Diplomatizzando

Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).

quinta-feira, 23 de abril de 2020

JB irritado com a PF por causa de CB e o gabinete do ódio - Correio Braziliense


Investigação da Polícia Federal contra Carlos deixa Jair Bolsonaro irritado

Publicado por
 Diario do Centro do Mundo
 -
 23 de abril de 2020



Carluxo e o pai. Foto: Reprodução

Publicado originalmente pelo ConJur:
A equipe da Polícia Federal que investiga as fake news contra o Supremo Tribunal Federal chegou ao gabinete do ódio, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (RJ), o zero dois do presidente Jair Bolsonaro. As informações são do “Blog do Vicente”, no Correio Braziliense.
Agentes que trabalham na operação garantem que o filho do presidente é o mentor de todos os ataques que foram disparados contra o STF e o Congresso. Há um processo aberto pelo Supremo para investigar esse movimento de notícias falsas.
Bolsonaro sabe que não tem controle sobre a Polícia Federal e teme que, quando todas as provas contra Carlos forem reunidas, muita coisa vazará para a imprensa.
Por coincidência, a mesma equipe que trabalha na investigação aberta pelo Supremo para apurar fake news é a mesma que tocará o inquérito que vai apurar os responsáveis pelas manifestações pró-golpe militar, no último domingo (19), nas quais Bolsonaro foi a grande estrela.
Ainda segundo o blog do jornal de Brasília, por conta disso, o presidente está muito irritado com o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A demissão dele selaria também a saída, a pedido, de Sergio Moro, ministro da Justiça. O Planalto tenta costurar um acordo.
às abril 23, 2020 Um comentário:
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Marcadores: Carlos Bolsonaro, Correio Braziliense, crimes, DPF, gabinete do ódio

Investimento não é tudo - Ricardo Bergamini, Roberto Campos

A taxa de Investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB. Em 2013 era de 20,9% do PIB. Redução de 26,32% em relação ao PIB. 

O PAC da Dilma colocou a taxa de investimetos no pico histórico do Brasil de 20,9% do PIB, porém como não houve retorno econômico desses invstimentos (todos com projetos elaborados nas coxas), como afirma o Hélio Beltrão na “live”, com 5.000 obras paralizadas ao custo perdido de US$ 100,0 bilhões, e por esgotamente da capacidade de investimentos do Brasil a taxa em 2019 estava em 15,4% do PIB. Redução de 26,32% em relação ao PIB. 

Apesar de muito boa a “live”, estando todos de parabéns, mas a minha dedicação à leitura de Roberto Campos me deixou com dificuldades de encontrar algo de novo em todos os debates que assisto, visto não haver mais nada a acrescentar após leitura do meu mestre, “tudo se tornou um museu de grandes novidades” - CAZUZA, assim sendo envio abaixo artigo do mestre Roberto Campos, que é por si só explicativo, sobre o tema do debate na “live”.

São sempre soluções fáceis para problemas complexos e difíceis, assim sendo tudo tem como destino garantido: o fracasso. Em economia não há milagres.

Minha proposta baixo tem como destino a lixeira.

Tirando dos 10% que detêm 43,1% da renda, o governo teria em torno de R$ 861,3 bilhões para bancar a crise do coronavirus, mas na realidade vai estourar na mão dos 10% que detêm 0,8% da massa salarial. Quem no Brasil está interessado nessas bobagens?

O artigo abaixo é um orgasmo de saber e conhecimento. 

Ricardo Bergamini


               Não basta investir 

126417*Roberto de Oliveira Campos (30/01/2000)


Até o fim da II Guerra pouco se falava em desenvolvimento econômico. A questão mais quente era como controlar as flutuações cíclicas da economia, os ciclos de prosperidade e depressão. Depois da guerra, no entanto, tudo mudou, e depressa.

Tinha havido uma enorme transformação do ambiente. Depois de 10 anos de depressão e mais seis da guerra, todos os povos queriam recuperar o tempo perdido. A palavra-chave era "reconstrução".

