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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Os mega-acordos comerciais ameaçam o Brasil? - Otaviano Canuto

Os mega-acordos comerciais ameaçam o Brasil?

Brasil Post, Atualizado:
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O panorama das negociações comerciais internacionais vem sofrendo uma reviravolta. Em nível multilateral, após 15 anos de tentativas frustradas de fechar a Rodada de Desenvolvimento de Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC), o sistema de negociação tem se mostrado altamente vulnerável a bloqueios por qualquer pequeno grupo de países membros. A teia complexa de objetivos individuais diversos dos países, atravessando vários temas interrelacionados, tornou o alcance de um acordo algo mais difícil do que originalmente esperado. No entanto, mesmo quando o escopo foi reduzido a uma negociação de facilitação do comércio, como a celebrada em Bali em dezembro de 2013, ainda não se conseguiu produzir resultados.
Enquanto isso, após a proliferação de acordos preferenciais de comércio no mundo, os EUA e a União Européia (UE) decidiram embarcar em chamadas mega-negociações comerciais. Depois que os EUA propuseram uma Parceria Trans-Pacífico (Trans-Pacific Partnership - TPP) com vários países da região do Pacífico, a UE aceitou negociar uma Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (Transatlantic Trade and Investment Partnership - TTIP) com o primeiro. Superar as dificuldades para se chegar a um consenso na arena multilateral é um motivo sempre aludido. No entanto, há também o fato de que os negociadores grandes e ricos encontraram uma forma de reforçar suas posições assimétricas e sua capacidade de definição da agenda, as quais tendem a ser parcialmente diluídas em negociações multilaterais que requerem aquiescência por parte de 100% dos participantes. Não por acaso, aquelas mega-negociações têm um escopo que vai muito além das barreiras tarifárias e não-tarifárias ao comércio, abrangendo também regras para outras questões relacionadas com o comércio, tais como investimento e a concorrência, bem como novos temas, como o ambiente, mudanças climáticas, a regulação do mercado de trabalho e outras questões cuja inclusão nas negociações multilaterais tem enfrentado forte resistência.
É relevante assinalar que o peso de diferentes barreiras ao comércio mudou nas últimas décadas (Canuto, 2012a). As tarifas médias foram reduzidas, enquanto "cadeias de valor" e o comércio transfronteiriço de serviços floresceram, tornando as divergências de regulamentação e as barreiras comerciais não-tarifárias mais relevantes como fatores de bloqueio de comércio - juntamente com restrições de logística em muitos países (Canuto, 2012b; 2013). Essa é a razão subjacente ao fato de as estimativas do impacto potencial de TTIP em países da UE mostrarem resultados mais significativos em cenários em que as barreiras não-comerciais são rebaixadas - ver Felbermayr et al (2013).
Desde que conteúdos significativos sejam acordados, o peso das economias envolvidas nessas mega-negociações comerciais é uma garantia de que os países de fora também sofrerão forte impacto. Haverá efeitos diretos, de primeira ordem, do desvio de comércio sobre suas exportações e importações de bens e serviços, com os países de fora enfrentando preferências adquiridas pelos beneficiários no lado de dentro dos acordos. Adicionalmente, haverá efeitos de segunda ordem decorrentes de mudanças posteriores de competitividade nos países de dentro dos acordos, como consequência de sua maior atratividade nos fluxos de investimento e tecnologia.
Tal é o caso, por exemplo, do Brasil, um trader internacional global, embora relativamente pequeno, que tem concentrado suas apostas na arena multilateral. Isto foi ilustrado por uma série de simulações relatadas por Vera Thorstensen e Lucas Ferraz, da Fundação Getulio Vargas, sobre quais seriam os impactos de primeira ordem de TTIP e TPP no Brasil sob diferentes hipóteses de cobertura destes acordos - ver Thorstensen e Ferraz (2014).
O Gráfico 1 mostra seus resultados agregados quanto aos impactos de primeira ordem do TTIP sobre o comércio bilateral do Brasil com os EUA e a UE em dois cenários de conclusão do acordo: (i) eliminação tarifária total entre a UE e os EUA (TTIP 100 %); e (ii) o anterior mais uma redução de 50% das barreiras não-tarifárias (TTIP 100% + NTB 50%). De modo consistente com o que observamos acima sobre pesos relativos atuais de barreiras tarifárias e não-tarifárias, bem como sobre as estimativas de impactos de sua eliminação, os impactos de primeira ordem sobre exportações e importações do Brasil - e correspondentes consequências negativas para a balança comercial - aumentam de importância à medida em que barreiras não-tarifárias entre a UE e os EUA são reduzidas.
Gráfico 1
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Extraído de Thorstensen e Ferraz (2014)
O Gráfico 2 mostra os resultados dos autores quanto aos impactos de primeira ordem do TPP sobre as exportações e as importações totais do Brasil. Além de cenários de eliminação tarifária total com e sem uma redução de 50% das barreiras não-tarifárias, também exploraram a hipótese da participação da China no acordo. Pode-se notar mais uma vez como a magnitude dos impactos aumenta com a cobertura de barreiras não-tarifárias, especialmente caso a China entre no TPP.
Gráfico 2
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Extraído de Thorstensen e Ferraz (2014)
Os autores também simulam a hipótese do Brasil aderir à TTIP. Exportações, importações e o saldo da balança comercial do país são, no caso, afetados positivamente, com ganhos particularmente acumulados pelos setores agrícolas.
Realço dois pontos à guisa de conclusão. Primeiro, embora os impactos negativos de primeira ordem de TTIP e TPP sobre o comércio do Brasil possam parecer não-dramáticos, não se deve perder de vista que tendem a ser reforçados por melhorias subseqüentes de competitividade nas economias participantes dos acordos. Isto tende a ocorrer em adição aos custos de oportunidade já incorridos pelo Brasil por causa de seu fechamento ao comércio - Canuto (2014), Canuto et al (2015a; 2015b) -, particularmente já que os fluxos de investimento e tecnologia tenderão a ser desviados como reflexo dos mega-acordos comerciais. O impacto potencial dos mega-acordos comerciais vai além de como afetam o comércio, já que a exposição a uma maior concorrência em casa, no destino e em terceiros mercados pode infundir o crescimento da produtividade e a melhoria da competitividade. Os mega-acordos de comércio terão a capacidade de infundir produtividade não apenas para os setores de bens e serviços transacionáveis, mas também para atividades não-transacionáveis nas economias participantes.
Consequentemente, o Brasil deveria rever sua estratégia de negociação comercial vigente, na qual os esforços se concentram na trilha multilateral. Agendas bilaterais de comércio com ambos EUA e UE podem tornar-se um caminho para mitigar os potenciais impactos negativos de TTIP e TPP.

Otaviano Canuto é consultor sênior e ex-vice-presidente do Banco Mundial. Todas as opiniões aqui expressas são do próprio autor e não refletem necessariamente as do Banco Mundial.

Keynesianos de carteirinha abrem o debate, atirando contra os de botequim e passando um pito neste blogueiro...

