano do Brasil terá, sim, profundas consequências para nossa interface comercial externa, como aliás já está tendo, sobretudo no setor automobilístico.
Aliás, não foi na recente cúpula do Mercosul em Caracas, que a presidente disse que o impasse Buenos Aires-abutres "ameaça o sistema financeiro internacional"?
Pois é, ou é uma coisa ou é outra...
Paulo Roberto de Almeida 
El riesgo de impago argentino amenaza a los países vecinos
El fallo de un juez de EE UU que ha derivado en el impago parcial de deuda de Argentina no solo puede impactar en la estanflación (fenómeno que combina recesión con alta inflación) que sufre este país sudamericano sino también en los vecinos, aunque diversos grados y aspectos. En la anterior suspensión de pagos de Buenos Aires, en 2001, en una situación caótica en lo político y socioeconómico que no puede compararse con la actual, solo Uruguay terminó cayendo también en crisis, aunque Brasil también sufrió daños en su comercio. Unos 13 años después, el panorama es distinto también en la vecindad sudamericana.
Argentina es el tercer destino de las exportaciones de Brasil. Aquí va el 7% de las ventas externas del gigante sudamericano. Además, buena parte de esos envíos son manufacturas, no materias primas, como las que envía a su principal socio comercial, China. Brasil es el cuarto inversor extranjero en Argentina, después de EE UU, España y Holanda. Hay fuerte presencia brasileña con las empresas cárnicas Marfrig, Brasil Foods y JBS, la cementera y textil Camargo Corrêa, los bancos do Brasil e Itaú y Petrobras, entre otras.
A Chile también le afecta la situación de Argentina por las inversiones de sus compañías en ese país, como las firmas de comercio minorista Falabella y Cencosud, la embotelladora de Coca-Cola Andina y la aerolínea LAN. Chile es el sexto inversor extranjero en Argentina, después de China.
Uruguay puede que se beneficie de la fuga de capitales desde territorio argentino. En junio pasado se registró la mayor de subida de depósitos de argentinos en bancos uruguayos en seis años. Pero los demás efectos de una crisis en Argentina sería negativos. La industria del turismo depende en buena parte de las visitas del otro lado del Río de la Plata. Argentina es el tercer destino de exportación uruguaya. Aquí va el 4,1% del total, incluidas manufacturas.
Para Bolivia, Argentina también es el segundo comprador de sus ventas externas (20% del conjunto), aunque en este caso pesan más los envíos de gas, una demanda que difícilmente baje aunque caiga la economía. Paraguay, al igual que Chile, no exporta demasiado a Argentina. La preocupación de Asunción reside en una devaluación del peso que fomente el contrabando de productos argentinos, como alimentos, que compiten con los paraguayos, según ha admitido un director del Banco Central de Paraguay, Roland Holst.
“La medida (el impago) afectaría todos los países, pero principalmente a Brasil”, dice José Augusto de Castro, presidente de la Asociación de Comercio Exterior de Brasil. “La demanda de productos brasileños posiblemente caería mucho, en un ambiente de fuerte devaluación y caída de la actividad en Argentina”, añade Castro. El director de la consultora Abeceb, Dante Sica, opina que las preocupaciones de los exportadores brasileños son “totalmente justificadas”: “Buenos Aires ha subestimado mucho el impacto del default (impago). Va haber um agravamiento de los problemas actuales, con más restricciones a las importaciones”.
El sector del automóvil brasileño ya viene reduciendo sus exportaciones a Argentina, compradora del 80% de sus ventas externas. De enero a junio deste año, el total de exportaciones de coches brasileños cayó 35%. Otro sector impactado es el de calzado, que tiene en Argentina a su segundo mayor destino de envíos al extranjero, detrás apenas de EE UU. Heitor Klein, presidente ejecutivo de la Asociación Brasileña de las Industrias de Calzados, predice: “De continuar el ritmo actual de embarques, podemos cerrar el año con una caída hacia Argentina de hasta 50%”.
