O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O ufanismo dos números revisitado: algumas observacoes - PRAlmeida

Retiro, do post abaixo,

O pouco ufanismo dos numeros de crescimento - Samuel Pessoa

Folha de S.Paulo, 21/10/2012 - 03h00

Baixo crescimento do Brasil

 que transcreve artigo de Samuel Pessoa sobre o crescimento brasileiro e de países latino-americanos, algumas frases e com elas faço minhas observações. A tabela pode ajudar a ver a realidade, para os que acham que números podem ser distorcidos à vontade:


 "Três fatos se depreendem da tabela. Primeiro, tanto no governo FHC quanto no governo Lula, o crescimento do Brasil foi muito próximo do crescimento da América Latina: 0,1 ponto percentual a mais para o governo FHC e 0,1 ponto percentual a menos para o governo Lula.
Ou seja, toda a aceleração de crescimento que houve do governo FHC para o governo Lula foi compartilhada pela América Latina.
Segundo, se compararmos o crescimento da economia brasileira com os demais dez países da tabela, houve piora significativa do governo FHC para o governo Lula.
No governo FHC, o crescimento da economia brasileira foi maior do que o crescimento de 6 dos 10 países da tabela. No governo Lula, somente ficamos à frente do México. Todos os demais nove países apresentaram um desempenho de crescimento superior ao nosso.
Terceiro, nosso desempenho no biênio 2011-2012 está bastante aquém do desempenho da América Latina: 2,1% para nós em comparação a 3,8% para a América Latina. Novamente, dos dez outros países da tabela, nosso desempenho só não é pior do que o do Paraguai.
Assim, parece que algo ocorreu nos últimos anos que aparentemente reduziu a capacidade de crescimento da economia brasileira a valores significativamente inferiores aos da América Latina.
"

 Ou seja, nem o governo Lula foi muito melhor do que o governo FHC em matéria de crescimento econômico, como gostam de se vangloriar os companheiros, nem o Brasil foi muito melhor do que a América Latina em geral, e os grandes países em particular, nesse terreno. Ou seja, fomos medíocres, ou não muito brilhantes, como se pode depreender dos números.
Mas o problema principal não está aí, e sim no padrão geral de crescimento. O Brasil parece ter estacionado num "modelo" -- se modelo existe, o que não acredito -- de baixo crescimento e nada parece sugerir que vai mudar muito nos próximos anos. O oba-oba todo com os Brics é uma cortina de fumaça que esconde a mediocridade do crescimento brasileiro.
Os brasileiros privilegiam o consumo e a distribuição, em lugar de crescimento e produtividade, e é isso que os governos Lula e Dilma lhes tem servido. Parece que eles estão contentes, pois o primeiro é ainda muito popular -- a despeito de seu governo ter sido dominado por uma quadrilha de meliantes criminosos, e de haver um grande mentiroso nessa história toda -- e a segunda continua ainda mais popular, com todo esse consumo estimulado artificialmente.
O problema é que esse medíocre crescimento traz acoplado inflação e perda de competitividade, ou seja, os brasileiros vão pagar um preço por esse "modelo" que está ai.
A escolha não foi feita por eles, mas pelo governo.
E nós todos vamos pagar um preço por isso. 
Paulo Roberto de Almeida 

A frase da semana: sobre a imprensa brasileira - Reinaldo Azevedo

O contexto não é genérico, e sim específico, mas creio que esta frase de um jornalista conhecido reflete de maneira absolutamente correta o estado atual da imprensa brasileira:

A imprensa brasileira, coalhada de petismo bocó, agora deu para flertar com práticas que, no limite, a destroem. Eles podem até obter a vitória final, mas não será com a minha conivência.
Reinaldo Azevedo

O pouco ufanismo dos numeros de crescimento - Samuel Pessoa

Folha de S.Paulo, 21/10/2012 - 03h00

Baixo crescimento do Brasil

Samuel Pessoa
Recentemente o FMI divulgou a atualização do relatório do panorama da economia mundial com a revisão (para pior) da taxa de crescimento para as principais economias em 2012.
Fomos informados de que o FMI espera que o crescimento econômico mundial real, isto é, controlando pela inflação nos diversos países, será de 3,3%, e não 3,5%, como se imaginava anteriormente. Os países desenvolvidos crescerão menos, o que motivou a revisão para baixo.
Não foi notado que, apesar da revisão para baixo, a taxa de crescimento de 3,3% ao ano está longe de ser um péssimo resultado. Esse foi o crescimento médio dos 20 anos de 1980 até 1999.
Editoria de Arte/Folhapress
Ou seja, as economias emergentes, quase que sozinhas, visto o péssimo desempenho da Europa e o desempenho ruim dos EUA, estão conseguindo rodar a economia mundial à mesma taxa que vigorou em boa parte do último quarto do século 20.
A divulgação das projeções do FMI é uma boa oportunidade para avaliarmos como está caminhando a economia brasileira em comparação com as demais economias latino-americanas.
Também é uma boa oportunidade para olharmos para o crescimento da economia brasileira de uma perspectiva de longo prazo.
A tabela acima apresenta a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) real para a América Latina (primeira linha), para o Brasil (quarta linha) e para os demais países da América Latina excluindo os países da América Central para diversos períodos.
Na coluna 1, considerei o período que coincide com o mandato do presidente FHC; na coluna 2, o período que coincide com o mandato do presidente Lula; e, na coluna 3, os dois últimos anos, incluindo a previsão para 2012 do FMI, que coincide com os primeiros dois anos do mandato da presidente Dilma.
Além do Brasil, a tabela considera dez outros países latino-americanos: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Três fatos se depreendem da tabela. Primeiro, tanto no governo FHC quanto no governo Lula, o crescimento do Brasil foi muito próximo do crescimento da América Latina: 0,1 ponto percentual a mais para o governo FHC e 0,1 ponto percentual a menos para o governo Lula.
Ou seja, toda a aceleração de crescimento que houve do governo FHC para o governo Lula foi compartilhada pela América Latina.
Segundo, se compararmos o crescimento da economia brasileira com os demais dez países da tabela, houve piora significativa do governo FHC para o governo Lula.
No governo FHC, o crescimento da economia brasileira foi maior do que o crescimento de 6 dos 10 países da tabela. No governo Lula, somente ficamos à frente do México. Todos os demais nove países apresentaram um desempenho de crescimento superior ao nosso.
Terceiro, nosso desempenho no biênio 2011-2012 está bastante aquém do desempenho da América Latina: 2,1% para nós em comparação a 3,8% para a América Latina. Novamente, dos dez outros países da tabela, nosso desempenho só não é pior do que o do Paraguai.
Assim, parece que algo ocorreu nos últimos anos que aparentemente reduziu a capacidade de crescimento da economia brasileira a valores significativamente inferiores aos da América Latina. Esse é um tema que certamente motivará muita pesquisa nos próximos anos.
De qualquer forma, para todos os períodos, o desempenho foi relativamente ruim. Há sinais de que os governos têm sido ruins? Em particular, é sinal de desempenho ruim da atual administração? Não necessariamente.
O fato de o atual governo e de o anterior serem extremamente populares sugere que a prioridade da sociedade não tem sido o máximo crescimento econômico. Outros fatores devem determinar a forma como o eleitor tem escolhido os governantes.
Penso que o eleitor mediano tem priorizado governos que reduzam a desigualdade e elevem a renda e o consumo. Esse objetivo tem sido compatível com o desempenho medíocre de crescimento da economia brasileira. Não sabemos até quando. Mas me parece que só haverá alteração do padrão de escolha política da sociedade quando esse modelo de baixo crescimento e melhora da desigualdade, da renda e do consumo testar seus limites.
SAMUEL PESSÔA é doutor em economia e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
Escreve aos domingos nesta coluna.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Casa de tolerancia? - editorial O Globo

A intolerância recepciona Yoani Sánchez (Editorial)

Editorial O Globo, 21.2.2013
A denúncia publicada pela revista “Veja” de que o embaixador cubano no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, patrocinara reunião em Brasília para abastecer grupos radicais de “informações” contra a blogueira Yoani Sánchez foi o sinal de que a viagem da cubana dissidente ao Brasil poderia não ser tranquila.
Para tornar o fato mais grave, participou do encontro Ricardo Poppi Martins, militante petista coordenador de Novas Mídias e Outras Linguagens de Participação, da Secretaria Geral da Presidência, de Gilberto Carvalho. Entre os presentes à reunião, articulada pelo coordenador político da embaixada, Rafael Hidalgo, havia mais representantes do PT, além do PCdoB, da CUT, etc.

http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2013/02/129_2059-alt-yoani.jpg

