O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Eleicoes 2014: pesquisas eleitorais

Estudo aponta vitória de Aécio no segundo turno. Resta ver como a eventual entrada de Marina diretamente como candidata à Presidência poderia alterar radicalmente o panorama eleitoral.
Maurício David

MACROMÉTRICA PROJETA PROBABILIDADE ELEITORAL COM MODELO ESTATÍSTICO USADO NOS EUA
Valor Econômico, 12/08/2014

1. Para fazer a projeção, a Macrométrica usou o esquema de análise de Nate Silver, o editor-chefe do site "FiveThirtyEight". Silver ficou famoso por ter acertado o resultado de todos os 50 Estados na eleição presidencial americana de 2012, quando Barack Obama se reelegeu, ao vencer Mitt Romney.  O relatório pede cautela. Segundo o texto da consultoria do ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes, ela "corre riscos em função de eventual repúdio do eleitorado à política em geral e de uma eventual perda de competitividade de Aécio, afetando seu fator de conversão (o percentual de eleitores que não votou no tucano no 1º turno e o faz no 2º)".
       
2. Aí entra "a única hipótese arbitrária nesse exercício de projeção, que não sai diretamente da pesquisa eleitoral", segundo a Macrométrica - o percentual de eleitores não comprometidos com nenhum dos dois candidatos que vai permanecer assim até o fim da eleição. Na primeira simulação, esse percentual é fixado em 4%, próximo aos 4,2% registrados na eleição de 2006. Números do TSE, porém, mostram que o total de votos em branco e nulos naquela disputa foi de 6%.
           
3. Para chegar à previsão sobre o 2º turno, a consultoria calcula os fatores de conversão para estimar como seriam distribuídos para Aécio e Dilma os votos que no 1º turno não foram para nenhum dos dois. No Ibope, dos 17 pontos percentuais que migram para ambos, 23,5% - ou 4 pontos percentuais - vão para Dilma e 76,5% - ou 13 pontos percentuais - para Aécio.  "Esses fatores de conversão são parâmetros-chave para a projeção", destaca a Macrométrica, notando que, na sua hipótese, os 39% eleitores não comprometidos vão cair para 4% no 2º turno, um recuo de 35 pontos percentuais. Mantido o mesmo fator de conversão no Ibope, Dilma ficaria com 8,2 pontos percentuais dos 35 pontos e Aécio, com 26,8.
           
4. "O resultado é a vitória de Aécio com 49,8% dos votos, contra 46,2% para Dilma e 4% de VNC (votantes não comprometidos). Como os VNC nunca são considerados na apuração do resultado final, a vitória de Aécio seria com 51,8% contra 48,2% de Dilma, ou seja, por diferença de 3,6 pontos percentuais."   O relatório estima ainda que, se mais de 11% dos eleitores não escolherem nenhum dos dois no 2º turno, Dilma ganhará de Aécio. Isso pode ocorrer "se a falta de empolgação dos eleitores com a campanha representar repúdio à maneira como a política é feita", diz o relatório. Nesse cenário, o total de votos em branco ou nulos será maior do que o normal.
           
5. "Outro ponto de vulnerabilidade da projeção está nos fatores de conversão", afirma a consultoria. Se o fator de conversão de Aécio ficar abaixo de 71,5%, Dilma ganharia mesmo se apenas 4% dos eleitores não votar em nenhum dos dois no segundo turno. "Aconselha-se, portanto, acompanhar as pesquisas com cuidado antes de soltar fogos para qualquer candidato."

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BRASIL - Um Novo Rumo para as Eleições
Ilan Goldfajn - Economista-Chefe
Pesquisa macroeconômica - Itaú, 14/08/2014

O Brasil lamentou nesta quarta-feira a morte de Eduardo Campos, um político de 49 anos, presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro), ex-governador de Pernambuco e candidato presidencial sob a coligação Unidos pelo Brasil. Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo, saindo do Rio de Janeiro em direção a Santos, no litoral de São Paulo, onde ele participaria de uma reunião com empresários, como parte da campanha. Logo na noite anterior, Campos havia dado uma entrevista ao Jornal Nacional, o noticiário de maior audiência no país. Seu falecimento é uma grande perda para sua família, amigos, e para o Brasil, que perde um líder jovem, ativo e importante. Oferecemos nossas mais sinceras condolências e estamos profundamente entristecidos por este evento trágico.

Eduardo Campos estava em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos. Seu partido tem dez dias para registrar (ou não) um candidato substituto. Uma possibilidade é que Marina Silva, candidata a vice-presidente de Campos, ocupe seu lugar. Marina Silva concorreu à presidência nas eleições de 2010 e obteve 19,4% dos votos. Anteriormente, ela havia sido ministra do Meio Ambiente no governo do presidente Lula, de janeiro de 2003 a maio de 2008. Marina Silva vinha tentando formar seu próprio partido (REDE), mas não foi capaz de cumprir as exigências dentro do prazo. Ela decidiu unir-se ao PSB de Eduardo Campos.

O sucesso de Marina Silva em 2010 foi concentrado principalmente nos grandes centros urbanos. Ela não chegou a vencer em nenhum estado, com exceção do Distrito Federal, mas ficou em segundo lugar no Rio de Janeiro, Pernambuco, Amapá e Amazonas.

Em abril de 2014, Marina apareceu na pesquisa Datafolha com 27% das intenções de voto, atrás de Dilma Rousseff (38%) e à frente de Aécio Neves (16%). Na mesma pesquisa, Eduardo Campos apareceu em terceiro lugar, atrás de Aécio Neves. Logo após os protestos de junho de 2013, a pesquisa do Ibope mostrou Marina em um empate técnico com a presidente Dilma Rousseff em uma simulação de segundo turno (Dilma = 35%, Marina = 34%). Na última pesquisa Datafolha (meados de julho) Eduardo Campos apareceu com 8% dos votos, atrás de Dilma (36%) e Neves (20%). Numa votação de segundo turno entre Neves e Dilma, 55% dos eleitores de Eduardo Campos escolheriam Aécio Neves, enquanto 26% escolheriam Dilma.

Se Marina for confirmada, as chances de a eleição chegar ao segundo turno aumentam, já que é provável que ela obtenha votos daqueles que hoje estão indecisos ou disseram que votariam em branco ou nulo. Além disso, as chances de uma vitória de Dilma caem, pois Marina possui mais intenções de voto do que Campos, e sua candidatura viria após um evento trágico de grande repercussão nacional.

Um dos principais assessores econômicos de Marina, Eduardo Giannetti da Fonseca, defende a recuperação da "credibilidade e consistência do 'tripé' macroeconômico, com superávit primário, taxa de câmbio flutuante e autonomia do banco central." Ele também defende uma nova agenda de reformas microeconômicas, com o princípio básico da "horizontalidade", ou seja, políticas destinadas a todos os setores simultaneamente, ao invés de políticas específicas para setores específicos. (Entrevista ao Estado de S. Paulo, 23 de fevereiro de 2014).

