terça-feira, 27 de abril de 2010

2086) Brasil critica politica cambial dos EUA e da UE

Curiosa inversao de comportamentos...
Houve um tempo em que o mesmo ministro Mantega, quando ainda era um dos "economistas-chefes" do PT, em que ele condenava acerbamente o "populismo cambial" do governo anterior, pela politica de flutuacao e de valorizacao do real. Ele supostamente gostava da politica anterior, de mini-desvalorizacoes, que ajudava os exportadores e prejudicava todo o resto da populacao com nosso empobrecimento constante nas relacoes economicas internacionais.
Agora ele se permite criticar o que ele chama de "politica de desvalorizacao do dolar", que nada mais é, para EUA e UE, do que flutuacao livre de suas moedas respectivas, ou seja uma politica puramente de mercado.
O tempora...
Paulo Roberto Almeida

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Mantega critica política de desvalorização do dólar
Luciana Xavier
Agência Estado, 26.04.2010

Para ministro da Fazenda, os Estados Unidos e a União Europeia buscam competitividade no comércio internacional ao desvalorizar o câmbio

NOVA YORK - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou nesta segunda-feira, 21, o que chamou de política de desvalorização das moedas avançadas, especialmente o dólar. Segundo o ministro, os Estados Unidos e a União Europeia estão buscando desvalorizar o câmbio de modo a ficar mais competitivos no comércio internacional.

De acordo com ele, a saída escolhida pelos EUA e UE no processo de retomada do crescimento tem sido a exportação diante da redução do consumo interno nessas regiões. "Não podemos aceitar a política de desvalorização do dólar", disse Mantega, após palestra para cerca de 300 investidores em evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York.

Para Mantega, o Brasil assim como os emergentes têm sido alvo de interesse do capital estrangeiro, além de estar havendo capital estrangeiro e mais abertura de capital de empresas, entre outros fatores que têm provocado uma tendência de valorização da moeda local, no caso do Brasil o real. "Como estamos crescendo mais e temos um consumo mais elevado, eles (EUA e UE) estão visando o nosso consumo e também o da China, eventualmente", afirmou.

O ministro disse que essa estratégia poderia ser válida apenas numa situação de saída emergencial da crise. "Mas se eles querem nos próximos anos se reequilibrar a nossas custas isso não é possível, não vamos aceitar esse jogo", afirmou.

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