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domingo, 9 de janeiro de 2011

Odor de petroleo: sempre malcheiroso, e tendente a corrupcao

Percorrendo uma livraria recentemente, o que faço de modo muito frequente, como já é do conhecimento de quem frequenta este blog, deparei com um livro que eu já tinha lido, e que tenho, em sua primeira edição original:

Daniel Yergin"
The Prize: The Epic Quest for Oil, Money and Power
(New York, Simon and Schuster, 1991, 877 pp)

As resenhas que fiz, na ocasião, da edição americana e sua tradução brasileira, vão aqui referidas a partir da minha lista de publicados:

092. “O ‘Prêmio’ do poder mundial é o petróleo”, Correio Braziliense (Brasília: 3 de agosto de 1992, p. 6, Caderno Internacional) [Resenha crítica do livro de Daniel Yergin, The Prize: The Epic Quest for Oil, Money and Power (New York, Simon and Schuster, 1991, 877 pp)]. Relação de Trabalhos nº 219.

138. “[Odor de Petróleo]”, Revista Brasileira de Política Internacional (nova série: Brasília: ano 36, nº 1, 1993, pp. 158-163) [Resenha do livro de Daniel YERGIN, O Petróleo: Uma História de Ganância, Dinheiro e Poder (São Paulo: Scritta Editorial, 1992, 932pp.)]. Relação de Trabalhos nº 337.

Trata-se, provavelmente, da melhor história do petróleo disponível no mercado, embora existam muitos outros livros mais.
Aliás, comprei na minha última passagem pelos Emirados, mais exatamente em Dubai, este livro que também recomendo:

Peter Maass:
Crude World: The Violent Twilight of Oil
(dispenso-me de dar os dados editoriais completos, pois este livro acaba de me ser roubado, quando eu já estava em seu final, o que me impede, temporariamente, de fazer notas e comentários mais elaborados. Voltarei a ele, oportunamente.)

Bem, voltando a livro de Yergin, a edição brasileira, uma nova, é esta aqui:

Daniel Yergin:
O Petróleo: Uma história de conquistas, poder e dinheiro
tradução de Leila Marina U. Di Natale, Maria Cristina Guimarães, Maria Christina L. de Góes; edição Max Altmann
(São Paulo: Paz e Terra, 2010, 1080 p.; copyright Daniel Yergin, 1991, 1992, 2009; ISBN: 978-85-7753-129-5)

Trata-se, portanto, de uma nova edição, como pude constatar, na verdade uma mera atualização, já que a primeira edição terminava na primeira guerra do Golfo, aquela que expulsou o Saddam Hussein do Kuwait. Na verdade, Yergin acrescentou apenas um "Epílogo: A Nova Era do Petróleo" (p. 887-900), trazendo os dados até 2008 (quando o barril do petróleo andava a 147 dólares, e a gasolina custa 4 dólares o galão, nos postos americanos).

Creio que a editora Paz e Terra não foi muito honesta em sua política editorial, ainda que tenha procurado disfarçar seu gesto, colocando uma nota de advertência, para se precaver contra possíveis processos por apropriação de propriedade intelectual, ao se apropriar da tradução da edição anterior, sem mencioná-lo expressamente.
Com efeito, uma nota na página 4, reza literalmente:

"Foram feitos todos os esforços para contatar Maria Cristina Guimarães e Maria Christina L. de Góes. A editora Paz e Terra coloca-se à disposição das tradutoras e compromete-se a reparar erros ou omissões não intencionais, retificando-os, sempre que notificada."

Bem, não vou entrar na polêmica do aproveitamento da tradução anterior, mas como considero esse livro muito bom, e por isso recomendo aos leitores deste blog, vou permitir-me transcrever aqui minha resenha ampliada, que acho que nunca foi publicada em sua íntegra (pois parece que escrevo demais, e o editor da RBPI sempre mandava cortar meus artigos e resenhas).
Antes de fazê-lo, porém, permito-me remeter a dois outros trabalhos meus, sobre o mesmo tema, que retoma alguns dos temas -- e algumas passagens -- dessa resenha e do trabalho incluído no livro abaixo referido (e linkado):

860. “A economia mundial do petróleo”, Revista Acadêmica Espaço da Sophia (Ano 2, n. 19, outubro 2008, p. 1-10; ISSN: 1981-318X; link: http://www.revistaespacodasophia.com.br/no-19-out-2008/item/195-a-economia-mundial-do-petr%C3%B3leo.html). Relação de Trabalhos nº 1924.

