Os companheiros amavam tanto a Petrobras que a ocuparam inteiramente, a ponto de asfixiá-la por completo, e inviabilizar seu desenvolvimento normal, como companhia comercial que era. Virou um feudo do partido totalitário, uma vaca petrolífera, tornada estéril pelas políticas alopradas, em todas as áreas.
Também mexeram, para pior, na lei do petróleo de 1997, por ganância, cupidez, desejo de extorquir dinheiro.
As condições mudaram desde que foi descoberto o pré-sal.
Se os companheiros idiotas tivessem leiloado imediatamente as áreas do pré-sal, segundo aquela legislação (excelente por sinal, pois deixava o risco todo com os investidores estrangeiros), o Brasil teria arrecadado bilhões de dólares, e o petróleo já teria jorrado.
Demoraram 4 anos para fazer um novo regime (estúpido, pois obriga a Petrobras a participar de qualquer prospecção), demoraram mais de 5 anos para fazer leilões pela ANP, e agora o mercado do petróleo está mudando rapidamente.
Basta o barril cair a menos de 80 dólares -- e isso pode ocorrer rapidamente -- que o do pré-sal não valerá mais nada, pois o custo de extração supera esse valor.
Companheiros estúpidos, idiotas, criminosos econômicos, é isso que eles merecem como novas gentilezas...
Paulo Roberto de Almeida
A paralisia da Petrobrás
20 de janeiro de 2014 | 2h 05
Editorial O Estado de S.Paulo
Submetida pelo governo do PT a uma política de preços que a asfixia financeiramente e a uma estratégia que a força a investir maciçamente na área do pré-sal sem ter recursos suficientes para isso, a Petrobrás não está conseguindo acompanhar as rápidas transformações pelas quais passa o mercado mundial de energia. Está perdendo grandes oportunidades e pode estar comprometendo sua capacidade de manter-se, a médio prazo, entre as principais empresas mundiais do setor. O fato de, em 2013, os Estados Unidos terem deixado de ser seu principal comprador de petróleo, que passou a ser a China, é para ela o sinal mais eloquente das mudanças no mundo da energia.
Nos últimos anos os EUA haviam se tornado fortemente dependentes de países dos quais importavam petróleo maciçamente, como a Arábia Saudita. Mas, com o aumento rápido de sua produção interna de gás e de óleo de xisto, essa dependência vem se reduzindo rapidamente, o que poderá ter consequências políticas.
Relatórios internacionais indicam que já em 2015 os EUA poderão tornar-se o principal produtor mundial de gás natural, à frente da Rússia. Em 2017, poderão superar a Arábia Saudita na produção de petróleo (deverão continuar atrás da Rússia nesse caso). E é possível que, de grandes importadores, se tornem exportadores líquidos de combustível em meados da próxima década.
Em algum momento, a rápida mudança do papel dos EUA na produção mundial de gás e óleo alterará também - para o bem ou para o mal dos diferentes agentes do mercado - as cotações desses produtos. Há o risco de as novas cotações tornarem inviáveis projetos em andamento de exploração de petróleo cujos custos baseiam-se no preço atual do óleo, de US$ 90 a US$ 120 o barril. Estudos combinando o aumento da produção em áreas novas, como a do pré-sal, com a eventual redução da demanda de petróleo convencional, em razão do aumento da produção a partir do xisto, não afastam a possibilidade de o preço do barril cair para US$ 50.
Tudo isso poderá ocorrer em intervalo relativamente curto. Basta ver que a fatia do gás de xisto na produção de gás natural dos EUA pulou de 4% a 5% do total em meados da década passada para 34% em 2012. A projeção da agência oficial americana de estudos de energia é de que, em 2040, o gás de xisto responda pela metade da produção do país. O impacto do aumento da produção de gás de xisto sobre os preços foi notável. Em 2008, a cotação do gás natural estava em cerca de US$ 13 por milhão de BTU (British Thermal Unit, tradicional medida de energia) e atualmente está em cerca de US$ 4.
No caso do petróleo, a fatia do xisto já está perto de 30% do total produzido nos Estados Unidos. É possível que, mesmo com o aumento do óleo de xisto, os EUA continuem sendo importadores líquidos de óleo pelo menos até 2040, mas em proporção bem menor do que a atual. A redução das importações, já em curso, teve como resultado mais visível para o Brasil a queda das exportações da Petrobrás para os EUA.
Nenhuma dessas mudanças foi levada em conta pelos integrantes do governo do PT que - desde o primeiro mandato de Lula, iniciado em 2003, até agora - impuseram o atual modelo de gestão à Petrobrás. Ela hoje arca com as consequências técnicas, financeiras e operacionais desse modelo.
Usada para a acomodação de interesses partidários, a empresa perdeu parte de sua capacidade gerencial em razão de nomeações de natureza política. Transformada em instrumento de combate à inflação, foi submetida a uma política de severo controle dos preços dos derivados de petróleo, que lhe impôs perdas substanciais, porque teve de produzir e importar - pois não ampliou sua capacidade de refino para atender à demanda crescente - a um custo maior do que o valor dos produtos que vende. A política de exploração do petróleo do pré-sal impôs obrigações técnicas e financeiras a que ela não consegue responder com a eficiência e a presteza necessárias.
Nesse quadro, dificilmente poderia acompanhar as rápidas mudanças que ocorrem em todo o mundo.
E os nossos legisladores, como uns aloprados, ficaram o ano todo de 2013 em polvorosa para destinar os recursos do pré-sal, diante das projeções, perguntar não ofende: e agora José?!?!
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