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quarta-feira, 13 de março de 2019

Aula magna do ministro Ernesto Araujo aos novos diplomatas do Instituto Rio Branco

Aula magna do ministro Ernesto Araújo aos novos diplomatas do Instituto Rio Branco


Ainda estou tentando entender...
https://www.youtube.com/watch?v=0Qt1kCY7D0M

Dois trechos: 

Nunca Antes na Diplomacia: este era o título de meu livro de 2014, sobre os anos bizarros do lulopetismo. 
Acho que vou ter de revisar esse título, ou pelo menos o julgamento...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13 de março de 2019

quarta-feira, 6 de março de 2019

Uma homenagem de Joao Amoedo e um pequeno segredo - Paulo Roberto de Almeida

Uma homenagem de João Amoedo e um pequeno segredo

Paulo Roberto de Almeida

Aproveito esta mensagem elogiosa do meu amigo João Dionisio Amoêdo, a quem agradeço a homenagem (texto transcrito in fine), para agora revelar um pequeno segredo, que cumpre contar por inteiro.
Estive com a equipe econômica do atual governo em meados de 2018, meses antes que o chanceler olavista fosse sequer cogitado pela equipe de Bolsonaro. Isso foi no escritório de Paulo Guedes, no RJ, com vários outros colegas que estão agora ocupando altos cargos, aos quais já conhecia desde algum tempo.
Quando entrei na sala, me receberam como se eu já fosse o futuro chanceler, o que descartei de imediato, com palavras quase iguais a estas (cito de memória):
"Não sou candidato a nada, só vim aqui conversar com vocês sobre economia e política externa. Não sou eleitor de Bolsonaro, não vou votar por ele, e sinceramente eu o acho um candidato muito fraco. Já tenho candidato no primeiro e no segundo turno e ele se chama João Dionisio Amoêdo."
Meus interlocutores ficaram um pouco chocados com a rudeza de minhas palavras, mas depois conversamos por aproximadamente duas horas, e eu tive de corrigir certas percepções deles sobre o Mercosul, sobre o Itamaraty e assuntos correlatos.
Nos despedimos em bons termos, e eu continuei a enviar para eles alguns papeis que eu também havia feito especialmente para o João Dionisio Amoêdo, sem no entanto que eles tivessem sido refletidos no programa de Bolsonaro quando este foi elaborado.
Quando finalmente saiu esse programa, eu os cumprimentei pela parte econômica, que achei bem elaborada, mas critiquei duramente a parte, medíocre, horrível, pequena, sofrível, relativa à política externa, que achei indigna de um programa de governo para inserir o Brasil no mundo. Escrevi isso num paper que continha 3 páginas de críticas contundentes à mediocridade dessa parte, e mais 3 com propostas que me pareciam adequadas de política externa. Um dia vou revelar esse documento (mas ele já pode ter circulado por aí).
Depois que enviei esse documento, os membros da equipe econômica de certa forma “romperam” comigo, o que não me causou nenhum problema, pois eu não estava trabalhando, e não pretendia trabalhar para um governo Bolsonaro. Estava apenas colaborando voluntariamente com a equipe econômica.
Nunca mais falei com qualquer um deles, e assim permanece até hoje. Estou sempre aberto a colaborar com todos aqueles que pretendam fazer reformas reais no Brasil, segundo as minhas condições.
De toda forma, quero novamente agradecer ao João Dionisio Amoêdo as palavras abaixo, e confirmar-lhe que continuo partilhando da maior parte (não todas) das propostas do NOVO.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de março de 2019

Homenagem de João Dionísio Amoedo, em postagem sobre uma das entrevistas que concedi na tarde de ontem:
Qualificação técnica, firmeza de princípios e coragem para falar o que pensa, são características do PRA. O governo erra ao afastá-lo. Ele deveria, ao contrário, ser mais ouvido e convidado a assumir responsabilidades ainda maiores.

PS.: Permito-me apenas uma pequena correção: não foi o “governo” que me demitiu, e sim o chanceler Ernesto Araújo, e não, como alegam os itamaratecas a seu serviço, porque eu tenha criticado pessoalmente o chanceler. Não é verdade. Eu critiquei, sim, e duramente, dois esteios desse governo, um que leva o nome Olavo, outro que leva o nome Bolsonaro. Foi isso. Não tenho culpa se o chanceler os admira e não estabeleço qualquer correlação entre uma e outra coisa. Eu os criticaria em qualquer hipótese, mesmo se o chanceler não tivesse com ambos quaisquer relações, de amizade, de admiração ou de distanciamento. PRA
  

