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sábado, 20 de setembro de 2014

Deuda argentina: las cosas se complican, hermanos (e nao vao melhorar...)

EUA nega recurso da Argentina e de banco para pagamento de dívida

Tribunal negou pedido do país e do Citibank para liberar pagamentos.
Argentina enfrenta impasse para pagar dívida a credores.

Da France Presse, 20/09/2014
Presidente argentina Cristina Kirchner quer transferir capital de Buenos Aires para Santiago del Estero, no norte do país (Foto: Reuters/BBC) 
Presidente Cristina Kirchner enfrenta crise e tenta
solucionar impasse para pagamento de dívida
argentina (Foto: Reuters/BBC)
 
O Tribunal de Apelações de Nova York negou nesta sexta-feira (19) o recurso apresentado pelo governo da Argentina e pelo Citibank para que fossem liberados os pagamentos de parte dos títulos reestruturados do país, bloqueados pelo juiz federal americano Thomas Griesa.
Os três magistrados da corte indicaram que sua decisão não significa uma decisão definitiva sobre o pedido. Segundo eles, o caso pode ser levado a Griesa antes do dia 30 de setembro, data em que vencem os pagamentos dos títulos argentinos que motivou o recurso do Citibank.
A decisão do Tribunal de Apelações acontece no dia seguinte à audiência em que os juízes ouviram os argumentos das partes, submetidas a uma bateria de perguntas.
"As apelações são indeferidas por falta de jurisdição", determinaram os juízes Rosemary Pooler, Barrington Parker e Reena Raggi, referindo-se a um tecnicismo em relação à decisão original de Griesa.
"Declinamos de nossa jurisdição porque a apelação é de um esclarecimento e não de uma modificação. De todo modo, o tribunal não descarta que o Citibank busque nova ajuda do juiz", afirmam.
O Citibank, agente de pagamento dos títulos reestruturados emitidos sob a lei argentina, recorreu em julho de uma ordem do juiz Griesa, que impede a instituição de pagar os credores no próximo vencimento dos títulos da dívida, em 30 de setembro (entenda a crise pelo impasse no pagamento da dívida argentina no quadro abaixo).
Griesa mantém bloqueado no Bank of New York um depósito efetuado pelo governo argentino no valor de US$ 539 milhões para os credores dos títulos reestruturados sob legislação americana, situação que levou o país a uma moratória parcial.
Na época do bloqueio, o juiz autorizou que o Citibank pagasse de uma só vez os juros dos títulos emitidos sob legislação argentina e que estavam em um limbo jurídico. O novo prazo para o pagamento voltou a levar a questão à justiça.

Contagem regressiva
Com o indeferimento desta sexta-feira no Tribunal de Apelações, a Argentina e o Citibank têm dez dias para tentar reverter a situação com Griesa (embora não pareça fácil, considerada a posição do juiz em relação ao caso).
"O Citibank enfrenta um sério e iminente desafio", afirmou Wagner na quinta-feira (18), ao advertir para os possíveis riscos enfrentados pelo banco, como sanções do governo argentino ou ações judiciais dos clientes que não receberem o pagamento.
Segundo a advogada, os títulos sob a lei argentina pagos pelo Citibank estão em uma situação diferente daqueles que foram pagos pelo BoNY e não estão comprometidos pela decisão de Griesa.
Os fundos especulativos (credores da dívida argentina que não aceitaram renegociação do valor) insistiram que todos os pagamentos da dívida reestruturada em 2005 e 2010 devem ser bloqueados.
"Os títulos argentinos não foram incluídos de modo específico na ordem (original de Griesa). Mas não importa", afirmou o advogado Roy Englert, do fundo Aurelius Capital, que junto ao NML Capital ganhou da Argentina na justiça americana.
De acordo com Englert, Griesa "cometeu um erro" ao não detalhar isso na sua decisão, mas corrigiu em julho ao autorizar que o pagamento do Citibank.
Além de sua tentativa de reduzir o alcance das ações do juiz, limitando-as aos títulos sob legislação americana, a Argentina busca desde julho uma alternativa de pagamento. Na semana passada, foi aprovada no Congresso uma lei que permite alterar a sede de cobrança para Buenos Aires, Paris ou onde os credores preferirem.

Economia: o fracasso companheiro, mas a culpa pertence a outros

Em quatro anos Dilma só fez o diabo, acumulando fiascos em todas as áreas. Deixa o Brasil no buraco, mas não reconhece os erros cometidos por sua equipe. Para a gerentona, o inferno são os outros, como dizia Sartre. Artigo de Rolf Kuntz no Estadão:

