Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
1874) Aos "frequentadores" de meus blogs e site: algumas considerações...
Quem mantem um site como eu, por razões essencialmente didáticas, e diversos blogs especializados -- cada um para uma necessidade específica -- só pode se sentir espionado, pois é isso que ocorre de fato, ainda que eu apenas tenha indicações indiretas desses atos de "espionagem".
Algumas são explícitas, pois os mais corajosos fazem comentários, de diversos tipos, e só posso agradecer a atenção, mesmo quando me atacam, nesse caso anonimamente. Outras são apenas implícitas, e se revelam em comentários orais de interlocutores ocasionais.
Com base nessas impressões impressionistas, creio que posso traçar uma:
Tipologia dos frequentadores dos meus blogs
1) Fiéis leitores
Suponho que sejam todos aqueles inscritos como "seguidores" no rodapé desses blogs, em especial este aqui. Alguns têm sua identidade totalmente, revelada, outros assumem personalidades interessantes, atores ou personagens de cinema, de histórias em quadrinho, não importa. Também suponho que sejam pessoas que, como eu, sempre querem aprender algo novo, posto que meu blog é feito basicamente para meu próprio aprendizado, ademais de servir de "depósito de materiais úteis". Muitos deles dialogam comigo, através da janela de comentários. Quero dizer-lhes que muito aprecio seus comentários, posto que eles me dão a oportunidade de saber o que vai na cabeça de meus leitores, aprender um pouco com eles, e tentar aperfeiçoar a informação ou análises que disponibilizo nesses blogs. Grato, sinceramente.
2) Passantes ocasionais, leitores de oportunidade
São aqueles que buscam algo na internet, estudantes desesperados para terminar, na última hora, algum trabalho acadêmico, candidatos à carreira diplomática, pesquisadores de algum tema com interface em meus focos de trabalho, que acabam tropeçando com algum post meu -- geralmente algum antigo, do qual já me havia esquecido -- e, por acaso, vencendo a timidez, acabam deixando um comentário, não necessariamente de modo anônimo, posto que seu interesse é legítimo e focado naquela objeto ocasional. Eu também lhes sou grato pelos comentários -- embora saiba que a imensa maioria, a quase totalidade, passa sem deixar traços -- pois isso representa uma espécie de gratificação moral, já que indica que meus posts, muitos deles colocados laboriosamente madrugada adentro, podem ser de alguma utilidade para algum necessitado de ocasião. Muitos deles corrigem pequenos erros em minha informação, ou reclamam de que tal coisa está incompleta. Também tem aqueles que fazem comentários de natureza política, ou moral, o que também é interessante...
3) Anônimos, furiosos, ou não...
Devo dizer que a maior parte dos comentários que recebo são feitos por anônimos (enfim, alguns "anônimos" assinam o nome no corpo da mensagem, mas a maioria não o faz). Trata-se, portanto, de uma grande categoria de visitantes, alguns frequentes (que ficam me vigiando, ou seguindo), outros puramente esporádicos e erráticos (sua presença, não suas pessoas). Uma "espécie" de anônimos me descobriu por acaso e como algum post meu lhes deu prazer (quer dizer que se conformou às suas próprias opiniões) acabam escrevendo para me cumprimentar, apoiar, agradecer, whatever... Outra "espécie" de anônimos, ao contrário, fica furiosa, seja com a matéria postada, seja em relação às minhas posições; esses escrevem, então, de maneira indignada, por vezes até ofensiva, para retrucar, me chamar de idiota, ou algo do gênero. Confesso que costumo postar tudo -- de fato, provavelmente 99 por cento do me chega -- pois não me importam as críticas, a menos que sejam totalmente impertinentes ao objeto do post, ou estejam em linguagem ofensiva aos demais leitores (o que é extremamente raro, porém). Mesmo quando eles são especialmente ofensivos, ou agressivos, também creio que devo agradecer a esses anônimos furiosos, pois eles me ajudam a ser eu mesmo mais tolerante, a aperfeiçoar minhas postagens, enfim, a fazer deste instrumento livre uma fonte mais fiável e mais interessante de informações. Como esses anônimos me visitaram uma vez, existe alguma probabilidade de que o façam novamente, e não quero decepcioná-los novamente (embora eu não me incomode de decepcionar os intolerantes, os fundamentalistas, os sectários). Grato a todos, portanto.
