O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 24 de junho de 2022

Livros de Paulo Roberto de Almeida disponíveis em Amazon.com.br

Olá, Paulo.

Obrigado por comprar na Amazon.com.br. Você sabia que todo o conteúdo comprado na Loja Kindle fica armazenado na sua Biblioteca na Amazon.com.br?

Depois de adquirir um livro em Kindle, a janelinha ficou aberta para ver se eu ficava tentado a comprar mais algum. Coloquei o meu próprio nome, mas em todas as categorias, não apenas em Kindle. Apareceram muitos, mas nem todos eram meus, vários de homônimos ou quase, ou outros dos quais eu havia participado apenas institucionalmente. Selecionei abaixo apenas os que eu escrevi ou editei, mas ainda faltam alguns. Contei 45 livros…

Livros de Paulo Roberto de Almeida disponíveis em Amazon.com

 


Integração regional: Uma introdução: 3

Integração regional: Uma introdução: 3

Edição Português
por Paulo Roberto de Almeida
Miséria Da Diplomacia: A Destruição Da Inteligência No Itamaraty

A grande ilusão do Brics : e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Pensamento Político Livro 19)

O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021 (Bolsolavismo diplomático Livro 1)

Nunca Antes na Diplomacia. A Política Externa Brasileira em Tempos não Convencionais

Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira

O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Pensamento Político Livro 18)

Contra a corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil 2014-2018


Oliveira Lima: Um historiador das Américas

Oliveira Lima: Um historiador das Américas

por Paulo Roberto de Almeida e André Heráclio do Rêgo
Vivendo com Livros: uma loucura gentil (Pensamento Político Livro 16)

A Grande Mudança

A Grande Mudança

Edição Português
por Paulo Roberto de Almeida
Relações Brasil Estados Unidos: Assimetrias e convergências

Relações Brasil Estados Unidos: Assimetrias e convergências

Edição Português
por Rubens Antônio Barbosa e Paulo Roberto de Almeida
Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Pensamento Político Livro 15)

Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Pensamento Político Livro 15)

por Paulo Roberto de Almeida


Brasil: o futuro que queremos

Brasil: o futuro que queremos

Edição Português
por Jaime PinskyAntônio Corrêa de Lacerda, e outros.

História das relações internacionais contemporâneas: Da sociedade internacional do século XIX à era da globalização

História das relações internacionais contemporâneas: Da sociedade internacional do século XIX à era da globalização

Edição Português
por Paulo Roberto de AlmeidaJosé Flávio Sombra Saraiva, e outros.



O Estudo Das Relações Internacionais Do Brasil

O Estudo Das Relações Internacionais Do Brasil

Edição Português
por Paulo Roberto de Almeida

The Drama of Brazilian Politics: From 1814 to 2015 (English Edition)

The Drama of Brazilian Politics: From 1814 to 2015 (English Edition)

Edição Inglês
por Ted GoertzelPaulo Roberto de Almeida, e outros.

Volta ao mundo em 25 ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial (Pensamento Político Livro 11)



Este livro, abaixo, em 2 volumes, está livremente disponível em formato epub ou pdf na Biblioteca Digital da Funag: 

Oswaldo Aranha - Um estadista brasileiro - Volume II

Oswaldo Aranha - Um estadista brasileiro - Volume II

por Sérgio Eduardo Moreira LimaRogério de Souza Farias, e outros.

Edição Português
por Paulo Roberto De Almeida

Este livro abaixo, em capa de 2a edição, também se encontra, em 3a edição, em dois volumes, disponível livremente na Biblioteca Digital da Funag.

Um general retroativo: Villas-Boas e a sinecura no GSI - Monica Gugliano (revista Piaui)

 questões do expediente 

Por que o general caiu

Os bastidores da demissão – às carreiras – do ex-comandante Villas Bôas

Monica Gugliano  
Revista Piauí, 22 jun 2022

Nesta terça-feira, dia 21 de junho, uma edição extra do Diário Oficial da União publicou a exoneração do general Eduardo Villas Bôas do cargo de “assessor especial” do também general Augusto Heleno, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Noticiou-se que a demissão ocorreu “a pedido” do próprio Villas Bôas, cujos familiares teriam convencido o general a deixar sua função no GSI para focar nos cuidados com a saúde. Em 2016, Villas Bôas foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa incurável. Só que os bastidores da demissão foram bem diferentes dessa versão oficial.

Na sexta-feira, 17 de junho, a piauí entrou em contato com o GSI e perguntou se o general Villas Bôas continuava na folha de pagamento do órgão, recebendo um salário de 13.623,39 reais. A revista queria saber se o general cumpria a jornada de trabalho de 40 horas semanais prevista no contrato. Caso não comparecesse fisicamente ao GSI, a piauíperguntava o tipo de tarefa que o general cumpria. Na ocasião, o GSI não se manifestou.

Na segunda-feira, dia 20, a piauí voltou a acionar o GSI pedindo uma resposta. No início da tarde, um alto funcionário – militar, que pediu para não ser identificado, porque não queria ser envolvido publicamente no assunto – informou, em conversa telefônica, que o general Villas Bôas seria exonerado naquele mesmo dia. Deste modo, o general seria poupado do constrangimento público de aparecer numa reportagem como funcionário-fantasma, e o governo se safaria da acusação de bancar uma sinecura ao miliar. A informação da exoneração, disse o militar, estaria no Diário Oficial de terça-feira. Antes, porém, seria preciso consultar o presidente Jair Bolsonaro e, obtida a autorização, avisar a família de Villas Bôas.