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Politica externa no governo Bolsonaro: novo chanceler: seleção de artigos de imprensa

A imprensa continua a dar intensa atenção às declarações e posições do chanceler designado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, como registro abaixo a partir dos alertas enviados pelo Google:

Google
politica externa do Brasil
Atualização semanal  19 de novembro de 2018
NOTÍCIAS 
Brasil desiste de identificar seus interesses nacionais e passa a agir por ... O lulismo inseminou a política externa brasileira com o esperma da ...
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A ausência de uma orientação clara sobre política externa e o impulso do presidente eleito para tratar da matéria prejudicam a imagem do Brasil no ...
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Durante a campanha, Bolsonaro e aliados deram a entender que o Brasil teria uma mudança profunda na sua diplomacia, aliando-se com países ...
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247 - "Não faltam declarações de intenções as mais variadas de Bolsonaro e sua equipe que infelizmente parecem apontar para uma inversão ...
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"Corrigir os rumos da política externa no período do PT não significa adotar uma atuação de direita no comércio exterior. A relação não pode ser ...
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A reorientação da política externa brasileira defendida pelo presidente eleito, ... Em países com os quais o Brasil tem relações diplomáticas de menor ...
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Brasil deve distinguir-se no concerto internacional como país soberano, ... A luta por uma política externaaltiva e ativa, baseada na cooperação ...
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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Os perigos da guinada radical no Itamaraty - Guilherme Evelyn (Epoca)

Análise: Os perigos da guinada radical no Itamaraty

Alinhamento com os EUA de Trump é ruptura com tradição. População mais pobre e vulnerável pode pagar o preço da ideologização da política externa


Guilherme Evelin
Revista Época, 14/11/2018

Nelso Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, ao fundo, olha para o presidente-eleito Jair Bolsonaro Foto: Jorge William / Agência O Globo
Nelso Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, ao fundo, olha para o presidente-eleito Jair Bolsonaro Foto: Jorge William / Agência O Globo

Ao nomear o embaixador Ernesto Araújo para ministro das Relações Exteriores, o presidente eleito Jair Bolsonaro resolveu pisar fundo e dar uma guinada radical na política externa brasileira. Como chanceler, Ernesto Araújo deve promover uma política de alinhamento do Brasil com os Estados Unidos. Chefe do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty, Araújo é um fã declarado do governo Donald Trump, que ele considera uma espécie de muralha de defesa de valores ocidentais em declínio por conta de uma doutrina globalista preconizada por elites seculares. Para o embaixador, o Ocidente não sabe, mas está “perdendo o jogo”, diante do avanço de forças como o fundamentalismo islâmico, que cresce, entre outros motivos, por causa do apego das sociedades muçulmanas aos valores religiosos.
Araújo publicou no ano passado um longo ensaio com o título “Trump e o Ocidente” na revista do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais, órgão vinculado ao Itamaraty. No resumo que serve de prólogo para o texto, Araújo deixa logo claro o que pensa. Segundo ele, “Trump propõe uma visão do Ocidente não baseada no capitalismo e na democracia liberal,mas na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais”. Segundo o diplomata, essa visão é baseada numa longa tradição intelectual que mostra o “nacionalismo como indissociável da essência do Ocidente”. “Em seu centro, está não uma doutrina econômica e política, mas o anseio por Deus, o Deus que age na história”, escreveu Araújo. “O Brasil necessita refletir e definir se faz parte desse Ocidente”. Com citações de “Choque de Civilizações”, de Samuel Huntington, o ensaio parece evocar, várias vezes, “Submissão”, o romance distópico em que Michel Houellebecq imagina uma França governada por um presidente muçulmano.
A última vez em que o Brasil seguiu uma política de alinhamento com os Estados Unidos foi no governo Fernando Collor. Mas, como lembra o professor Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas, autor de uma tese de doutorado sobre a política externa do governo Collor, essa opção foi feita em circunstâncias políticas radicalmente diferentes. A eleição de Collor, após a queda do Muro de Berlim em 1989 e a derrocada dos regimes comunistas na Europa Oriental e na extinta União Soviética, coincidiu com a ascensão dos Estados Unidos à posição de única superpotência global. Agora, caminhamos para um cenário em que os Estados Unidos dividirão a hegemonia política internacional com a China – nosso maior parceiro comercial, por quem Bolsonaro nutre uma antipatia aberta .
Além de uma ruptura com a tradição universalista da diplomacia brasileira – princípio pelo qual o Brasil busca contruir um relacionamento amplo e diversificado com todos os países, sem excluir ninguém – corremos o risco de uma política externa guiada pela ideologia e não pelo interesse nacional. Uma parte da população brasileira – a mais pobre e a mais vulnerável – pode pagar o preço de uma política ideologizada, veneno que Bolsonaro via no Itamaraty dos governos do PT, mas que ele parece querer substituir apenas com viés trocado. A retirada dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, que pode deixar sem assistência cerca de 24 milhões de brasileiros, que moram principalmente em áreas de difícil acesso do Norte e Nordeste ou em reservas indígenas, segundo estimativas do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, é resultado das provocações desnecessárias de Bolsonaro a Cuba, com quem o Brasil normalizou relações desde 1986.
Ainda que Bolsonaro tenha razão em classificar o regime cubano como uma ditadura que se apropria dos salários dos médicos enviados ao Brasil como forma de engordar os seus combalidos cofres, o interesse nacional – e da população mais pobre que hoje só tem acesso a médicos cubanos — recomendava que qualquer revisão do programa fosse tratada com maior prudência e pragmatismo. Cuba não tem qualquer interesse estratégico para o Brasil, a não ser para aqueles que continuam a ver a política internacional pelas lentes anacrônicas usadas durante a Guerra Fria.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Boatos, desinformações, e alusões envolvendo minha pessoinha - Paulo Roberto de Almeida