4) Anônimos "anônimos", ou seja, visitantes incógnitos
Estes são uma categoria especial que confesso não sei como classificar. Alguns são simples curiosos, outros fofoqueiros, alguns tem ciume de minha produção, outros me detestam, de todo coração (se ouso dizer), vários percorrem meus posts simplesmente para terem motivo de me atacar, na academia, na carreira, por qualquer motivo que seja, dos mais desinteressados aos mais mesquinhos. Estou obviamente imaginando tudo isso, talvez me dando mais importância do que eu tenha, realmente, mas é o que sinto por vezes, por sinais indiretos (aquela coisa de um comentário rápido num corredor, num restaurante, numa menção de terceiros). Alguns desses comentários rápidos e muito ocasionais são até bem intencionados, do tipo: "Veja, andam dizendo por aí que você anda se expondo demais, exagerando nos seus textos, isso pode lhe prejudicar...". Outros não dizem absolutamente nada, embora eu perceba que viram alguma coisa e não dizem nada diretamente, mas vão comentar depois, geralmente de forma depreciativa ao meu comportamento. Creio que não tenho nada a agradecer a estes últimos, posto que eles não gostam de mim, mas eu pouco me importo com eles. Acho que sou indiferente ou infenso a fofocas...
A todos eles eu gostaria de dizer o seguinte:
Não tenho por hábito me preocupar com a opinião das pessoas sobre mim ou sobre o meu trabalho, minhas ideias, minha producao intelectual. Jamais eu faria algo para dar prazer a alguém, quero dizer, para ser Mister Nice Guy, simpático a alguém ou alguma causa, qualquer que seja ela. Eu apenas escrevo aquilo que desejo escrever, as simple as that... Não tenho por hábito pedir permissão a ninguém para expressar minhas opiniões; considero-me um ser absolutamente livre, tanto quanto possível no quadro de uma carreira burocrática que tem um pouco de Vaticano e outro tanto de Forças Armadas, ou talvez confraria maçônica. Tudo o que eu faço corresponde a uma necessidade interna, geralmente curiosidade intelectual, ou no caso dos blogs - que são por definição muito rápidos e por vezes irrefletidos -- uma simples necessidade de registro, de "depósito" de materiais para recuperar "algum dia".
Cada um deve assumir responsabilidade por seus atos, dizeres, escritos. Eu assino embaixo de cada peça terminada, e mantenho uma lista completa (ou quase) de todos os meus escritos, e não tenho absolutamente nada a esconder de ninguém. Quem não gosta de mim, ou de minhas opiniões, obviamente não é obrigado a ler meus textos ou a expelir algum comentário irritado em algum post meu.
De toda forma, creio que continuarei a agradar alguns, a irritar outros, a ajudar desconhecidos, mas sobretudo dar prazer a mim mesmo. Trata-se, provavelmente, de uma segunda natureza, esta minha, anárquica e irritante, de fato, mas não creio que deva mudar agora.
Em todo caso, boa noite a todos...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 29.01.2010
2 comentários:
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.
"[..]que tem um pouco de Vaticano e outro tanto de Forças Armadas, ou talvez confraria maçônica[..]
ResponderExcluirEssa visão foi cirúrgica, eu adorei ! Eu acho que as pessoas ainda são despreparadas para aquilo que é diferente. Isso acontece em qualquer meio. Seria de tanta grandeza, a gente parar com esta idiotice de dizer, que quem se posiociona inteligente e diferentemente é "errado". Como por exemplo: "você está errado por pensar assim! " Como se os pensamentos tivessem que seguir um padrão pré-estabelecido e intangível. (Que saco seria o mundo, se assim o fosse)
Não existem pensamentos ideológicos errados, existem posicionamentos diferentes. Continue em sua empreitada, pois os que te criticam dentro desta amálgama gostariam de ter a coragem do senhor.
Eles não tem e nunca terão, pois vivem em suas prisões interiores, por que além de servos do PODER; eles temem ao PODER; são escravos do PODER e se submetem ao PODER. (esta repetição vale)
Os que estão chegando irão se espelhar no senhor para mudar paradigmas lá dentro. Se o senhor provoca esta mudança de postura,até então, ortodoxa é natural que seja perseguido e criticado, não tem jeito ! Um anarco-diplomata subversivo às imposições do sistema. Isso é raro!
E aqueles, que se sentem agredidos e que representam o poder, eu posso falar tranquilamente, (desculpe-me a indelicadeza), que se E-X-P-L-O-D-A-M!
Que isso vale ?
Ah! Como vale!
Catem agora os destroços...
Vinicius Portela (em comentário sobre outro post neste blog) acrescentou estas considerações sobre a tipologia acima descrita:
ResponderExcluirLi tua categorização dos visitantes deste blog. Fico contente em ser um dos teus fiéis leitores, colaborando - o mínimo que seja dadas as minhas limitações - para a melhora deste espaço de informações e de debate. Gostaria de estar num nível intelectual mais adiantado para poder travar um debate mais profundo e profícuo contigo. Agradeço pela oportunidade que me dás de aprender e de refletir, seja endossando tuas posições, seja divergindo em determinado ponto ou em certa escolha de texto postado. Assim, digo que prezo muito e tenho por exemplo teu pensamento crítico, e que considero teu blog um importante meio de autoaperfeiçoamento intelectual para mim.