Em que pese a informação da futura exoneração, a piauí insistiu com o GSI para confirmar – ou não – se o general trabalhava e o que fazia. Às 18h43, a assessoria de imprensa do órgão enviou um e-mail à revista, assinado pelo general Augusto Heleno. O e-mail tem omissões eloquentes. Não diz se Villas Bôas efetivamente trabalhava no GSI nem esclarece se cumpria alguma tarefa.

Diz apenas o seguinte:

“O General Villas Bôas é Assessor do GSI.

General Heleno.”

No Diário Oficial de terça-feira não constava a exoneração de Villas Bôas. A informação – enfim autorizada por Bolsonaro e devidamente antecipada aos familiares do general – só saiu na edição extra, que começou a circular no meio da tarde.

Villas Bôas foi empregado no GSI em janeiro de 2019. Dois meses depois, em março, ele foi aposentado – reformado, como se diz no jargão militar – pelo Exército por invalidez em decorrência da ELA. A portaria, do dia 21 de março, saiu assinada pelo general de brigada João Denison Maia Correia, hoje na reserva, e trazia uma curiosidade: era retroativa. Dizia que o general deveria ser considerado aposentado desde 2016. Só que, nesta época, Villas Bôas era comandante do Exército, posto que ocupou de 2015 até 2019.

Consultado pela piauí, o Exército não explicou a razão da aposentadoria retroativa.


Rua Fuzhou, Xangai: livro de Carmen Lícia Palazzo (Kindle): já disponível

“Ler Rua Fuzhou, Xangai é viajar à China pelo olhar de quem se lançou cedo na descoberta do mundo. No livro, a autora desconstrói clichês sobre o exotismo cultural e procura o tom adequado para lidar com o fascínio da alteridade. Sem preciosismos acadêmicos, a despeito de ter uma vasta bagagem como pesquisadora, Lícia nos leva às ruas do País, alternando um olhar divertido sobre as pequenas coisas do dia a dia com a visão épica de um povo conhecido pelo etnocentrismo e, sabe-se lá, por um viés messiânico do próprio destino. Longe de ser um manual de negócios - ou uma enumeração fastidiosa de dos and dont´s, tão a gosto do mundo anglo-saxônico - Rua Fuzhou, Xangai se propõe a ensinar pelo prazer. Seja em Xi´an ou em Pequim, o leitor sente que pode confiar num olhar maduro - imune ao deslumbramento e vacinado contra o maravilhamento gratuito. Mas nem por isso sisudo ou ácido, muito pelo contrário. Na verdade, o sentimento que nos perpassa é o de estar diante de alguém que parece trabalhar se divertindo e se diverte enquanto trabalha.”

 Apresentação da Editora na Amazon.

Link para o livro.

Países do Brics não apoiam a guerra na Ucrânia, diz ex-embaixador Rubens Barbosa

 Os quatro outros Brics podem não ter apoiado explicitamente a GUERRA DE AGRESSÃO da Rússia contra a Ucrânia — uma clara VIOLAÇÃO da Carta da ONU e do Direito Internacional, com vários CRIMES DE GUERRA já cometidos a mando do tirano de Moscou —, mas NENHUM DOS QUATRO se pronunciou aberta, direta e claramente CONTRA essa guerra insana e prejudicial ao MUNDO TODO. Isso precisaria ficar claro e explícito em nome da dignidade da política externa brasileira e de valores e princípios de nossa tradicional diplomacia soberana. O Brics representa um constrangimento à independência e à autonomia de nossa diplomacia (e já antecipei que vai ficar pior a partir de 2023, quando teremos apoios explícitos a duas autocracias e a outras ditaduras execráveis).

Paulo Roberto de Almeida

Países do Brics não apoiam a guerra na Ucrânia, diz ex-embaixador

Especialista CNN falou sobre a reunião que aconteceu nesta quinta-feira (23) na cúpula do Brics


Isabela Filardi, da CNN

Em São Paulo

23/06/2022 às 14:38

O Especialista CNN em Relações Internacionais Rubens Barbosa, comentou sobre discurso na cúpula do Brics ( Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), realizado nesta quinta-feira (23), no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou reformas em órgãos internacionais como o Conselho de Segurança da ONU.

“Índia, o Brasil e a África do Sul eles têm posições críticas em relação à agressão da Rússia à Ucrânia”, explicou Rubens, ao citar os outros membros do grupo de países de mercado emergente.

De acordo com o especialista, é pouco provável que haja, na reunião do Brics, manifestações explícitas sobre a continuação da guerra na Ucrânia.

“Nessa reunião entre os presidentes dos países, se discutiu a situação internacional e a reforma do conselho de segurança, mas nenhum mencionou pronunciamento a favor da continuação da guerra”, afirmou.

Como a Rússia pode escapar das sanções- Beatriz Céu (CNN)

 Interessante que sequer o nome da China é citado! Medo, conivência, esforço para que a CNN não seja expulsa da China, como já foi da Rússia? Uma lacuna surpreendente, pois que se trata di principal ponto de fuga.

Incidentalmente, as sanções unilaterais sempre foram as mais numerosas, e as mais facilmente burláveis também.