865. “Monteiro Lobato e a emergência da política do petróleo no Brasil” In: Omar L. de Barros Filho e Sylvia Bojunga (orgs.), Potência Brasil: Gás natural, energia limpa para um futuro sustentável (Porto Alegre: Laser Press Comunicação, 2008, 144 p; ISBN: 978-82-61450-01-4; p. 12-33; link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1925MonteiroLobatoPetroleoBr.pdf). Relação de Trabalhos nº 1925.

(Resenha)

Odor de Petróleo
Paulo Roberto de Almeida
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Daniel YERGIN: O Petróleo:
Uma História de Ganância, Dinheiro e Poder

São Paulo, Scritta Editorial, 1992, 932pp.
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Nos últimos três séculos, a sociedade ocidental conheceu sucessivas revoluções industriais, cada uma animada por um produto ou sistema produtivo específico: a máquina a vapor, o carvão e o aço, a química e a eletricidade, os novos materiais e a informática. Assim como a eletricidade — aliada à química — tinha sido o motor da segunda revolução industrial há cerca de um século, já se disse, metaforicamente, que o circuito integrado é a “máquina a vapor” da terceira, iniciada na década passada.
Mas, nada define melhor a moderna sociedade industrial do que o veículo automotor, em todas as suas variantes, do automóvel individual ao tanque militar; com todas as suas indústrias associadas, ele é a base inquestionável de uma civilização ainda em fase de expansão planetária O que tornou possível o desenvolvimento inaudito da civilização do automóvel foi um velho (e nauseabundo) conhecido do homem, a petra oleum dos romanos, o petróleo. Ele permeia diversas revoluções industriais ao mesmo tempo e permanecerá provavelmente, durante muito tempo ainda, como uma das bases materiais mais essenciais a qualquer tipo concebível de organização social da produção.
O impacto propriamente tecnológico do petróleo sobre a moderna sociedade industrial, apesar de imenso e multifacético, é normalmente descurado, talvez em razão da própria “normalidade” com que costumamos encarar a enorme quantidade de subprodutos do petróleo que frequentam nossa vida cotidiana. Isso é provavelmente devido à natureza evolutiva da indústria petrolífera, desde a etapa propriamente energética de utilização desse produto — sob a forma das “lâmpadas” do século passado — até as transformações tecnológicas mais sofisticadas do período atual. Mais do que “tomar de assalto” a sociedade contemporânea, o petróleo “impregnou” progressivamente todos os poros da moderna civilização industrial.
Como afirma Daniel Yergin em seu monumental livro, o petróleo tem sido, no docrrer do último século, um elemento essencial de poder nacional, um fator preponderante na economia mundial, um vetor crítico de conflitos e guerras e uma força decisiva nas relações internacionais. Contraditoriamente, no entanto, sua importância tem sido descurada na maior parte das análises de relações internacionais ou de história diplomática. Um livro tão importante como, por exemplo, o de Paul Kennedy, Ascenção e Queda das Grandes Potências, menciona apenas de passagem o papel do petróleo, considerado um entre muitos outros fatores de poder econômico e político.
Mas, o petróleo é inquestionavelmente a força de maior impacto social e econômico, senão político, na conformação da era contemporânea. Depois de 150 anos de intensa e diversificada utilização produtiva, ele continua no âmago de formas diversas de organização material da produção, de circulação de bens e pessoas e de repartição de riquezas. Ele ainda é, pelo menos até o advento de formas mais baratas e eficientes de energia, o sustentáculo material mais importante do trabalho humano, o primus inter pares da moderna estrutura energética da civilização industrial. Apesar de que sua história contemporânea tenha começado desde meados do século passado, é apenas no século XX que o petróleo passa a exercer todo o seu impacto econômico, social e político sobre as sociedades envolvidas na produção, comércio e transformação produtiva do chamado “ouro negro”.
A esse título, a exemplar história do petróleo contida na obra de Yergin é insubstituível, constituindo-se provavelmente na “história definitiva” do petróleo no século XX. Embora linear no que se refere ao desenvolvimento do tema, seu livro é, contudo, muito mais do que uma “mera” história do petróleo. Ele é a própria história de nossos tempos, vista sob a ótica do único “bem” que conseguiu reunir diferentes qualidades ao mesmo tempo: o single product mais importante na moderna estrutura produtiva, aquele economicamente de maior impacto na repartição das riquezas mundiais, o bem estrategicamente decisivo nos grandes enfrentamentos militares deste século e, também, politicamente, a matéria-prima de maior força na ascenção e queda de governos e mesmo regimes políticos.