Este blogueiro de vez em quando força a mão, e distorce suas próprias regras, que deveriam se ater unicamente ao debate de ideias, mas por vezes envereda pelas críticas pessoais, com um pouco de ironia, ou de sarcasmo, quando não de grosseria, o que é inaceitável.
Por isso mesmo me desculpo com os "keynesianos de carteirinha", acusados numa postagem anterior, esta aqui,
Onde estamos?!?! Ate os keynesianos ensaiam uma retirada, ou afastamento dos colegas do poder... - See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/10/onde-estamos-ate-os-keynesianos-ensaiam.html#sthash.BBpvPio6.dpuf
 http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/10/onde-estamos-ate-os-keynesianos-ensaiam.html
Onde estamos?!?! Ate os keynesianos ensaiam uma retirada, ou afastamento dos colegas do poder... - See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/#sthash.U49vglJb.dpuf
de estarem atrasados na denúncia dos "keynesianos de botequim", os responsáveis pela Grande Destruição que estamos vivendo hoje.
Dois dos keynesianos true believers, mas atentos ao que o mestre realmente disse, me corrigem, e demonstram que avisaram antes do desastre acontecer.
Recebo, do jovem pós-doutor Fábio Terra, um dos dois dois autores, com Fernando Ferrari, um keynesiano gaúcho, do artigo que eu reproduzi na postagem acima indicada, primeiro uma mensagem de crítica à minha atitude, o que aceito inteiramente.
Reproduzo primeiro a sua primeira mensagem, que foi sucedida por um comentário meu, que por sua vez recebeu sua segunda mensagem, recebida abaixo.

Primeira Mensagem:

On Oct 6, 2015, at 20:37, Fábio Terra <xxxxxx@xxxx.br> wrote:

Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome: Fábio Terra
Cidade: Uberlândia
Estado: MG
Email: xxxxxx@xxxxx.br
Assunto: Sugestao
Mensagem: Olá prezado Paulo, boa noite.

Com tristeza li seu comentário em seu blog sobre o texto que publiquei ontem no Valor em coautoria com o Prof. Fernando Ferrari. Tristeza, pois, embora você nos denomine keynesianos de carteirinha, você também nos concedeu o adjetivo covarde, sem saber que vimos já desde 2009/2010 argumentando que as mudanças de condução da política econômica, que depois virariam a NMM não eram keynesiana; além disso, fazemos um profundo resgate da obra de Keynes para corretamente apresentá-la aos leitores mais desavisados. Portanto, desde cedo estávamos informando que, se a NMM era keynesiana, tal keynesianismo era de almanaque. Minha tese de doutorado, defendida em 2011, já versa sobre isso; bem como um outro trabalho escrito em 2010, publicado pela Revista da Cepal em 2012. Prof. Ferrari fez o mesmo, desde há muito. Uma pena que não tenha tido contato com estes trabalhos antes de nos qualificar de covardes. Certamente, isso é o que não somos, pois enfrentamos, além de !
desconhecimentos como o seu, a fúria e o ataque daqueles economistas pouco técnicos, mas muito ‘politiqueiros’ que acham que Keynes cabe em qualquer aventura econômica - os, como bem denominou, keynesianos de botequim.
Pelo respeito ao seu excelente currículo, à toda sua produção intelectual e à longa atividade à serviço público do Brasil, buscarei acreditar que seu comentário foi casuísta, coisa de momento, pois não posso crer que você seja assim indelicado. Não lhe conheço, mas é possível perceber em seu blog que você é gentil e cortês, diferente do seu comentário.
Críticas ao texto, são bem-vindas. Às pessoas, talvez desnecessárias.

Seguiu minha mensagem de desculpas e de comentários...
Segunda mensagem: 

Caro Paulo,

obrigado pela atenciosa resposta. Concordo com sua visão sobre o que se fez e o que ainda se faz, teórico e politicamente, da obra de Keynes. Eis minha luta (e do Prof. Ferrari e alguns outros no Brasil) para evitar que Keynes seja uma caixinha para qualquer coisa. Diga-se de passagem, sempre ressalto a incoerência lógica daqueles que pregam que aumento dos gastos públicos gera automática ampliação do investimento privado: como pode algo automático, certo, em termos keynesianos, se foi o mencionado autor que mostrou à teoria econômica o papel fulcral da incerteza nos sistemas econômicos?
Por sinal, você mencionou a Associação Keynesiana Brasileira, sou dela diretor há algum tempo e fui o organizador do seu último encontro, que reuniu mais de 300 participantes. Ela, de fato, surgiu já no descenso do Keynesianismo, mas no fundo ela surgiu por esta trajetória descendente mesmo e, para além, para que o resgate separasse os keynesianos de carteirinha dos de botequim. Ela serve a debater a nobre economia política keynesiana e repudiar o uso vulgar de Keynes.
Tive, como lhe disse, a sensação de que seu comentário era mais provocador do que jocoso, mas no momento que vivemos a provocação não está no nível das ideias, ele nunca esteve tão raso e raivoso. Por isso, até, meu susto: não fomos covardes por apresentarmos o debate, fomos corajosos por enfrentá-lo no momento em que todos apontam o dedo a um tal (qual?) Keynes e por termos sido consistentes com o que vimos falando há tempos (mando os links aos textos abaixo e alguns em anexo). Não pulamos do barco, denotamos que não era esse barco que Keynes estaria.
Não se preocupe. A retirada das qualificações que não fazem jus já satisfaz. Terei maior prazer em conversar e discutir sobre Keynes, pois é uma obra - e vida - que vale a pena ser revista. Muito longe do que se pensa comumente, ele queria salvar o capitalismo, queria promover a liberdade e a iniciativa privadas, achava a experiência comunista um desastre e várias outras coisas que jamais se tocam (na verdade, se toca o contrário do que ele dizia) nos debates.
Este texto apresenta a política econômica keynesiana:
http://www.scielo.org.mx/scielo.php?pid=S0185-16672012000300003&script=sci_arttext
Este texto aplica a lógica acima (daí a parte teórica do texto se repetir) ao caso brasileiro e, na última seção, especificamente às políticas contracíclicas de 2009:
http://repositorio.cepal.org/handle/11362/11562
São ambos anteriores a 2012, mas como você sabe, publicações levam tempo.
Os textos em anexo, (i) “o keynesianismo não keynesiano”..... não consegui fazê-lo ser publicado em nenhum jornal do país e (ii) os desafios do investimento e da indústria.... sairá entre novembro e dezembro na Brazilian Keynesian Review. O texto (i), por sinal, serviu de base (ii). Foram ambos escritos na passagem de 2014 para 2015, mas a demora na publicação não permitiu que eles saíssem antes.
Um cordial abraço e qualquer comentário ou menção adicional, por favor, fique à vontade.
Fábio