O inferno é o outro, conforme escreveu há 70 anos um filósofo e dramaturgo francês. A presidente Dilma Rousseff e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, certamente concordam. Mas o outro, poderiam acrescentar, tem lá seu valor. Sem ele, em quem jogar a culpa de nossos males, especialmente daqueles produzidos por nós? Para isso servem as potências estrangeiras, os bancos internacionais, os pessimistas de todas as nacionalidades e até o Banco Central do Brasil (BC), por sua insistência em manter os juros em 11%. Os maiores males deste momento ainda estarão por aí quando começar o próximo governo, em janeiro:
1) Os aumentos de preços ganharam impulso de novo. O IPCA-15, prévia da inflação oficial de setembro, subiu 0,39%, muito mais que o dobro da variação de agosto, 0,14%. A alta acumulada no ano, 4,72%, já ficou bem acima da meta, 4,5%. Em 12 meses chegou a 6,62% e dificilmente ficará abaixo de 6% no fim do ano.
2) Os economistas do mercado financeiro e das consultorias continuam reduzindo as projeções de crescimento econômico. A mediana das estimativas, na semana passada, ficou em 0,33%, de acordo com pesquisa do Banco Central. Coincidiu com a nova previsão divulgada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE): 0,3%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicará números atualizados em outubro. A previsão para o Brasil será, com certeza, bem menor que a de julho, 1,3%.
3) As finanças do governo continuam virando farelo. Nem receitas especiais têm resolvido o problema. Pelas primeiras informações, a arrecadação inicial do novo Refis, o refinanciamento de impostos em atraso, ficou abaixo do valor previsto - algo na faixa de R$ 13 bilhões a R$ 14 bilhões. O pessoal do Tesouro deverá continuar recorrendo à criatividade contábil. Qualquer balanço razoável no fim de 2014 será uma surpresa.
4) As contas externas continuam fracas e o déficit em conta corrente, no fim do ano, deverá ficar ainda próximo de US$ 80 bilhões, segundo estimativas do mercado. Nada, por enquanto, indica resultados muito melhores em 2015.
5) O País ainda vai depender fortemente de financiamento externo para fechar o buraco das transações correntes. O investimento direto estrangeiro tem sido e provavelmente continuará insuficiente para isso. Faltarão uns US$ 20 bilhões neste ano e, segundo as projeções do mercado, uma quantia muito parecida em 2015. Essa diferença será coberta, em grande parte, por dinheiro especulativo. As condições internacionais de financiamento serão provavelmente menos favoráveis que as de hoje, especialmente se o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, confirmar a elevação dos juros básicos, atualmente na faixa de zero a 0,25% ao ano.
Mesmo com o desemprego bem mais baixo, o Fed provavelmente só começará a aumentar os juros se os seus diretores estiverem convencidos da firme recuperação econômica dos Estados Unidos. Essa recuperação será boa para todo o mundo. Atividade mais intensa na maior economia resultará em mais oportunidades comerciais para todos os parceiros - ou, pelo menos, para aqueles preparados para aproveitar a ocasião. A indústria brasileira tem mais perdido que aproveitado oportunidades, por falta de investimento, por excesso de custos e por erros da diplomacia comercial.
Mas o começo do aperto monetário, possibilitado pela recuperação americana, afetará os investimentos e o custo dos empréstimos. Juros mais altos atrairão dinheiro para os Estados Unidos. Isso poderá neutralizar, em boa parte, a sobra de recursos provocada pelo esperado afrouxamento da política do Banco Central Europeu.
Todo mundo espera essa mudança no quadro internacional. Governos competentes procuram tornar seus países menos vulneráveis a riscos financeiros e mais capazes de acompanhar a onda de crescimento liderada pelos Estados Unidos e acompanhada, com algum atraso, pelas economias europeias mais sólidas.
Economistas do FMI, em documento preparado para a conferência ministerial do Grupo dos 20 (G-20) neste fim de semana, na Austrália, chamam a atenção para os perigos e para os ajustes necessários. A recuperação continua, mas num ambiente de riscos. No Brasil, aponta o estudo, o baixo crescimento dificultará a execução da política fiscal e a redução da dívida pública. Além disso, a inflação elevada poderá tornar necessário um novo aumento de juros se as expectativas piorarem. Isso é exatamente o contrário do caminho apontado pelo ministro da Fazenda.
Mas o governo brasileiro, especialmente em caso de reeleição, sempre poderá atribuir parte dos problemas de 2015 ao Fed. O banco central americano foi responsabilizado por males brasileiros quando inundou os mercados com dólares, tentando estimular a economia dos Estados Unidos. A valorização do real, uma das consequências, encareceu as exportações brasileiras e barateou as importações. O ministro Mantega reclamou de uma guerra cambial.
Desde o ano passado o jogo mudou. Ao anunciar a redução dos estímulos monetários, o Fed mexeu nos fluxos de capitais, valorizou o dólar e, segundo Brasília, criou pressões inflacionárias. O impacto da mudança poderá ser mais forte no próximo ano, com o aumento dos juros. Bendito seja o Fed, um dos culpados de sempre.
A presidente Dilma Rousseff tem citado com insistência uma frase famosa de Nelson Rodrigues sobre o complexo de vira-lata. Não se sabe quantas páginas da obra rodriguiana ela realmente leu, mas a tal frase é importante no repertório presidencial. Não se sabe, também, quantas páginas de Sartre ela terá lido. Mas a ideia sartriana sobre inferno, reduzida a uma tosca simplicidade, tem servido à retórica defensiva de um governo fracassado. Benditos sejam os outros.

Escandalos na Petrobras, megaescandalos companheiros, e a ponta do iceberg...