Isso queria dizer políticas, programas e projetos que só pareciam factíveis com recursos e liderança do setor público. Em 1936, Keynes havia feito a cabeça dos economistas - deixando sem graça, por um quarto de século, os neoclássicos tradicionalistas - com uma ideia surpreendentemente simples: a de que, numa conjuntura recessiva, em que há ociosidade de mão-de-obra e de máquinas e equipamentos, pode-se aumentar a demanda real simplesmente pela injeção de recursos para aumentar a demanda monetária. Criando dinheiro, o governo conseguiria provocar um aumento efetivo da renda e, graças a isso, reduzir o desemprego da força de trabalho.

No pensamento de Keynes, isso só ocorreria em situações recessivas, mas a tentação de esquecer esse "detalhe" seria grande demais para os políticos.

Outra novidade teórica de um brilhante economista soviético dos anos 20, N. Kovalesky, que passaria despercebida durante muito tempo, foi o uso da relação capital/produto para projetar o crescimento do país. Essa ideia manipulada décadas mais tarde por dois economistas ocidentais - R. Harrod e E. Domar - se transformou num famoso modelo, que se popularizou de modo fulminante entre os planejadores desenvolvimentistas.

Depois da guerra, todas as regiões coloniais queriam ficar independentes. Alguns partiram para a luta armada contra as metrópoles mais renitentes, como Bélgica, Holanda, França e Portugal. Outros colonizadores, Inglaterra e Estados Unidos, tiveram mais bom senso. No final de três décadas, perto de uma centena de novos Estados havia surgido, todos sequiosos por rápido desenvolvimento.

Receitas simples têm grandes vantagens. E foi o que aconteceu com o modelo Harrod-Domar. Naquele momento, era razoável supor-se que: 1) havia grande redundância de mão-de-obra na agricultura; 2) o capital (máquinas, equipamentos) era o fator mais escasso; e que 3) seus rendimentos eram lineares, isto é, diretamente proporcionais à quantidade disponível. Tornou-se irresistível a tentação de um modelo fácil: com um coeficiente capital/produto de 3, para o país crescer a 7% ao ano, digamos, bastaria ao governo promover um investimento líquido de 21% do PIB - dele próprio, dos investidores privados e de fontes estrangeiras.

Inutilmente Domar, algum tempo depois, renegou sua fórmula por simplista demais. Era exatamente esse simplismo que a popularizava. Os teóricos sérios sempre souberam que a realidade era muito mais complexa, incluindo complicadores tais como a distribuição dos recursos naturais, a posição geográfica, a tecnologia, a cultura, os valores sociais, as instituições, a segurança e estabilidade das leis, a liberdade de iniciativa e o direito aos frutos da atividade econômica. Max Weber chegou mesmo a explicar o êxito histórico do desenvolvimento capitalista do centro-norte europeu pelos valores individualistas do protestantismo.

O simplismo de Harrod-Domar fez esquecer um princípio econômico elementar, que o professor W. Easterly formulou da seguinte maneira: "As pessoas respondem a incentivos".

Em 1960, W.W. Rostow publicou um best-seller, Os Estágios do Crescimento Econômico, em que classificava cinco estágios econômicos até se chegar à "decolagem" para o desenvolvimento autossustentado. Este dependeria do aumento da formação de capital. E se tornaria mais ou menos automático, quando atingida uma relação adequada entre investimentos e o PIB. No contexto da Guerra Fria, quando os Estados Unidos pareciam estar perdendo a corrida tecnológica e econômica contra a falecida União Soviética, surgiram os grandes planos de ajuda externa para subsidiar o crescimento econômico. Era preciso fazer alguma coisa para ganhar a guerra, e a fórmula de crescimento automático pela intensificação de investimentos era uma arma disponível para os países ricos exportadores de capital.