Paulo Roberto de Almeida 


Rotas comerciais e fuga pelo mar: Como Putin pode fugir das sanções do Ocidente

Rússia precisa encontrar métodos para manter financiamento do conflito na Ucrânia
Beatriz Céu, da CNN
24/06/2022 às 02:00 

Após quatro meses desde o início da invasão da Ucrânia, a Rússia continua a enfrentar um braço de ferro com o Ocidente, acumulando sanções cada vez mais agressivas contra a economia de Moscou.

A União Europeia já anunciou o sexto pacote de sanções, que visa o embargo ao petróleo russo, e já se especula sobre a necessidade de um sétimo destinado ao gás.

À medida que as sanções vão se acumulando, crescem também as necessidades económicas da Rússia, muito dependente dos investimentos estrangeiros. Além disso, o Kremlin também precisa pagar o esforço da guerra na Ucrânia, uma tarefa que se torna cada vez mais impossível devido às restrições do Ocidente.

Isto significa que, mais cedo ou mais tarde, a Rússia irá violar as sanções económicas impostas, segundo os analistas. E há várias maneiras de conseguir, como explicam ao jornal Politico vários especialistas, políticos e um ex-funcionário do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

É certo que nunca se falou tanto de sanções como agora, mas a verdade é que esta não é a primeira vez que a Rússia se vê confrontada com este tipo de medida vinda do Ocidente.

De fato, esta é a realidade russa desde a anexação da Crimeia, em 2014, quando foi alvo das primeiras restrições económicas. Desde então, o país investiu em sua autossuficiência, mas percebeu que não é possível garantir a desejada autonomia em todas as áreas.

“A Rússia precisa desesperadamente de chips, semicondutores e de várias matérias-primas essenciais, como lítio, para continuar a produzir sistemas de armas necessários para uso militar. Sem estes materiais sofisticados, a indústria militar russa será prejudicada”, disse um ex-funcionário responsável pelo comércio ucraniano.

Na verdade, a dependência da Rússia “é muito elevada”, afirmou Maria Shagina, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, admitindo assim que, à medida que forem implementadas novas sanções, também as necessidades da Rússia vão aumentar, naturalmente.

Os países “na linha da frente” da fuga às sanções
De acordo com os especialistas, é muito provável que a Rússia tente importar bens sancionados através de novas rotas comerciais. Para tal, Vladimir Putin conta com uma lista variada de países dentro e fora da Europa que são potenciais “elos fracos” na aplicação e cumprimento de sanções.

“Historicamente, existem algumas jurisdições que provaram estar na linha da frente” da fuga às sanções, disse um ex-funcionário do Departamento do Tesouro dos EUA, apontando a Turquia e os Emirados Árabes Unidos como exemplos.

Além disso, a Rússia pode ainda recorrer aos seus países vizinhos na União Económica Eurasiática (UEE), da qual faz parte junto com Belarus, Cazaquistão, Arménia e Quirguistão. Antigos funcionários dos serviços de inteligência do Ocidente admitem que existe potencial para o aumento do comércio naquela zona. Com isso, pode aumentar também o fluxo de mercadorias ilegais, nomeadamente os bens sancionados.

Segundo Kevin Limonier, professor do Instituto Francês de Geopolítica, um “elevado número de russos que trabalham no setor das Tecnologias da Informação” chegou ao Quirguistão.

“Depois de frequentar os bares de Bishkek, percebemos que nem todos estão aqui por motivos políticos. Alguns fugiram com o aval dos seus empregadores para contornar as sanções”, escreveu Limonier nas redes sociais.

Além de recorrer aos países vizinhos, a Rússia também pode procurar os controles de fronteiras mais fáceis da UE, tendo em conta que algumas jurisdições são mais leves do que outras no que diz respeito à aplicação e cumprimento de sanções.

A Itália é exemplo disso, apontou Maria Shagina, lembrando que o país esteve muito perto de enviar bens sancionados para a Rússia logo após as primeiras restrições de 2014. Além disso, várias embarcações com ligações a Alemanha, Itália, Grécia e Bulgária também atracaram em portos da Crimeia.

A investigadora sublinha, também, que a atuação da UE quando confrontada com a violação de sanções deixa muito a desejar. A alemã Siemens, por exemplo, viu-se envolvida numa polémica depois de duas turbinas de gás terem sido removidas de território russo e transportadas para a Crimeia em 2016, altura em que a região foi alvo de sanções de Bruxelas que impediam as empresas dos Estados-membros de fornecerem elementos tecnológicos relacionados à produção de energia.

A eurodeputada Anna Fotyga recorda que funcionários da empresa foram investigados, mas nunca chegaram a ser conhecidas as conclusões da investigação. “Até agora ainda não ouvimos nada sobre consequências legais dessa violação. Pelo contrário, a Siemens manteve as suas ações inalteradas durante estes anos”, acrescentou.

Em resposta a estas declarações, um porta-voz da empresa esclareceu que a empresa nunca foi alvo de qualquer acusação, acrescentando que “os processos [em causa] dizem respeito a indivíduos (a maioria ex-funcionários)”. A Siemens garantiu ainda que apoia as sanções contra a Rússia.

Fuga pelo mar
Com o recente embargo europeu ao petróleo russo, os especialistas advertem que Putin pode encontrar formas engenhosas de vender esta matéria-prima para financiar a invasão e alimentar a sua economia.

Uma dessas formas pode ocorrer em pleno mar, com transferências de petróleo de navio para navio. Por exemplo, uma embarcação russa em águas internacionais descarrega petróleo para um segundo navio-tanque, que atraca depois no porto de um país da UE e rotula o petróleo como proveniente de outra nação.