Recebi, junto com esta segunda mensagem, os trabalhos "O keynesianismo não keynesiano"e "Os desafios do investimento e da indústria no Brasil: um drama em seis atos", mas que ainda não li, para poder comentar.
Com minhas desculpas renovadas por ter misturado no mesmo molho keynesianos de carteirinha, e rústicos keynesianos de botequim, fica enteão aberto o debate sobre o que o keynesianismo pode trazer de útil ao Brasil.
Minha posição pessoal é a de que os keynesianos, contrariando o mestre, estão sempre seguindo algum economista morto, no caso o próprio. A minha crítica principal aos keynesianos é a de que eles continuam transformando algumas receitas mal cozidas de medidas anticíclicas em teoria do desenvolvimento, como já tinha feito Prebisch. Pena, o Brasil merece enterrar os mortos (inclusive Roberto Simonsen, Ce Furtado, Getúlio Vargas, os militares, os petralhas, e outros personagens que ajudaram a criar o ogro famélico que se chama Estado), e olhar para a frente.
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Revista Brasileira de Estudos de Defesa - artigo Paulo Roberto de Almeida

Acabo de receber, via email, o anúncio da publicação de mais um número da revista da ABED.
Tem um artigo meu, como se pode constatar abaixo, neste link:
http://seer.ufrgs.br/index.php/rbed/article/view/52996
Paulo Roberto de Almeida 

Revista Brasileira de Estudos de Defesa  
v. 2, n. 1, jan.-jun. 2015, ISSN: 2358-3932

Sumário

Editorial PDF
Lucas Pereira Rezende

Ensaios

Os imperialismos europeus e o impacto econômico das guerras globais do século XX PDF
Paulo Roberto de Almeida

Artigos

Política de Defesa é uma Política de Governo PDF
Gunther Rudzit, Guilherme Stolle Paixão e Casarões
Apoio Logístico Integrado: Peculiaridades da Indústria de Defesa e Tecnologia PDF
Heitor Freire de Abreu
Reflexiones sobre la relación entre la comunidad académica de defensa y el CDS PDF
Marina Vitelli
Terrorismo: a Contínua Busca por uma Definição PDF
Lucas Pereira Rezende, Natália Diniz Schwether
Atentados Terroristas em Eventos Esportivos: um Alerta para o Brasil PDF
Marcelo Zawadzki, Amaury Caruzzo, Gilberto Montibeller, Mischel Carmen Neyra Belderrain
O Poder Naval na Construção do Poder Marítimo Brasileiro PDF
Camila Cristina Ribeiro Luis
O corpo feminino, frágil, malsão: um estudo do habitus de gênero dos militares combatentes do Exército Brasileiro PDF
Suzana Marly da Costa Magalhães, Ana Lídia de Andrade Conceição
La Cooperación de los Ejércitos Argentino y Brasileño desde Fines del Siglo XX PDF
Guillermo Lafferriere, Germán Soprano
O Novo Paradigma da Segurança na África: a Estratégia Securitária Regional Angolana PDF
Luis Manuel Brás Bernardino

Resenhas

Pimentel, Fernando. O fim da Era do Petróleo e a Mudança do Paradigma Energético Mundial: Perspectivas e Desafios para a Atuação Diplomática Brasileira. Brasília: FUNAG, 2011 PDF
Graciela de Conti Pagliari, Tiago Gabriel Tasca

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Os imperialismos europeus e o impacto econômico das guerras globais do século XX

Paulo Roberto de Almeida

Resumo

Ensaio de caráter histórico e analítico sobre os custos econômicos das guerras globais do século XX, a partir dos conflitos provocados pelos imperialismos europeus e pelo militarismo japonês. Depois de breve síntese sobre a ascensão das principais potências europeias à preeminência mundial, são apresentados alguns dados relativos aos orçamentos militares e os próprios custos das duas guerras mundiais, que provocaram severos processos inflacionários e o fim da dominação hegemônica da Europa sobre o resto do mundo.

Palavras-chave

guerras globais; impacto econômico; imperialismos europeus; poder militar.

Texto completo: PDF

Itamaraty: um quarto de um por cento no orcamento do Executivo - Alexandre Vidal Porto

Bem, se eu colaborei com algo neste artigo foi ter dito ao Alexandre que a nossa participação -- que palavra mais desajustada! -- no orçamento do executivo federal era de apenas 0,25%, ou seja, uma titica...
Paulo Roberto de Almeida

Deixe a diplomacia trabalhar
Alexandre Vidal Porto
Folha de S. Paulo, 06.10.2015

A presidente Dilma se rendeu ao óbvio. Reconhece que cometeu erros. Admite falhas na política econômica e na articulação com o Congresso. No entanto, continua a ignorar um dos maiores equívocos de sua administração: o tratamento que concede à política externa e ao Itamaraty.

Nenhum governo fez tanto mal à nossa diplomacia quanto o de Dilma Rousseff. O retrato simbólico que ficará na minha mente é o da presidente da República Federativa do Brasil recusando-se, em solenidade no Ministério das Relações Exteriores, a tirar foto com os diplomatas recém-formados, com quem havia acabado de almoçar.

Quer desprezo maior?

É que, nas áreas menos iluminadas do governo, diplomacia é vista como coisa de burguês. De forma simplista, projetam na estrutura da administração pública a imagem binária da iniquidade social do país. Nesse quadro, o Itamaraty e os funcionários do serviço exterior são identificados como "elite", e vistos –e tratados– como intrusos no seio do governo "popular".

É como se o serviço exterior brasileiro não fosse composto por funcionários públicos concursados para, entre outras coisas, fazerem exatamente isto: em nome do Brasil, tratar com elites políticas, sociais e empresariais ao redor do mundo.

Toda democracia com tradição de administração pública conta com um órgão específico responsável pela política externa, cujos funcionários trabalham em várias línguas e países e operam em diferentes culturas. Trata-se sempre de órgãos seletivos, peculiares e prestigiados. Na França, chama-se Quai d'Orsay; no México, Tlatelolco; no Japão, Gaimusho. No Brasil, temos o Itamaraty.

A diplomacia opera no ambiente de autoridades e formadores de opinião. São ambientes elitizados, não se discute. Mas os benefícios que um embaixador brasileiro pode conseguir numa festa black-tie (para a abertura de mercados para produtos brasileiros, por exemplo) não ficam para comprar champanhe; revertem para a criação de empregos e riquezas no Brasil.

No entanto, o jogo diplomático exige linguagem e equipamentos específicos. Sabe aquela louça mais fina que a gente usa quando vai receber alguém de cerimônia, ou aquela roupa nova que a gente veste quando quer impressionar ou mostrar respeito? É esse o espírito –e é igual e esperado no mundo todo.

Na semana passada, o governo da presidente Rousseff impôs cortes que reduzem o orçamento do Itamaraty a cerca de 0,25% do total do Executivo. É um quarto de 1%. Ao impor esse tipo de cortes, as autoridades econômicas agem de forma irresponsável diante do Estado brasileiro e suas instituições.

O funcionamento mínimo do Itamaraty não admite mais cortes. A função do serviço diplomático é melhorar a imagem do país, não piorá-la. Exibir globalmente nossa falta de gerenciamento é desnecessário e afeta a credibilidade do Brasil e de todos os brasileiros. Ninguém entra na embaixada da sétima economia do mundo esperando ver miserê.