Daniel Yergin já era bastante conhecido do público acadêmico por seu clássico estudo sobre as origens da Guerra Fria, The Shattered Peace (Boston, Houghton Mifflin, 1978; edição revista: Nova York, Penguin Books, 1990), onde ele discorria sobre os tumultuados anos finais da década de 40 que conformaram o mundo em que vivemos até bem recentemente. Ele volta agora consagrado como um dos maiores especialistas em questões energéticas da atualidade ao contar, num estilo tão cativante quanto denso, a história política e econômica do petróleo no século XX.
O título da edição original é The Prize e o “prêmio” referido deriva de uma frase de Winston Churchill no limiar da I Guerra Mundial, quando o então Lord (ministro) do Almirantado teve de confrontar-se ao problema da modernização da Royal Navy, face à crescente ameaça representada pelo build-up naval alemão. Firmemente convencido de que deveria basear a supremacia naval britânica sobre o petróleo (estrangeiro), e não mais sobre o carvão (inglês), Churchill dedicou-se com toda energia e entusiasmo a um custosíssimo programa de reconversão da frota. Nas palavras de Churchill, não havia escolha, já que próprio domínio britânico estava comprometido no empreendimento: “A própria hegemonia era o prêmio para o risco” (pp. xii e 150).
Apesar de que Daniel Yergin sublinha, na introdução a esta história global do petróleo, os três grandes temas presentes em sua “biografia social” do petróleo, ele raramente volta, no decorrer do texto, às implicações políticas e diplomáticas do petróleo no quadro das relações internacionais contemporâneas. Em todo caso, vejamos quais são essas três grandes questões.
Em primeiro lugar, está a emergência e o desenvolvimento do capitalismo e da economia contemporânea. O petróleo é, nas palavras do autor, “o maior e mais extenso negócio mundial”, a maior das grandes indústrias que surgiram nas últimas décadas do século XIX. A Standard Oil, que dominava a indústria americana do petróleo no final daquele século, esteve entre as primeiras grandes empresas multinacionais. A expansão da atividade petrolífera no século XX exemplifica a evolução da economia neste século, da estratégia empresarial, da mudança tecnológica e do desenvolvimento dos mercados e, efetivamente, das economias nacionais e internacional. Yergin reconhece no entanto que, à medida em que olhamos para o século XXI, está claro que a hegemonia certamente derivará tanto do chip de computador quanto do barril de petróleo. Mas, a indústria petrolífera continuará ainda assim a ter um enorme impacto no futuro previsível. Das primeiras vinte companhias relacionadas na revista Fortune, sete são companhias de petróleo. Nas palavras de um magnata entrevistado por Yergin: “O petróleo é quase como dinheiro”.
O segundo tema é que o petróleo, enquanto produto primário, está intimamente vinculado às estratégias nacionais de política global e de poder. Apenas emergente na Primeira Guerra Mundial, o petróleo foi decisivo para os destinos da Segunda, tanto nos terrenos de batalha da Europa quanto nas vastas extensões marítimas do Extremo Oriente. Durante a guerra fria, a batalha pelo controle do petróleo entre as grandes companhias e os países em desenvolvimento representou um dos elementos mais dramáticos na descolonização e no nacionalismo nascente. Na atualidade, mesmo com o fim da guerra fria e a conformação progressiva de uma nova ordem mundial, o petróleo manterá sua qualidade de produto estratégico, decisivo tanto para a política internacional como para as estratégias nacionais. O petróleo, para Yergin, está no epicentro do recente conflito no Golfo Pérsico, o que de certo modo é correto, mas certamente Saddam Hussein tinha também outros motivos ao invadir o Kuwait.
O terceiro tema na história do petróleo serve para ilustrar, segundo o autor, como a nossa sociedade tornou-se uma “Sociedade Hidrocarboneto” e o próprio homem moderno um “Hydrocarbon Man”. Até o final do século passado, a indústria petrolífera sobrevivia apenas do “querosene” de iluminação e a gasolina era praticamente um “derivado inútil”. Mas, assim como a invenção da lâmpada incadescente parecia assinalar a obsolescência da indústria petrolífera, o desenvolvimento do motor a combustão interna movido a gasolina abriu uma nova era. A indústria petrolífera ganhou um novo mercado e uma nova civilização nascia. No século XX, complementado pelo gás natural, o petróleo substituiu o Rei Carvão em seu trono como a fonte energética do mundo industrial, modificando de maneira fundamental as paisagens urbanas e o estilo de vida moderno. Hoje em dia, somos tão dependentes do petróleo, e ele está tão embebido em nossas atividades cotidianas, que raramente paramos para pensar em sua dimensão penetrante e universal. O petróleo fornece os plásticos e os produtos químicos que são os tijolos e o cimento da civilização contemporânea, uma civilização que entraria em colapso se os poços de petróleo do mundo se tornassem repentinamente secos. Mais recentemente, com as novas preocupações ecológicas, o petróleo tornou-se o grande vilão da poluição atmosférica e do efeito estufa, junto com o carvão e alguns outros agentes químicos. Ainda assim, o “Homem Hidrocarboneto” mostra-se extremamente reticente em abandonar não só os confortos, mas a própria essência do moderno estilo de vida permitido pelo petróleo.