E aí, leitor, você acha mesmo que já viu tudo em matéria de corrupção, de roubos e de bandalheiras na Petrobras companheira?
Pois tenha a absoluta certeza de que não vimos nem um terço, nem 10% de tudo o que os companheiros já roubaram e continuam roubando naquela vaca petrolífera, que eles sugam com a cupidez de ratos famintos chegados num banquete aristocrático e pantagruélico. Tenha certeza de que eles continuarão roubando, corrompendo, extorquindo, se tal for a decisão do povinho miudo que os elege -- o tal popolo minuto de que falava Maquiavel, em contraste com o popolo grosso que os explora -- e que pode ainda nos garantir pelo menos mais quatro anos de roubalheira garantida.
Sem ter nenhum conhecimento interno sobre os casos, nenhum indício direto sobre os crimes cometidos na estatal -- e em vários outros setores também, aliás todos -- posso afirmar que não sabemos quase nada de todos os horrores perpetrados, mas que eles existem, disso eu tenho certeza absoluta, e por uma razão muito simples: eu conheço o espírito dessa gente, eu sei qual é a essência essencial dos companheiros e eu sei reconhecer uma máfia quando vemos uma.
Nada disso me surpreende, e nada do que um dia virá me surpreenderá: máfias são assim, sempre previsíveis no seu comportamento mafioso.
Paulo Roberto de Almeida 
Pois é… Reportagem da Folha deste sábado informa que Paulo Roberto Costa envolveu mais duas diretorias no esquema corrupto que vigorava na empresa: a Internacional, que era comandada pelo notório Nestor Cerveró, e a de Serviços e Engenharia, cujo titular era o petista Renato Duque. O PT está preocupado com os cadáveres que podem sair do armário. Faltam duas semanas para o primeiro turno das eleições, mas o segundo ainda está longe, só no dia 26 de outubro. Entre as irregularidades que atingem as duas diretorias, estão a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Segundo o Jornal Nacional, Costa admitiu ter recebido R$ 1,5 milhão de propina só nessa operação.
Duque, note-se, já aparece citado em outro inquérito da Polícia Federal para apurar irregularidades nos negócios da Petrobras. A polícia investiga sua relação com outros funcionários da estatal suspeitos de evasão de divisas.
Em abril, outra reportagem Folha informava que Rosane França, viúva do engenheiro da Petrobras Gésio França, que morreu há dois anos, acusou a empresa de ter colocado o marido na “geladeira” porque este se opusera ao superfaturamento do gasoduto Urucu-Manaus, na Amazônia. Para a sua informação, leitor amigo: esse gasoduto foi orçado pela Petrobras em R$ 1,2 bilhão e acabou saindo por R$ 4,48 bilhões.
A viúva de Gésio não citou nomes, mas em e-mails que vieram a público, ele reclamava justamente da diretoria de Serviços e Engenharia, que era comandada pelo petista Renato Duque, que negociava com as empreiteiras. Duque, aliás, é amigo de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, um dos nomes citados por Costa como parte do esquema corrupto, que recorria aos préstimos do doleiro Alberto Youssef.
Além de amigo de Vaccari, Duque sempre teve um padrinho forte no PT: ninguém menos do que José Dirceu. Quando Graça Foster assumiu a presidência da estatal, em 2012, ela o substituiu por Richard Olm. Mas isso não significa, é evidente, que a Petrobras está livre da politicagem. Lá está, por exemplo, José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT e outro peixinho de Dirceu: é diretor Corporativo e de Serviços. Não só ele. Também é da cota do ainda presidiário Dirceu o gerente executivo da Comunicação Institucional, Wilson Santarosa.
A estatal, diga-se, tornou-se um retrato dos desmandos do PT e da forma como o partido entende o exercício do poder. Como esquecer uma frase já antológica do então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, em 2005, em reunião com uma certa ministra das Minas e Energia chamada Dilma Rousseff? Ele cobrou uma promessa que lhe fizera Lula: “O que o presidente me ofereceu foi aquela diretoria que fura poço e acha petróleo”.
Era assim que Lula exercia o poder. E foi assim que a Petrobras passou a furar poço e a achar escândalos.

Escocia: depois do referendo sobre a independencia, agora o mais duro, saber quem paga a conta...

Um Reino menos Unido...
Abaixo a declaração do primeiro-ministro britânico David Cameron sobre a situação pós-referendo que assegurou, pelo menos por enquanto, a permanência dos escoceses nesse reino que no futuro virá a termo. Isto me parece evidente, sobretudo pensando em termos de recuperação de autonomia política no contexto de um processo econômico mais amplo, que envolve a integração nos esquemas respectivos de mercado na Europa continental e na América do norte.
Sim, estou convencido de que esses instintos pró-independência, essas pulsões autonomistas vão continuar com força considerável, tantonna Escócia, quanto na Catalunha, quanto no Québec, por exemplo. E, no entanto, todos eles, se finalmente independentes, vão preferir continuar em seus respectivos esquemas de integração, a União Europeia por um lado, o Nafta por outro, este bem mais simples e sem implicar pagamentos e recebimentos de e para o monstro burocrático, custoso, em que se transformou a UE.
Fica pendente, porém, a questão crucial de saber quem paga todas as bondades estatais que cada um dos povos espera ter com uma maior autonomia política. Hoje a Escócia é uma recebedora líquida no orçamento comunitário e mesmo no esquema político do Reino Unido. Muito provavelmente, sendo independente e escolhendo ficar na UE, se torne uma pagadora líquida, por ter uma renda per capita superior à média comunitária, o mesmo acontecendo com a Catalunha. E aí, quem vai pagar as pensões e benefícios sociais e cuidados médicos de suas populações mais idosas? Quem vai pagar transportes e outros serviços públicos.
No final do dia, alguém sempre precisa pagar a conta.
Governos irresponsáveis costumam deixar a conta para as gerações futuras, seja em termos de mais inflação, seja como dívida pública aumentada e prestações diminuídas.
E isso vale para o Brasil também, sem qualquer separatismo. Aliás, aqui já temos uma federação de mentira, com total esquizofrenia orçamentária, e uma conta que cresce, a ser paga por nossos filhos e netos.
Paulo Roberto de Almeida 

