Paulo Roberto afirma: "acredito que a atividade política, numa democracia representativa, passa necessariamente pelos partidos". Entretanto garante que nunca se filiará a nenhum partido. Em outras palavras, sabe que precisa dos partidos, mas espera que outros assumam essa tarefa chata por ele. É mais confortável "preservar a independência" mas lembro Platão: o preço de não participar na política é ser governado por pessoas menos qualificadas. De pé, democratas!
Minha resposta a ele, que reproduzo aqui:
Mxxxx Sxxxxx, dependendo de
sua profissão, orientação pessoal, preferências, você vai escolher uma
ou outra carreira, ou até abandonar a sua profissão, para se dedicar a
artes, educação, o que for.
O que não deveria impedir, você, como
cidadão, de reconhecer o que um país precisa, para se desenvolver,
prosperar, avançar na escala civilizatória. Como democrata, acredito que
é exatamente isso que eu escrevi: a administração do Estado se faz por
burocratas de carreira guiados por políticos com visão de estadistas,
que emergem naturamente dos Partidos, a forma histórica assumida pela
evolução das democracias modernas.
Reconheço plenamente isto, mas não
tenho pessoalmente, vocação para isso, sendo que eu trabalho segundo a
teoria das vantagens comparativas: as minhas estão na educação, na
escrita, na assessoria do príncipe, como se diz. Tenho total liberdade
para assumir isso numa sociedade livre, e não sou obrigado a me
converter em político para reconhecer a importância dessa função.
E NADA
me impede de fazer escolhas políticas e apoiar as causas dos partidos e
das personalidades políticas que melhor se ajustem ao que eu penso.
Qual é o problema disso? Volto a repetir: a política passa pelos
partidos, mas eu NUNCA vou me filiar a algum, o que não me impede de
apoiar CAUSAS de partidos.
Alguma outra objeção quanto a isso?
Paulo Roberto de Almeida
Esta é uma questão importante, e quem desejar se manifestar a respeito é bem vindo neste espaço.
Apenas volto a confirmar: não vou me filiar a nenhum partido existente, ou qualquer outro que se apresente, o que me exclui, obviamente, de qualquer carreira política que passe pela representação de interesses.
Mas não acredito que essa seja a única forma possível de participar politicamente numa democracia moderna.
Liberdade vocacional é algo que devemos respeitar, tanto quanto quaisquer outras liberdades individuais...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 8 de outubro de 2014
(parece que hoje é dia do nordestino; os companheiros comemoram o dia do "guerrilheiro heroico", que corresponde ao dia da morte de Ché Guevara na Bolívia, em 1967)
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