Notícia desta data no Valor Econômico, com destaque para o final. Volto, também ao final para reproduzir o que já escrevi, desmentindo, portanto, por uma quarta vez, o que andam dizendo por aí...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 24 de setembro de 2018


Por Daniel Rittner | De Brasília, 

Bolsonaro e filhos em Taiwan: aparente desconhecimento sobre temas-chave das relações internacionais preocupa

Indesejado pela União Europeia, admirado por Israel, visto com cautela pela China. Nos últimos meses, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) tem despertado impressões difusas na comunidade de diplomatas estrangeiros em Brasília, que ainda tenta decifrá-lo em relatórios confidenciais encaminhados para seus países.

Em um meio regido por protocolos e códigos de etiqueta, algumas cenas causaram surpresa, como a das cozinheiras e dos garçons na Embaixada da Espanha, que largaram suas atividades para fazer um pedido ao fim do almoço de embaixadores europeus com Bolsonaro. O espanhol Fernando Villalonga, anfitrião do encontro, jamais havia presenciado algo semelhante: funcionários não deixaram o capitão da reserva ir embora sem antes tirarem um punhado de "selfies" com ele.

O mesmo frisson foi visto na chegada de Bolsonaro à comemoração dos 70 anos do Estado de Israel, quando integrantes da Polícia do Exército fizeram rodinhas em torno dele e sacaram seus celulares para um registro.

A falta de um assessor específico para política externa e o aparente desconhecimento de Bolsonaro sobre temas-chave das relações internacionais dificultam a vida dos representantes diplomáticos. Para levá-lo à embaixada, Villalonga precisou recorrer a antigos contatos dos espanhóis nas Forças Armadas. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um de seus principais articuladores na campanha, costuma acompanhá-lo nas reuniões. Uma crítica frequente entre os estrangeiros, no entanto, é que a linha de ação externa não ficou clara até agora.

O israelense Yossi Shelley tornou-se um dos embaixadores mais próximos de Bolsonaro, que já prometeu mudar a representação brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, mesma medida tomada recentemente pelo americano Donald Trump. Ele disse que, caso eleito, fará a Israel sua primeira viagem ao exterior. O candidato do PSL também pretende expulsar do país a embaixada da Palestina, vizinha ao Palácio do Planalto e inaugurada em 2016, após seu reconhecimento como um Estado independente pelo Brasil.

Na UE, não existe consenso em torno do tratamento a Bolsonaro. Enquanto alguns países buscaram uma aproximação para ouvi-lo melhor, como Itália e Reino Unido, outros optaram pelo distanciamento. A Alemanha preferiu ignorá-lo em convites para encontro com os presidenciáveis em sua embaixada. Fontes em Bruxelas acreditam que uma vitória do ex-capitão faria a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, suspender sua visita prevista para o Brasil em 2019.

Reservadamente, um alto funcionário da Comissão Europeia diz que não há preferências políticas para a sucessão presidencial, mas que um governo Bolsonaro poderia representar o fim de uma parceria calcada em "valores compartilhados" e "defesa conjunta do multilateralismo". O deputado já manifestou sua intenção, por exemplo, de retirar o Brasil do Acordo de Paris contra as mudanças climáticas e do conselho de direitos humanos da ONU.