Um outro truque – que, aliás, tem sido muito utilizado desde o início da invasão da Ucrânia, passa por desligar os rastreadores das embarcações para ocultar os seus percursos e atividades.

Recentemente, a UE avançou com planos para criminalizar a fuga às sanções implementadas contra a Rússia, de modo a tornar mais fácil a apreensão dos bens de empresas e indivíduos que contornam as restrições.

Além disso, o bloco tem em curso uma nova iniciativa denominada “Operação Oscar” para apoiar investigações financeiras que visam ativos de origem criminosa. Contudo, o sucesso desta operação vai depender, em última análise, dos esforços das autoridades responsáveis pela aplicação da lei de cada país. advertem os especialistas.

Apesar dos esforços renovados para punir a violação das sanções, o mais provável, de acordo com os especialistas, é que a Rússia continue a conseguir o apoio de governos e empresas que lhe permitam contornar essas medidas. Mas os países que facilitam os fluxos comerciais da Rússia “sabem fazer negócios”, sublinhou Francesco Giumelli, especialista em sanções da Universidade de Groningen, na Holanda. “[A Rússia] vai ter de pagar caro por isso.”

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/rotas-comerciais-e-fuga-pelo-mar-como-putin-pode-fugir-das-sancoes-do-ocidente/

Um novo ensaio sobre a cegueira? - Paulo Roberto de Almeida e Fernando Gabeira

 Um novo ensaio sobre a cegueira? 

Paulo Roberto de Almeida 

Em poucas épocas, fases, conjunturas, momentos, instâncias da política brasileira se teve essa impressão de completo recuo da racionalidade, do equilíbrio emocional, do sentimento moral, da responsabilidade governamental ou de qualquer princípio ético quanto nos tempos atuais. Os desatinos são tão grandes, em setores que deveriam ser responsáveis pela boa governança no país que estamos no direito de perguntar se alguma epidemia generalizada de loucura nacional, algo como o “ensaio sobre a cegueira”, não tenha acometido os donos do poder.

A julgar por este artigo do Fernando Gabeira— gentilmente enviado pelo embaixador Flavio Perri — acredito que sim: os donos do poder foram acometidos por uma grave doença mental, uma espécie de debilidade, não sei se passageira, que os impede de pensar direito. Ou então, foram contaminados por um Grande Mentecapto que se apossou do poder executivo e lá vem perpetrando todas as loucuras imagináveis num cérebro embotado pela debilidade mental e pela perversidade típica de um psicopata.

Paulo Roberto de Almeida


O COMBUSTÍVEL DA INSENSATEZ

Fernando Gabeira 

O Estado de S. Paulo, 24.06.2022


Desespero de Bolsonaro o leva a se perder em iniciativas estúpidas como a de uma CPI da Petrobras. A oposição não pode acompanhá-lo nesse abismo.

O desejo de conquistar eleitores produziu um psicodrama político em busca de soluções para conter o preço da gasolina. Tudo indica que os atores reconhecem seu fracasso, mas se esforçam para mostrar que deram tudo para evitar a derrota.

Talvez, lá atrás, tenha havido uma modesta saída, a formação de um fundo com os dividendos do governo, sócio majoritário da Petrobras, destinado a suavizar o aumento dos preços, determinado pela conjuntura internacional. Agora, é tarde, e as tentativas de última hora parecem cenas de um teatro do absurdo.

Durante duas semanas, o Congresso Nacional se dedicou a aprovar uma redução de ICMS para baixar os preços. Todos sabiam que eles estavam defasados e que, no primeiro movimento de atualização, a Petrobras neutralizaria com um novo aumento qualquer variação de ICMS. Resultado: Congresso funcionando custa dinheiro, Estados com menos recursos para educação, saúde e segurança, e, em termos de preço na bomba, resultado nulo.

No fim de semana, Bolsonaro levantou a hipótese mais fantástica: uma CPI da Petrobras. No seu discurso, intimidava os sócios minoritários com um prejuízo de R$ 30 bilhões, como se alguma CPI mágica pudesse produzir perdas para os minoritários sem atingir o sócio majoritário, que é o Estado.

Bolsonaro anunciava orgulhosamente um movimento para atingir o próprio governo que dirige – algo inédito.

Alguns analistas acharam que a oposição também apoiaria o governo para atingir a Petrobras. Felizmente, isso não aconteceu. Seria algo mais extraordinário ainda: governo e oposição juntos tentando liquidar uma empresa pública.

As tentativas não param por aí. Líderes reunidos tentam aumentar o imposto de exportação para estimular o refino no interior do País. Mas e as refinarias que faltam? Será que brotariam de agora até o momento das eleições? Pergunta inútil porque, na verdade, o resultado não interessa, mas apenas o movimento, a encenação que transmite ao eleitor a falsa ideia de que seu desejo será satisfeito.

Por mais que o governo se lance contra dirigentes que ele próprio indicou para a Petrobras, por mais que se crie a confusão, será muito difícil de escapar do desgaste provocado pela gravidade da crise econômica, da qual o preço do combustível é apenas um importante componente.

Interessante observar como nos debatemos neste labirinto no momento em que a Colômbia troca de governo e o presidente eleito, Gustavo Petro, se dispõe exatamente a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e caminhar para uma economia de baixo carbono.

E a Colômbia é logo ali: de Tabatinga (AM) a Leticia basta andar alguns metros. As preocupações, no entanto, distam milhares de quilômetros.