Impossível não estabelecer relação entre a reunião de “agitação e propaganda” patrocinada pelo senhor embaixador cubano em Brasília, na qual foi distribuído pelo menos um CD da ditadura cubana para ajudar a difamar Yoani, e ruidosas e agressivas manifestações feitas por grupelhos na passagem da blogueira principalmente por Recife (PE) e Feira de Santana (BA).
Um dos símbolos da luta pela liberdade de expressão em Cuba, Yoani teve a melhor das reações diante da claque que avançou com violência contra ela no Recife: “Esta é uma expressão da democracia que espero ver em Cuba.” Mas, assim como em Cuba, ela teve limitada a liberdade, pois, na Bahia, não pôde ser exibido o filme “Conexão Cuba-Honduras”, um dos motivos de sua viagem, depois de cinco anos de tentativas de obter visto para ir ao exterior.
Recebida ontem no Congresso, por iniciativa correta da oposição e apoio de pessoas sensatas da base do governo, como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Yoani, com a sua viagem, ajuda a sociedade brasileira a ter uma ideia de como se articulam, dentro e fora do governo, grupos radicais, antidemocratas, intolerantes.
A tíbia reação do Itamaraty a uma reunião numa embaixada estrangeira para deflagrar uma ação política de sabotagem em território nacional já demonstra o poder dessa gente em Brasília.
Ficou evidente, ainda, que se usa a mesma rede de militância existente na internet — a partir de perfis falsos, e-mails de “laranjas” — para disseminar acusações de toda ordem contra Yoani, deixando a impressão digital de uma operação orquestrada. Mais uma vez. Até os cartazes, como registrou a cubana em seu blog Generación Y, brandidos contra ela no desembarque, eram padronizados.
Nada a estranhar quanto a manifestações. É parte da democracia — que não existe mesmo em Cuba. Lá, ativismo político só a favor. O preocupante é quando esquemas autoritários de militância têm raízes dentro do aparelho de Estado.
A pressão sobre a blogueira no Brasil expõe algo bem mais grave do que a ação de minorias fanáticas.

E por falar em ufanismo dos companheiros...

Os companheiros estão comemorando -- com muita publicidade enganosa, como é do estilo deles, e até com afirmações mentirosas -- dez anos de governo, dizendo que nunca antes neste país, se fez tanto em favor dos mais pobres, do crescimento, da melhoria da renda, da altivez externa, e outras realizações supostamente fantásticas.
Se formos aos números, entretanto, tudo isso vem abaixo, como mostra este pequeno post do blog do economista Mansueto Almeida (não é parente), do Ipea.
Modelo é uma construção ex-post de algo que deu certo. É evidente que o Brasil atualmente não apresenta modelo algum, a não ser o que está na publicidade enganosa dos companheiros, mas que não se sustenta na prática.
Paulo Roberto de Almeida

Qual o modelo brasileiro?

Já escrevi muito sobre esse assunto aqui e não vou me alongar muito. Mas quando se fala em “modelo” é preciso ter algo que nos diferencia para melhor (ou pior) de outros países. Se for para melhor, o modelo pode servir de exemplo para outros países tentarem fazer o mesmo. 
Aqui, no Brasil, devido ao maior crescimento na primeira década deste século em conjunto com a melhoria da distribuição de renda e queda da desigualdade muitos começaram a falar de um “modelo brasileiro”.
Amigos meus até chegaram a escrever textos acadêmicos sobre o assunto, exaltando o “modelo brasileiro” que seria caracterizado por crescimento com distribuição de renda, politicas sociais ativas, expansão do crédito, e maiores incentivos à inovação.
Há, no entanto, um grande problema com esse suposto modelo brasileiro. Quando se olha para os dados de crescimento do PIB e indicadores sociais, o Brasil não se destaca quando comparado aos demais países da América Latina, o que sugere que o Brasil, como os demais países produtores de commodities, “surfaram” no boom de commodities. É claro que a América Latina melhorou, mas  o Brasil não se destaca nem em crescimento nem tão pouco na melhoria dos indicadores sociais.
PIB Am LAtinaPara corroborar a tese acima de que não há um modelo brasileiro sugiro duas leituras bem simples. Uma é o artigo do meu amigo Samuel Pessoa do IBRE-FGV na Folha de São Paulo (clique aqui) de onde retirei a tabela ao lado e no qual ele mostra que:
“…tanto no governo FHC quanto no governo Lula, o crescimento do Brasil foi muito próximo do crescimento da América Latina: 0,1 ponto percentual a mais para o governo FHC e 0,1 ponto percentual a menos para o governo Lula.”
E enfatiza ainda que:
No governo FHC, o crescimento da economia brasileira foi maior do que o crescimento de 6 dos 10 países da tabela. No governo Lula, somente ficamos à frente do México. Todos os demais nove países apresentaram um desempenho de crescimento superior ao nosso.”  E nos dois primeiros anos do governo Dilma crescemos muito menos do que a média dos países da América Latina.

No caso das politicas sociais, a mais nova carta do IBRE (a melhora nos indicadores sociais da América Latina) mostra também que a redução de desigualdade de renda e da pobreza foi um fator comum a vários países da América Latina (clique aqui para ler a carta do IBRE-FGV).
A nota do IBRE fala que: “No Brasil, e provavelmente em outros países latino-americanos, há a sensação de que essa melhora é um fenômeno fundamentalmente nacional, ligado a determinadas escolhas políticas e econômicas. Um rápido sobrevoo no continente, porém, revela que os avanços sociais ocorreram em países com regimes econômicos e políticos bastante diferenciados, o que exclui de antemão qualquer tentativa muito simplista de explicá-los.”
E a nossa redução de pobreza foi mais modesta do que a de nossos vizinhos latino americanos. Por exemplo:
“….na Bolívia, a fatia que tinha menos de US$ 2 por dia para viver representava 23,3% da população em 2000, caindo para 13% em 2008. No Equador, a proporção desabou de 16,3% para 4,1% entre 2000 e 2010.  No caso da Colômbia, o recuo foi de 16,4% para 6,7%. O Brasil, por sua vez, saiu de 10,2% em 2001 para pouco mais de 5,4% em 2009. Como se pode perceber, o tão festejado recuo da pobreza brasileira nos últimos dez anos, apesar de mostrar um inegável sucesso das políticas econômicas e sociais domésticas, é até mais modesto do que o de vários vizinhos latino-americanos.”
Se não fomos superiores em crescimento econômico nem em redução de pobreza quando comparado aos demais países da América Latina, qual é o “modelo brasileiro” que poderia ser replicado pelos outros países?
Seria bom se antes de dar lições para o resto do mundo sobre o que fazer, olhássemos com mais humildade para os nossos vizinhos. Infelizmente, quando se faz isso, o Brasil não parece ter ainda encontrado o tão falado “modelo brasileiro”.
O Brasil é um país de grande potencial até maior do que vários países da América Latina e estamos longe do populismo e retrocesso institucional da Argentina e Venezuela. Mas falar que existe um “modelo brasileiro” que pode e deve ser replicado é um exagero. Espero que algum dia isso seja verdade, mas, por enquanto, não consigo ver com clareza que seria o “modelo brasileiro”.

Brasil: um gigante com uma bola de ferro nos pés...

Semelhante à imagem clássica daqueles prisioneiros de uniforme listrado e uma imensa bola de ferro atada nos pés, o Brasil se arrasta penosamente em direção à modernidade.
Os prisioneiros são os empresários, ou todos aqueles que pretenderiam trabalhar e criar riqueza.
A bola de ferro tem dono, proprietário, fabricante e controlador: o governo, com seu manancial burocrático, com sua carga de impostos, com sua ineficiência proverbial, enfim, um feitor analfabeto, que pouco entende de economia, mas que pretende ditar regras para os pobres prisioneiros que somos todos nós.
De fato é assim: políticos em geral são incultos em matéria econômica, e os companheiros no governo têm os preconceitos típicos dos que se acreditam desenvolvimentistas, mas que são apenas keynesianos de botequim, rústicos como todos esses universitários que saem de cursos despreparados.
Esse é o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