O próximo passo importante no processo eleitoral será a escolha que o PSB fará sobre a manutenção ou não de um candidato presidencial. Caso decida manter um candidato na cédula de outubro, o partido terá que realizar uma convenção para ratificar o candidato, além de um candidato à vice-presidência, e a coligação. Lembrando que já na próxima terça, 19 de agosto, o horário eleitoral gratuito terá início na TV e no rádio.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Governo companheiro: um caloteiro como Nunca Antes

Tesouro atrasa repasse de R$ 19,5 bilhões a programas sociais

Do montante, R$ 17 bilhões já deveriam ter sido transferidos ao FGTS e outros R$ 2,5 bilhões ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

O Tesouro Nacional tem atrasado a transferência de 19,5 bilhões de reais a dois fundos ligados a programas sociais: o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Segundo informações do jornal O Globo, esse dinheiro está depositado, ainda, no caixa único do Tesouro, numa estratégia que ajudaria o governo na conta do superávit primário, que é economia feita para o pagamento dos juros da dívida.
Deste total, 17 bilhões deveriam ter sido transferidos ao FGTS e o atraso pode, segundo fontes de O Globo, prejudicar as contratações de novas moradias a médio e longo prazo, uma vez que é permitido usar parte do fundo para compra de imóveis. A expectativa é que o assunto seja discutido no Conselho Curador do fundo na semana que vem. Cerca de 10 bilhões do montante devido ao FGTS diz respeito à contribuição adicional das demissões sem justa causa que o Executivo retém desde 2012. Outros 7 bilhões são de subsídios do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). O desconto no preço dos imóveis do MCMV é arcado, em grande parte, pelo FGTS.
No caso dos 2,5 bilhões devidos ao FAT, existe uma previsão de que, em caso de atraso no repasse, a Caixa Econômica arque com a despesa e depois cobre a conta do Tesouro, com correção. O FAT é responsável por benefícios sociais como o Bolsa Família e o seguro-desemprego.
O problema é que a Caixa está sendo prejudicada pelo movimento e já foi questionada  pelo Banco Central sobre as discrepâncias em seu balanço. Ela é responsável pelos pagamentos de benefícios sociais, mas a maior parte deles é financiada com dinheiro do Tesouro Nacional e uma minoria com recursos de Estados e municípios. Entre julho de 2013 e julho deste ano, só o pagamento do seguro-desemprego já teria tomado 2 bilhões de reais de seu caixa.
Diante do impasse, a Caixa recorreu à Advocacia-Geral da União (AGU), que, por sua vez, criou uma câmara de conciliação entre ela e a União. Segundo fontes, a Caixa quer se respaldar juridicamente para fazer frente aos questionamentos do BC. No centro dessa discussão, segundo o jornal Folha de S. Paulo publicou na quarta, está um valor superior a 1 bilhão de reais que ficou preso nos cofres do Tesouro em abril. 
Procurado pelo jornal, o Tesouro disse que os repasses para benefícios sociais, como o Bolsa Família, seguem a programação financeira e que não há anormalidade de transferência. Mas, não se pronunciou sobre o atraso nos repasses ao FGTS. 
Superávit - Neste ano, a meta do governo é economizar 99 bilhões de reais, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para pagamento dos juros da dívida (superávit primário). Contudo, até junho, só havia conseguido um saldo positivo de 29,38 bilhões de reais. 

Argentina, 7 vs Brasil, 5: perdemos no concurso das moratorias

Apesar de ganharmos amplamente na corrida inglória de destruir e enterrar moedas, com 8 a 5 para o nosso infeliz registro, ainda estamos perdendo no concurso das moratórias. Os argentinos conseguiram ser mais caloteiros.
Parabéns, continuem assim...
Paulo Roberto de Almeida 
Una lágrima por Argentina
La última suspensión de pagos de Argentina plantea cuestiones inquietantes a los encargados de la formulación de políticas. Es cierto que las periódicas crisis de deuda de este país son a menudo consecuencia de políticas macroeconómicas destructivas, pero esta vez el desencadenante de la suspensión de pagos ha sido un cambio importante en el régimen internacional de la deuda soberana.
Dicho cambio favorece a los acreedores intransigentes en el caso de las emisiones de bonos regidas por la legislación de Estados Unidos. Al aminorarse el crecimiento de los mercados en ascenso y aumentar la deuda exterior, unas nuevas interpretaciones jurídicas que dificulten más las reestructuraciones y las futuras reprogramaciones de la deuda no son un buen augurio para la estabilidad financiera mundial.
En esta historia no hay héroes y, desde luego, no lo son las autoridades de Argentina, que hace un decenio intentaron imponer unilateralmente una generalizada reestructuración en gran escala a los titulares extranjeros de bonos. Los economistas que pregonaron el "consenso de Buenos Aires" como la nueva forma de dirigir las economías también resultan ridículos a posteriori. El Fondo Monetario Internacional (FMI) reconoció hace mucho haber concedido demasiados préstamos para intentar salvar la insostenible vinculación de Argentina con el dólar cuando se desplomó en 2001.
No es la primera vez que una suspensión de pagos de Argentina ha alterado los mercados internacionales de capitales. Según el cuadro que Carmen Reinhart y yo compilamos en nuestro libro de 2009 Esta vez es distinto, Argentina ha suspendido pagos en siete ocasiones anteriores: en 1827, 1890, 1951, 1956, 1982, 1989 y 2001.
Argentina puede ser casi tan famosa por sus suspensiones de pagos como por sus equipos de fútbol, pero de ningún modo es la única al respecto. Casi todos los países con mercados en desarrollo han experimentado problemas recurrentes en materia de deuda soberana. Venezuela es el que ostenta la plusmarca en la época contemporánea con 11 suspensiones de pagos desde 1826 y posiblemente otras por venir.
En 2003, en parte como reacción ante la crisis argentina, el FMI propuso un nuevo marco para la adjudicación de deudas soberanas, pero esa propuesta chocó con la firme oposición no sólo de los acreedores que temían que el FMI se mostrara demasiado comprensivo para con los deudores problemáticos, sino también de los mercados emergentes que no preveían un riesgo a corto plazo de que se dejara de confiar en su solvencia. Los prestatarios solventes estaban preocupados ante la posibilidad de que, si se suavizaban las sanciones por incumplimiento, los acreedores exigieran tipos mayores.
Recientemente, como consecuencia de una reconsideración de los préstamos del FMI a la periferia de Europa (y a Grecia en particular), el Fondo ha propuesto otro planteamiento para la reprogramación de la deuda que podría ser más fácil de aplicar. El FMI reconoce ahora que, en realidad, se estaba utilizando la mayor parte de su financiación para que no tuvieran pérdidas los acreedores a corto plazo. A consecuencia de ello, no había dinero suficiente para ayudar a suavizar los recortes presupuestarios impuestos por la repentina paralización de la financiación extranjera.
La experiencia de la reciente crisis de la zona del euro presenta un marcado contraste con la crisis de la deuda latinoamericana en el decenio de 1980, cuando no se permitió que los bancos se apresurasen a librarse de sus préstamos. Si se aprueba la nueva propuesta, el FMI denegaría fondos, con condiciones, a los países que tengan cargas de deuda cuya insostenibilidad considere muy probable el personal del FMI; los acreedores tendrían que acceder primero a "reconfigurar" la deuda.
Lo de reconfigurar la deuda es un eufemismo por reestructurar la deuda, lo que permite a los países endeudarse para con los acreedores existentes durante periodos más largos y con tipos de interés menores de los que podrían encontrar en el mercado abierto. Aunque dista mucho de estar claro si le resultaría fácil al FMI mantenerse firme frente a los acreedores muy exigentes, la nueva política, en caso de que se adoptara, endurecería el planteamiento por parte del Fondo de los casos en que se ve repetidas veces aportando dinero bueno para intentar salvar lo insalvable.
En la actualidad, Estados Unidos parece reacio a secundar la propuesta del FMI. Evidentemente, las autoridades estadounidenses están convencidas de que en algunas situaciones la geopolítica prevalece sobre la economía (lo que se refleja, por ejemplo, en la reciente reincorporación del FMI a Ucrania, después de una serie de programas fallidos).
Esa resistencia americana es desafortunada. Sería mucho mejor que Estados Unidos buscara, sencillamente, formas de organizar simples donaciones en casos excepcionales, como el de Ucrania, en lugar de estructurar el sistema financiero internacional en torno a ellos.
En vista de las complicaciones recurrentes para la resolución de contratos de deuda soberana en tribunales extranjeros y de la incapacidad del mundo para organizar un procedimiento fiable y justo en los casos de quiebras extranjeras, tal vez la mejor idea sea la de orientar la mayor parte de las corrientes internacionales de deuda hacia los tribunales de los países deudores. Hace 25 años, Jeremy Bulow y yo hicimos una propuesta de ese tipo; ése sigue siendo el planteamiento correcto.
En ese caso, los países interesados en endeudarse con grandes cantidades en el extranjero deberían crear entidades que prometieran devolver los préstamos de forma fiable. En general, la experiencia respalda ese método. De hecho, el enorme aumento en los últimos años de la emisión de deuda nacional de los países emergentes ha contribuido a reducir las tensiones en los mercados (si bien la continua dependencia de la deuda extrajera en que se encuentran las empresas sigue manteniendo a muchos países en una situación de vulnerabilidad).
Pero el endeudamiento interno no es una panacea. Creer que cualquier país que emita deuda en su propia divisa carece de riesgo, mientras el tipo de cambio sea flexible, resulta asombrosamente ingenuo: entre otras cosas, porque sigue existiendo riesgo de inflación, en particular en el caso de los países con instituciones fiscales débiles y grandes cargas de deuda.
Aun así, el último trauma de Argentina en materia de deuda muestra que el sistema mundial de renegociaciones de deuda soberana sigue necesitando urgentemente una reparación. Es absolutamente necesario reforzar los mercados nacionales de deuda y tal vez hacer cambios en el sentido propuesto por el FMI.
Traducido del inglés por Carlos Manzano.
Kenneth Rogoff, ex economista jefe del FMI, es profesor de Economía y Política Pública en la Universidad de Harvard.
© Project Syndicate, 2014.

