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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Um poeta desafia o chanceler acidental em irônicas coplas - Guilherme Casarões

Poesia numa hora dessas?


Guilherme Casarões, colega acadêmico especialista em política externa e diplomacia brasileira, teve sua veia poética tomada por um desafio inesperado: o fato de o patético chanceler acidental ter declarado, num infeliz Dia dos Diplomatas (para os alunos do Instituto Rio Branco, cujo patrono, o verdadeiro poeta João Cabral de Mello Neto, foi acusado de ser comunista pelo autor fracassado de romances distópicos que ninguém leu), que era diplomata e poeta, ou poeta e diplomata (não importa agora).

Casarões resolveu responder com suas trovas desafiadoras, que reproduzo abaixo, a partir de seu Twitter.

Acho que vamos ter vários repentistas, que se desempenharão ao melhor de suas capacidades, só para responder ao péssimo poeta parnasiano que se tornou chanceler acidental. Se ele tivesse ficado só na literatura, teria causado menos desastres para o Brasil. Para a literatura não sei, mas para o Itamaraty certamente... 

Um poeta fracassado, mas não só nas invectivas contra os diplomatas e a diplomacia.

Paulo Roberto de Almeida

 

Guilherme Casarões

@GCasaroes

 

Quer dizer que @ernestofaraujo é poeta? 

Pois bem. Então também sou. 

Aproveitei e fiz uma poesia em sua homenagem:

 


 

Das profundezas da nobre burocracia 

Por amor ao mito, saí em campanha 

Lancei até um blog, coisa tacanha 

Na língua tupi, rezei Ave-Maria

 

Meu inimigo sempre foi o globalismo 

Conspiração denunciada pelo professor 

A globalização corrompida pelo marxismo 

Combate-se com coragem, fé e amor

 

Fui escolhido pela minha lealdade 

Mas também por um artigo estridente 

Em que defendo que a salvação do Ocidente 

Virá de Trump, paladino da verdade

 

No Itamaraty, a revolução é de direita 

Nações unidas pela soberania do Deus vivo 

Velhos valores, ou o diplomata aceita 

Ou baterá carimbo em Antananarivo

 

O lema agora é João oito trinta-e-dois 

Acabou, colegas, o projeto totalitário! 

Esquerdopatas, favor voltar pro armário 

Oikofobia, aqui não, nós somos bois

 

Novo Brasil, nosso papo é com Hungria 

Polônia, Índia, Israel, só fina gente 

Pela liberdade, minimizei a pandemia 

Pra quê ciência, se por aqui nem está quente?

 

Tradição da diplomacia, desapareça! 

Até chamei de comunista o Melo Neto 

Xinguei Ricupero, Amorim, quem mais mereça 

Pois se venderam a tão nefasto projeto

 

“Especialistas” me chamam de desvairado 

Não tenho culpa, analfabetos funcionais 

Sou deusplomata e com meu chefe Eduardo 

Seremos sempre párias internacionais

 

Mas, no fim das contas, pouco importa 

Se Trump vence, o Brasil será gigante 

Politicamente correto já virou letra-morta 

Em nosso reino da direita ruminante

 

E se perder? Tal hipótese não existe 

Nosso analista já previu: Biden já era 

Para não virar rodapé, a gente resiste 

Se a contagem demorar, a gente espera

 


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