El Gobierno de Michelle Bachelet ha descartado que la situación económica de su vecino afecte a Chile, pese a que es el sexto inversor extranjero en Argentina. El ministro de Hacienda, Alberto Arenas, ha indicado que la crisis de deuda de Buenos Aires “era una materia conocida por los agentes del mercado y, por lo tanto, no debería cambiar las expectativas en Chile”. La opinión de expertos coincide con la de Arenas: “Los inversionistas entienden que Chile es un país con políticas y reglas absolutamente diferentes y el efecto directo va a ser menor”, ha señalado el economista Sebastián Edwards, según consigna radio Biobío. El nerviosismo por Argentina, sin embargo, se hizo notar este jueves en la bolsa chilena: cayó con fuerza por la situación de las empresas locales con operaciones en Argentina. Las acciones del grupo Latam Airlines (LAN) retrocedieron un 1,9%; Embotelladora Andina, un 1,%: Falabella, un 0,2% y Cencosud, que tiene un 25% de sus ingresos en Argentina, bajó un 1,3%. Pero una de las consecuencias que se observan con mayor interés es la posible devaluación del peso argentino, lo que incentivará la partida de turistas chilenos y desalentará la llegada de los vecinos.
Tanto el Gobierno de Uruguay como los economistas y empresarios de este país coinciden en que la crisis de deuda de Argentina no tendrá graves consecuencias del otro lado del Río de la Plata. Sin embargo, poco después de conocerse la falta de cobro por parte los acreedores de Buenos Aires, el dólar experimentaba su mayor subida frente al peso uruguayo desde 2009, signo de que la pequeña economía local es sensible a lo que sucede en el gigante vecino.
Pero Uruguay también está lejos de la situación de 2002, cuando la crisis de Argentina lo arrastró a una pesadilla que dejó un rastro de pobreza que todavía se lucha por revertir. En aquella época el 45% de los depósitos bancarios en Uruguay pertenecía a los no residentes, en su mayoría argentinos que trataban de evadir impuestos. Actualmente esa cifra ha bajado al 15%. De manera general los sucesivos gobiernos uruguayos han trabajado en una “desargentinización” de la economía: como destino de exportación o como fuente de inversión directa o de depósitos bancarios. Desde los últimos años, el Gobierno argentino ha puesto trabas a las exportaciones de todos los países del mundo, incluidos sus socios de Mercosur (Uruguay, Paraguay, Brasil, Venezuela) y desalienta la salida de turistas mediante el control de cambio.
El Gobierno de Evo Morales considera que la “fortaleza” de la economía boliviana puede soportar los efectos de la crisis argentina. La mayor preocupación se ha centrado en el pago de las exportaciones de gas natural a Argentina, pero el presidente de la petrolera estatal argentina Enarsa, Walter Fagyas, respaldó declaraciones de ejecutivos de su par boliviana YPFB que aseguraron que Buenos Aires no tiene deudas con La Paz por esas operaciones. Fagyas aclaró que existe un depósito de garantía de 400 millones de dólares, equivalente a dos meses de suministro de gas, “que están a disposición de YPFB”. Pero el Instituto Boliviano de Comercio Exterior ha señalado que las exportaciones no tradicionales, como fruta de Chapare, tendrán algunas limitaciones por las dificultades de los importadores argentinos a la hora de obtener los dólares en su país para comprarlas. En los primeros cinco meses de 2014, Bolivia ha exportado a Argentina por 1.076 millones de dólares entre gas, aceites crudos de petróleo, concentrados de zinc, plátanos, palmitos, soja y semillas de girasol, entre otros bienes.
Los impactos en otras grandes economías de Latinoamérica, más alejadas de Argentina, como México, Colombia, Venezuela y Perú, serán menores. En Colombia, la situación de Buenos Aires no tendrá impacto en las condiciones de los mercados financieros, tanto por el lado de la deuda pública como por el de la tasa de cambio, según el ministro de Hacienda, Mauricio Cárdenas. El funcionario aclaró que Colombia es solidaria con la posición de Argentina “en el sentido de defender los arreglos que se hagan soberanamente entre un país y la mayoría de sus acreedores”.

