Estava guardando para esperar passar o impeachment. OK, já passou, então volto ao assunto.
Para responder a uma consulta que fiz no site do Inmetro, a Ouvidoria desenvolveu todo um arrazoado de justificativas que afirmam em resumo que as nossas tomadas são as melhores do mundo.
Minha consulta era esta:
"Esperando que a atual diretoria do Inmetro revise o crime cometido
contra o Brasil e os brasileiros, anos atrás, ao alterar a tomada
elétrica para um padrão exclusivo e único ao Brasil, quando os padrões
anteriores permitiam uma adaptação natural a sistemas estrangeiros. O
padrão atual brasileira, estúpido absolutamente na sua formatação,
apresenta problemas terríveis a quem viaja, a quem tem aparelhos
adquiridos no exterior, a toda e qualquer empresa que precise produzir
aparelhos numa economia de escala internacional, e não caipira,
nacionalista rastaquera, como a que foi adotada (provavelmente com
intenções mais corruptoras do que "normalizadoras". A tomada brasileira é
uma jabuticaba criminosa."
A resposta do Inmetro, abaixo, não toca em nenhum aspecto da compatibilidade das novas tomadas com formatos e padrões existentes em outros países, como se o Brasil fosse um país isolado do mundo (o que de fato é, pois os nossos burocratas não se preocupam com inserção do Brasil na economia mundial).
Continuo achando que fomos vítimas de uma tramoia para dar dinheiro para um punhado de espertos. Acho que muita gente percebeu isto...
Êta povinho insatisfeito...
Paulo Roberto de Almeida
From: ouvidoria@inmetro.gov.br
Date: April 1, 2016 at 10:16
Subject: INMETRO - Resposta solicitação nº 619450
Prezado Sr). Paulo Roberto de Almeida
Em atendimento à crítica registrada em nossa Ouvidoria sob o n.º 619450, referente ao padrão de plugues e tomadas para uso doméstico e análogo, apresentamos as seguintes considerações.
Acompanhando a tendência mundial, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fórum de normalização do País, iniciou o trabalho de criação de um padrão para plugues e tomadas. Essa discussão teve início no Brasil na década de 80 e foi concluída em julho de 1998, com a publicação da Norma ABNT NBR 14136, contando com ampla participação dos fabricantes de plugues, tomadas e equipamentos eletroeletrônicos.
Cabe destacar que os critérios fundamentais para a adoção do padrão foram a segurança dos usuários e a adaptabilidade, pois é compatível com 80% das conexões atuais, e o melhor custo-benefício para os usuários e as empresas impactadas.
Posteriormente à publicação da ABNT NBR 14136, considerando as dificuldades do setor produtivo para se adequar às regulamentações, o Inmetro realizou dois Painéis Setoriais de Plugues e Tomadas no ano de 2006, com a participação de mais 200 representantes do setor produtivo, meio acadêmico, ONGs de defesa do consumidor e outras partes interessadas, com vistas a propiciar uma discussão focada, harmonizar interesses e obter o consenso quanto à implantação do padrão previsto na referida norma.
Na ocasião, foi ratificado o entendimento da necessidade de se implantar a padronização de plugues e tomadas, e, para isto, estabeleceu-se um escalonamento de prazos de adequação à norma ABNT NBR 14136. Ressalta-se, que este escalonamento considerou a facilidade de implementação e sua aplicação tanto no âmbito do fabricante e do importador, quanto no âmbito do consumidor.
Assim sendo, e considerando a complexidade do tema, a questão foi levada ao Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro que, após avaliar as ações do Inmetro, o posicionamento de seus membros e as colocações das associações representativas do setor produtivo, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - Abinee e a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos - Eletros, deliberou pela publicação das Resoluções Conmetro nº. 11/2006 e 02/2007, estabelecendo os prazos para atendimento obrigatório à norma ABNT NBR 14136.
Tendo em vista que a maioria dos plugues de dois pinos comercializados em aparelhos eletroeletrônicos e eletrodomésticos já se encontra adequada ao novo padrão, evidencia-se que o mesmo é totalmente compatível com a tomada atual, não havendo necessidade de mudança na maioria das tomadas já existentes.
Ressaltamos ainda que o padrão visa minimizar o risco de acidentes elétricos. Dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) registraram, em 2008, 516 acidentes causados por choque elétrico. O Ministério da Saúde registrou 15.418 mortes sem internação, causadas por exposição à corrente elétrica em casa, escola, asilo, etc.
Face ao exposto, afirmamos que o padrão, além de ser mais seguro, promove a adaptação de voltagens diferentes existentes em nosso país e auxilia a combater o desperdício de energia elétrica.
Finalmente, esclarecemos que o Inmetro disponibilizou algumas perguntas e respostas mais frequentes para dirimir possíveis dúvidas no link: http://www.inmetro.gov.br/ouvidoria/faqs.asp#plugues, bem como a seguinte cartilha: http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/cartilhas/plugues_tomadas/inmetro_plugues.pdf.
Agradecemos sua visita e em caso de dúvida, continuamos à disposição para esclarecimentos adicionais.
Atenciosamente,
Cristiana F Pedrosa
OUVIDORIA DO INMETRO
Para mais esclarecimentos favor acessar o formulário disponível no:
http://www.inmetro.gov.br/ouvidoria/ouvidoria.asp#formulario
Em resposta a sua consulta:
Esperando que a atual diretoria do Inmetro revise o crime cometido contra o Brasil e os brasileiros, anos atrás, ao alterar a tomada elétrica para um padrão exclusivo e único ao Brasil, quando os padrões anteriores permitiam uma adaptação natural a sistemas estrangeiros. O padrão atual brasileira, estúpido absolutamente na sua formatação, apresenta problemas terríveis a quem viaja, a quem tem aparelhos adquiridos no exterior, a toda e qualquer empresa que precise produzir aparelhos numa economia de escala internacional, e não caipira, nacionalista rastaquera, como a que foi adotada (provavelmente com intenções mais corruptoras do que "normalizadoras". A tomada brasileira é uma jabuticaba criminosa.
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