Ignorar a singularidade do serviço exterior na administração pública é um dos grandes erros do governo de Dilma Rousseff. Tratar o orçamento do Itamaraty como o orçamento do Ministério da Pesca pode fazer sentido contábil, mas do ponto de vista político e da imagem internacional do Brasil é incompetência das grandes.

O Itamaraty é diferente. Já passou da hora de essa especificidade administrativa e funcional ser garantida em lei. Trata-se do equipamento de que o Estado brasileiro dispõe para sua atividade diplomática. Tem de ser preservado e bem cuidado. Não é porque uma coisa é dourada que ela é supérflua.

Diplomatas estrangeiros com quem converso não acreditam que um embaixador brasileiro deixe de comparecer a uma negociação relevante por falta de dinheiro para passagem, ou que não reciproque um convite na embaixada porque não tem recursos para o jantar. Parece incrível. E é.

A maneira mais rápida de transformar o Brasil em um anão diplomático é cortar as pernas de sua diplomacia. É o que o governo está fazendo. Isso não pode continuar.

Economia brasileira: A arte de cortar na carne - Ilan Goldfajn

A arte de cortar na carne
Ilan Goldfajn
O Globo e O Estado de S. Paulo, 6/10/2015

Considero o núcleo da crise no Brasil a dificuldade política de equacionar o problema das contas públicas. O resto é consequência. Mas a equação fiscal/política é difícil. Muitos pedem para o governo reduzir as despesas, cortar na carne. Mas o que significa isso? O que é necessário para, de fato, cortar na carne?

Hoje, as crises política e econômica se realimentam. A situação fiscal é delicada e requer coesão política para adotar medidas firmes, que inevitavelmente desagradarão a poucos (ou muitos) no curto prazo, em prol de um benefício comum difuso, que só surgirá no futuro. Liderança e coesão política aqui são essenciais. Na ausência de condições políticas, a recessão se aprofunda, as receitas do governo caem e o problema fica maior. A insatisfação popular piora o clima político, fechando o ciclo vicioso.

Se a economia retomasse por conta própria, aliviaria a crise. Com a volta do crescimento do PIB, a receita dos impostos aumentaria, o desemprego pararia de crescer e o governo ganharia fôlego para administrar os problemas (sim, crescimento alivia, mas não resolve tudo). Mas a economia não retomará por conta própria. O problema fiscal/político impede a recuperação da economia.

Enquanto não houver clareza sobre como o problema fiscal será equacionado, dificilmente o investimento vai se recuperar. Há um ajuste fiscal em torno de 3,5% do PIB a ser feito (e mais 0,3% ao ano, por causa do crescimento dos gastos da Previdência). É o necessário para estabilizar a dívida em condições normais de “temperatura e pressão” da economia (quando a recessão acabar e os juros voltarem ao normal). Enquanto não ficar claro quais subsídios serão cortados, quais impostos serão elevados, quais benefícios diminuídos - enfim, quem pagará a conta -, vários projetos não sairão da gaveta. A atitude é esperar para ver.

Sem a volta do investimento, dificilmente a economia se recupera.  A melhora nas contas externas (induzida pelo câmbio depreciado) não será suficiente. O Brasil ainda é uma economia grande e fechada para que o setor externo mude o quadro por si só. O consumo não é capaz, hoje, de liderar a retomada (massa salarial em queda). A melhora nas contas externas precisaria induzir mais investimento.

Portanto, sem equacionar o fiscal, não haverá retomada da economia.

 Muitos são a favor do ajuste fiscal em tese, mas ninguém está disposto a pagar esta conta salgada. Aumentar impostos? Não, a carga já é alta demais. Cortar subsídios? Não, são “meritórios”. Cortar aumentos de salários ou benefícios?  Não, eles são “justificados”. Mas ninguém define o que seja “meritório” ou “justificado”.

O pedido coletivo é que o governo reduza seus próprios gastos, corte na própria carne. Mas como?

A intuição é que há espaço para cortar, já que se gasta 40% do PIB e a população não recebe os serviços públicos adequados. A percepção (correta) é que deve haver ineficiências que, se forem corrigidas, resultarão em economia de preciosos recursos. A boa gestão pública é essencial para o ajuste fiscal no longo prazo e para a sensação de direito e justiça no País.

O combate às ineficiências é um processo longo e requer mudanças de incentivos e regras. É urgente começar imediatamente. Mas os resultados virão no longo prazo. Para retomar a economia e sair dessa crise, será necessário de fato escolher entre aumento de impostos, corte de gastos e/ou benefícios.

Afinal, muito do que denominamos despesas do governo são apenas transferências entre cidadãos, estados e municípios: o governo apenas arrecada de um e transfere para outro.

Mas como cortar as despesas?

Infelizmente, o ajuste fiscal por meio de corte em despesas discricionárias - as que podem ser manejadas no curto prazo, sem mudanças nas leis - não é suficiente. O orçamento público é engessado por despesas garantidas por lei, que tendem a crescer no longo prazo. Hoje em dia, cerca de 75% do gasto do governo federal é obrigatório (por exemplo, gastos com Previdência, renda mensal vitalícia, pessoal). Outros 10% estão indexados à receita, como o gasto de custeio em saúde e educação. Menos de 15% das despesas são discricionárias. Se cortar metade dos gastos discricionários, a economia será de apenas 1,2 do PIB.

Na ausência de reformas, um ajuste unicamente pelo lado das despesas para ajustar 3,5% do PIB parece dramático. Não bastaria ter uma reavaliação total do programa Minha Casa Minha Vida e do investimento, cortes na contratação e  reajustes de pessoal, fortes ajustes nos critérios de concessões de diversos benefícios  e outros (veja detalhes em artigo recente meu com Luka Barbosa). Para cortar gastos de fato, é preciso uma ampla revisão nas regras que determinam os gastos, reavaliação das despesas sociais e do tamanho do Estado. Sem isso, a tendência dos resultados fiscais é seguir em trajetória de queda. Também é necessário permitir que o governo tenha controle sobre as despesas por meio da desvinculação das receitas das despesas, ampliando o escopo do projeto no Congresso (Desvinculação das Receitas da União - DRU), que propõe desvinculação de 30% das receitas oriundas das contribuições sociais e econômicas.

A reforma mais importante é a da Previdência, cujo gasto cresce 0,3% do PIB ao ano, o que não é sustentável. Será necessário aumentar a idade média de aposentadoria (alinhando com a expectativa de vida maior e a capacidade de pagamento) e desvincular o piso do benefício previdenciário do aumento do salário mínimo (que tem crescido acima da inflação). Para estabilizar os gastos previdenciários como proporção do PIB, seria preciso que a idade mínima de aposentadoria fosse ajustada para 65 anos de idade (hoje, cerca de 35% das pessoas se aposentam por tempo de contribuição com 55 anos) e que o reajuste aos aposentados fosse em linha com a inflação.

