terça-feira, 7 de maio de 2024

O sentido da política externa (2018) - Paulo Roberto de Almeida

 Um outro texto que eu comecei a escrever no dia do 1o. turno da eleição presidencial em 2018, mas não terminei e nunca divulguei. Divulgando hoje um texto incompleto e inédito, talvez eu possa ter vontade de levar adiante e fazer algo não conectado a eleições.

Paulo Roberto de Almeida

Brasilia, 7 de maio de 2024

O sentido da política externa

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3 de outubro de 2018 

 

Uma política externa sólida e confiável toma apoio, antes de mais nada, em uma política doméstica igualmente sólida e confiável, ou seja, estável, com objetivos de largo prazo e dotada de meios para se sustentar nos planos interno e externo. Essa base é dada por alguns elementos estruturais consistentes: (a) uma macroeconomia consistente, capaz de promover um processo de crescimento sustentado, num ambiente de negócios aberto e competitivo, nos marcos de uma democracia de mercado de boa qualidade, com uma governança responsável e transparente; (b) funcionamento pleno de instituições respeitadas, especialmente a Justiça, para reduzir os custos de transação em benefício dos setores que produzem empregos e renda para a população; (c) um sistema educativo de boa qualidade, inclusivo, podendo contribuir para o sistema de inovação e ganhos de produtividade e de competitividade, num ambiente mundial cada vez mais integrado; (d) abertura a comércio e investimentos estrangeiros, sem discriminação. 

Qual o papel da política externa no contexto brasileiro? Seu papel sempre foi o de coadjuvar o processo de desenvolvimento, mas geralmente no quadro de políticas nacionalistas, autonomistas, protecionistas, em lugar de buscar inserir o Brasil no mundo, seguindo orientações de abertura econômica e de liberalização comercial. Os antigos parâmetros que permitiram ao Brasil uma industrialização bem-sucedida, ainda que com distorções e deformações derivadas daquela antiga atitude econômica, já não correspondem mais aos requerimentos das novas características da economia mundial e não podem fazer o Brasil avançar para outras etapas de seu processo de modernização.

(Incompleto; inédito)

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3 de outubro de 2018

 

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