A better, brighter future for our entire United Kingdom

10 Downing Street, September 20, 2014
On 18 September 2014 the Scottish independence referendum took place and Scotland voted to stay part of the United Kingdom. 
Voters in Scotland were asked to answer Yes or No to the question “Should Scotland be an independent country?” 55.3% voted No and 44.7% voted Yes.
Prime Minister David Cameron gave a statement at Downing Street following the outcome.

Read the statement

"The people of Scotland have spoken. It is a clear result. They have kept our country of 4 nations together. Like millions of other people, I am delighted. As I said during the campaign, it would have broken my heart to see our United Kingdom come to an end.
"And I know that sentiment was shared by people, not just across our country, but also around the world because of what we’ve achieved together in the past and what we can do together in the future.
"So now it is time for our United Kingdom to come together, and to move forward. A vital part of that will be a balanced settlement – fair to people in Scotland and importantly to everyone in England, Wales and Northern Ireland as well.
"Let us first remember why we had this debate – and why it was right to do so.
"The Scottish National Party (SNP) was elected in Scotland in 2011 and promised a referendum on independence. We could have blocked that; we could have put it off, but just as with other big issues, it was right to take - not duck - the big decision.
"I am a passionate believer in our United Kingdom – I wanted more than anything for our United Kingdom to stay together.
"But I am also a democrat. And it was right that we respected the SNP’s majority in Holyrood and gave the Scottish people their right to have their say.
"Let us also remember why it was right to ask the definitive question, Yes or No. Because now the debate has been settled for a generation or as Alex Salmond has said, perhaps for a lifetime.
"So there can be no disputes, no re-runs – we have heard the settled will of the Scottish people.
"Scotland voted for a stronger Scottish Parliament backed by the strength and security of the United Kingdom and I want to congratulate the No campaign for that – for showing people that our nations really are better together.
"I also want to pay tribute to Yes Scotland for a well-fought campaign and to say to all those who did vote for independence: “we hear you”.
"We now have a chance – a great opportunity – to change the way the British people are governed, and change it for the better.
"Political leaders on all sides of the debate now bear a heavy responsibility to come together and work constructively to advance the interests of people in Scotland, as well as those in England, Wales and Northern Ireland, for each and every citizen of our United Kingdom.
"To those in Scotland sceptical of the constitutional promises made, let me say this; we have delivered on devolution under this government, and we will do so again in the next Parliament.
"The 3 pro-union parties have made commitments, clear commitments, on further powers for the Scottish Parliament. We will ensure that they are honoured in full.
"And I can announce today that Lord Smith of Kelvin – who so successfully led Glasgow’s Commonwealth Games – has agreed to oversee the process to take forward the devolution commitments, with powers over tax, spending and welfare all agreed by November and draft legislation published by January.
"Just as the people of Scotland will have more power over their affairs, so it follows that the people of England, Wales and Northern Ireland must have a bigger say over theirs. The rights of these voters need to be respected, preserved and enhanced as well.
"It is absolutely right that a new and fair settlement for Scotland should be accompanied by a new and fair settlement that applies to all parts of our United Kingdom. In Wales, there are proposals to give the Welsh government and Assembly more powers. And I want Wales to be at the heart of the debate on how to make our United Kingdom work for all our nations. In Northern Ireland, we must work to ensure that the devolved institutions function effectively.
"I have long believed that a crucial part missing from this national discussion is England. We have heard the voice of Scotland - and now the millions of voices of England must also be heard. The question of English votes for English laws – the so-called West Lothian question – requires a decisive answer.
"So, just as Scotland will vote separately in the Scottish Parliament on their issues of tax, spending and welfare, so too England, as well as Wales and Northern Ireland, should be able to vote on these issues and all this must take place in tandem with, and at the same pace as, the settlement for Scotland.
"I hope that is going to take place on a cross-party basis. I have asked William Hague to draw up these plans. We will set up a Cabinet Committee right away and proposals will also be ready to the same timetable. I hope the Labour Party and other parties will contribute.
"It is also important we have wider civic engagement about to improve governance in our United Kingdom, including how to empower our great cities. And we will say more about this in the coming days.
"This referendum has been hard fought. It has stirred strong passions. It has electrified politics in Scotland, and caught the imagination of people across the whole of our United Kingdom.
"It will be remembered as a powerful demonstration of the strength and vitality of our ancient democracy. Record numbers registered to vote and record numbers cast their vote. We can all be proud of that. It has reminded us how fortunate we are that we are able to settle these vital issues at the ballot box, peacefully and calmly.
"Now we must look forward, and turn this into the moment when everyone – whichever way they voted – comes together to build that better, brighter future for our entire United Kingdom."
David Cameron
Prime Minister

What happens next?

