domingo, 26 de novembro de 2017

A política do petróleo no Brasil: livro no mercado - Beni Trojbicz

Eis o livro:


Eis a descrição oferecida no site da Elsevier:

O livro explica o porquê e como se deu a modificação do marco regulatório do petróleo nos governos FHC e Lula, indicando também as características e implicações dessas modificações.A partir da descoberta de petróleo no pré-sal, o setor de petróleo ganhou enorme centralidade, tanto econômica como política. Este livro permite entender a trajetória das políticas públicas do petróleo no Brasil, mostrando como esse processo relaciona-se com a evolução da política e da economia brasileira, bem como com a inserção do país no cenário mundial.

Eis a minha dúvida (e uma quase certeza):

Aposto como o livro não consegue dar conta de fatores subjetivos, de natureza política, ou seja, muito além de fatores objetivos, documentados e relacionados com a economia política própria do setor do petróleo no Brasil, sua indústria e o comportamento dos mercados mundiais, e que, no meu entender, influenciaram poderosamente a conformação desse setor, e o que aconteceu com a Petrobras (a tragédia de sua quase destruição), sob o regime lulopetista a partir da descoberta do pré-sal, e que mudou profundamente o cenário setorial e até nacional desde 2006.

 Esse fator subjetivo tem a ver com a imensa ambição dos líderes do maior partido corrupto do Brasil em assegurar não só o monopólio do poder, mas também o seu enriquecimento pessoal, mediante a manipulação e a deformação de toda a indústria do petróleo e das atividades financeiras associadas, pela via da mudança significativa da anterior legislação regulando a exploração de petróleo no Brasil (de 1997, concomitantemente à criação da ANP, depois aparelhada pelos lulopetistas, junto com a Petrobras), com inúmeras mudanças legais e criação de estatais e companhias mistas juntando petralhas, banqueiros coniventes e capitalistas promíscuos, todos com a mesma meta: assaltar os recursos públicos e enriquecer mediante práticas criminosas. 

Tudo isso está obviamente pouco documentado e não pode, ipso facto, entrar no livro, mas se trata de uma forte convicção minha, que investigações policiais e judiciárias, ademais de jornalismo investigativo, poderiam, talvez poderão, esclarecer no devido tempo. Ao mesmo tempo me surpreende que economistas preparados, jornalistas inteligentes (se existem) e observadores do mundo político não tenham ainda atentado para o significado profundo, CRIMINOSO, das mudanças empreendidas pelo lulopetismo corrupto no mundo do petróleo no Brasil (mas em praticamente qualquer outro setor também).

Minha síntese geral sobre o Brasil atual:

Tudo isto remete à minha percepção, e a uma quase certeza, que venho repetindo há muitos anos: a partir de 2003, o Brasil e os brasileiros foram tomados de assalto e devidamente extorquidos, dilapidados, saqueados, roubados, expropriados, pela maior gangue criminosa de toda a nossa história, uma máfia completa a serviço de uma causa nefanda, que era a sua perpetuação no poder por todos os meios possíveis, não mais interessada em construir o socialismo ou qualquer coisa do gênero, mas simplesmente em assegurar sua dominação política e acumulação econômica, por todas as vias ao seu alcance, inclusive as mais criminosas. O núcleo da gangue foi parcialmente, incompletamente, temporariamente, afastado do poder, mas todos os mecanismos e ferramentas utilizados em seu projeto criminoso continuam plenamente operacionais, e sendo utilizados atualmente pelos associados e periféricos no empreendimento criminoso. O Brasil e os brasileiros ainda não se livraram do estamento mandarinesco, do patrimonialismo do tipo gângster, das elites totalmente ineptas e profundamente corruptas que os veem expropriando desde décadas, talvez séculos.

 Enquanto não tomarmos consciência dessas realidades não seremos um país desenvolvido e certamente não, também, uma sociedade avançada. Continuaremos a patinar no subdesenvolvimento material e no imenso atraso mental dos quais e sob os quais ainda padecemos.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 26/11/2017

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