O investimento emperrado

19 de fevereiro de 2013 | 2h 09

Editorial O Estado de S.Paulo
Com vento a favor, otimismo e muito empenho, governo e setor privado voltarão a investir em máquinas, equipamentos, edificações e infraestrutura, neste ano, algo próximo de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a nova projeção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Se tudo correr bem, a capacidade produtiva ficará um pouco maior e tecnicamente mais atualizada e a economia nacional ganhará alguma eficiência. Apesar desse esforço, o País ainda ficará muito atrás das economias dinâmicas da Ásia, onde o investimento geralmente supera com folga a marca de 30% do PIB e se aproxima, nos casos mais notáveis, de 40%. Além disso, taxas entre 25% e 30% vêm-se tornando comuns na América Latina, graças a uma boa combinação de poupança interna e captação de recursos externos. No ano passado a política de investimentos fracassou, mais uma vez, apesar do alarde sobre o avanço dos programas oficiais e da liberação de recursos do Tesouro para os bancos controlados pela União. No terceiro trimestre, o total investido ficou em 18,7% do PIB, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com alguma pequena melhora nos três meses finais, dificilmente o cenário terá ficado muito diferente.
O valor investido entre 2013 e 2016 será 28,9% maior que o aplicado entre 2008 e 2011, segundo projeção do BNDES. Os números de 2012 ficaram fora da comparação. A maior parcela dos novos investimentos (R$ 1,03 trilhão) será destinada à indústria, de acordo com as projeções, e ficará 22% acima da contabilizada entre 2008 e 2011. O segundo maior valor (R$ 489 bilhões) será aplicado na infraestrutura, mas a expansão, de 36,2%, será bem mais acentuada. O total previsto para serviços (R$ 217 bilhões) também terá um aumento considerável de 36,7%.
Ao estabelecer suas estimativas, os técnicos do banco levaram em conta as consultas dirigidas à instituição e as novas aprovações de projetos. Os cálculos podem parecer, portanto, bem fundamentados, mas com certeza incluem uma dose razoável de otimismo quanto à eficiência do setor público e à disposição dos empresários privados.
A ação do governo é duplamente importante para a evolução dos investimentos. Primeiro, porque o próprio setor público é responsável por uma grande parcela da formação de capital fixo, por meio de projetos de infraestrutura realizados diretamente ou em parceria com o setor privado. E a ineficiência do governo tanto na realização de investimentos quanto na mobilização de recursos privados é notória. Segundo, porque a ação governamental dificulta a ação das empresas, com excesso de burocracia, tributação mal orientada e sinais pouco claros a respeito dos rumos de sua política.
Mesmo os incentivos são em geral medidas de efeito limitado, por serem mal dirigidos e pouco articulados com ações amplas de política econômica. Estímulos temporários e parciais ao consumo são um exemplo de ineficiência: favorecem as vendas durante algum tempo, mas são insuficientes para gerar confiança na evolução dos negócios a médio prazo. O sistema tributário continua ruim, mesmo com algumas desonerações parciais, e é um dos vários fatores determinantes da baixa produtividade geral da economia.
Pequenos aumentos na taxa de investimento, isto é, na relação entre o valor investido e o PIB, serão celebrados pelo governo a cada ano como vitórias, mas pouco afetarão a capacidade de crescimento do País.
Os técnicos do governo fariam bem se refletissem um pouco mais sobre os dados do próprio BNDES. No ano passado, o banco desembolsou R$ 156 bilhões. Descontada a inflação, esse valor foi 5,4% maior que o de 2011, um resultado aparentemente positivo. Mas, pelo mesmo critério, o dinheiro desembolsado em 2012 foi menor que os totais liberados em 2009 (R$ 164 bilhões) e 2010 (R$ 190 bilhões).
Em todos esses anos o Tesouro transferiu grandes somas ao BNDES para financiar projetos empresariais, mas o resultado global foi um fiasco indisfarçável. Será muito fácil, e errado, atribuir o problema à crise externa. Um pouco de autocrítica, para variar, será muito saudável.

Missão da OMC no Brasil avaliará se País é protecionista

O Estado de S. Paulo, 21 de fevereiro de 2013
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE - Agencia Estado
GENEBRA - Uma missão da Organização Mundial do Comércio (OMC) desembarca no próximo fim de semana no Brasil para examinar a política comercial da presidente Dilma Rousseff, numa ação que colocará em evidência as medidas consideradas como protecionistas por parte do governo.
A investigação da OMC tem como objetivo preparar um informe sobre a situação do Brasil, que será apresentado aos demais integrantes do órgão, no fim de junho, em Genebra. Na ocasião, governos de todo o mundo poderão questionar as práticas comerciais do Brasil.
A revisão da política brasileira é realizada pela OMC a cada quatro anos e serve como uma espécie de sabatina para apontar os desafios e as medidas que poderiam ser consideradas como irregulares.
Em 2009, por exemplo, governos de todo o mundo enviaram mais de 530 perguntas ao Itamaraty e parte dos ataques se referiam à elevação de tarifas no Brasil. A média de impostos passou de 10,4% para 11,5% entre 2005 e 2009, diante da elevação de tarifas de importação para têxteis de calçados.
Em 2004, a OMC sugeriu que o Brasil acelerasse a liberalização de seu mercado para crescer a taxas mais altas. Desde então, o que ocorreu foi o contrário, segundo os governos que enviaram questões ao Itamaraty.
Agora, técnicos da OMC vão se debruçar nas leis criadas pelo Brasil, nos últimos meses, consideradas por países ricos como protecionistas. Isso inclui a elevação de impostos de importação e a isenção de impostos para empresas que fabriquem seus produtos dentro do mercado brasileiro. Outro ponto que a OMC deve avaliar é o impacto da valorização do real nas importações, além do peso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES) e de subsídios locais para a produção.
Nos últimos meses, governos como o dos EUA, Europa, Coreia do Sul, México e Japão foram críticos à posição do Brasil no comércio internacional, denunciando uma escalada de tarifas e barreiras.
Segundo diplomatas em Brasília, não seria uma surpresa se a OMC lidar com alguns desses casos em reuniões que vai manter com o Itamaraty, com o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior e com o Ministério da Fazenda a partir de segunda-feira.
Diplomático, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, tem evitado fazer críticas diretas ao Brasil. Mas vem insistindo que "o protecionismo não garante proteções" e alertando que a elevação de tarifas pode ser prejudicial para a economia importadora.

Campanha
O comportamento do governo brasileiro também já aterrissou na campanha para a disputa do cargo máximo da OMC. O candidato mexicano, Hermínio Blanco, atacou diretamente algumas das propostas brasileiras, acusando Brasília de protecionismo.
"Temos de manter a OMC como uma organização que defenda o comércio", disse. O candidato ainda criticou a decisão do Brasil de suspender o acordo automotivo com o México. "O acordo foi útil para gerar empregos e sua suspensão só mostra como é importante que, em eventuais acordos futuros, teremos de prever mecanismos de solução de disputa para que governos pensem duas vezes se querem sair de um tratado."
Diante da imagem do Brasil, o próprio candidato brasileiro para a liderança da OMC, Roberto Azevedo, optou por se distanciar da posição comercial do governo de Dilma Rousseff, insistindo que, se for eleito, defenderá a visão do conjunto de países.
Para o exame da OMC, porém, o Brasil já está com suas respostas prontas. A elevação de tarifas não foi feita de forma irregular, já que o imposto cobrado ainda está dentro das margens permitidas ao País. Além disso, o Itamaraty deixará claro que os demais países não têm do que se queixar: desde a elevação das taxas, as importações continuaram crescendo e que, portanto, as novas barreiras não eram proibitivas. O governo mostrará que as importações crescem a um ritmo superior às exportações nos últimos meses.

Sabia Decisao: ficar onde tem comida...

Uma boa e sensata decisão. Ninguém pode acusar os presos portugueses de não agirem com inteligência...


CRISE EUROPEIA

PRESO DE PORTUGAL QUER FICAR NA CADEIA
Prisioneiros têm recusado ida para casa

A cara do congresso - Marco Antonio Villa

A cara e outras partes também...
Paulo Roberto de Almeida


MARCO ANTONIO VILLA
O Globo, 19/02/2013

A República brasileira nasceu sob a égide do coronelismo. O federalismo entregou aos mandões locais parcela considerável do poder que, no Império, era exercido diretamente da Corte. Isto explica a rápida consolidação do novo regime justamente onde não havia republicanos. Para os coronéis pouco importava se o Brasil era uma monarquia ou uma república. O que interessava era ter as mãos livres para poder controlar o poder local e exercê-lo de acordo com seus interesses.
Mesmo durante as ditaduras do Estado Novo e militar, o poder local continuou forte, intocado. A centralização não chegou a afetar seus privilégios. Se não eram ouvidos nas decisões, também não foram prejudicados. E quando os regimes entraram em crise, na “nova ordem” lá estavam os coronéis. Foram, ao longo do tempo, se modernizando. Se adaptaram aos novos ventos econômicos e ao Estado criado a partir de 1930.
O fim do regime militar, paradoxalmente, acabou dando nova vida aos coronéis. Eles entenderam que o Congresso Nacional seria ─ como está sendo nas últimas três décadas ─ o espaço privilegiado para obter vantagens, negociando seu apoio a qualquer tipo de governo, em troca da manutenção do controle local. Mais ainda, a ampliação do Estado e de seus recursos permitiu, como nunca, se locupletar com os bancos e empresas estatais, os recursos do orçamento federal e, mais recentemente, com os programas assistenciais.
A modernização econômica e as transformações sociais não levaram a nenhuma alteração dos métodos coronelísticos. A essência ficou preservada. Se no começo da República queriam nomear o delegado da sua cidade, hoje almejam uma diretoria da Petrobras. A aparência tosca foi substituída por ternos bem cortados e por uma tentativa de refinamento ─ que, é importante lembrar, não atingiu os cabelos e suas ridículas tinturas, ora acaju, ora preto graúna.
Não há nenhuma democracia consolidada que tenha a presença familiar existente no Brasil. Melhor explicando: em todos os estados, especialmente nos mais pobres, a política é um assunto de família. É rotineiro encontrar um mesmo sobrenome em diversas instâncias do Legislativo, assim como do Executivo e do Judiciário. Entre nós, Montesquieu foi tropicalizado e assumiu ares macunaímicos, o equilíbrio entre os poderes foi substituído pelo equilíbrio entre as famílias.
Um, entre tantos tristes exemplos, é Renan Calheiros. Foi eleito pela segunda vez para comandar o Senado. Quando exerceu anteriormente o cargo foi obrigado a renunciar para garantir o mandato de senador ─ tudo em meio a uma série de graves denúncias de corrupção. Espertamente se afastou dos holofotes e esperou a marola baixar.
Como na popular marchinha, Renan voltou. Os movimentos de protesto, até o momento, pouco adiantaram. Os ouvidos dos senadores estão moucos. A maioria ─ incluindo muitos da “oposição” ─ simpatiza com os seus métodos. E querem, da mesma forma, se locupletar. Não estão lá para defender o interesse público. E ridicularizam as críticas.
Analiticamente, o mais interessante neste processo é deslocar o foco para o poder local dos Calheiros. É Murici, uma paupérrima cidade do sertão alagoano. Sem retroagir excessivamente, os Calheiros dominam a prefeitura há mais de uma década. O atual prefeito, Remi Calheiros, é seu irmão ─ importante: exerce o cargo pela quarta vez. O vice é o seu sobrinho, Olavo Calheiros Neto. Seu irmão Olavo é deputado estadual, e seu filho, Renan, é deputado federal (e já foi prefeito). Não faltam acusações envolvendo os Calheiros. Ao deputado estadual Olavo foi atribuído o desaparecimento de 5 milhões de reais da Assembleia Legislativa, que seriam destinados a uma biblioteca e uma escola. A resposta do Mr M da política alagoana foi agredir um repórter quando perguntado sobre o sumiço do dinheiro. E teve alguma consequência? Teve algum processo? Perdeu o mandato? Devolveu o dinheiro que teria desviado? Não, não aconteceu nada.
E a cidade de Murici? Tem vários recordes. O mais triste é o de analfabetismo: mais de 40% da população entre os 26 mil habitantes. De acordo com dados do IBGE, o município está entre aqueles com o maior índice de incidência de pobreza: 74,5% da população. 41% dos muricienses recebem per capita mensalmente até um quarto do salário mínimo. Saneamento básico? Melhor nem falar. Para completar o domínio e exploração da miséria é essencial contar com o programa Bolsa Família. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social, na cidade há 6.574 famílias cadastradas no programa perfazendo um total de 21.902 pessoas, que corresponde a 84,2% dos habitantes. Quem controla o cadastro? A secretária municipal de Assistência Social? Quem é? Bingo! É Soraya Calheiros, esposa do prefeito e, portanto, cunhada de Renan.
O senador é produto desta miséria. Em 2007, quando da sua absolvição pelo plenário do Senado (40 votos a favor, 35 contra e seis abstenções), seus partidários comemoraram a votação como uma vitória dos muricienses. Soltaram rojões e distribuíram bebidas aos moradores. E os mais fervorosos organizaram uma caravana a Juazeiro do Norte para agradecer a padre Cícero a graça alcançada…
Porém, o coronel necessita apresentar uma face moderna. Resolveu, por incrível que pareça, escrever livros. Foram quatro. Um deles tem como título “Do limão, uma limonada”. Pouco antes de ser eleito presidente do Senado, a Procuradoria-Geral da República o denunciou ao STF por três crimes: falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato. Haja limonada!