Nunca Antes na Diplomacia... - Resenha do livro PRA, por Marcos Guterman

Um colega me mandou, e ainda estou buscando o original, para agradecer. Em todo caso, segue o teor do artigo, provavelmente no blog do autor.
Paulo Roberto de Almeida
Addendum: Achei: página de opinião do Estadão, desta quinta-feira, 14 de agosto de 2014, sob o título de: "O Show de Lula".

Um verdadeiro estadista serve a seu país, e não a seu partido...
Autor: Marcos Guterman
é Doutor em História Social.
Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

O lulopetismo transformou a diplomacia em panfleto político!

Livro, Nunca Antes na Diplomacia - A Política Externa Brasileira em Tempos Não Convencionais

A extensão dos danos causados ao Brasil pela diplomacia partidária do lulopetismo ainda é desconhecida. Por muito tempo o mundo se deixou encantar pelo hiperativismo de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto seu governo fazia opções que afrontavam a tradição do Itamaraty e o próprio interesse nacional. Mesmo com Dilma Rousseff, isto é, mesmo sem a megalomania de Lula, resta evidente que a agenda petista continua a prevalecer e a única estratégia do governo parece ser a de confrontar o "Norte", ou seja, os países ricos, sempre que a oportunidade aparece. Os resultados dessa política certamente se farão sentir por muitos anos, porque inúmeras oportunidades comerciais e de desenvolvimento vêm sendo perdidas em favor da aproximação com regimes autoritários que nada têm a oferecer ao Brasil senão afinidade ideológica com os governantes de turno.

Embora esses equívocos sejam claros como o dia, escassas são as vozes que ousam apontá-los, pois são logo classificadas como "lacaias do império" por uma formidável máquina de propaganda petista, em especial nos meios universitários, justamente onde deveria prevalecer o pensamento crítico e independente. Um dos poucos que decidiram enfrentar esse consenso artificial é o diplomata Paulo Roberto de Almeida. Em seu novo livro, Nunca Antes na Diplomacia - A Política Externa Brasileira em Tempos Não Convencionais, Almeida propõe-se a fazer um raro balanço da política externa lulopetista, sempre tendo em vista seus equívocos basilares. Ainda que não seja possível dimensionar a amplitude total dos problemas levantados, pois não há distanciamento histórico suficiente, o fato é que o livro de Almeida é uma leitura genuinamente incômoda, pois revela como a política externa do Brasil está, neste momento, entregue a ideólogos de um partido que diz defender a soberania nacional enquanto a sacrifica no altar do altermundismo.

Almeida está na carreira diplomática desde 1977 e ocupou diversos cargos no Itamaraty. Com uma trajetória dessas, seria natural que mantivesse a discrição que marca o mundo da diplomacia. Mas Almeida é, no dizer do embaixador Rubens Barbosa, um "provocador" - a começar pela escolha do título do livro.

"Nunca antes" é a expressão de um tempo em que tudo o que diz respeito ao lulopetismo tem de ser considerado em termos superlativos, pois se trata, na visão de seus protagonistas, de uma "revolução". É a introdução obrigatória dos discursos não só de Lula, mas de todos aqueles empenhados em provar, a todo momento, que o ano de 2003, quando o PT chegou ao poder, marcou o início de fato da História do Brasil. Almeida dedica-se a desconstruir esse discurso, para provar que por trás da promessa de independência e altivez mal se esconde a submissão a interesses obscuros, articulados bem longe das fronteiras nacionais - o livro lembra diversas vezes a vinculação de petistas de alto coturno com Cuba e a ditadura dos irmãos Castro.

Um dos grandes problemas da diplomacia lulopetista, como mostra o livro, é o improviso, resultado direto da sujeição total da política externa aos desejos e impulsos de um chefe de Estado que imagina estar numa missão redentora. Com Lula, deixou-se de lado, por ociosa, qualquer forma de planejamento e de respeito aos limites da ação diplomática, razão pela qual muitas vezes se despendeu grande esforço para alcançar objetivos tão controversos quanto inúteis, apenas para satisfazer a sede presidencial pelos holofotes. Ainda que bem mais discreta que seu antecessor, Dilma manteve o desapreço pela diplomacia profissional.

O lulopetismo transformou a diplomacia em panfleto político. Com isso o País passou a classificar como "estratégica" qualquer parceria que cumprisse a função de reafirmar os propósitos anti-hegemônicos da cartilha do PT, sem considerar os interesses de longo prazo nem os recursos que devem ser gastos para manter essa fantasia.

Ao dar prioridade às relações com os países do "Sul", isto é, aqueles que não integram o mundo desenvolvido, Lula tinha em mente liderar uma revolução geopolítica - e, de lambujem, ganhar um Nobel da Paz. Pretendia colocar o Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Queria que o País fosse reconhecido como o motor de um novo modelo de desenvolvimento, melhor e mais justo do que o capitalista ocidental. Mas, como mostra o livro de Almeida, faltou combinar com os russos.

As iniciativas petistas foram rechaçadas, em primeiro lugar, pela Argentina e pelo México, entre outros países da América Latina, que não estavam nem um pouco inclinados a aceitar a liderança brasileira. O Mercosul, que deveria servir de plataforma para esse salto diplomático, foi transformado num estorvo para o desenvolvimento brasileiro e todas as outras entidades criadas na América Latina para dar corpo à ideia de integração regional raras vezes se prestaram a outra coisa senão a servir de palanque para as diatribes bolivarianas.

Em nome de seus propósitos delirantes, o lulopetismo adotou a leniência como padrão de relacionamento com os sócios ideológicos: aceitou afrontas da Bolívia à soberania nacional e da Argentina a acordos comerciais, ignorou violações de princípios democráticos, afagou ditadores. Tudo isso para provar que estava conferindo, pela primeira vez, verdadeira "independência" à política externa brasileira.

Após demonstrar que essa "independência" é uma ilusão e apontar os graves problemas que isso causa ao País, Almeida termina seu livro com um interessante exercício: ele especula o que o Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, diria a Lula se fosse seu chanceler. Além de recomendar o fim da política "Sul-Sul", por reduzir demais as oportunidades para o Brasil, Rio Branco daria um conselho que, embora óbvio, é fundamental nestes "tempos não convencionais":
um verdadeiro estadista serve a seu país, e não a seu partido.

Frase da semana: Roque E. Campos

Tá difícil ser brasileiro...

(apenas isto...)