Essa mesma fonte, que exerce um papel de destaque no diálogo entre UE e Brasil, faz a seguinte comparação: "Ninguém gosta do governo Trump em Bruxelas, mas a densidade das relações transatlânticas impede que haja maior deterioração. Não estou seguro de que as nossas relações têm semelhante grau de maturidade".
Um tom parecido de dúvida sobre o futuro do relacionamento bilateral se vê entre diplomatas chineses. Logo após visita de Bolsonaro a Taiwan em março, acompanhado por seus três filhos e Lorenzoni, os representantes de Pequim enviaram carta à Câmara dos Deputados para lembrar que isso representava "violação do Princípio de Uma Só China" - um dos pilares na política externa do gigante asiático.

O embaixador Li Jinzhang manifestou a colegas em Brasília especial preocupação com discurso recorrente de Bolsonaro de que "a China está comprando o Brasil", referindo-se sobretudo a investimentos no setor elétrico e no interesse pela aquisição de terras agricultáveis. Nos bastidores, disse temer que o nível de hostilidade tenha reflexos efetivos na presença chinesa no país.

O clima de apreensão e desconfiança se espalha na ausência de um interlocutor da campanha com as embaixadas - função desempenhada por Celso Amorim no PT e por Rubens Barbosa no PSDB. A incerteza alimenta especulações em torno de quem poderia assumir o Itamaraty em uma eventual gestão Bolsonaro.

Além do "príncipe" Luiz Philippe de Orléans e Bragança, que foi cotado para vice na chapa e acabou perdendo lugar para o general Hamilton Mourão, outros nomes no Ministério das Relações Exteriores foram ventilados porque Bolsonaro disse ter preferência por alguém da casa.

Nos últimos dias, o diplomata Paulo Roberto de Almeida se viu obrigado a desmentir três vezes, em seu blog, que ganharia cargo de relevo em um governo do ex-capitão. Ex-ministro-conselheiro em Washington e atual chefe do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), ele declarou voto em João Amoêdo (Novo) e postou a seguinte mensagem: "Pela terceira vez em menos de dois meses, sou surpreendido com boatos, circulado entre amigos e colegas, de que eu teria sido escolhido como chanceler do candidato Bolsonaro. Não sou eleitor de Bolsonaro, nem vou integrar seu governo".

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Não foram exatamente nos últimos dias, mas eis o que escrevi nesta data (24/09/2018): 

Como continuam a ser disseminadas informações ou boatos desencontrados sobre minhas posições a respeito do presente (2018) processo eleitoral presidencial, eu poderia, neste momento, agregar uma firme declaração de princípios sobre o que eu considero aceitável e não aceitável nesse terreno pantanoso das opções políticas e preferências eleitorais.
Sou terminantemente contrário a quaisquer movimentos antidemocráticos, autoritários, totalitários, populistas, demagógicos, salvacionistas, excludentes, intolerantes, fascistas, comunistas, maoistas, cubanistas, stalinistas, militaristas e outros "istas" e "ismos".
Por isso mesmo, consideraria uma terrível tragédia política para o Brasil a vitória de qualquer um dos polos que se apresentam atualmente no processo eleitoral que vai desembocar em outubro próximo. Recuso, em primeiro lugar, a volta dos companheiros ao poder, pois conheço a natureza da organização criminosa que está por trás do candidato dito "poste", pela imprensa, assim apelidado por ter se prestado ao indigno papel de representante de um chefão mafioso, justamente condenado e encarcerado por crimes comuns (corrupção passiva e lavagem de dinheiro). Espero a condenação do dito cujo por muitos outros crimes mais, a pelo menos 300 anos de cadeia firme. Creio ser patética a postura do poste, ao servir a tão indigno projeto.
Recuso, em segundo lugar, a postura de um candidato despreparado, defensor da ditadura militar, admirador de um torturador, e defensor de medidas extra-legais para a resolução de determinados problemas sociais. Acredito que seria um convite a uma crise política permanente e a uma formidável confusão nas políticas econômicas e setoriais, pelo comportamento intempestivo e autoritário do candidato em questão, podendo nos precipitar em nova agonia política por mais alguns anos.
Considero a vitória de qualquer um dos dois nefasta para a democracia no Brasil, e por isso declaro desde já minha abstenção preventiva, caso estas sejam as opções.
Dito isto, considerarei legítima a eleição, por se tratar da escolha livre dos cidadãos eleitores, ainda que eu possa declarar minha desconformidade, por s
er fruto da ignorância, da inconsciência, dos instintos mais baixos em matéria política.