A blogueira e os mercenarios, 4: pequena reflexao lateral...

A visita ao Brasil e os eventuais pronunciamentos públicos (quando pode) da blogueira cubana não possuem nenhuma importância intrínseca, nenhuma relevância, pelo que possam representar como argumentos em si, e para si: são banais, anódinos, sem qualquer profundidade analítica ou sem qualquer objetivo programático ou político, no sentido mais preciso dessa palavra. Ou seja, o que ela diz, ou como diz, não importa muito.
Mais interessante são as reações que esse périplo despertou e que suas aparições vêm despertando entre gregos e goianos, ou entre brasileiros e estrangeiros. Na verdade, essas reações são tristes, patéticas, lamentáveis, denunciadoras de um mal maior: o profundo atraso mental em que vive o Brasil.
Já nem me refiro aos representantes da ditadura e seus mercenários tupiniquins, pobres diabos que não sabem o que fazem, apenas receberam ordens de protestar contra a "agente da CIA"  e "inimiga do poder popular" na única ilha "socialista" do hemisfério, ou então o fazem até com entusiasmo, o que lhes permite a idiotice reinante em certos setores do que seria a esquerda, mas que é apenas um ajuntamento de fascistas ignorantes.
Mesmo os supostos "apoiadores" da turista acidental estão dramatizando de tal forma esse episódio, que ele aparece como muito mais importante do que ele realmente é, ou seja, quase nada, seja na história do Brasil, seja no itinerário de Cuba.
Cuba é hoje um anacronismo absoluto, não apenas da Guerra Fria -- que desapareceu no sentido clássico, embora sobreviva em certas reações da Rússia e nos espíritos de russos e americanos saudosistas -- mas especialmente do stalinismo, da mais terrível ditadura já conhecida na história, junto com sua irmã maoista, que não inventou nada, mas que matou infinitamente muito mais gente.
Cuba não tem nenhuma importância, para o Brasil, para os EUA, para a América Latina, e só tem importância para esse bando de idiotas -- dos dois ou três lados -- que ficam se movimentando em torno do nada, justamente, apenas revelador, repito, do estado mental atrasado em que infelizmente nos encontramos.
Paulo Roberto de Almeida

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Sinistro da Mazenda e a deseconomia pouco nacional...

A situação econômica não parece boa, mas não se observam reações à altura por parte das autoridades. Todas elas falam em estimular a atividade, ou seja, despejar mais crédito nos mercados consumidores e dar mais alguma proteção e facilidades setoriais, que acabam atingindo alguns (e outros também, pelas expectativas que despertam), sem que no entanto se ataquem os problemas estruturais da competitividade brasileira: custo do capital, infraestrutura, baixa produtividade do capital humano e baixíssima qualificação técnica da mão-de-obra especializada, alta tributação, excessso de monopólios e de proteção, dirigismo estatal aleatório, o que mantém a volatilidade do cenário econômico, enfim, problemas graves que não estão sendo equacionados pelo governo.
Paulo Roberto de Almeida

Celso Ming
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Exuberância

20 de fevereiro de 2013 | 2h 07
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
 
O desempenho do comércio varejista de dezembro foi decepcionante, na medida em que frustrou a expectativa otimista de um avanço superior a 2% em relação ao mês anterior. Os resultados apontaram para queda de 0,5%.
Mas quem olha para o que aconteceu durante 2012 não pode negar que, comparado com o de 2011, o avanço do consumo brasileiro alcançou padrões chineses: 8,4% em termos reais, ou seja, descontada a inflação.
São rio em leito de riacho quando esses volumes do comércio são comparados com os da atividade produtiva. O avanço definitivo do PIB brasileiro em 2012 será conhecido dia 1.º de março, mas já se sabe, de antemão, que será magro, em torno de 1%. O setor produtivo não está acompanhando a exuberância do consumo, acionado, em última análise, pela elevação das despesas públicas.
Esse descompasso tem duas consequências. E a primeira delas é que parte do consumo tem de ser suprida com aumento das importações. É o que fica especialmente nítido no setor de combustíveis, cuja demanda avançou em 2012 nada menos que 6,8%, enquanto as refinarias da Petrobrás acusaram queda de produção de 2,35%.
O segundo desdobramento é mais inflação, porque parte do ajuste está sendo feita com alta de preços. É o que explica a inflação de 5,8% em 2012 e o novo patamar anual, acima dos 6% neste começo de 2013.
O governo federal tenta não mostrar preocupação com essas distorções. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, parece conformado com essa esticada da inflação. Sempre que pode, tenta convencer o público de que os números ruins acabarão se revertendo espontaneamente. Lá pelas tantas, como ocorreu na semana passada, avisa que, caso seja necessário combater a inflação, o instrumento mais adequado para isso é a política monetária (política de juros), e não uma valorização cambial (baixa do dólar) que provocasse a queda dos preços dos importados.
Mesmo com as aparentes divergências, a posição do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não é tão diferente. Ontem ele voltou a passar o recado de que não pretende aumentar os juros básicos (Selic), hoje em 7,25% ao ano, para combater a inflação. Mas deixou a porta aberta para isso. "Se for necessário, a política monetária será adequadamente ajustada", disse, em Brasília. Apesar das declarações em contrário, o câmbio tem, sim, uma função auxiliar no combate à inflação. É o que sugere a manutenção da baixa das cotações por mais algum tempo.
Mas as causas das distorções acima apontadas não estão sendo atacadas. A ausência de oferta não tem sido corrigida nem com redução dos custos de produção (especialmente na indústria) nem com investimentos. A expansão da infraestrutura persiste tímida demais e vai demorar a produzir efeito.
O aumento das despesas públicas, por sua vez, não está sendo corrigido com mais austeridade. O governo Dilma entende que o raquitismo do PIB tem de ser combatido com injeções de vitamina. No entanto, se nada de novo vier a acontecer, a economia neste ano está fadada a gerar crescimento fraco, com mais inflação.

A mistificacao da historia pela propaganda asquerosa, e mentirosa...