Embaixadores mantidos no limbo (que alias foi extinto pela Igreja)

Ai, ai, ai: todos esses embaixadores são mantidos no limbo, que não existe mais (o que eu lamento, pois seria o lugar que eu escolheria ficar com os meus livros...).
Não se trata de uma simples questão de protocolo, como se os embaixadores continuassem embaixadores, apenas sem cumprir um mero ritual que é a entrega de suas credenciais. Sem isso, eles, na verdade, não são embaixadores, e não podem assinar uma simples nota para o MRE, e obviamente não podem assinar acordos ou tratar de certas matérias.
Trata-se de uma ofensa aos países, e uma tremenda falta de cortesia com esses embaixadores. Não se poderá talvez estranhar se embaixadores brasileiros nesses países ficarem na geladeira por número equivalente de meses...
Pois é: interessante vai ser se os países assim atingidos observarem estrita reciprocidade...
Paulo Roberto de Almeida
  • Diário do Poder, Coluna de Cláudio Humberto, 19/09/2014

    Além da conhecida repulsa por diplomatas brasileiros e pelo Ministério das Relações Exteriores, a presidenta Dilma Rousseff também não dá a menor pelota para diplomatas de outros países, negligenciando um dos seus papéis institucionais mais importantes: receber credenciais de embaixadores designados para atuar no Brasil. Até agora, 22 embaixadores estrangeiros aguardam que Dilma agende a cerimônia.
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  • O embaixador do Paraguai, Manuel Cáceres, chegou ao Brasil em novembro de 2013. Até hoje não conseguiu entregar as credenciais.
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  • O embaixador paraguaio anterior, Evelio Arévalos, chegou em março de 2012 e foi embora há um ano sem conseguir entregar credenciais.
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  • Para Dilma, todos diplomatas são como o ex-ministro Antônio Patriota. Ignora que o Itamaraty é um centro de excelência do serviço público.
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Across the Empire, 2014 (22): Detroit, entre a tecnologia e a arte


Across the Empire, 2014 (22): Detroit, entre a tecnologia e a arte

Paulo Roberto de Almeida

Sexta-feira 19/09: com a Escócia salva – mas tem gente que não concorda – o dia foi dedicado às duas realizações mais características e mais caras do ser humano: a tecnologia e a arte (que de certa forma se confundem, pois uma se inspira na outra, para o maior bem da humanidade).
Pela manhã, bem cedo, fui a Dearborn, visitar o Henry Ford Museum, um enorme complexo contendo não apenas as maiores invenções tecnológicas desde a revolução industrial, mas também cenas da vida americana desde a colônia até os dia de hoje. Existe uma certa linearidade cronológica nos diversos blocos de um imenso salão de exposições, dividido em várias alas, mas o mais importante é a coleção impressionante de máquinas e mecanismos de transporte e de produção, de todos os tipos, que Henry Ford acumulou ao longo de sua vida, a começar pela agricultura, atividade à qual ele sempre deu especial atenção. O complexo integra ainda um “Greenfield Village”, com montagens reais da vida camponesa, mas que preferi não visitar, tanto por falta de tempo, como porque se tratava de algo mais didático, dedicado a crianças e jovens. Concentrei-me nas realizações tecnológicas, inclusive no famoso modelo T, o carro que revolucionou o mundo da produção, e não apenas automobilística, criando o que ficou conhecido como a linha de montagem (que na verdade é uma derivação prática da teoria econômica de Adam Smith, sobre s divisão social do trabalho). Entre 1908 e 1928, esse modelo básico, podendo ser montado por qualquer trabalhador sumariamente instruído, mas que era submetido a uma assemblagem precisa, concebida por engenheiros, foi o exemplo da moderna organização do trabalho: ao reduzir o preço de um automóvel em mais de 60% da média do mercado do seu tempo, o Ford T é uma brilhante demonstração de como o capitalismo inteligente pode transformar, por meio de uma tecnologia engenhosa um produto de luxo em mercadoria de consumo de massa.

Existem dezenas de modelos de praticamente todos os tipos de automóveis, inclusive europeus e alguns japoneses, mas predominantemente americanos, como seria de se esperar; senti falta do meu primeiro carro, que usei na Europa, enquanto morava na Bélgica: um Citroen Deux Chevaux – ou seja, dois cavalos de (im)potência – que me levou a vários pontos do continente, mas sempre em velocidade reduzida: quando tentei ultrapassar os 120km/h, o motor fundiu, e demorou certo tempo para juntar dinheiro para trocar o motor... Gostei também de um dos primeiros modelos de ônibus escolares, mais uma demonstração de que o transporte de estudantes sempre foi um componente essencial do processo educacional neste país.