A postagem total figura neste link: 

Princípios, valores e causas: manifesto renovado - Paulo Roberto de Almeida (2006 e 2018)

https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/09/principios-valores-e-causas-manifesto.html

quarta-feira, 8 de março de 2017

Politica externa, Itamaraty, discurso de posse do novo chanceler: Aloysio Nunes Ferreira (7/03/2017)

Este é o "texto base". Ficaram faltando as inúmeras improvisações ao longo do discurso, inclusive a mais importante: a referência à política "Que floreçam as cem flores", de Mao Tsé-tung, na segunda metade dos anos 1950. Parece que floreceram demais...
Paulo Roberto de Almeida


Texto-base para o discurso de posse do Ministro de Estado das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira – Palácio Itamaraty, 7 de março de 2017
Nota 62
07 de Março de 2017 - 19:30

Querido amigo José Serra, mais uma vez nos encontramos nesta mesma longa estrada de vida pública que desde jovens decidimos trilhar, e a cujo percurso sempre dedicamos o melhor de nossas energias.
Você é, sem dúvida, um dos mais destacados líderes políticos de nossa geração. Tive a honra de trabalhar sob sua direção na Prefeitura de São Paulo e no Governo de nosso Estado, e testemunhei de perto, até com sacrifício de minhas rotinas domésticas, a sua devoção à causa pública, o rigor na administração, sua capacidade de reunir e entusiasmar as equipes ao seu redor e a solidariedade fraterna com que você sempre distinguiu a todos, e a mim pessoalmente.
Agora, no Ministério das Relações Exteriores, eu vou entrando e você vai saindo. Mas deixa aqui um legado que constituiu uma base sólida para o cumprimento da missão que me foi atribuída pelo presidente Temer. Você acaba de produzir uma prestação de contas que demonstra cabalmente o sentido da reorientação do Itamaraty nessa nova fase da vida brasileira e das relações internacionais do nosso País. Não preciso insistir sobre isso: minha ação, à frente do ministério, na sequência e na atualização de sua orientação, falarão mais do que eu poderia dizer nesse discurso de transmissão do cargo. O que é certo é que, com o mesmo denodo que você, tratarei de assegurar que nossa política externa esteja sempre alinhada com os reais valores e os legítimos interesses nacionais.
Cada vez mais está presente na consciência dos cidadãos brasileiros a ideia da inseparabilidade entre política externa e política interna. Sempre foi assim. Sem me alongar sobre o tema, permito-me uma lembrança da nossa história e recorro a dois autores que, entre outros, assinalaram claramente essa conexão, Synésio Sampaio Góis e Gabriela Nunes Ferreira. A definição do “corpo da Pátria”, o que ele contém, quais os seus limites, onde ele termina e onde começa o dos seus vizinhos, essa definição que garantiu foros de legitimidade à ação multissecular de bandeirantes, religiosos, soldados e povoadores foi obra de diplomatas e dos condutores da nossa política externa. Uma ação levada a cabo com energia e paciência, e que foi inseparável da própria consolidação do Estado Nacional. Os setores mais informados da opinião, no início da República, compreendiam bem a conexão entre esses dois processos: é o que explica, penso eu, em grande parte, a imensa popularidade de que desfrutou o Barão do Rio Branco.
Volto aos dias recentes e evoco a última campanha presidencial da qual tive a honra de ser candidato a vice-presidente, ao lado de Aécio Neves, esse extraordinário líder político, a quem sou ligado por amizade e admiração que só fizeram crescer de lá para cá. No calor dos debates, na imprensa, no Congresso, onde quer que se reunissem eleitores nessa campanha apaixonante, despontava sempre a discussão sobre temas que, a rigor, dizem respeito à política externa. Como promover uma nova inserção, mais competitiva, nos grande fluxos de comércio, de investimentos e de intercâmbio tecnológicos no mundo globalizado? Como revigorar o Mercosul, afirmar seu propósito inicial de se constituir uma área de livre comércio, multiplicar seus acordos com outros países e blocos? Como valorizar, aos olhos do mundo e aos nossos próprios olhos, o fato de sermos uma grande potencia agroindustrial, nossas conquistas ambientais e esse extraordinário passaporte que é a cultura brasileira? De que forma poderemos fazer da nossa política externa um instrumento para buscar novas oportunidades para o desenvolvimento material de nosso país? Trata-se de uma exigência de sempre, mas particularmente premente, para superarmos a atual crise que nos assola e que impõe mais do que nunca a distinção entre nossos interesses permanentes e os alinhamentos partidários e ideológicos contingentes. Reafirmo o que tem sido dito desde o início do governo Temer: a política externa tem que estar a serviço do País e não dos objetivos de um partido, qualquer que seja ele. Não posso deixar de lembrar a preocupação, cada vez mais presente, com a escalada autoritária do governo venezuelano, que nos últimos anos esteve presente entre os grandes temas em debate. A nossa posição frente à Venezuela é emblemática do papel que queremos desempenhar na América Latina e no mundo. Nossa solidariedade irrestrita com aqueles que lutam pela liberdade nesse país irmão é a reafirmação do princípio constitucional da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais do Brasil democrático.