O que pode levar certas pessoas a deformar a história de maneira tão brutal que os torna cúmplices dos militares e dos oligarcas do Brasil?
Deve ser o ódio contra quem de certa forma quer a mesma coisa que eles, mas não se encaixa nos projetos totalitários de quem comete fraudes com a história.
Como elogiar a ditadura e o governo vilipendiado quando  na época sem mentir descaradamente?
Leio o seguinte na imprensa online:

ULTIMO SEGUNDO ig, 20/02/2013
O panfleto com o texto principal do evento desta quarta-feira evidencia a preocupação do PT com a coesão da aliança que elegeu Dilma. Em vários trechos, o partido divide com os aliados os méritos pelos avanços obtidos nestes 10 anos. Segundo o documento, os avanços foram obtidos “pelo conjunto de forças políticas pertencentes à Frente Democrática e Popular, cuja liderança maior coube ao Partido dos Trabalhadores”.
O panfleto, cujo objetivo é fornecer uma “narrativa própria” do PT sobre as últimas décadas da política brasileira, enumera realizações dos governos Lula/Dilma (desenvolvimentista) e supostos fracassos da era Fernando Henrique Cardoso (neoliberal). Com isso o PT espera preparar o discurso para a campanha pela reeleição de Dilma em 2014, municiar a militância com informações e tirar o partido da agenda negativa intensificada com as condenações no julgamento do mensalão.
Em 15 páginas, o PT não cita o escândalo nem os percalços econômicos e administrativos de Lula/Dilma e usa termos pesados como “desastroso” para classificar o governo tucano. No contexto histórico, Fernando Henrique é colocado ao lado de Fernando Collor e Itamar Franco, todos neoliberais. Em momento algum o PT reconhece avanços obtidos na gestão tucana, como o fim da inflação e a a estabilidade econômica.

Até a ditadura militar (1964-1985) é tratada com mais boa vontade pelo PT para quem “durante os 21 anos do regime militar a inegável expansão de bases materiais da produção permitiu inserir o país entre as oito mais importantes economias capitalistas do mundo”.

O governo do peemedebista José Sarney (1985-1990), um dos principais aliados do PT no Congresso, é citado de forma positiva. O documento tem o cuidado de mencionar o período Sarney como o “governo da Nova República” que, segundo o documento, teve o “mérito da consolidação democrática” e não conseguiu realizar um novo “projeto nacional” devido à “herança da crise da dívida externa deixada pela ditadura”. O fato de Sarney ter deixado o governo com inflação de 80% ao mês não é citado.

Em duas tabelas e quatro gráficos o PT compara seus números aos da gestão tucana ano a ano em temas como inflação, crescimento econômico, dívida pública, reservas externas, emprego, redução da desigualdade e renda do trabalhador. Todos os números são amplamente favoráveis ao PT. Temas nos quais o PT leva desvantagem como o número de assentados em programas de reforma agrária não foram elencados.

A autoria do texto é do Instituto Lula, Fundação Perseu Abramo e do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

TEXTO COMPLETO
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-02-20/pt-usa-10-anos-no-governo-para-consolidar-base-aliada.html

A blogueira e os mercenarios, 3: seria triste, se não fosse ridiculo

Leio na imprensa online:

Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, n VEJA.com:
A blogueira cubana Yoani Sánchez foi recebida aos berros na Câmara dos Deputados por parlamentares pró-ditadura dos irmãos Castro.


O que pode levar homens graúdos, alguns barbados, certamente alfabetizados (portanto capazes de ler até jornal) a empreender esse tipo de reação com alguém que visita o Brasil, vindo de uma ditadura que ninguém que tem dois neurônios teria coragem de defender abertamente?
O que os leva a protestar contra quem tem uma mensagem de liberdade, de tolerância de democracia?
Deveria ser triste, ou patético, mas encontro sumamente ridículo toda essa movimentação em torno de uma simples visita, um clamor geral, seja a favor, seja contra. Constrangedor assistir espetáculos desse tipo, o que demonstra quão ridículas são certas pessoas... e quão ridículo está o país...
Paulo Roberto de Almeida

Liberdade à cubana

20 de fevereiro de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Os militantes que na segunda-feira hostilizaram a dissidente cubana Yoani Sánchez nos aeroportos do Recife e de Salvador e na mesma noite impediram a exibição, em Feira de Santana, de um documentário produzido no Brasil de que ela é protagonista decerto nunca leram uma linha da líder revolucionária alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919). Eles são exímios, de toda forma, em pôr de ponta-cabeça a máxima que a apartou dos maiores líderes revolucionários de seu tempo, como Lenin e Trotsky. Enquanto estes, fiéis a Marx, consideravam a ditadura do proletariado imprescindível à construção do que seria o edênico sistema comunista, já então, com admirável senso premonitório, ela cunhou a máxima graças à qual se poupou de entrar para a história pela via da ignomínia e da apologia da violência em escala até então sem precedentes. "A liberdade", escreveu, "é quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem discorda de nós."
Os grupelhos autoritários que tentaram intimidar a filóloga e jornalista Yoani, de 37 anos - a única voz contra a ditadura castrista que se exprime pela internet, no seu blog Generación Y, criado em 2007 -, desfrutariam em Cuba da "liberdade" de concordar com a senil ordem política local. Só há pouco, numa tentativa de adiar o seu desmanche, o castrismo passou a permitir viagens ao exterior sem que os interessados tenham de obter o infame visto de saída da ilha. Graças a isso, Yoani pôde tirar o passaporte que lhe vinha sendo negado sistematicamente. Ela só esteve fora de Cuba de 2002 a 2004, quando morou na Europa. Sendo o que são os seus fanatizados detratores - filiados a organizações patéticas como a União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B e admiradora do regime norte-coreano; do Partido Comunista Revolucionário, que almeja "dirigir a classe operária"; e do Partido Consulta Popular, pró-MST, que ministra um curso de "realidade brasileira" -, seria nulo o seu risco de punição no feudo dos irmãos Castro.
Isso porque não há hipótese de que o contato com a realidade cubana viesse a abalar a sua petrificada mentalidade. Antes, seriam capazes de competir com os serviços de segurança do regime no zelo persecutório aos que ousam exercer "a liberdade de quem discorda". Esse lumpesinato político nem precisa ser mobilizado pela Embaixada de Cuba em Brasília para querer sabotar a passagem de Yoani pelo País. A blogueira e colunista do Estado, que só não foi agredida fisicamente na chegada porque estava sob proteção, não se surpreendeu. "Com insultos, estou acostumada", comentou. "Tenho a pele curtida contra xingamentos. Isso é o cotidiano na minha vida." (Depois de amanhã, ela participará de um evento aberto ao público, "Conversa com Yoani", na sede deste jornal. No mesmo dia será exibido o documentário barrado em Feira de Santana, Conexão Cuba-Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão.) Pior são os petistas que não só comungam com o castrismo e a chamada Revolução Bolivariana de Hugo Chávez, mas comparam dissidentes a delinquentes, ou "bandidos".
Foi o inesquecível termo empregado pelo então presidente Lula, numa visita a Havana em março de 2010, quando o jornalista cubano Guillermo Fariñas completava 15 dos seus 135 dias em greve de fome pela libertação dos presos políticos da ilha. No Brasil, os manifestantes que chamam Yoani de "traidora" e de "agente da CIA" fazem barulho. O PT faz mais: o bastante para se assegurar de que o governo brasileiro se abstenha de criticar, que dirá condenar, Cuba nos fóruns internacionais sobre violações de direitos humanos. Dirigentes do partido, como o mensaleiro José Dirceu, pagam de bom grado a sua infindável dívida com Fidel por tê-los acolhido - e treinado para o desvario da guerrilha - no tempo da ditadura militar. Já Yoani, no que dependeu dela, começou bem a sua visita. O seu comedimento e manifesto fair-play chamaram desde logo a atenção. Por exemplo, recusando-se a comparar Cuba ao Brasil, mencionou os estrangeiros que, tendo passado duas semanas em um hotel de Havana, "explicam para mim como é o meu país". Mas não deixou de lembrar a frase de um amigo: "Os brasileiros são como os cubanos, mas são livres".

Apres moi, le deluge: Obama's budget free fall...

EDITORIAL
Real Cost of Shrinking Government
The New York Times: February 16, 2013

In less than two weeks, a cleaver known as the sequester will fall on some of the most important functions of the United States government. About $85 billion will be cut from discretionary spending over the next seven months, reducing defense programs by about 8 percent and domestic programs by about 5 percent. Only a few things will be spared, including some basic safety-net benefits like Social Security, as well as pay for enlisted military personnel.

Domestic Effects
2,100 fewer food safety inspections would be conducted at domestic and foreign plants.

4,000 workers would be furloughed every day at the F.A.A., causing flight backups.

70,000 children would lose Head Start; the cuts also jeopardize 14,000 teachers and other school employees.

125,000 families would be put at sudden risk of homelessness because their rental assistance would end.

373,000 seriously mentally ill adults and severely emotionally disturbed children would most likely lose their treatments.

600,000 women and children would lose nutrition aid from the Women, Infants and Children program.

Military and Security Effects
2,600 fewer criminal and civil cases would be handled by federal prosecutors because of staff reductions.

251,000 civilians employed by the Army could be furloughed for up to 22 days.

$3 billion would be the potential shortfall in the military’s health insurance program; some services could be denied for retirees and dependents of active-duty personnel.

25 and 470 ships and aircraft, respectively, would forgo maintenance.

The sequester will not stop to contemplate whether these are the right programs to cut; it is entirely indiscriminate, slashing programs whether they are bloated or essential. The military budget, for example, should be reduced substantially, but thoughtfully, considering the nation’s needs. Instead, every weapons system, good or bad, will be hurt, as will troop training and maintenance.