No meio de toda aquela tecnologia, algumas lições de história, inclusive constitucional, libertação dos escravos, direitos da mulher, etc. Os visitantes aprendem que o texto constitucional desenhado em Filadélfia – mas com raízes anteriores – é o mais velho documento desse gênero no mundo; logo após, foram definidos os primeiros atos adicionais, chamados de Bill of Rights, que são especificamente dedicados a salvaguardar os direitos e as liberdades dos cidadãos americanos CONTRA o governo. A base de tudo isso é a autonomia do indivíduo, a liberdade, e a independência da nação, como explicava Thomas Paine (aliás presente num vídeo bastante esclarecedor sobre a revolução contra o reio Jorge), em seu famoso panfleto, Common Sense, mostrado numa primeira edição ali preservada.

Um outro painel explicava exatamente contra quais exações britânicas os americanos se revoltaram, nos famosos episódios que foram aumentando as reclamações dos colonos no sentido de se sentirem “taxados sem representação”.


Passamos, depois, toda a tarde no Detroit Institute of Arts, uma instituição modelo no gênero, e altamente visitável: mas, como a fome apertava, Carmen Lícia eu visitamos primeiro o restaurante do museu: eu comecei pela soupe du jour, um seafood and corn chowder, e depois dividimos um plateau de fromages, como pode ser visto nesta foto que Carmen Lícia fez, que fizemos acompanhar de duas taças de Cabernet Sauvignon e eu uma pequena garrafa de Perrier, terminando por um expresso double.


Depois do estômago, a arte, duplamente, pois que, no meio da visita, em plena sala dedicada aos murais de Diego Rivera, pudemos assistir ao ensaio da banda que tocaria logo mais no começo da noite, do qual fiz um pequeno filme; creio que não conseguirei exibir aqui, pois são muitos MB, mais exatamente 134, e a conexão do hotel é muito ruim; vou tentar colocar no iCloud, para dar apenas o link, e registro uma foto aqui do evento; destaques, para o nome da chinesa, que se chama Grace Kelly (mais alguma coisa chinesa) e para as horríveis bermudas vermelhas do trompetista, aliás, um desses calções de jogadores de basquete. Não sei se ele pretendia se apresentar desse jeito, em todo caso, não esperamos para ver.

Continuamos visitando o museu, com algumas peças conhecidas de livros de arte, e outras dentro do padrão esperado para instituições desse calibre: os inevitáveis impressionistas franceses, alguns grandes nomes da pintura europeia (Brugel, Cranach, Van Gogh), mas também uma coleção altamente significativa de arte americana, asiática, africana, e o que mais sempre tem nos museus peso-pesados.



Compramos alguns objetos na loja do museu – entre eles um novo colar para Carmen Lícis e um CD de jazz para mim – e depois ainda fomos passear pela cidade, para ver mosaicos e pinturas em estações de bonde elevado, que aqui eles chamam de people mover
Amanhã, vamos atravessar esta ponte, apropriadamente chamada Ambassador, em direção a Windsor, por onde entramos no Canadá, em direção a Toronto. Ainda temos algum caminho pela frente, e possivelmente mais dois ou três museus, além de uma bela cidade canadense.

Paulo Roberto de Almeida
Detroit, 19 de setembro de 2014

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Alguem ainda aguenta estudos latino-americanos, exclusivamente?

Os suspeitos de sempre, com as platitudes de sempre...
Dá para aguentar essas latino-americanices reiteradas, repetidas, recorrentes e reincidentes nas mesmas bobagens de sempre?
Eu já estou cansado desse tipo de mesmice introvertida e auto-centrada...
Paulo Roberto de Almeida 



Boletim Mundorama, 19 Sep 2014

 

A revista Horizontes LatinoAmericanos informa o lançamento do seu número 2, edição coordenada por Amado Cervo, Professor Emérito da Universidade de Brasília.
Revista de Humanidades e Ciências Sociais do Mercosul Educacional, criada em 2013, Horizontes LatinoAmericanos é um periódico multidisciplinar que abrange as áreas de humanidades e ciências sociais, com vistas a explorar as fronteiras disciplinares na produção de conhecimentos que expressem a pluralidade de ideias e modos de vida dos povos latino-americanos.
Horizontes LatinoAmericanos é uma publicação do Setor Educacional do Mercosul, com produção editorial realizada pela Editora Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco, instituição vinculada ao Ministério da Educação do Brasil.
O número tem por objeto um tema relevante: avaliação e perspectivas do desenvolvimento latino-americano: do estruturalismo à interdependência. O desenvolvimento penetrou governos e sociedades na América Latina, dos anos 1930 ao presente, como tema de debate e como desafio. Apesar de tendências paradigmáticas comuns e sucessivas – desenvolvimentismo, neoliberalismo, Estado logístico – os países da América Latina fermentaram a ideia, dela extraindo experiências diversificadas. A região apresenta-se, segundo os estudos, como um laboratório histórico de estratégias, ritmos e resultados diferenciados no tempo e entre os países, porém preserva em comum notável senso de autonomia de pensamento e de autonomia decisória, as quais condicionam política externa e inserção internacional, especialmente as relações com as potências avançadas. Ao alcançar o século XXI, os países da América Latina se dispersam ainda mais diante do desafio do desenvolvimento, quanto à visão de si e do mundo: distintos modelos internos, de relações com a vizinhança e de inserção internacional espelham a diversidade.
Contribuíram para o número 2 da Revista renomados scholars latino-americanos:
  • Amado Luiz Cervo
  • Raúl Bernal-Meza
  • Mario Rapoport
  • Carlos Escudé
  • Ricardo Aronskind
  • César Ross Orellana
  • Aldo Ferrer
  • Emiliano Teran Mantovani
  • Edgardo Lander
A edição se acessa aqui.  
    

