Como já disse várias vezes, ao ser um perfeito irreligioso, iconoclasta, anarquista, contra quaisquer partidos, religiões, times de futebol, agrupamentos e confrarias, eu não tenho adesão, respeito ou dependência de quaisquer grupos, movimentos, instituições ou correntes. Sou absolutamente livre, inclusive para ler, receber, dialogar com todas as tendências de opinião, da extrema-esquerda à extrema-direita, sem qualquer restrição, preconceito ou a-prioris. Se o interlocutor não for um sujeito de má-fé, um fanático irrecuperável ou um idiota consumado, eu mantenho conversas e intercâmbio. Só tenho alergia à burrice, atenção, não à ignorância dos ingênuos, mas à estupidez dos bem informados, mas que defendem posturas hipócritas e de má-fé.
Por isso mesmo, estou extremamente chocado com a iniciativa do Boletim da Liberdade, que já assinei, recebo e leio, mas do qual vou me afastar a partir de agora, pelo que se pode ler abaixo.
Não tenho nada contra um Prêmio da Liberdade, pois tudo é válido. Mas acredito que ninguém promoveria um "Prêmio à Escravidão", à Burrice, embora existam, e sabemos que funcionam, com certo sucesso de público, um "Darwin Award" (para os que ousam contrariar dados elementares da realidade) e um "Prêmio IgNobel", para os casos mais estúpidos de "invenções", "realizações" ou "descobertas", que continuam existindo, a despeito de tudo, numa humanidade repleta de idiotas.
Mas o Boletim da Liberdade desta vez exagerou. Eles proclamam orgulhosamente os nomes dos "candidatos" ao seu Prêmio do Ano, e eu considero que eles o fizeram estupidamente, com a seguinte justificativa:
Trata-se de uma das principais premiações do meio pró-liberdade do Brasil e visa reconhecer e valorizar os esforços em defesa dos valores liberais no país.
Estou plenamente consciente de que se trata de votos dos assinantes e seguidores do Boletim, que são em maioria da direita burra (um pouco diferente dos editores do Boletim, que suponho devam sentir vergonha por uma boa parte dos seus leitores), bolsonaristas e outros reacionários e conservadores estúpidos, e não exatamente das preferências dos editores do Boletim. Mas, os editores do Boletim deveria ter VERGONHA de pretender anunciar os pré-escolhidos para o prêmio do ano, nestas categorias, e eu aponto alguns dos pré-escolhidos (há outros):
Personalidade do Ano de 2020:
- Jair Bolsonaro (presidente da República)
Parlamentar do Ano de 2020:
- Bia Kicis (deputada federal - PSL/DF)
Organização do Ano de 2020:
- Brasil Paralelo
Pois bem, creio que esta minha postagem constitui minha ruptura com o Boletim da Liberdade, não por ser contrário à liberdade, ou por achar que eles não têm o direito de apoiar Bolsonaro, a direita-extrema, os reacionários, os estúpidos e os genocidas.
Minha ruptura se dá por um único motivo: eu os enquadro na categoria dos estúpidos, não pelo fato promover o concurso, mas por terem coragem de apontar todos os dementes que são ANTI-LIBERDADE, para um prêmio que pretende promovê-la.
Sinto muito editores do Boletim da Liberdade: vocês exageraram no apoio a liberticidas, a idiotas crassos, a cretinos fundamentais (a frase é de Nelson Rodrigues, um reacionário lúcido), a genocidas (como é o presidente energúmeno), a deputados mentirosos e a uma iniciativa de mídia que coloca a ideologia na frente da verdade.
Vocês exageraram e demonstraram que são promotores da ANTI-LIBERDADE, perdendo, assim, a razão de ser.
Eu me despeço de vocês, pois tenho alergia à BURRICE.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13 de janeiro de 2021
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