These cuts, which will cost the economy more than one million jobs over the next two years, are the direct result of the Republican demand in 2011 to shrink the government at any cost, under threat of a default on the nation’s debt. Many Republicans say they would still prefer the sequester to replacing half the cuts with tax revenue increases. But the government spending they disdain is not an abstract concept. In a few days, the cuts will begin affecting American life and security in significant ways.

While some departments may have exaggerated the dire effects of their reductions, Congressional budget experts say they have little doubt that the size and pervasive nature of the sequester will inflict widespread pain. Here are some examples from the government departments most affected:

NATIONAL SECURITY Two-week furloughs for most law-enforcement personnel will reduce Coast Guard operations, including drug interdictions and aid to navigation, by 25 percent. Cutbacks in Customs agents and airport security checkpoints will “substantially increase passenger wait times,” the Homeland Security Department said, creating delays of as much as an hour at busy airports. The Border Patrol will have to reduce work hours by the equivalent of 5,000 agents a year.

The Energy Department’s nuclear security programs will be cut by $900 million, creating delays in refurbishing the weapons stockpile, and cutting security at manufacturing sites. Environmental cleanup at nuclear weapons sites in Washington State, Tennessee, South Carolina and Idaho will be delayed.

AIR TRAFFIC About 10 percent of the Federal Aviation Administration’s work force of 47,000 employees will be on furlough each day, including air traffic controllers, to meet a $600 million cut. The agency says it will be forced to reduce air traffic across the country, resulting in delays and disruptions, particularly at peak travel times.

CRIMINAL JUSTICE Every F.B.I. employee will be furloughed for nearly three weeks over the course of the year, the equivalent of 7,000 employees not working each day. The cut to the F.B.I. of $550 million will reduce the number of background checks on gun buyers that the bureau can perform, and reduce response times on cyberintrusion and counterterrorism investigations.

A cut of $338 million will mean more than a two-week furlough for 37,000 prison employees. This will result in lockdowns at federal prisons across the country, increasing the chances for violence and risks to guards, and preventing the opening of three new prison buildings.

Federal prosecutors will handle 2,600 fewer cases, because of furloughs resulting from a $100 million cut. That means thousands of criminals and civil violators will not face justice, and less money will be collected in fines.

EARLY CHILDHOOD EDUCATION About 70,000 children will lose access to Head Start, and 14,000 teachers and workers will be laid off, because of a $424 million cut. Parents of about 30,000 low-income children will lose child-care assistance.

HEALTH AND SAFETY A cut of $350 million to the Centers for Disease Control and Prevention will mean 25,000 fewer breast and cervical cancer screenings for low-income women; 424,000 fewer H.I.V. tests; and the purchase of 540,000 fewer doses of vaccine for flu, hepatitis and measles. Community health centers will be cut by $120 million, meaning that about 900,000 fewer patients lacking insurance will receive primary care.

A three-week furlough of all food safety employees will produce a shortage of meat, poultry and eggs, pushing prices higher and harming restaurants and grocers. The Agriculture Department warns that public health could be affected by the inevitable black-market sales of uninspected food.

Several air-monitoring sites will be shut down, as will more than 100 water-quality projects around the country. About $100 million will be cut from Superfund enforcement, allowing companies to evade their responsibilities to clean up environmental disasters.

RESEARCH Nearly 1,000 grants from the National Science Foundation will be canceled or reduced, affecting research in clean energy, cybersecurity, and reform of science and math education.

RECREATION National parks will have shorter hours, and some will have to close camping and hiking areas. Firefighting and law enforcement will be cut back.

DEFENSE PERSONNEL Enlisted personnel are exempt from sequester reductions this year, but furloughs lasting up to 22 days will be imposed for civilian employees, who do jobs like guarding military bases, handle budgets and teach the children of service members. More than 40 percent of those employees are veterans.

The military’s health insurance program, Tricare, could have a shortfall of up to $3 billion, which could lead to denial of elective medical care for retirees and dependents of active-duty service members.

MILITARY OPERATIONS The Navy plans to shut down four air wings on March 1. After 90 days, the pilots in those air wings lose their certifications, and it will take six to nine months, and much money, to retrain them. The Navy has also said the Nimitz and George H. W. Bush carrier strike groups will not be ready for deployment later this year because the service will run out of operations and maintenance money. This means the Truman and Eisenhower strike groups will remain deployed indefinitely, a decision affecting thousands of service members and their families.

Continuous bomber flights outside of Afghanistan will be reduced, and there will be cutbacks to satellite systems and missile warning systems.

TRAINING AND MAINTENANCE The Army, which has done most of the fighting in Afghanistan and Iraq, says it will be forced to curtail training for 80 percent of its ground forces and that by the end of the year, two-thirds of its brigade combat teams will fall below acceptable levels of combat readiness. Air Force pilots expect to lose more than 200,000 flying hours. Beginning in March, roughly two-thirds of the Air Force’s active-duty combat units will curtail training at their home bases, and by July will no longer be capable of carrying out their missions. Some ship and aircraft maintenance will be canceled for the third and fourth quarters of the fiscal year, resulting in fewer available weapons.


Last week, Senate Democrats produced a much better plan to replace these cuts with a mix of new tax revenues and targeted reductions. About $55 billion would be raised by imposing a minimum tax on incomes of $1 million or more and ending some business deductions, while an equal amount of spending would be reduced from targeted cuts to defense and farm subsidies.

Republicans immediately rejected the idea; the Senate minority leader, Mitch McConnell, called it “a political stunt.” Their proposal is to eliminate the defense cuts and double the ones on the domestic side, heedless of the suffering that even the existing reductions will inflict. Their refusal to consider new revenues means that on March 1, Americans will begin learning how austerity really feels.

Maquiavel: teje preso (ok, nao foi assim, mas quase...) - The Telegraph

Seria assim, se tivesse sido no Brasil. Por sorte de Maquiavel não foi; acho que ele não sobreviviria a uma cadeia brasileira, que segundo o ministro da Justiça (justiça?) são medievais.
O Maquiavel teve sorte de já viver no Renascimento (embora isso não tivesse a mínima importância) e de estar na Toscana, onde parece que ainda não existia o Primeiro Comando da Capital, só ratos, pulgas e percevejos.
Embora ele tenha sido torturado, parece que não arrancaram suas unhas, tanto é que terminou de escrever O Príncipe.
Tive a oportunidade de ajudá-lo a reescrever essa obra (vejam no meu site), adaptando aos nossos tempos, muito mais bárbaros (pelo menos politicamente) do que os dele.
Em todo caso, divirtam-se...
Paulo Roberto de Almeida

Briton finds 500-year-old arrest warrant for Machiavelli

A British academic has stumbled upon a 500-year-old "most wanted" notice for the arrest of Niccolo Machiavelli, the infamous Renaissance political operator who wrote The Prince.

Briton finds 500-year-old arrest warrant for Machiavelli
Drawing of the trumpet used by the town crier, left, was found together with the proclamation calling for the arrest of Machiavelli Photo: University of Manchester
Prof Stephen Milner from Manchester University discovered the historic document by accident while researching town criers and the proclamations they read out in archives in Florence.
The 1513 proclamation, which called for the arrest of Machiavelli, eventually led to his downfall and death.
"When I saw it I knew exactly what it was and it was pretty exciting," said Prof Milner.
"When you realise this document marked the fall from grace of one the world's most influential political writers, it's quite a feeling.
"The Prince is a seminal work, with a lasting influence on political thought and culture. The term 'Machiavellian' and the naming of the Devil as 'Old Nick' all derive from this single work, but the circumstances of its composition have often been overlooked."
When the Medici family returned to power in Florence in 1512, Machiavelli was removed from his post in the city's chancery because of his association with the head of a rival faction.
His name was then linked with a conspiracy to overthrow the Medici. They issued the proclamation found by Prof Milner for his arrest.
"On the same day, he was imprisoned, tortured and later released and placed under house arrest outside the city," said the historian, an authority on Renaissance Italy.
Machiavelli, known as the Prince of Darkness, then wrote The Prince in the hope of regaining the approval of the Medicis.
"But there's no evidence to suggest they even read it," said Prof Milner, who is Visiting Professor at the Harvard Centre for Italian Renaissance Studies at Villa I Tatti in Florence.
Machiavelli's fortunes spiralled downwards and he died in abject poverty 14 years later.
The academic found the document while studying hundreds of town crier proclamations issued between 1470 and 1530.
He also found documents relating to the payment of four horsemen who scoured the streets of the Tuscan city for Machiavelli.
Florence is this year celebrating the 500th anniversary of Machiavelli's writing of The Prince, a political treatise which argues that the pursuit of power can justify the use of immoral means.
The celebrations include, on February 19, a reconstruction of the events surrounding his arrest and imprisonment.