Solow, cujo modelo foi o sucessor do de Domar, chamou atenção para o princípio que ficou conhecido como "produtividade total dos fatores". Ou seja, a produção não é função apenas do capital e do trabalho, mas também da tecnologia. Disso tirou o resultado surpreendente de que o crescimento em longo prazo é função apenas das mudanças tecnológicas e não da taxa de investimento, a qual determina só o nível do produto. Ultimamente, houve uma inovação teórica importante. A lei dos rendimentos decrescentes só se aplicaria aos setores convencionais. Nos setores de alta tecnologia, como a Internet, os rendimentos seriam crescentes, pois a ampliação indefinida dos usuários reduziria os custos de transação, aumentando a produtividade global.

Dois exemplos ilustram a importância da qualidade e eficiência do investimento. Um deles é o da União Soviética, que experimentou estagnação econômica na década dos 80, apesar de taxas de investimento da ordem de 30% do PIB. Outro é o do Brasil em seus investimentos sociais. Nossos gastos sociais são bastante elevados como proporção do PIB, mas os resultados são pífios, colocando-nos em posição desonrosa em matéria de índice de desenvolvimento humano.

Na ânsia de descobrirem o milagre do desenvolvimento, os economistas vêm sempre acrescentando novas variáveis explicativas. No final, talvez aprendam que não podem prever trajetórias tão exatas como a física permite em relação aos foguetes. Voltamos sempre aos velhos fundamentos conhecidos desde Adam Smith: governo pequeno e honesto, tributação moderada, respeito ao direito de propriedade e melhoria do agente econômico pela competição e pela educação. Não basta investir. É preciso investir bem.


*Defensor apaixonado do liberalismo. Economista, diplomata e político também se revelou um intelectual brilhante. De sua intensa produção, resultaram inúmeros artigos e obras como o livro A Lanterna na Popa, uma autobiografia que logo se transformou em best-seller. Foi ministro do Planejamento, senador por Mato Grosso, deputado federal e embaixador em Washington e Londres. Sua carreira começou em 1939, quando prestou concurso para o Itamaraty. Logo foi servir na embaixada brasileira em Washington, e, cinco anos depois, participou da Conferência de Bretton Woods, responsável por desenhar o sistema monetário internacional do pós-guerra.
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O Brasil de volta ao passado petista - Ricardo Bergamini; Robson Bonin

Aparentemente, como argumenta Ricardo Bergamini, o governo Bolsonaro está de volta aos governos petistas, mas não só no que toca às políticas econômicas, mas igualmente no campo das trapaças políticas e possivelmente na corrupção também.
Paulo Roberto de Almeida 

O Brasil de volta ao passado petista
Prezados Senhores.
Vitória das teses da esquerda, qual seja: responsabilidade e austeridade fiscal é bobagem. Pela milésima vez, fim do sonho liberal no Brasil.
É triste ver um profissional de renome internacional ser tão humilhado e desprezado como foi o Paulo Guedes, nesse plano maluco. Espero que não se humilhe mais e retorne o caminho da roça.
A parte saudável será a volta de nossos velhos amigos liberais ao debate adulto e maduro do pensamento liberal, isento de masturbação mental ideológica.
Vitória ao pensamento liberal: liberdade, igualdade, fraternidade e soberania dos povos.
Ricardo Bergamini 


Bolsonaro abandona Guedes para evitar terminar como Temer
Depois de o coronavírus implodir a pauta do Posto Ipiranga, presidente se move para dar sobrevida à agenda de governo na crise do coronavírus 
Por Robson Bonin
Revista Veja, 23 abril 2020

