Editorial – Meridiano 47: reinvenção e redefinição com inovação contínua na comunicação científica em Relações Internacionais no Brasil, por Antônio Carlos Lessa
http://www.ibri-rbpi.org/?p=14997
O
ano de 2016 se iniciou com um bom número de mudanças bem importantes no
programa editorial do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais –
IBRI, que publica Meridiano 47 e também livros e a Revista Brasileira de Politica Internacional – RBPI.
Meridiano 47
foi totalmente redesenhada e a sua missão no portfolio do IBRI foi
redefinida. A primeira e mais óbvia mudança está no título do periódico –
Meridiano 47, Journal of Global Studies –
abre, literalmente, um mundo de possibilidades para explorações e
aproximações temáticas e para diálogos epistemológicos intensos e
colaborações em diferentes formas.
A partir de 2016 Meridiano 47 adota
o modelo de publicação continuada, no qual os artigos são publicados à
medida em que ficam prontos. Esse modelo é focado na publicação
individual dos artigos, em oposição ao modelo tradicional, baseado em
fascículos e edições. Não há atrasos e nem represamentos causados pela
espera pelo conjunto de artigos que comporiam um fascículo. Bastante
inovador, o modelo é nativo da era da comunicação científica em acesso
aberto, e se populariza rapidamente entre publicações científicas
internacionais de grande impacto. O modelo é adotado por publishers como a veneranda Royal Society, como também por grupos que redefiniram a comunicação científica ao longo dos últimos anos, como Plos ONE e eLife.
A publicação continuada conferirá extraordinária agilidade a Meridiano 47 A expectativa é de que o ciclo completo de análise em peer review
em duplo cego e de produção editorial até a publicação não seja maior
do que 45 dias. A partir de agora, cada artigo receberá um número único,
denominado elocation, que o identificará no volume, e que será usado em todas as formas de citação. O elocation complementa o registro do DOI (Digital Object Identifier) que passa a ser conferido a cada um dos artigos publicados em Meridiano 47 também a partir desse volume.
Uma
outra inovação importante diz respeito à própria natureza dos trabalhos
publicados. Nesse sentido, as normas de colaboração foram repensadas.
Agora Meridiano 47 e a RBPI compartilham basicamente as mesmas regras de submissão, com pequenas diferenças. Foi retirada a exclusividade dos short papers, que eram a marca de Meridiano 47 – doravante, são considerados artigos em português e em inglês, com extensão entre 4 mil e 8 mil palavras. Em 2015, tanto a RBPI quanto Meridiano 47 já haviam adotado um código de conduta ética,
que regula as relações entre a equipe editorial, os pareceristas e os
autores, como também estabelece o que se espera na atuação de cada uma
dessas partes.
As sinergias entre os veículos IBRI – Meridiano 47 e RBPI
– serão exploradas intensamente. A primeira medida nesse sentido é a
adoção da portabilidade dos pareceres certificados dentro dos nossos
sistemas de submissão. Desse modo, abre-se a possibilidade de pareceres
recebidos por artigos submetidos a uma sejam transmitidos para o outro
periódico, abreviando ciclos de análise editorial – se essa for a
vontade dos autores.
Uma
questão que é a cada dia mais importante na gestão de um veículo
científico é sem dúvida a divulgação do conteúdo publicado. No nosso
caso, isso passa pelo uso intenso e inteligente de todas as
possibilidades de produção de conteúdo adicional, que esclarece e
enriquece o produto original. Assim, a veiculação das notícias sobre a
publicação dos artigos no sistema de newsletters de Meridiano 47 complementa os esforços de divulgação que vem sendo desenvolvidos nas mídias sociais, no website do IBRI (http://www.ibri-rbpi.org) e junto a Mundorama – Revista de Divulgação Científica em Relações Internacionais.
O melhor exemplo desses esforços é a preparação e veiculação de press releases
sobre os artigos e entrevistas com os autores, que aumentam a
visibilidade nacional e internacional e proporcionam repercussão
extraordinária para os trabalhos publicados. O resultado será, além da
repercussão intensa, também o aumento do número de citações e das
possibilidades de uso desses “kits” de entrevistas e de press releases em sala de aula, como recursos acessórios para o debate sobre os artigos publicados – entre muitos outros usos.
A razão primeira para todos esses ajustes, que são tornados públicos nos primeiros meses de 2016, é ampliar a penetração de Meridiano 47, permitindo
que atraia um número maior e melhor de colaborações altamente
qualificadas e cientificamente impactantes. Enfim, para se destacar como
um veículo de alto nível em um cenário marcado pelo crescimento
explosivo do número de publicações científicas – em todas as áreas do
conhecimento, em todos os lugares do mundo, mas especialmente na área de
Relações Internacionais no Brasil – Meridiano 47 muda e se redefine. Desse modo, Meridiano 47 complementa de modo ainda mais intenso o que fazemos no IBRI com a RBPI,
já há quase sessenta anos, e também estabelece condições oara se
desenvolver sustentavelmente como um espaço continuamente aberto para a
inovação na comunicação científica.
Antônio Carlos Lessa, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, é editor-chefe das publicações do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (alessa@unb.br).
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