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quinta-feira, 8 de abril de 2010

2041) Matematica diplomatica parlamentar (ou vai la entender...)

Interessante a matemática do deputado relator do projeto de novo acordo brasileiro com o Paraguai: o pagamento a mais, a ser debitado na conta do consumidor brasileiro de energia, beneficiaria, segundo ele, o próprio brasileiro (sic!!!). Ele só não explicou como, exatamente:
"A modificação aumenta em três vezes o valor pago à energia cedida ao Brasil. Se for considerado como referência o ano de 2008, os pagamentos anuais feitos ao Paraguai pela energia de Itaipu passariam de cerca de US$ 120 milhões para cerca de US$ 360 milhões."
Juro que gostaria de entender essa conta diplomática...
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Paulo Roberto Almeida


Itaipu: relatório aponta ganhos para Brasil e Paraguai
Do Boletim da Liderança do PT na Câmara dos Deputados
8 de abril de 2010

Pedido de vista adiou, ontem, a votação do relatório do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) à mensagem n° 951/09, que trata dos novos valores que o Brasil deverá pagar pela energia excedente de Itaipu. As alterações elevarão os pagamentos anuais feitos ao Paraguai. O relatório foi apresentado nesta quarta-feira e defende que o novo patamar de remuneração beneficiará tanto o Paraguai como o Brasil. Rosinha disse esperar que a matéria possa ser votada na próxima reunião da Representação Brasileira do Parlasul, provavelmente na próxima semana.

No Tratado de Itaipu está previsto que cada estado-parte do Mercosul se obriga a vender ao outro país a energia que não utilizar. Como o Paraguai utiliza apenas 10% da energia de Itaipu a que tem direito, o restante é vendido ao Brasil. O texto do relator altera o valor pago pela venda dessa energia. A modificação aumenta em três vezes o valor pago à energia cedida ao Brasil. Se for considerado como referência o ano de 2008, os pagamentos anuais feitos ao Paraguai pela energia de Itaipu passariam de cerca de US$ 120 milhões para cerca de US$ 360 milhões.

Rosinha considerou que o novo valor é aceitável, levando em consideração as vantagens que ele poderá trazer. “Os US$ 240 milhões adicionais que se pagarão ao Paraguai representam um custo muito baixo, comparativamente aos ganhos políticos, diplomáticos, econômicos e comerciais que o Brasil obtém ao apostar na integração regional e na prosperidade de seus vizinhos", disse.

O relatório de Rosinha afirma que não é razoável argumentar que a nova remuneração da energia cedida pelo Paraguai vá prejudicar o consumidor brasileiro. "É ganho para o Paraguai, no crescimento econômico e social, e para o Brasil, que ganha no sentido de ter um país vizinho mais desenvolvido e com mais estabilidade social. A resistência ao reajuste hoje é política", afirmou.

Se aprovada pela Representação Brasileira do Parlasul, a mensagem passa a ser um Projeto de Decreto Legislativo e será avaliado simultaneamente pelas Comissões de Relações Exteriores da Câmara, de Minas e Energia, de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça. Depois de aprovado, o PDC será votado pelo plenário da Câmara para depois seguir para o Senado.

Segundo Rosinha, uma delegação paraguaia chegará ao Brasil na próxima semana para tentar conseguir dos líderes partidários no Congresso um acordo que permita que a matéria entre em regime de urgência e possa votada em plenário sem a necessidade de passar pelas comissões.

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(continuo sem entender...)

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Dr. Paulo!
Infelizmente temos que "engolir" as mentiras e as desculpas esfarrapadas dos políticos brasileiros...esta do tal de Dr. Rosinha afirmar que o Brasil "ganha no sentido de ter um país vizinho mais desenvolvido e com mais estabilidade social" mostra a (falta de) consideração destes políticos para com o povo basileiro. Este é o retrato lametável da política em nosso país. O Brasil necessitando, mormente, de obras e de investimento em infra-estrutura, saúde e educação, e os "representantes" do povo doando dinheiro para o Paraguai.
Saudações e sucesso na sua estada em Shanghai.
Daniel Salim

Mário Machado disse...

Professor,

Não sei se o senhor vai concordar, mas já que o governo parece determinado a facilitar a vida do presidente Lugo (que levou muito a sério a idéia de ser pai do povo), poderia então pressionar o Paraguai a deixar 'brasiguaios' em paz e reforçar a pressão em traficantes na fronteira, assim pelo menos não seria de todo uma perda.