As preocupações que acabo de mencionar, presentes também em um amplo espectro de opiniões políticas, proporciona –espero- uma base para o entendimento entre os atores políticos, que ultrapassa os limites das atuais situação e oposição. Essa é, aliás, uma das lições que tiro de minha participação na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Agradeço ao Presidente Michel Temer a confiança que, mais uma vez, deposita em mim. Depois da liderança do governo no Senado, agora para ajudá-lo a conduzir a política externa do Brasil.
Conheci Michel Temer em 1963 quando entrei na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Nunca o perdi de vista. Somos colegas na Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e vim a conviver com ele, mais de perto, já no governo Montoro. Fui seu colega na Câmara, seu companheiro nas fileiras do PMDB. Michel Temer nunca mudou de lado no seu compromisso com a democracia, com a ordem jurídica e com a justiça em todas as suas dimensões. É uma honra estar ao seu lado nesse momento em que, com constância, sem ceder às tentações fáceis do populismo, vem dando rumo ao Brasil, de modo a superarmos a crise e entregarmos em 2018 um País mais organizado institucionalmente, mais próspero, voltando a gerar empregos e respeitado na área internacional.
É uma honra assumir a chefia do Itamaraty, instituição que tem dado ao país, ao longo da história, contribuição valiosa que a nação brasileira reconhece e respeita. Essa instituição é animada pela convicção de que uma boa política externa deve conciliar a primazia do interesse nacional com o papel que cabe a um País da estatura do Brasil, por suas dimensões, seu peso, sua história, como membro da comunidade internacional.
O Brasil anseia por seu desenvolvimento pleno e os brasileiros demandam a aceleração desse processo. Encaramos a interação com os demais povos e com as economias de todo o mundo como veículo para o nosso progresso. Estamos, pois, determinados a ampliar e aprofundar nossa participação integrada na economia mundial, por meio de negociações que produzam resultados equilibrados e atendam aos interesses de todas as partes. Não podemos, porém, fazer prova de ingenuidade voluntarista e de curto prazo das concessões unilaterais: a regra do jogo é e deve continuar a ser a da reciprocidade – particularmente, mas não somente, na frente econômico-comercial.
Ainda nesse terreno, a intensificação do trabalho de promoção comercial e promoção de investimentos, reforçado pela vinculação da APEX ao Itamaraty, foi uma prioridade central da gestão de José Serra que tenciono manter intacta e levar adiante com todo empenho.
Os sinais de melhora na economia e a força parlamentar do governo abrem oportunidades para uma ação externa mais vigorosa; uma política externa que projeta, sem rodeios ou hesitações, um País cuja solidez institucional foi testada e aprovada na recente crise do impeachment, um povo que hoje recupera sua confiança em si e anseia por parcerias que nos ajudem na retomada do crescimento e na busca da prosperidade.
Pretendo reunir-me com as chefias do ministério, de todas as áreas, para uma conversa aberta, uma desinibida circulação de ideias sobre os desafios que enfrentamos e sobre o que se vem fazendo e terá de ser feito. Precisamos partir de um entendimento objetivo e cuidadosamente refletido da conjuntura internacional. Há muitas incertezas no horizonte, tendências preocupantes que se acumulam: o protecionismo repaginado, o aumento da retórica anti-imigração, a atribuição a causas externas de problemas cuja solução, na verdade, depende muitas vezes de remédios de natureza e aplicação local. 
O Brasil não deve se acanhar – ou, ao contrário, se abespinhar – diante dessa conjuntura. Possuímos inquestionáveis ativos de caráter permanente: grande território e população, uma das maiores economias do mundo, recursos naturais e ambientais estratégicos, indústria diversificada, agricultura moderna e possante, imenso mercado interno, oportunidades atraentes de investimento.
Somos a um só tempo uma potência agrícola, que ajuda a alimentar o mundo, e um dos países com maior cobertura florestal e de matriz energética mais limpa e diversificada, com participação de cerca de 40% de fontes renováveis. Esses atributos conferem ao Brasil papel de relevo no encaminhamento das questões de meio ambiente, de mudança do clima e de desenvolvimento sustentável.