Hamas-Israel: a rede subterranea do terrorismo - impressionante

Como diz o autor, seria muito pior do que  o 11 de Setembro: milhões de dólares e milhares de homens-hora de trabalho foram empregados na construção dos túneis do terror. Se esses recursos tivessem ido para a população Gaza seria um território rico e próspero. 
Paulo Roberto de Almeida 
(Vou reformatar depois)

The tunnel story not told in the news media


 


Here is the reason Israel needed to retaliate. 

 

 

Please take the time to read this ... 

 

 By Mordechai Ben-Menachem

 

Multiple media outlets report that Hamas's offensive tunnel network - now known to have been composed of over forty attack tunnels dug underneath Israel's border with the Hamas-controlled Gaza Strip - was set to be activated during the Jewish High Holidays (September 24th) as a mass terror attack.

 

The attack was meant to generate as many as ten thousand casualties, men, women and particularly children and hundreds of captives.  Explosives were particularly placed underneath kindergartens to make certain that these "institutions" would be the first struck, even before any thing else.

 

The IDF recently published the below map showing that tunnels were created in pairs, to empty out on both sides of nearby communities.  The known cost of the infrastructure - each tunnel costs upward of some $1 million - clearly shows that Hamas was planning a coordinated mega-attack.  It must be understood that use of even one tunnel would inevitably trigger Israeli retaliation against the entire network.

 

Descrição: http://dailycaller.com/wp-content/uploads/2014/07/Gaza1.jpg

A map of a small portion of the tunnels meant to be used 9 weeks from now.

 

Revelations regarding the planned tunnel attack magnitude played a decisive role in the Israeli government's rejection of a ceasefire proposed late Friday by Secretary of State John Kerry.

 

Unbelievably, Kerry actually proposed in his latest "cease-fire proposal" - none of which have been honored by Hamas so far - that Israel refrains from degrading remaining attack tunnels.  This mind-boggling concept would necessarily be rejected by any sane government, of any country.

 

Israeli security sources, citing information acquired in interrogations of captured brigands, described a scenario under which hundreds of heavily armed Hamas fighters would have spilled out into Israel in the dead of night and within 10 minutes been positioned to infiltrate essentially all Israeli communities surrounding the Gaza Strip.  Waiting then in hiding until schools and kindergartens were occupied, the terrorists would then attempt to kill the children first, and then kill and kidnap as many Israelis as possible.  The plot was set to take place during Jewish New Year, on September 24.by Taboola

 

"It's like the Underground, the Metro or the Subway," Israeli military spokesman Lt. Col. Peter Lerner said. "These tunnels are all connected. I would describe it as Lower Gaza."

 

Israeli Economy Minister Naftali Bennett said, "A whole city of terror tunnels has been found.  Without the ground operation, we would have woken up one day to an Israeli 9/11."

 

Except, the actual objective was to be five times 9/11.

 

Descrição: http://dailycaller.com/wp-content/uploads/2014/07/Gaza2.jpg

This picture shows clearly the width of one of the tunnels, sufficient for wheeled vehicles to transverse it.  Hamas did not build a "subway" system for Gaza residents.  They built an infrastructure for one purpose, and one only, an industry of death. 

 

Israeli military officials reported that the tunnels are stocked with tranquilizers, handcuffs, syringes, ropes and other materials used for subduing abductees, civilians and soldiers.  The tunnels also had fantastic quantities of explosives and additional military materiel meant to be used in the up-coming mega attack.  Much of these explosives had already been placed underneath Israeli kindergartens.  Some of these tunnels were as deep as 30 meters underground.

 

Descrição: http://dailycaller.com/wp-content/uploads/2014/07/Gaza3.jpg

Fantastic quantities of explosives were stored in every tunnel, meant to be used in a mega-attack on civilian communities and infrastructure.

 

Sources say the Gaza Strip war, Operation Protective Edge, could serve as a prelude for a more extensive underground war with the Iranian-sponsored Hezbollah.  Perhaps, not 'just' in the Middle East.

 

The tunnels inside Gaza and under the Israeli border are not a secret project Hamas ran under the noses of Israel and the Palestinian public. Everyone in Gaza, knew that beneath Gaza, the City and all of its environs, a network of tunnels was being dug over the past five years, with an investment of tens of millions of dollars.  Yet no one in Israel, public or military, was prepared for the scope of the tunnels - the danger that became clear in the past week or two.

 

 

Descrição: http://dailycaller.com/wp-content/uploads/2014/07/Gaza4.jpg

Senior Hamas operatives show off their offensive tunnels to their spouses.  Unbelievably, this is actually a picture of a Marriage taking place in the 'place of death'.

 

In order to create this monstrosity, Hamas needed significant professional help; and this help had to have come from a large organization or state entity.  This is not just the monetary aid it received from Qatar, America's ally.  This is professional guidance for the performance of such an underground feat.  Perhaps Hamas could have used experts from the tunnels dug at Rafah under the Gaza-Egypt border, but those were significantly simpler, and did not demand any extraordinary investment or effort.

 

Descrição: http://dailycaller.com/wp-content/uploads/2014/07/Gaza5.jpg

A Hamas operative climbing upward in a pier of one of the major tunnels.  Notice the work on the sides of the tunnel.

 

Who supplied these quantities of material?  Who planned what would be needed?  How did Hamas acquire thousands of ampoules of tranquilizer, syringes and other, additional drugs to be used?  These are far beyond the quantities and variety of what is needed by any civilian medical service.

 

How was all this brought in to the Gaza Strip?  The logistics of this planned attack are the work of a well-organised military, not that of a militia or club.  This was no amateur plan.

 

Observers note that attack scenarios lined up with recently revealed data about the sophistication, scope and nature of the offensive tunnel network.  As previously reported here, this sophistication and know-how is being copied right now by Mexico-based Hezbollah agents along the Southern US border.  Tunnels in Southern Lebanon, as in South US, are significantly more difficult to detect than those in the sandy terrain of the Gaza Strip.

 

"Hamas planned these tunnels for years, and planned to use them to kidnap soldiers," Israeli military spokesman Brig. Gen. Mordechai Almoz said. "[Now] they see the tunnels collapsing one after the other."  For the last two years, the Israeli army has sought to develop skills and equipment to fight in enemy tunnels and bunkers.  Hamas and Islamic Jihad have used tunnels to operate command and control, to infiltrate Israel and abduct soldiers, to fire rockets and to conceal fighters amid invasion of the Gaza Strip.

 

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Mordechai Ben-Menachem is a former researcher/lecturer at Ben-Gurion University and an author of 30 book ranging from engineering to poetry. He is also an ordained clergyman and a former soldier.

 

 

 

 

 

 

Obama ensina para a mafia do Planalto como devem ser feitas as falcatruas na internet - Elio Gaspari

De fato, a máfia da Wikipedia (e de muitas outras coisas mais) abrigada no cerrado central, e em vários outros milhares de lugares clandestinos (mas pagos com o nosso dinheiro), vai passar a tomar mais cuidado daqui para a frente: eles vão só preparar as informações durante o expediente, mas levar para casa num pendrive, e depois contratar um desses hackers russos para fazer o trabalho tão direitinho que nem a NSA vai conseguir localizá-los.
Máfia é isso minha gente: sempre um passo à frente da polícia, e sempre com o nosso dinheiro...
Paulo Roberto de Almeida

De obama@edu para dilma@gov 
Elio Gaspari
O Globo e Folha de S. Paulo, 13/08/2014