Seria, é claro, inadmissível não tratar do preço dos combustíveis neste momento. Todos os governos o fizeram. Mas o ideal é que isso fosse discutido com base técnica e com uma visão realista. Talvez por esse caminho se atenuasse o impacto no bolso de todos, principalmente os mais vulneráveis. Mas, num ano de eleição, além deste necessário movimento imediato, é preciso olhar para a frente.

Não podemos continuar agindo como se a gasolina fosse um combustível eterno. Nem acreditar que as estradas rodoviárias são as únicas que podem escoar produtos.

Está mais do que na hora de combinar esforços fundamentados para reduzir os preços, mas também as medidas de transição para um futuro de baixo carbono, em sintonia com os esforços para viabilizar a vida humana no planeta.

Limitar-se a neutralizar o preço da gasolina, com recursos limitados, é uma batalha de Sísifo. Hoje, o preço está alto porque há uma guerra; amanhã, se terminar a guerra, o preço pode aumentar porque crescerá o otimismo econômico. Sem contar com o fato de que bilhões de dólares estão sendo investidos numa economia menos poluente e qualquer estímulo ao uso do petróleo servirá, também, para neutralizar o que se gastou até agora.

Verdade é que a guerra embaralhou um pouco as tentativas de progresso. Há um impulso para produzir mais petróleo fora da Rússia; e a redução do gás que os alemães importavam os faz retroceder ao consumo de carvão.

Mas a janela que se abriu com governos voltados para o futuro, como é o caso do Chile e o da Colômbia, pode indicar uma etapa na América Latina.

No caso colombiano, o esforço de realizar a transição para a economia de baixo carbono pode abrir possibilidades de cooperação continental.

Sem contar o fato de que, ao lado da questão energética, um outro tema nos aproxima não só dos colombianos, como de outros vizinhos: a Amazônia, com seus grandes desafios de preservação, sustentabilidade e segurança, diante do poderio do crime organizado.

Tanto a economia de transição para o baixo carbono como o desenvolvimento sustentável da Amazônia são grandes avenidas de oportunidade. Temas bem maiores do que um único e, até o momento, inútil esforço para baixar o preço do petróleo.

O desespero de Bolsonaro o leva a se perder em iniciativas tão estúpidas como a de uma CPI da Petrobras. A oposição não pode acompanhá-lo nesse abismo.

Artigo publicado no jornal Estadão em 24/06/2022

Confesso que errei! - Paulo Roberto de Almeida

Confesso que errei!

Paulo Roberto de Almeida


Confesso que errei: julguei que os setores mais bem informados da opinião pública, supostamente das “elites”, também exibissem algum discernimento MORAL.

Confesso que errei!


A persistência de tão grande apoio ao degenerado depois de tudo o que se sabe, e do que se VIU, também parece indicar uma extrema erosão de qualquer valor MORAL em boa parte do eleitorado brasileiro, e, o que é mais surpreendente, entre membros da suposta elite nacional. 


Parece que não existe qualquer correlação ou correspondência intuitiva entre melhor educação formal e discernimento MORAL. Não sei se é cegueira política, se é insensibilidade social, erosão ética, ou qualquer outro fator, mas o fato é que as supostas elites brasileiras deixam muito a desejar. Elas não parecem ter aquele mínimo de indignação pessoal ante o descalabro moral, ético ou simplesmente a solidariedade social com quem está passando fome, em face de todas as barbaridades perpetradas pelo degenerado. Se é que algum dia tiveram.

A julgar pelo fato de que, ao contrário do que preconizam estadistas como José Bonifácio e Hipólito da Costa, as elites que protagonizaram a Independência e a construção do Estado, da ordem e do Direito, tenham preferido ficar com — apoiar faz mais sentido — traficantes e escravistas já deveria ter permitido ter uma demonstração clara do material com que são formadas essas elites.

A julgar, hoje, pelos desatinos e pelas insanidades que vêm sendo perpetrados deliberadamente no parlamento e em outras instâncias do governo e do Estado brasileiro, pode-se considerar que as “elites” da atualidade não são muito diferentes de seus antecessores do século XIX e até do XX. Parece que a “teoria do sentimento moral” — como diria Adam Smith — não acompanhou os progressos materiais da sociedade. Permanecemos bárbaros, alguns mais bárbaros do que outros, mais indignos de serem chamados de cidadãos.

Confesso que errei!

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 24/06/2022

Revista Relaçoes Internacionais do IPRI-Nova - Chinese expansion

A revista Relaçoes Internacionais do IPRI-Nova tem em seu número atual uma temática que me é cara: 

Relações Internacionais Special Issue

Chinese expansion: a considerable dilemma

Introductory Note: Chinese expansion: a considerable dilemma

Luís Lobo-Fernandes


China’s expansion and the construction of an argument: Exploring international theory with regard to a new era of strategic containment

Luís Lobo-Fernandes


Biden’s China policy

Vasco Rato


China-Russia relations in a framework of strategic containment

Maria Raquel Freire


Rethinking Tribute System and Chinese Foreign Aid from a Relational Perspective

Xintong Tian & Carmen Amado Mendes


Chinese investment in Portugal and in Italy and its impact in the European Union

Pedro Farrajota Ramos


The grand strategy of Xi Jinping’s China: goals, Comprehensive national power and policies

Luís Tomé


Book Reviews

Construction and reconstruction of the link between health and safety: For a critical and emancipatory perspective, João Terrenas

João Nunes, Security, Emancipation and the Politics of Health: A New Theoretical Perspective. Abingdon: Routledge, 2014, 152 pages.