Em suma, para o governo cortar na própria carne e realizar um ajuste fiscal de 3,5% do PIB, serão necessários não somente cortes dramáticos em várias despesas discricionárias do governo, mas também a aprovação de reformas importantes no Congresso. Algo me diz que vamos continuar discutindo aumento de impostos.

Ilan Goldfajn é economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco.

Vargas Llosa: Corrupcao de Lula provoca vertigem...

Corrupção de Lula dá até vertigem, afirmou Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, 

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O  Prêmio Nobel de Literatura 2010, Mário Vargas Llosa, afirmou  que a corrupção bilionária de ...

 Sérgio Moro confirma que o PT usou dinheiro roubado da Petrobras em campanhas
 O PT é essencialmente vermelho. Não tem nada de verde e amarelo.
 A cada novo dia com Dilma e o PT no poder, aumenta a vergonha dos brasileiros 

O Prêmio Nobel de Literatura 2010, Mário Vargas Llosa, afirmou  que a corrupção bilionária de Lula causa até vertigens e denunciou o aumento da corrupção na América Latina.  Vargas Llosa participou da Assembléia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizada em Charleston, EUA, neste sábado, 3 de outubro.

As declarações do renomado Prêmio Nobel durante a conferência de imprensa internacional são devastadoras e sepultam definitivamente o pouco que restou da reputação de Lula no mundo.

"A corrupção é um problema grave, a maior ameaça para a democracia, especialmente com as novas e recentes democracias latino-americanas. O Brasil parecia ter decolado, mas o que freou de repente e e está provocando o retrocesso? A corrupção, que está de volta mais forte que nunca, acima do pico de todos os níveis já alcançados, vinda de um governo que todos no mundo acreditavam que era exemplar: Lula implantou um governo profundamente corrupto. Dá até vertigem os montantes bilionários roubados pelos grandes ladrões do governo Lula. A história da Petrobras é incrível. É uma indicação do que pode acontecer se combater a corrupção, que se manifesta na América Latina maneira muito perturbador. Já não são os guerrilheiros, utopias socialistas, os golpes. São todos ladrões, como os narcotraficantes. Seria terrível que a democracia continue a ser esmagada e sufocada pela corrupção", afirmou.


O palestrante condenou ainda a "falta de coragem" dos governos latino-americanos para denunciar ditaduras e a violação dos direitos humanos na Venezuela, que se encontra em estado de "putrefação total" e advertiu que corrupção é a maior ameaça à democracia na América Latina.


Num recado direto aos governos de Dilma Rousseff e Cristina Kirshner, coniventes com o massacre de civis na Venezuela, Vargas Llosa apelou aos líderes da região para expressar defesa inequívoca da democracia, durante a Assembléia. 

O escritor peruano desaprovou expressamente a "falta de coragem" e a "neutralidade" dos governos latino-americanos para denunciar "o aumento da ditadura", na Venezuela e promover a luta inequívoca contra a corrupção em seus países.

Vargas Llosa, de 79 anos, foi inflexível no sentido de garantir que a Venezuela é uma "putrefação total", como consequência do chamado socialismo do século XXI e é dirigido para as eleições fraudulentas dos parlamentares em dezembro. 

"Maduro só pode ganhar esta eleição por uma fraude monstruosa, dada a sua impopularidade, a corrupção massiva, a inflação galopante, a pobreza e a alta criminalidade que mergulhou o país", alertou o autor de "A Festa do Bode". 

"Os líderes do governo venezuelanos são os chefes das gangues. Os soldados estão todos comprados através de negócios da máfia", disse ele sobre o tema da corrupção na Venezuela. 

Vargas Llosa observou que, examinando a história dos fracassos da democracia no continente, só se pode concluir que "a perseverança na o erro é uma característica da América Latina ", declaração que foi recebida com risos pela platéia. ele ainda afirmou que o populismo só funciona quando há dinheiro. Quando acaba, se torna uma ameaça real contra a democracia.

Llosa também se concentrou em criticar asperamente o presidente equatoriano, Rafael Correa, a quem ele chamou de "um grande demagogo" que dirigiu "leis repressivas", que sufocam a liberdade de expressão e de imprensa. 

O Prêmio Nobel de Literatura 2010 classificou a corrupção como o primeiro mal que acomete muitos países e governos da América Latina, citando, entre outros, o caso do Brasil, um país que "parecia ter decolado e agora retrocede" com "a disposição dos investidores em não investir mais um tostão no país." 

O ganhador do Prêmio Cervantes 1994 também culpou o retrocesso brasileiro à "corrupção de vertigem" que devora o país que atingiu "níveis máximos" com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

The 8 Books Neil deGrasse Tyson Thinks Every Person Should Read

The 8 Books Neil deGrasse Tyson Thinks Every Person Should Read

March 5, 2015 | by Kristy Hamilton

photo credit: cosma / Shutterstock 

In honor of World Book Day, we've gathered reading recommendations from scientists whose specialties range from astrophysics to neuroscience to primatology.

First up is a list of eight books that Neil deGrasse Tyson thinks everyone should read and his reasons why. The recommendations are from a 2011 Reddit Ask-Me-Anything.

"The Bible": “To learn that it's easier to be told by others what to think and believe than it is to think for yourself."

"The System of the World" by Isaac Newton: “To learn that the universe is a knowable place.”

"On the Origins of Species" by Charles Darwin: “To learn of our kinship with all other life on Earth.”

"Gulliver's Travels" by Jonathan Swift: “To learn, among other satirical lessons, that most of the time humans are Yahoos.”

"The Age of Reason" by Thomas Paine: “To learn how the power of rational thought is the primary source of freedom in the world.”

"The Wealth of Nations" by Adam Smith: “To learn that capitalism is an economy of greed, a force of nature unto itself.”

"The Art of War" by Sun Tzu: “To learn that the act of killing fellow humans can be raised to an art.”

"The Prince" by Niccolo Machiavelli: “To learn that people not in power will do all they can to acquire it, and people in power will do all they can to keep it.”

 

Check out an assortment of books that other notable scientists recommend:

Jane Goodall: “Animal Liberation” by Peter Singer

Michio Kaku: "The Foundation Trilogy" by Isaac Asimov

Oliver Sacks: “The Mind of a Mnemonist” by Aleksandr R. Luria

Steven Pinker: "1984" by George Orwell , "The Selfish Gene" by Richard Dawkins

Sean Carroll: "One, Two, Three...Infinity" by George Gamow

Steve Jones: "Farthest North" by Fridjtof Nansen

Jared Diamond: "Child of the Jungle" by Sabine Kuegler

Max Tegmark: "Permutation City" by Greg Egan

Adam Riess: "Contact" by Carl Sagan ,  "The Fountains of Paradise" by Arthur C. Clarke

Steven Strogatz: "The Andromeda Strain" by Michael Crichton

Ainissa Ramirez: "Parable of the Sower" by Octavia E. Butler

Sarah Blaffer Hrdy: "The Beak of the Finch" by Jonathan Weiner , "Genome: The Autobiography of a Species in 23 Chapters" by Matt Ridley

Melvin Konner: "Why Zebras Don't Get Ulcers" by Robert M. Sapolsky  ,  "Descartes' Error: Emotion, Reason, and the Human Brain" by Anthony Damasio

Keith Thomson: "The Fly in the Cathedral" by Brian Cathcart

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TCU cruel se posiciona contra a familia, contra uma familia, de dois pombinhos...