Estes são os grandes temas que animam a “história épica” do petróleo por Daniel Yergin, uma história recheada de homens empreendedores (mas também corruptos), permeada de forças econômicas poderosas, de mudanças tecnológicas decisivas, de lutas políticas e de conflitos internacionais. Em suas páginas comparecem tycoons e magnatas como Rockefeller, Gulbenkian, Hammer ou Getty, estadistas, militares e líderes nacionalistas como o já citado Churchill, De Gaulle, Eisenhower, Mossadegh e Cárdenas, políticos e acadêmicos como Anthony Eden, Henry Kissinger e George Bush, soberanos independentes ou manipulados como Ibn Saud, Faiçal ou Rheza Pahlevi, ademais de ditadores como Stalin, Hitler e, last but not least, Saddam Hussein.
A própria invasão do Kuwait pelo Iraque, bem como a mobilização militar ocidental sem precedentes que se seguiu, são vistos pelo autor na ótica da luta pelo controle das fontes de petróleo, leitura provavelmente exagerada tanto do ponto de vista dos motivos iraquianos como das razões para a intervenção militar norte-americana. Outros elementos não propriamente econômicos — ou seja, não necessariamente vinculados à “geopolítica do petróleo” stricto sensu — estiveram provavelmente em jogo nessa região que continua sendo, apesar de tudo e segundo a imagem consagrada, um imenso barril de petróleo.
A obra de Daniel Yergin é, antes de mais nada, um típico produto da melhor tradição acadêmica norte-americana, aliando descrição minuciosa dos fatos (inclusive com diálogos dos personagens principais) e interpretação objetiva de suas consequências. As fontes primárias — arquivos públicos e das grandes companhias, entrevistas com atores de primeiro plano responsáveis governamentais e especialistas, coleções manuscritas, documentos de história oral, diversos bancos de dados — são extensivamente utilizadas e avaliadas. As notas e referências bibliográficas estão, para desespero de muitos, reunidas no final do livro, servindo ainda para vários parágrafos ao mesmo tempo. A bibliografia é predominantemente norte-americana e quase que exclusivamente em língua inglesa, com algumas poucas exceções (um livro em russo, outro em italiano, uma publicação oficial mexicana sobre o planejamento econômico naquele país e quatro ou cinco livros em francês), o que não é necessariamente uma falha, tendo em vista o virtual “monopólio” anglo-saxão, e mais especificamente norte-americano, no universo científico-tecnológico, empresarial, acadêmico e jornalístico do petróleo.
Nem por isso, se poderia acusar sua descrição histórica de “americano-centrista”, já que igual peso é dado a eventos políticos, econômicos e militares nos mais distintos cenários geográficos. A visão de Yergen é propriamente global e, se a presença de atores e interesses americanos é propriamente “hegemônica”, ela deve ser avaliada à luz dos fatos, mais do que do ponto de vista de uma pretensa questão de princípio metodológica que pretendesse assegurar uma relativa (e falaciosa) “imparcialidade” descritiva. Os Estados Unidos — seus homens de negócios, suas companhias petrolíferas, suas forças militares e seus agentes de informação — sempre foram a principal alavanca econômica, política, tecnológica e militar durante toda a “história social” do petróleo e não poderiam, assim, ser simplesmente considerados como um ator entre outros nesse drama geoestratégico de primeira grandeza que é a dominação sobre as fontes mundiais do combustível que move o mundo.
Apesar das enormes transformações tecnológicas em curso, sobretudo no que se refere à emergência dos chamados “novos paradigmas” industriais, o autor consegue sustentar bastante bem, no capítulo conclusivo, seus argumentos sobre a centralidade do petróleo para a civilização contemporânea (e para aquela imaginável no cenário histórico previsível). O petróleo ajudou a tornar possível a dominação sobre o mundo físico. Ele nos deu nossa vida diária e, literalmente, por meio dos insumos químicos agrícolas e do transporte, nosso pão de cada dia. Ele também impulsionou as lutas globais pela primazia econômica e política. Muito sangue foi vertido em seu nome. A procura audaz e muitas vezes violenta de petróleo — e das riquezas e poder que ele traz consigo — vai certamente continuar enquanto o petróleo continuar ocupando esse papel central. Isto porque vivemos num século no qual cada aspecto de nossa civilização foi transformado pela alquimia moderna do petróleo. A nossa época permanece verdadeiramente a era do petróleo.
Em todo caso, o cenário descrito no livro de Daniel Yergin já pertence, em grande parte, ao passado. Novas forças começam a se movimentar neste mesmo momento no vasto mundo do petróleo. Talvez o próprio “oil power” venha a ser progressivamente substituido pelo “microchip power” e pelas novas técnicas de processamento da informação. Como sempre, os caminhos do desenvolvimento são múltiplos: mas, também é claro que com um pouco mais de petróleo sempre será mais fácil chegar aonde se pretende ir.