Temos tradição e credibilidade nos organismos multilaterais e na diplomacia bilateral. Nas Nações Unidas, o Brasil sempre foi apreciado e respeitado pela qualidade substantiva, pelo sentido agregador e construtivo de sua atuação. Continuaremos a buscar que a ONU, ainda que com atraso, reflita em suas instâncias centrais, particularmente no Conselho de Segurança, a realidade do mundo em que vivemos hoje. O Secretário-Geral António Guterres sabe que conta com o apoio do Brasil.
Na OMC, da mesma forma, onde o embaixador Roberto Azevêdo acaba de ser reconduzido para mais um mandato de quatro anos como Diretor-Geral, também temos sido um ator-chave. O Sistema Multilateral de Comércio continua a ser um dos pilares centrais da ordem econômica mundial. Não interessa a ninguém retroceder aos tempos da lei da selva.     
Devemos também reforçar nossa atuação – a defesa de nossos interesses e a promoção de nossas ideias e valores – em foros como o G-20, onde se gestaram depois da crise de 2008 importantes ajustes na governança das instituições financeiras internacionais, assim como no BRICS e no IBAS (Índia, Brasil e África do Sul).
Encontraremos as oportunidades e criaremos os espaços que melhor atendam às nossas aspirações, valores e interesses, na região e além dela, com a consciência de que o Brasil é um ator global que continuará a assumir suas responsabilidades sem titubeios.
Continuaremos a dar a necessária prioridade ao nosso relacionamento com as nações da América do Sul, da América Central, do conjunto da América Latina e do Caribe. 
Amanhã mesmo viajarei a Buenos Aires para um encontro com os chanceleres da Argentina, Paraguai e Uruguai. Manterei, assim, a boa tradição de que logo ao assumir os chanceleres brasileiros visitem a vizinha nação irmã, parceira maior e prioritária do Brasil. Em nossa região, a coincidência de visões políticas e de práticas econômicas favorece uma ampliação significativa de nosso intercâmbio comercial e de investimentos. Enseja uma imprescindível renovação do Mercosul.
Quero dar seguimento às ações de maior aproximação entre o Mercosul e os países da Aliança do Pacífico. Está marcado para o começo de abril um encontro nosso com os chanceleres de Chile, Colômbia, México e Peru.
A situação na Venezuela continua a nos preocupar. Queremos uma Venezuela próspera e democrática, sem presos políticos e com respeito à independência dos poderes, um país irmão capaz de reencontrar o caminho do progresso para o bem de sua gente.
As ações com nossos vizinhos para garantir a segurança e o desenvolvimento na faixa de fronteira são uma das importantes iniciativas do ministro Serra. A explosão de violência criminosa em nossas cidades, em nossos presídios, está intimamente ligada ao que se passa – literalmente – ao que passa por nossas fronteiras, nos dois sentidos. Amanhã me reunirei com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, para debatermos formas de aprofundar a cooperação entre o Itamaraty e o Ministério da Defesa. Se o crime é crescentemente transnacional, também o combate que lhe damos há de sê-lo.
As relações com os Estados Unidos também podem ampliar-se de forma expressiva, em bases mutuamente benéficas. Nossos governos e nossas comunidades empresariais têm claro interesse na expansão de investimentos recíprocos, na facilitação de comércio, no aumento da cooperação cientifica e tecnológica, nos projetos comuns em energia, na indústria de defesa. O desafio está em fazer andar acordos e projetos desenhados há anos, mas que só agora começam a ser implementados.
Nosso relacionamento com a Europa está prestes, espero, a adquirir uma nova dimensão. O acordo entre o Mercosul e a União Europeia está na ordem do dia e poderá propiciar um salto qualitativo nas nossas relações com a Europa e que, por isso mesmo, não pode ser visto apenas como a desgravação de algumas linhas tarifárias. Ao falar de Europa, não podemos deixar de mencionar o leste europeu e a Rússia, um parceiro tradicional que continuaremos a valorizar.
Fato novo e relevante, nas últimas décadas, tem sido o extraordinário aumento do comércio e dos investimentos com a Ásia, particularmente com o Japão, também com a Coreia, e muito acentuadamente com a China. O avanço foi grande e o potencial, com esses e outros países da região, tais como a Índia e a Indonésia, evidentemente ainda maior. Precisamos conhecer melhor e fazer mais com esses parceiros. As relações com a China merecem uma atenção condizente com a escala e a natureza singular do intercâmbio, inclusive com vistas à identificação e estruturação de novas áreas de cooperação. Com o Japão, nosso parceiro mais tradicional na Ásia, temos o desafio de renovar sempre um relacionamento que já deu e continuará dando muitos e bons frutos. 
