Acabou a Unanimidade do Cenário Cor de Rosa
Blog do Mansueto Almeida, 12/12/2011
Hoje, a A.C Pastore & Associados liberou seu mais novo relatório (para assinantes) e acabou com a unanimidade entre economistas que já foram diretores ou presidentes do Banco Central, como, por exemplo, Armínio Fraga (Gávea Investimentos) e Sérgio Werlang (Itaú/Unibanco). Pastore e sua equipe trabalharam com doze cenários e utilizaram até hipóteses conservadoras: (i) manutenção da meta cheia do primário; e (ii) não expansão do crédito público como aconteceu em 2008/2009.
As diferenças entre os vários cenários decorrem das sensibilidades estimadas do nível de atividade em relação à taxa de juros (potência da política monetária), cenários diferentes para expectativa de inflação e queda adicional no preço das commodities, se uma queda de mais 5% ou uma queda de mais 10%.
Pastore e equipe trabalham com doze cenários quase deixando implícito algo do tipo: “vou fazer de tudo para ver se consigo chegar ao cenário positivo de meus colegas” e, infelizmente, ele não consegue. No cenário mais positivo, no qual a política monetária tem forte impacto sobre o nível de atividade, a queda no preço das commodities é de 10% e as expectativas de mercado convergem para o centro da meta de inflação, em 2012, mas a inflação volta a subir em 2013.
Nos demais cenários, o que prevalece é que, com intensidades diferentes, a recuperação da economia já começa no últimos trimestre de 2011, a inflação fica acima da meta no próximo ano e o BACEN tem que começar um cenário de elevação da taxa de juros já em 2012, caso contrário, a inflação corre o risco de atingir o teto de meta (6,5%) em 2013.
Cenário nada animador de uma consultoria que tem umas das pessoas mais competentes do Brasil, o professor Afonso Celso Pastore, e que está no seletíssimo grupo de economistas que consegue a proeza de unir modelos teóricos abstratos com a realidade. A boa notícia é que de fato, ano após ano, a taxa de juros real neutra no Brasil (aquela que iguala o PIB real ao PIB potencial) vem caindo e, segundo A.C Pastore & Associados, hoje está por volta de 5,5% a 6% ao ano.
Façam suas apostas porque, com esse relatório de hoje da A.C Pastore & Associados, a unanimidade de ex-diretores e ex-presidentes do Banco Central de que o Brasil estava entrando em um cenário positivo de baixa taxa de juros convergindo para taxa de juros internacional foi por água abaixo.
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Confirmando:
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12/12/2011
às 16:16Economia brasileira tem 2ª maior desaceleração entre 34 países
Por Álvaro Campos, da Agência Estado:
A economia brasileira teve a segunda maior desaceleração entre 34 países em outubro, informou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta segunda-feira, 12. O índice de indicadores antecedentes da organização para o Brasil recuou de 102,3 pontos em outubro de 2010 para 94,2 pontos em igual mês deste ano, uma queda de 7,9%. Na comparação com setembro, o índice para o País caiu 0,5%. Além do Brasil, só a Índia teve uma recuo porcentual maior do indicador, de 8,7%. Entre todos os membros da zona do euro, houve uma queda de 5,1% em bases anuais.
A economia brasileira teve a segunda maior desaceleração entre 34 países em outubro, informou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta segunda-feira, 12. O índice de indicadores antecedentes da organização para o Brasil recuou de 102,3 pontos em outubro de 2010 para 94,2 pontos em igual mês deste ano, uma queda de 7,9%. Na comparação com setembro, o índice para o País caiu 0,5%. Além do Brasil, só a Índia teve uma recuo porcentual maior do indicador, de 8,7%. Entre todos os membros da zona do euro, houve uma queda de 5,1% em bases anuais.
O resultado contraria a afirmação recente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a perda de vigor da economia no 3º trimestre era passageira. “No quarto trimestre, já temos outra situação. A economia já estará acelerando, porque uma parte das medidas que tomamos já está sendo revertida, principalmente as medidas monetárias”, afirmou ele na semana passada.
Maiores economias estão desacelerando
O índice antecedente para os 34 membros do bloco recuou de 100,4 em setembro para 100,1 em outubro. Essa foi a oitava queda mensal consecutiva, indicando que a desaceleração do crescimento nos países desenvolvidos iniciada no terceiro trimestre do ano passado deve continuar.
O índice antecedente para os 34 membros do bloco recuou de 100,4 em setembro para 100,1 em outubro. Essa foi a oitava queda mensal consecutiva, indicando que a desaceleração do crescimento nos países desenvolvidos iniciada no terceiro trimestre do ano passado deve continuar.
Segundo a OCDE, os indicadores antecedentes para os emergentes também apontam para uma continuação da desaceleração. Mas a organização afirma que alguns países terão um desempenho pior do que outros. A atividade econômica no Brasil, França, Alemanha, Índia, Itália, Reino Unido e na zona do euro deve ser mais fraca do que a tendência de longo prazo. Já no Japão e na Rússia a atividade deve ficar acima da tendência de longo prazo.
Já o índice dos EUA recuou de 101,0 para 100,9. O índice da zona do euro caiu de 99,2 para 98,5, enquanto o índice da Rússia ficou estável em 102,2.
Os indicadores antecedentes da OCDE são destinados a dar sinais antecipados de pontos de virada entre expansão e desaceleração da economia e são baseados numa série de dados que têm um histórico de assinalar mudanças das atividades. As informações são da Dow Jones.
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