Con la colaboración de Magdalena Martínez, Frederico Rosas, Mabel Azcui, Rocío Montes y Elizabeth Reyes L.

Mercosul: vem ai o Mercosul Indigena; OK, e o que mais? (Informe da Venezuela)

Já temos o Mercosul comercial (muito mal das pernas, por sinal, sem querer fazer rima), temos o Mercosul social (obviamente, com os companheiros não poderia faltar), o Mercosul cultural (tudo rimando, repararam?), o Mercosul educacional (mas só dos grandes, os universitários), agora o Mercosul Indígena e Obrero (leiam o informe dos bolivarianos), e talvez o Mercosul sexual (para rimar, mas deveria ser o Mercosul LGBT).
Quantos Mercosul mais teremos, com todas essas presidências criativas?
Mercosul Albalino, talvez? Ou bolivariano, certamente...
Ah sim, agora com a entrada da Bolíva, teremos o Mercosul cocalero, dos povos originarios, dos chapéus Panamá (esse está reservado para o Equador...), e vários outros mais.
Paulo Roberto de Almeida

31/7/2014  |  46ª Reunión del Consejo del Mercado Común del Mercosur
El Informe de la presidencia pro tempore de Venezuela

Caracas, 28 jul (PL) Venezuela presentó un informe sobre la presidencia pro tempore del Mercado Común del Sur (Mercosur) en reunión de cancilleres de países miembros del bloque, previa a la cumbre de presidentes del 29 en esta capital.

El ministro para Relaciones Exteriores, Elías Jaua, agradeció la confianza que durante un año los miembros de esa alianza regional otorgaron a su nación, responsabilidad que asumirá ahora por igual período Argentina.

Mercosur sigue siendo para Venezuela el bloque más consolidado desde el punto de vista comercial de la región, el de mayores potencialidades para avanzar en la creación de una zona económica en América Latina y el Caribe, señaló Jaua al documentar la gestión al frente del bloque.

Jaua precisó que en un año (desde el 12 de julio de 2013)realizaron más de 220 reuniones en el área sociopolítica, institucional y comercial; y aprobaron importantes normas.

Destacó que en la agenda política concretaron propuestas como Mercosur Indígena, y Mercosur Obrero, además señaló avances en la incorporación de Bolivia como miembro pleno del bloque. El tema fue también destacado en la intervención del presidente Nicolás Maduro en la cumbre, en la que destacó el desarrollo del Mercosur Indígena y Mercosur Obrero, como dos logros de la gestión de Venezuela en la Presidencia del organismo multilateral.

El mandatario resaltó que con la creación de dos instancias del Mercado Común del Sur (Mercosur) se apoyará también a los pueblos indígenas y al sector obrero en el marco de un enfoque social.
Mercosur Indígena es la primera instancia concretada este martes por el bloque para la integración de las políticas de los pueblos originarios. La segunda, Mercosur Obrero, permitirá conectar las fuerzas productivas como parte del Mercosur-Social.

Siguiendo con el informe de Jaua, señaló igualmente los nexos entre Mercosur y las naciones que componen la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América, Petrocaribe y la Comunidad del Caribe (Caricom), dirigidos a construir una zona econonómica complementaria y hacer de la región un gran polo de poder, tanto socio político como económico.

Durante el período, además, se facilitaron las condiciones para avanzar en la propuesta de acuerdos con la Unión Europea y con otros países de bloques emergentes como China y Rusia, apuntó Jaua.

Por su parte el canciller de Argentina, Héctor Timerman, durante su intervención instó a una mayor unidad en la región para lo cual, dijo, Mercosur debe asumir de manera decidida el liderazgo necesario para avanzar en la consolidación de una verdadera unión latinoamericana.