Venezuela: a economia mais mal administrada do mundo (e o Brasil segueatras...) - Economist

Venezuela’s economy


Of oil and coconut water

Probably the world’s worst-managed economy

Sep 20th 2014 | CARACAS | From the print edition /The Economist
A BIG oil producer unable to pay its bills during a protracted oil-price boom is a rare beast. Thanks to colossal economic mismanagement, that is exactly what Venezuela, the world’s tenth-largest oil exporter, has become.
At the end of the second quarter Venezuela’s trade-related bills exceeded the $21 billion it currently holds in foreign assets (see chart), almost all of which is in gold or is hard to turn into cash. Over $7 billion in repayments on its financial debt come due in October. The government insists it has the means and the will to pay foreign bondholders. Few observers expect it to miss the deadline. Even so, the dreaded word “default” is being bandied about.
On September 16th Standard & Poor’s, a ratings agency, downgraded Venezuelan debt, assessing the country as “vulnerable and dependent on favourable business, financial and economic conditions to meet financial commitments”. Reports that the government is seeking to sell Citgo, an American refining subsidiary of Petróleos de Venezuela (PDVSA), the state oil firm, have fuelled talk of cash-flow problems.
Even if it stays current on its financial dues, Venezuela is behind on other bills. Earlier this month two Harvard-based Venezuelan economists, Ricardo Hausmann and Miguel Angel Santos, caused a stir by criticising the government’s decision to keep paying bondholders religiously while running up billions in arrears to suppliers of food, medicine and other vital supplies. “To default on 30m Venezuelans rather than on Wall Street”, they wrote for Project Syndicate, a website, “is a signal of [the government’s] moral bankruptcy.” President Nicolás Maduro branded Mr Hausmann a “financial hitman” and threatened him with prosecution.
Another Venezuelan economist, Francisco Rodríguez of Bank of America Merrill Lynch, thinks that scarcities of basic goods stem from the government’s refusal to adopt sensible exchange-rate policies. On the black market a dollar trades for over 90 bolívares; “official” dollars are worth between 6.3 and 50 bolívares, depending on which of the country’s multiple exchange rates you use. Exports of oil and its derivatives, which are dollar-denominated, account for 97% of Venezuela’s foreign earnings. Using an overvalued official rate means that the country is not making as much money as it could: the fiscal deficit reached 17.2% of GDP last year.
The government has been bridging that gap in part by printing bolívares. That has caused the money supply almost to quadruple in two years and led to the world’s highest inflation rate, of over 60% a year. Food prices, by the government’s reckoning, have nearly doubled in the past year, hitting the poor, its main constituency, hardest of all.
Even worse than inflation is scarcity. The central bank stopped publishing monthly scarcity figures earlier this year, but independent estimates suggest that more than a third of basic goods are missing from the shelves. According to Freddy Ceballos, president of the federation of pharmacies (Fefarven), six out of every ten medicines are unavailable. The list runs from basic painkillers, such as paracetamol, to treatments for cancer and HIV. One unexpected side-effect has been a sharp increase in demand for coconut water, which Venezuelans normally buy to mix with whisky. Nowadays it is sought out more for its supposed anti-viral and anti-bacterial properties.
Unable to obtain what they need through normal channels, people are having to improvise. Social media are packed with requests for urgently required medicines, while some highly sought-after goods—babies’ nappies, say—are offered in exchange for others, like spare parts for cars. Those lucky enough to have friends or relatives abroad arrange for emergency relief. “My cousin in Panama sends my mother’s Parkinson’s treatment,” says one Caracas resident. “It costs $30 a time there, compared with a few bolívares here, but here you can’t get it.” An opposition political party has even asked the Red Cross to help relieve the scarcity of medicines.
The mess is a reflection not just of import-dependence and a shortage of dollars, but also the mismanagement of domestic industry. Some food producers have been nationalised; price controls often leave manufacturers operating at a loss. Some price rises have recently been authorised, but manufacturers say it is impossible to maintain normal output with such stop-go policies. For its part, the government blames what it calls an “economic war” and the contraband trade. It has instituted a nightly closure of the border with Colombia, and plans to fingerprint shoppers to prevent “excessive” purchases.
The prospects for a change of course are gloomy. On September 2nd Mr Maduro replaced the vice-president for economic affairs, Rafael Ramírez, with an army general; Mr Ramírez also lost his job as chairman of PDVSA in the reshuffle, which saw him moved to the foreign ministry. Under Mr Ramírez, PDVSA has not thrived. Oil exports have fallen by over 40% since 1997 because of lack of investment, offsetting the benefit from price gains. Nonetheless, Mr Ramírez was seen as the only man in the cabinet arguing for exchange-rate unification, a cut in fuel subsidies and a curb on the burgeoning money supply.
Venezuela’s streets are calmer now than earlier this year, when clashes between opposition protesters and government forces left more than 40 people dead. The reshuffle appears to have strengthened Mr Maduro’s position. Bondholders may well keep getting paid. But the price of the revolution’s survival seems to be the slow death of Venezuela.