Estimada presidente,

No ano passado a senhora zangou-se porque a minha National Security Agency monitorava comunicações do seu governo. Fez muito bem. Agora fiquei sabendo que alguém, usando o serviço da rede do Palácio do Planalto, alterou os perfís de dois jornalistas e a senhora mandou abrir uma sindicância, dizendo que isso é "inadmissivel". Contudo, uma nota do seu governo informou que, por razões técnicas, "é impossível" identificar os responsáveis.
Eu tenho mais horror a jornalistas que a senhora e sou viciado em Blackberry. Outro dia, durante um jantar, Hillary e Bill Clinton ficaram passados porque eu checava meu aparelho enquanto ele falava. (O casal decidiu me acertar, mas essa é outra história.) Vivendo na Casa Branca, tenho sempre que vigiar os aloprados que me cercam. Um deles inventou que o ataque à nossa embaixada em Benghazi não era um ato terrorista, mas consequencia espontânea de uma charge anti-islâmica. Caí no conto e pago por ele. O paranoico do Richard Nixon deixou-se encantar por eles e acabou posto para fora da Presidência. Nossas dificuldades são até parecidas. Eu só lhe escrevo porque a nota dizendo que é "impossível" identificar os aloprados é mais aloprada que eles e ameaça a segurança do seu país.
Um sujeito usa a rede do Planalto e não deixa a impressão digital? Admitamos que uma pessoa resolva fazer isso para transmitir dados confidenciais, segredos de Estado. A Chelsea Manning e o Edward Snowden contrabandearam segredos, mas não usaram a rede do Estado para passá-los adiante. Se um não fosse falastrão, talvez tivesse sido impossível achá-lo. O outro veio a público. O que seu governo diz é que não rastreia permanentemente as comunicações de sua rede. Esses dados precisam ficar armazenados pela eternidade, não por seis meses.
Senhora, a segurança de suas comunicações está bichada. Além da necessidade do rastreamento e do arquivo, nenhum servidor público pode tratar de assuntos oficiais com endereços eletrônicos privados. Faço-lhe uma confidência, há funcionários do seu palácio que, além de manterem endereços privados, armazenam assuntos de Estado na memória de seus computadores pessoais, sem passá-los aos arquivos oficiais. Acham que estão seguros porque podem apagá-los. São tolos. Apagar disco é tarefa complexa e demorada. Se por acaso o computador vai para a oficina, um curioso esperto pode extricar do disco quase tudo o que foi apagado. Ademais, arquivando em computadores pessoais informações do Estado, cometem uma infração.
Procurei informar-me e soube que existem no Brasil servidores civis e militares que conhecem esse assunto. Há até uma entidade privada, o Instituto Brasileiro de Peritos, capaz de ensinar a quem quiser aprender. Recorra a eles, presidente, ou chegará o dia em que seu neto Gabriel encontrará na rede boa parte dos assuntos secretos que passam por sua mesa. E não serão maledicências de Wikipedia, serão coisas muito mais sérias.
A rede de comunicações do governo brasileiro é vossa, cuide dela, pois os outros não haverão de fazer isso.
Michelle manda-lhe lembranças e Sasha espera voltar ao seu Palácio da Alvorada. Ela diz que é o lugar mais bonito em que esteve.

Atenciosamente,
Barack Obama

Plano Real, 20 anos: seria o cambio o principal problema do Brasil? - Antonio Carlos Teixeira Álvares e Guilherme Renato Caldo Moreira

A despeito dos autores terem razão do ponto de vista formal, não acredito que eles tenham razão no fundo, pois uma moeda pode também se valorizar, se a economia se fortalece. Bem, esse não foi o caso do Brasil, mas o câmbio não me parece ser o principal problema da política econômica, como parecem pensar os keynesianos de carteirinho (que acrescentam os juros altos, ao pacote). Ou seja, eles acham que se colocar o câmbio no bom patamar, aqui entre 2,87 e 3,00 por dólar, e com juros a 6,5 ou 7%, tudo estaria perfeito e o Brasil poderia crescer.
Não acredito: não com esse custo Brasil, com a atributação onerosa e irracional, com essa infraestrutura deplorável, com esse governo protecionista, com todas essas maldades que ele pratica sob a forma de distorções econômicas.
O Brasil vai mal, e não existem só duas causas para isso. Existem muitas...
Paulo Roberto de Almeida

O câmbio após vinte anos de Plano Real
Antonio Carlos Teixeira Álvares e Guilherme Renato Caldo Moreira
Brasil Econômico, 13/08/2014

Antonio Carlos Teixeira Álvares e Guilherme Renato Caldo Moreira são, respectivamente, professor da FGV/EAESP e gerente do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas da Fiesp e do Ciesp

A sobrevalorização do real é um fato concreto que está sacrificando barbaramente a indústria de transformação brasileira. De 2011 a 2014, o PIB total crescerá 7,4%, enquanto o PIB da indústria de transformação cairá 1%nesse período. E o mais grave é que muitos renomados economistas acreditam que a sobrevalorização do real seja proposital, pela disposição do governo federal em segurar os índices inflacionários. Proposital ou não, ao menos em um aspecto a maioria concorda: o câmbio está totalmente fora de lugar. A análise que aqui apresentamos demonstra que essa distorção está na raiz da crise, não somente da indústria de transformação, mas de toda a economia brasileira. Senão, vejamos: vinte anos atrás, em 1º de julho de 1994, foi instituído o Real, como moeda oficial do Brasil.
Entretanto, o Plano Real começou um pouco antes, em 1º de março de 1994, com a Unidade Real de Valor (URV). A moeda, na ocasião, era o Cruzeiro Real, sujeito à forte inflação. Registros da época mencionam que a URV teria sido inspirada no artigo escrito pelos economistas André Lara Resende e Pérsio Arida, intitulado Inertial Inflation and Monetary Reform, e apresentado em um seminário nos Estados Unidos, em 1984. O artigo, apelidado de proposta Larida, previa a implantação da reforma monetária pela indexação total da economia. Fundamentada nessa ideia foi concebida, dez anos depois, a URV, um indexador diário diretamente vinculado à taxa de câmbio. Em 1º de março de 1994, foi criada a Unidade Real de Valor, valendo 647,50 cruzeiros reais (CR$). Esse valor era correspondente à cotação do dólar americano em 1º de abril de 1994, e o valor da URV evoluiu diariamente, espelhando o câmbio.
Em 1º de abril de 1994, a URV valia CR$ 931,05; em 2 de maio, CR$1.323,92; em 1º de junho, CR$ 1908,08; e, finalmente, no histórico 1º de julho de 1994, foi posta em circulação a moeda real, convertendo cada cruzeiro real por 2.750,00, que seria o valor da URV na época e, consequentemente, como esse valor era baseado na cotação do dólar, quando nessa data o câmbio indicava: R$ 1,00 = US$ 1,00.O real foi consequência da indexação diária à cotação do dólar. A genialidade por trás da criação da URV foi ter implantado uma condição de dolarização praticamente total de preços na economia, sem uma verdadeira dolarização, com substituição da moeda, como aconteceu, por exemplo, no Equador. Isso posto, é razoável admitir que a cotação R$ 1,00 = US$ 1,00, em 1º de julho de 1994, espelhava a realidade econômica, pois fora conseguida pela indexação do câmbio diário durante quatro meses.A inflação acumulada em vinte anos,desde a criação do real, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, atingiu 361,72%.
Em última análise, isso significa que R$ 1,00, em 1º de julho de 1994, equivaleria a aproximadamente R$ 4,62 em 1º de julho de 2014. No mesmo período, a inflação americana foi de aproximadamente 61%. Isso significaria que US$ 1,00 em 1º de julho de 1994 equivaleria a US$ 1,61 em moeda de 1º de julho de 2014. Com base nesses dados, e por meio do cálculo matemático, chegamos à cotação cambial do dólar em 1º de julho de 2014, equivalente à da criação do real em 1º de julho de 1994: R$ 4,62 ÷ US$1,61= R$ 2,87. Ou seja, para ser equivalente ao câmbio paritário na data da criação do real, a taxa de câmbio hoje teria que ser muito superior ao patamar atual. Para vários especialistas, deveria ser da ordem de R$ 3,00. A história da criação do real parece lhes dar razão.