La agenda de la reunión de cancilleres previa a la cumbre de jefes de Estado con sede en el hotel Meliá Caracas, en esta capital, incluyó, además la evaluación general del Mercosur y el informe de los órganos del bloque, así como la aprobación del comunicado conjunto de los presidentes de los estados miembros de la entidad, así como la aprobación de decisiones, entre otros temas.

sábado, 2 de agosto de 2014

Cronicas do nanismo diplomatico - Ricardo Velez-Rodriguez

POLÍTICA EXTERNA MALUCA EM AGOSTO MÊS DE DESGOSTO
Capa da obra A era dos assassinos (Rio: Record, 2008), dos historiadores russos Yuri Felshtinsky e Vladimir Pribilovski.

Eta mundo velho sem porteira!” como dizia aquele personagem gaúcho de Erico Veríssimo em O tempo e o vento. Os tempos que vivemos não são para menos. Particularmente no Brasil, onde cada dia pioram os índices econômicos e as expectativas políticas ficam um tanto incertas. Era para a opinião pública já ter esconjurado Dilma. Mas processo eleitoral é isso, está sujeito a esse sobe e desce das intenções de voto. Eu, por mim, acho que chega de PT no poder. O país não aguenta mais tanta mediocridade.

Mas, se por aqui chove, fora do Brasil não para de chover. Temos sido inundados nas últimas semanas por notícias pouco otimistas. Os dois fatos que estão marcando de forma mais nítida o noticiário internacional são, de um lado, a criminosa derrubada do Boeing da Malaysia Airlines na Ucrânia, com os seus quase trezentos mortos e, em segundo lugar, o conflito israelense-Hamas em Gaza.

Por trás de ambos os fatos esconde-se a mão torta dos aliciadores. No caso do Boeing derrubado na Ucrânia, aparece a sombra de Putin. No caso do conflito entre Israel e o Hamas, desenha-se a silhueta do Irã e dos radicais do mundo islâmico, que com o seu apoio indiscriminado aos terroristas do Hamas pretenden varrer do mapa Israel e iniciar assim a ofensiva final contra o Ocidente.

No caso das tramoias de Putin para desestabilizar a Ucrânia depois da anexação da Criméia, a estratégia do czar não é nova e obedece ao figurino histórico da Grã Rússia: se firmar no panorama internacional mediante uma série de ações que deixem clara a vocação despótica e conquistadora da antiga potência, metendo medo nas potências ocidentais. A mensagem foi clara no caso do assassinato dos passageiros e tripulantes do Boeing 777: não mexam com os interesses estratégico-expansionistas da Rússia. Esse é assunto interno e de prioridade A para o czar e a sua patota, que configuram o que os críticos do regime russo Yuri Felshtinsky e Vladímir Pribilovski denominaram de “a era dos assassinos”.[1]

No caso do conflito entre israelenses e terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, a pretensão estratégica das potências extremistas que os apoiam, a começar pelo Irã, também é clara: varrer do mapa primeiro Israel e, depois, todas aquelas potências ocidentais (a começar pelos Estados Unidos) que são consideradas infiéis pelos militantes djadistas. Os ataques indiscriminados contra os cristãos no Iraque e na África formam parte dessa estratégia maluca, de alcance universal. É curioso observar como os governos moderados do mundo islâmico, a começar pela Arábia Saudita, a Jordânia, os Emirados Árabes e o Egito, são definitivamente contrários ao Hamas e às suas teses terroristas.

O trágico para nós, brasileiros, é que o governo da presidente Dilma se alinhou, na maluca política externa da petralhada comandada pelo chanceler de fato Marco Aurélio García, com as posições que beneficiam tanto a Putin quanto ao Hamas, tornando o nosso país um “anão” diplomático (na expressão cunhada pelo governo israelense, que traduz a indignação e a perplexidade das potências ocidentais com a leviandade da política externa brasileira).