Portugal’s military history in the last two hundred years», Luís Barroso

Nuno Severiano Teixeira, The Portuguese at War: From the Nineteenth Century to the Present Day. Sussex: Sussex Academic Press, 2020, 259 pages.

Paths to A European Parliamentary Democracy, Pedro Nunes

Adrienne Héritier, Katharina L. Meissner, Catherine Moury & Magnus G. Schoeller, European Parliament Ascendant: Parliamentary Strategies of Self-Empowerment in the EU. London: Palgrave Macmillan, 2019, 201 pages.

Anywhere the western winds blow, Diogo Roque

Valentim Alexandre, Contra o Vento: Portugal, o Império e a Maré Anticolonial (1945-1960). Lisbon: Temas e Debates, Círculo de Leitores, 2017, 839 pages.


quinta-feira, 23 de junho de 2022

UE quer poder impor sanção ambiental em acordos comerciais (Brasil seria candidato)

 UE quer poder impor sanção ambiental em acordos comerciais


Bloco quer fazer parceiros cumprirem meta climática; acordo UE-Mercosul estaria inicialmente fora

Por Assis Moreira — De Genebra
Valor/O Golobo, 23/06/2022

A Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia (UE), anunciou ontem que vai impor sanções em acordos comerciais, como último recurso para fazer respeitar a proteção do clima, meio ambiente e direitos trabalhistas - teoricamente, o Mercosul estaria de fora.

“Prometemos tornar o comércio mais sustentável e hoje estamos cumprindo”, disse o vicepresidente executivo e comissário para o Comércio, Valdis Dombrovskis, ao anunciar o reforço e aplicação de capítulos sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável (TSD, na sigla em inglês) em acordos comerciais negociados pela UE. “Nossos acordos comerciais nos dão força no cenário mundial e apoiam o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável, mas, a partir de agora, queremos torná-los um motor ainda maior de mudança positiva.”

Dombrovskis acrescentou que a UE vai se engajar e apoiar os parceiros para que isso aconteça. “Reforçaremos nossa aplicação e recorreremos a sanções se os principais compromissos trabalhistas e climáticos não forem cumpridos.”

Mas a ideia é de que a nova regra da UE seja aplicada apenas a acordos a serem negociados ou em negociação, portanto não se aplicaria ao Mercosul. “Não será aplicado sobre acordos já concluídos”, confirmou ao Valor a porta-voz de comércio da EU, Miriam Garcia Ferrer. Bruxelas tentará já aplicar as novas regras em acordo em negociação com a Nova Zelândia.

Mas a pressão sobre o Mercosul continuará. Bom número de eurodeputados acredita que as sanções devem ser incluídas nos 46 acordos comerciais existentes, e naqueles ainda a serem ratificados, como no do Mercosul para assegurar proteção da Amazônia. No caso do Mercosul, a UE fará ainda a demanda de compromissos adicionais na área ambiental para o acordo ser implementado. O que está excluído - pelo menos no momento - é a inclusão da parte de sanção, acredita um observador.

Mas recentemente o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento europeu, Pascal Confin, deixou claro que o acordo UE-Mercosul só teria chances de aprovação pelos eurodeputados com a introdução de sanções. Ou seja, se compromissos assumidos no capítulo de desenvolvimento sustentável, para combater o desmatamento não forem implementados, por exemplo, a Europa poderia suspender a redução tarifária ou cotas (volumes importados com alíquota menor) previstas no acordo birregional para produtos do Brasil e do restante do Mercosul.

Todos os acordos comerciais modernos da UE incluem capítulos sobre comércio e desenvolvimento sustentável. Incluem a ratificação das convenções fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a implementação efetiva das convenções da OIT e dos Acordos Ambientais Multilaterais que cada parte ratificou, como o Acordo de Paris sobre Mudança Climática e a Convenção sobre Diversidade Biológica.

Ou seja, os acordos já têm “boas intenções”, o que faltava eram “dentes”, como diz uma fonte. Agora, a UE identifica prioridades políticas e pontos-chave de ação, que estima que aumentarão a eficácia nessa área, como o uso de sanções comerciais para responder às violações das principais disposições de sustentabilidade.

A nova abordagem do capítulo sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável em futuros acordos cobre medidas e roteiros com prazos limitados para obter resultados eficazes; intensificação do envolvimento com parceiros comerciais para promover o cumprimento das normas internacionais trabalhistas e ambientais, inclusive através de assistência técnica e financeira; abrir novos mercados de importação e exportação de bens e serviços verdes e matérias-primas, que considera importante para reduzir as dependências no atual clima geopolítico.

Prevê também mais participação e apoio à sociedade civil, incluindo em apresentação de reclamações sobre violações dos compromissos de sustentabilidade. No mecanismo de solução de controvérsias, a parte acusada de violação de qualquer dos compromissos sobre sustentabilidade terá que informar prontamente como implementará o relatório do painel e cumprirá as decisões dentro de um certo período de tempo. A UE reitera que incluirá a possibilidade de aplicar, como último recurso, sanções comerciais por violações materiais do Acordo Climático de Paris e dos princípios trabalhistas fundamentais da OIT.

Também ontem o Parlamento europeu aprovou sua proposta da reforma do mercado europeu de carbono, levando assim à frente o plano de Bruxelas para impor a taxa carbono na fronteira sobre importações procedentes de países que não estejam submetidos aos mesmos padrões ambientais.