TCU apura nomeação de marido de ex-ministra para posto nos EUA
Fábio Fabrini
Lígia Formenti / BRASÍLIA
O Estado de S. Paulo, 5/10/2015

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga a nomeação do marido da ex-ministra Ideli Salvatti para o cargo de ajudante da Subsecretaria de Serviços Administrativos e de Conferências na Junta Interamericana de Defesa. O segundo-tenente músico do Exército Jeferson da Silva Figueiredo teve sua transferência assinada em 5 de agosto pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, a pedido de Ideli, conforme revelou o Estado.
“O fato causa preocupação, especialmente porque se sabe que as nomeações de militares para o exercício de missões no exterior passam por rigoroso processo de seleção”, afirma o ministro substituto André Luís de Carvalho, autor do pedido de investigação, aprovado em plenário. Figueiredo deveria assumir o novo posto ontem, em Washington (EUA).
Na última quarta-feira, o TCU aprovou em sessão secreta o envio de ofícios para que Ministério da Defesa e Exército esclareçam os critérios da transferência e solicita a cópia de todo processo de indicação, escolha e nomeação do militar. O TCU também pede informações sobre o custo da mudança.
A transferência correu após a nomeação da ex-ministra Ideli para ser assessora de Acesso a Direitos e Equidade da Organização dos Estados Americanos (OEA). Para não viver separada do marido, a ex-ministra inicialmente procurou o Exército para pedir a transferência. Sem sucesso, Ideli recorreu então a Wagner e foi atendida.
Na nova função, Figueiredo deverá receber US$ 7,4 mil, o equivalente a cerca de R$ 30 mil mensais, por uma jornada de trabalho de 32 horas semanais. Ele tem direito a uma ajuda de custo para sua transferência de US$ 10 mil, cerca de R$ 40 mil.
O TCU pediu ainda à Defesa e ao Exército informações sobre viagem oficial feita por Figueiredo à Rússia, em 2014. Ministros querem saber as razões que levaram à escolha do oficial para a missão, o total gasto e a comprovação de que ele possuía habilitação para participar da viagem.
Figueiredo era um dos dez integrantes de uma missão à Russia para avaliar o sistema antiaéreo Pantsir-S, que o Exército brasileiro estava interessado em comprar. Sua habilitação para a função foi questionada, mas ele explicou que fora escolhido porque fala russo.

Onde estamos?!?! Ate os keynesianos ensaiam uma retirada, ou afastamento dos colegas do poder...

Quem diria? Keynesianos de carteirinha -- mas não de botequim, como os do poder, que meteram os pés pelas mãos -- repudiam a tal de "nova matriz econômica", que agora eles dizem que nunca foi keynesiana...
Mas, por que não disseram isso logo, e deixaram que ela produzisse seus efeitos nefastos?
Na verdade, outros economistas, provavelmente não keynesianos, já avisavam, antes mesmo do desastroso governo do poste começar, que aquela gastança toda iria nos levar para o brejo.
Lembro-me perfeitamente do especialista em contas públicas Raul Velloso, desde meados dos anos 2000, alertar que a trajetória das despesas públicas, da inflação e do crescimento do PIB serem totalmente inconsistentes uma com as outras, e sem qualquer conexão com o crescimento da produtividade.
Agora que a fabulosa NEP dos companheiros fez chabu os keynesianos da academia vêm dizer que não era nada disso que eles estavam recomendando e que os "rústicos" do poder entenderam tudo errado. Eles chegam tarde? Talvez. Deveriam ter alertado seus companheiros aloprados desde o início...
Em todo caso, eu tampouco compro essa ideia de segregar orçamento corrente e orçamento de investimento. Dada rigidez terrível do exercício orçamentário no Brasil fica difícil separar um do outro: a Saúde, por exemplo, em função de uma emenda constitucional desse outro keynesiano de carteirinha que foi (e é) o ministro Serra tem sua cota orçamentária indexada ao crescimento, o que significa que o ministério sempre vai receber uma "renda extra" para torrar de forma irresponsável (e sem precisar insistir em ganhos de produtividade). Supostamente, o dinheiro acrescido também seria para investimentos na Saúde, mas provavelmente acaba sendo gasto em despesas correntes...
Paulo Roberto de Almeida

John Maynard Keynes e o ajuste fiscal no Brasil 
Fábio Terra e Fernando Ferrari Filho
Valor Econômico, 5/10/205
Fábio Terra é professor da Universidade Federal de Uberlândia. Fernando Ferrari Filho é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisador do CNPq.