Não temos mais um pensamento estratégico que comande as nossas relações exteriores. Tudo se faz de improviso, ou de acordo aos interesses ideológicos dos petralhas. Mas não se leva em consideração nem a longa trajetória do Itamaraty, nem os interesses da sociedade brasileira, que se recusa a ver convertido o Brasil num pária internacional, alinhado com o que há de pior no cenário global: a Cuba dos irmãos Castro, a ditadura norte-coreana, o Hamas e o czar Putin.



[1]FELSHTINSKY, Yuri e PRIBILOVSKI, Vladimir. A era dos assassinos – A nova KGB e o fenômeno Vladimir Putin. (Tradução de Marcelo Schild). Rio de Janeiro: Record, 2008.

Eleicoes 2014: NAO vote nulo ou branco, vc pode eleger quem vc nao quer

Um alerta que nunca é demais repetir: QUEM VOTA NULO OU BRANCO, ESPERANDO PROTESTAR CONTRA POLITICOS OU A CORRUPÇÃO, PODE JUSTAMENTE ESTAR AJUDANDO A ELEGER QUEM MENOS GOSTARIA QUE GANHASSE OU SE ELEGESSE.
Desculpem a caixa alta, mas este blog tem objetivos didáticos, por isso insiste neste tipo de aviso precaucionário. 
Paulo Roberto de Almeida
Petistas e verdolengos da beata da Selva, Marina Silva, que está parasitando o PSB - ela é quinta coluna do lulismo-, estão indicando, diante da previsível derrota da etnia (ave, Millor), votar branco ou nulo. Na hora de efetivamente mudar, não é isto que o eleitor deve seguir: o PSDB é a única opção de mudança, goste-se ou não. Votar branco ou nulo é votar no continuísmo autoritário. Até Fernando Rodrigues, da Folhona, reconhece que jogar o voto no lixo é prejudicial à democracia. Alternância de poder é garantia do processo democrático. Ponto.


Votar nulo é uma opção defendida por vários grupos de protesto que emergiram desde junho de 2013. Cartazes com a inscrição "não me representa" sintetizam esse desejo difuso de muitos brasileiros.

Durante a ditadura militar, algumas tendências trotskistas recomendavam votar nulo. Rejeitavam as duas únicas legendas legalizadas à época –a Arena (governista) e o MDB (oposição emasculada e consentida).

Quem opta pelo voto nulo certamente dá um recado aos políticos. Mas suspeito que alguns não conheçam o impacto completo desse ato.

Para começar, nem protestar de verdade é mais possível. Na era do papel, muita gente votou no rinoceronte Cacareco, no macaco Tião ou simplesmente escreveu um palavrão.

Agora, com a urna eletrônica, a única saída é digitar um número que não esteja atribuído a nenhum candidato e confirmar o voto –que resulta nulo. Uma ação mais rápida e com efeito idêntico é o voto em branco, para o qual há uma tecla específica.

Mas quem se beneficia, de fato, dos votos brancos ou nulos? Simples: os candidatos que estão à frente nas preferências do eleitor e próximos de vencer no primeiro turno.

Para facilitar, considere um eleitorado de 100 milhões. Ganha a Presidência quem tiver, pelo menos, 50 milhões mais um dos votos. Só que, se 20 milhões forem brancos ou nulos, a soma dos votos válidos cai para 80 milhões ""e vencerá no primeiro turno o político que receber, pelo menos, 40 milhões mais um dos apoios.

Ou seja, quanto mais votos nulos, menos apoios são necessários para alguém vencer no primeiro turno.

Hoje, quem se beneficia do voto nulo é Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial. Em São Paulo, na disputa de governador, ganha Geraldo Alckmin (PSDB). A petista e o tucano lideram as pesquisas eleitorais.

Tudo considerado, ao votar nulo o eleitor pode, de maneira inadvertida, sem querer, eleger um político contra o qual talvez desejasse protestar.