Depois de ouvir o plano do chefe da Casa Civil para colocar o governo no comando de uma espécie de novo PAC, com o orçamento estatal motorizando a economia a partir de grandes obras, Bolsonaro determinou: “Vamos em frente!” Adriano Machado/Reuters
A história do governo de Jair Bolsonaro começou a mudar a partir desta semana. Na crônica política, a quarta-feira será lembrada, no capítulo econômico, como o dia em que o presidente perdeu a fé no Posto Ipiranga.
Paulo Guedes foi atropelado por Walter Braga Netto. Depois de ouvir o plano do chefe da Casa Civil para colocar o governo no comando de uma espécie de novo PAC, com o orçamento estatal motorizando a economia a partir de grandes obras, Bolsonaro determinou: “Vamos em frente!” Antes de mais nada, fica aqui o registro de que Guedes considera a ideia uma maluquice. Espera mostrar isso ao presidente nos próximos dias, convencendo-o a abandonar a tal solução mágica. É a porta estreita de São Lucas. Não há caminho fácil.
Saiba logo no início da manhã as notícias mais importantes sobre a pandemia do coronavirus e seus desdobramentos. Inscreva-se aqui para receber a nossa newsletter
Guedes, que defendia a retomada econômica a partir da força privada, viu o furacão passar sem conseguir se mover. A reunião ocorrida nesta quarta, no Planalto, mudou a agenda do governo e deu novo sentido à pauta econômica. É como se derrubassem as bombas de combustível do posto para instalar no lugar uma loja de material de construção.
“Neste momento de crise, tocar a agenda de retomada do país com o mercado, apostando na iniciativa privada, seria caminhar lento demais para a normalidade. Por isso, o Estado deve ser o tomador de risco nos momentos de grave crise”, explica um auxiliar do presidente.
Da agenda liberal, o país migrará a partir de agora para o que há de mais martelado – e mais perigoso — na tecnologia desenvolvimentista — isso mesmo, caro leitor bolsonarista, aquele bicho feio dos governos do PT.
Com a emergência global do coronavírus justificando medidas drásticas, o governo abrirá, se tudo correr como o plano atual, um período de gastos bilionários e de discursos por menos controles, menos regulação, menos licenciamentos…
“O presidente precisava comunicar ao país que isso estava sendo preparado pelo governo. Daqui para frente, vamos discutir tudo dentro dos ministérios”, disse ao Radar um auxiliar de Bolsonaro. “Será um momento de mexer em marcos regulatórios, um momento de simplificar contratações, licenças, tudo para acelerar a retomada”, complementou.
Bolsonaro topou a empreitada na hora, porque esse discurso fala diretamente ao seu coração político. Bateu na alma. Com a agenda desenganada pela pandemia, acharam uma saída, um discurso diferente para o bolsonarismo tentar variar um pouco a fórmula já cansada do golpe, golpe, golpe…
Cada ministério foi acionado a apresentar uma lista de obras paradas e projetos que poderão fazer parte do plano. A ideia de retomar a construção de eixos de infraestrutura em todas as frentes – rodoviário, ferroviário, aquaviário – voltará com força.
Obras que proporcionem impacto imediato no emprego e renda serão prioridade, mas outros empreendimentos complexos, hoje travados por legislações ou em estudo serão previstos.
O governo diz que fará tudo com mais eficiência, responsabilidade e controle que as gestões petistas. Precisará convencer a audiência de que tocar grandes obras com menos regulação, menos controle e menos licenças resultará em algo melhor que o estrago petista.
Idealizado pela ala política da Esplanada, o plano oferece a Bolsonaro um recomeço no governo que ele mesmo admitiu outro dia parecer terminar antes da hora. Em uma entrevista, ele citou Michel Temer, que liderava uma agenda reformista até o escândalo da delação da J&F explodir, transformando os dias seguintes numa luta pela sobrevivência. Bolsonaro, como Temer, também teria dias para lutar pela sobrevivência do governo até 2022, se continuasse na pauta de Guedes. Preferiu virar a mesa e apostar num plano de gastos públicos formatado em 24 horas para reverter os estragos econômicos da pandemia. Se vai funcionar, é outra história. Guedes, como dito no início do texto, não acredita que vá. A conferir.