Diferente do que se julga, John Maynard Keynes não propunha déficits públicos a qualquer preço: este era um instrumento de última instância, usado apenas se os esforços de estabilização automática do ciclo econômico falhassem. Aliás, como para Keynes as expectativas cumprem papel central na decisão de investimento, uma política fiscal equivocada fomenta expectativas pessimistas e, logo, torna-se incapaz de dinamizar a economia.
A partir dessa ideia, duas reflexões sobre a política fiscal do primeiro governo Dilma Rousseff emergem: primeiro, a chamada "nova matriz macroeconômica", contrariamente ao que costumam afirmar, não possui raiz keynesiana, principalmente porque a política fiscal foi pragmaticamente expansionista, resultando na redução do resultado primário/PIB de 3,1%, em 2011, para - 0,6% em 2014; segundo, a obra de Keynes fornece insights à realização de uma reforma fiscal no Brasil que vá além do ajuste temporário das contas públicas via contenção de gastos e aumento de impostos. É sobre isso que discorremos a seguir.
Pensando na reconstrução econômica do Reino Unido no pós-Segunda Guerra, Keynes propôs o orçamento público dividido em duas contas: corrente e de capital. A primeira conteria despesas de custeio para o fornecimento de serviços públicos. A segunda elencaria os investimentos públicos, que seriam 1- o estabilizador automático do ciclo e 2- notadamente contracíclicos. Assim, estas inversões diminuiriam em booms e aumentariam aos primeiros sinais de esfriamento da economia.
Ademais, os investimentos públicos deveriam criar a infraestrutura necessária para sustentar o investimento privado, não devendo com ele competir nem tampouco gerar qualquer privilégio, sob pena de criar ineficiência - assim, algo diferente de subsidiar setores via desoneração. Empresas públicas também não eram o norte de Keynes e se fosse preciso criá-las, joint ventures entre as iniciativas pública e privada eram a opção, tais quais as parcerias público-privadas.
Questão central no orçamento keynesiano é a necessidade de superávits constantes na conta corrente e equilíbrio na de capital. Logo, responsabilidade fiscal é uma premissa da política fiscal para Keynes. Déficits públicos gerariam pressões sobre os juros, elevariam os riscos de o Estado ter que lançar dívida nova para rolar dívida passada - fragilizando-se financeiramente - e poderiam despertar desconfiança sobre os rumos da política econômica.
Além disso, Keynes argumenta que o padrão de vida no longo prazo depende do estoque de capital acumulado - por isso, sua proposta de orçamento preocupa-se com os investimentos. Logo, o orçamento de capital deve oferecer condições para que a iniciativa privada invista, requerendo, inclusive, gastos que melhorem a eficiência produtiva, isto é, gerem maior produtividade.
As receitas públicas viriam majoritariamente dos impostos, que também deveriam perseguir uma melhor distribuição de renda, sendo mormente cobrados sobre ganhos dos rentistas e heranças. Com o tempo, as receitas dos investimentos públicos do orçamento de capital trariam dividendos para o setor público, permitindo-o, assim, reduzir impostos ou construir fundos parafiscais para a estabilização da economia.
Pois bem, o que resgatamos de Keynes para a política fiscal no Brasil? Inicialmente, seria interessante ocorrer uma reforma fiscal que, de fato, segregasse o orçamento em duas contas, uma de gastos correntes e outra de despesas de capital com investimentos, mas diferentes dos moldes atualmente vigentes. É necessária a desvinculação de receitas no âmbito corrente para destinarem-se mais recursos aos investimentos públicos. Assim, impede-se que estes sejam os gastos de contingenciamento mais fácil e rápido, como é o caso no atual ajuste.
Segundo, os investimentos deveriam ser decididos com uma ampla participação de entidades empresariais e, como o plano plurianual, eles deveriam se estender além de um mandato presidencial. Assim, reduz-se a influência do ciclo político nos investimentos públicos e cria-se uma natureza de longo prazo para esta política pública.
Com maior participação em sua definição, a transparência e a comunicação da política fiscal melhoram, tornando-a mais crível, atenuando os seus riscos de default e reduzindo os juros de longo prazo, que são o custo de oportunidade dos investimentos produtivos.
Terceiro, em tempos de bonança constroem-se fundos de recursos para se evitar recessões. Assim, a responsabilidade fiscal é constante e não é preciso medidas de ajuste no afogadilho. Como a responsabilidade fiscal é uma premissa, a dívida pública sob controle é uma resultante natural da condução fiscal keynesiana. Basta inexistir uma onerosa política monetária para que a dívida pública não tenha dinâmica explosiva, o oposto do que ocorre atualmente. No caso específico do Brasil, isso requer a reforma do mercado Selic para se eliminar o mercado monetário anômalo que vem desde 1980.
Quarto, qualquer gasto do Estado envolve recursos públicos. Logo, deve haver comprometimento do gestor para com o bem público e a irrestrita fiscalização de órgãos independentes.
Esperando crescimento constante, porém estável, sem booms muito menos recessões, Keynes confiava que empregos seriam criados e as pessoas dependeriam menos do Estado e, então, da política fiscal. Longe de propor um Estado interventor, ele queria que o Estado criasse um ambiente institucional propício ao investimento, condição necessária para uma dinâmica estável de curto prazo e também para a expansão da capacidade e da qualidade produtiva no longo prazo.
Para tanto, Keynes acreditava que a elaboração do orçamento e a ação do Estado fundamentam-se na racionalidade humana, tanto do Executivo, que propõe e age, quanto do Legislativo, que sanciona. Infelizmente, o debate do ajuste fiscal no segundo governo da presidente Dilma Rousseff nada parece ter dessa racionalidade.

Eu falei em "fronda empresarial"? Esqueca: os empresarios sao todos muito ruins...

Desde o início, quando este empresário, sino-brasileiro, declarou apoiar o PT, mesmo sendo de uma grande companhia multinacional, acheio que ele não estava refletindo bem. Depois, quando comecei a ler entrevistas dele, e alguns artigos na FSP, sempre defendendo os companheiros, conclui que ele era idiota mesmo, um desses idiotas úteis que são usados pelos companheiros para mostrar que também podem ter simpáticos burgueses que concordam com eles.
Lendo hoje a entrevista que vai transcrita abaixo concluo que ele é mesmo idiota, apenas vendo algumas de suas referências ao modelo "keynesiano-socialista" (sic), à China, e outras questões.
Com empresários como esse, agora decepcionados, mas incapazes de propor alguma coisa inteligente, e com os outros, promíscuos, comprados ou coniventes com os mafiosos do poder, não se pode planejar nenhuma conspiração em prol de uma fronda empresarial, não é mesmo?
Vamos mesmo ter de completar todos os sete círculos do inferno dantesco-lulopetista, e sofrer pelo futuro previsível...
Paulo Roberto de Almeida

Modelo defendido por Lula e Dilma está errado
Entrevista / Lawrence Pih
Joana Cunha de São Paulo
Folha de S. Paulo, 5/10/2015

Empresário, que apoiou o PT na década de 80, diz que não acreditava que partido tivesse viés socialista tão forte
 
Um dos primeiros empresários a apoiar o PT, nos anos 1980, Lawrence Pih, 72, diz que, na época, não imaginou que o "modus operandi" de se fazer política fosse universal.
Hoje, ele avalia que, embora Lula tenha maior talento político e seja mais pragmático do que Dilma, ambos representam um mesmo modelo, que está errado.
Pih, que acaba de vender o Moinho Pacífico (um dos maiores importadores de trigo e processadores do cereal do país), diz que, no momento, não vislumbra solução definitiva para a crise econômica do Brasil e que é preciso cortar gastos e melhorar a eficiência da máquina estatal.

Folha - O caminho que está sendo adotado para solucionar a crise é o correto?

Lawrence Pih - Atualmente, não há um caminho. O que está havendo é uma tentativa de equacionar um problema enorme com medidas paliativas. Não se vislumbra solução definitiva –nem a possibilidade de uma.

O sr. concorda com o ajuste como está colocado? Mudaria?

O que o Joaquim Levy [ministro da Fazenda] está fazendo não é suficiente. Reconheço que politicamente já é difícil, mas eu faria algo mais drástico. O ônus que o setor público impõe à Previdência é muito alto. Há tantos lugares em que é possível cortar gastos. Como é possível a nossa carga tributária bruta ser quase igual à de países desenvolvidos da Europa?

O que mais o governo Dilma deveria fazer?

Cortar gasto. Apertar o cinto, tornar a máquina eficiente. Já que gastamos mais do que poderíamos, agora é a hora de consertar nosso balanço como país.
O investimento no Brasil é baixo. Se você não investir e tiver um universo de consumidores aumentando, vai preencher a distância entre produção e demanda pela importação, ou seja, gerando empregos fora do país.
O governo pode impor qualquer custo sobre as empresas. Aí, o empresário vai fazer o cálculo de custo, margem, risco do país e preço de venda. Ele pensa: tem demanda? Não. Segurança jurídica, previsibilidade, estabilidade cambial? Não. Tem juros estratosféricos? Tem. Custo trabalhista? Enorme. Conclusão: não vou investir.