A Argentina e sua divida: um pais surrealista e um juiz kafkiano (ElPais)

Las pocas opciones del juez Griesa
Esta es la historia de un gobierno y un grupo de acreedores extranjeros. Los protagonistas están conectados por la deuda de ese gobierno con los acreedores y por la sentencia de un juez, también extranjero, que les obliga a pagar. Pero esto no transcurre en un sistema legal regido por la lógica sino en un territorio en el que nadie había entrado hasta ahora. Las tres partes negocian desde hace más de una década, acumulando frustraciones e interrogantes que, por más que avance el caso, parecen imposibles de responder.
“Es una de las disputas legales más extrañas que haya estudiado nunca el Tribunal Supremo”. Así definió el caso de la deuda argentina Lyle Denniston, especialista en la actualidad de la Corte de EE UU. El tribunal acababa de rechazar el litigio que enfrenta a Argentina con un grupo de fondos de inversión acreedores de su deuda, conocidos como los “fondos buitre”. La falta de dictamen hizo que prevaleciera la sentencia de una corte de apelaciones que estableció que Argentina había inclumplido el contrato que firmó con sus acreedores.
“No es nada sorprendente. Argentina firmó un contrato con los fondos en el que prometía que pagaría, por lo que el juez no tiene otra opción más que obligarle a hacerlo”, asegura Anna Gelpern, profesora de leyes internacionales de la Universidad de Georgetown. El problema, según Gelpern, es que este es un caso que enfrenta a dos partes y para el que no existe jurisdicción ni corte que pueda resolverlo. “Esta es la lucha entre la credibilidad de un sistema judicial de un país y la del gobierno de otro. Nadie puede ganar. Cuando llevas un sistema disfuncional a su extremo lógico, ocurren cosas como ésta”.
La sentencia firmada por el juez Griesa el pasado mes de diciembre dejó a Buenos Aires con tres opciones, todas ellas dolorosas: pagar al fondo estadounidense NML los 1.300 millones de dólares más intereses que le debe, negociar un nuevo acuerdo o no pagar. Pero como esto no sucede en un contexto legal lógico desde que Argentina accediera a firmar sus contratos con los fondos bajo legislación neoyorquina, la solución tampoco lo es.
La profesora explica que tal y como funcionan las leyes, un juez puede obligar a pagar a un individuo, embargando sus cuentas bancarias, reteniendo sus bienes o imponiendo una multa, pero no a un gobierno. “Los bienes soberanos de un gobierno en el extranjero son inmunes a las decisiones judiciales”, explica Gelpern. “Ese es el problema desde el principio: ningún país va a cumplir una sentencia que no tiene que obedecer”.
Gelpern asegura que esto explica por qué el juez Thomas Griesa, encargado de juzgar un caso que no puede resolver, ha dedicado 13 años a buscar una manera de que su sentencia pudiera ser ejecutada. La halló en una cláusula en el contrato conocida como pari passu y que obliga a Argentina a pagar a todos los acreedores en las mismas condiciones. Si ofrece un descuento en el pago de la deuda a un fondo, todos los demás deberán beneficiarse también. “La novedad es que nadie había interpretado así esa cláusula hasta ahora”.
Argentina contaba hasta con el respaldo de la Administración Obama, que advirtió del “tratamiento adverso hacia EE UU en cortes extranjeras después de esta sentencia” y que ésta podría tener “un efecto perjudicial en el papel que juega el dólar” en la economía mundial. Para el diario The New York Times, “la corte probablemente dañó el estatus de Nueva York como la capital financiera del mundo” e hizo que sea “cada vez más difícil que los países cuyas economías están en peligro puedan reestructurar su deuda”.
Griesa, sin embargo, tiene las manos atadas. Puede decirle a Argentina que su obligación es pagar, pero no puede hacer que ese pago ocurra si el gobierno de Buenos Aires no quiere -en comparación, sí podría congelar las cuentas o embargar los bienes de un ciudadano. Así que el juez buscó otro mecanismo para imponer aún más presión y lograr su objetivo. El cuarto actor en esta historia son los bancos que guardan fondos argentinos en EE UU. Griesa no tiene competencia sobre el Gobierno argentino, pero sí sobre ellos.
Gelpern, también miembro del Instituto Peterson de Economía Internacional asegura que la clave de esta sentencia no está en la interpretación de la cláusula sino lo que el juez ha elegido para ejecutarla: impedir a los bancos que muevan el dinero del gobierno argentino. Aunque Cristina Fernández ordenara el pago a un fondo en concreto, no podría hacerlo. Si quiere transferir los bonos -y la deuda- de un fondo a otro para evitar a los “buitres” o lograr que este conflicto quede amparado bajo la legislación de un país más favorable, tampoco. El objetivo de Griesa es que se cumpla el contrato y que cobren todos, no solo los que accedieron a descuentos. “Las entidades financieras son tradicionalmente conservadoras, no van a desobedecer una decisión judicial”, dice Gelpern. “El juez ha utilizado esto para presionar a Argentina”.
El contexto del caso de la deuda soberana argentina es además uno de vacío legal, ya que no existe una corte internacional con competencia sobre los Estados, como sí hay para empresas y ciudadanos en cada país. “No existe un sistema legal que garantice que los fondos van a recibir lo que se les prometió en el contrato y el juez no puede reescribirlo sin que las dos partes estén de acuerdo”, dice Gelpern. “Por mucho que la sentencia nos parezca un ultraje moral, no hay una ley que diga que deba cumplirse”.
Así, la historia del gobierno argentino, sus acreedores y un juez estadounidense transcurre desde hace más de una década en un contexto sin precedentes y en el que un magistrado emite sentencias que no puede hacer cumplir. Sus opciones son pocas: dar la razón a Argentina y perder toda su credibilidad -después de una larguísima carrera- ante los fondos y ante la justicia estadounidense; o dar la razón a los acreedores. “Esto sólo hace más daño”, dice la experta. “Pone más presión sobre Argentina y, aún así, nadie ha cobrado aún”.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eduardo Campos: a politica no Brasil ficou menor, e mais mediocre...

Por mais divergências que eu pudesse ter com sua carreira política e com o seu pensamento, inclusive com muitos dos projetos que ele teria provavelmente para o Brasil, num sentido contrário às minhas escolhas prioritárias, eu reconheço que se tratava de um político verdadeiro -- não essas contrafações que infestam o Congresso -- e um homem executivo, ou seja, um fazedor de obras (não essas coisas que posam de gerente de alguma coisa e não sabem administrar um carrinho de pipoca).
Reconheço, sobretudo, que se tratava de um homem inteligente, que sabia articular as palavras e sobretudo que sabia expressar ideias claras, consistentes, com lógica e precisão, não certas coisas ambulantes que andam por aí sem saber falar, porque não sabem sequer pensar.
Lamento sobretudo pelo nível dos debates políticos no Brasil.
Ainda que eu respeite a escolha da deusa da floresta, se tal for a escolha do PSB, acho que o debate perde muito, pois vão começar a divagar sobre a tal de sustentabilidade, e fica por aí mesmo.
Minha homenagem ao Eduardo Campos, com minhas sinceras condolências.
Paulo Roberto de Almeida

A disputa política ficou mais triste: 
morre Eduardo Campos (1965-2014)

O Brasil está chocado com a morte prematura e trágica do ex-governador de Pernambuco e candidato a Presidente da República pelo PSB, Eduardo Campos. A morte de qualquer pessoa jovem em um acidente é sempre muito dolorosa.

No caso de um político em ascensão, que aparecia todos os dias nos noticiários devido à sua participação na campanha eleitoral, a sensação que se tem é de alguém que era próximo de todos nós e que partiu.

A homenagem que podemos fazer ao político e ao pai de família é seguir o que ele falou em uma das suas últimas entrevistas, ontem no Jornal Nacional: “Não vamos desistir do Brasil. É aqui onde vamos criar nossos filhos, é aqui onde temos que criar uma sociedade mais justa….”. Eduardo Campos,

Eleicoes 2014: a mafia do PT e seu trabalho sujo, sempre mais - Carlos Brickmann


O valor do poder.
Carlos Brickmann para o Observatório da Imprensa
(*) Especial - Observatório da Imprensa - (www.observatoriodaimprensa.com.br), Circo da Notícia, 12 de agosto de 2014

O general Carl von Clausewitz que nos perdoe, mas no Brasil a guerra não é, como ele dizia, a continuação da política por outros meios. No Brasil, a política é uma das mais cruéis modalidades de guerra, e não é por outros meios: o objetivo é matar no mínimo a reputação de quem não concorda com o político-guerreiro.