[Agora a visão da esquerda:]

Plano Marshall' de Braga Netto enterra a era Paulo Guedes na economia

General determina investimentos de R$ 300 bilhões em infraestrutura. Derrotado, Guedes fala que é a volta do 'modelo Dilma Rousseff'. Chamado de pró-Brasil, o programa, que chegou a ser apelidado inicialmente de Plano Marshall brasileiro, prevê um incremento de R$ 300 bilhões – R$ 250 bilhões em concessões e parceria público privada e outros R$ 50 bilhões de investimento públicos. A coordenação será do ministro Braga Netto.

247 - 23 de abril de 2020


 O governo federal decidiu retomar o Programa de Aceleração do Crescimento, que marcou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, renomeando o mesmo de 'Pró-Brasil'. Este novo 'Plano Marshall' representa uma derrota decisiva para o modelo neoliberal de Paulo Guedes, que é incapaz de oferecer saídas para a crise econômica. O novo PAC será conduzido pelo general Braga Netto, que assume o papel de homem forte da economia. O programa Pró-Brasil, que o governo anuncia como a panaceia para a recuperação econômica do país após a pandemia do coronavírus, foi lançado nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto. O ministro da Economia, Paulo Guedes não participou do anúncio.  Ele e sua equipe divergem do plano por implicar o aumento do gasto público.

Reportagem de O Estado de São Paulo informa que Braga Netto falou sobre a aceitação unânime do programa em todos os ministérios, mas a ausência de Paulo Guedes é um sinal das divergências. Além disso, não houve anúncio do volume de recursos públicos que pode ser desembolsado.

A primeira reunião de trabalho será na próxima sexta-feira, 24, quando cada ministro vai levar as suas propostas. A fase de estruturação será feita entre maio a julho. Os detalhes dos projetos serão feitos em setembro para a implantação a partir de outubro.
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Marcadores: governo Bolsonaro, política econômica do PT, revista Veja, Ricardo Bergamini, Robson Bonin

Zizek-Araujo: debate entre dois malucos

Um é um maluco da extrema-direita, o outro é um doido varrido da esquerda. Entre dois loucos, melhor não se meter...
Paulo Roberto de Almeida


O chanceler brasileiro não entendeu a questão', responde Zizek após Araújo falar em 'comunavírus'

Filósofo foi citado por ministro das Relações Exteriores, que disse que pandemia é 'o primeiro passo em direção ao comunismo' no mundo
Bolívar Torres
O Globo, 22/04/2020


Slavoj Zizek é considerado um dos neomarxistas mais proeminentes da atualidade Foto: Matt Carr
Slavoj Zizek é considerado um dos neomarxistas mais proeminentes da atualidade Foto: Matt Carr



O filósofo esloveno Slavoj Zizek afirmou que o chanceler Ernesto Araújo "não entendeu a questão" quando disse que ele estaria tentando promover o comunismo às custas da pandemina do novo coronavírus.
Zizek respondeu à interpretação que Araújo fez do seu novo livro, publicado no Brasil pela editora Boitempo com o título “Pandemia – Covid-19 e a reinvenção do comunismo”, no qual o filósofo aponta que o coronavírus demonstrou a insustentabilidade do atual modelo econômico, exigindo um pensamento além do mercado financeiro e do lucro.
Em texto publicado em seu blog pessoal , Aráujo disse que Zizek deixa claro no livro que o "globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo” .
"O chanceler brasileiro me acusou de usar a epidemia do coronavírus como uma desculpa para introduzir outro vírus, o 'comunavírus'. Infelizmente, ele não entendeu a questão", disse Zizek em resposta a um pedido de comentário feito pelo GLOBO.
“Não quero impor nada, apenas observo que até governos conservadores estão lidando com a crise sanitária e econômica provocada pela epidemia. Estão introduzindo medidas que, seis meses atrás, seriam inimagináveis e vistas como um sonho comunista”, escreveu o filósofo na mensagem.
Segundo Zizek, esses governos conservadores “estão sendo compelidos a agirem como comunistas, dando preferência ao bem comum em vez de mecanismos de mercado”. Com isso, adotam medidas como distribuir “gratuitamente bilhões para que os novos desempregados sobrevivam” e ordenar que a indústria produza equipamentos de saúde, além de admitirem que “precisamos não apenas de um serviço universal de saúde como também de um serviço global de saúde”.
No texto em seu blog, Araújo denuncia um suposto “plano comunista” que pretenderia tirar proveito da pandemia da Covid-19 para implementar sua ideologia por meio de organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde. A coordenação global realizada pela OMS para fazer frente à crise, segundo Araújo, seria “o primeiro passo em direção ao comunismo” de um “projeto globalista”.