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/06/23/ue-quer-poder-impor-sancao-ambiental-em-acordos-comerciais.ghtml

Putin reclama dos ocidentais por problemas que ele mesmo criou - BRICS

 Putin pede ajuda dos Brics para superar sanções de EUA e Europa


Presidente russo tenta compensar isolamento com aproximação do bloco formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul

Estadão, 23/06/2022 | 05h00

KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, pediu ajuda dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – nesta quarta-feira, 22, para superar as sanções ocidentais contra a economia russa decretadas em razão do conflito ucraniano. Em discurso gravado, Putin defendeu uma maior aproximação dos países do bloco.

“Nossos empresários estão sendo obrigados a desenvolver suas atividades em condições difíceis, já que os aliados ocidentais omitem os princípios de base da economia de mercado, do livre-comércio”, disse no fórum econômico do Brics, na véspera da cúpula virtual do bloco. “A aplicação permanente de novas sanções por motivos políticos contradiz o bom senso e a lógica econômica elementar.”

Segundo Putin, a Rússia pretende redirecionar seus fluxos comerciais e contatos econômicos para parceiros internacionais confiáveis, especialmente os países do Brics. Ele afirmou que empresas russas de TI estão expandindo suas atividades na Índia e na África do Sul e satélites russos já fornecem transmissões de TV para 40 milhões de pessoas no Brasil.

“Negociações estão em andamento para abrir lojas de redes indianas na Rússia e aumentar a participação de carros chineses no mercado russo”, afirmou Putin.

O presidente da China, Xi Jinping, comprou a ideia de Putin e criticou as sanções internacionais – embora sem citar diretamente os EUA. “Politizar e instrumentalizar a economia mundial, usando uma posição dominante no sistema financeiro global para impor sanções de forma desenfreada, apenas prejudica os outros, espalhando sofrimento às pessoas pelo mundo”, disse Xi.

Já o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que não chegou a mencionar a guerra na Ucrânia, saudou a abertura no Brasil do escritório nacional do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o banco dos Brics, que permitirá a ampliação da atuação dos países do bloco no Brasil.

O termo “Bric” foi cunhado por Jim O’Neill, então chefe da equipe de economistas do banco Goldman Sachs, para indicar os mercados emergentes de Brasil, Rússia, Índia e China – mais tarde, em 2010, a África do Sul foi convidada para engrossar o bloco. A aliança sempre teve um caráter mais político que econômico.

Em razão do caráter de suas economias, muitas vezes concorrentes, nunca houve uma intenção declarada de integração ou de assinatura de um acordo de livre-comércio. O NDB, por exemplo, citado por Bolsonaro, foi fundado em 2014 e vem ganhando corpo a passos de tartaruga. Agora, com a guerra na Ucrânia, a Rússia parece disposta a patrocinar uma aproximação entre os cinco países.

Na guerra, Rússia avança sobre Luhansk
Se o esforço de Putin parece ter conquistado aliados externos, ele também obteve ontem avanços no campo de batalha. As forças russas estão cada vez mais perto de conquistar o último foco de resistência ucraniana na região de Luhansk.

As cidades de Sevierodonetsk e Lisichansk foram alvo de intensos bombardeios russos. O governador de Luhansk, Serhi Haidai, disse que os russas atacaram prédios da polícia, das forças de segurança do Estado e do Judiciário. Caso domine a área, a Rússia teria controle quase total da região industrial de Donbas, no leste da Ucrânia – um dos objetivos declarados de Putin.

A Ucrânia, no entanto, não parece aceitar passivamente o avanço da Rússia. Imagens divulgadas pelos russos nesta quarta-feira, 22, mostraram um drone ucraniano se lançando contra uma refinaria de petróleo dentro das fronteiras da Rússia.

O vídeo compartilhado nas mídias sociais mostrou o veículo aéreo não tripulado colidindo com a refinaria de petróleo de Novoshakhtinsk, na região de Rostov, no que seria uma falha constrangedora dos sistemas de defesa aérea da Rússia.

Vasili Golubev, governador da região russa de Rostov, confirmou o ataque, escrevendo que fragmentos de dois drones foram encontrados nos arredores da refinaria de petróleo de Novoshakhtinsk, que pegou fogo. A Ucrânia vem usando drones na guerra, mas nunca reivindicou responsabilidade pelos ataques.

Tensões no Mar Báltico
Em um sinal de que a guerra vem ampliando a tensão no Báltico, o chefe das Forças Armadas da Finlândia, o general Timo Kivinen, disse nesta quarta-feira que seu país está preparado para um ataque russo e oferecerá forte resistência caso ocorra. “Estamos motivados para lutar e construímos um arsenal substancial”, disse Kivinen.

As declarações foram dadas na esteira das tensões entre Rússia e Lituânia, que proibiu o trânsito de certas mercadorias russas para o exclave de Kaliningrado. Ontem, Moscou voltou a ameaçar retaliar o governo lituano. O Kremlin disse que a resposta será no campo diplomático, mas avassaladora. / AP, AFP, REUTERS e NYT

https://www.estadao.com.br/internacional/putin-pede-ajuda-dos-brics-para-superar-sancoes-de-eua-e-europa/

Clássico do pensamento chinês ganha tradução inédita em idioma ocidental - tradução de Giorgio Sinedino

Giorgio Sinedino foi meu aluno no programa de Mestrado em Diplomacia do Instituto Rio Branco.