Burocratas da Franca e do Brasil: uni-vos! (e como!) - Ricardo Velez-Rodriguez

Um artigo de 2002, ou seja, ainda antes da inauguração da década dos companheiros, tão colbertistas (mesmo sem saber o que é isso, como Monsieur Jourdain) quanto os franceses, e que revela que os burocratas dos dois países ainda vão conseguir afundar as respectivas economias...
Vale a pena ler por inteiro...
Paulo Roberto de Almeida

O SOCIALISMO NA FRANÇA E NO BRASIL: UMA ANÁLISE FEITA EM 2002 

Ricrdo Vélez-Rodríguez

Blog Rocinante,  15/02/2013

Em Agosto de 2002 escrevi esta análise acerca das semelhanças entre os socialismos francês e brasileiro. Depois de ver o desempenho do governo Hollande, que não consegue fazer despegar o avião da economia francesa, e depois de ver, por outro lado, o tamanho do "pibinho" com que o terceiro governo petista nos brinda, acho que a minha análise tem plena atualidade.
O que é que a França tem de comum com o Brasil? Poderiamos dizer que, em primeiro lugar, a estrutura centralizada do Estado. Em segundo lugar, poder-se-ia afirmar, validamente, que os nossos marxistas são tão estatizantes e dogmáticos quanto os comunistas franceses. Estalinistas mesmo. Com uma diferença: na França, e talvez em Portugal e na Espanha, esses dinossauros ficaram confinados no PC. No Brasil, mimetizam-se em tudo quanto é partido de esquerda, do PT ao PC do B, ocupando sofregamente o segundo escalão dos Ministérios, quando não a direção das Universidades Federais e as Secretarias Estaduais ou Municipais, nos lugares onde há governantes favoráveis.
 (...)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pesquisa em biblioteca universitaria americana (Uau!)

A "Latin American Library" de Tulane University, o segundo maior acervo latino-americano do sistema universitário dos EUA, está oferecendo bolsas (passagem, hospedagem, estipêndio) para pesquisas em seu acervo, num período que vai de um a três meses. 
São duas bolsas, a serem concedidas com base nas qualificações do candidato, no mérito do projeto e na adequação da pesquisa ao nosso acervo. 
O prazo é 30 de abril. 
Detalhes do anúncio, com o formulário de inscrição,
em inglês: http://bit.ly/WRaJbX 
em espanhol: http://bit.ly/WRaKMY 
em português: http://bit.ly/WRaNbI

Meu proximo livro: Integracao Regional - Paulo Roberto de Almeida

Meu próximo livro:

Eis o Índice...

1. O regionalismo: um fenômeno complexo da economia mundial
2. O conceito de regionalismo e os processos de integração
3. Por que acordos regionais? Para quê integração econômica? 
4. Como são os acordos regionais? Que tipos de integração econômica existem?
5. Por que não integrar: razões antigas e modernas, boas e más 
6. Como se processa a integração no plano internacional?
7. O futuro do regionalismo comercial: mais do mesmo?
8. Conclusões
--> Cronologia da integração no contexto internacional
Glossário
Fontes e referências 

e o Prefácio...

Este livro, ainda que modesto em suas dimensões, e deliberadamente sintético em seus argumentos substantivos – como, aliás, requerido pela coleção –, consolida um itinerário bastante longo de estudos, pesquisas dirigidas, atividades práticas e de escritos publicados sobre os processos de integração regional, em suas diferentes variantes institucionais e em suas múltiplas manifestações geográficas e políticas. Trata-se, como o subtítulo indica, de uma introdução, daí ter o autor resumido muitos outros trabalhos – seus ou de pesquisadores mais reputados, inclusive estrangeiros – em um texto que se atém ao essencial do que constitui um dos mais importantes processos dinâmicos da globalização contemporânea e do sistema multilateral de comércio, administrado, desde 1995, pela Organização Mundial do Comércio.
O fenômeno da regionalização, em si, é obviamente bem mais antigo do que isso, sendo propriamente secular, ainda que sob outros formatos e roupagens; assim como são mais antigas – mesmo se de apenas duas ou três décadas – as preocupações deste autor com suas manifestações concretas, aliás despertadas desde o nascimento do Mercosul, que constituiu, justamente, o tema de seu primeiro livro: O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Aduaneiras, 1993), obra hoje esgotada. Seguiu-se outro livro, mais sistemático, sobre esse importante bloco de comércio do hemisfério meridional – Mercosul: fundamentos e perspectivas (São Paulo: LTr, 1998) – e, dois anos depois, uma sua versão atualizada, em perspectiva comparada com a União Europeia, publicada na França: Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud (Paris: L’Harmattan, 2000). Entre os dois, uma obra didática, fazia uma análise, de amplo escopo histórico, das experiências existentes nessa modalidade de liberalização comercial no âmbito do sistema multilateral de comércio: O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999).
Seguiram-se artigos, conferências e palestras sobre a integração regional, em especial sobre o Mercosul e a Alca, inclusive vários capítulos preparados para integrar livros coletivos. Todos esses escritos tinham a preocupação primordial de situar historicamente esse fenômeno e de contextualizá-lo no quadro dos experimentos em curso na América Latina; exibiam, também, o cuidado com o lado didático, traço sempre presente neste autor, constantemente dividido entre a atividade profissional na diplomacia brasileira e o empenho voluntário na docência universitária.
Muitas dessas reflexões, inclusive sobre o chamado “minilateralismo”, foram mais recentemente objeto de uma grande síntese multidisciplinar, em livro que reuniu diferentes estudos meus sobre a integração, no contexto mais vasto da ordem mundial contemporânea: Relações Internacionais e Política Externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012). Essas análises abrangentes, elaboradas no momento mesmo da implementação desses processos – ou no próprio ato de sua criação, como, por exemplo, no caso do Mercosul – estavam marcadas, em todos os escritos referidos, por uma tripla combinação metodológica: a de uma abordagem propriamente histórica, inserida numa explanação basicamente econômica desses fenômenos, mas com a visão política indispensável que costuma guiar um analista acadêmico doublé de negociador prático, como este que escreve.
Com efeito, os trabalhos publicados sobre a integração e o Mercosul – cuja lista completa pode ser conferida no site pessoal deste autor: www.pralmeida.org – se beneficiaram, certamente, da pesquisa bibliográfica e da reflexão de tipo acadêmico, mas foram, sobretudo, o fruto do envolvimento do autor com processos concretos de negociações comerciais regionais e multilaterais ao longo de uma carreira diplomática basicamente articulada em torno das relações econômicas internacionais do Brasil: primeiro, no contexto da Rodada Uruguai do Gatt, em Genebra; depois, no foro negociador da Aladi, em Montevidéu; em seguida, na própria unidade encarregada dessas áreas na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, no Itamaraty, em Brasília; na sequência, em muitas reuniões de trabalho do processo negociador da Alca, em Miami; ocorreu, também, uma abordagem paralela, não necessariamente única ou exclusiva, desses fenômenos durante minhas estadas em Paris – inclusive acompanhando os trabalhos da OCDE nessa área – e em Washington, sede dos mais importantes organismos multilaterais econômicos – entre eles o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a OEA, que promovem e estimulam importantes estudos sobre a integração regional nas Américas – e de alguns think tanks e fundações que também estudam intensamente essas modalidades de liberalização comercial, com destaque, nessa capital, para o Nafta e, então, para o frustrado processo negociador da Alca.
Estas referências pessoais – aparentemente exageradas – visam unicamente demonstrar que este pequeno livro não é apenas o reflexo, ou o resultado, de mera pesquisa conduzida em livros ou mediante uma rápida síntese de leituras variadas; ele é, essencialmente, o resultado de um longo envolvimento prático com negociações concretas de experimentos de integração regional, bem como de um conhecimento direto do funcionamento interno do Mercosul, da Aladi e, ainda que de modo indireto, da União Europeia e do Nafta (para não mencionar a natimorta Alca). Foi a constante convivência com todos esses mecanismos, instituições e negociações, bem como com seus eventuais percalços ou retrocessos, que permitiu ao autor discorrer, linearmente, em sucessivos capítulos desta obra, sobre os mais diferentes exemplos de integração regional, praticamente sem recorrer a extensas pesquisas preliminares, dispensando até os livros de história, uma vez que ele assistiu, foi protagonista, ou contemporâneo, de muitos dos processos que vão aqui descritos em seus traços essenciais.
Sem qualquer falsa modéstia, o livro consolida, por assim dizer, a trajetória pessoal, tanto intelectual quanto diplomática deste autor, motivo pelo qual possui, legitimamente, uma credibilidade que poucas obras puramente acadêmicas podem exibir. Ele certamente não está isento de limitações e de insuficiências – várias motivadas pelo formato voluntariamente sintético e didático que assumiu por opção – em função das quais deve, como ocorre em todos os casos, submeter-se às críticas dos especialistas, sejam eles economistas acadêmicos ou negociadores profissionais.
Em qualquer hipótese, uma característica provavelmente distingue o autor dos escritores de gabinete e, certamente, de muitos dos diplomatas da área: ele elaborou esta obra com pleno conhecimento de causa e com toda a honestidade intelectual de que é capaz um autor que, ainda que pertencendo a uma carreira de Estado, estabelece como sendo as principais tarefas do analista, sua missão primordial, a fidelidade aos fatos e o indispensável rigor analítico. Aos leitores, agora, a missão de avaliar se este esforço atende às suas expectativas.

Paulo Roberto de Almeida 

Livros: incomodos necessarios, pesos indispensaveis - Francisco Seixas da Costa

Dixit...

Problemas de espaço
Francisco Seixas da Costa
Blog Duas ou Três Coisas..., 19/02/2013

Conversa no sábado, com um colega já reformado, numa loja do Chiado.