Intitulado “Chegou o comunavírus”, o texto do chanceler diz que o medo causado pela nova doença “nos faz despertar novamente para o pesadelo comunista” – projeto que, segundo ele, já vinha sendo executado “no climatismo ou alarmismo climático”, no “imigracionismo”, no "cientificismo" e no “antinacionalismo”. Para Araújo, isso faz com que o “comunavírus” seja mais perigoso que a Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro e parte de seus aliados têm atacado o chamado “globalismo”, termo usado por setores da direita para se referir a instituições multilaterais. Nesta semana, o Brasil foi um dos apenas 14 dos 193 países da ONU a não copatrocinarem uma resolução sobre a cooperação contra a pandemia.
Confira na íntegra a resposta de Zizek a Ernesto Araújo:
"O cancheler brasileiro me acusou de usar a epidemia do coronavírus como uma desculpa para introduzir outro vírus, o 'comunavírus'. Infelizmente, ele não entendeu a questão.
Não quero impor nada, apenas observo que até governos conservadores estão lidando com a crise sanitária e econômica provocada pela epidemia. Estão introduzindo medida que, seis meses atrás, seriam inimagináveis e vistas como um sonho comunista.
Esses governos estão violando as regras básicas do mercado, distribuindo gratuitamente bilhões para que os novos desempregados sobrevivam. Estão ordenando o que a indústria deve produzir (equipamentos de saúde) e admitindo que precisamos não apenas de um serviço universal de saúde como também de um serviço global de saúde. Estão pensando em como prever fome maciça como uma consequência da pandemia...
Em que outra época se viu conservadores se sentindo compelidos a agirem como comunistas, dando preferência ao bem comum em vez dos mecanismos do mercado?"
Slavoj Zizek : Coronavírus trará socialismo VIP, capitalismo de desastre ou algo novo?
Coronavírus :  Perguntas e respostas sobre a Covid-19
Desigualdade : Coronavírus reforça preconceito contra minorias religiosas e étnicas no mundo
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Marcadores: chanceler Ernesto Araújo, comunavirus, coronavirus, debate esquizofrênico, malucos beleza, Slavoj Zizek

Frente parlamentar avalia pedir impeachment de Ernesto Araújo após declarações sobre China (OESP)

Não existe nenhuma razão RACIONAL para que membros do governo ataquem a China. Se eles o fazem, só existem duas explicações: ou são extremamente míopes política e ideologicamente, ou são apenas estúpidos...
Paulo Roberto de Almeida


Frente parlamentar avalia pedir impeachment de Ernesto Araújo após declarações sobre China
Ministro das Relações Exteriores falou sobre 'comunavírus' e fez críticas à China, maior parceiro comercial do Brasil
Felipe Frazão, O Estado de S.Paulo
22 de abril de 2020 | 18h12
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,frente-parlamentar-avalia-pedir-impeachment-de-ernesto-araujo-apos-declaracoes-sobre-china,70003279465