É surpreendente que os meios de comunicação estejam assistindo quase em silêncio a duas iniciativas político-partidárias extremamente nefastas: o organizado trabalho de distorção da Wikipédia, para incluir em biografias de pessoas odiadas pelos bem-pensantes seus preconceitos e idiossincrasias (pelo menos em dois casos, os alvos são jornalistas de prestígio, competentes, de elevado conceito profissional, ambos das organizações Globo: Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg). Em outro caso, também de interferência na Wikipédia, a fonte das distorções foi identificada pelo IP dos computadores; é gente do Governo, funcionários públicos pagos pelo cidadão para trabalhar e não para fuxicar e fazer campanha usando bens adquiridos, pagos e mantidos pelos impostos de todos.

O Governo se defende com um argumento extremamente frágil: o de que o IP identificado se refere à Internet sem fio do Palácio do Planalto, o que torna impossível identificar exatamente qual o computador de onde partem as distorções insultuosas. Se o Governo está dizendo, deve ser verdade. Mas, seja quem for, o próprio Governo admite que está sendo usada a rede sem fio do Palácio do Planalto. É uma rede protegida, e só consegue usá-la quem tiver a senha. E é uma rede paga com dinheiro público. Não pode ser utilizada exceto para os fins a que se destina - e que não são difamar adversários nem louvar aliados.

Não é o único caso: este colunista já recebeu e-mails insultuosos provenientes de uma empresa estatal; e, quase todos os dias, recebe alguns e-mails de propaganda do partido preferido do remetente ou contendo insultos e acusações contra adversários desse partido, enviados de uma fundação beneficente não governamental - mas que busca arrecadar fundos na sociedade para cumprir seus objetivos específicos, não para fazer propaganda político-partidária de quem quer que seja.
Se este colunista recebe o material, imagine os grandes veículos de comunicação e seus articulistas - que, no entanto, se calam. E não deveriam calar-se, venha o abuso do lado que vier, do Governo ou da oposição (que, em muitos Estados, é Governo). Não se pode aceitar como normal que pessoas pagas por toda a população usem dinheiro público, instalações públicas, equipamento público, ou recursos de doações para fins beneficentes, para atacar adversários ou louvar aliados.

Alguns milhares de pessoas, contratadas publicamente por pelo menos duas coligações partidárias, têm como função atacar adversários nas redes sociais. É feio; mas, sendo feito com recursos privados, dentro de limites precisos, previstos em lei (nada de calúnia ou difamação, por exemplo), vá lá.

Mas nem isso justifica certas grosserias como as que estão ocorrendo na Internet. O blogueiro responsável pelo perfil Dilma Bolada, oficialmente contratado para a época de campanha, não precisaria abusar do preconceito, do machismo e da baixaria como nesse post, atribuído a Dilma Bolada, endereço @dilmabr:

"Marina Silva de biquíni é a cena mais aterrorizante que já vi na minha vida. Agora entendo porque ela defende tanto a Amazônia".

Tira o sofá daí
As modificações feitas com uso de computador do Planalto na Wikipédia não são novidade: só durante o mandato de Dilma, houve 170 intervenções na Wikipédia, para criticar adversários, elogiar aliados e dar mais visibilidade ao trabalho dos ministérios. Neste caso, as modificações classificam as análises econômicas de Míriam Leitão como desastrosas, acusam-na de ser ligada a banqueiros controvertidos; e atribuem a Sardenberg posição contrária ao corte nas taxas de juros (que foi feito na época e revertido a seguir, estando hoje no mesmo nível de antes do corte) para defender interesses de uma federação em que seu irmão é alto funcionário. A circunstância de que Beto Sardenberg tem mais de 40 anos de carreira jornalística, sempre como profissional de primeira linha, nos mais diversos veículos, das mais diversas tendências, é convenientemente omitida.

O mais curioso é a reação do Governo, diante dos fatos revelados por O Globo: proibiu o acesso dos computadores oficiais à Wikipédia. E, ao que se saiba, parou por aí. Procurar os responsáveis pela lambança é cansativo, difícil. E, eventualmente, pode ser danoso à carreira profissional de quem os descobrir.

Uma curtição

Ainda na questão da guerra internética: este colunista descobriu, por acaso, que tinha "curtido" no Facebook a página da ex-ministra Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao Governo do Paraná. Acontece que:

1 - Este colunista escreve sobre política e acompanha o setor há muitos e muitos anos. Não vai "curtir" página de candidato nenhum, menos ainda uma página que nem sabia que existia;

2 - Na improvável hipótese de que fosse "curtir" um candidato no Paraná, não seria Gleisi Hoffmann. Por duas vezes, ela escolheu coordenadores de campanha de conduta pouco ortodoxa. Um está preso no Paraná sob acusação de pedofilia. Outro é o deputado André Vargas. Quem faz essas escolhas tem problemas de critério.

3 - A hipótese de "curtir" um candidato no Paraná, seja tucano, pedetista, petista, não existe. Aliás, nos demais Estados da Federação, também não. Na disputa presidencial, também não. É lamentável, mas nenhum dos candidatos à Presidência é entusiasmante. No segundo turno, vota-se contra alguém e, portanto, a favor do adversário. Nada mais do que isso.

Mas fez-se uma pequena investigação sobre pessoas apontadas como tendo "curtido" a página de Gleisi Hoffmann. Pois é: tem gente lá que nem sabia de quem se tratava, ou jamais tinha visto a tal página, ou prefere, no Estado, outro candidato - e mesmo assim aparece como avalizador da candidata.

Não espere que esses fatos apareçam nos meios de comunicação. Todos estão preocupados com temas bem mais próximos de nossa realidade - como a manta Louis Vuitton do cachorrinho do milionário, que teve de ser substituída porque foi lavada na máquina e que mereceu amplo e nobre espaço jornalístico. E pensar que árvores foram sacrificadas para que soubéssemos tudo sobre o cobertorzinho chique do totó de luxo!

Bretton Woods: 70 anos da criacao do FMI e do Banco Mundial - convite

Infelizmente, não vou poder estar, a despeito da vontade. Estive recentemente em Bretton Woods, onde adquiri o livro de Benn Steil: The Battle of Bretton Woods.
Mas, lerei as transcrições, depois, a partir dos materiais do CFS.
Paulo Roberto de Almeida

The Center for Financial Stability (CFS) cordially invites your participation at
"Bretton Woods 2014: The Founders and the Future." 

The conference will focus on the FUTURE of finance and the international monetary system via presentations, delegate discussions, and interactions as well as draw lessons from the astonishing leadership and vision demonstrated in 1944 for today and into the future.

Some speakers include:
- Ernesto Zedillo, President of Mexico (94-00);
- Eduardo Aninat, Deputy Managing Director of the IMF (99-03);
- Sheila Bair, Chair of the FDIC (06-11);
- Domingo Cavallo, Minister of the Economy, Argentina (91-96, 01);
- Charles Goodhart, Member of the Bank of England's MPC (97-00);
- Sean Hagan, General Counsel and Director of the Legal Dept at the IMF;
- Robert D. Hormats, Vice Chairman of Kissinger Associates Inc.;
- Otmar Issing, Member of the Executive Board of the ECB (98-06);
- Yves-André Istel, Senior Advisor and former Vice Chairman of Rothschild, Inc.;
- Takatoshi Ito, Member, Economic and Fiscal Counsel, Japan, MoF (06-08);
- Pedro Malan, Minister of Finance for Brazil (95-03);
- Jack Malvey, Chief Global Markets Strategist, BNY Mellon;
- Guillermo Ortiz, Governor, Bank of Mexico (98-09) / Finance Minister (94-98);
- Randal K. Quarles, Under Secretary for Domestic Finance, U.S. Treasury (05-06);
- William R. Rhodes, President and CEO of William R. Rhodes Global Advisors;
- Paul Saffo, Futurist; Stanford University;
- Richard Sandor, CEO, Envifi and “father of financial futures”;
- Siddharth Tiwari, Director, Strategy, Policy, and Review at the IMF;
- Paul Tucker, Deputy Governor (09-13) / Member of the MPC, Bank of England (02-13);
- Yu Yongding, Member of the MPC of the People’s Bank of China (04-06).