Como se chegou a tal crise?

Dois fatores possibilitaram o crescimento do Brasil desde que o PT assumiu o governo. Houve a explosão dos preços de commodities e o país conseguiu equacionar a dívida externa. Depois disso, o mundo estava crescendo em média 5% ou 6% ao ano. Tudo isso possibilitou investimento externo no Brasil.
Também teve muito mérito do governo FHC, que estabilizou a moeda. O Brasil entrou no vácuo do crescimento mundial e possibilitou o aumento do crédito. Com desemprego caindo e economia crescendo, a população se sentiu confortável em assumir mais dívida.
O Estado começou a gastar mais do que podia e sua participação no PIB cresceu muito, com gastos maiores do que o crescimento do PIB.
E o que é essa participação? Imposto. A carga tributária, que nos últimos anos do governo FHC estava em torno de 28% ou 29% do PIB, hoje está em 36% ou 37%. No cenário atual, é insustentável. Não estou analisando qualidade de gastos e importância da questão social. É importante ajudar os mais carentes. Entretanto, tem que lembrar se o auxílio é sustentável.

É tudo culpa da gestão Dilma ou tem raízes no passado?

Não é questão de culpa. A população escolheu Lula em 2002 porque o governo de FHC não era popular naquele momento. Houve uma mudança de modelo, do Fernando Henrique, um pouco mais ortodoxo, para o modelo mais heterodoxo do PT. Esse modelo novo seguiu um pouco a linha do antigo para depois começar a implantar aquilo que lhe é caro ideologicamente e ter um tipo de socialismo keynesiano.
Os petistas têm admiração pela China. De fato, a China tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, é a segunda maior economia do mundo. Só que o modelo de lá é totalmente diferente. Na China não tem greve, não é democracia. É um partido só. O povo chinês está disposto a trabalhar 14 horas por dia. Aqui, achamos que oito horas é muito. O Brasil quer adotar algumas coisas do modelo chinês e outras do americano. Não funciona.

O que mudou de 2002 para cá?

Surfamos uma onda de crescimento mundial, tiramos milhões da pobreza, gastamos mais do que podíamos para perpetuar o modelo socialista keynesiano.
Dilma chegou à Presidência simplesmente pela escolha de Lula. Imagino que Palocci e Dirceu eram candidatos antes do mensalão. Lula achou que o gestor eficiente, como era a imagem que se projetava da Dilma, seria adequado. Mas a história dela é um pouco diferente da do Lula. Ele é um sindicalista, negocia com o setor patronal e entende um pouco do outro lado do balcão. Lula tem um talento político raro.

E se ele voltasse depois dela?

Voltar ou não voltar não é o caso. Eu acho que o modelo está errado. O Lula é esse modelo. É um pouco mais pragmático, mas é esse modelo.

Ele andou falando em baixar a taxa de juros.

Você não baixa juro por decreto. A Dilma fez isso. E deu no que deu. Economia tem lógica própria. Não se sujeita à vontade de um político ou outro. O mercado é soberano. Ele determina o sucesso ou o fracasso de uma economia.

Foram essas intervenções na economia que nos levaram à situação em que estamos?

Exatamente. Você não pode rasgar, decretar a inexistência das leis da economia. Você até pode baixar os juros. O Tombini baixou para 7,25% a pedido da Dilma. Agora está em 14,25% e vai subir mais.

A saída de Dilma é o caminho?

Impeachment é traumático. Pensam que se remove presidente do dia para a noite, mas não é tão simples. Não sou especialista, mas dizem que pode haver afastamento devido a pedaladas ou financiamento irregular de campanha. Essas coisas ocorreram no passado, mas nunca foi apurado. Os dois pontos são suficientemente graves? Essa primeira pergunta é técnica.
A segunda é política: ela tem condições de continuar governando sem levar o país ao caos? Quando o câmbio quase dobra em um ano, está instalado um grau de confusão grande. Com ela na Presidência até 2018, como ficará o país? Se as coisas começam a se deteriorar no ritmo em que isso acontece desde janeiro, estamos em maus lençóis. Não é só uma questão técnica. É também política, sob o aspecto da governabilidade.

O sr. foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT nos anos 1980. O que pensa hoje?

Naquele momento, eu era visceralmente contra a ditadura. Via na elite brasileira um atraso, sentia que ela precisava de uma chacoalhada. E acreditei que o PT seria um caminho. Eu acreditava que eles tinham uma ideologia, consistência. Eram o único partido que tinha plataforma.
Eu achei que um novo modelo tinha de ser instituído. Não percebi que esse novo modelo tinha um viés tão fortemente socialista. Acreditei quando o Lula disse que tem 300 picaretas no Congresso. Não imaginei que o "modus operandi" fosse universal.

Com Aécio Neves estaríamos em melhor situação?

É provável, porque o mercado o aceitaria melhor. E o Aécio perdeu por muito pouco. Se o PT não tivesse feito o marketing que a gente chama de "propaganda enganosa", o Aécio teria vencido.

Quem deve ser o próximo candidato do PT?

Fora o Lula, não há neste momento outro candidato, a meu ver. O andamento das questões que poderiam ou não envolver o ex-presidente Lula vai determinar se eles têm ainda fôlego para ressuscitar.
Mas fico lembrando do Fernando Collor, que foi afastado e voltou como senador. E o Paulo Maluf? Está aí. O eleitor tem memória curta.

O sr. acaba de se desfazer de um investimento histórico no país. Quer investir de novo?

Meu destino é no Brasil. Já enfrentei muitas crises aqui.
O país é muito maior que essa crise e que o governo. Governo é transitório. Quando as coisas vão de mal a pior, mudam o governo e a orientação política. Neste momento, precisamos fazer reformas estruturais: trabalhista, tributária, previdenciária, encolher o Estado, tornar o setor público mais eficiente.
Ou fazemos conscientemente ou o mercado determinará que o façamos. A Grécia é um bom exemplo. Não adianta essa ideologia socialista populista porque o modelo socialista populista, mais tempo menos tempo, começa a degringolar para um autoritarismo.
O modelo perfeito disso é a Venezuela, que, como o Brasil, tem recursos naturais enormes.

Pretende mesmo investir aqui? É teimosia ou resiliência?

Sempre há oportunidade. Tenho três setores em foco: educação, saúde e infraestrutura. A população está envelhecendo e não vai parar de crescer. Vai demandar saúde, educação, moradia. Precisa de infraestrutura. O Brasil não vai desaparecer.

O sr. pensa em atrair investidores estrangeiros?

É possível. Teremos caixa robusto. Eu te garanto: os investidores estrangeiros vão olhar risco e retorno. Os ativos no Brasil estão depreciados e vão se depreciar mais ainda.
É atrativo para o investidor entrar no Brasil com o dólar a R$ 4,22. O risco já é bem menor agora. Não que o risco de a situação piorar não exista. Existe. Mas boa parte já está precificada no câmbio.