BRASÍLIA – O deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), que preside frente parlamentar Brasil-China na Câmara, ameaça entrar com um pedido de impeachment do chanceler Ernesto Araújo por causa de críticas ao país asiático. O parlamentar encomendou a seus assessores jurídicos a elaboração de uma denúncia por crime de responsabilidade e pretende apresentá-la nos próximos dias ao Supremo Tribunal Federal e à Câmara dos Deputados. O motivo foi o texto intitulado “Chegou o Comunavírus”, publicado pelo chanceler na noite de terça-feira, 21, em seu blog pessoal, o Metapolítica 17.
No texto, o ministro comenta um livro de Slavoj Zizek e denuncia “o jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado”. O ministro reproduz trechos do livro e faz observações críticas sobre o regime do Partido Comunista Chinês e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A pretexto da pandemia, o novo comunismo trata de construir um mundo sem nações, sem liberdade, sem espírito, dirigido por uma agência central de ‘solidariedade’ encarregada de vigiar e punir. Um estado de exceção global permanente, transformando o mundo num grande campo de concentração. Diante disso precisamos lutar pela saúde do corpo e pela saúde do espírito humano, contra o coronavírus mas também contra o Comunavírus, que tenta aproveitar a oportunidade destrutiva aberta pelo primeiro, um parasita do parasita”, escreveu o ministro das Relações Exteriores.
Pinato disse que vai processar o chanceler nos próximos dias por “reiteradamente externar posições irresponsáveis e depreciativas” contra a China, maior parceira comercial do Brasil. “Logo, contra os interesses do nosso País”, diz o deputado, que também preside a Comissão de Agricultura da Câmara e a frente parlamentar do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Pinato cita o artigo 5.º da Lei do Impeachment: “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
“Se couber, eu vou entrar (com pedido de impeachment), com denúncia na Mesa Diretora, caso não haja uma retratação. Vou fazer essa manobra jurídica e política”, afirmou o parlamentar. “O chanceler chamar o pessoal de parasita é ódio ideológico que vai contra o interesse do País nesse momento.”
Para o deputado, o aumento das cotas de importação de soja dos Estados Unidos pela China, em detrimento de produtores nacionais, foi influenciado não só pelos termos de acordo comercial entre as duas potências e pelo impacto da pandemia da covid-19 no Brasil, mas também por uma questão de “segurança política”.
“O chanceler é completamente despreparado. Ele está com a visão totalmente distorcida, muito limitada, quando temos que equilibrar saúde e economia, como diz o presidente, e a balança comercial. Ele vai na contramão dos interesses, chamando os caras de parasitas, e nós precisando aumentar exportação e buscar investimento fora. Estamos chutando um dos principais parceiros comerciais. O que o País vai ganhar com isso?”, disse.
Pinato observa que já silenciou em outros momentos da escalada de tensão com a China, iniciada em março, marcada por publicações interpretadas como ofensivas a Pequim feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Eduardo culpou o governo chinês pela pandemia, enquanto Weintraub ridicularizou o sotaque chinês e insinuou que o país asiático seria beneficiado geopoliticamente pela crise mundial.
Nas duas ocasiões, a Embaixada da China reagiu de forma dura e cobrou retratação. O chanceler agiu em defesa de Eduardo, ao repreender a reação do embaixador chinês, Yang Wanming, e se calou sobre o episódio com o ministro da Educação.
Agora, Araújo publica o artigo no momento em que a China tenta reagir globalmente a acusações sem prova de que o novo coronavírus teria sido fabricado em laboratório e difundido pela China como forma de subjugar os demais países.
Também recorre a argumentos da OMS contrários à estigmatização do país como forma de convencer pessoas a não usarem o termo pejorativo "vírus chinês". A expressão foi difundida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que cortou o financiamento à OMS por considerar a entidade “muito centrada” na China. As teses ganharam ampla adesão entre bolsonaristas.
A manifestação de Pinato, que já havia defendido o embaixador chinês e cobrou investigação de ameaças contra o diplomata, é mais um sinal de insatisfação no agronegócio, cujo principal importador é a China, o que gera uma relação de dependência de produtores rurais brasileiros. Pinato joga pressão agora para que haja uma repreensão dentro do governo Bolsonaro. Ele cobra censura ao chanceler por parte de ministros que cuidam de setores que fazem negócios com Pequim.
“Está na mão do governo. A ministra da Agricultura (Tereza Cristina) tem que falar, o Tarcísio (Freitas, ministro da Infraestrutura) que está mandando avião para buscar insumos, os ministros militares têm que falar. Isso pode prejudicar a gente. Dá a impressão de que quem quer gerar o caos é ele. Alguém precisa brecar isso”, protesta o deputado.