An agenda is available at http://centerforfinancialstability.org/bw2014_topics.php.

The entire Mount Washington Hotel in New Hampshire will be exclusively available for the conference, as it was in 1944. Bretton Woods 2014 will begin with a welcome dinner on Tuesday, September 2nd and continue with full day programs on September 3rd and 4th. On September 5th, delegates are invited to join us for recreational activities.

Complimentary shuttle transportation will be provided to and from Boston Logan International as well as the Mount Washington Regional Airport.

The gathering is by invitation only.  Enter the e-mail address to which this invitation was sent to begin the registration process from the conference website - www.BrettonWoods2014.org.

We are grateful to the Marriner S. Eccles Foundation, BNY Mellon, and the Citrone Foundation for their vision and support of Bretton Woods 2014.

Sincerely yours,
Larry Goodman

President
Center for Financial Stability, Inc.
1120 Avenue of the Americas, 4th floor
New York, NY 10036
lgoodman@the-cfs.org

www.CenterforFinancialStability.org

Muro de Berlim: neste dia em 1961, a construcao da prisao sovietica na capital da Alemanha

Depois de anos e anos perdendo pessoas, que votavam com os pés fugindo para a Alemanha ocidental, via Berlim ocidental, os soviéticos fizeram aquilo que já faziam em seu país: construir uma prisão, transformando os súditos da RDA em servos do Estado soviético.
 Essa vergonha durou décadas, até ruir com a implosão virtual da URSS, e depois a sua implosão de fato.
Paulo Roberto de Almeida
Nesta Data

Construção do Muro de Berlim

No dia 13 de agosto de 1961, o Muro de Berlim começou a ser construído


O Muro de Berlim foi uma construção erguida em 1961 pelo regime socialista da hoje extinta República Democrática Alemã, também conhecida como Alemanha Oriental, que se destinava a separar as duas áreas da cidade de Berlim, à época dividida em um setor capitalista e outro socialista. A construção deste abominável símbolo da Guerra Fria  iniciou-se a 13 de agosto de 1961, estendendo-se por 37 quilômetros afora dentro da zona urbana da cidade de Berlim, à época, com cerca de 3 milhões de habitantes.
As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor “herdou” um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.
Tal situação gerou uma configuração inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o setor capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha Oriental, formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista, complicando as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal dificuldade acentuou-se quando do lançamento do Plano Marshall, destinado a ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guerra, pois Stalin, contrariado pela negativa de cobertura do plano aos países socialistas, resolve impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando todas as vias de comunicação.  O objetivo dos russos era forçar os aliados a abandonar o controle de seu setor da cidade, porém tal manobra não deu os resultados desejados, pois os americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas aéreas destinadas a abastecer e manter o status de Berlim Ocidental.

Eleicoes 2014: desanimo e (des)esperanca - Merval Pereira

Ou, poderia ser uma sequência de umasérie tipo Máfia I, Máfia II, III, etc.
Paulo Roberto de Almeida 

Desânimo e esperança

Merval Pereira, O Globo, 13/08/2014
Entra eleição, sai eleição, tão certo quanto a noite chega ao fim do dia, as campanhas presidenciais são marcadas por baixarias. As denúncias se sucedem, desde o nível municipal até o Palácio do Planalto, que este ano entrou no circuito de campanha à medida que foram se perdendo ao longo do tempo as divisas entre o governar e o uso eleitoral do governo, entre o público e o privado na sua acepção mais ampla.
Usar o Palácio para propaganda eleitoral, usar viagens presidenciais para gravar programas de propaganda de governo, tudo vai se misturando em todos os níveis do Estado brasileiro, piorando o que já era ruim. As regras complacentes para a atuação dos incumbentes que se candidatam à reeleição foram feitas com esse propósito, de alargar os limites do aceitável.
Por isso, é muito grande a chance de um governante se reeleger. Esgotada a capacidade de mobilizar a sociedade à base de promessas que não se realizaram, o PT passou a adotar a tática do medo contra seus adversários, especialmente os tucanos, que haviam usado a mesma tática em 2002 sem resultado, pois naquela ocasião o ambiente político pedia mudanças.
Os tucanos pagam até hoje pelo erro político de terem aprovado a reeleição para o mandato de Fernando Henrique, o que à época parecia uma providência necessária para garantir a continuidade do Plano Real, e hoje se tornou um golpe político a purgar. Não é por acaso que o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, tem como um dos projetos o fim da reeleição.
Apesar do mensalão em 2005, Lula se reelegeu em 2006 na base da ameaça de que os programas sociais corriam perigo sem ele na Presidência, e com uma campanha contra as privatizações que o então candidato tucano Geraldo Alckmin não soube combater. Foi nessa campanha que surgiram os aloprados, presos com dinheiro em um hotel em São Paulo para a compra de dossiês contra os tucanos, especialmente José Serra, que acabou se elegendo governador de SP.
Em 2010, a baixaria começou cedo com dossiês contra Serra, então candidato à Presidência, surgindo no QG de Dilma, e mais adiante a invasão de dados de familiares de Serra na Receita Federal.
Nesta atual campanha, a internet tem sido usada de maneira desabrida contra Aécio, e de maneira generalizada contra jornalistas e políticos considerados inimigos do regime. A tensão tende a ser maior durante a campanha, pois, mesmo sendo Dilma a favorita para vencer a eleição, nunca a vitória esteve tão ameaçada, seja pela fragilidade de seu governo, seja pelo anseio de mudanças na condução do país.
Apesar dos pesares, a resiliência da candidatura petista é uma demonstração de como quem está no governo tem instrumentos para continuar, mesmo com a economia em pandarecos e com crescimento médio abaixo de 2% ao ano nos últimos quatro anos. A questão é saber se a velocidade das notícias ruins combinará com o timing das urnas, e não é à toa que os petistas voltaram a falar com força em uma vitória no 1º turno.
A falta de mobilidade das candidaturas, todas elas praticamente em linha reta há alguns meses, e a insistência de um eleitorado desiludido em votar branco ou nulo ou se ausentar da eleição faz com que esse sonho de vitória imediata volte a ser factível.
Além do mais, pesquisas mostram que num eventual e ainda provável 2º turno, os candidatos de oposição ganham novo alento diante do duelo entre Dilma e qualquer um deles. Todas mostram a possibilidade real de um empate técnico entre Aécio e Dilma.
Já Eduardo Campos se aproxima a cada rodada de Dilma, reduzindo a diferença que, no 1º turno, é grande. Quando ele é a única opção oposicionista, suas chances crescem com o voto útil, o que mostra uma tendência de mudança na motivação do eleitorado.
Estudos de Macrométrica do economista Chico Lopes, utilizando-se de um programa do matemático americano Nate Silver, perito em previsões corretas dos resultados eleitorais hoje com um blog no “The New York Times", mostram que Aécio pode vencer no 2º turno se o número de brancos e nulos e mais as abstenções forem nos níveis normais das eleições anteriores. Se, no entanto, confirmar-se a tendência de denunciar os métodos políticos em prática rejeitando as eleições, o efeito deverá ser contrário, confirmando na Presidência quem a maioria quer ver fora, segundo as pesquisas. Será esse o caso se os oposicionistas não conseguirem reverter a situação em que o desânimo derrota a esperança.