- Como é que você resolveu o problema dos livros a mais, no seu regresso definitivo a Lisboa?

- Nem me fale! Foi um inferno! Não houve espaço para todos eles. Tive de fazer uma seleção.

- É que eu estou num sufoco. Tenho milhares de livros em caixotes, num armazém. Ainda não sei bem como vou proceder.

Comentário irónico da mulher desse meu colega:

- Vocês nem se dão conta do lugar onde estamos a ter esta conversa. Depois queixem-se...

Estávamos a comprar livros na Bertrand.

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E muitos dos meus ficaram em caixotes, ao sair do Brasil, pois já não havia lugar nas estantes nas quais os acomodei às, pressas, nas vésperas da partida...
Estou tratando de adquirir mais alguns, nesta minha estada nos EUA, onde as ofertas são irresistíveis, em qualidade e preço...
Onde vou parar?
Numa biblioteca...
Paulo Roberto de Almeida

A blogueira e os mercenarios, 2: o ovo da serpente...

Esses rapazes aliciados, talvez pagos (mas não creio, certamente crentes na sua verdade), estão mostrando um face cubana, venezuelana, talvez argentina, que ainda não conhecíamos no Brasil: o ódio político, a intolerância com quem não pensa como eles, a sabujice a uma causa totalitária, o que é, como escrito, acima, o ovo da serpente totalitária.
Ampliando um pouco, se trata do totalitarismo soviético, que os companheiros cubanos conhecem bem, infelizmente. Eu vi isso, quando visitava os socialismos reais (e surreais), nos anos 1970 e início dos 1980, antes de Gorbachev. Depois acabou, pelos menos na maior parte deles. Sobraram algumas ex-satrapias soviéticas onde o mesmo esquema de intimidação permanece, e certamente dois lugares miséraveis nas antípodas, Cuba e Coreia do Norte, onde o totalitarismo bolchevista viceja plenamente.
O que leva rapazes de classe média no Brasil a se tornarem serviçais de uma causa totalitária?
O que os leva a servir de bucha de canhão de ditaduras miseráveis?
Apenas eles podem responder.
Reproduzo apenas duas frases do post dessa blogueira hostilizada pelos novos bárbaros:
Ellos querían lincharme, yo conversar. Ellos respondían a órdenes, yo soy un alma libre.
É isso, os novos bárbaros ofendem a sua própria inteligência, se é que possuem alguma. Se converteram em autômatos de uma causa deplorável.
Mas, pelo menos, no Brasil, são livres para fazê-lo, assim como adotar uma atitude absolutamente contrária: homenagear o conservadorismo, a religião, o liberalismo, enfim, coisas de direita, tudo o que eles quiserem fazer, podem fazer, por enquanto.
Se e quando os companheiros totalitários assumissem o poder, só poderíamos atuar numa única direção.
Esses rapazes, apesar de idiotas, são livres. Pelo menos isso. Em Cuba não seriam...
Paulo Roberto de Almeida

El viejo acto de repudio

 
Quizás ustedes no lo saben –porque no todo se cuenta en un blog- pero el primer acto de repudio que vi en mi vida fue cuando sólo tenía cinco años. El revuelo en el solar llamó la atención de las dos niñas que éramos mi hermana y yo. Nos asomamos a la reja del estrecho pasillo para mirar hacia el piso de abajo. La gente gritaba y levantaba el puño alrededor de la puerta de una vecina. Con tan poca edad no tenía la menor idea de qué pasaba. Es más, ahora cuando rememoro lo ocurrido apenas tengo el recuerdo del frío de la baranda entre mis dedos y un destello muy breve de los que vociferaban. Años después pude armar aquel calidoscopio de evocaciones infantiles y supe que había sido testigo de la violencia desatada contra quienes querían emigrar por el puerto del Mariel.
Pues bien, desde aquel entonces he vivido de cerca varios actos de repudio. Ya sea como víctima, observadora o periodista… nunca –vale la pena aclararlo- como victimaria. Recuerdo uno especialmente violento que experimenté junto a las Damas de Blanco, donde las hordas de la intolerancia nos escupieron, empujaron y hasta halaron los pelos. Pero lo de anoche, fue inédito para mi. El piquete de extremistas que impidió la proyección del filme de Dado Galvao en Feria de Santana, era algo más que una suma de adeptos incondicionales al gobierno cubano. Todos tenían, por ejemplo, el mismo documento -impreso en colores- con una sarta de mentiras sobre mi persona, tan maniqueas como fáciles de rebatir en una simple conversación. Repetían un guión idéntico y manido, sin tener la menor intención de escuchar la réplica que yo pudiera darles. Gritaban, interrumpían, en un momento se pusieron violentos y de vez en cuando lanzaban un coro de consignas de esas que ya no se dicen ni en Cuba.
Sin embargo, con la ayuda del Senador Eduardo Suplicy y la calma ante las adversidades que me caracteriza, logramos comenzar a hablar. Resumen: sólo sabían chillar y repetir las mismas frases, como autómatas programados. ¡Así que la reunión fue de lo más interesante! Ellos tenían las venas del cuello hinchadas, yo esbozaba una sonrisa. Ellos me hacían ataques personales, yo llevaba la discusión al plano de Cuba que siempre será más importante que esta humilde servidora. Ellos querían lincharme, yo conversar. Ellos respondían a órdenes, yo soy un alma libre. Al final de la noche me sentía como después de una batalla contra los demonios del mismo extremismo que atizó los actos de repudio de aquel año ochenta en Cuba. La diferencia es que esta vez yo conocía el mecanismo que fomenta estas actitudes, yo podía ver el largo brazo que los mueve desde la Plaza de la Revolución en La Habana.

Miseria da educacao no Brasil: a industria da aprovacao

Comentários recebidos de um leitor deste blog, a partir de material de imprensa:


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Ensino - Atualizando post
Gilrikardo disse: em maio de 2012 comentei os números do ensino, o comparativo entre os desempenho do RS frente à SC, transcrito abaixo. Hoje, fevereiro 2013, volto para acrescentar que descobri mais uma forma de manipular os índices de desempenho dos alunos. "É para chorar!". Numa sala, quando a professora "PRECISA" mostrar desempenho da turma cujos estudantes mesclam-se entre péssimos, ruins, sofríveis, suficientes, bons, ótimos, apela para a "fórmula mágica" de aplicar as PROVAS para duplas de alunos determinados por ela. Assim pega o pior ao lado do melhor, devem resolver a prova juntos e obterão a mesma nota... e o índice de desempenho e aprovação será "desonestamente" alterado para mais. Esse é o ensino do nosso Brasil. Argh! (Cá com meus botões, isso é invenção de algum político, quem mais teria estômago para tal)

Os números do ensino médio
18 de maio de 2012 | 3h 06
O Estado de S.Paulo
Os últimos números do Ministério da Educação (MEC) revelam que, em 2011, o índice de reprovação na rede pública e privada de ensino médio foi de 13,1% - o maior dos últimos 13 anos. Em 2010, foi de 12,5%. Os alunos reprovados não conseguem ler, escrever e calcular com o mínimo de aptidão, tendo ingressado no ensino médio com nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental.
O Estado com o maior índice de reprovados foi o Rio Grande do Sul - 20,7% dos alunos. Em segundo lugar aparecem, empatados, Rio de Janeiro e Distrito Federal, com índice de 18,%, seguidos pelo Espírito Santo (18,4%) e Mato Grosso (18,2%). A rede municipal de ensino médio na região urbana de Belém, no Estado do Pará, foi a que apresentou o maior índice de reprovação do País (62,5%), seguida pela rede federal na zona rural de Mato Grosso do Sul (40,3%). No Estado de São Paulo, o índice pulou de 11% para 15,4%, entre 2010 e 2011.
Os Estados com os menores índices de reprovação foram Amazonas (6%), Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%), Paraíba (7,7%) e Rio Grande do Norte (8%). Os indicadores também mostram que 9,6% dos estudantes da rede pública e privada de ensino médio abandonaram a escola - em 2010, a taxa foi de 10,3%; em 2009, ela foi de 11,5%; e em 2008, de 12,8%.


Gilrikardo disse: Vou me ater somente a dois índices em virtude de estar "familiarmente" ligado a eles e assim, com um certo conhecimento de causa, ser capaz de construir uma opinião. O Rio Grande do Sul obteve o maior índice de reprovação (20,7%), estado onde tive minha formação até o segundo grau, considero tal índice uma vitória da ética e da honestidade, pois deve ser verdade, para mim uma prova de que os professores não se renderam às "pressões" políticas para alterarem o quadro. Fato oposto ao que ocorre com o índice de Santa Catarina (7,5%) entre os menores do Brasil. OUSO apostar que tal número é uma MENTIRA deslavada, pois aqui, pessoas que acompanham de perto o ensino já pecerceberam que aluno algum reprova,,, existe uma verdadeira "INDÚSTRIA" de aprovação escolar com intuitos politiqueiros e eleitoreiros. Esses índices só servem para comprovar a facilidade que existe em se manipular estatísticas. Minha vida pertence a estes dois estados irmãos, RS e SC, e a realidade por aqui não justifica um disparate tão significativo entre 7,5 e 20,7 pontos percentuais apresentado em tal estudo. É... realmente, educação não é o nosso forte.