Eleicoes 2014: Forbes lista 5 motivos para NAO reeleger quem ocupa apresidencia (existem muitos outros mais, claro...)

Mas não vou relacionar pois a postagem ficaria longuíssima...
Paulo Roberto de Almeida 

Eleições 2014

'Forbes' lista cinco motivos para o Brasil não reeleger Dilma

Revista americana publica em seu site texto de colunista em que afirma que má gestão da presidente coloca em risco avanços econômicos e sociais do país

Dilma: para 'Forbes', o mercado não quer a presidente
Dilma: para 'Forbes', o mercado não quer a presidente (Ueslei Marcelino /Reuters)
A revista americana Forbes divulgou em seu site uma lista com cinco razões pelas quais acredita que os eleitores brasileiros não deveriam reeleger a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). Em texto que elenca os avanços econômicos e sociais no Brasil ao longo dos últimos vinte anos – transformações que tiveram início, lembra a revista, no governo de Fernando Henrique Cardozo –, a Forbes afirma: sob o comando de Dilma, o país passou da expansão para a melancolia.
Depois de elencar os avanços dos governo FHC e Lula, o texto ressalta a situação econômica do país, que vive um quadro de recessão técnica e inflação no teto da meta. “Os investidores de todo o mundo, que chegaram a fazer fila para comprar um pedaço do ‘sonho brasileiro’, olham agora para mercados mais atrativos, como o México (e celebram todas as vezes que Dilma perde pontos nas pesquisas eleitorais)”, diz o colunista Anderson Antunes. E encerra: Dilma não apenas falhou em manter tudo em ordem, como está colocando os avanços em risco.

Cinco razões da 'Forbes' por que Dilma não deve ser reeleita

Dilma não promoveu as mudanças para tornar a vida dos mais pobres melhor


O PT, partido que declarou o objetivo de defender os pobres e socialmente excluídos, não promoveu durante o governo Dilma a melhora na condição de vida dessa parcela da população que prometeu. Segundo o colunista, uma das razões é o retorno da inflação, que tem assustado brasileiros desde a década de 1970. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2012, a desiqualdade de renda melhorou de 2002 até a década seguinte. No entanto, essa melhora empacou há dois anos. Ao mesmo tempo, a receita arrecadada pelos ricos cresceu 50%. Isso significa que o governo Dilma quebrou um padrão de dez anos de progresso na distribuição de renda. Em outra questão, Forbes cita que o número de analfabetos também cresceu pela primeira vez em quinze anos, durante o governo de Dilma – tanto a presidente quanto Lula haviam prometido erradicar o analfabetismo do país.
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Dívida Pública cresce. E o governo poupa menos

“O orçamento federal está constantemente em déficit, e Dilma se comprometeu a cumprir uma meta de superávit primário de 1,9% do PIB neste ano e 2% no próximo ano”, diz Antunes. Os gargalos do sistema brasileiro causam ineficiência e corrupção - e são responsáveis por um sistema de impostos bizantino.
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A estratégia de manter a inflação em alta para manter empregos é questionável

Para inflação e baixo desemprego conviverem bem – como é o desejo de Dilma Rousseff -, é necessário que a economia apresente crescimento. No entanto, não é o que está ocorrendo no Brasil. A Forbes afirma que a piora da inflação se deve ao aumento dos salários e da diminuição dos lucros de empresas. Dilma entende que a solução seria aumentar as taxas de juros, enrijecer a política fiscal brasileira e permitir que os preços se ajustem. No entanto, essas medidas afetam diretamente o consumo no país, que representa 63% da economia brasileira. A revista afirmou que para uma governante populista, é como um remédio caro que, mesmo que o paciente precise comprá-lo, não terá condições de acesso.

A Petrobras está sob investigação por abrigar "dentro de suas paredes" um esquema de corrupção multimilionário, lembra o colunista. “As finanças da Petrobras sob administração petista não são nada menos do que desapontadoras”, diz o texto. A estatal está sendo usada pelo governo como uma forma de conter a inflação do país, segurando os preços dos combustíveis, o que causou um rombo de 20 milhões de reais à empresa em 2013. Segundo a revista, a ironia neste caso é que a 'úncia solução lógica' para o problema da Petrobras veio de sugestão do nanico Pastor Everaldo: "privatizar a estatal". 

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O Brasil não cresceu tanto quanto poderia - e deveria - sob seu governo


É a primeira vez em cinco anos que o Brasil registra retração da economia, lembra o colunista. Em 2010, o país cresceu 7,5%, compara a publicação. "Embora Dilma diga que a performance fraca da economia seja fruto da crise internacional, os números a provam errada", diz o texto. “Até o fim de seu mandato, o crescimento do país deve ser dois pontos porcentuais menor do que a média da América Latina entre 2010 e 2014. Pela primeira vez em 20 anos os vizinhos do Brasil deixam o país comendo poeira".