Não devemos esquecer o compromisso histórico e o interesse cada vez maior pelas relações com nossos parceiros no mundo em desenvolvimento. Sem descuidar das convergências que temos entre nós, é hora de concretizar as muitas oportunidades para um comércio ampliado, para investimentos recíprocos e para parcerias empresariais.
O caso da África é uma ilustração deste fato. O continente africano cresceu nas últimas décadas quase o dobro do que a América Latina. As mais expressivas lideranças africanas têm deixado claro que não buscam compaixão assistencial, mas investimentos e parcerias empresariais e tecnológicas. Como potência agrícola, o Brasil está pronto a compartilhar sua tecnologia agrícola, por exemplo, com parceiros e amigos mediante arranjos inovadores, maior cooperação entre entidades de pesquisa, intercâmbio de especialistas, investimentos e parcerias empresariais. Pretendo visitar países da África ainda neste semestre.
São fortes e conhecidos, também, nossos laços históricos, humanos, econômico-comerciais com países do Oriente Médio, que devem ser – e serão – objeto de esforço contínuo de aproximação nesses e em todos os campos.
Senhoras e senhores,
O Itamaraty continuará a dar atenção prioritária ao apoio às comunidades de brasileiros que vivem no exterior – é uma responsabilidade fundamental do Itamaraty para com nossos compatriotas emigrados.
A propósito, ressalto que o Brasil continuará a ser um país aberto aos estrangeiros e mais ainda, porque a nova Lei de Imigração, de minha iniciativa, que revoga dispositivos herdados do período autoritário  coloca o País na vanguarda do direito humanitário.
Assim como o Serra, passei anos da minha vida no exilio sob a proteção do alto comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e Apátridas, assim como do direito dos países que nos abrigaram. Nos orgulhamos de que o Brasil seja uma terra de asilo, dotado de um estatuto dos refugiados, de cuja elaboração tive a honra de participar como deputado federal ao tempo do governo de Fernando Henrique, e que e um dos mais generosos do mundo.
Trataremos igualmente de aprimorar práticas destinadas a facilitar a vida de quem nos quer visitar, como faremos ainda este ano com a implantação do visto eletrônico para nacionais de alguns países que exigem vistos de cidadãos brasileiros. Conciliar o princípio fundamental da reciprocidade com o primado da eficiência sempre foi algo que a diplomacia brasileira quis e soube fazer, nos mais diversos campos. 
Quero concluir com uma mensagem de compromisso ao corpo de servidores do Itamaraty. Ao longo dos últimos nove meses, tive o gosto de apoiar José Serra – inclusive como presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado – na tarefa que ele cumpriu de restabelecer as condições de espaço político e disponibilidade de recursos para que este ministério pudesse voltar a ocupar o lugar que sempre lhe coube no centro das decisões e das políticas mais estratégicas do Brasil. isso não será revertido, muito pelo contrário: o Itamaraty continuará a ser um ministério central na defesa e promoção dos interesses nacionais.
Contem com meu empenho para valorizar as carreiras do Serviço Exterior Brasileiro, bem como as demais categorias de servidores do ministério, nos limites angustiantes das atuais restrições orçamentárias.  Vou dar atenção especial a questões da administração do Itamaraty. Estou determinado a assegurar os meios adequados para que o Ministério possa cumprir suas obrigações com eficiência e para tanto conto com o mesmo respaldo que o Ministro teve de seus, agora meus colegas na Esplanada.
Política externa é política pública. Política pública estratégica e prioritária, da qual o Brasil irá necessitar cada vez mais. É uma politica cuja execução exige cada vez mais a integração do Itamaraty com outras áreas do governo e especialmente, no que tange ao comércio exterior, com o Ministério da Indústria Comercio e Desenvolvimento. Sempre sob a alta direção do presidente da República.
Política externa é o honroso ofício dos servidores do Itamaraty e, a partir de hoje, também o meu.


Sobre a campanha das "cem flores", da Wikipedia: 
The movement was in part a response to the demoralization of intellectuals, who felt estranged from The Communist Party. After this brief period of liberalization, Mao abruptly changed course. The crackdown continued through 1957 as an Anti-Rightist Campaign against those who were critical of the regime and its ideology. Those targeted were publicly criticized and condemned to prison labor camps.
The ideological crackdown following the campaign's failure re-imposed Maoist orthodoxy in public expression, and catalyzed the Anti-Rightist Movement.