Clássico do pensamento chinês ganha tradução inédita
 em idioma ocidental

UNESP, Ano 7 | Nº 312 | 23/06/2022

Um dos principais textos do pensamento e da literatura chineses – e que não só continua a intrigar e inspirar leitores sinófonos em nossos tempos, mas também é uma das principais “pontes” para que leitores de outros idiomas possam se aproximar do que nos foi legado pela China Antiga – vem a lume, pela primeira vez em um idioma ocidental, o livro O imortal do Sul da China: uma leitura cultural do Zhuangzi, lançamento da Editora Unesp com apoio do Instituto Confúcio na Unesp. A tradução e os comentários ficam a cargo do pesquisador Giorgio Sinedino, que também assina as traduções de Os Analectos e de Dao De Jing.


 






Lithuanian President Gitanas Nauseda: Now is the time to make NATO even stronger (WP)

Opinion

Lithuanian President Gitanas Nauseda: Now is the time to make NATO even stronger

Finnish soldiers perform war simulation exercises during NATO military drills on June 11 in Varmdo, Sweden. (Jonas Gratzer/Getty Images)

Gitanas Nauseda is the president of Lithuania.

“Never again” was the oath most widely pledged after the end of World War II. Yet for more than 100 days now, Russia’s brutal war of aggression has been raging in Ukraine. The war has fundamentally challenged the security architecture of the West. NATO’s initial response was admirable. But now we must go further — by making urgently needed adjustments to the alliance and its structure. NATO must adapt to a radically changed security environment.

Russia has been publicly challenging the West for at least the past 15 years. It has tried to gain the upper hand through aggressive action, first in Georgia in 2008, then in Ukrainian Crimea and Donbas in 2014. Despite all this, some Western countries have continued business as usual with Moscow, some even expanding their cooperation. For decades, the West has failed to understand what Russian President Vladimir Putin’s regime is about — namely expansionism, revisionism, violence, rule by fear and coercion. Russia is not interested in creation or cooperation, but rather in destruction and rule by force.

Feb. 24, 2022, was the day when the rose-tinted glasses fell off. Now the countries of the West have imposed stringent sanctions on Russia and are delivering heavy weapons to Ukraine. Europe has started moving toward energy independence from Russia. It might seem as though a lot has been done, but this is not enough to stop the war in Ukraine. And are we really doing enough to stop Putin from continuing his aggression elsewhere?

The time has come to understand that Russia cannot be stopped by persuasion, cooperation, appeasement or concessions. Russia takes such gestures as a sign of weakness, as permission to expand and intensify its onslaught. When Putin hears Western leaders talk about the need to negotiate, the need for a cease-firethe need to avoid “humiliating” Russia, he is only encouraged to increase his gamble for world conquest. Recently Putin even compared himself to Peter the Great and openly declared his determination to take back lands previously occupied by the Russian Empire. Such rhetoric clearly demonstrates his contempt for one of the most fundamental pillars of the rules-based international order: the principles of sovereignty and territorial integrity.

Putin is clear in his desire to subvert Western values, cut the links between North America and Europe, and subdue Europe to Russia’s will. He knows that he can achieve these aims by confronting NATO. We can prevent this from happening by ensuring that the transatlantic community has a clear plan for defense. We are at a crucial moment in history, one where we must show decisiveness and determination. The NATO summit scheduled to start on June 29 in Madrid will be our chance to do so.

First, we must clearly define Russia as an explicit long-term threat to the entire Euro-Atlantic area. NATO policies must be adjusted accordingly. There is no place for passive hesitation and appeasement.

Second, we must scale up our defenses. We can no longer place our faith in the policy of tentative reinforcement. We need to make sure that NATO has no weaknesses. It is crucial that no potential adversary should be tempted to attack the alliance. The three Baltic states are already on the front line if Putin decides to test NATO’s boundaries, strength and commitment. In this situation, there is no credible alternative for NATO but to invest more in the defense of the Baltic countries. We must quickly move to modern forward defense by upgrading NATO’s battalion-scale enhanced forward presence to brigade level and by building regional air-defense capabilities. This would send the strongest signal yet to Russia that it will not be allowed to set the parameters for the security of NATO’s eastern flank. Failure to do so would invite further trouble.

Third, we must make sure Ukraine wins. We must provide every form of support to Ukraine, including (and most especially) heavy weapons, quickly and in significant quantities. Time and numbers matter in this war. We must understand that every centimeter of Ukrainian land occupied by Putin’s forces brings Russian terror closer to our door. We must understand that this war is about the world we and our children are going to live in. Values cannot defend themselves. If left undefended, they will perish, and democracy will be replaced by authoritarianism. We need to choose between succumbing or standing up for our values. We need to choose Ukraine.

And finally, NATO’s “open door policy” must be officially maintained as the most effective tool in expanding security and providing peace for millions of Europeans. We should wholeheartedly welcome Sweden and Finland into the alliance. This decision will have a wide-ranging positive impact on the Baltic region and NATO as a whole.

To be truly safe and stable, Europe must be whole and free, united in peace, democracy and prosperity. For this future to become a reality, the success of NATO as the backbone of collective defense spanning the whole transatlantic area is crucial.

This also means that the alliance will have to reinvent itself. Only by being more proactive, investing more in our indivisible security and making it more difficult for adversaries to wreak havoc can we hope to achieve the return of a lasting peace in Europe.