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[Brasília, 25.04.94]
[Relação de Trabalhos nº 337]

219. “O ‘Prêmio’ é o Petróleo”, Montevidéu, 24 novembro 1991, 11 pp. “Review-article” sobre o livro de Daniel Yergin: The Prize: The epic quest for Oil, Money and Power (Nova York: Simon and Schuster, 1991, 877 + xxxiii pp.) e referência a artigo de Edward L. Morse, “The Coming Oil Revolution”, Foreign Affairs (Winter 1990/91). Publicado, sob o título “O ‘Prêmio’ do poder mundial é o petróleo” no Caderno Internacional do Correio Braziliense (Brasília: 3 agosto 1992, p. 6). Relação de Publicados nº 91.
337. “Odor de Petróleo”, Brasília: 25 abril 1993, 8 pp. Resenha do livro de Daniel YERGIN, O Petróleo: Uma História de Ganância, Dinheiro e Poder (São Paulo: Scritta Editorial, 1992, 932pp.), com base em resenha anterior feita a partir da versão original do livro. Publicado na Revista Brasileira de Política Internacional (nova série: Brasília: ano 36, nº 1, 1993, pp. 158-163). Relação de Publicados nº 138.

[Brasília, 02.06.92]
[Inédito; Relação de Trabalhos nºs 219 e 179]

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