Saída
Além da frente parlamentar, o Cidadania também cobrou que Araújo deixe o cargo de chanceler. O presidente do partido, o ex-deputado Roberto Freire, e o deputado Marcelo Calero (RJ), que é diplomata de carreira, afirmam que o ministro é “lunático” e redigiu um artigo “paranoico”. “Ernesto Araújo trai as nossas melhores tradições diplomáticas e desonra a nação internacionalmente com suas ideias toscas, delirantes, desprovidas de lógica e com sentido beligerante”, afirmaram, em nota, Freire e Calero.
“Em plena pandemia, quando as nações precisam estreitar laços e ampliar a cooperação, o usurpador da nossa boa diplomacia insiste em ver um grande complô de um suposto comunismo internacional para dominar o mundo. O ‘des-ministro’ revela-se, em sua forma mais contundente, um incapacitado completo, capaz de atuar contra os mais sagrados interesses nacionais sem qualquer pudor ou cerimônia. Nesse sentido, não é viável que siga à frente do Itamaraty.”
Procurado, o Itamaraty disse que não vai comentar.

LEIA TAMBÉM >'Jamais ofendi o povo chinês. Não desejamos problemas com a China', diz Eduardo

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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

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Uma reflexão...

Recomendações aos cientistas, Karl Popper:
Extratos (adaptados) de Ciência: problemas, objetivos e responsabilidades (Popper falando a biólogos, em 1963, em plena Guerra Fria):
"A tarefa mais importante de um cientista é certamente contribuir para o avanço de sua área de conhecimento. A segunda tarefa mais importante é escapar da visão estreita de uma especialização excessiva, interessando-se ativamente por outros campos em busca do aperfeiçoamento pelo saber que é a missão cultural da ciência. A terceira tarefa é estender aos demais a compreensão de seus conhecimentos, reduzindo ao mínimo o jargão científico, do qual muitos de nós temos orgulho. Um orgulho desse tipo é compreensível. Mas ele é um erro. Deveria ser nosso orgulho ensinar a nós mesmos, da melhor forma possível, a sempre falar tão simplesmente, claramente e despretensiosamente quanto possível, evitando como uma praga a sugestão de que estamos de posse de um conhecimento que é muito profundo para ser expresso de maneira clara e simples.
Esta, é, eu acredito, uma das maiores e mais urgentes responsabilidades sociais dos cientistas. Talvez a maior. Porque esta tarefa está intimamente ligada à sobrevivência da sociedade aberta e da democracia.
Uma sociedade aberta (isto é, uma sociedade baseada na idéia de não apenas tolerar opiniões dissidentes mas de respeitá-las) e uma democracia (isto é, uma forma de governo devotado à proteção de uma sociedade aberta) não podem florescer se a ciência torna-se a propriedade exclusiva de um conjunto fechado de cientistas.
Eu acredito que o hábito de sempre declarar tão claramente quanto possível nosso problema, assim como o estado atual de discussão desse problema, faria muito em favor da tarefa importante de fazer a ciência -- isto é, as idéias científicas -- ser melhor e mais amplamente compreendida."

Karl R. Popper: The Myth of the Framework (in defence of science and rationality). Edited by M. A. Notturno. (London: Routledge, 1994), p. 109.

Uma recomendação...

Hayek recomenda aos mais jovens:
“Por favor, não se tornem hayekianos, pois cheguei à conclusão que os keynesianos são muito piores que Keynes e os marxistas bem piores que Marx”.
(Recomendação feita a jovens estudantes de economia, admiradores de sua obra, num jantar em Londres, em 1985)

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