domingo, 10 de outubro de 2010

Brasil faz chantagem internacional com o Vaticano?

Muita estranha esta matéria de imprensa, sem ainda confirmação oficial (que obviamente não virá), mas que, se correta, configuraria um desses casos de ameaças entre mafiosos (sendo que o Vaticano poderia até ser considerado uma espécie de Santa Máfia, no bom sentido da palavra claro, o que não é o caso de todo mundo...).
Paulo Roberto de Almeida

Lula amenaza revisar acuerdo con el Vaticano por caso Rousseff
BRASILIA, 07 Oct. 10 / 05:42 pm (ACI)

La agencia italiana ANSA informó que el secretario personal del Presidente Luiz Lula da Silva, Gilberto Carvalho, dijo a la cúpula de la Iglesia que si continúan los cuestionamientos contra la candidata Dilma Rousseff – debido a su postura favorable al aborto – puede ser revisado el acuerdo firmado con el Vaticano.
ANSA, que recoge una noticia de Valor Económico, señaló que Carvalho se reunió con miembros de la Conferencia Nacional de Obispos de Brasil y les comunicó que el gobierno puede volver a discutir el acuerdo que contempla el apoyo a escuelas católicas y otros beneficios.

Lula revisaría el acuerdo firmado por él mismo y el Papa Benedicto XVI en 2007 en Brasil, y ratificado en 2009 en el Vaticano, tras lo cual fue aprobado por el Congreso, donde fue cuestionado por congresistas evangélicos.

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A retificação, ou desmentido, acabou chegando:

Brasil desmente ameaça de rever acordo do Vaticano
Luiza Damé e Gerson Camarotti
O Globo, 09/10/10

Notícia mencionava encontro de Gilberto Carvalho com bispos

O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, negou ontem que tenha se reunido com integrantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ameaçado revisar o acordo entre o Brasil e o Vaticano, caso não cessassem os ataques à presidenciável petista, Dilma Rousseff.

Ele afirmou que essa “é mais uma acusação mentirosa devido ao processo eleitoral”.

O secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Dimas Lara Barbosa, também negou o encontro e a suposta ameaça.

Por meio da assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Gilberto Carvalho repudiou a notícia — publicada por agências internacionais — e qualquer tentativa de criar uma situação de atrito entre o governo e a Igreja Católica. Ele disse ainda que o acordo foi aprovado pelo Congresso e não tem relação com a campanha eleitoral.

Para Marco Aurélio Garcia, estão fazendo terrorismo O acordo foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Papa Bento XVI, em 2008, e regulamenta aspectos jurídicos da Igreja Católica no país, incluindo isenções fiscais, liberdade de credos e ensino religioso nas escolas públicas.

Ao GLOBO, dom Dimas foi enfático ao negar que o chefe de gabinete tenha feito qualquer ameaça: — Eu não recebi nada a esse respeito. Fiquei surpreso com a notícia. Não houve ameaça.

Isso seria a última coisa que alguém anunciaria em plena campanha presidencial. Eu diria que esse seria um tiro no pé — disse.

Amigo de Gilberto, o secretáriogeral da CNBB informa que desde que começou a eleição não se encontrou com o chefe de gabinete. Foi Gilberto quem escreveu o perfil de Dimas, quando o bispo foi considerado pela “Época” um dos cem brasileiros mais influentes em 2009.

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que os acordos internacionais têm a chamada cláusula de denúncia, mas que o governo não tem qualquer intenção de revisar o tratado. Marco Aurélio disse que o Estado é laico e deve ser preservado dessa forma: — Isso que estão fazendo se chama terrorismo. E é muito grave porque fere o sentimento religioso da sociedade e introduz uma coisa que não temos aqui no Brasil, que é a divisão religiosa.

Ontem, a Catholic News Agency publicou em seu site que o Brasil ameaçava rever acordos com o Vaticano se a candidata do PT continuasse a ser pressionada sobre a questão do aborto. O texto citava uma nota da agência de notícias italiana Ansa, que por sua vez remetia ao “Valor Econômico”.

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